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E-book - Processo Civil [Prof Tatiane Kipper]

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2 
 
SUMÁRIO 
1. Observações Gerais .............................................................................................................. 3 
2. Procedimento Comum ........................................................................................................... 6 
3. Petição Inicial do procedimento comum ............................................................................... 7 
4. Da Emenda à Petição Inicial................................................................................................46 
5. Contestação ........................................................................................................................ 49 
6. Reconvenção ....................................................................................................................... 91 
7. Réplica ........................................................................................................................... 11010 
8. Impedimento e suspeição ................................................................................................. 117 
9. Razões Finais Escritas ...................................................................................................... 128 
10. Teoria Geral dos Recursos ............................................................................................... 132 
11. Recursos Cabíveis no CPC/15 .......................................................................................... 160 
12. Recurso Adesivo ............................................................................................................... 161 
13. Apelação ............................................................................................................................ 168 
14. Contrarrazões....................................................................................................................205 
15. Estrutura de Recurso Inominado.......................................................................................210 
16. Agravo de Instrumento ...................................................................................................... 215 
17. Agravo Interno ................................................................................................................... 253 
18. Embargos de Declaração – AULA COMPLEMENTAR EAD ............................................ 265 
19. Recurso Ordinário – AULA COMPLEMENTAR EAD ........................................................ 283 
20. Recurso Especial ............................................................................................................... 294 
21. Recurso Extraordinário –AULA COMPLEMENTAR .......................................................... 321 
22. Agravo em Recurso Especial e Extraordinário - AULA COMPLEMENTAR ..................... 335 
23. Embargos de Divergência - AULA COMPLEMENTAR ..................................................... 343 
24. Reperscussão geral e suspensão de todos os processos pendentes .............................. 354 
25. Reclamação ....................................................................................................................... 366 
26. Incidente de assunção de competência/IAC ..................................................................... 370 
27. Procedimentos especiais - introdução .............................................................................. 372 
28. Ação de consignação em pagamento ............................................................................... 374 
29. Ação monitória ................................................................................................................... 396 
30. Dissolução parcial da sociedade ....................................................................................... 420 
31. Embargos de terceiro ........................................................................................................ 433 
32. Ações possessórias...........................................................................................................453 
33. Homologação do penhor legal .......................................................................................... 483 
34. Regulação de avaria grossa .............................................................................................. 491 
35. Divisão e demarcação de terras particulares .................................................................... 498 
36. Restauração de autos ....................................................................................................... 516 
37. Ação de exigir contas ........................................................................................................ 523 
38. Oposição ........................................................................................................................... 534 
39. Habilitação ......................................................................................................................... 540 
40. Estrutura de Embargos à Execução................................................................................. 545 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. OBSERVAÇÕES GERAIS 
 
➢ 1ª parte: Redação de peça profissional, valendo 5,00 (cinco) pontos, 
acerca de tema da área jurídica de opção do examinando e do seu 
correspondente direito processual. A peça será desenvolvida em, no máximo, 
cinco páginas sinalizadas, sendo o total de 150 linhas. 
 
➢ O caderno de textos definitivos da prova prático-profissional NÃO 
PODERÁ SER ASSINADO, RUBRICADO E/OU CONTER QUALQUER 
PALAVRA E/OU MARCA que o identifique em outro local que não o apropriado 
(capa do caderno), sob pena de ser anulado. Assim, a detecção de qualquer 
marca identificadora no espaço destinado à transcrição dos textos definitivos 
acarretará a anulação da prova prático-profissional e a eliminação do 
examinando. 
 
 
 
01 
 
4 
 
 
➢ Para a redação da peça profissional, o examinando deverá formular texto 
com a extensão máxima definida na capa do caderno de textos definitivos; 
para a redação das respostas às questões discursivas, a extensão máxima do 
texto será de 30 (trinta) linhas para cada questão. Será desconsiderado, para 
efeito de avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito fora do local 
apropriado ou que ultrapassar a extensão máxima permitida. 
➢ Quando da realização das provas prático-profissionais, caso a peça 
profissional e/ou as respostas das questões discursivas exijam assinatura, o 
examinando deverá utilizar apenas a palavra “ADVOGADO...”. Ao texto que 
contenha outra assinatura, será atribuída NOTA ZERO, por se tratar de 
identificação do examinando em local indevido. 
 
5 
 
 
➢ O texto da peça profissional e as respostas às questões discursivas serão 
avaliados quanto à adequação ao problema apresentado, ao domínio do 
raciocínio jurídico, à fundamentação e sua consistência, à capacidade de 
interpretação e exposição e à técnica profissional demonstrada, sendo que a 
mera transcrição de dispositivos legais, desprovida do raciocínio jurídico, 
NÃO ENSEJARÁ PONTUAÇÃO. Ou seja, você deve explicar a sua resposta, 
jamais meramente transcrever o artigo, súmula ou OJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. DO PROCEDIMENTO COMUM 
 
No Novo Código de Processo Civil de 2015 não há mais a divisão em 
procedimento comum ordinário ou sumário. Tem-se o procedimento comum não 
mais dividido. 
Sobre a aplicação do procedimento comum, é de se observar a previsão 
do artigo 1.049 do CPC: 
1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei 
processual sem especificá-lo, será observado o procedimento comum 
previsto neste Código. (BRASIL, 2015) 
Ainda, conforme o parágrafo único do artigo 1.049 do CPC, temos a 
previsão quando a lei remeter ao procedimento sumário: 
Parágrafo único. Na hipótese de a lei remeter ao procedimento 
sumário, será observado o procedimentocomum previsto neste 
Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se 
houver. (BRASIL, 2015) 
NÃO ESQUECER: Não existe mais o processo cautelar. As cautelares 
estão reunidas dentro da tutela provisória de urgência, junto com as tutelas 
antecipadas. 
Temos ainda, os procedimentos especiais, que estão previstos no CPC 
nos artigos 539 a 770 do CPC, bem como processo de execução de título 
executivo extrajudicial, fase de cumprimento de sentença, processos no âmbito 
dos Juizados Especiais, enfim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
02 
 
7 
 
3. DA PETIÇÃO INICIAL DO PROCEDIMENTO COMUM 
 
3.1 Importância da petição inicial 
Segundo o princípio da inércia da jurisdição previsto no artigo 2º do CPC, 
o Poder Judiciário somente pode agir se for provocado, de forma que a demanda 
é o meio pelo qual o autor impulsiona a jurisdição, sendo veiculada por meio da 
petição inicial. (MEDINA, 2016) 
Nesse sentido, Chacon (2020, p. 11) ensina: 
O processo não se inicia se o poder jurisdicional não é provocado. É 
preciso, portanto, tirar o juiz da inércia que lhe é inerente. Isso se faz 
por meio de um completo requerimento, qual seja a petição inicial, que 
fixará os fatos, os fundamentos jurídicos, os pedidos e a causa de 
pedir, utilizados pelo ente jurisdicional para o julgamento da lei então 
instaurada, nos moldes e limites da legislação. 
 
A demanda é proposta através da Inicial, sendo que a ação é 
considerada proposta quando a petição inicial for protocolada, consoante 
previsão do 312 do CPC: 
 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for 
protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu 
os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. 
(BRASIL, 2015) 
 
 Nesse sentido destacam Tartuce e Dellore (2016, p. 77): 
 
Assim, o processo começará por iniciativa da parte interessada 
(autora), por meio de um ato processual que recebe a denominação de 
petição inicial (...). Além de instaurar o processo, a petição inicial 
identifica a demanda por trazer os elementos identificadores da ação 
(partes, causa de pedir e pedido, cf. CPC/2015, art. 337, §2º). Tais 
elementos são relevantes para identificar quando uma ação é igual à 
outra e caracterizar situações de indevida repetição de demandas (por 
litispendência, coisa julgada e, eventualmente, perempção). 
 
Segundo Viana (2018, p. 16), a petição inicial delimita o âmbito de defesa 
e os limites do qual o órgão jurisdicional atuará, conforme o princípio da 
congruência. 
A peça então chamada petição inicial delimita os limites do processo, tanto 
os objetivos quanto os subjetivos, sendo predefinidos o autor (QUEM PEDE), em 
face de quem o pedido é formulado (RÉU), o que se pede (pedido) e a causa de 
pedir. (MONTENEGRO FILHO, 2015) 
03 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
8 
 
3.2 Dica para identificar se é petição inicial 
 Se justamente A PEÇA DEVE DESENCADEAR O PROCESSO. Não há 
processo ainda. A FGV narra uma situação de fato no problema sem que tenha 
processo ainda. 
 Apenas cuidar com algumas ações (ex: embargos de terceiro, oposição, 
embargos à execução, por exemplo) que já existe uma ação em curso. 
 
3.3 Dos requisitos da petição inicial 
Considera-se proposta a demanda a partir do protocolo da petição 
inicial, dando, assim, início ao processo. Os elementos presentes no art. 319 
do CPC/15 devem constar na petição inicial para desencadear o processo. 
A petição inicial estabelece o limite de conhecimento do magistrado, 
determinando os efeitos da coisa julgada. 
A petição inicial é apresentada por escrito, seja processo físico ou 
eletrônico e deve ser redigida na língua portuguesa (ATENÇÃO: Juizado 
Especial Cível tem como um dos critérios orientadores o princípio da oralidade). 
Mesmo nas hipóteses em que é permitida a apresentação da petição inicial de 
forma oral, deverá ser reduzida a termo, datada e assinada. 
 
 
 
 
No CPC/15, a petição inicial deve preencher os requisitos estabelecidos 
no artigo 319. São requisitos da Inicial, conforme o art. 319: 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união 
estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço 
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos 
fatos alegados; 
 
9 
 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de 
conciliação ou de mediação. 
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá 
o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a 
sua obtenção. 
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de 
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao 
disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações 
tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
(BRASIL, 2015) 
 
Os requisitos do artigo 319 do CPC/15 devem ser cumpridos pelo Autor 
na petição inicial do processo de conhecimento que tramita pelo procedimento 
comum, não se tratando de uma faculdade, mas, sim, de uma obrigação. Além 
disso, o artigo 319 do CPC traz uma regra geral, de forma que se aplica às 
petições iniciais dos demais processos e procedimentos, com algumas 
diferenças a serem observadas se houver, no caso, previsão específica. Como 
exemplo: na ação de consignação em pagamento que é um procedimento 
especial, na petição inicial o autor deve requerer o depósito da quantia ou da 
coisa devida, conforme o artigo 542, I do CPC. (TARTUCE; DELLORE, 2016) 
E, qual a consequência de não serem observados pelo autor os requisitos 
dos artigos 319 e 320 do CPC? Aplica-se o artigo 321 do CPC que determina a 
emenda da petição inicial. Ou seja, o autor é intimado para emendar a petição 
inicial no prazo de 15 dias, e se não cumprir tal diligência a petição inicial será 
indeferida e o processo extinto sem resolução de mérito, tal qual preceitua o 
parágrafo único do artigo 321 do CPC. 
Ainda, é de se mencionar que além dos requisitos do art. 319 do CPC/15, 
a petição inicial deve ser elaborada de forma clara e técnica, com raciocínio 
lógico, ou seja, ter INÍCIO, MEIO e FIM. (TARTUCE; DELLORE, 2016) 
Passa-se, então, a análise dos requisitos do artigo 319 do CPC. 
 
3.3.1 Quanto ao juízo que é dirigida a petição inicial 
(ENDEREÇAMENTO) 
O inciso I do artigo 319 do CPC estabelece o endereçamento da Petição 
Inicial. 
 
10 
 
O endereçamento deve ser feito observando as regras de competência 
para conhecer e processar a referida ação. O endereçamento é a indicação do 
juízo que receberá a inicial neste primeiro momento do processo. Não há a 
indicação pessoal do juiz e sim a indicação do juízo competente, mesmo sendo 
um único juiz na comarca. 
Lembre-se que a petição inicial poderá ser direcionada ao juízo de 
primeiro grau ou a ação poderá tramitar diretamente nos tribunais, NESTE 
ÚLTIMO CASO QUANDO SE TRATAR DE AÇÕES DE COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS. 
O endereçamento deverá ser feito no cabeçalho da petição inicial. É a 
primeira coisa que a FGV começa a pontuar. 
Para fazer o endereçamento correto na petição inicial, considerando que 
não há demanda anteriormente proposta, devem ser analisadas as regras de 
competência estabelecidas na Constituição Federal, nas Constituições 
Estaduais e no próprio Código de Processo Civil. 
E se a ação for proposta perante o juízo incompetente? Ou seja, se o juiz 
for absoluta ou relativamente incompetente → neste caso, hoje com o Novo 
CPC, ambas, tanto a incompetênciaabsoluta quanto a relativa, são alegadas em 
preliminares de contestação e acarretam como consequência o 
encaminhamento dos autos ao juízo competente (VIANA, 2018): 
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como 
questão preliminar de contestação. 
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e 
grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. 
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá 
imediatamente a alegação de incompetência. 
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão 
remetidos ao juízo competente. 
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os 
efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja 
proferida, se for o caso, pelo juízo competente. (BRASIL, 2015) 
 
 Então, sobre as consequências de se propor a ação no juízo que não é 
competente, Viana (2018, p. 118) esclarece: 
Se a inicial for distribuída para juízo absolutamente incompetente: o 
magistrado, de ofício, deverá remeter a ação ao juízo competente. Se assim não 
 
11 
 
o fizer, o réu poderá alegar a incompetência absoluta em preliminar de 
contestação; 
 
Se a inicial for distribuída a juízo relativamente incompetente: o magistrado 
deverá aguardar que o réu alegue a incompetência relativa em preliminar de 
contestação. Se o réu assim não fizer → o juiz tornar-se-á competente. 
 
• EXEMPLOS DE ENDEREÇAMENTO (passo inicial da 
construção da peça processual): 
 
Douto Juízo da ...Vara Cível da Comarca de Santa Cruz do Sul do 
Estado do Rio Grande do Sul 
OU 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...Vara Cível da 
Comarca de Santa Cruz do Sul do Estado do Rio Grande do Sul 
 
No exemplo acima, não se sabe onde a ação vai tramitar. Ou seja, onde 
há mais de um juízo competente, em que a petição inicial vai ser distribuída não 
é possível prever qual será a vara em que ação vai tramitar. Portanto, deve-se 
fazer o endereçamento de forma genérica, colocando os ... antes da Vara ou os 
XXX. 
Então deve-se fazer de forma genérica. Podendo ainda ser utilizado uma 
das varas cíveis, conforme exemplo: 
 
Douto juízo de uma das Varas Cíveis da Comarca de Santa Cruz do 
Sul 
OU 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito de uma das Varas 
Cíveis da Comarca de Santa Cruz do Sul do Rio Grande do Sul 
 
É de destacar que para o correto endereçamento da petição inicial devem 
ser observadas as regras de competência. Ou seja, o candidato deve analisar a 
 
12 
 
competência estabelecida na Constituição Federal, na Constituição Estadual, 
nas leis de organização judiciária, bem como no próprio CPC. 
Aguirre e Montans de Sá (2017, p. 18-19) citando Nelson Nery, referem 
que os critérios de competência são divididos em seis grupos, de forma que o 
roteiro proposto por Nelson Nery é o itinerário que deve ser observado para que 
se busque a competência para determinada causa. São, portanto, os seguintes 
critérios segundo os autores mencionados: 
1) Competência internacional ou da jurisdição brasileira (a ser 
identificada no CPC); 
2) Competência dos Tribunais (a ser identificada na Constituição); 
3) Competência das justiças especializadas (a ser identificada na 
Constituição Federal); 
4) Competência da justiça federal (a ser identificada na Constituição 
Federal); 
5) Competência do foro (a ser identificada no CPC); 
6) Competência de juízo (a ser identificada no CPC e organização 
judiciária); 
 Assim, deve-se: 
➢ Verificar se é caso de competência originária dos tribunais. Caso não for: 
➢ Verificar se se trata de justiça comum ou especial; 
➢ Se for justiça comum → Verificar se é justiça estadual ou federal; 
➢ Verificar, ainda, qual a comarca ou subseção judiciária competente. 
➢ Por fim, verificar dentro da comarca se há vara especializada. 
 
No caso, então, quando se diz que deve ser verificado se é situação de 
competência originária é justamente se o processo deve ser instaurado logo nos 
tribunais, ou seja, se a causa deve ser ajuizada diretamente nos tribunais ou não, 
como no caso do art. 108, I da CF, que estabelece a competência originária dos 
Tribunais Regionais Federais. A CF delimita ainda a competência, por exemplo 
do STF e STJ em competência originária. 
SE FOR COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DE ALGUM TRIBUNAL → O 
ENDEREÇAMENTO ESTÁ RESOLVIDO. 
 
13 
 
Se não for → verificado que não é situação de competência originária dos 
tribunais, verificar se se trata de justiça comum ou especializada. 
 
Então, em primeiro lugar: verificar se a ação deve ser proposta 
diretamente em um tribunal específico, em caso negativo, verificar se deve 
ser justiça comum ou especializada. 
 
➢ JUSTIÇA COMPETENTE: se é justiça comum ou justiça 
especializada. 
 
A justiça especializada é dividida em justiça militar, eleitoral e do trabalho. 
A justiça comum pode ser estadual ou federal. 
Para verificar qual justiça competente, deve ser feita uma análise 
excludente: só será justiça comum se não for justiça especializada. 
E entre a justiça comum federal ou estadual, também será por exclusão: 
se não for competência da justiça federal, será da estadual. 
Para saber se se trata de justiça comum estadual ou federal, deve-se 
analisar o artigo 109, I da CF, no qual está estabelecida a competência da Justiça 
Federal. 
 
➢ VERIFICAR QUAL O FORO COMPETENTE: onde deverá ser proposta 
a ação. 
Ou seja, onde deve ser proposta a ação? Neste caso, deve-se observar 
as regras de competência estabelecidas no CPC. 
→ Assim, por exemplo, tem a competência definida nos Arts. 46 a 53 do 
CPC: 
Art. 53. É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e 
reconhecimento ou dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo 
domicílio do casal; 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre essas nomenclaturas ensinam Tartuce e Dellore (2016, p. 85): 
 
Como se vê, na Justiça Federal, a nomenclatura correta é juiz federal; 
o termo juiz de direito somente é utilizado na Justiça Estadual. Por sua 
vez, comarca é um termo típico da Justiça Estadual, ao passo que em 
relação à Justiça Federal é empregado o designativo subseção 
judiciária. 
 
 
➢ OBSERVAR AINDA, O SIGNIFICADO DE ALGUMAS EXPRESSÕES: 
 
Portanto, de acordo com as regras da competência expostas, poderão 
ocorrer os seguintes endereçamentos. Cuidar com as expressões: (ROCHA; 
THAMAY; GARCIA JUNIOR, 2019, p. 23): 
FÓRUM →é o prédio físico onde está localizado ou instaurado o órgão 
jurisdicional → Logo não será utilizado no endereçamento da petição inicial. 
FORO → neste caso se refere onde a demanda deverá ser proposta. Isto 
é, representa o local onde deverá ser proposta a demanda → EXEMPLO: foro 
da comarca de Santa Cruz do Sul – RS. 
VARA OU JUÍZO → se refere à competência de quem vai julgar a 
demanda dentro do foro. Assim, indica a competência funcional em razão da 
matéria, pessoa ou hierarquia. Exemplo: vara de família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Exemplos de endereçamentos conforme a competência. 
 
• CUIDAR SEMPRE O ENUNCIADO DA FGV PARA FAZER DE 
ACORDO COM AS REGRAS DE COMPETÊNCIA 
 
a) No caso da Justiça Estadual com uma única vara OU JUDICIAL: (o 
enunciado da peça processual deve informar expressamente que é 
vara única E USAR A EXPRESSÃO INFORMADA PELO ENUNCIADO) 
 
DOUTO JUÍZO DA VARA JUDICIAL DA COMARCA DE CURITIBA DO 
ESTADO DE PARANÁ 
OU 
DOUTO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CURITIBA DO 
ESTADO DE PARANÁ. 
OU 
DOUTO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO 
ESTADO DE PARANÁ. 
OU 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. 
OU 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA 
ÚNICA DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ.b) No caso da Justiça Estadual quando tiver mais de uma vara: (É A 
REGRA GERAL) 
 
DOUTO JUÍZO DA ...VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO 
ESTADO DE PARANÁ. 
 OU 
DOUTO JUÍZO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE SANTA 
CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 
 
16 
 
OU 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. 
OU 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS 
VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE PARANÁ. 
 
c) No caso de Comarca (Justiça Estadual) com vara 
especializada E O ENUNCIADO DA FGV DEIXOU CLARO A EXISTÊNCIA 
DESSA VARA ESPECIALIZADA: 
DOUTO JUÍZO DA ...VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA 
DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 
OU 
DOUTO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA 
COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO 
SUL. 
OU 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS 
VARAS DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE CURITIBA DO 
ESTADO DE PARANÁ. 
Ou 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA 
DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 
 
d) No caso de Comarca (Justiça Estadual) com foros regionais: (MUITO 
DIFÍCIL OCORRER – A FGV TERIA QUE DEIXAR BEM CLARO ESSA 
ESPECIFICIDADE) 
DOUTO JUÍZO DA ...VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SARANDI 
DA COMARCA DE PORTO ALEGRE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
Ou 
 
17 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS 
VARAS CÍVEIS DO FORO REGIONAL DE SARANDI DA COMARCA DE 
PORTO ALEGRE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 
 
e) No caso do Juizado Especial Cível Estadual: 
DOUTO JUÍZO DO ... JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE 
SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL. 
OU 
DOUTO JUÍZO DE UM DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA 
COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
OU 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ... 
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
 
f) No caso do Juizado Especial da Fazenda Pública: 
DOUTO JUÍZO DO ... JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA 
COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL. 
OU 
DOUTO JUÍZO DE UM DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA 
PÚBLICA DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO DO RIO 
GRANDE DO SUL 
 
g) No caso de Tribunal de Justiça: (não no caso de recursos e sim de 
petição inicial nos casos de competência originária) 
 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR 
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO 
SUL. 
 
 
 
 
18 
 
h) No caso de Tribunal Federal: (não no caso de recursos e sim de 
petição inicial nos casos de competência originária) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO. 
(Como exemplo, o estado do Rio Grande do Sul pertence à 4º região, 
contudo, caso a problemática da FGV não informe a região a que pertence o 
Estado, o examinando não deverá informar, a fim de evitar a identificação de 
peça). 
 
i) No caso do STJ: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
 
j) No caso do STF: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
 
Após o endereçamento, dá-se um espaço e inicia-se a qualificação das 
partes, conforme previsão do inciso II do artigo 319 do CPC. 
 
3.3.2 Quanto à qualificação das partes 
 Neste caso, indica-se o polo ativo (quem pede) e o polo passivo (em face 
de quem se pede). Ou seja, quem possui a legitimidade para ingressar com a 
ação e quem deve responder, cumprindo, assim, um dos requisitos do artigo 17 
do CPC, que impõe a legitimidade da parte para postular em juízo. 
Previsão do art. 319, II, do CPC: “os nomes, os prenomes, o estado civil, 
a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço 
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”. 
O requisito do inciso II do artigo 319 do CPC refere-se à indicação das 
partes e sua qualificação, sendo novidade no CPC de 2015 o endereço 
eletrônico. Inclusão também no que se refere à existência da União Estável, 
 
19 
 
bem como o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou 
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). 
ATENÇÃO: Observar que no caso do Exame de Ordem aplicado pela 
FGV, não poderão ser inventados quaisquer dados. Devem ser indicados na 
peça somente aqueles fornecidos pelo problema, sob pena de se considerar 
como identificação da peça. Os dados não indicados devem ser redigidos de 
forma genérica ATRAVÉS DOS ... OU XXX, conforme previsão do edital. 
 
 
• Exemplo de qualificação das partes: 
 
NOME DO FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil...(verificar no 
problema se há menção sobre união estável), profissão..., portador da Cédula 
de Identidade..., do CPF..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado 
na Rua..., número..., bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu 
advogado constituído (procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., 
com endereço profissional na Rua..., número.., Bairro..., Cidade..., Estado..., 
CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, ajuizar, pelo procedimento comum (com fundamento no artigo...), a 
presente (....) 
 
➢ OBSERVAR AINDA QUANTO À DIFICULDADE DO AUTOR EM 
QUALIFICAR O RÉU 
Os parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 319 do CPC se relacionam ao inciso II 
do mesmo artigo, justamente quando houver dificuldade de o autor ter todos os 
dados de qualificação do réu. 
Nesse sentido, de acordo com o art. 319, §1º, do CPC, se o autor não 
dispuser das informações quanto à qualificação do réu constantes no inciso II do 
art. 319, poderá requerer ao juiz diligências necessárias a fim de obter as 
informações exigidas pela lei. 
 
20 
 
Por sua vez, o §2º refere que não deverá ocorrer o indeferimento da 
Petição Inicial, se mesmo faltando informações exigidas pelo inciso II do art. 319, 
for possível realizar a citação do Réu. 
Ainda, o § 3o estabelece que a petição inicial não será indeferida pelo não 
atendimento ao disposto no inciso II do art. 319 se a obtenção de tais 
informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
 
➢ OBSERVAR TAMBÉM A CAPACIDADE PROCESSUAL DAS 
PESSOAS CASADAS E EM UNIÃO ESTÁVEL 
Conforme o artigo 73, caput do CPC, dependendo da ação (ajuizar ação 
que verse sobre direito real imobiliário) e do regime, as pessoas casadas 
precisam do consentimento do outro cônjuge, o que se denomina outorga uxória 
ou marital → art. 73 e 74 do CPC: 
 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor 
ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob 
o regime de separação absoluta de bens. 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o 
regime de separação absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato 
praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a 
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou 
do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato 
por ambos praticado. 
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos 
autos. (BRASIL, 2015) 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido 
judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo 
motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. 
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não 
supridopelo juiz, invalida o processo. (BRASIL, 2015) 
 
➢ OBSERVAR TAMBÉM A REPRESETAÇÃO DAS PESSOAS 
JURÍDICAS E DOS ENTES DESPERSONALIZADOS: 
Art. 75 do CPC: serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante 
órgão vinculado; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
21 
 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente 
federado designar; 
V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII - o espólio, pelo inventariante; 
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos 
designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados 
sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a 
administração de seus bens; 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou 
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no 
Brasil; 
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. (BRASIL, 2015) 
 
 
 
Exemplo de qualificação das partes quando se tratar de pessoa jurídica: 
 
EMPRESA TAL, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita 
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídicas (ou pode colocar CNPJ)..., endereço 
eletrônico..., com sede na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., 
representada nos termos do inciso VIII do artigo 75 do Código de Processo Civil 
por seu Diretor (ver conforme enunciado)..., (poderá qualificar o diretor) conforme 
Contrato Social (se for sociedade limitada, porque se for sociedade anônima será 
estatuto) em anexo (somente colocar os dados fornecidos pela FGV), por 
intermédio de seu advogado constituído (procuração em anexo), OAB..., 
endereço eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., número.., Bairro..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, ajuizar, pelo procedimento comum (ou com 
fundamento nos artigos...), a presente (...) 
 
➢ OBSERVAR TAMBÉM A CAPACIDADE POSTULATÓRIA: 
É a capacidade para pleitear algo em juízo. No Brasil, os advogados, 
Defensoria Pública e o Ministério Público têm capacidade postulatória. A atuação 
do advogado no processo depende de procuração, que será DISPENSADA para 
evitar preclusão, decadência, prescrição e, ainda, para praticar ato considerado 
urgente, na forma do art. 104 do CPC. 
 
22 
 
Esses casos admitem a juntada ulterior do mandato (prazo de 15 dias 
prorrogáveis por até 15 por despacho do juiz), na forma do art. 104, §1º, do CPC. 
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem 
procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou 
para praticar ato considerado urgente. 
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput , o advogado deverá, 
independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 
(quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. 
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente 
àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas 
despesas e por perdas e danos. (BRASIL, 2015) 
 
 
3.3.3 Dos fatos e fundamentos jurídicos 
 Os fatos e fundamentos jurídicos constituem a causa de pedir e a razão 
pela qual se está postulando algo no poder judiciário. A causa de pedir, junto 
com as partes e pedidos constitui os elementos que identificam a ação. 
Sobre tais requisitos ensinam Tartuce e Dellore (2016, p. 97): 
A razão pela qual se quer algo em juízo constitui a causa de pedir 
(causa petendi). Com as partes (inciso II) e o pedido (inciso IV), a causa 
de pedir é um dos elementos identificadores da ação (ou da demanda). 
O CPC indica que na causa de pedir incluem-se os fatos e os 
fundamentos jurídicos do pedido formulado pelo autor (explicitando por 
que ele pede em juízo certa providencia). 
 
Nos fatos, o examinando deverá fazer a narração correspondendo aos 
fatos ocorridos que levam ao ajuizamento da demanda. É necessário descrever 
os fatos pertinentes e relevantes que constituem a relação jurídica. 
ATENÇÃO: para fins de avaliação da FGV, os fatos devem corresponder 
exatamente ao narrado no enunciado, não podendo o examinando inventar 
quaisquer dados, sob pena de identificação de peça. 
DICA: procure apresentar os fatos de forma lógica: com início, meio e fim, 
de forma clara e concisa. Não se estenda muito neste tópico sob pena de faltar 
espaço para redação dos fundamentos jurídicos e pedidos, que costumam ter 
maior pontuação envolvida. 
Os autores JOÃO AGUIRRE E RENATO MONTANS DE SÁ apresentam 
na sua obra PRÁTICA CIVIL 7. Ed. Saraiva: São Paulo, 2017, p. 31, o seguinte 
esquema para uma boa apresentação dos fatos na petição inicial, consoante 
segue em 3 passos: 
 
23 
 
 
1º Descrever a relação jurídica: descrever a relação fática jurídica 
mantida entre as partes, da qual derivou o conflito. Assim, aqui deve ser descrita 
a situação de fato ou de direito que antecedeu o conflito ou com ele foi 
concomitante. Os autores citam exemplos: 
a) O fato de autor e réu estarem trafegando de automóvel na mesma via; 
b) O casamento entre o autor e a Ré; 
c) O contrato de compra e venda de determinado produto celebrado entre 
as partes; 
d) A doação feita pelo autor ao Réu; 
e) O fato de o Réu ter se obrigado a pintar um quadro; 
 
2º Descrever o Fato Gerador: ou seja, o motivo principal que deu origem 
ao conflito. Aqui deve ser descrito o fato em si que deu origem à pretensão ou 
ao direito potestativo do autor. Exemplificam os doutrinadores acima: 
a) O fato de o réu ter, imprudentemente, abalroado a traseira do 
automóvel do autor; 
b) O fato de ter se tornado insuportável a continuidade da vida em comum; 
c) O fato de o produtor vendido conter um vício; 
d) O fato de o autor ter incorrido em erro escusável no momento da 
doação; 
e) O fato de o réu não ter entregue o quadro na data aprazada; 
 
3º Descrever a conclusão: isto é, a consequência lógica e jurídica da 
união entre a relação e fato gerador, o que levará aos objetivos que o autor 
pretende com a ação. Aqui deve ser descrito o que se pretende com a ação. 
Exemplificam Aguirre e Sá da Seguinte forma: 
a) O autor deve ser indenizado pelo réu; 
b) A separação do casal; 
c) O réu deve trocar o produto viciado; 
d) O negócio jurídico deve ser anulado; 
e) O réu deve pintar o quadro, conforme pactuado; 
 
24 
 
 
 
 
 
 
NOS ARGUMENTOS JURÍDICOS, o examinando deverá fazer a 
fundamentação que ensejou o pedido da ação, demonstrar os dispositivos legais 
aplicáveis. 
 
 
 
 
 
 OBSERVAÇÃO: na petição inicial esses requisitos são cumpridos da 
seguinte forma: 
 
 I – DOS FATOS; 
 II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS. 
 
A partir dos fatos usar a nomenclatura correta para as partes, de acordo 
com o tipo de peça: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
3.3.4 Do pedido com as suas especificações 
No que tange ao pedido que deve constar na petição inicial, ensina Viana 
(2018) que o pedido é o que o autor quer com a prestação jurisdicional. O pedido 
deve ser certo e determinado. 
Ainda, Tartuce e Dellore (2016, p. 102) explicam: “(...) a causa de pedir é 
o ‘porquê’, a razão pela qual se vai a juízo, o pedido sinaliza o ‘para quê’ se 
busca o Poder Judiciário. (...) é o que o motiva a buscar a proteção judiciária”. 
Conforme o artigo 322 e 324 do CPC, o pedido deve ser certo e 
determinado. 
 
 
 
 
 
 
O pedido tem dois aspectos: o imediato e o mediato. 
O PEDIDO IMEDIATO indica a espécie de prestação jurisdicional 
pretendida pelo autor. 
 EXEMPLO DE PEDIDO IMEDIATO: sentença declaratória, constitutiva, 
etc. Pode se apresentarda seguinte maneira, por exemplo: Requer a Vossa 
Excelência a total procedência da ação com a CONDENAÇÃO DO RÉU... 
Nesse sentido Viana (2018, p. 126) coloca: “O pedido imediato determina 
a providência jurisdicional a que se pretende alcançar em juízo (condenação, 
declaração, constituição ou extinção da relação jurídica). 
O PEDIDO MEDIATO, por sua vez, significa o bem da vida a ser atingido 
pela prestação jurisdicional. Ensina Viana (2018, p. 126): “O pedido mediato é o 
bem jurídico de direito material que se visa tutelar (pagamento, desocupação do 
imóvel, nulidade do contrato etc)”. 
EXEMPLO: divórcio. Consiste na providência que se quer do Poder 
Judiciário. Acaba por delimitando os limites da prestação jurisdicional, de forma 
que esta não poderá ser infra, ultra ou citra petita. Assim, o pedido deve ser 
formulado de FORMA PRECISA. 
 
26 
 
Ainda sobre o pedido imediato e mediato, se destaca o seguinte 
entendimento: 
Nesse momento da peça, dos pedidos, vale recordar que tipo de 
demanda está sendo proposta e exigida (pedido imediato), pois se (i) 
declaratória (...), (ii) mandamental (...), (iii) constitutivo (...), (iv) 
condenatório (...), (v) executivo lato sensu (...). Ainda, indicar o 
pedido mediato, consistente naquilo efetivamente pretendido pela 
parte por ocasião da petição inicial, como o valor específico da 
condenação, ou a entrega da coisa específica, do contrato de 
prestação de serviços, ou seja, os efeitos práticos pretendidos. 
(ROCHA; THAMAY; GARCIA JUNIOR, 2019, p. 56) 
 
Exemplo para identificar o pedido imediato e mediato: A total procedência 
do pedido com a declaração (pedido imediato) de inexistência do débito no valor 
de R$ 10.000,00 (pedido mediato) e a condenação (pedido imediato) do réu à 
devolução de R$ 500,00 indevidamente exigidos (pedido mediato). (ROCHA; 
THAMAY; GARCIA JUNIOR, 2019, p. 56) 
O artigo 322 do CPC/15 exige que o pedido deve ser certo, ou seja, deve 
constar expressamente na petição inicial o que se pretende do Judiciário. Deve 
ser expresso, explícito. 
 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção 
monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários 
advocatícios. 
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e 
observará o princípio da boa-fé. (BRASIL, 2015) 
 
Ainda, consoante o artigo 324 do CPC, o pedido deve ser determinado, 
de forma a se estabelecer os limites do que pretende o autor. (VIANA, 2018) 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. (BRASIL, 2015) 
 
EXEMPLO: Requer a condenação do Réu ao pagamento de indenização 
por dano material no valor de R$ 5.000,00. 
NÃO se pode fazer genericamente: Requer a condenação do Réu ao 
pagamento da indenização por dano material. 
Sobre o pedido certo e determinado ensinam Tartuce e Dellore (2016, p. 
104): 
A certeza do pedido diz respeito à providencia jurisdicional pleiteada, 
ao verbo: no pedido deve-se fazer menção a condenar, declarar ou 
 
27 
 
constituir. A determinação do pedido diz respeito ao complemento, ao 
bem da vida: ao pedir a condenação (certeza do pedido), deve-se 
indica de quanto se quer a condenação. 
 
➢ OBSERVAR QUANTO AO PEDIDO GENÉRICO: 
Sobre o pedido genérico, ensinam Tartuce e Dellore (2016) que o pedido 
deve ser determinado e, com exceção, em certas hipóteses, o CPC permite a 
formulação do pedido genérico, conforme artigo 324, §1º do CPC. 
 Previsão do §1º do art. 324 do CPC: 
 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens 
demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências 
do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação 
depender de ato que deva ser praticado pelo réu. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. (BRASIL, 2015) 
 
Quanto aos incisos do artigo 324, Viana (2018, p. 127-128) ensina: 
I - Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens 
demandados: essas ações universais, segundo o autor mencionado, são 
aquelas que apresentam um conjunto de bens materiais demandados, tratando-
se de uma “universalidade de bens”, como o que ocorre no caso do espólio. Cita 
o autor que, numa ação de petição de herança, por exemplo, o pedido é genérico 
uma vez que se refere a todos os bens que couberem ao quinhão; (VIANA, 2018, 
p. 127) 
 
II - Quando não for possível determinar, desde logo, as 
consequências do ato ou do fato: Viana (2018, p. 127) refere nesse inciso que 
pode ocorrer que os efeitos jurídicos do ato ou fato ilícito não foram efetivamente 
determinados e, em razão disso, o autor não conseguiu determinar o quanto 
devido. Como exemplo, cita que em algumas ações de indenização não é 
possível indicar no momento da propositura da ação, com precisão, as 
consequências que a vitima sofreu. Ex: não sabe se a vítima está incapacitada 
temporária ou definitivamente. (VIANA, 2018, p. 127-128) 
 
 
28 
 
III - Quando à determinação do objeto ou do valor da condenação 
depender de ato que deva ser praticado pelo réu: Viana (2018, p. 128) refere 
que existem situações em que, dependendo do comportamento do Réu, a 
extensão do pedido feito pelo autor poderá variar, citando como exemplo, a ação 
de exigir contas. Isso porque, o saldo credor poderá variar de acordo com as 
contas apresentadas pelo Réu, sendo impossível ao Autor, precisar na inicial o 
montante do saldo. 
 
➢ OBSERVAR QUE OS PEDIDOS PODEM SER ALTERNATIVOS, 
SUBSIDIÁRIOS OU CUMULATIVOS; 
 
a) Do pedido alternativo – art. 325 do CPC/15 
O pedido alternativo pode ser requerido quando há mais de uma forma de 
cumprir a obrigação pleiteada. Ou seja, “quando o réu tem à sua disposição dois 
ou mais meios de cumprir a obrigação, oferecidos pelo autor. Os pedidos têm a 
mesma hierarquia, cabendo ao réu a escolha. (AGUIRRE; MONTANS DE SÁ, 
2017, p. 33) 
ATENÇÃO: Não se trata de cumulação de pedidos, já que pedido pode 
ser adimplido por mais de um modo. 
 
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da 
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. 
(BRASIL, 2015) 
 
O art. 325, parágrafo único, menciona que quando por lei ou contrato, a 
escolha pelo modo de adimplemento da obrigação couber ao devedor, mesmo 
que o autor não tenha formulado pedido alternativo, o juiz assegurará o direito 
do devedor de cumprir a prestação de um ou outro modo. 
 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber 
ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de 
um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido 
alternativo. (BRASIL, 2015) 
 
 
29 
 
Em razão do pedido ser alternativo, se a escolha for do credor, este 
deverá fazer o pedido na petição inicial, porém, se a escolher competir ao 
devedor, este fará na contestação. (VIANA, 2018) 
Exemplo de pedido alternativo: Requer a condenação do Réu para 
que cumpra a obrigação de ...ou a obrigação de... 
 
b) Cumulação de pedidos 
A cumulação poderá ser própria ou imprópria. De acordo com Lourenço 
(2017) verifica-se a cumulação própria quando o autor formula mais de um 
pedido, esperando que todos sejam atendidos. Ou seja, aqui o autor pede o 
acolhimento de ambos os pedidos. 
• Exemplo de pedido com cumulação própria: Requer a 
condenação do Requerido para que cumpra a obrigação a obrigação de 
PAGAR DANOS MATERIAIS no valor de R$... E DANOS MORAIS no valor 
de R$.... 
Ainda, há a possibilidade de pedido cumulativo sucessivo: ou seja, o 
segundo pedido apenas será analisado se o primeiro pedido for procedente. 
EXEMPLO: Pedir o reconhecimento da paternidade e alimentos. Somente fixará 
alimentos se reconhecer a paternidade. (TARTUCE; DELLORE, 2016) 
A cumulação imprópria traz como consequência que “há vários pedidos 
formulados ao mesmo tempo, porém,somente um deles será atendido, tendo o 
autor plena ciência disso”. (LOURENÇO, 2017, p. 251) 
 
Na cumulação subsidiária: tenho o pedido principal, mas se ele não for 
atendido, quero o pedido subsidiário. Portanto, se difere do pedido alternativo, 
pois no alternativo não há hierarquia. 
Há ainda a possibilidade de se formular um pedido principal e outro 
secundário, requerendo-se o acolhimento do pedido secundário se o principal 
não for acolhido. Ou seja, neste caso, conforme Viana (2018, p. 129): 
“caracteriza-se quando o autor formular um pedido principal e outro secundário, 
requerendo ao juiz da causa que conheça do pedido secundário, se não puder 
acolher o pedido principal”. 
 
30 
 
Na cumulação imprópria há a formulação de vários pedidos ao mesmo 
tempo de modo que apenas um deles seja atendido → cumulação subsidiária ou 
cumulação eventual → previsão do art. 326 do CPC: 
 
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a 
fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. 
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, 
para que o juiz acolha um deles. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber 
ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de 
um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido 
alternativo. (BRASIL, 2015) 
 
O artigo 327 estabelece os requisitos para a cumulação de pedidos: 
 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo 
réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de 
procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o 
procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas 
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a 
que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem 
incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. 
§ 3º O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que 
trata o art. 326. 
 
 
Para haver a cumulação de pedidos, é necessário que todos os pedidos 
tramitem sobre o mesmo procedimento. Se houver procedimentos diversos para 
os pedidos, deverá tramitar no procedimento comum, sendo que ao final do §2º, 
verifica-se que o procedimento comum torna-se maleável. Porém, para tanto, 
não podem ser incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
31 
 
c) Pedidos de Prestação periódica: 
Ocorre naquelas obrigações de trato sucessivo, ou seja, aquelas que não 
são cumpridas em um único momento. Exemplo: um carnê com vencimento 
mensal em 12 parcelas. 
 
➢ OS PEDIDOS VÃO SER ESPECÍFICOS DE ACORDO COM OS TIPOS 
DE AÇÕES: 
 
Ação Declaratória: 
Busca conferir certeza para dizer se uma determinada relação ou situação 
jurídica existe ou não existe. Verbo a ser utilizado: DECLARAR. 
LOGO, O PEDIDO SERÁ DECLARATÓRIO. Ex: Requer que seja 
declarado... 
 
Ação Constitutiva: 
Objetiva criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica. Ex.: o divórcio. 
Verbo a ser utilizado: DECRETAR. 
 
Ação Condenatória: 
Busca a condenação do Réu a alguma obrigação. Verbo a ser utilizado: 
CONDENAR. 
EX: Requer a condenação do Réu... 
 
Ação Mandamental: 
Busca uma ordem do poder judiciário, substituindo a vontade por uma 
ordem judicial. Verbos a serem utilizados: DETERMINAR, ORDENAR. 
 
Ação Executiva: 
Objetiva a entrega de coisa ou obrigação de fazer ou não fazer. Verbos a 
serem utilizados: DETERMINAR, ORDENAR. 
 
 
 
32 
 
➢ EXEPLOS DE TIPOS DE PEDIDOS: 
Condenatório: 
Que o Réu seja condenado a cumprir o contrato, passando em definitivo 
o imóvel descrito na inicial para o nome do Autor, no prazo de 15 (quinze) dias, 
a contar da intimação da sentença, sob pena de multa cominatória diária no valor 
de R$... (CHACON, 2020, p. 43) 
Que o Réu seja condenado ao pagamento de R$... (...) a título de danos 
morais, devidamente corrigidos e atualizados desde a data da prática do ato 
ilícito até a data do efetivo pagamento (CHACON, 2020, p. 42). 
 
Declaratório: 
Que seja declarada a anulação do casamento havido entre as partes, com 
a expedição dos mandados competente para as averbações necessárias no 
Cartório de Registro Civil. (CHACON, 2020, p. 43). 
 
Pedido Declaratório e Condenatório: 
Que seja declarada extinta a relação locatícia, com fundamento na falta 
de pagamento dos aluguéis e seus acessórios, condenando-se o Réu à 
desocupação voluntária, para que, no prazo legal, desocupe de pessoas e bens 
o imóvel, sob pena da decretação efetiva do despejo forçado. (CHACON, 2020, 
p. 43). 
 
Pedido Constitutivo: 
Que seja decreta a separação judicial dos Requerentes, emitindo-se o 
competente mandado para o Cartório de Registro Civil, homologando-se os 
termos do acordo apontados na Inicial, por sentença, para que surta seus 
regulares efeitos. (CHACON, 2020, p. 44). 
 
ATENÇÃO: Observar que o pedido deverá ser formulado de acordo com o 
procedimento → como no caso dos procedimentos especiais, em que os pedidos 
podem variar justamente de acordo com o tipo de procedimento. EXEMPLO: 
requerer o depósito no caso da ação de consignação em pagamento. 
 
33 
 
3.3.5 Valor da causa 
O valor da causa que deve constar na petição inicial e na reconvenção 
tem inúmeras consequências para o processo. Ou seja, pode ser determinando 
para fixar a competência, as custas, multas processuais, despesas, honrorários 
de advogado, etc. 
Sobre a importância do valor da causa, Chacon (2020, p. 46) exemplifica: 
Realmente, os efeitos do valor da causa são: a determinação da 
competência; a determinação do procedimento, conforme 
possibilidade de ajuizamento no Juizado Especial Cível, por exemplo; 
a determinação do valor proporcional das despesas, das custas, 
conforme os arts. 82 e seguintes do CPC e a Lei de Custas; e o cálculo 
dos honorários advocatícios. 
 
Trata-se, assim, de elemento essencial que deve constar na petição 
inicial, conforme art. 319, VI do CPC/15. 
Deste modo, SE A PEÇA FOR ESTRUTURA DE PEÇÃO INICIAL, o valor 
da causa sempre constará na petição inicial, independentemente se for 
procedimento contencioso ou voluntário, mesmo que a causa não tenha 
conteúdo econômico que seja imediatamente aferível, conforme previsão do art. 
291 do CPC: 
 
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha 
conteúdo econômico imediatamente aferível.(BRASIL, 2015) 
 
Para fixar o valor da causa o examinando deve observar o enunciado da 
FGV, bem como os critérios para fixação do valor da causa contidos no artigo 
292 do CPC. 
 
➢ CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA CAUSA: Previsão no art. 292 do CPC: 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da 
reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida 
do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se 
houver, até a data de propositura da ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, 
a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o 
valor do ato ou o de sua parte controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais 
pedidas pelo autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de 
avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor 
pretendido; 
 
34 
 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia 
correspondente à soma dos valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - naação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido 
principal. 
§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-
se-á o valor de umas e outras. 
§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação 
anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo 
superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das 
prestações. 
 
Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, deve-se levar em 
consideração o valor de umas e outras, sendo que o §2º estabelece os critérios 
para fixar o valor das prestações vincendas. 
Ou seja, se for em razão de um contrato com vencimento em 12 parcelas, 
mas foram pagas apenas 2, o valor da causa deverá considerar as 02 parcelas 
pagas, mais as 10 que irão vencer. 
 
 
3.3.6 As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade 
dos fatos alegados 
Na petição inicial, tem o Autor dever de indicar as provas que pretende 
demonstrar a veracidade dos fatos alegados. 
Cabem tanto as provas típicas previstas no Novo CPC, quanto as não 
previstas, de forma que o art. 369 do CPC/15 permite que sejam empregados 
todos os meios de prova moralmente legítimos. 
O fundamento é o próprio artigo 320 do CPC que determina que o autor 
na petição inicial deve juntar as provas documentais essenciais à propositura da 
ação. 
Exemplo fornecido por CHACON (2020, p. 51) para petição de provas no 
rito ordinário: Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em 
direito admitidos, principalmente juntada de novos documentos, prova oral 
e pericial, sem exceção de outros que possam ser indicadas no momento 
oportuno. 
Para FGV geralmente se faz o pedido genérico sempre: REQUER A 
PRODUÇÃO DE TODOS OS MEIOS DE PROVA EM DIREITO ADMITIDOS. E 
 
35 
 
caso conforme a ação ou o enunciado da peça, se faz o pedido específico 
de alguma prova. 
 
 
 
 
 
3.3.7 Quanto à realização da audiência de conciliação ou de 
mediação 
 Previsão do inciso VII, do art. 319: “a opção do autor pela realização ou 
não de audiência de conciliação ou de mediação”. 
Conforme o inciso VII do artigo 319 do CPC, o autor deve manifestar na 
petição inicial o seu interesse ou desinteresse pela realização da audiência de 
conciliação ou mediação (audiência do artigo 334 do CPC). Inclusive o §5º do 
artigo 334 do CPC menciona que é na petição inicial que o autor manifesta seu 
desinteresse pela realização da audiência. A audiência ocorre antes da 
contestação no procedimento comum, e só não vai ser realizada nas hipóteses 
do artigo 334, §4º do CPC. IMPORTANTE: Esse pedido é novidade do CPC/15. 
 
Exemplo de como fazer esse pedido: “Em atendimento ao art. 319, VII, 
do Código de Processo Civil de 2015, informa o Autor a opção pela realização 
da audiência de conciliação ou mediação”. 
 
3.3.8 Dos demais requisitos que não estão expressos no art. 319 
do CPC/15 
Há alguns pedidos que não estão no rol do artigo 319 do CPC, mas que 
devem ser observados no caso da prova da FGV, dependendo do caso. 
➢ Pedido de citação do réu; (de regra, no procedimento comum é citado 
para comparecer à audiência de conciliação ou mediação do artigo 334 
do CPC); 
➢ Pedido de intervenção do Ministério Público; (art. 178 do CPC). Cuidar 
inclusive a previsão do artigo 698, parágrafo único do CPC. 
 
36 
 
➢ Pedido de concessão do benefício da gratuidade da justiça (art. 98 e 99 
do CPC) OU juntada do comprovante de recolhimento de custas iniciais 
(art. 82 do CPC); 
➢ Pedido de condenação do Réu em custas e honorários de advogado; (art. 
85 do CPC) 
➢ Pedido de tramitação preferencial; (art. 1.048 do CPC), ainda previsão de 
lei específica, se houver; 
➢ Pedido de tutela provisória; (arts. 294 e ss do CPC) 
➢ Ações como embargos de terceiro, embargos à execução, oposição, por 
exemplo, podem ainda ter pedido de distribuição por dependência; 
 
a) Benefício da gratuidade da justiça (ou comprovante do recolhimento das 
custas iniciais): a depender se a parte possui direito ou não ao benefício da 
gratuidade da justiça. CUIDAR SEMPRE O ENUNCIADO. 
Exemplo de como fazer esse pedido: Requer a concessão do benefício 
da gratuidade da justiça, nos termos dos artigos 98 e 99 do CPC/15, eis que é 
pessoa pobre nos termos da lei, não podendo arcar com as custas, despesas e 
honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Pedido de tramitação preferencial ou prioridade no processamento da 
causa: 
➢ No caso de parte com idade igual ou superior a 60 anos de idade 
(Lei 10.471/2003 – Estatuto do idoso, artigo 71 e inciso I do artigo 1.048 do 
CPC/2015). PRIORIDADE ESPECIAL: dentre os idosos, aqueles maiores de 80 
anos terão prioridade especial, na forma do art. 71, §5º, do Estatuto do idoso. 
 
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e 
procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que 
figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior 
a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. 
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, 
fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade 
judiciária competente para decidir o feito, que determinará as 
providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em 
local visível nos autos do processo. 
(...) 
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial 
aos maiores de oitenta anos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 
2017). (BRASIL, 2003) 
 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou 
tribunal, os procedimentos judiciais: 
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou 
superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim 
compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei 
no 7.713, de 22 de dezembro de 1988; (BRASIL, 2015) 
 
➢ Concessão de preferência em caso de doença grave (previsão do inciso 
I do artigo 1.048 do CPC de 2015). 
 
 
38 
 
➢ Concessão de preferência no processamento da causa, quando regulada 
pelo Estatuto da Criança e Adolescente (previsão do inciso II do artigo 
1.048 do CPC de 2015): 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou 
tribunal, os procedimentos judiciais: 
II - regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente). (BRASIL, 2015) 
 
➢ Concessão de preferência em razão de envolver parte que é vítima de 
violência doméstica e familiar, nos termos da Lei Maria da Penha, 
conforme artigo 1.048, III do CPC: 
 Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou 
tribunal, os procedimentos judiciais: 
III - em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar, 
nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da 
Penha). (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
➢ Concessão de preferência em razão de indício de alienação parental, 
conforme previsão do artigo 4º, caput da Lei 12.318/2010: 
Art. 4o Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento 
ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou 
incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz 
determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas 
provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica 
da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua 
convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre 
ambos, se for o caso. (BRASIL, 2010) 
c) Pedido de intervenção do ministério público: O artigo 178 do CPC prevê 
a intervenção do Ministério Público nas seguintes situações: 
 
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 
(trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses 
previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que 
envolvam: 
I - interesse público ou social; 
II - interesse de incapaz;III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por 
si só, hipótese de intervenção do Ministério Público. (BRASIL, 2015) 
 
➔ Cuidar ainda a previsão do parágrafo único do artigo 698 do CPC 
sobre a intervenção do Ministério Público nas ações de família quando envolver 
parte que é vítima de violência doméstica e familiar: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2
 
39 
 
 Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá 
quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente 
à homologação de acordo. 
Parágrafo único. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, 
nas ações de família em que figure como parte vítima de violência 
doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 
2006 (Lei Maria da Penha). (Incluído pela Lei nº 13.894, de 
2019) (BRASIL, 2015) 
 
d) Pedido de tutela provisória: verificar se é o caso de pedir tutela provisória 
na petição inicial. A tutela provisória está regulada nos artigos 294 a 311 do CPC; 
 
e) Pedido de condenação em custas e honorários advocatícios. Conforme 
previsão do artigo 85 do CPC; 
 
f) Pedido de realização de atos de citação ou penhora fora do horário 
ordinário, conforme previsão do §2º do artigo 212 do CPC: 
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 
(seis) às 20 (vinte) horas. 
§ 1o Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, 
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
§ 2o Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações 
e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as 
houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste 
artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal. 
O Código de Processo Civil de 2015 não prevê expressamente o pedido 
de citação do réu, sendo entendimento doutrinário (CHACON, 2020) que, de 
acordo com o NCPC, tornou-se dispensável o pedido de citação do réu. Ou seja, 
a citação do réu não é mais apontada como requisito da petição inicial, pois 
decorre do dever de o magistrado dar andamento ao processo depois que foi 
provocado. (CHACON, 2020). 
Assim, o objetivo da citação é justamente angularizar a relação processual 
(juiz, autor e réu), permitindo o contraditório e a ampla defesa, e poderá ter como 
consequência os efeitos da revelia e confissão. (CHACON, 2020). 
Nesse sentido, a citação passa a ser opcional, mas a doutrina entende 
que em certos casos deverá, sim, aparecer entre os pedidos como um 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2
 
40 
 
requerimento, “sobretudo, quando for preciso ilustrar, designar, indicar, 
esclarecer situações fora do padrão que digam respeito ao endereço, ao horário, 
ao ambiente onde deverá ser praticado o ato, sobretudo, quando se trata de ato 
de oficial de justiça” (CHACON, 2020). 
O pedido de citação deve observar, segundo CHACON (2020), a 
finalidade da citação. Para que? Exemplo: comparecer à audiência? Apresentar 
defesa? Executado citado para pagar a dívida no prazo? Na ação de 
consignação → citado o réu para levantar o depósito efetuado ou apresentar sua 
defesa! 
Além disso, recomenda-se fazer o pedido de citação quando o Autor 
pretender que a citação seja realizada por uma das formas excepcionais, como 
por edital, por exemplo: (CHACON, 2020) 
➔ Para FGV DEVE SIM SER FEITO O PEDIDO DE CITAÇÃO NA 
PETIÇÃO INICIAL cuidando sempre o tipo de procedimento e a finalidade. 
Poderão, ainda, haver outros pedidos dependendo do tipo de ação (ex.: 
juntada de determinado documento, principalmente se for documentos 
referentes à comprovação do fato). 
 
 
 
 
 
3.4 Da instrução da petição inicial – art. 320 CPC/15 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação. (BRASIL, 2015) 
 
Regra é a produção probatória no momento da propositura da ação. 
Observar ainda a exigência do art. 287 do CPC → JUNTADA DE 
PROCURAÇÃO. 
 Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que 
conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico. 
(BRASIL, 2015) 
 
 
 
 
41 
 
3.5 Passo a passo da petição inicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
3.6 Modelo exemplificativo de petição inicial 
 
DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE... 
 
 
NOME DO AUTOR, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador 
da Cédula de Identidade número..., CPF número..., endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., 
CEP..., por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo) 
OAB..., endereço eletrônico..., com escritório profissional na Rua..., número..., 
Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal no 
artigo... do Código..., ajuizar a presente 
 
AÇÃO..., em face de 
 
NOME DO RÉU, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da 
Cédula de Identidade número..., CPF número..., endereço eletrônico..., residente 
e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas 
razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS: 
Narrar o que aconteceu no mundo dos fatos que ensejou a propositura da ação, 
conforme o enunciado da FGV. NÃO PODEM SER INVENTADOS FATOS. 
 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
Aqui se traz a fundamentação legal da ação. As teses. 
 
III – DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Autor: 
a) O recebimento da presente ação; 
 
44 
 
b) Liminarmente, a concessão da tutela provisória... para o fim de... 
(verificar se é o caso de pedir tutela provisória e se é caso de liminar); 
c) Requer a tramitação preferencial do presente feito, pelo fato de ..., 
tendo em vista a previsão do artigo 1.048, I do Código de Processo Civil 
(verificar se é caso de pedir tramitação preferencial, por exemplo, porque 
ocorreu uma situação do artigo 1.048 do CPC); 
d) Requer a citação do Réu para comparecer à audiência de 
conciliação ou mediação a ser designada por Vossa Excelência com 
antecedência de 30 dias na forma do artigo 334 do Código de Processo Civil, 
e, caso não obtida a composição, ofereça contestação no prazo legal, conforme 
artigo 335, I do Código de Processo Civil; 
e) Requer a intimação do Autor para a audiência na pessoa de seu 
advogado, conforme previsão do artigo 334, §3º do Código de Processo Civil; 
f) A total procedência da presente ação para o fim de ....; 
g) Requer a distribuição por dependência ao processo aos autos do 
processo de número... (SOMENTE SE FOR O CASO); 
h) Requer a intervenção do Ministério Público (se for o caso); 
i) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em 
especial, .... (cuidar o enunciado); 
j) Requer a concessão do benefício da gratuidade da justiça, por ser 
o Autor pessoa pobre nos termos da lei, conforme previsão dos artigos 98 e 99 
do Código de Processo Civil OU a juntada do comprovante da guia de 
recolhimento das custas iniciais, consoante artigo 82 do Código de Processo 
Civil; 
k) Nos termos do artigo 319, VII do Código de Processo Civil, 
manifesta o Autor o seu interesse pela realização da audiência de conciliação 
ou mediação; (cuidar enunciado sobre o interesse oudesinteresse); 
l) A condenação do Réu em ônus sucumbências, condenando o 
mesmo em custas e honorários de advogado, conforme artigo 85 do Código de 
Processo Civil; 
 
Valor da causa: Atribui-se à causa o valor de R$ ... 
 
45 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 DA EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL 
A emenda da petição inicial tem previsão no art. 321 do Código de 
Processo Civil: 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os 
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou 
completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá 
a petição inicial. (BRASIL, 2015) 
Caso o juiz verifique que a petição inicial não preenche os requisitos 
exigidos pelos artigos 319 e 320 do CPC, ou ainda, que a petição apresenta 
defeitos e irregularidades que dificultam o julgamento de mérito, determinará que 
o autor emende ou complete a inicial no prazo de 15 dias. 
Ao determinar a emenda da petição inicial, o juiz deve indicar, com 
precisão, o que deve ser corrigido ou completado pela parte. 
Se o autor não emendar/completar a inicial no prazo, o juiz indeferirá a 
petição inicial, conforme determina o parágrafo único do artigo 321 do CPC; 
 
 
 
 
DICA: Como verificar que é a emenda à petição inicial na hora da 
PROVA? 
A peça processual será emenda a petição inicial quando o enunciado da 
FGV deixar evidente que a petição inicial deixou de atender os requisitos dos 
artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil e o juiz intimou o Autor para 
emendar / completar a petição inicial. 
 
 
 
 
 
04 
 
47 
 
4.1 Modelo exemplificativo da emenda a petição inicial 
 
DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE... 
 
Processo número... 
 
NOME DO AUTOR, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador 
da Cédula de Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e 
domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por 
intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo) OAB..., 
endereço eletrônico..., com escritório profissional na Rua..., número..., Bairro..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, com fundamento legal no artigo 321 do Código 
de Processo Civil, apresentar a presente 
 
EMENDA À PETIÇÃO INICIAL 
 
nos autos da Ação... que move em face de NOME DO RÉU, 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade 
número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., nos seguintes termos: 
 
I – TEMPESTIVIDADE: 
A presente emenda à petição inicial é tempestiva, eis que apresentada 
dentro do prazo legal de 15 dias, conforme o caput do artigo 321 do Código de 
Processo Civil, computados somente os dias úteis, tal qual preceitua o artigo 219 
do Código de Processo Civil, excluindo o dia do início e incluindo o dia do 
vencimento, conforme caput do artigo 224 do Código de Processo Civil; 
 
II – DA EMENDA: 
O Autor foi intimado por Vossa Excelência para emendar a petição inicial, 
pois não informou na Petição Inicial o endereço da residência e domicílio do Réu. 
 
48 
 
O artigo 321 do Código de Processo Civil estabelece que o juiz determinará 
ao Autor que emende ou complete a petição inicial no prazo de 15 dias, quando 
não preencher os requisitos dos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil, 
ou que apresenta defeitos e irregularidades aptos a dificultar o julgamento de 
mérito, devendo o juiz indicar precisamente o que deve ser emendado ou 
completado. 
Sendo assim, Vossa Excelência determinou que o autor realizasse a 
Emenda da Petição Inicial no prazo de 15 dias, indicando precisamente que o 
Autor completasse a Inicial informando o endereço completo do Réu, nos termos 
do artigo 319, II do Código de Processo Civil. 
Dessa forma, vem o Autor, em atenção ao disposto no inciso II do artigo 
319 do Código de Processo Civil, informar a residência e o domicílio do Réu de 
forma completa: 
Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., endereço 
eletrônico... 
 
III – DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Autor o recebimento da presente Emenda à 
Petição Inicial, possibilitando o consequente recebimento da Petição Inicial da 
Ação de... movida em face do Réu com o regular processamento do feito para 
ao final julgar totalmente procedente a ação nos termos da Inicial; 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
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4. CONTESTAÇÃO 
 
Da mesma forma que é assegurada a garantia da Inafastabilidade da 
Jurisdição, do direito à ação para quem quiser ajuizar uma demanda, deve ser 
permitido ao Réu, no processo civil, o direito de se defender. 
Em razão dos princípios do contraditório e da ampla defesa é necessário 
que a parte Requerida tenha ciência do processo para que possa se manifestar, 
contestar, bem como se defender de forma ampla e efetiva. 
Portanto, proposta a ação pelo Autor, o Réu deve ser informado através 
da citação que existe uma demanda contra ele, consoante dispõe o artigo 238 
do Código de Processo Civil. 
Logo, em razão da previsão dos princípios constitucionais, também ao réu 
deve ser dada a oportunidade ao Réu de reagir à pretensão da parte contrária, 
dando ciência ao que foi descrito e comprovado pelo Autor na inicial. 
No que tange ao meio de defesa através da contestação, é de se pontuar 
que o Novo Código de Processo Civil trouxe profundas transformações no que 
se refere à forma procedimental da apresentação da defesa pelo réu, com a sua 
simplificação e diminuição dos atos processuais. Isto é, muitas defesas que 
apresentadas de forma separada no antigo CPC hoje são dentro da contestação, 
por exemplo. 
Ou seja, como exemplo, pode-se mencionar que a incompetência relativa, 
reconvenção, impugnação ao benefício da gratuidade da justiça e incorreção do 
valor da causa que antes eram apresentadas em peças autônomas, pelo novo 
CPC passam a ser feitas na própria contestação. 
A defesa do Réu deve ser efetiva e da mesma forma ampla, atingindo 
questões processuais ou de mérito, podendo ser tanto quanto às preliminares 
como no que se refere à defesa de mérito. 
 
 
 
 
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5.1 Da defesa quanto às preliminares e quanto ao mérito: 
A defesa do réu pode incluir alegações de mérito e outas de índole 
meramente processual. 
Como exemplo, pode ser suscitada uma Ação de Indenização de Danos 
Materiais em razão de um acidente entre veículos automotores. No referido 
processo, o Autor pleiteia Danos Materiais no veículo no valor de R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais), conforme provas produzidas. Se por exemplo, na 
contestação o réu alegar incorreção do valor da causa em sede de preliminar, 
estará atacando apenas aspectos processuais. 
Agora, se no mérito da contestação alegar que não foi o culpado pelo 
acidente, que não houve os danos materiais, estará se defendendo quanto ao 
mérito. 
Não seria recomendável fazer apenas a defesa preliminar, pois caso não 
acolhida ou mesmo que acolhida dependendo da preliminar o processo poderá 
continuar e acabar sendo analisado o mérito da questão trazido pelo Autor na 
Inicial. 
Assim, deverá o Réu, mesmo existindo evidente vício processual, 
apresentar impugnação também no que se refere à relação de direito material. 
Por isso, em sede de Contestação, as defesas quanto às preliminares 
devem ser apontadas antes, ou seja, em preliminares, justamente por serem 
analisadas antes

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