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2 SUMÁRIO 1. Observações Gerais .............................................................................................................. 3 2. Procedimento Comum ........................................................................................................... 6 3. Petição Inicial do procedimento comum ............................................................................... 7 4. Da Emenda à Petição Inicial................................................................................................46 5. Contestação ........................................................................................................................ 49 6. Reconvenção ....................................................................................................................... 91 7. Réplica ........................................................................................................................... 11010 8. Impedimento e suspeição ................................................................................................. 117 9. Razões Finais Escritas ...................................................................................................... 128 10. Teoria Geral dos Recursos ............................................................................................... 132 11. Recursos Cabíveis no CPC/15 .......................................................................................... 160 12. Recurso Adesivo ............................................................................................................... 161 13. Apelação ............................................................................................................................ 168 14. Contrarrazões....................................................................................................................205 15. Estrutura de Recurso Inominado.......................................................................................210 16. Agravo de Instrumento ...................................................................................................... 215 17. Agravo Interno ................................................................................................................... 253 18. Embargos de Declaração – AULA COMPLEMENTAR EAD ............................................ 265 19. Recurso Ordinário – AULA COMPLEMENTAR EAD ........................................................ 283 20. Recurso Especial ............................................................................................................... 294 21. Recurso Extraordinário –AULA COMPLEMENTAR .......................................................... 321 22. Agravo em Recurso Especial e Extraordinário - AULA COMPLEMENTAR ..................... 335 23. Embargos de Divergência - AULA COMPLEMENTAR ..................................................... 343 24. Reperscussão geral e suspensão de todos os processos pendentes .............................. 354 25. Reclamação ....................................................................................................................... 366 26. Incidente de assunção de competência/IAC ..................................................................... 370 27. Procedimentos especiais - introdução .............................................................................. 372 28. Ação de consignação em pagamento ............................................................................... 374 29. Ação monitória ................................................................................................................... 396 30. Dissolução parcial da sociedade ....................................................................................... 420 31. Embargos de terceiro ........................................................................................................ 433 32. Ações possessórias...........................................................................................................453 33. Homologação do penhor legal .......................................................................................... 483 34. Regulação de avaria grossa .............................................................................................. 491 35. Divisão e demarcação de terras particulares .................................................................... 498 36. Restauração de autos ....................................................................................................... 516 37. Ação de exigir contas ........................................................................................................ 523 38. Oposição ........................................................................................................................... 534 39. Habilitação ......................................................................................................................... 540 40. Estrutura de Embargos à Execução................................................................................. 545 3 1. OBSERVAÇÕES GERAIS ➢ 1ª parte: Redação de peça profissional, valendo 5,00 (cinco) pontos, acerca de tema da área jurídica de opção do examinando e do seu correspondente direito processual. A peça será desenvolvida em, no máximo, cinco páginas sinalizadas, sendo o total de 150 linhas. ➢ O caderno de textos definitivos da prova prático-profissional NÃO PODERÁ SER ASSINADO, RUBRICADO E/OU CONTER QUALQUER PALAVRA E/OU MARCA que o identifique em outro local que não o apropriado (capa do caderno), sob pena de ser anulado. Assim, a detecção de qualquer marca identificadora no espaço destinado à transcrição dos textos definitivos acarretará a anulação da prova prático-profissional e a eliminação do examinando. 01 4 ➢ Para a redação da peça profissional, o examinando deverá formular texto com a extensão máxima definida na capa do caderno de textos definitivos; para a redação das respostas às questões discursivas, a extensão máxima do texto será de 30 (trinta) linhas para cada questão. Será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado ou que ultrapassar a extensão máxima permitida. ➢ Quando da realização das provas prático-profissionais, caso a peça profissional e/ou as respostas das questões discursivas exijam assinatura, o examinando deverá utilizar apenas a palavra “ADVOGADO...”. Ao texto que contenha outra assinatura, será atribuída NOTA ZERO, por se tratar de identificação do examinando em local indevido. 5 ➢ O texto da peça profissional e as respostas às questões discursivas serão avaliados quanto à adequação ao problema apresentado, ao domínio do raciocínio jurídico, à fundamentação e sua consistência, à capacidade de interpretação e exposição e à técnica profissional demonstrada, sendo que a mera transcrição de dispositivos legais, desprovida do raciocínio jurídico, NÃO ENSEJARÁ PONTUAÇÃO. Ou seja, você deve explicar a sua resposta, jamais meramente transcrever o artigo, súmula ou OJ. 6 2. DO PROCEDIMENTO COMUM No Novo Código de Processo Civil de 2015 não há mais a divisão em procedimento comum ordinário ou sumário. Tem-se o procedimento comum não mais dividido. Sobre a aplicação do procedimento comum, é de se observar a previsão do artigo 1.049 do CPC: 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-lo, será observado o procedimento comum previsto neste Código. (BRASIL, 2015) Ainda, conforme o parágrafo único do artigo 1.049 do CPC, temos a previsão quando a lei remeter ao procedimento sumário: Parágrafo único. Na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o procedimentocomum previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se houver. (BRASIL, 2015) NÃO ESQUECER: Não existe mais o processo cautelar. As cautelares estão reunidas dentro da tutela provisória de urgência, junto com as tutelas antecipadas. Temos ainda, os procedimentos especiais, que estão previstos no CPC nos artigos 539 a 770 do CPC, bem como processo de execução de título executivo extrajudicial, fase de cumprimento de sentença, processos no âmbito dos Juizados Especiais, enfim. 02 7 3. DA PETIÇÃO INICIAL DO PROCEDIMENTO COMUM 3.1 Importância da petição inicial Segundo o princípio da inércia da jurisdição previsto no artigo 2º do CPC, o Poder Judiciário somente pode agir se for provocado, de forma que a demanda é o meio pelo qual o autor impulsiona a jurisdição, sendo veiculada por meio da petição inicial. (MEDINA, 2016) Nesse sentido, Chacon (2020, p. 11) ensina: O processo não se inicia se o poder jurisdicional não é provocado. É preciso, portanto, tirar o juiz da inércia que lhe é inerente. Isso se faz por meio de um completo requerimento, qual seja a petição inicial, que fixará os fatos, os fundamentos jurídicos, os pedidos e a causa de pedir, utilizados pelo ente jurisdicional para o julgamento da lei então instaurada, nos moldes e limites da legislação. A demanda é proposta através da Inicial, sendo que a ação é considerada proposta quando a petição inicial for protocolada, consoante previsão do 312 do CPC: Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. (BRASIL, 2015) Nesse sentido destacam Tartuce e Dellore (2016, p. 77): Assim, o processo começará por iniciativa da parte interessada (autora), por meio de um ato processual que recebe a denominação de petição inicial (...). Além de instaurar o processo, a petição inicial identifica a demanda por trazer os elementos identificadores da ação (partes, causa de pedir e pedido, cf. CPC/2015, art. 337, §2º). Tais elementos são relevantes para identificar quando uma ação é igual à outra e caracterizar situações de indevida repetição de demandas (por litispendência, coisa julgada e, eventualmente, perempção). Segundo Viana (2018, p. 16), a petição inicial delimita o âmbito de defesa e os limites do qual o órgão jurisdicional atuará, conforme o princípio da congruência. A peça então chamada petição inicial delimita os limites do processo, tanto os objetivos quanto os subjetivos, sendo predefinidos o autor (QUEM PEDE), em face de quem o pedido é formulado (RÉU), o que se pede (pedido) e a causa de pedir. (MONTENEGRO FILHO, 2015) 03 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 8 3.2 Dica para identificar se é petição inicial Se justamente A PEÇA DEVE DESENCADEAR O PROCESSO. Não há processo ainda. A FGV narra uma situação de fato no problema sem que tenha processo ainda. Apenas cuidar com algumas ações (ex: embargos de terceiro, oposição, embargos à execução, por exemplo) que já existe uma ação em curso. 3.3 Dos requisitos da petição inicial Considera-se proposta a demanda a partir do protocolo da petição inicial, dando, assim, início ao processo. Os elementos presentes no art. 319 do CPC/15 devem constar na petição inicial para desencadear o processo. A petição inicial estabelece o limite de conhecimento do magistrado, determinando os efeitos da coisa julgada. A petição inicial é apresentada por escrito, seja processo físico ou eletrônico e deve ser redigida na língua portuguesa (ATENÇÃO: Juizado Especial Cível tem como um dos critérios orientadores o princípio da oralidade). Mesmo nas hipóteses em que é permitida a apresentação da petição inicial de forma oral, deverá ser reduzida a termo, datada e assinada. No CPC/15, a petição inicial deve preencher os requisitos estabelecidos no artigo 319. São requisitos da Inicial, conforme o art. 319: Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 9 VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. (BRASIL, 2015) Os requisitos do artigo 319 do CPC/15 devem ser cumpridos pelo Autor na petição inicial do processo de conhecimento que tramita pelo procedimento comum, não se tratando de uma faculdade, mas, sim, de uma obrigação. Além disso, o artigo 319 do CPC traz uma regra geral, de forma que se aplica às petições iniciais dos demais processos e procedimentos, com algumas diferenças a serem observadas se houver, no caso, previsão específica. Como exemplo: na ação de consignação em pagamento que é um procedimento especial, na petição inicial o autor deve requerer o depósito da quantia ou da coisa devida, conforme o artigo 542, I do CPC. (TARTUCE; DELLORE, 2016) E, qual a consequência de não serem observados pelo autor os requisitos dos artigos 319 e 320 do CPC? Aplica-se o artigo 321 do CPC que determina a emenda da petição inicial. Ou seja, o autor é intimado para emendar a petição inicial no prazo de 15 dias, e se não cumprir tal diligência a petição inicial será indeferida e o processo extinto sem resolução de mérito, tal qual preceitua o parágrafo único do artigo 321 do CPC. Ainda, é de se mencionar que além dos requisitos do art. 319 do CPC/15, a petição inicial deve ser elaborada de forma clara e técnica, com raciocínio lógico, ou seja, ter INÍCIO, MEIO e FIM. (TARTUCE; DELLORE, 2016) Passa-se, então, a análise dos requisitos do artigo 319 do CPC. 3.3.1 Quanto ao juízo que é dirigida a petição inicial (ENDEREÇAMENTO) O inciso I do artigo 319 do CPC estabelece o endereçamento da Petição Inicial. 10 O endereçamento deve ser feito observando as regras de competência para conhecer e processar a referida ação. O endereçamento é a indicação do juízo que receberá a inicial neste primeiro momento do processo. Não há a indicação pessoal do juiz e sim a indicação do juízo competente, mesmo sendo um único juiz na comarca. Lembre-se que a petição inicial poderá ser direcionada ao juízo de primeiro grau ou a ação poderá tramitar diretamente nos tribunais, NESTE ÚLTIMO CASO QUANDO SE TRATAR DE AÇÕES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS. O endereçamento deverá ser feito no cabeçalho da petição inicial. É a primeira coisa que a FGV começa a pontuar. Para fazer o endereçamento correto na petição inicial, considerando que não há demanda anteriormente proposta, devem ser analisadas as regras de competência estabelecidas na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e no próprio Código de Processo Civil. E se a ação for proposta perante o juízo incompetente? Ou seja, se o juiz for absoluta ou relativamente incompetente → neste caso, hoje com o Novo CPC, ambas, tanto a incompetênciaabsoluta quanto a relativa, são alegadas em preliminares de contestação e acarretam como consequência o encaminhamento dos autos ao juízo competente (VIANA, 2018): Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. (BRASIL, 2015) Então, sobre as consequências de se propor a ação no juízo que não é competente, Viana (2018, p. 118) esclarece: Se a inicial for distribuída para juízo absolutamente incompetente: o magistrado, de ofício, deverá remeter a ação ao juízo competente. Se assim não 11 o fizer, o réu poderá alegar a incompetência absoluta em preliminar de contestação; Se a inicial for distribuída a juízo relativamente incompetente: o magistrado deverá aguardar que o réu alegue a incompetência relativa em preliminar de contestação. Se o réu assim não fizer → o juiz tornar-se-á competente. • EXEMPLOS DE ENDEREÇAMENTO (passo inicial da construção da peça processual): Douto Juízo da ...Vara Cível da Comarca de Santa Cruz do Sul do Estado do Rio Grande do Sul OU Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...Vara Cível da Comarca de Santa Cruz do Sul do Estado do Rio Grande do Sul No exemplo acima, não se sabe onde a ação vai tramitar. Ou seja, onde há mais de um juízo competente, em que a petição inicial vai ser distribuída não é possível prever qual será a vara em que ação vai tramitar. Portanto, deve-se fazer o endereçamento de forma genérica, colocando os ... antes da Vara ou os XXX. Então deve-se fazer de forma genérica. Podendo ainda ser utilizado uma das varas cíveis, conforme exemplo: Douto juízo de uma das Varas Cíveis da Comarca de Santa Cruz do Sul OU Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito de uma das Varas Cíveis da Comarca de Santa Cruz do Sul do Rio Grande do Sul É de destacar que para o correto endereçamento da petição inicial devem ser observadas as regras de competência. Ou seja, o candidato deve analisar a 12 competência estabelecida na Constituição Federal, na Constituição Estadual, nas leis de organização judiciária, bem como no próprio CPC. Aguirre e Montans de Sá (2017, p. 18-19) citando Nelson Nery, referem que os critérios de competência são divididos em seis grupos, de forma que o roteiro proposto por Nelson Nery é o itinerário que deve ser observado para que se busque a competência para determinada causa. São, portanto, os seguintes critérios segundo os autores mencionados: 1) Competência internacional ou da jurisdição brasileira (a ser identificada no CPC); 2) Competência dos Tribunais (a ser identificada na Constituição); 3) Competência das justiças especializadas (a ser identificada na Constituição Federal); 4) Competência da justiça federal (a ser identificada na Constituição Federal); 5) Competência do foro (a ser identificada no CPC); 6) Competência de juízo (a ser identificada no CPC e organização judiciária); Assim, deve-se: ➢ Verificar se é caso de competência originária dos tribunais. Caso não for: ➢ Verificar se se trata de justiça comum ou especial; ➢ Se for justiça comum → Verificar se é justiça estadual ou federal; ➢ Verificar, ainda, qual a comarca ou subseção judiciária competente. ➢ Por fim, verificar dentro da comarca se há vara especializada. No caso, então, quando se diz que deve ser verificado se é situação de competência originária é justamente se o processo deve ser instaurado logo nos tribunais, ou seja, se a causa deve ser ajuizada diretamente nos tribunais ou não, como no caso do art. 108, I da CF, que estabelece a competência originária dos Tribunais Regionais Federais. A CF delimita ainda a competência, por exemplo do STF e STJ em competência originária. SE FOR COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DE ALGUM TRIBUNAL → O ENDEREÇAMENTO ESTÁ RESOLVIDO. 13 Se não for → verificado que não é situação de competência originária dos tribunais, verificar se se trata de justiça comum ou especializada. Então, em primeiro lugar: verificar se a ação deve ser proposta diretamente em um tribunal específico, em caso negativo, verificar se deve ser justiça comum ou especializada. ➢ JUSTIÇA COMPETENTE: se é justiça comum ou justiça especializada. A justiça especializada é dividida em justiça militar, eleitoral e do trabalho. A justiça comum pode ser estadual ou federal. Para verificar qual justiça competente, deve ser feita uma análise excludente: só será justiça comum se não for justiça especializada. E entre a justiça comum federal ou estadual, também será por exclusão: se não for competência da justiça federal, será da estadual. Para saber se se trata de justiça comum estadual ou federal, deve-se analisar o artigo 109, I da CF, no qual está estabelecida a competência da Justiça Federal. ➢ VERIFICAR QUAL O FORO COMPETENTE: onde deverá ser proposta a ação. Ou seja, onde deve ser proposta a ação? Neste caso, deve-se observar as regras de competência estabelecidas no CPC. → Assim, por exemplo, tem a competência definida nos Arts. 46 a 53 do CPC: Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 14 Sobre essas nomenclaturas ensinam Tartuce e Dellore (2016, p. 85): Como se vê, na Justiça Federal, a nomenclatura correta é juiz federal; o termo juiz de direito somente é utilizado na Justiça Estadual. Por sua vez, comarca é um termo típico da Justiça Estadual, ao passo que em relação à Justiça Federal é empregado o designativo subseção judiciária. ➢ OBSERVAR AINDA, O SIGNIFICADO DE ALGUMAS EXPRESSÕES: Portanto, de acordo com as regras da competência expostas, poderão ocorrer os seguintes endereçamentos. Cuidar com as expressões: (ROCHA; THAMAY; GARCIA JUNIOR, 2019, p. 23): FÓRUM →é o prédio físico onde está localizado ou instaurado o órgão jurisdicional → Logo não será utilizado no endereçamento da petição inicial. FORO → neste caso se refere onde a demanda deverá ser proposta. Isto é, representa o local onde deverá ser proposta a demanda → EXEMPLO: foro da comarca de Santa Cruz do Sul – RS. VARA OU JUÍZO → se refere à competência de quem vai julgar a demanda dentro do foro. Assim, indica a competência funcional em razão da matéria, pessoa ou hierarquia. Exemplo: vara de família. 15 Exemplos de endereçamentos conforme a competência. • CUIDAR SEMPRE O ENUNCIADO DA FGV PARA FAZER DE ACORDO COM AS REGRAS DE COMPETÊNCIA a) No caso da Justiça Estadual com uma única vara OU JUDICIAL: (o enunciado da peça processual deve informar expressamente que é vara única E USAR A EXPRESSÃO INFORMADA PELO ENUNCIADO) DOUTO JUÍZO DA VARA JUDICIAL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ OU DOUTO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. OU DOUTO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. OU EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. OU EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ.b) No caso da Justiça Estadual quando tiver mais de uma vara: (É A REGRA GERAL) DOUTO JUÍZO DA ...VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. OU DOUTO JUÍZO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 16 OU EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. OU EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. c) No caso de Comarca (Justiça Estadual) com vara especializada E O ENUNCIADO DA FGV DEIXOU CLARO A EXISTÊNCIA DESSA VARA ESPECIALIZADA: DOUTO JUÍZO DA ...VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. OU DOUTO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. OU EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. Ou EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. d) No caso de Comarca (Justiça Estadual) com foros regionais: (MUITO DIFÍCIL OCORRER – A FGV TERIA QUE DEIXAR BEM CLARO ESSA ESPECIFICIDADE) DOUTO JUÍZO DA ...VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SARANDI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Ou 17 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DO FORO REGIONAL DE SARANDI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. e) No caso do Juizado Especial Cível Estadual: DOUTO JUÍZO DO ... JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL. OU DOUTO JUÍZO DE UM DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL OU EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ... JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL f) No caso do Juizado Especial da Fazenda Pública: DOUTO JUÍZO DO ... JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL. OU DOUTO JUÍZO DE UM DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL g) No caso de Tribunal de Justiça: (não no caso de recursos e sim de petição inicial nos casos de competência originária) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 18 h) No caso de Tribunal Federal: (não no caso de recursos e sim de petição inicial nos casos de competência originária) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO. (Como exemplo, o estado do Rio Grande do Sul pertence à 4º região, contudo, caso a problemática da FGV não informe a região a que pertence o Estado, o examinando não deverá informar, a fim de evitar a identificação de peça). i) No caso do STJ: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. j) No caso do STF: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Após o endereçamento, dá-se um espaço e inicia-se a qualificação das partes, conforme previsão do inciso II do artigo 319 do CPC. 3.3.2 Quanto à qualificação das partes Neste caso, indica-se o polo ativo (quem pede) e o polo passivo (em face de quem se pede). Ou seja, quem possui a legitimidade para ingressar com a ação e quem deve responder, cumprindo, assim, um dos requisitos do artigo 17 do CPC, que impõe a legitimidade da parte para postular em juízo. Previsão do art. 319, II, do CPC: “os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”. O requisito do inciso II do artigo 319 do CPC refere-se à indicação das partes e sua qualificação, sendo novidade no CPC de 2015 o endereço eletrônico. Inclusão também no que se refere à existência da União Estável, 19 bem como o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). ATENÇÃO: Observar que no caso do Exame de Ordem aplicado pela FGV, não poderão ser inventados quaisquer dados. Devem ser indicados na peça somente aqueles fornecidos pelo problema, sob pena de se considerar como identificação da peça. Os dados não indicados devem ser redigidos de forma genérica ATRAVÉS DOS ... OU XXX, conforme previsão do edital. • Exemplo de qualificação das partes: NOME DO FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil...(verificar no problema se há menção sobre união estável), profissão..., portador da Cédula de Identidade..., do CPF..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu advogado constituído (procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., número.., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar, pelo procedimento comum (com fundamento no artigo...), a presente (....) ➢ OBSERVAR AINDA QUANTO À DIFICULDADE DO AUTOR EM QUALIFICAR O RÉU Os parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 319 do CPC se relacionam ao inciso II do mesmo artigo, justamente quando houver dificuldade de o autor ter todos os dados de qualificação do réu. Nesse sentido, de acordo com o art. 319, §1º, do CPC, se o autor não dispuser das informações quanto à qualificação do réu constantes no inciso II do art. 319, poderá requerer ao juiz diligências necessárias a fim de obter as informações exigidas pela lei. 20 Por sua vez, o §2º refere que não deverá ocorrer o indeferimento da Petição Inicial, se mesmo faltando informações exigidas pelo inciso II do art. 319, for possível realizar a citação do Réu. Ainda, o § 3o estabelece que a petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II do art. 319 se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. ➢ OBSERVAR TAMBÉM A CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS CASADAS E EM UNIÃO ESTÁVEL Conforme o artigo 73, caput do CPC, dependendo da ação (ajuizar ação que verse sobre direito real imobiliário) e do regime, as pessoas casadas precisam do consentimento do outro cônjuge, o que se denomina outorga uxória ou marital → art. 73 e 74 do CPC: Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. § 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. § 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. (BRASIL, 2015) Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não supridopelo juiz, invalida o processo. (BRASIL, 2015) ➢ OBSERVAR TAMBÉM A REPRESETAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS E DOS ENTES DESPERSONALIZADOS: Art. 75 do CPC: serão representados em juízo, ativa e passivamente: Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 21 II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; III - o Município, por seu prefeito ou procurador; IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; V - a massa falida, pelo administrador judicial; VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; VII - o espólio, pelo inventariante; VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. (BRASIL, 2015) Exemplo de qualificação das partes quando se tratar de pessoa jurídica: EMPRESA TAL, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídicas (ou pode colocar CNPJ)..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., representada nos termos do inciso VIII do artigo 75 do Código de Processo Civil por seu Diretor (ver conforme enunciado)..., (poderá qualificar o diretor) conforme Contrato Social (se for sociedade limitada, porque se for sociedade anônima será estatuto) em anexo (somente colocar os dados fornecidos pela FGV), por intermédio de seu advogado constituído (procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., número.., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar, pelo procedimento comum (ou com fundamento nos artigos...), a presente (...) ➢ OBSERVAR TAMBÉM A CAPACIDADE POSTULATÓRIA: É a capacidade para pleitear algo em juízo. No Brasil, os advogados, Defensoria Pública e o Ministério Público têm capacidade postulatória. A atuação do advogado no processo depende de procuração, que será DISPENSADA para evitar preclusão, decadência, prescrição e, ainda, para praticar ato considerado urgente, na forma do art. 104 do CPC. 22 Esses casos admitem a juntada ulterior do mandato (prazo de 15 dias prorrogáveis por até 15 por despacho do juiz), na forma do art. 104, §1º, do CPC. Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. § 1º Nas hipóteses previstas no caput , o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. § 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. (BRASIL, 2015) 3.3.3 Dos fatos e fundamentos jurídicos Os fatos e fundamentos jurídicos constituem a causa de pedir e a razão pela qual se está postulando algo no poder judiciário. A causa de pedir, junto com as partes e pedidos constitui os elementos que identificam a ação. Sobre tais requisitos ensinam Tartuce e Dellore (2016, p. 97): A razão pela qual se quer algo em juízo constitui a causa de pedir (causa petendi). Com as partes (inciso II) e o pedido (inciso IV), a causa de pedir é um dos elementos identificadores da ação (ou da demanda). O CPC indica que na causa de pedir incluem-se os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido formulado pelo autor (explicitando por que ele pede em juízo certa providencia). Nos fatos, o examinando deverá fazer a narração correspondendo aos fatos ocorridos que levam ao ajuizamento da demanda. É necessário descrever os fatos pertinentes e relevantes que constituem a relação jurídica. ATENÇÃO: para fins de avaliação da FGV, os fatos devem corresponder exatamente ao narrado no enunciado, não podendo o examinando inventar quaisquer dados, sob pena de identificação de peça. DICA: procure apresentar os fatos de forma lógica: com início, meio e fim, de forma clara e concisa. Não se estenda muito neste tópico sob pena de faltar espaço para redação dos fundamentos jurídicos e pedidos, que costumam ter maior pontuação envolvida. Os autores JOÃO AGUIRRE E RENATO MONTANS DE SÁ apresentam na sua obra PRÁTICA CIVIL 7. Ed. Saraiva: São Paulo, 2017, p. 31, o seguinte esquema para uma boa apresentação dos fatos na petição inicial, consoante segue em 3 passos: 23 1º Descrever a relação jurídica: descrever a relação fática jurídica mantida entre as partes, da qual derivou o conflito. Assim, aqui deve ser descrita a situação de fato ou de direito que antecedeu o conflito ou com ele foi concomitante. Os autores citam exemplos: a) O fato de autor e réu estarem trafegando de automóvel na mesma via; b) O casamento entre o autor e a Ré; c) O contrato de compra e venda de determinado produto celebrado entre as partes; d) A doação feita pelo autor ao Réu; e) O fato de o Réu ter se obrigado a pintar um quadro; 2º Descrever o Fato Gerador: ou seja, o motivo principal que deu origem ao conflito. Aqui deve ser descrito o fato em si que deu origem à pretensão ou ao direito potestativo do autor. Exemplificam os doutrinadores acima: a) O fato de o réu ter, imprudentemente, abalroado a traseira do automóvel do autor; b) O fato de ter se tornado insuportável a continuidade da vida em comum; c) O fato de o produtor vendido conter um vício; d) O fato de o autor ter incorrido em erro escusável no momento da doação; e) O fato de o réu não ter entregue o quadro na data aprazada; 3º Descrever a conclusão: isto é, a consequência lógica e jurídica da união entre a relação e fato gerador, o que levará aos objetivos que o autor pretende com a ação. Aqui deve ser descrito o que se pretende com a ação. Exemplificam Aguirre e Sá da Seguinte forma: a) O autor deve ser indenizado pelo réu; b) A separação do casal; c) O réu deve trocar o produto viciado; d) O negócio jurídico deve ser anulado; e) O réu deve pintar o quadro, conforme pactuado; 24 NOS ARGUMENTOS JURÍDICOS, o examinando deverá fazer a fundamentação que ensejou o pedido da ação, demonstrar os dispositivos legais aplicáveis. OBSERVAÇÃO: na petição inicial esses requisitos são cumpridos da seguinte forma: I – DOS FATOS; II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS. A partir dos fatos usar a nomenclatura correta para as partes, de acordo com o tipo de peça: 25 3.3.4 Do pedido com as suas especificações No que tange ao pedido que deve constar na petição inicial, ensina Viana (2018) que o pedido é o que o autor quer com a prestação jurisdicional. O pedido deve ser certo e determinado. Ainda, Tartuce e Dellore (2016, p. 102) explicam: “(...) a causa de pedir é o ‘porquê’, a razão pela qual se vai a juízo, o pedido sinaliza o ‘para quê’ se busca o Poder Judiciário. (...) é o que o motiva a buscar a proteção judiciária”. Conforme o artigo 322 e 324 do CPC, o pedido deve ser certo e determinado. O pedido tem dois aspectos: o imediato e o mediato. O PEDIDO IMEDIATO indica a espécie de prestação jurisdicional pretendida pelo autor. EXEMPLO DE PEDIDO IMEDIATO: sentença declaratória, constitutiva, etc. Pode se apresentarda seguinte maneira, por exemplo: Requer a Vossa Excelência a total procedência da ação com a CONDENAÇÃO DO RÉU... Nesse sentido Viana (2018, p. 126) coloca: “O pedido imediato determina a providência jurisdicional a que se pretende alcançar em juízo (condenação, declaração, constituição ou extinção da relação jurídica). O PEDIDO MEDIATO, por sua vez, significa o bem da vida a ser atingido pela prestação jurisdicional. Ensina Viana (2018, p. 126): “O pedido mediato é o bem jurídico de direito material que se visa tutelar (pagamento, desocupação do imóvel, nulidade do contrato etc)”. EXEMPLO: divórcio. Consiste na providência que se quer do Poder Judiciário. Acaba por delimitando os limites da prestação jurisdicional, de forma que esta não poderá ser infra, ultra ou citra petita. Assim, o pedido deve ser formulado de FORMA PRECISA. 26 Ainda sobre o pedido imediato e mediato, se destaca o seguinte entendimento: Nesse momento da peça, dos pedidos, vale recordar que tipo de demanda está sendo proposta e exigida (pedido imediato), pois se (i) declaratória (...), (ii) mandamental (...), (iii) constitutivo (...), (iv) condenatório (...), (v) executivo lato sensu (...). Ainda, indicar o pedido mediato, consistente naquilo efetivamente pretendido pela parte por ocasião da petição inicial, como o valor específico da condenação, ou a entrega da coisa específica, do contrato de prestação de serviços, ou seja, os efeitos práticos pretendidos. (ROCHA; THAMAY; GARCIA JUNIOR, 2019, p. 56) Exemplo para identificar o pedido imediato e mediato: A total procedência do pedido com a declaração (pedido imediato) de inexistência do débito no valor de R$ 10.000,00 (pedido mediato) e a condenação (pedido imediato) do réu à devolução de R$ 500,00 indevidamente exigidos (pedido mediato). (ROCHA; THAMAY; GARCIA JUNIOR, 2019, p. 56) O artigo 322 do CPC/15 exige que o pedido deve ser certo, ou seja, deve constar expressamente na petição inicial o que se pretende do Judiciário. Deve ser expresso, explícito. Art. 322. O pedido deve ser certo. § 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. § 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. (BRASIL, 2015) Ainda, consoante o artigo 324 do CPC, o pedido deve ser determinado, de forma a se estabelecer os limites do que pretende o autor. (VIANA, 2018) Art. 324. O pedido deve ser determinado. (BRASIL, 2015) EXEMPLO: Requer a condenação do Réu ao pagamento de indenização por dano material no valor de R$ 5.000,00. NÃO se pode fazer genericamente: Requer a condenação do Réu ao pagamento da indenização por dano material. Sobre o pedido certo e determinado ensinam Tartuce e Dellore (2016, p. 104): A certeza do pedido diz respeito à providencia jurisdicional pleiteada, ao verbo: no pedido deve-se fazer menção a condenar, declarar ou 27 constituir. A determinação do pedido diz respeito ao complemento, ao bem da vida: ao pedir a condenação (certeza do pedido), deve-se indica de quanto se quer a condenação. ➢ OBSERVAR QUANTO AO PEDIDO GENÉRICO: Sobre o pedido genérico, ensinam Tartuce e Dellore (2016) que o pedido deve ser determinado e, com exceção, em certas hipóteses, o CPC permite a formulação do pedido genérico, conforme artigo 324, §1º do CPC. Previsão do §1º do art. 324 do CPC: Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. § 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. (BRASIL, 2015) Quanto aos incisos do artigo 324, Viana (2018, p. 127-128) ensina: I - Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados: essas ações universais, segundo o autor mencionado, são aquelas que apresentam um conjunto de bens materiais demandados, tratando- se de uma “universalidade de bens”, como o que ocorre no caso do espólio. Cita o autor que, numa ação de petição de herança, por exemplo, o pedido é genérico uma vez que se refere a todos os bens que couberem ao quinhão; (VIANA, 2018, p. 127) II - Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato: Viana (2018, p. 127) refere nesse inciso que pode ocorrer que os efeitos jurídicos do ato ou fato ilícito não foram efetivamente determinados e, em razão disso, o autor não conseguiu determinar o quanto devido. Como exemplo, cita que em algumas ações de indenização não é possível indicar no momento da propositura da ação, com precisão, as consequências que a vitima sofreu. Ex: não sabe se a vítima está incapacitada temporária ou definitivamente. (VIANA, 2018, p. 127-128) 28 III - Quando à determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu: Viana (2018, p. 128) refere que existem situações em que, dependendo do comportamento do Réu, a extensão do pedido feito pelo autor poderá variar, citando como exemplo, a ação de exigir contas. Isso porque, o saldo credor poderá variar de acordo com as contas apresentadas pelo Réu, sendo impossível ao Autor, precisar na inicial o montante do saldo. ➢ OBSERVAR QUE OS PEDIDOS PODEM SER ALTERNATIVOS, SUBSIDIÁRIOS OU CUMULATIVOS; a) Do pedido alternativo – art. 325 do CPC/15 O pedido alternativo pode ser requerido quando há mais de uma forma de cumprir a obrigação pleiteada. Ou seja, “quando o réu tem à sua disposição dois ou mais meios de cumprir a obrigação, oferecidos pelo autor. Os pedidos têm a mesma hierarquia, cabendo ao réu a escolha. (AGUIRRE; MONTANS DE SÁ, 2017, p. 33) ATENÇÃO: Não se trata de cumulação de pedidos, já que pedido pode ser adimplido por mais de um modo. Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. (BRASIL, 2015) O art. 325, parágrafo único, menciona que quando por lei ou contrato, a escolha pelo modo de adimplemento da obrigação couber ao devedor, mesmo que o autor não tenha formulado pedido alternativo, o juiz assegurará o direito do devedor de cumprir a prestação de um ou outro modo. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. (BRASIL, 2015) 29 Em razão do pedido ser alternativo, se a escolha for do credor, este deverá fazer o pedido na petição inicial, porém, se a escolher competir ao devedor, este fará na contestação. (VIANA, 2018) Exemplo de pedido alternativo: Requer a condenação do Réu para que cumpra a obrigação de ...ou a obrigação de... b) Cumulação de pedidos A cumulação poderá ser própria ou imprópria. De acordo com Lourenço (2017) verifica-se a cumulação própria quando o autor formula mais de um pedido, esperando que todos sejam atendidos. Ou seja, aqui o autor pede o acolhimento de ambos os pedidos. • Exemplo de pedido com cumulação própria: Requer a condenação do Requerido para que cumpra a obrigação a obrigação de PAGAR DANOS MATERIAIS no valor de R$... E DANOS MORAIS no valor de R$.... Ainda, há a possibilidade de pedido cumulativo sucessivo: ou seja, o segundo pedido apenas será analisado se o primeiro pedido for procedente. EXEMPLO: Pedir o reconhecimento da paternidade e alimentos. Somente fixará alimentos se reconhecer a paternidade. (TARTUCE; DELLORE, 2016) A cumulação imprópria traz como consequência que “há vários pedidos formulados ao mesmo tempo, porém,somente um deles será atendido, tendo o autor plena ciência disso”. (LOURENÇO, 2017, p. 251) Na cumulação subsidiária: tenho o pedido principal, mas se ele não for atendido, quero o pedido subsidiário. Portanto, se difere do pedido alternativo, pois no alternativo não há hierarquia. Há ainda a possibilidade de se formular um pedido principal e outro secundário, requerendo-se o acolhimento do pedido secundário se o principal não for acolhido. Ou seja, neste caso, conforme Viana (2018, p. 129): “caracteriza-se quando o autor formular um pedido principal e outro secundário, requerendo ao juiz da causa que conheça do pedido secundário, se não puder acolher o pedido principal”. 30 Na cumulação imprópria há a formulação de vários pedidos ao mesmo tempo de modo que apenas um deles seja atendido → cumulação subsidiária ou cumulação eventual → previsão do art. 326 do CPC: Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. (BRASIL, 2015) O artigo 327 estabelece os requisitos para a cumulação de pedidos: Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. § 3º O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326. Para haver a cumulação de pedidos, é necessário que todos os pedidos tramitem sobre o mesmo procedimento. Se houver procedimentos diversos para os pedidos, deverá tramitar no procedimento comum, sendo que ao final do §2º, verifica-se que o procedimento comum torna-se maleável. Porém, para tanto, não podem ser incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 31 c) Pedidos de Prestação periódica: Ocorre naquelas obrigações de trato sucessivo, ou seja, aquelas que não são cumpridas em um único momento. Exemplo: um carnê com vencimento mensal em 12 parcelas. ➢ OS PEDIDOS VÃO SER ESPECÍFICOS DE ACORDO COM OS TIPOS DE AÇÕES: Ação Declaratória: Busca conferir certeza para dizer se uma determinada relação ou situação jurídica existe ou não existe. Verbo a ser utilizado: DECLARAR. LOGO, O PEDIDO SERÁ DECLARATÓRIO. Ex: Requer que seja declarado... Ação Constitutiva: Objetiva criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica. Ex.: o divórcio. Verbo a ser utilizado: DECRETAR. Ação Condenatória: Busca a condenação do Réu a alguma obrigação. Verbo a ser utilizado: CONDENAR. EX: Requer a condenação do Réu... Ação Mandamental: Busca uma ordem do poder judiciário, substituindo a vontade por uma ordem judicial. Verbos a serem utilizados: DETERMINAR, ORDENAR. Ação Executiva: Objetiva a entrega de coisa ou obrigação de fazer ou não fazer. Verbos a serem utilizados: DETERMINAR, ORDENAR. 32 ➢ EXEPLOS DE TIPOS DE PEDIDOS: Condenatório: Que o Réu seja condenado a cumprir o contrato, passando em definitivo o imóvel descrito na inicial para o nome do Autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da intimação da sentença, sob pena de multa cominatória diária no valor de R$... (CHACON, 2020, p. 43) Que o Réu seja condenado ao pagamento de R$... (...) a título de danos morais, devidamente corrigidos e atualizados desde a data da prática do ato ilícito até a data do efetivo pagamento (CHACON, 2020, p. 42). Declaratório: Que seja declarada a anulação do casamento havido entre as partes, com a expedição dos mandados competente para as averbações necessárias no Cartório de Registro Civil. (CHACON, 2020, p. 43). Pedido Declaratório e Condenatório: Que seja declarada extinta a relação locatícia, com fundamento na falta de pagamento dos aluguéis e seus acessórios, condenando-se o Réu à desocupação voluntária, para que, no prazo legal, desocupe de pessoas e bens o imóvel, sob pena da decretação efetiva do despejo forçado. (CHACON, 2020, p. 43). Pedido Constitutivo: Que seja decreta a separação judicial dos Requerentes, emitindo-se o competente mandado para o Cartório de Registro Civil, homologando-se os termos do acordo apontados na Inicial, por sentença, para que surta seus regulares efeitos. (CHACON, 2020, p. 44). ATENÇÃO: Observar que o pedido deverá ser formulado de acordo com o procedimento → como no caso dos procedimentos especiais, em que os pedidos podem variar justamente de acordo com o tipo de procedimento. EXEMPLO: requerer o depósito no caso da ação de consignação em pagamento. 33 3.3.5 Valor da causa O valor da causa que deve constar na petição inicial e na reconvenção tem inúmeras consequências para o processo. Ou seja, pode ser determinando para fixar a competência, as custas, multas processuais, despesas, honrorários de advogado, etc. Sobre a importância do valor da causa, Chacon (2020, p. 46) exemplifica: Realmente, os efeitos do valor da causa são: a determinação da competência; a determinação do procedimento, conforme possibilidade de ajuizamento no Juizado Especial Cível, por exemplo; a determinação do valor proporcional das despesas, das custas, conforme os arts. 82 e seguintes do CPC e a Lei de Custas; e o cálculo dos honorários advocatícios. Trata-se, assim, de elemento essencial que deve constar na petição inicial, conforme art. 319, VI do CPC/15. Deste modo, SE A PEÇA FOR ESTRUTURA DE PEÇÃO INICIAL, o valor da causa sempre constará na petição inicial, independentemente se for procedimento contencioso ou voluntário, mesmo que a causa não tenha conteúdo econômico que seja imediatamente aferível, conforme previsão do art. 291 do CPC: Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível.(BRASIL, 2015) Para fixar o valor da causa o examinando deve observar o enunciado da FGV, bem como os critérios para fixação do valor da causa contidos no artigo 292 do CPC. ➢ CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA CAUSA: Previsão no art. 292 do CPC: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 34 VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; VIII - naação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. § 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar- se-á o valor de umas e outras. § 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações. Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, deve-se levar em consideração o valor de umas e outras, sendo que o §2º estabelece os critérios para fixar o valor das prestações vincendas. Ou seja, se for em razão de um contrato com vencimento em 12 parcelas, mas foram pagas apenas 2, o valor da causa deverá considerar as 02 parcelas pagas, mais as 10 que irão vencer. 3.3.6 As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados Na petição inicial, tem o Autor dever de indicar as provas que pretende demonstrar a veracidade dos fatos alegados. Cabem tanto as provas típicas previstas no Novo CPC, quanto as não previstas, de forma que o art. 369 do CPC/15 permite que sejam empregados todos os meios de prova moralmente legítimos. O fundamento é o próprio artigo 320 do CPC que determina que o autor na petição inicial deve juntar as provas documentais essenciais à propositura da ação. Exemplo fornecido por CHACON (2020, p. 51) para petição de provas no rito ordinário: Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente juntada de novos documentos, prova oral e pericial, sem exceção de outros que possam ser indicadas no momento oportuno. Para FGV geralmente se faz o pedido genérico sempre: REQUER A PRODUÇÃO DE TODOS OS MEIOS DE PROVA EM DIREITO ADMITIDOS. E 35 caso conforme a ação ou o enunciado da peça, se faz o pedido específico de alguma prova. 3.3.7 Quanto à realização da audiência de conciliação ou de mediação Previsão do inciso VII, do art. 319: “a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação”. Conforme o inciso VII do artigo 319 do CPC, o autor deve manifestar na petição inicial o seu interesse ou desinteresse pela realização da audiência de conciliação ou mediação (audiência do artigo 334 do CPC). Inclusive o §5º do artigo 334 do CPC menciona que é na petição inicial que o autor manifesta seu desinteresse pela realização da audiência. A audiência ocorre antes da contestação no procedimento comum, e só não vai ser realizada nas hipóteses do artigo 334, §4º do CPC. IMPORTANTE: Esse pedido é novidade do CPC/15. Exemplo de como fazer esse pedido: “Em atendimento ao art. 319, VII, do Código de Processo Civil de 2015, informa o Autor a opção pela realização da audiência de conciliação ou mediação”. 3.3.8 Dos demais requisitos que não estão expressos no art. 319 do CPC/15 Há alguns pedidos que não estão no rol do artigo 319 do CPC, mas que devem ser observados no caso da prova da FGV, dependendo do caso. ➢ Pedido de citação do réu; (de regra, no procedimento comum é citado para comparecer à audiência de conciliação ou mediação do artigo 334 do CPC); ➢ Pedido de intervenção do Ministério Público; (art. 178 do CPC). Cuidar inclusive a previsão do artigo 698, parágrafo único do CPC. 36 ➢ Pedido de concessão do benefício da gratuidade da justiça (art. 98 e 99 do CPC) OU juntada do comprovante de recolhimento de custas iniciais (art. 82 do CPC); ➢ Pedido de condenação do Réu em custas e honorários de advogado; (art. 85 do CPC) ➢ Pedido de tramitação preferencial; (art. 1.048 do CPC), ainda previsão de lei específica, se houver; ➢ Pedido de tutela provisória; (arts. 294 e ss do CPC) ➢ Ações como embargos de terceiro, embargos à execução, oposição, por exemplo, podem ainda ter pedido de distribuição por dependência; a) Benefício da gratuidade da justiça (ou comprovante do recolhimento das custas iniciais): a depender se a parte possui direito ou não ao benefício da gratuidade da justiça. CUIDAR SEMPRE O ENUNCIADO. Exemplo de como fazer esse pedido: Requer a concessão do benefício da gratuidade da justiça, nos termos dos artigos 98 e 99 do CPC/15, eis que é pessoa pobre nos termos da lei, não podendo arcar com as custas, despesas e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento. 37 b) Pedido de tramitação preferencial ou prioridade no processamento da causa: ➢ No caso de parte com idade igual ou superior a 60 anos de idade (Lei 10.471/2003 – Estatuto do idoso, artigo 71 e inciso I do artigo 1.048 do CPC/2015). PRIORIDADE ESPECIAL: dentre os idosos, aqueles maiores de 80 anos terão prioridade especial, na forma do art. 71, §5º, do Estatuto do idoso. Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. § 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo. (...) § 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de oitenta anos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017). (BRASIL, 2003) Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988; (BRASIL, 2015) ➢ Concessão de preferência em caso de doença grave (previsão do inciso I do artigo 1.048 do CPC de 2015). 38 ➢ Concessão de preferência no processamento da causa, quando regulada pelo Estatuto da Criança e Adolescente (previsão do inciso II do artigo 1.048 do CPC de 2015): Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: II - regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). (BRASIL, 2015) ➢ Concessão de preferência em razão de envolver parte que é vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei Maria da Penha, conforme artigo 1.048, III do CPC: Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: III - em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) ➢ Concessão de preferência em razão de indício de alienação parental, conforme previsão do artigo 4º, caput da Lei 12.318/2010: Art. 4o Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. (BRASIL, 2010) c) Pedido de intervenção do ministério público: O artigo 178 do CPC prevê a intervenção do Ministério Público nas seguintes situações: Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam: I - interesse público ou social; II - interesse de incapaz;III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público. (BRASIL, 2015) ➔ Cuidar ainda a previsão do parágrafo único do artigo 698 do CPC sobre a intervenção do Ministério Público nas ações de família quando envolver parte que é vítima de violência doméstica e familiar: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2 39 Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo. Parágrafo único. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas ações de família em que figure como parte vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) (BRASIL, 2015) d) Pedido de tutela provisória: verificar se é o caso de pedir tutela provisória na petição inicial. A tutela provisória está regulada nos artigos 294 a 311 do CPC; e) Pedido de condenação em custas e honorários advocatícios. Conforme previsão do artigo 85 do CPC; f) Pedido de realização de atos de citação ou penhora fora do horário ordinário, conforme previsão do §2º do artigo 212 do CPC: Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. § 1o Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. § 2o Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal. O Código de Processo Civil de 2015 não prevê expressamente o pedido de citação do réu, sendo entendimento doutrinário (CHACON, 2020) que, de acordo com o NCPC, tornou-se dispensável o pedido de citação do réu. Ou seja, a citação do réu não é mais apontada como requisito da petição inicial, pois decorre do dever de o magistrado dar andamento ao processo depois que foi provocado. (CHACON, 2020). Assim, o objetivo da citação é justamente angularizar a relação processual (juiz, autor e réu), permitindo o contraditório e a ampla defesa, e poderá ter como consequência os efeitos da revelia e confissão. (CHACON, 2020). Nesse sentido, a citação passa a ser opcional, mas a doutrina entende que em certos casos deverá, sim, aparecer entre os pedidos como um http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2 40 requerimento, “sobretudo, quando for preciso ilustrar, designar, indicar, esclarecer situações fora do padrão que digam respeito ao endereço, ao horário, ao ambiente onde deverá ser praticado o ato, sobretudo, quando se trata de ato de oficial de justiça” (CHACON, 2020). O pedido de citação deve observar, segundo CHACON (2020), a finalidade da citação. Para que? Exemplo: comparecer à audiência? Apresentar defesa? Executado citado para pagar a dívida no prazo? Na ação de consignação → citado o réu para levantar o depósito efetuado ou apresentar sua defesa! Além disso, recomenda-se fazer o pedido de citação quando o Autor pretender que a citação seja realizada por uma das formas excepcionais, como por edital, por exemplo: (CHACON, 2020) ➔ Para FGV DEVE SIM SER FEITO O PEDIDO DE CITAÇÃO NA PETIÇÃO INICIAL cuidando sempre o tipo de procedimento e a finalidade. Poderão, ainda, haver outros pedidos dependendo do tipo de ação (ex.: juntada de determinado documento, principalmente se for documentos referentes à comprovação do fato). 3.4 Da instrução da petição inicial – art. 320 CPC/15 Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. (BRASIL, 2015) Regra é a produção probatória no momento da propositura da ação. Observar ainda a exigência do art. 287 do CPC → JUNTADA DE PROCURAÇÃO. Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico. (BRASIL, 2015) 41 3.5 Passo a passo da petição inicial 42 43 3.6 Modelo exemplificativo de petição inicial DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE... NOME DO AUTOR, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade número..., CPF número..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com escritório profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal no artigo... do Código..., ajuizar a presente AÇÃO..., em face de NOME DO RÉU, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade número..., CPF número..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DOS FATOS: Narrar o que aconteceu no mundo dos fatos que ensejou a propositura da ação, conforme o enunciado da FGV. NÃO PODEM SER INVENTADOS FATOS. II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: Aqui se traz a fundamentação legal da ação. As teses. III – DOS PEDIDOS: Diante do exposto, requer o Autor: a) O recebimento da presente ação; 44 b) Liminarmente, a concessão da tutela provisória... para o fim de... (verificar se é o caso de pedir tutela provisória e se é caso de liminar); c) Requer a tramitação preferencial do presente feito, pelo fato de ..., tendo em vista a previsão do artigo 1.048, I do Código de Processo Civil (verificar se é caso de pedir tramitação preferencial, por exemplo, porque ocorreu uma situação do artigo 1.048 do CPC); d) Requer a citação do Réu para comparecer à audiência de conciliação ou mediação a ser designada por Vossa Excelência com antecedência de 30 dias na forma do artigo 334 do Código de Processo Civil, e, caso não obtida a composição, ofereça contestação no prazo legal, conforme artigo 335, I do Código de Processo Civil; e) Requer a intimação do Autor para a audiência na pessoa de seu advogado, conforme previsão do artigo 334, §3º do Código de Processo Civil; f) A total procedência da presente ação para o fim de ....; g) Requer a distribuição por dependência ao processo aos autos do processo de número... (SOMENTE SE FOR O CASO); h) Requer a intervenção do Ministério Público (se for o caso); i) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, .... (cuidar o enunciado); j) Requer a concessão do benefício da gratuidade da justiça, por ser o Autor pessoa pobre nos termos da lei, conforme previsão dos artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil OU a juntada do comprovante da guia de recolhimento das custas iniciais, consoante artigo 82 do Código de Processo Civil; k) Nos termos do artigo 319, VII do Código de Processo Civil, manifesta o Autor o seu interesse pela realização da audiência de conciliação ou mediação; (cuidar enunciado sobre o interesse oudesinteresse); l) A condenação do Réu em ônus sucumbências, condenando o mesmo em custas e honorários de advogado, conforme artigo 85 do Código de Processo Civil; Valor da causa: Atribui-se à causa o valor de R$ ... 45 Termos em que, Pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB... 46 DA EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL A emenda da petição inicial tem previsão no art. 321 do Código de Processo Civil: Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. (BRASIL, 2015) Caso o juiz verifique que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos pelos artigos 319 e 320 do CPC, ou ainda, que a petição apresenta defeitos e irregularidades que dificultam o julgamento de mérito, determinará que o autor emende ou complete a inicial no prazo de 15 dias. Ao determinar a emenda da petição inicial, o juiz deve indicar, com precisão, o que deve ser corrigido ou completado pela parte. Se o autor não emendar/completar a inicial no prazo, o juiz indeferirá a petição inicial, conforme determina o parágrafo único do artigo 321 do CPC; DICA: Como verificar que é a emenda à petição inicial na hora da PROVA? A peça processual será emenda a petição inicial quando o enunciado da FGV deixar evidente que a petição inicial deixou de atender os requisitos dos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil e o juiz intimou o Autor para emendar / completar a petição inicial. 04 47 4.1 Modelo exemplificativo da emenda a petição inicial DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE... Processo número... NOME DO AUTOR, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com escritório profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal no artigo 321 do Código de Processo Civil, apresentar a presente EMENDA À PETIÇÃO INICIAL nos autos da Ação... que move em face de NOME DO RÉU, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., nos seguintes termos: I – TEMPESTIVIDADE: A presente emenda à petição inicial é tempestiva, eis que apresentada dentro do prazo legal de 15 dias, conforme o caput do artigo 321 do Código de Processo Civil, computados somente os dias úteis, tal qual preceitua o artigo 219 do Código de Processo Civil, excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento, conforme caput do artigo 224 do Código de Processo Civil; II – DA EMENDA: O Autor foi intimado por Vossa Excelência para emendar a petição inicial, pois não informou na Petição Inicial o endereço da residência e domicílio do Réu. 48 O artigo 321 do Código de Processo Civil estabelece que o juiz determinará ao Autor que emende ou complete a petição inicial no prazo de 15 dias, quando não preencher os requisitos dos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil, ou que apresenta defeitos e irregularidades aptos a dificultar o julgamento de mérito, devendo o juiz indicar precisamente o que deve ser emendado ou completado. Sendo assim, Vossa Excelência determinou que o autor realizasse a Emenda da Petição Inicial no prazo de 15 dias, indicando precisamente que o Autor completasse a Inicial informando o endereço completo do Réu, nos termos do artigo 319, II do Código de Processo Civil. Dessa forma, vem o Autor, em atenção ao disposto no inciso II do artigo 319 do Código de Processo Civil, informar a residência e o domicílio do Réu de forma completa: Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., endereço eletrônico... III – DOS PEDIDOS: Diante do exposto, requer o Autor o recebimento da presente Emenda à Petição Inicial, possibilitando o consequente recebimento da Petição Inicial da Ação de... movida em face do Réu com o regular processamento do feito para ao final julgar totalmente procedente a ação nos termos da Inicial; Termos em que, Pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB... 49 4. CONTESTAÇÃO Da mesma forma que é assegurada a garantia da Inafastabilidade da Jurisdição, do direito à ação para quem quiser ajuizar uma demanda, deve ser permitido ao Réu, no processo civil, o direito de se defender. Em razão dos princípios do contraditório e da ampla defesa é necessário que a parte Requerida tenha ciência do processo para que possa se manifestar, contestar, bem como se defender de forma ampla e efetiva. Portanto, proposta a ação pelo Autor, o Réu deve ser informado através da citação que existe uma demanda contra ele, consoante dispõe o artigo 238 do Código de Processo Civil. Logo, em razão da previsão dos princípios constitucionais, também ao réu deve ser dada a oportunidade ao Réu de reagir à pretensão da parte contrária, dando ciência ao que foi descrito e comprovado pelo Autor na inicial. No que tange ao meio de defesa através da contestação, é de se pontuar que o Novo Código de Processo Civil trouxe profundas transformações no que se refere à forma procedimental da apresentação da defesa pelo réu, com a sua simplificação e diminuição dos atos processuais. Isto é, muitas defesas que apresentadas de forma separada no antigo CPC hoje são dentro da contestação, por exemplo. Ou seja, como exemplo, pode-se mencionar que a incompetência relativa, reconvenção, impugnação ao benefício da gratuidade da justiça e incorreção do valor da causa que antes eram apresentadas em peças autônomas, pelo novo CPC passam a ser feitas na própria contestação. A defesa do Réu deve ser efetiva e da mesma forma ampla, atingindo questões processuais ou de mérito, podendo ser tanto quanto às preliminares como no que se refere à defesa de mérito. 05 50 5.1 Da defesa quanto às preliminares e quanto ao mérito: A defesa do réu pode incluir alegações de mérito e outas de índole meramente processual. Como exemplo, pode ser suscitada uma Ação de Indenização de Danos Materiais em razão de um acidente entre veículos automotores. No referido processo, o Autor pleiteia Danos Materiais no veículo no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), conforme provas produzidas. Se por exemplo, na contestação o réu alegar incorreção do valor da causa em sede de preliminar, estará atacando apenas aspectos processuais. Agora, se no mérito da contestação alegar que não foi o culpado pelo acidente, que não houve os danos materiais, estará se defendendo quanto ao mérito. Não seria recomendável fazer apenas a defesa preliminar, pois caso não acolhida ou mesmo que acolhida dependendo da preliminar o processo poderá continuar e acabar sendo analisado o mérito da questão trazido pelo Autor na Inicial. Assim, deverá o Réu, mesmo existindo evidente vício processual, apresentar impugnação também no que se refere à relação de direito material. Por isso, em sede de Contestação, as defesas quanto às preliminares devem ser apontadas antes, ou seja, em preliminares, justamente por serem analisadas antes
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