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1 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Objetivos 1. Compreender a anatomia dos Membros Superiores: ossos, articulações e músculos; 2. Compreender os tipos de cartilagem histologicamente; 3. Entender como ocorre os movimentos realizados pelos ombros; O membro superior é caracterizado por sua mobilidade e capacidade de segurar, golpear e executar atividades motoras finas (manipulação). Essas qualidades são mais acentuadas na mão ao realizar atividades como abotoar uma camisa. Há interação sincronizada entre as articulações do membro superior para coordenar os segmentos interpostos e executar um movimento uniforme e eficiente na distância ou posição mais adequada para uma tarefa específica. A eficiência funcional da mão resulta em grande parte da capacidade de colocá-la na posição apropriada por movimentos das articulações escapulotorácica, do ombro, do cotovelo, radiulnar e radiocarpal. O membro superior tem quatro segmentos principais, subdivididos em regiões para uma descrição precisa: 1. Ombro: segmento proximal do membro superior que se superpõe a partes do tronco (tórax e dorso) e à região lateral inferior do pescoço. Inclui as regiões peitoral, escapular e deltóidea do membro superior, e a parte lateral (fossa supraclavicular maior) da região cervical lateral. Recobre metade do cíngulo do membro superior. O cíngulo do membro superior é um anel ósseo, incompleto posteriormente, formado pelas escápulas e clavículas e completado anteriormente pelo manúbrio do esterno (parte do esqueleto axial) 2. Braço: primeiro segmento do membro superior livre (parte mais móvel do membro superior independente do tronco) e o segmento mais longo do membro. Estende-se entre o ombro e o cotovelo, unindo os dois, e consiste nas regiões braquiais anterior e posterior, centralizadas em torno do úmero 3. Antebraço: segundo segmento mais longo do membro. Estende-se entre o cotovelo e o punho, unindo os dois, e inclui as regiões antebraquiais anterior e posterior que recobrem o rádio e a ulna 4. Mão: parte do membro superior distal ao antebraço, formada ao redor do carpo, metacarpo e falanges. Consiste em punho, palma, dorso da mão e dedos (inclusive um polegar oponível) e é ricamente suprida por terminações sensitivas para tato, dor e temperatura. APG 14 – Membros Superiores 2 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Os membros superiores e inferiores estão unidos ao esqueleto axial (crânio, coluna vertebral e caixa torácica associada) pelos cíngulos dos membros superior e inferior. O cíngulo do membro superior é formado pelas escápulas e clavículas, unidas ao manúbrio do esterno. O cíngulo do membro superior está fixado ao tronco apenas anteriormente, via esterno, por articulações flexíveis com 3 graus de liberdade. É um anel incompleto porque não há conexão posterior das escápulas. Assim, o movimento de um membro superior é independente do outro, e os membros são capazes de atuar com efetividade anteriormente ao corpo, a uma distância e nível que possibilitam a coordenação oculomanual precisa. O cíngulo do membro superior e os ossos da sua parte livre formam o esqueleto apendicular superior. O esqueleto apendicular superior articula-se com o esqueleto axial apenas na articulação esternoclavicular, o que contribui para sua grande mobilidade. As clavículas e as escápulas do cíngulo do membro superior são sustentadas, estabilizadas e movimentadas por músculos toracoapendiculares que se fixam às costelas, ao esterno e às vértebras, ossos relativamente fixos do esqueleto axial. 3 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Ossos dos Membros Superiores Clavícula: A clavícula é um osso que conecta o membro superior ao tronco, apresentando uma curvatura dupla no plano horizontal. Sua metade medial é convexa anteriormente, enquanto a extremidade esternal é alargada e triangular, articulando-se com o manúbrio do esterno na articulação esternoclavicular. A metade lateral é côncava anteriormente, e a extremidade acromial é plana, articulando-se com o acrômio da escápula na articulação acromioclavicular. Essas curvaturas conferem resiliência à clavícula, dando-lhe a aparência de um "S" alongado. A clavícula desempenha várias funções: • Funciona como suporte rígido e móvel, semelhante a um guindaste, suspendendo a escápula e o membro superior livre, permitindo-lhes máxima liberdade de movimento. • É um dos limites ósseos do canal cervicoaxilar, protegendo o feixe neurovascular que supre o membro superior. • Transmite impactos traumáticos do membro superior para o esqueleto axial. Embora seja considerada um osso longo, não possui cavidade medular, consistindo em osso esponjoso com revestimento de osso compacto. A face superior é lisa, enquanto a face inferior é áspera devido à sua ligação à primeira costela por ligamentos fortes. O tubérculo conoide, próximo à extremidade acromial, é o local de inserção do ligamento conoide, parte do ligamento coracoclavicular que suspende passivamente o membro superior da clavícula. A linha trapezóidea, próxima à extremidade acromial, é onde se fixa o ligamento trapezoide, outra parte do ligamento coracoclavicular. O sulco do músculo subclávio no terço medial do corpo da clavícula é o local de inserção do músculo subclávio, enquanto a impressão do ligamento costoclavicular, mais medialmente, é onde se fixa o ligamento que une a costela I à clavícula, limitando a elevação do ombro. Escápula: A escápula, osso triangular plano, localiza-se na face posterolateral do tórax sobrepondo-se às 2ª a 7ª costelas. Sua face posterior convexa é dividida pela espinha da escápula em uma pequena fossa supraespinal e uma fossa infraespinal maior, enquanto a face costal côncava forma uma grande fossa subescapular. O corpo da escápula é triangular e fino, com margens um pouco mais espessas, continuando lateralmente com o acrômio expandido. O tubérculo deltoide indica o ponto de inserção do músculo deltoide na espinha da escápula, que atua como alavanca, especialmente para o trapézio. 4 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 A articulação acromioclavicular (AC) situa-se lateralmente à escápula e aos músculos a ela ligados, enquanto a articulação glenoumeral está quase diretamente abaixo, equilibrando as massas da escápula e do membro superior, com o ligamento coracoclavicular entre elas. A cavidade glenoidal na face lateral da escápula articula-se com a cabeça do úmero, sendo menor que esta. O processo coracoide projeta-se anterolateralmente e serve como ponto de inserção do ligamento coracoclavicular. A escápula apresenta margens medial, lateral e superior, com ângulos correspondentes. A margem medial é paralela aos processos espinhosos torácicos, enquanto a lateral segue em direção à axila. A margem lateral termina no ângulo lateral truncado, com a cavidade glenoidal como referência para a cabeça. A escápula possui movimento considerável sobre a parede torácica na articulação escapulotorácica, sendo a base para os movimentos do membro superior. Úmero: O úmero, maior osso do membro superior. Sua extremidade proximal inclui a cabeça esférica que se articula com a cavidade glenoidal da escápula, bem como os colos cirúrgico e anatômico e os tubérculos maior e menor. O colo anatômico circunda a cabeça, indicando a inserção da cápsula articular do ombro, enquanto o colo cirúrgico é estreito e suscetível a fraturas. Os tubérculos maior e menor servem como pontos de inserção muscular e alavancapara músculos escapuloumerais, com o sulco intertubercular protegendo a passagem do tendão do músculo bíceps braquial. 5 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 O corpo do úmero apresenta a tuberosidade para o músculo deltoide lateralmente e o sulco do nervo radial posteriormente. O nervo radial e a artéria braquial profunda percorrem este sulco anteriormente à cabeça longa do bíceps braquial. A extremidade inferior do úmero alarga-se para formar as cristas supraepicondilares medial e lateral, terminando nos epicôndilos medial e lateral, locais de inserção muscular. Na extremidade distal do úmero, encontramos o côndilo, que inclui a tróclea e o capítulo, bem como as fossas do olécrano, coronóidea e radial. A tróclea articula-se com a ulna, enquanto o capítulo se articula com a cabeça do rádio. As fossas coronóidea e do olécrano recebem os processos correspondentes da ulna durante a flexão e extensão do cotovelo, respectivamente. Uma fossa radial anteriormente recebe a cabeça do rádio durante a flexão do antebraço. 6 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 7 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Ossos do antebraço Os dois ossos do antebraço formam juntos a segunda unidade de um suporte móvel articulado (sendo o úmero a primeira unidade), com uma base móvel formada pelo ombro, que determina a posição da mão. No entanto, como essa unidade é formada por dois ossos paralelos, um dos quais (o rádio) consegue girar em torno do outro (a ulna), é possível realizar supinação e pronação. Isso torna possível girar a mão quando o cotovelo está fletido. Ulna: A ulna estabiliza o antebraço e é o osso medial e mais longo dos dois ossos do antebraço. Sua extremidade proximal maior é especializada para articulação com o úmero e com a cabeça do rádio lateralmente. A ulna tem duas proeminências para articulação com o úmero: (1) o olécrano, que se projeta em direção proximal a partir de sua face posterior (formando a extremidade do cotovelo) e serve como alavanca curta para extensão do cotovelo, e (2) o processo coronoide, que se projeta anteriormente. O olécrano e o processo coronoide formam as paredes da incisura troclear, que de perfil assemelha-se aos dentes de uma chave-inglesa quando “pega” (articula-se com) a tróclea do úmero. A articulação entre a ulna e o úmero permite basicamente apenas a flexão e a extensão da articulação do cotovelo, embora haja um pequeno grau de abdução e adução durante a pronação e a supinação do antebraço. Inferiormente ao processo coronoide está a tuberosidade da ulna para inserção do tendão do músculo braquial. Na face lateral do processo coronoide há uma concavidade lisa e arredondada, a incisura radial, que recebe a parte periférica larga da cabeça do rádio. Inferiormente à incisura radial na face lateral do corpo da ulna há uma crista proeminente, a crista do músculo supinador. Entre ela e a parte distal do processo coronoide há uma concavidade, a “fossa” do músculo supinador. A parte profunda do músculo supinador fixa-se à crista e à “fossa” do músculo supinador. O corpo da ulna é espesso e cilíndrico na região proximal; mas afila-se, diminuindo de diâmetro, em sentido distal. Na extremidade distal da ulna há um alargamento pequeno, mas abrupto, a cabeça da ulna, que se assemelha a um disco, com um pequeno processo estiloide cônico. A ulna não chega até a articulação radiocarpal e, portanto, não participa dela. 8 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Rádio: O rádio, localizado lateralmente, é o mais curto dos dois ossos do antebraço. A extremidade proximal inclui a curta cabeça, o colo e a tuberosidade voltada medialmente. Na região proximal, a face superior lisa da cabeça do rádio discoide é côncava para articulação com o capítulo do úmero durante a flexão e a extensão da articulação do cotovelo. A cabeça do rádio também se articula perifericamente com a incisura radial da ulna; assim, a cabeça é coberta por cartilagem articular. O colo do rádio é uma constrição distal à cabeça. A tuberosidade do rádio oval situa-se distalmente à parte medial do colo e separa a extremidade proximal (cabeça e colo) do corpo. O corpo do rádio, ao contrário da ulna, aumenta gradualmente em sentido distal. A extremidade distal do rádio é praticamente um quadrilátero ao corte transversal. Sua face medial possui uma concavidade, a incisura ulnar, que acomoda a cabeça da ulna. Sua face lateral torna-se cada vez mais semelhante a uma crista, terminando distalmente no processo estiloide do rádio. Projetando-se posteriormente, o tubérculo dorsal do rádio situa-se entre sulcos superficiais destinados à passagem dos tendões dos músculos do antebraço. O processo estiloide do rádio é maior do que o processo estiloide da ulna e estende-se mais distalmente. Essa relação tem importância clínica quando há fratura da ulna e/ou do rádio. Os corpos do rádio e da ulna apresentam-se basicamente triangulares ao corte transversal na maior parte de seu comprimento, com uma base arredondada voltada para a superfície e um ápice agudo direcionado profundamente. O ápice é formado pela margem interóssea aguda do rádio ou da ulna onde está fixada a membrana interóssea do antebraço, que é fina e fibrosa. A maioria das fibras da membrana interóssea segue um trajeto oblíquo, passando inferiormente ao rádio e se estendendo medialmente até a ulna. Assim, são posicionadas para transferir forças recebidas pelo rádio (através das mãos) para a ulna, que depois são transmitidas ao úmero. 9 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Ossos da mão O carpo (punho) é formado por oito ossos carpais dispostos em duas fileiras, proximal e distal, de quatro ossos. Situados na junção da mão com o antebraço, esses pequenos ossos conferem flexibilidade ao carpo. O carpo é bastante convexo de um lado ao outro posteriormente e côncavo anteriormente. Ampliando o movimento na articulação do punho, as duas fileiras de ossos carpais deslizam uma sobre a outra; além disso, cada osso desliza sobre aqueles adjacentes a ele. Da região lateral para a medial, os quatro ossos carpais da fileira proximal são: 1. Escafoide: um osso em forma de barco que se articula proximalmente com o rádio. Tem um tubérculo escafoide proeminente; é o maior osso na fileira proximal. 2. Semilunar: um osso em forma de meia-lua entre os ossos escafoide e piramidal. Articula-se proximalmente com o rádio e é mais largo na parte anterior do que na posterior 3. Piramidal: um osso em forma de pirâmide na face medial do carpo. Articula-se proximalmente com o disco articular da articulação radiulnar distal. 4. Pisiforme: um pequeno osso, em forma de ervilha, situado na face palmar do osso piramidal. Da região lateral para a medial, os quatro ossos carpais da fileira distal são: 1. Trapézio: um osso com quatro faces situado na região lateral do carpo. Articula-se com os ossos metacarpais I e II, escafoide e trapezoide. 2. Trapezoide: um osso cuneiforme, semelhante ao osso trapézio. Articula-se com os ossos metacarpal II, trapézio, capitato e escafoide. 3. Capitato: tem formato de cabeça e uma extremidade arredondada, é o maior osso carpal. Articula-se principalmente com o osso metacarpal III na parte distal e com os ossos trapezoide, escafoide, semilunar e hamato. 4. Hamato: um osso cuneiforme na região medial da mão. Articula-se com os ossos metacarpais IV e V, capitatoe piramidal. Tem um processo característico semelhante a um gancho, o hâmulo do osso hamato, que se estende anteriormente. As faces proximais da fileira distal dos ossos carpais articulam-se com a fileira proximal de ossos carpais, e suas faces distais articulam-se com os ossos metacarpais. O metacarpo forma o esqueleto da palma da mão entre o carpo e as falanges. É formado por cinco ossos metacarpais. Cada metacarpal tem base, corpo e cabeça. As bases dos metacarpais, proximais, articulam-se com os ossos carpais. As cabeças dos metacarpais, distais, articulam-se com as falanges proximais e formam as articulações metacarpofalângicas da mão. O osso metacarpal I (do polegar) é o mais largo e mais curto desses ossos. O osso metacarpal III é distinguido por um processo estiloide na face lateral de sua base. Cada dedo da mão tem três falanges, exceto o polegar, que tem apenas duas; entretanto, as falanges do primeiro dedo são mais volumosas do que as dos outros dedos. Cada falange tem uma base proximal, um corpo e uma cabeça distal. As falanges proximais são as maiores, as médias têm tamanho intermediário e as distais são as menores. Os corpos das falanges afilam-se na região distal. 10 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 As falanges terminais são achatadas e expandidas em suas extremidades distais, sob os leitos ungueais. 11 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Músculos Toracoapendiculares anteriores do ombro Quatro músculos toracoapendiculares anteriores (peitorais) movem o cíngulo do membro superior: peitoral maior, peitoral menor, subclávio e serrátil anterior. 12 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Músculos toracoapendiculares posteriores do ombro Os músculos toracoapendiculares posteriores (grupos superficial e intermédio dos músculos extrínsecos do dorso) fixam o esqueleto apendicular superior ao esqueleto axial (no tronco). Os músculos posteriores do ombro são divididos em três grupos: 1. Músculos toracoapendiculares posteriores superficiais (extrínsecos do ombro): trapézio e latíssimo do dorso 2. Músculos toracoapendiculares posteriores profundos (extrínsecos do ombro): levantador da escápula e romboides 3. Músculos escapuloumerais (intrínsecos do ombro): deltoide, redondo maior e os quatro músculos do manguito rotador (supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular). Músculos toracoapendiculares posteriores superficiais (extrínsecos do ombro) Os músculos toracoapendiculares superficiais são o trapézio e o latíssimo do dorso. O músculo trapézio propicia uma inserção direta do cíngulo do membro superior ao tronco. Esse grande músculo triangular recobre a face posterior do pescoço e a metade superior do tronco. O músculo trapézio fixa o cíngulo do membro superior ao crânio e à coluna vertebral e ajuda a sustentar o membro superior. As fibras do músculo trapézio são divididas em três partes, que têm ações diferentes na articulação escapulotorácica fisiológica existente entre a escápula e a parede torácica: • As fibras descendentes (superiores) elevam a escápula. • As fibras médias (transversas) retraem a escápula. • As fibras ascendentes (inferiores) deprimem a escápula e abaixam o ombro. O Músculo latíssimo do dorso é um grande músculo em forma de leque segue do tronco até o úmero, tem ação direta sobre a articulação do ombro e ação indireta sobre o cíngulo do membro superior (articulação escapulotorácica). O músculo latíssimo do dorso estende, retrai e roda o úmero medialmente. Junto com o músculo peitoral maior, o músculo latíssimo do dorso é um poderoso adutor do úmero, sendo importante na rotação da escápula para baixo em associação com esse. Também é útil para reconduzir o membro superior à posição normal após abdução superior ao ombro; portanto, o músculo 13 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 latíssimo do dorso é importante na escalada. Junto com o músculo peitoral maior, o músculo latíssimo do dorso eleva o tronco até o braço, o que ocorre ao realizar exercícios na barra. Esses movimentos também são usados ao cortar lenha, remar em uma canoa e nadar. Músculos toracoapendiculares posteriores profundos (extrínsecos do ombro) Os músculos toracoapendiculares posteriores profundos são o levantador da escápula e os romboides. Esses músculos permitem inserção direta do esqueleto apendicular ao esqueleto axial. Músculo levantador da escápula. O terço superior do músculo é longo e estreito, situa-se profundamente ao músculo esternocleidomastóideo já o terço inferior situa-se profundamente ao músculo trapézio. O músculo levantador da escápula atua com a parte descendente do músculo trapézio para elevar ou fixar a escápula (resiste às forças que a deprimiriam, como ao carregar um peso) Os músculos romboides (maior e menor), que nem sempre estão bem separados um do outro, têm aspecto romboide – isto é, formam um paralelogramo equilátero oblíquo. Os músculos romboides retraem e giram a escápula, deprimindo sua cavidade glenoidal. Também ajudam o músculo serrátil anterior a manter a escápula contra a parede torácica e a fixar a escápula durante movimentos do membro superior. Os músculos romboides são usados ao forçar o abaixamento dos membros superiores elevados. 14 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 15 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Músculos escapuloumerais (intrínsecos do ombro) Os seis músculos escapuloumerais (deltoide, redondo maior, supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor) são relativamente curtos e vão da escápula até o úmero, atuando sobre a articulação do ombro. 16 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 17 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 18 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Axila A axila é uma região em forma de pirâmide que contém importantes estruturas neurovasculares que passam pela região do ombro. Esses elementos neurovasculares estão incluídos numa “luva fascial” denominada fáscia da axila (bainha axilar), a qual é uma continuação direta da fáscia pré-vertebral do pescoço. A axila é uma passagem do pescoço ao ombro e tem os seguintes limites: • Base (assoalho): fáscia axilar e pele da base da axila. • Ápice (entrada): passagem para estruturas que entram ou saem do ombro e braço; delimitado pela primeira costela, clavícula e parte superior da escápula. • Parede anterior: músculo peitoral maior, peitoral menor e fáscia clavipeitoral. • Parede posterior: músculo subescapular, redondo maior, latíssimo do dorso e cabeça longa do músculo tríceps braquial. • Parede medial: parte superior da face lateral da caixa torácica, incluindo espaços intercostais relacionados e músculo serrátil anterior. • Parede lateral: úmero (sulco intertubercular). Estruturas importantes da axila incluem: • Artéria axilar: dividida em três partes para propósitos descritivos. • Veia(s) axilar(es): geralmente várias veiasparalelas à artéria axilar. • Linfonodos axilares: cinco grandes coleções de linfonodos embutidos em considerável gordura. • Plexo braquial: ramos ventrais de C5-T1. • Músculo coracobraquial e bíceps: porções proximais desses músculos. • Cauda axilar (de Spence): uma extensão do quadrante superior lateral da mama feminina (Cap. 3). As fáscias axilares incluem: • Fáscia peitoral: envolve o músculo peitoral maior; fixa-se ao esterno e à clavícula. • Fáscia clavipeitoral: envolve os músculos subclávio e peitoral menor. • Fáscia axilar: forma a base da axila. • Bainha axilar: envolve as estruturas neurovasculares; derivada da fáscia pré-vertebral do pescoço. 19 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Braço O braço é dividido em compartimento anterior (flexor) e compartimento posterior (extensor) por um septo intermuscular, o qual é fixado medial e lateralmente à fáscia profunda dos músculos circundantes (envolvendo-os). Músculos do Compartimento Anterior do Braço Músculos do compartimento anterior exibem as seguintes características: • São primariamente flexores do antebraço no cotovelo. • São secundariamente flexores do braço no ombro (bíceps e coracobraquial). • Podem supinar o antebraço fletido (somente o bíceps). • São inervados pelo nervo musculocutâneo. • São supridos pela artéria braquial e suas ramificações musculares. 20 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Músculos do Compartimento Posterior do Braço Músculos do compartimento posterior exibem as seguintes características: • São primariamente extensores do antebraço no cotovelo. • São supridos com sangue a partir da artéria braquial profunda e suas ramificações musculares. • São inervados pelo nervo radial. 21 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Antebraço Músculos do Compartimento Anterior do Antebraço Os músculos do compartimento anterior do antebraço estão dispostos em duas camadas, com os músculos da camada superficial em grande parte vindo do epicôndilo medial do úmero, embora vários músculos também surjam da ulna e/ou raio ou membrana interósseo. O grupo profundo dos músculos anteriores do antebraço originam-se da ulna, do rádio e/ou da membrana interóssea que conecta esses dois ossos do antebraço. Esses músculos anteriores do antebraço exibem as seguintes características gerais: • São primariamente flexores da mão no punho e/ou flexores dos dedos. • Dois são pronadores da mão. • Secundariamente, muitos podem abduzir e aduzir o punho. • Os ventres musculares residem no antebraço, mas os tendões estendem-se ao punho ou à mão (exceto os músculos pronadores). • São supridos pelas artérias ulnar e radial. • Todos, exceto dois, são inervados pelo nervo mediano (flexor ulnar do carpo e metade medial do flexor profundo dos dedos são inervados pelo nervo ulnar). 22 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 23 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Músculos do Compartimento Posterior do Antebraço Os músculos do compartimento posterior do antebraço também estão dispostos em camadas superficial e profunda, com a maior parte da camada superficial dos músculos originando-se do epicôndilo lateral do úmero. Os músculos mais profundos do compartimento posterior do antebraço originam-se do rádio, da ulna e/ou da membrana interóssea, que conecta esses dois ossos do antebraço. Os músculos do compartimento posterior do antebraço exibem as seguintes características gerais: • São primariamente extensores da mão no punho e/ou extensores dos dedos; muitos podem aduzir ou abduzir o polegar. • Um é supinador. • Secundariamente, muitos podem abduzir e aduzir o punho. • Ventres musculares residem amplamente no antebraço, mas os tendões estendem-se ao punho ou no dorso da mão. • São supridos pelas artérias radial e ulnar (ramos interósseo posterior da artéria interóssea comum, ramificação da artéria ulnar). • Todos são inervados pelo nervo radial. 24 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 25 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Músculos Intrínsecos da Mão Os músculos intrínsecos da mão têm origem e inserção na mão e executam movimentos finos e precisos, enquanto os músculos do antebraço e seus tendões que passam pela mão são mais importantes para movimentos potentes das mãos, como preensão de objetos. A palma é coberta por uma espessa camada de pele, que contém numerosas glândulas sudoríferas e uma forte aponeurose palmar fibrosa. Os músculos intrínsecos da mão na região palmar são divididos em eminência tênar (polegar), eminência hipotênar (dedo mínimo, quinto dedo), interósseos e músculos lumbricais. A eminência tênar é criada pelos seguintes músculos (todos inervados pelo nervo mediano): • Flexor curto do polegar • Abdutor curto do polegar • Oponente do polegar. 26 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 27 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 28 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Articulações do membro superior O movimento do cíngulo do membro superior inclui as articulações esternoclavicular, acromioclavicular e do ombro (glenoumeral), que geralmente se movimentam ao mesmo tempo. Distúrbios funcionais em qualquer uma das articulações comprometem os movimentos do cíngulo do membro superior. A mobilidade da escápula é essencial para o movimento livre do membro superior. A clavícula forma um suporte que mantém a escápula, portanto, a articulação do ombro, afastada do tórax, para que possa se movimentar com liberdade. A clavícula determina o raio de rotação do ombro (metade do cíngulo do membro superior e articulação do ombro) na articulação EC. As articulações esternoclavicular e acromioclavicular da cintura escapular permitem significativa quantidade de movimentos do membro e, combinadas à articulação glenoumeral, esferoide rasa, possibilitam movimentos de extensão, flexão, abdução, adução, protração, retração e circundução. Essa flexibilidade e amplitude de movimento aumentam grandemente nossa habilidade de interagir com o ambiente. Os tendões dos quatro músculos que compõem o manguito rotador também auxiliam na estabilização dessa articulação “rasa” sem inibir a extensiva amplitude de movimentos no ombro. 29 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 A articulação glenoumeral é a mais móvel do corpo, mas também uma das articulações mais frequentemente lesionadas 30 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 31 UNIDEP- Camila Paese 2º Período01/04/2024 O complexo articular do cotovelo é composto pelas articulações umeroulnar e umerorradial para flexão e extensão, e a articulação radioulnar proximal para pronação e supinação. 32 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 A articulação do punho é a articulação sinovial radiocarpal entre o rádio e um disco articular que recobre a parte distal da ulna e as superfícies articulares dos ossos escafoide, semilunar e piramidal (articulações radiocarpal e radiocarpal distal), as quais permitem ampla faixa de movimentos. Embora as articulações carpais (intercárpicas e mediocárpicas) estejam no punho, elas promovem movimentos de deslizamento e significativa extensão e flexão do punho. Articulações carpometacarpais (CMC, carpos aos metacarpos), metacarpofalângicas (MCF), interfalângicas proximais (IFP) e interfalângicas distais (IFD) completam as articulações da mão. Observe que o polegar (o primeiro dedo) tem somente uma articulação interfalângica. 33 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 Túnel do Carpo e Compartimentos Extensores: O túnel do carpo é formado pelo alinhamento arqueado dos ossos do carpo e pelo espesso retináculo dos flexores (ligamento carpal transverso), que recobre o túnel em sua superfície anterior. As seguintes estruturas passam pelo túnel do carpo: • Quatro tendões dos flexores superficiais dos dedos • Quatro tendões do flexores profundos dos dedos • Um tendão do flexor longo do polegar • Nervo mediano. 34 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 01/04/2024 O tendão do flexor radial do carpo está fora do túnel do carpo, mas está envolto em sua própria fáscia em luva no retináculo lateral dos flexores. As bainhas sinoviais circundam os tendões musculares no túnel do carpo e permitem movimentos deslizantes à medida que os músculos se contraem e relaxam. O arco cárpico palmar e o retináculo dos flexores previnem o “arco-encordoamento” dos tendões ao atravessarem a face anterior do punho. Os tendões dos extensores e suas bainhas sinoviais inserem-se na mão passando na face medial, dorsal e lateral do punho abaixo do retináculo dos músculos extensores, o qual segrega os tendões em seis compartimentos. Esses tendões estão envoltos em bainhas sinoviais do carpo, que permitem que os tendões deslizem suavemente abaixo do retináculo extensor.