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DIREITO PENAL Atualizado

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Direito Penal sem V
· Recordando alguns conceitos
 O Inimputável
· Art. 26 do CP- É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 O semi-imputável
· (Art. 26 do CP) Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
E menores, violenta emoção e estado de embriaguez?
Menores: não são penalmente imputáveis (Art. 27 do CP), mas podem lhe ser impostas medidas sócio educativas, nos termos do ECA, pela realização de atos infracionais. 
· Violenta emoção: não exclui a imputabilidade penal (Art. 28, I do CP)
Embriaguez: Voluntária? não exclui a imputabilidade penal (Art. 28, II do CP)
 Involuntária? se completa, isenta o agente de pena (Art. 28, § 1º do CP).
 Não possuir plena capacidade de entender a ilicitude: redução e pena de 1/3 a 2/3 (Art. 28, § 2º do CP).
O que é medida de segurança?
O CP prevê como consequências do crime: penas (restritivas de liberdade, de direitos ou multa) ou a medida de segurança. 
A medida de segurança é a sanção imposta quando não está presente a culpabilidade (poder e dever agir de acordo com o direito, resultando na reprovabilidade da conduta) e possui natureza exclusivamente preventiva, fundamentada enquanto perdurar periculosidade do agente. A culpabilidade, nesse caso, funciona como fundamento da pena. 
A culpabilidade também é limite para penas (impõe uma pena justa e proporcional para a retribuição e prevenção geral e especial). 
A natureza das chamadas “medidas de segurança”, ou simplesmente “medidas”, não é propriamente penal, por não possuírem um conteúdo punitivo, mas o são formalmente penais, e, em razão disso, são elas impostas e controladas pelos juízes penais.
Não se pode considerar “penal” um tratamento médico e nem mesmo a custódia psiquiátrica. Sua natureza nada tem a ver com a pena, que desta diferencia por seus objetivos e meios. (ZAFFARONI, 2018, p. 763).
Diferenças entre pena e medida segurança
	
	Pena
	Medida de segurança
	Caráter 
	Retributivo e preventivo
	Preventivo 
	Fundamento 
	Culpabilidade 
	Periculosidade 
	Tempo 
	Determinado 
	Indeterminado 
	Sujeitam-se
	Imputáveis e semi-imputaveis 
	Inimputáveis e semi- imputáveis 
Sistemas de aplicação da medida de segurança
Duplo Binário: aplicação dupla de sanção para os imputáveis e semi-imputáveis. Aos inimputáveis, somente medida de segurança. Aos semi-imputáveis e imputáveis a possibilidade de cumulação de penas e medidas de segurança. Era adotado na redação original do CP de 1940, em que havia 7 tipos de medidas de segurança distintas.
Os Penalistas da Escola Técnico-Jurídica procuraram acolher a ambas as sanções, pena e medida de segurança, em um sistema no qual, malgrado suas fundamentais diferenças, seria possível a medida de segurança complementar à imposição da pena, conjugando-se uma resposta de cunho retributivo ao qual se seguia a imposição de uma medida de defesa social de cunho administrativo, visando a defender a sociedade e a tratar o delinquente imputável ou semi-imputável. (REALE JÚNIOR, 2009, P. 487)
Críticas: ne bis in idem, duas consequências para o mesmo crime. Contraria o princípio da culpabilidade. Esse sistema era previsto na redação original do CP.
Vicariante (vicariu, que significa poder exercido por delegação): ou pena (que pode ser reduzida nos termos do parágrafo único do art. 26 do CP) ou medida de segurança ao semi-imputável (dependendo de seu estado de saúde pessoal); e, medida de segurança ao inimputável.
Sistema adotado no CP após a reforma da Parte Geral de 1984.
Pressuposto para aplicação da medida de segurança
Periculosidade do agente: presumida (inimputável) ou real (semi-imputável)
Ausência de Culpabilidade
Realizar fato típico Punível 
A periculosidade será aferida na ação penal por meio de um procedimento denominado incidente de insanidade (Art. 153 do CPP). Será realizado exame médico-legal para diagnosticar se o agente, no tempo da ação ou omissão delitiva, tinha a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Espécies de medidas de segurança (Art. 96 do CP)
Art. 96. As medidas de segurança são:
 I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; (crime punível com reclusão)
 II - sujeição a tratamento ambulatorial (crime punível com detenção).
Classificam-se em:
· Detentiva 
Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. 
Obs.: em sua ausência, a internação deverá ocorrer em outro estabelecimento adequado, Representa uma forma de privação de liberdade. 
Representa uma forma de privação de liberdade
· Restritiva
o agente se sujeita a tratamento ambulatorial
O agente, embora livre, tem uma restrição em seu direito de escolha, pois deve se submeter ao tratamento. Também pode cumprir outras penas impostas, como restritivas de direito.
· Na prática: dependerá da individualização da pena (Art. 59 do CP), especialmente a questão da periculosidade real do agente. 
· (Art. 96) § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.
Inimputável x Semi-imputável
Inimputável: é absolvido (não é condenado) e não é aplicada pena.
Semi-imputável: é condenado a uma pena, em que é aplicada a causa geral de diminuição de pena do parágrafo único do Art. 26 do CP. Ao final, o juiz verificará se é o caso de se cumprir a pena ou impor a medida de segurança.
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. 
· Extinção da punibilidade nas medidas de segurança
(Art. 96 do CP) Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.
Inimputável: como não é aplicada uma pena concreta, a prescrição será sempre regulada pela pena em abstrato (pena máxima prevista) do fato punível cometido.
Semi-imputável: antes de se ter uma pena concreta , utiliza-se a pena em abstrato. Com a imposição de uma pena, a prescrição é regulada pela pena em concreto. 
STF - RE 628.658/RS (Repercussão Geral 371)
Reveste-se de legitimidade jurídica a concessão, pelo Presidente da República, do benefício constitucional do indulto (CF, art. 84, XII), que traduz expressão do poder de graça do Estado, mesmo se se tratar de indulgência destinada a favorecer pessoa que, em razão de sua inimputabilidade ou semi-imputabilidade, sofre medida de segurança, ainda que de caráter pessoal e detentivo.
A competência privativa do Presidente da República prevista no artigo 84, inciso XII, da Carta Federal abrange a medida de segurança, porquanto espécie de sanção penal, inexistindo restrição à concessão de indulto. Embora não seja pena em sentido estrito, é medida de natureza penal, ajustando-se ao mencionado preceito, que há de ser interpretado ontologicamente, e não literalmente, conforme busca o recorrente (Min. Marco Aurélio).
· Tipos de tratamentos
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
Portanto, dependerá da periculosidade real do fato típico realizado. Se mais grave (penado com reclusão), resulta em internação. Por sua vez, sendo apena do com detenção, possibilitao tratamento ambulatorial, se aplicável.
Problema: infrações de menor potencial ofensivo?
(Lei 9.099/95) Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
Apesar de ser uma definição que não existia na reforma do CP de 1984, são delitos tratados constitucionalmente como de menor gravidade, atraindo a aplicação do Art. 97 do CP.
A jurisprudência do STJ, entretanto, recentemente abrandou a aplicação do art. 97 do Código Penal:
“À luz dos princípios da adequação, da razoabilidade e da proporcionalidade, na fixação da espécie de medida de segurança a ser aplicada não deve ser considerada a natureza da pena privativa de liberdade aplicável, mas sim a periculosidade do agente, cabendo ao julgador a faculdade de optar pelo tratamento que melhor se adapte ao inimputável. Desse modo, mesmo em se tratando de delito punível com reclusão, é facultado ao magistrado a escolha do tratamento mais adequado ao inimputável.” (STJ. 3ª Seção. EREsp 998.128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/11/2019) - Informativo 662.
· Tempo de duração (prazo)
Inimputável: (Art. 97) § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Semi-imputável: período da pena, se não incidir o Art. 98 do CP.
10.1 – Caráter perpétuo e indeterminado?
Problema: Art. 5º XLVII, b da CF: dispõe que Não haverá penas de caráter perpétuo.
Como os tribunais tratam isso?
STF: HC 84.219/SP
MEDIDA DE SEGURANÇA
 - PROJEÇÃO NO TEMPO - LIMITE. 
A interpretação sistemática e teleológica dos artigos 75, 97 e 183, os dois primeiros do Código Penal e o último da Lei de Execuções Penais, deve fazer-se considerada a garantia constitucional abolidora das prisões perpétuas. A medida de segurança fica jungida ao período máximo de trinta anos.
O Colegiado limitou a medida de segurança ao período máximo de trinta anos [atualmente seriam 40], via interpretação sistemática e teleológica dos artigos 75 e 97 do Código Penal e 183 da Lei de Execuções Penais. Reconheceu, dessa forma, a feição penal da medida de segurança, haja vista implicar restrição coercitiva da liberdade (Voto do Min. Relator Marco Aurélio).
Ademais, por força do sistema vicariante, a medida de segurança substitui a pena e, nessa qualidade, não deve configurar situação processual mais gravosa que a reprimenda primária, pois não há fundamento jurídico que justifique tal incremento (Voto do Min. Edson Fachin). 
· STJ: Súmula 527 “O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado”.
Em atenção aos princípios da isonomia, proporcionalidade e razoabilidade, aplica-se, por analogia, o art. 75 do Diploma Repressor às medidas de segurança, estabelecendo-se como limite para sua duração o máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado, não se podendo conferir tratamento mais severo e desigual ao inimputável, uma vez que ao imputável, a legislação estabelece expressamente o respectivo limite de atuação do Estado. (AgRg no HC 160734 SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI).
“... na pior das hipóteses, o indultado, se não estiver em boas condições, o Ministério Público vai requerer a sua interdição, há previsão legal para isso. (Min. Luiz Fux – RE 628.558)
 
“...se continuar a doença mental da pessoa submetida à medida, a solução é comunicar a situação ao juízo cível ou ao Ministério Público, para que se proceda conforme o art. 1.769 do Código civil em vigor e efetivar a internação nas condições do art. 1777 desse mesmo Código” (hoje tratada pela lei 10.216 - ZAFFARONI, 2018, p. 766).
10.2 – Período Mínimo, Avaliação e Liberação Condicional
	•Realização de um fato punível e oferecimento de denúncia pelo Ministério Público.
1
	•Instauração de incidente da insanidade mental (Art. 183 do CPP), em autos
apartados, e sentença absolvendo o réu mas impondo Medida de Segurança.
• Ou condenando o réu e impondo pena no caso do semi-imputável
2
	•A Senteça deve prever um prazo mínimo de internação ou tratamento ambulatorial
entre 1 a 3 anos (art. 96, § 1o do CP).
•A sentença pode aplicar o Art. 98 do CP ao semi-imputável.
4
3
	•Guia de recolhimento para internação em Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico ou para realização de Atendimento Ambulatorial.
5
	•Perícia para avaliação da periculosidade (Art. 96, § 2o do CP) . Se persistir, a perícia
deve ser realizada, no mínimo, anualmente, até o final da Medida de Segurança.
	•Se a perícia avaliar que a periculisidade cessou. Início da liberação condicional (art.
96, § 3o do CP). O Inimputável não pode praticar fato grave indicativo da
persistência de sua periculosidade (fato grave não é necessariamente crime).
6
Direitos do internado
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento.de liberdade ao sentenciado imputável.
DESAFIO
TJ-SC – 2018 - Com relação às medidas de segurança, assinale a alternativa correta.
A. A desinternação do agente, constatada a cessação da periculosidade, será sempre condicional. Restabelece-se a situação anterior se o agente, antes do decurso de 01 (um) ano, pratica fato que indique persistir a periculosidade.
B. O ordenamento brasileiro, no que diz respeito às medidas de segurança, adotou o sistema do duplo binário, aplicando-se ao semi-imputável pena ou medida de segurança.
C. A medida de segurança, a despeito de não ter prazo de duração determinado, não pode ter duração inferior a 03 (três) anos.
D. O exame pericial para verificar a cessação ou não da periculosidade do agente será realizado a cada 03 (três) anos.
E. A medida de segurança se impõe ainda que extinta a punibilidade do agente.
PC-ES – 2019 - Levando-se em conta o instituto da Medida de Segurança, assinale a alternativa correta
A. Tendo em vista as suas especificidades, a medida de segurança poderá durar perpetuamente.
B. Havendo recurso apenas por parte da acusação, fica vedado ao Tribunal de Justiça aplicar a Medida de Segurança.
C. A duração da medida de segurança está limitada ao quantum mínimo de pena privativa de liberdade cominada ao delito praticado.
D. Havendo recurso apenas por parte da defesa, fica vedado ao Tribunal de Justiça aplicar a Medida de Segurança.
E. O período de reavaliação da medida de segurança é de no mínimo 2 e no máximo 5 anos.
Questões de Fixação
TJPR – 2019 - Lúcio, inimputável por doença mental, após três anos de internação em hospital de custódia, foi liberado pelo juiz da execução, em decorrência de parecer favorável da perícia médica da instituição. Depois de sete meses da liberação, Lúcio foi detido novamente pela prática de conduta delitiva de natureza sexual.
Nesse caso, o restabelecimento da internação
A. é cabível, porque o novo fato delituoso ocorreu antes de completado um ano da liberação, que é condicional.
B. não é cabível, porque a liberação foi regular e transitou em julgado antes da ocorrência do novo fato delituoso.
C. não é cabível, porque o novo fato delituoso ocorreu mais de seis meses após a liberação.
D. é cabível, porque a liberação é incondicional e não depende da ocorrência de novo fato delituoso a qualquer tempo.
NDA
MPESP – 2018 - A respeito das medidas de segurança e dos inimputáveis, assinale a alternativa correta.
A. A desinternação será sempre condicional e se restabelecerá caso o agente, antes do decurso de 01 (um) ano, praticar fato indicativo de periculosidade, ainda que não criminoso.
B. São inimputáveis os menores de 18 (dezoito) anos e os que praticam fatos definidos como crime sob emoção ou paixão.
C. Ao inimputável, enquanto não cessada a periculosidade, continuará se impondo medida de segurança, ainda que o fato por ele praticado deixe de ser criminoso.
D. Amedida de segurança tem prazo de duração indeterminado, perdurando enquanto não cessada a periculosidade, mas não será menor que 03 (três) anos.
E. Aos inimputáveis aplicam-se medida de segurança, mas, uma vez cessada a condição, o agente passará a cumprir a pena correspondente ao crime praticado.
TRF2 – 2018 - Assinale a afirmativa certa:
A. O sujeito que no momento da prática do crime não era capaz de se determinar, completamente, de acordo com o entendimento do caráter ilícito do fato em razão de embriaguez culposa, poderá ter a pena reduzida de um a dois terços.
B. O critério psicológico determina cientificamente sempre a imputabilidade ou não do agente. Ao passo que o critério biológico etário adotado hoje pela lei penal, é passível de superação pelo juiz na sentença, quando razões de política criminal recomendem.
C. As medidas de segurança aplicáveis aos inimputáveis são: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico; na falta deste em estabelecimento adequado; e sujeição a tratamento ambulatorial. Mas se estiver extinta a punibilidade, nenhuma dessas medidas deve incidir.
D. No caso de tratamento ambulatorial, o tempo limitado para sua ocorrência variará de um a três anos. Terminado o prazo determinado para sua realização, e constatado por perícia que o inimputável cumpriu o programa ambulatorial, sua liberação do tratamento será declarada cumprida em definitivo.
E. A doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado isentam de pena, se ao tempo da ação ou da omissão, ou entre a denúncia e a sentença, o agente era ou se toma inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
ALRO – 2018 - No curso de ação penal onde se imputa a prática de crime de roubo majorado, durante a oitiva das testemunhas de defesa, ocasião em que se identifica que a principal tese defensiva é de negativa de autoria, o juiz verifica que, possivelmente, o réu seria inimputável. Suspenso o processo antes do interrogatório e de encerrar a prova, realizado laudo pericial, é constatada a total inimputabilidade do agente na data dos fatos.
Diante da constatação, juntado o laudo, caberá ao juiz;
A. de imediato, absolver impropriamente o réu, aplicando medida de segurança, o que não gera reincidência;
B. caso constatada a autoria e materialidade após instrução, condenar o réu, aplicando medida de segurança e pena privativa de liberdade
C. caso constatada a autoria e materialidade após instrução, absolver impropriamente o réu, aplicando apenas pena privativa de liberdade com causa de redução de pena;
D. caso constatada a autoria e materialidade após instrução, absolver impropriamente o réu, aplicando apenas medida de segurança;
E. de imediato, condenar o réu, aplicando medida de segurança, o que gera reincidência.
PCPI – 2018 - Com relação às medidas de segurança, marque a alternativa INCORRETA.
A. As medidas de segurança podem ser detentivas (internação) ou restritivas (tratamento ambulatorial). E conforme entendimento do STF, a melhora do quadro psiquiátrico e clínico do paciente autoriza o juízo de execução ou juiz que sentenciou a determinar procedimento de desinternação progressiva em regime de semi-internação.
B. O inimputável que comete uma conduta típica e ilícita deve ser absolvido.
C. O semi-imputável que pratica uma conduta típica, ilícita e culpável deve ser condenado.
D. As medidas de segurança são de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado e de sujeição a tratamento ambulatorial. Caso o fato previsto como crime seja punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
E. Há entendimento do STF no sentido de que a medida de segurança deve perdurar enquanto não haja cessado a periculosidade do agente, limitada, contudo, ao período máximo de 30 (trinta) anos.
SAIBA MAIS
Incidente de insanidade (CPP)
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apartado, que só depois da apresentação do laudo, será apenso ao processo principal.
Insanidade durante o cumprimento da pena (LEP)
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. 
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano.
Procedimento Cível de Internação– Lei 10.216/2001
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
(...)
Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.
	
	Inimputavel:
	Semi- imputável:
	
Sanção ;
	Medida de Segurança
(Art. 96 do CP)
Lembre-se a medida de segurança não
é pena e não há condenação.
	É aplicada uma pena reduzida de
1/3 a 2/3 (Art. 26, parágrafo único
do CP).
Caso necessária, há a conversão
para medida de segurança (Art. 98
do CP).
	Tipo; 
	• Fato apenado como reclusão: internação em hospital de custódia;
• Fato apenado com detenção: atendimento ambulatorial;
STJ: não deve ser considerada a natureza da pena privativa de liberdade
aplicável, mas sim a periculosidade do agente, cabendo ao julgador a
faculdade de optar pelo tratamento que melhor se adapte ao inimputável.
	Tempo;
	Indeterminado. Porém:
• STF: Art. 75 do CP (40 anos);
• STJ: Máximo da pena abstrata ao fato punível.
	Prazo para 
avaliação
	Inicial de 1 a 3 anos (Art. 97,§ 1º do CP) e, posteriormente, anualmente (Art.
97, § 2º do CP).
	Desinternação 
	Após a liberação condicional, período de 1 ano em que o agente não pode
realizar fato indicador de persistência de sua periculosidade (Art. 97,§ 3o
do CP)
 2 – Tipos de Acao Penal
Nulla poena sine judicio (Não há pena sem processo).
Quando se inicia o processo?
Com o oferecimento de denúncia ou queixa-crime, desde que exista legitimidade de parte ativa
(pessoa ou agente competente de acordo com a lei para realizar o ato).
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1o - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de
representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2o - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha
qualidade para representá-lo.
§ 3o - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério
Público não oferece denúncia no prazo legal.
§ 4o - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o
direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão.
2.1 – Ação Penal Pública Incondicionada
É a regra, inclusive conforme a CF:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
O Ministério Público é o dominus littis e, por ser incondicionada, não depende de autorização ou
manifestaçãode vontade de quem quer seja para iniciá-la ou não.
Não esqueça: há requisitos formais e materiais para o oferecimento de denúncia previstos no CPP (art.
41 c.c. 395 I e III, do CPP.
Art. 395 do CPP
“Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal”.
Denúncia Inepta: não atende aos requisitos do Art. 41 do CPP:
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Trata-se de uma inépcia formal, que tem que ser arguida antes da sentença
Pressupostos Processuais e Condições da Ação:
• Pressupostos processuais: requisitos para validade e existência de uma relação processual.
Pressupostos de existência (partes, juiz e pedido). Pressupostos de validade (nulidades);
• Condições da ação: requisitos para o exercício do direto de ação. Existem as genéricas
(legitimidade de agir, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido) e as específicas,
também chamadas de condição de procedibilidade (representação, procuração especial –
art. 44 do CPP etc.).
Falta de justa causa: é um requisito material, que exige um mínimo lastro probatório que dê suporte
à acusação
A ação penal pública é disponível?
(CPP) Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público,
mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Apesar de a lei trazer uma obrigatoriedade, na prática há um “princípio da oportunidade disfarçado”.
A aplicação cega do dogma da obrigatoriedade , além de desconsiderar a realidade, de recursos
pessoais e materiais insuficientes, acabasse desfocando das apurações mais relevantes da sociedade,
além de trazer critérios não democráticos para a seletividade da persecução penal (Andrey Borges de
Mendonça)
Exemplos de disponibilidade: Transação Penal (Art. 76 da Lei 9.099/95); ANPP (art. 28-A, CPP), Colaboração Premiada etc.
2.2 – Ação Penal Pública Condicionada
Por ser de natureza pública, somente o Ministério Público poderá iniciá-la. Ele ainda é o dominus
littis. Porém, necessita de condição da procedibilidade: ou
 (i) a representação do ofendido; ou 
(ii)requisição do Ministério da Justiça.
Depende do juízo de conveniência ou oportunidade da vítima, ou decisão política, quando necessita
de requisição do Ministério da Justiça.
· Principais crimes que necessitam de representação pelo Ministro da Justiça:
i. Cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (Art. 7o, § 3o, b do CP);
ii. Crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República ou contra chefe de
governo estrangeiro (Art. 145, parágrafo único do CP).
Quem pode representar?
Art. 39 (CPP). O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com
poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério
Público, ou à autoridade policial.
§ 1 a representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada
do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou
autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2 A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da
autoria.
§ 3 Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a
inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
§ 4 A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à
autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5 O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem
oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no
prazo de 15 (quinze dias.)
Irretratabilidade da Representação:
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.
Lei Maria da Penha (11.340/06): O STF julgou ser inconstitucional a necessidade de representação
em casos de violência doméstica (apesar de previsto nos arts. 12, I e 16, mas dada a redação do art.
41 afasta a aplicação da Lei 9.099/95)
“AÇÃO PENAL – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER – LESÃO CORPORAL – NATUREZA. A ação
penal relativa a lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública
incondicionada – considerações. (ADI 4424/DF).
Acao Penal Privada e Subsidiaria
Art. 5o da CF: LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada
no prazo legal;
A inércia do Ministério Público, ou seja, do Estado possibilita ao ofendido (vítima), iniciar uma ação
penal pública (incondicionada ou condicionada).
· Prazo legal: 5 dias para réus presos e 
· 15 dias para réus soltos. 
Na prática, o prazo de oferecimento de denúncia é muito maior, ainda mais quando os casos são complexos.
Exceção: Lei de Abuso de autoridade (13.869/19):
(Art. 3o) § 2o A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data
em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.
A inércia do Ministério Púbico não torna a ação penal em privada (que possui uma série de
limitações). O querelante não pode desistir, renunciar, perdoar ou realizar ato que a torne perempta.
E como fica o papel do Ministério Público
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
2.4 – Ação Penal de Iniciativa Privada (Queixa-crime)
São exceções previstas expressamente no texto legal e é iniciada por petição ofertada pela vítima,
denominada queixa-crime.
O legislador entendeu que o interesse da vítima é maior que o da coletividade. Cabe a ela escolher
(foro íntimo) se quer buscar a punição criminal contra todos os autores do delito ou não. Possui
série de requisitos especiais que, caso não observados, podem levar à extinção da punibilidade ou
decadência do direito de queixa (próxima aula).
Cuidado: Queixa-Crime (denúncia na ação penal privada)
 X Notitia Criminis (Relato de crime à
Polícia ou ao Ministério Público)
	
Principais delitos processados mediante queixa-crime:
	Delito;
	Previsão:
	Maior parte dos crimes contra honra (Arts. 138 a 140 do CP)
Exceções: (art. 140, , parágrafos 2o e 3o e art. 141 I e II do CP)
	Art. 145 do CP
	Dano por motivo egoístico e introdução de abandono de animal
em propriedade alheia (Arts. 163, parágrafo único, IV e 164 do
CP)
	Art. 167 do CP
	Usurpação em propriedade particular e sem violência (Art. 161
do CP)
	Art. 161, § 3o do CP
	Fraude à execução (Art. 179 do CP)
	Art. 179, parágrafo único do
CP
	Violação de Direito Autoral (apenas a conduta do caput do Art.
184 do CP)
	Art. 186, I do CP
	Exercício arbitrário das próprias razões sem emprego de
violência (Art. 345 do CP)
	Art. 345, parágrafo único do
CP
Há também hipóteses em legislação extravagante, como Lei do Software (Art. 12, § 3o, Lei
9.609/98), Lei de Proteção à Propriedade Industrial (Art. 199, Lei 9.279/96) etc.
Observação: Antes de 2009, alguns crimes de natureza sexual eram processados por queixa-crime
ou necessitavam de representação para a ação penal ser iniciada.
E se a vítima não puder entrar com a queixa-crime
§ 4o - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o
direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão.
CPP:
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidadepara representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental,
e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa
poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério
Público, pelo juiz competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser
exercido por ele ou por seu representante legal.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge,
e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo,
entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a
ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem
ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
	Ofendido:
	Representante:
	Morto ou ausente
	(i) cônjuge; (ii) ascendente; (iii) descendente; ou, (iv) irmão (nessa ordem)
	Inimputável (menor ou
mentalmente enfermo)
	Representante legal e, na ausência, curador especial
	Entre 18 e 21 anos
	Pela própria vítima ou seu representante
	Pessoas jurídicas
	Representante legal
2 – Açcao Penal personaliíssima
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser
intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento,
anule o casamento.
Por que é personalíssima? Pois nesse caso a vítima não pode ser representada por outra pessoa.
3 – Acao penal em crimes complexos
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si
mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a
qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.
Crime complexo: aquele que em seu tipo legal trás como elementos ou circunstâncias fatos que,
por si só, constituem crime. Se um deles é de ação pública e o outro de iniciativa privada,
prevalecerá a ação penal pública.
Luiz Regis Prado: é aquele resultante da fusão de um ou mais delitos, do qual resulta a lesão de
mais de um bem jurídico. Exemplos: os delitos de roubo (art. 157, CP) – que conjunta os crimes de
furto (art. 155, CP) e de lesão corporal (art. 129, CP) – e de injúria real (art. 140, § 2o, CP) – que
agrega à injúria (art. 140 caput, CP), as lesões corporais (art. 129, CP).
Qual é a regra
Ação Penal Pública. É o tipo de ação que processa os crimes mais graves, tutela bens
jurídicos mais importantes, não dependendo de condição de procedibilidade ou da motivação da
vítima, atraindo a ação penal privada. Assim, a ação do crime mais complexo sempre atrairá o
processamento do menos complexo.
· Exceção: Pacificou-se na jurisprudência entendimento contrário, qual seja, que em razão do
princípio da consunção e absorção, o crime de dano efetivo (lesão corporal culposa imputada a
condutor legalmente inabilitado ou que omite socorro) não poderá ser convertido em crime de
	· Art. 303 (CTB). Praticar lesão corporal culposa
na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e
suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.
§ 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do
§ 1o do art. 302
· (Art. 302, CTB) § 1o
- No homicídio culposo
cometido na direção de veículo automotor, a
pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou
Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na
calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando
possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
IV - no exercício de sua profissão ou
atividade, estiver conduzindo veículo de
transporte de passageiros.
	· Art. 304 (CTB). Deixar o condutor do veículo,
na ocasião do acidente, de prestar imediato
socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo
diretamente, por justa causa, deixar de
solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou
multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
	
	· Art. 309 (CTB). Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano ,
ou multa. 
Ou omissão de socorro) para se viabilizar a ação penal incondicionada.

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