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Sistema de Ensino Presencial Conectado
serviço social
WILLIANE DE MOURA BRITO
o serviço social e as diversidades:
Diversidade Sexual e Homofobia 
Picos – PI 
2015
WILLIANE DE MOURA BRITO
o serviço social e as diversidades:
Diversidade Sexual e Homofobia 
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para conclusão do 1º semestre.
Orientadores: Prof.’s: José Adir, Mariana de Oliveira, Sergio Goes, Rosane Ap. Belieiro Malvezzi.
Picos– PI
2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 A VIOLÊNCIA NO CONTEXTO DA HOMOSSEXUALIDADE	4
3 SERVIÇO SOCIAL E SEU PAPEL PERANTE A IDENTIDADE DE GÊNERO E A HOMOSSEXUALIDADE	7
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS	8
REFERÊNCIAS	9
INTRODUÇÃO
O serviço social por ser uma profissão que surge da necessidade de intervenção em situações como, o capitalismo monopolista, as relações entre capital e trabalho, relações de dominação e exploração, tem a responsabilidade ética de participar do processo de reprodução das relações sociais provenientes desse contexto, atuando nas diversas manifestações que reflitam na realidade social, com um conjunto de problemáticas que impedem o exercício pleno da cidadania pelos indivíduos (SOUSA; MOURA, 2013).
Dentre as várias causas de exclusão social e, consequente violência, destacam-se os fatores que representam risco de vitimização. Entre os fatores de risco, destacam-se a falta de capital social e a superposição de desvantagens (CARDIA; SCHIFFER, 2002). Uma situação expressa da superposição de desvantagens se enquadram aqueles que apresentam identidade de gênero ou sexualidade não socialmente aceita, a exemplo da homossexualidade. Estas pessoas sofrem, cotidianamente, ações que se configuram em violência, verbal, física, moral – homofobia.
Questões relacionadas à diversidade sexual, apesar de muitas vezes negligenciadas, devem ser vistas como algo que faz parte da nossa humanidade, em que se deve estimular o combate de toda e qualquer prática da homofobia no meio social, prática essa muitas vezes exercida de forma velada, mas em algumas situações peculiares expressa com extrema violência e perseguição. 
Parte-se do princípio de que a homofobia é um mal que atinge a todos, tanto os heterossexuais quanto os homossexuais, o agredido e o agressor. Em certos casos, a homofobia parte do próprio indivíduo contra ele mesmo exercendo uma relação de ínfima aceitação, muitas vezes estabelecendo um quadro de profunda depressão que alimenta a alta taxa de suicídios existente dentro desse segmento da população (SILVA, 2011).
Nessa conjuntura em que atuam os assistentes sociais, se insere demandas relativas a gênero, que não necessariamente se refere à palavra sexo, como se pode equivocadamente pensar, mas trata-se de construções históricas e culturais a respeito da ideia de homem e mulher, temática emaranhada de preconceitos, que constituem aspectos de dominação e submissão de uns sobre outros (SOUSA; MOURA, 2013). Constituindo um desafio a ser enfrentado por todos aqueles que vivem e convivem em sociedade.
Diante do exposto, percebe-se que as relações de gênero estão presentes nos diversos âmbitos sociais, configurando-se como demanda para a profissão. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a profissão do serviço social numa perspectiva interdisciplinar acerca da homofobia e das diversidades sexuais.
A violência no contexto da homossexualidade
A homofobia na contemporaneidade tem se revelado um grave problema social, no Brasil o número de assassinatos de homossexuais (e outros indivíduos que fazem parte da diversidade sexual), nos últimos 30 anos, ultrapassa o quantitativo de um milhão de vítimas. Além desse tipo de crime, somam-se outras violências como as agressões verbais, físicas, patrimoniais, dentre outras (OLIVEIRA, 2013).
Sabe-se que a forte exposição à violência e ao medo podem resultar em menos comunicação entre as pessoas, menor identificação de problemas comuns e em menos ação coletiva. Com frequência, o medo ou a experiência de vitimização – direta e indireta – levam as pessoas a adotarem medidas de autoproteção que as distanciam ainda mais umas das outras (CARDIA; SCHIFFER, 2002).
Porém, é sensato que não se pode tratar a questão da homofobia sem retirá-la do seu lugar de “esquecido”. É preciso tornar público discussões e debates sobre suas manifestações, alcançando a maior visibilidade possível. No entanto, é inegável que este é um traço da cultura brasileira primariamente machista, onde o comportamento homofóbico poderá se apresentar sem grandes diferenciações e ser corrosivo da mesma forma, não importando em quem esteja instalado este traço. 
Pelas madrugadas dos grandes centros urbanos brasileiros muita violência é produzida em torno da homossexualidade. Algumas dessas ações ganham o noticiário, mas é comum serem tratadas com certa complacência por grande parte da população, que se apoia nos componentes homofóbicos inscritos em nossa cultura heterocêntrica. Esse tipo de situação precisa ser questionada e combatida com informação e formação (SILVA, 2011).
Vale salientar que uma das consequências da maior exposição à violência, além da restrição do uso dos espaços públicos, pode ser um menor contato com outras pessoas, com impacto sobre as expectativas de ação coletiva, sobre a eficácia coletiva e sobre o capital social. Esses efeitos podem ser ainda mais intensos se prevalecer na comunidade a sensação de que as relações são permeadas pela falta de consideração com o outro, por uma sensação de que cada morador zela apenas pelo próprio bem-estar (CARDIA; SCHIFFER, 2002).
Serviço social e seu papel perante a identidade de gênero e a homossexualidade
Em relação à área de atuação do serviço social:
O serviço social é uma profissão que atua nas manifestações da questão social, estando entre estas, as relações de gênero, presentes nos distintos âmbitos sociais. Dessa forma, gênero se configura como demanda para o serviço social, especialmente nas políticas sociais publicas, nas quais a maioria do seu público é formada por mulheres e por pessoas que são marcadas por não seguirem os padrões dos modos de ser e se comportar, estabelecidos pela sociedade (SOUSA; MOURA, 2013, p. 7).
Atrelado a isso, conceito itinerante na profissão, a intervenção no sentido de trabalhar os relacionamentos sociais, na perspectiva de mediação com o objetivo de transformar a vida social, já aparece no início do século XX, com Kurt Lewin (HAGUEITE, 1990). 
Ao longo do tempo, percebe-se a necessidade de intervenções sociais no que diz respeito, especialmente, a situações que envolvem desrespeito ou qualquer tipo de violência, a exemplo da homofobia, tendo o serviço social vasto campo de atuação.
A homofobia deve ser combatida de todas as formas, sob pena de continuidade da construção de uma sociedade apoiada em valores normativos excludentes relacionados a qualquer tipo de diversidade, de tudo que se move em direção a uma construção do diferente como parte do que forma o tecido social na contemporaneidade.
É necessário saber que, atualmente, deve haver como questão norteadora a construção de valores que tenham respaldo ético, não apenas levando em consideração a moralidade imposta pela sociedade, a qual tende a se apoiar em crenças dominantes, defendendo o que há de mais retrógrado nas instituições sociais.
Portanto, as categorias gênero e sexualidade são instrumentos fundamentais para análise social e, o serviço social deve se apropriar da mesma, como forma de contribuir para compreensão da dinâmica social e buscar estratégias que contribuam para minimização da desigualdade de gênero e homofobia, bem como para eliminação de práticas de violência, preconceito e discriminação (SOUSA; MOURA, 2013).
Deste modo, esta reflexão tem grande importância também por auxiliar no enfrentamento das desigualdades sociais, presente de maneira acentuada no sistema capitalista, o qual intensifica o patriarcado e a dominação de uns sobre os outros.
CONsiderações finais
Infelizmente, o Brasil ainda está entre os países campeões em assassinatos de homossexuais, em que, mesmo com o aumento das lutas contra todos os tipos de expressão de preconceitos e/ou discriminações, como movimentos LGBT. No entanto, parecem ser insipientes para inibir o grande quantitativo de crimes homofóbicos que acontecem no país.
Também, a maneira como assuntos polêmicos são tratados pela sociedade brasileira, são sem dúvida reflexos de uma formação social complexa e plural. No entanto é inegável que a influência de pensamentos conservadores são a causa de muitas atitudes violentas, bem como entraves para a solução de problemas que há séculos estão presentes em nossa sociedade.
Assim, foi possível refletir sobre a importância de ampliar e aprofundar o debate sobre gênero, homossexualidade e as influências das determinações sociais na vida das pessoas. Para que os profissionais que atuam frente a essas demandas estejam aptos para desenvolver ações que colaborem para igualdade de gênero e para supressão, sobretudo, de atos relativos à violência, ao preconceito e a discriminação.
REFERÊNCIAS
CARDIA, N.; SCHIFFER, S. Violência e desigualdade social. Cienc. Cult., v.54, n.1, 2002.
HAGUETFE, T. M. F. Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis: Ed. Vozes, 1990. 
OLIVEIRA, J. M. D. Desejo, Preconceito e Morte Assassinatos de LGBT em Sergipe - 1980 a 2010. Paripiranga-BA. Clube de Autores, 2013.
SILVA, F. R. Homofobia, o que é? De onde Vem? O que ocasiona? 2011. Disponível em: <https://homofobiabasta.wordpress.com/homofobia-o-que-e-de-onde-vem-o-que-ocasiona/>. Acesso em: 17 out. 2015.
SOUSA, F. S.; MOURA, M. A. G. Uma discussão acerca da questão de gênero e o serviço social. VI jornada internacional de políticas públicas, 2013. Disponível em:< http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2013/JornadaEixo2013/anais-eixo7-questoesdegeneroetniaegeracao/pdf/umadiscussaoacercadaquestaodegeneroeoservicosocial.pdf>. Acesso em: 17 out. 2015.

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