Buscar

Das Medidas de Segurança e da Ação Penal

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

TRABALHO DE DIREITO PENAL – 4º BIMESTRE
Título VI - Das Medidas de Segurança 
ESPÉCIES DE MEDIDAS DE SEGURANÇA 
Art. 96. As medidas de segurança são:
I – internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; 
II – sujeição a tratamento ambulatorial. 
Parágrafo único. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. 
Conceito: Medida de segurança é a modalidade de sanção penal com finalidade exclusivamente preventiva, e de caráter terapêutico, destinada a tratar inimputáveis e semi-imputáveis portadores de periculosidade, com o escopo de evitar a prática de futuras infrações penais. Em que pese o seu aspecto curativo, revela-se como espécie de sanção penal. Diferem, porém, destas, principalmente pela natureza e fundamento. Enquanto as penas têm caráter retributivo-preventivo e se baseiam na culpabilidade, as medidas de segurança têm natureza só preventiva e encontram fundamento na periculosidade do sujeito. 
O art. 96 do CP apresenta duas espécies de medidas de segurança: 1ª) Detentiva (inciso I) – consiste em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado. Importa em privação da liberdade do agente e 2ª) Restritiva (inciso II) – é a sujeição a tratamento ambulatorial. O agente permanece livre, mas submetido a tratamento médico adequado. O critério para escolha da espécie de medida de segurança a ser aplicada reside na natureza da pena cominada em abstrato à infração penal. Com efeito, dispõe o art. 97, caput, do CP, que se o fato é punido com reclusão, o juiz determinará, obrigatoriamente, sua internação. Se o fato, todavia, for punível com detenção, poderá o juiz optar entre a internação e o tratamento ambulatorial. 
Se no curso da execução da pena privativa de liberdade sobrevier doença mental, o juiz poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança (art. 183 da LEP), a qual, todavia, não poderá durar mais que o restante da pena. 
IMPOSIÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA PARA INIMPUTÁVEL 
Art. 97. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. Prazo 
§ 1º A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Perícia médica 
§ 2º A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. 
Desinternação ou liberação condicional 
§ 3º A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 
§ 4º Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. 
Aplicação: O inimputável (art. 26, caput, do CP) que pratica uma infração penal é absolvido. Não se aplica pena, em virtude da ausência de seu pressuposto – a culpabilidade. Essa absolvição está prevista no art. 386, VI, do CPP. Diante de sua periculosidade, todavia, impõe-se uma medida de segurança, a sentença absolutória imprópria. Por outro lado, no tocante ao semi-imputável (art. 26, parágrafo único, do CP) responsável por um crime ou contravenção penal a sentença é condenatória. A presença da culpabilidade, embora diminuída, autoriza a imposição de pena, reduzida obrigatoriamente de um a dois terços. Se, entretanto, constatar-se a sua periculosidade, de forma a necessitar o condenado de especial tratamento curativo, a pena reduzida pode ser substituída por medida de segurança. O art. 98 do CP acolheu o sistema vicariante ou unitário, pois ao semi-imputável será aplicada pena, reduzida de um a dois terços, ou medida de segurança, conforme seja mais adequado ao caso concreto. 
A perícia médica será efetivada ao término do prazo mínimo médica fixado, e repetida, de ano em ano, até a cessação da periculosidade. A qualquer tempo, porém, poderá o juiz da execução determinar o exame, mesmo antes do prazo mínimo marcado na sentença (LEP, art. 176). 
Condições da desinternação e da liberação: Estas condições se dividem em obrigatórias e facultativas. São condições obrigatórias: (1) obter ocupação lícita, se apto para o trabalho, (2) comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação, e (3) não mudar da comarca sem prévia autorização judicial (art. 178 da LEP). O juiz tem, ainda, a discricionariedade para impor condições facultativas, tais como: (1) não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da observância cautelar e de proteção, (2) recolher-se à habitação em hora fixada, e (3) não frequentar determinados lugares. 
Revogação: A desinternação e a liberação, de natureza condicional, serão revogadas pelo juízo da execução se o agente, antes do decurso de 1 ano, praticar fato, e não necessariamente infração penal, indicativo da manutenção da sua periculosidade (art. 97, § 3º, do CP).
Egresso: O internado ou submetido a tratamento ambulatorial que foi liberado pelo período de 1 (um) ano, a contar da saída do estabelecimento, é chamado de egresso pelo art. 26, I, da LEP. 
Cuida-se da conversão da internação para tratamento ambulatorial, durante o prazo de duração da medida de segurança, como forma de preparar o sentenciado, progressivamente, para o retorno ao convívio social, nos casos em que a internação não se mostra mais necessária, embora o agente dependa da manutenção dos cuidados médicos. 
SUBSTITUIÇÃO DA PENA POR MEDIDA DE SEGURANÇA PARA O SEMI-IMPUTÁVEL 
Art. 98. Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. 
Medida de segurança e semi-imputável: Ao semi-imputável, em razão de se tratar de pessoa com menor grau de censurabilidade, pode ser imposta pena, obrigatoriamente diminuída de um a dois terços. Se o semi-imputável necessitar de especial tratamento curativo, por ser dotado de periculosidade, e assim recomendando o exame pericial, o juiz optará pela substituição da pena privativa de liberdade por medida de segurança, nos moldes do dispositivo em análise. Se o semi-imputável for condenado à pena de multa, não caberá a substituição desta por medida de segurança 
DIREITOS DO INTERNADO 
Art. 99. O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento. 
O sentenciado a quem foi imposta medida de segurança detentiva não pode ser colocado em estabelecimento prisional comum, sob pena de ser submetido a constrangimento ilegal sanável por habeas corpus. Deve receber o tratamento psiquiátrico necessário, em hospital ou, na falta de vagas, em local com dependência médica adequada. Na realidade, a Lei n 2 7.209/84 trocou o nome " manicômio" por outro, mas não se previu a construção de melhores estabelecimentos, persistindo a antiga e precária situação deles. Direitos do internado: Vide LEP, arts. 32 , 41 c/c 42, 99, 100 e 101. Ainda quanto aos direitos do internado, sua proteção e forma do tratamento em geral, vide Lei n° 10.216/01. 
Título VII – Da Ação Penal
AÇÃO PÚBLICA E DE INICIATIVA PRIVADA 
Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. 
§ 1º A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
§ 2º A ação
de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá- lo. 
§ 3º A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. 
§ 4º No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Ação penal é o exercício do direito subjetivo de pedir o pronunciamento jurisdicional para a aplicação da lei penal a um caso concreto (CR/88, art. 5 2 , XXXIV, a, e XXXV). No caso do Ministério Público há o poder-dever funcional de oferecer denúncia na ação penal pública. 
Características: O direito ao exercício da ação penal apresenta as seguintes características: é a) público: a atividade jurisdicional provocada é incumbência do Poder Público; b) subjetivo: o seu titular exige do Estado a prestação jurisdicional; c) autônomo: independe da efetiva existência do direito material; d) abstrato: independe do resultado final da postulação (favorável ou desfavorável); e e) instrumental: embora o fim último do autor seja o de obter um resultado favorável à pretensão insatisfeita, o direito de ação tem por fim a instauração de um processo, com a tutela jurisdicional, para a composição da lide. Esse direito instrumental, porém, só existe porque é conexo a um caso concreto. 
Classificação da ação penal: A classificação da ação penal pode ser efetuada levando em consideração a tutela jurisdicional invocada ou a titularidade para sua propositura. 
– Divisão com base na tutela jurisdicional invocada: É a utilizada também no processo civil, e classifica as ações em: a) de conhecimento: visa o reconhecimento do direito submetido à apreciação judicial. É exemplo a ação proposta pelo MP ou pelo ofendido ou seu representante legal, visando a condenação do responsável por um fato típico e ilícito. É também chamada de “ação penal condenatória”. b) cautelar: busca resguardar o direito invocado na ação principal, de forma a permitir a eficácia da prestação jurisdicional. Há diversos provimentos cautelares, tal como o sequestro, previsto nos arts. 125 e 132 do CPP, medida destinada a efetuar a constrição dos bens adquiridos com os proventos da infração penal; e c) de execução: almeja a satisfação de um direito já reconhecido. A Lei 7.210/1984 cuida da execução da sentença penal condenatória. 
– Divisão subjetiva: É a classificação adotada pelo artigo em estudo: “A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido”. Essa divisão parte da titularidade para propositura da ação penal. É pública a proposta pelo MP, e privada a que tem como sujeito ativo o ofendido ou seu representante legal. 
Princípios que regem a ação penal pública: São os seguintes: 1) Oficialidade ou autoritariedade 2) Obrigatoriedade ou legalidade 3) Indivisibilidade 4) Indisponibilidade ou indesistibilidade 5) Intranscendência 6) Oficiosidade 7) Suficiência 
Ação penal pública incondicionada: É a espécie de ação penal iniciada pelo MP, com o oferecimento de denúncia, que depende somente da existência de prova da materialidade e de indícios de autoria de um fato previsto em lei como infração penal. 
Ação penal pública condicionada: É condicionada a ação penal quando a lei expressamente exigir, como condição para o oferecimento da denúncia, a existência de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo, ou ainda, de requisição do Ministro da Justiça (art. 100, § 1º, do CP e art. 24 do CPP). 
Princípios que regem a ação penal privada: 1) Oportunidade ou conveniência 2) Disponibilidade 3) Indivisibilidade 4) Intranscendência 
Distinção: A ação penal de iniciativa privada pode ser exclusivamente privada (§ 2) ou subsidiária da ação pública (§ 3 deste art. 100). 
Exclusivamente privada (§2): Quando somente pode ser exercida pelo ofendido ou seu representante legal. Procede-se mediante o oferecimento, em juízo, de queixa-crime. 
Subsidiária (§3): Em casos de ação penal pública, quando o Ministério Público restar inerte, não oferecendo denúncia no prazo legal (CPP, art. 46), nem requerendo arquivamento (CPP, art. 28) ou diligência imprescindível (CPP, art. 16), o ofendido ou o seu representante legal pode, então, iniciá-la em substituição ao Ministério Público. A CR/88, em seu art. 5 2 , LIX, prevê expressamente essa modalidade de ação. 
A AÇÃO PENAL NO CRIME COMPLEXO 
Art. 101. Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. 
Crimes complexos são aqueles que resultam da fusão de dois ou mais tipos penais. Exemplos: roubo (furto + lesão corporal ou ameaça), latrocínio (roubo + homicídio) e extorsão mediante sequestro (extorsão + sequestro). Destarte, o crime que resulta da união de dois outros será de ação penal pública, desde que um deles pertença a esta categoria, ainda que seja o outro de ação penal privada. Como, porém, a lei sempre indica expressamente as hipóteses de crime de ação penal privada, essa regra é inócua e absolutamente desnecessária. 
IRRETRATABILIDADE DA REPRESENTAÇÃO 
Art. 102. A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. 
Representação é a manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal, no sentido de que tem interesse na punição do autor da infração penal. Nos casos expressamente indicados por lei, a representação constitui condição (de punibilidade, procedibilidade ou, ainda, possibilidade jurídica — vide art. 100, § 19) para que o Ministério Público possa intentar a ação penal. Na hipótese de retratação da representação, antes do oferecimento da denúncia, há dois entendimentos: 1) o juiz deve declarar a extinção da punibilidade, em que pese a ausência de previsão expressa pelo art. 107 do CP; e 2) os autos devem permanecer em cartório, uma vez que antes do decurso do prazo decadencial será possível o oferecimento de nova representação, ou seja, a retratação da retratação. 
DECADÊNCIA DO DIREITO DE QUEIXA OU DE REPRESENTAÇÃO 
Art. 103. Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. 
Decadência é a extinção do direito de ação do ofendido (na verdade, do exercício do direito à jurisdição), em razão do decurso do prazo que a lei fixa para o seu exercício. A decadência pode atingir tanto o direito de oferecer queixa (na ação penal de iniciativa privada) como o de representar (na ação penal pública condicionada), ou, ainda, o de suprir a omissão do Ministério Público (dando lugar à ação penal privada subsidiária). 
Prazo para a queixa-crime: Nos termos do art. 38 do CPP, em regra, a queixa-crime deve ser ajuizada no prazo de seis meses. Este interregno será contado a partir da data em que o ofendido ou seu representante legal tomar conhecimento da autoria da infração penal. Trata-se de prazo decadencial, que não se prorroga por força de domingos, feriados ou férias, devendo ser incluído em seu cômputo o dia do começo, excluindo-se o dia do final, conforme a regra traçada pelo art. 10 do CP. 
Prazo para a representação: O direito de representação poderá ser exercido no prazo de seis meses, contado a partir do dia em que o ofendido ou seu representante legal tomou ciência acerca da autoria da infração penal. Decorrido esse prazo, com a omissão de quem tinha a prerrogativa de oferecer a representação, verificar-se-á a extinção da punibilidade pela decadência (art. 107, IV, 2ª figura, do CP). Na hipótese de curador especial, tal prazo é computado a partir
da aceitação da nomeação para exercer o munus público, e não do conhecimento da autoria. Com a morte do ofendido, e se ainda não tiver se esgotado o prazo decadencial, o direito de representação será transmitido ao CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – art. 24, § 1º, do CPP). E, nos termos do art. 38, parágrafo único, do CPP, a decadência, nesse caso, ocorrerá no mesmo prazo. 
RENÚNCIA EXPRESSA OU TÁCITA DO DIREITO DE QUEIXA 
Art. 104. O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
A renúncia é ato unilateral pelo qual se efetua a desistência do direito de ação pela vítima. Pode ocorrer na ação penal exclusivamente privada, mas não na subsidiária da pública, pois se o ofendido deixar de oferecer queixa o MP poderá iniciar a ação penal enquanto não extinta a punibilidade do agente, pela prescrição ou por qualquer outra causa. A renúncia divide-se em expressa ou tácita. A expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, seu representante legal ou procurador com poderes especiais (CPP, art. 50). A tácita é revelada pela prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa, mas não se considerando como tal o recebimento de indenização (CP, art. 104, parágrafo único, e CPP, art. 57). 
PERDÃO DO OFENDIDO 
Art. 105. O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. 
Perdão do ofendido é a desistência manifestada após o oferecimento da queixa, impeditiva do prosseguimento da ação. Portanto, seja ele expresso ou tácito, somente constitui-se em causa de extinção da punibilidade nos crimes que se apuram exclusivamente por ação penal privada. O perdão somente pode ser concedido depois de iniciada a ação penal privada e antes que a sentença condenatória transite em julgado (CP, art. 106, III, § 2 2 ). Portanto, mesmo na pendência de recurso especial ou extraordinário, ou de agravo de instrumento ou regimental contra o não-processarnento daqueles, ainda há ocasião para o perdão. Antes do inicio da ação penal não poderá existir perdão, mas renúncia (CP, art. 104), pois o perdão só é cabível após a instauração da ação.
Art. 106. O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:
I – se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
II – se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
III – se o querelado o recusa, não produz efeito. 
§ 1º Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. 
§ 2º Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
Divisão do perdão: O perdão será processual ou extraprocessual, conforme extensão e ocorra dentro ou fora dos autos. E pode ser expresso, quando concedido mediante aceitação do declaração ou termo assinado pelo ofendido, seu representante legal ou procurador perdão especialmente habilitado (CPP, arts. 50 e 56); ou tácito, quando resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação (CP, art. 106, Ill, § 1 2 ), admitindo-se todos os meios legais de prova para a sua demonstração (CPP, art. 57). 
Extensão do perdão: Se o perdão for concedido a um dos querelados, estende-se aos demais (CP, art. 106, I). Todavia, quando há mais de um querelante, o perdão dado por um deles não prejudica o direito dos outros ofendidos de prosseguir na ação (CP, art. 106, II). 
Aceitação do perdão: Caso o querelado recuse o perdão, este não produzirá efeito (art. 106, III, do CP). Havendo dois ou mais querelados, pode um deles não aceitar o perdão, hipótese em que a ação prosseguirá somente contra ele. 
REFERÊNCIAS
DELMANTO, Celso. Código penal comentado. 6. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.
MASSON, Cleber. Código Penal comentado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando