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Petição Inicial A peça que abre o processo é a petição inicial, que os autores denominam de libelo cível, libelo cível inaugural, peça vestibular, etc. Sua importância é absoluta, uma vez que apresentada a contestação, não poderá receber alterações ou aditamentos (acréscimos). Da feitura da petição inicial depende o êxito positivo da demanda. A redação desta peça deve ser realizada em linguagem clara e precisa. A petição inicial deve assentar-se sobre um silogismo. Silogismo: Todo ser humano é inteligente (premissa maior) Carlos é um ser humano (premissa menor) Logo, Carlos é inteligente (conclusão) → O fato – premissa menos → O direito – premissa maior → O pedido – conclusão Exemplo: João possui com animus dominus (mansa, pacífica e ininterruptamente) como sua uma área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados. {premissa menor}. O Código Civil no artigo 1240 reza que quem possui por tal maneira uma gleba tem direito de requerer o seu domínio {premissa maior}, logo, João pede que se lhe conceda usucapião da dita área {pedido}. → Essa disposição constitui a estrutura da petição inicial, que não pode ser alterada com citação de leis na parte expositiva. ▪ Observações Gerais: Quando a pessoa se sentir prejudicada em um direito de que se julgar possuidor, poderá interpor uma ação para a defesa de sua pretensão, conforme principio jurídico estabelece: A todo direito corresponde uma ação que o assegura. O que não pode é esta pessoa “fazer justiça com as próprias mãos” ou usar da força para atingir os objetivos, a não ser nos casos previstos em lei, como o da legítima defesa e o da defesa da posse. Art. 2º CPC – Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. Além da parte do interessado (jurisdição voluntária), pode também o Ministério Público provocar a atividade jurisdicional, quando tiver legitimação para ajuizar ação civil pública. → Petição Inicial deve ser acompanhada das provas. → A ação civil pública é própria do promotor. Para a defesa de uma pretensão, a parte, como se disse, poderá interpor uma ação. Só que não é ela pessoalmente que o fará. É o advogado a pessoa habilitada para ingressar em juízo. É ele o procurador legal, a pessoa a quem caberá privativamente redigir e subscrever a petição inicial, bem como outras peças ao longo do processo. Assim é que, depois de tomar conhecimento dos fatos narrados pelo cliente, o advogado deve proceder a uma análise minuciosa, para ver o tipo de ação a ser postulada. Um erro que seja pode levar ao indeferimento do pedido. Art.295 – CPC – A petição inicial será indeferida: I – Quando for inepta; (inepta = absurda, desconexa, obscura, carregada de erros) II – Quando a parte for manifestamente ilegítima; III – Quando o autor carecer de interesse processual; → Não tem interesse processual quem entra com ação de dívida ainda não vencida. A divida ainda não é exigível, o que torna carente de interesse processual o credor. IV – Quando o juiz verificar desde logo a decadência e a prescrição; → Decadência – morte do direito / Prescrição – morte da ação V – Quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação: caso em que só não é indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal; → As ações com valor inferior a 60 vezes (Art. 275 CPC) o maior salário mínimo vigente no país devem seguir o rito sumário; se o autor propõe ação desse valor pelo rito ordinário, sua petição inicial será indeferida, por não corresponder o rito à natureza da causa. Quando o rito escolhido for o sumário enquanto deveria ser o ordinário, o juiz deferirá a inicial, e despachará no sentido de que o réu se defenda no prazo de 15 dias. VI – Quando não atendida as prescrições do artigo 39, parágrafo único, primeira parte e 284 do CPC;. Considera-se inepta a petição inicial quando: (parágrafo único do 295 CPC) I – Lhe faltar pedido ou causa de pedir; → Observação: Não existindo o pedido, o que concederá o juiz? II – Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; → 1º Narrar os Fatos / 2º Enquadrar os fatos na Lei / 3º Fazer o Pedido. III – O pedido for juridicamente impossível; → Exemplo: pedido de cobrança de dívida de jogo do bicho. IV – Contiver pedidos incompatíveis entre si; → Exemplo: O autor x pede de Y o pagamento de duas dívidas de origem diferentes, sendo certo que poderia entrar com ação diversa para cada uma delas. A falta de deferimento pode ser motivada por problemas de conteúdo e forma. Estas considerações mostram que o advogado, além de conhecer a lei, tem que dominar as técnicas de redação e, portanto, dominar o padrão culto da língua. ▪ Elementos Constitutivos da Inicial: Art. 282 – CPC – A petição inicial indicará: I – O juiz ou tribunal a que é dirigida; II – Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; III – O fato e fundamentos jurídicos do pedido; IV – O pedido, com as suas especificações; V – O valor da causa; VI – As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos; VII – O requerimento para a citação do réu. Art. 283 – CPC – A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. ▪ Observações: 1. Como no requerimento, não se coloca no cabeçalho da petição inicial, o nome, mas o cargo do juiz. 2. A qualificação do autor e do réu há de ser completa. Se a qualificação do réu não for possível, pela falta de dados, a petição deve conter elementos suficientes que possam localizá-lo e identificá-lo como sujeito passivo da relação processual. Art. 258 – CPC – A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato. 3. Os artigos 332 e 443 do CPC tratam das provas. Art. 332 – CPC – Todos os meios legais, bem como moralmente legítimos, ainda que não especificados nesse Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. Se de um lado o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito, conforme o artigo 333 - CPC, de outro lado, o inciso do mesmo artigo estabelece que compete ao réu, quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 4. O chamamento do réu ou interessado, a fim de defender-se, é o que se entende por citação, obrigatória para completar a relação processual constituída de autor, juiz, réu/interessado, a citação é vinculada ao princípio do contraditório, segundo o qual toda pessoa tem o direito de defender-se. É o que vem expresso no artigo 5º, Inciso LV, da Constituição Federal: “aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Contestação Contestação é o instrumento de defesa no qual o réu expõe as razões de fato e de direito com que impugna (refuta/contesta) o pedido do autor e especifica as provas que pretende produzir (CPC – Art. 300), em atenção ao “princípio do contraditório”. ▪ Prazo para Contestar: → A partir da data de sua citação, o réu terá 15 dias para contestar a ação ou, em outras palavras, defender-se das imputações que lhe foram feitas pelo autor na petição inicial. → A partir de que momento inicia-se a contagem do prazo para o oferecimento da contestação? a) A partir do momento da juntada aos autos em cartório, do mandado de citação devidamente cumprido (assinado pelo réu ou pela pessoa com poderes para receber a citação – Art. 241 CPC); b) A partir da data da certificação nos autos, quando a citação é feita por escrivão em cartório; c) A partir da juntada aos autos, do mandado de citação devidamente cumprido, quando a citação é feita por meio da carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória (Art. 241, Inciso IV – CPC); d) A partir da juntada aos autos, do aviso de recebimento (AR), quando a citação for feita por correio (Art. 241, Inciso I – CPC) e) A partir da juntada aos autos, do ultimo mandado devidamente cumprido, quando houver vários réus (Art. 241, Inciso I – CPC) f) A partir do término da dilação (prazo) determinada pelo juiz, quando a citação for por edital na imprensa (Art. 241, Inciso V – CPC) → Exemplo: o juiz dá 20 dias; após o término desse prazo é que deverá ser iniciada a contagem do prazo de 15 dias para a contestação. ▪ Observações: → Carta Rogatória: o juiz pede à Justiça de outro país a realização de atos judicionais que haverem de se praticar em território estrangeiro. → Carta Precatória: é o ato pelo qual o juiz se dirige ao titular de outra jurisdição que não a sua, de categoria superior ou inferior à de que ele se reveste, para solicitar-se seja feita determinada diligência (entre elas a citação). → Carta de Ordem: aquela pela qual um juiz determina a outro, de categoria inferior, a realização de uma diligência. ▪ Requisitos da Contestação: Indicação do juiz a que se dirige; b) Nome, qualificação e endereço do autor e do réu; c) A apresentação de preliminares (art. 301 – CPC), se alguma delas houver; d) A discussão do mérito (exposição das razões de fato e de direito com que o réu impugna o pedido do autor); e) A especificação das provas que pretende produzir; → Exemplo: se devem ser ouvidas as testemunhas, se deve ser realizada a perícia, etc. f) O pedido de improcedência da ação e de pagamento das custas judiciais e honorários do réu; g) O pedido de produção de provas que alegar e especificar.
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