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Fichamento - CAP III - Teoria formas de governo

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Universidade Federal de Santa Catarina 
Curso de graduação: Direito – 15.1 – Noturno 
Acadêmico: Andrey Lyncon Soares Bento 
Disciplina: Teoria Política 
Professor: Rogério S. Portanova 
 
Fichamento de Leitura: “A Teoria das Formas de Governo” – Norberto Bobbio 
 
Capítulo III – Aristóteles 
 
 Discípulo de Platão, Aristóteles é um dos grandes filósofos gregos cujos 
pensamentos e teorias são citadas e prestáveis até hoje. Valorizava a inteligência como 
única forma de alcançar a verdade. Entre várias obras este capítulo se atem mais a 
“Política”, obra que fora dividida em oito livros onde Aristóteles fala sobre as 
constituições e expressa a que acha superior entre as demais. 
 O filósofo traz consigo um termo que remete a constituição, a chamada 
Politeia. E diz que a constituição “é a estrutura que dá ordem à cidade, determinando 
o funcionamento de todos os cargos públicos e sobretudo da autoridade soberana.” 
(Página 55 – linha 20) 
 Aristóteles deixa claro seu pensamento das várias formas de politeia, sem sair 
do contextos dos capítulos anteriores traz novamente a divisão entre as 6 formas de 
governos clássicas as quais estão subdivididas em duas que agrupariam 3 boas e 3 más. 
Porém sua forma de subdivisão se difere enquanto ele verifica a busca do governo ou 
no interesse comum ou no interesse próprio. As constituições recebem também 
nomes diferenciados: Reino (governo de um), Aristocracia (governo de poucos) e 
Pólida (governo de muitos), porém esses quando deturpados dão origem a: Tirania, 
Oligarquia e Democracia. O filósofo pensa comumente como Platão ao hierarquizar as 
formas de governo, deixando claro que a pior das formas seria a degeneração da 
melhor. A hierarquia seria: Reino, Aristocracia, Pólida, Democracia, Oligarquia e 
Tirania. 
 No prisma das constituições a difração acaba por mostrar mais subdivisões. 
Aristóteles fala que dentro das politeias acabam por ter outras “espécies” (nova 
subdivisão que faz a cada forma de governo). Bobbio cita o exemplos: As monarquias 
hereditárias; do regime em Esparta, a qual o poder era militar e era vitalício. Porém se 
atem o autor no regime do despotismo oriental e fala que essa monarquia traz consigo 
características peculiares, sendo que o poder é exercido tiranicamente e contudo tal 
poder é legitimado pelo consenso daqueles que suportam tal servidão, e de forma 
alguma devem ser tidos como tirania, já que a tirania se fundamenta no que não é 
legítimo diferente do exposto que se caracteriza como um poder despótico. Aristóteles 
também justifica tal situação de servidão por aceitar que há povos servis por natureza, 
e demonstra isso na aceitação sem dificuldade do povo. 
 Em uma análise mais minuciosa da Politeia, Norberto verifica que as 
características de tal constituição se diferem em muito da explanada nos capítulos 
anteriores. A Politeia para Aristóteles é na verdade uma junção da mistura de 
oligarquia e democracia, deixando desse modo o pensamento a qual o autor faz jus de 
que duas formas ruins de constituições podem originar uma boa. 
“Até aqui nos ajudou o Senhor” 
2 Samuel 7:12 
 
 Para um melhor entendimento devemos atentar para diferença entre a 
oligarquia da democracia, cujo critério segundo Bobbio é muito mais concreto. “A 
democracia e a oligarquia diferem uma da outra pela pobreza e a riqueza; onde 
dominam os ricos, sejam muitos ou poucos, haverá uma oligarquia; onde dominam os 
pobres, uma democracia, embora aconteça, como se disse, que os ricos sejam poucos 
e os pobres numerosos, já que os poucos são os que se arriscam, mas todos participam 
da liberdade. (Página 61 – linha 07) 
 Para tal junção Aristóteles cria formas e procedimentos a cerem tomados, onde 
Bobbio cita três: Conciliar procedimentos incompatíveis, Adotar-se um meio termo 
entre disposições extremas dos regimes e tomar das duas constituições o que for de 
melhor. 
 Ainda fala o filósofo que todas as cidades tem os ricos, os pobres e os de renda 
média(intermediários); e que as cidades melhor governadas serão aquelas onde tiver a 
maior classe intermediária do que alguma das extremidades. “Está claro que a forma 
intermediária é a melhor, já que é a mais distante do perigo das revoluções. Onde a 
classe média é numerosa raramente ocorrem conspirações e revoltas entre os 
cidadãos.” (Página 62 – linha 32) 
 Tal afirmação nos leva a pensar que o filósofo se refere a estabilidade como 
uma resultado de um governo equilibrado.

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