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Obesidade: Causas e Comportamentos

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Obesidade
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FILOGÊNESE
Um indivíduo pode ter predisposição à obesidade, com genética favorável. 
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ONTONGÊNESE
Ao longo de sua vida pode aprender padrões de comportamento que favoreçam essa condição, como padrão alimentar parental hipercalórico, não ser estimulado a praticar exercícios físicos ao longo da vida, etc.
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CULTURA
A alimentação representa, em nossa cultura, muito mais do que necessidade nutricional para a sobrevivência. Comida é vista como fonte de prazer e deve estar presente em todos os momentos, ainda mais de comemoração.
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ONTONGÊNESE
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Como porque 
estou ansiosa
Estou gorda 
assim por causa 
dessa minha 
ansiedade
Preciso aprender 
a controlá-la 
para poder perder 
peso
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armadilha
 
o que as pessoas querem é aprender a controlar a sua ansiedade
 
assim, conseguirão também controlar o comer demais
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- Quando está ansiosa, come (conseqüência positiva imediata)
- Quando come, engorda (conseqüência aversiva a médio e longo prazos)
- Engordando, fica ansiosa.
- E quando está ansiosa...
- Repetindo-se o circulo ...
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INSERIR O PARADIGMA DA ANSIEDADE NA LOUSA
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Observa-se que essas pessoas, além de dizerem-se ansiosas, têm muita dificuldade de delimitarem o seu espaço pessoal. 
São pessoas que não estabelecem limites aos outros, permitindo dessa forma uma invasão dos demais à sua vida, à sua privacidade
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PADRÃO DE COMPORTAMENTO INASSERTIVO
Para sentir-se aceita, precisa colocar o outro em primeiro lugar, fazer tudo por ele.
 Isso está associado à sua baixo auto-estima, na medida em que se sente amada somente pela sua utilidade e não pelo seu valor como pessoa 
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AUTOESTIMA BAIXA E IMAGEM CORPORAL NEGATIVA 
HISTÓRIA PASSADA: pouca valorização e farta de críticas negativas
HISTÓRIA ATUAL: farta de críticas negativas (dada a sua condição) 
Costuma-se criticar a pessoa e não o seu comportamento 
Pode adquirir uma reação de autoanulação e autorejeição, acreditando que não tem valor, "
não faz diferença, 
sou inferior, 
não consigo, 
estou sempre errado
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AUTOESTIMA BAIXA E IMAGEM CORPORAL NEGATIVA 
não valoriza a qualidade de vida; 
não cuida de seu corpo “por dentro" já que não seleciona os alimentos que ingere e não faz exercícios; 
e nem "por fora" porque não investe na sua aparência. 
Armadilha:
Como não se gosta, não se dá importância; Como está gorda, não precisa arrumar-se, até porque nada serve e nada fica bem; Somente quando emagrecer, comprará roupas novas.
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Situações aversivas >>>> 
passam a ter o status de determinantes do comportamento de comer em excesso >>>
 o que reforça a relação entre estar mal ou ansioso e comer
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AUSÊNCIA DE OUTRAS FONTES DE PRAZER ALÉM DA COMIDA 
As FONTES DE REFORÇAMENTO para elas estão LIGADAS AO COMER: testar pratos novos, preparar pratos especiais e convidar os amigos para apreciá-los ou sair com os amigos para conhecer um restaurante novo e sua especialidade. 
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REPERTÓRIO POBRE EM TERMOS DE ATIVIDADES REFORÇADORAS
sempre que se sente entediada ou com sensação de vazio: comer
sempre que se sente cansada: comer
A relação pode ter sido estabelecida na infância, pois, quando a criança chora, é comum os pais imaginarem o que está ocorrendo e a alimentação (mamadeira) ser usada como consequência ao choro. Além disso, o afeto (carinho, toque, pegar no colo) vem junto. 
Na idade adulta, mesmo não sendo possível ir para o colo da mãe, quando se sente assim pode comer até porque acredita que a comida a suprirá da energia necessária 
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COMER
alívio imediato (o que fortalece o seu poder) 
assim que parar de comer, o sentimento (ansiedade) volta 
associado à culpa por ter comido 
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No caso da ansiedade, a tentativa de afastá-la impede a possibilidade de identificá-la. 
a pessoa falha em identificar fatores geradores de ansiedade na medida em que busca o prazer da comida, impedindo o contato com a ansiedade
 a observação de que a pessoa obesa tem dificuldades em lidar com seus sentimentos e pensamentos é frequente 
Ela não os aceita, não os reconhece em si, não identifica os eventos eliciadores e, portanto, não aprende a lidar com eles e expressá-los de forma adequada.
 
ANSIEDADE
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Sabe-se que estar com excesso de peso, em geral, é aversivo, 
gera ansiedade e aumenta a probabilidade de a pessoa agir para livrar-se dela. 
E no caso da pessoa obesa: comendo. 
Dessa forma, a ansiedade ora aparece como consequência e ora como estímulo antecedente ao comer.
 Por isso, tanto comer em excesso como a ansiedade devem ser alvo de investigação e intervenção
ANSIEDADE
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REGRAS
que foram adquiridas ao longo de sua vida, sem questioná-las, tornando-se assim insensível às contingências às quais está exposta. 
Exemplo: - Nunca vou emagrecer porque na minha família todos têm problemas de peso. - Tudo que eu como me deixa mais gordo - Fazer exercícios é muito chato. 
Frente a essas regras, a pessoa passa a se comportar de acordo com o que as regras pregam 
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podemos trabalhar com autocontrole e mudança de hábito alimentar
identificando as funções que o comer assume para a pessoa 
Podemos ajudá-la a analisar a sua história de vida e identificar as variáveis ambientais (físicas e sociais), condições emocionais e relações entre elas, que funcionam para o comer em excesso 
Criar condições para que a pessoa altere as contingências presentes em seu ambiente, que exercem controle sobre o seu comportamento
AUTOCONTROLE
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Autocontrole:
 
fortalecimento de comportamentos desejáveis 
enfraquecimento de comportamentos indesejáveis competitivos
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 A pessoa que tem autocontrole inibe respostas indesejáveis com relação à alimentação: 
resiste ao alimento, 
faz substituições por alimentos com menos calorias e menos atraentes, 
espera por consequências a médio e longo prazos da perda de peso, 
consegue afastar as consequências positivas imediatas do comer (sociais, verbais ou emocionais), 
usa de autorecompensa, 
não depende de controle externo 
faz auto-avaliação positiva
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Para comer menos o indivíduo pode, por exemplo, carregar menos dinheiro quando vai ao mercado fazer as compras, evitando a alternativa impulsiva de comprar muitos alimentos 
evitar situações onde o alimento esteja visível e disponível para a pessoa
O indivíduo pode vir a evitar oportunidades de comer exageradamente, ou evitar oportunidades de estar em contato com alimentos com muito açúcar ou gordura
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AUTOMONITORAMENTO
 
hábito de se pesar regularmente
Com o automonitoramento, o indivíduo pode perceber como eventos ambientais ou comportamentos impactam seu peso. 
Verificar uma diminuição de peso contingente à uma nova rotina de exercícios ou à uma nova dieta é reforçadora para esses padrões de comportamentos
 Se pesar pode ser compreendido como uma resposta controladora, que tem algum impacto sobre a resposta controlada de se alimentar. 
Butryn et. al. (2007) encontraram, em um estudo prospectivo, que indivíduos que conseguiram perder peso e manter essa perda a longo prazo foram aqueles que passaram a se pesar com mais frequência, e que pelo menos 79% desses indivíduos se pesavam pelo menos uma vez por semana.
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AUTOMONITORAMENTO
registro de seu comportamento, constituído pelo registro sistemático do comportamento em si, e dos eventos ambientais antecedentes e consequentes 
O registro das respostas é relevante pelo fato de diferentes respostas impulsivas sugerirem diferentes intervenções: algumas pessoas podem consumir exageradamente um tipo específico de alimentos como aqueles ricos em gorduras e açúcares, outras simplesmente por comer de forma exagerada 
O registro das condições ambientais esclarece os contextos em que algum comportamento impulsivo ocorre e sua
função: um indivíduo que tende a comer exageradamente, por exemplo, realizando o registro, percebe que emite este comportamento quando faz as refeições sozinho, constatação que pode o levar a emitir a resposta controlada de começar a fazer as refeições com a família. 
O automonitoramento em si pode ser utilizado como forma de intervenção
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No Brasil, um dos primeiros estudos realizados sobre o tema foi feito por Rachel Kerbauy em 1972, que realizou uma pesquisa experimental com objetivo de estabelecer e aumentar a possibilidade dos sujeitos de automanipular seu comportamento alimentar
por meio de um conjunto de técnicas de autocontrole
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Quinze mulheres com queixas de comer em execesso, com idades variando de 15 a 62 anos
O primeiro grupo (GI), composto por sete integrantes, foi o único a receber atendimento individual.
O segundo (GA1) e o terceiro grupo (GA2), compostos por três sujeitos cada, e o quarto grupo (GB), composto de dois sujeitos, receberam atendimento em grupo 
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As técnicas de autocontrole utilizadas neste estudo foram: restrição, 
mudança de estímulos, 
privação e saciação, 
manipulação de condições emocionais, 
estimulação aversiva, 
autoreforçamento, 
autopunição e 
comportamento incompatível, além de instruções verbais que os sujeitos receberam. 
O tempo total de participação dos sujeitos variou de três a sete meses, bem como o número de sessões oscilou de 12 a 44, já que a periodicidade foi muito variada.
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Os resultados mostraram que todos os sujeitos atendidos individualmente perderam peso, apesar da grande variabilidade intragrupos. Dos oito sujeitos atendidos em grupo, apenas um aumentou de peso. 
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Segundo trabalhos catalogados por Cavalcante (2009) sobre obesidade em Análise do Comportamento, a avaliação visa observar excessos e déficits comportamentais, seus antecedentes, consequentes e reações emocionais, que estejam contribuindo para o comportamento alimentar.
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grupo de clientes obesas;
Grupos de 15 clientes, em média (mulheres);
Semestral • Dois encontros semanais: um com a Psicologia e outro para orientação médica, nutricional e exercícios físicos; • Em um primeiro momento, fazia-se o Psicodiagnóstico e autoconhecimento do hábito alimentar; Em um segundo momento, trabalhava-se a informação sobre nutrição e saúde, reestruturação do hábito alimentar, orientação para exercícios físicos, identificação das funções que o comer tem para cada um e organização do ambiente externo, de forma a facilitar o autocontrole; • Em um terceiro momento, a ênfase era nas dificuldades pessoais relacionadas ao autocontrole, no desenvolvimento da imagem corporal positiva e autoestima, expressão de pensamentos e sentimentos e aumento de repertórios que tenham consequências positivas.
INTERVENÇÃO
SILVA, Vera Lucia Menezes da . Obesidade: O Que Nós, Psicólogos, Podemos Fazer?. In: WIELENSKa, R. C.. (Org.). Sobre Comportamento e Cognição: Questionando e Ampliando a Teoria e as Intervenções Clínicas e em Outros Contextos. 6ed.Santo André - SP: Esetec, 2000, v. 1, p. 276-281.

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