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UFRJ IS WEBER

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UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Curso de Relações Internacionais
Disciplina: Introdução a Sociologia
Professora: Joana Vargas (César Teixeira)
Aluno: Juliano Leodonio Xavier Lima
1) Diferencie Poder e Dominação de acordo com a perspectiva de Max Weber
Influenciado pelas correntes de pensamento derivadas da história, jurisprudência, da economia e da filosofia, a sociologia de Weber busca se basear sua preocupação sociológica na construção da história da nação. Uma das contribuições de Weber está na contextualização do Poder e da Dominação.
Para o autor, o conceito de Poder não possuía uma forma definida (nas palavras de Weber ‘amorfo’), pois defende que o mesmo significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo que contra a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade, essa relação se dá relação se dá por meio de certos recursos necessários que legitimam esse poder, estando presente nas relações sociais. 
Já Dominação para Weber, diz respeito a essa probabilidade de encontrar obediência dentro de um grupo a um certo mandato, entretanto para o pensamento weberiano Poder difere de Dominação, embora admita que essa diferenciação passa por uma linha tênue. Sendo a dominação um caso especial de Poder. Dominação é um estado de coisas pelo qual uma vontade “manifesta” do ‘dominador” e influi sobre os atos de outros, podendo estar presente em três formas:
Dominação Carismática:  em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória. Esse tipo se baseia em capacidades individuais ou pessoais, como afirma novamente o próprio Weber, se obedece à figura do líder em virtude de suas qualidades excepcionais, e não a um estatuto jurídico ou a uma tradição consolidada.
Dominação Tradicional: em virtude da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais de há muito existentes. Esse segundo tipo tem por base, como afirma o autor em outro momento, nos mores – do latim, costumes – santificados pelo meio social.
Dominação Legal: baseada em estatutos, obedece-se à ordem impessoal, objetiva e legalmente estatuída e aos superiores por ela determinados, em virtude da legalidade formal de suas disposições e dentro do âmbito de vigência destas. Assim, enquanto a dominação carismática é extremamente pessoal, aqui a base de legitimidade é a impessoalidade de um estatuto legal. Weber lembra em outra passagem que para que ocorra esse tipo de dominação é necessário que se satisfaçam duas condições: crença na importância ou relevância das normas; crença na funcionalidade do determinado conjunto de normas.
2) Descreva o que é ‘tipo ideal’ e sua utilidade na perspectiva weberiana. 
Para descrever fenômenos sociais, Weber, admite que para o entendimento da sociedade, o cientista social, deveria criar recursos de ‘tipologia’, para melhor compreender o objeto estudado. Isto é dizer, são meios conhecidos que o cientista social lança mão para comparar a realidade, apresentando traços característicos essenciais do objeto em investigação, apontando para elaboração de hipóteses que encadeiam fenômenos para formar um quadro homogêneo não encontrável empiricamente, oriunda da análise, permite em cada caso aproximar ou afastar a realidade empírica e o quadro ideal.
O tipo ideal refere-se a uma construção mental da realidade, onde o pesquisador seleciona um certo número de característica do objeto em estudo, a fim de, construir um "todo tangível", ou seja, um TIPO. Esse tipo será muito útil para classificar os objetos de estudo. Por exemplo, quando pensamos em democracia temos em mente um conjunto de características em nossa mente dando origem a um todo idealizado (o Tipo Ideal). Ao observar um sistema político contrastamos com esse tipo que temos em mente para classificar esse sistema como democrático ou não.
O objetivo de Weber, ao utilizar o recurso "tipo ideal", não é de esgotar todas possibilidades das interpretações da realidade empírica, apenas criar um instrumento teórico analítico.
3) De forma geral descreva como Weber articula racionalização, ética protestante e espirito capitalista. 
A racionalização é vista por Weber como estando relacionada com as mudanças estruturais da sociedade moderna ao longo do tempo, tendo impacto nas formas culturais e sociais. Essas mudanças trazem grandes impactos, como por exemplo o crescimento dos meios urbanos. O pensamento racional, ou racionalidade, para o pensamento weberiano, impactou as instituições modernas como o Estado, os governos, a cultura, a sociedade e o próprio indivíduo.
A racionalidade ou a racionalização, para Weber, possui aspectos distintos que se diferenciam a partir do contexto nos quais eles são observados. A racionalização de um pesquisador que busca apreender o mundo por intermédio da observação sistemática e metódica do mundo é diferente da racionalização do cálculo que busca um fim específico. Essa diferença, no entanto, não os separa, mas os distingue em sua abordagem.
Na classificação das diversas formas de racionalidade, Weber determina quatro principais: a racionalidade formal, a racionalidade substantiva, a racionalidade meio finalística e a racionalidade quanto aos valores.
Weber ao se debruçar sobre o objeto de estudo (a ética protestante) buscou compreender como essa ética propiciou condições para que o capitalismo (o seu espírito) viesse a se desenvolver em países protestantes.
Segundo Weber, o desenvolvimento do capitalismo deve-se a uma peculiaridade dos capitalistas da Europa Ocidental e estadunidenses de encarar o trabalho como uma vocação ou um dom de Deus. Essa concepção é revestida por uma religião, o protestantismo, que insere uma nova ética ao homem. Assim o advento do capitalismo para Weber seria uma nova maneira de encarar o mundo do trabalho, que as pessoas deveriam enriquecer pelo suor do seu esforço. Segundo a concepção puritana o homem não deveria ostentar sua riqueza, devia ter a disciplina ascética e através do trabalho seriam escolhidos por Deus.
Weber relaciona a primazia do capitalismo que é o lucro máximo com as doutrinas protestantes. Ele mostra como o protestantismo dá fundamentos para que o homem busque o lucro, baseado numa crença divina, já que essa mentalidade inerente ao capitalismo de sempre buscar o lucro máximo era estranha à população, que não via necessidade dessa busca desenfreada.

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