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PSICOPATOLOGIA:
EXAME DO ESTADO MENTAL:
· CONSCIÊNCIA:
“Ambiente” em que ocorrem as funções mentais que compõem a vida humana.
· OBNUBILAÇÃO: 
· Estado de consciência reduzido. 
· Encontra-se entre a lucidez e a sonolência. 
· Acontece em estados de cansaço físico, embriaguez, sedação medicamentosa, entre outros.
· SONOLÊNCIA:
· Estado de consciência reduzido em que o indivíduo se encontra dormindo, contudo pode ser facilmente acordado com um estímulo externo.
· TORPOR: 
· Indivíduo encontra-se em sono profundo e, mesmo por estímulos externos, dificilmente é acordado. 
· Pode despertar brevemente após estimulação intensa ou estimulação dolorosa, mas volta ao estado torporoso rapidamente.
· COMA: 
· Estado em que o paciente não pode ser despertado, nem mesmo com um estímulo externo vigoroso.
DELIRIUM: é um estado agudo de flutuação no nível de consciência, com prejuízo de funções psíquicas como atenção e orientação. Está normalmente relacionado a alterações do funcionamento cerebral por causas orgânicas.
· ATENÇÃO:
É a função psíquica que direciona a consciência para determinado objeto ou situação. Foco da consciência.
· TENACIDADE: 
· Capacidade de manter o foco da atenção. Tenacidade do paciente está normal – “normotenaz”.
· HIPERTENACIDADE: 
· Representada pelo excesso de atenção em determinado estímulo, ou seja, um foco intenso e rígido em algo.
· O paciente não percebe adequadamente os estímulos ao seu redor. 
· Pode acontecer em pacientes autistas, paciente com algum tipo de epilepsia e também em indivíduos normais.
· HIPOTENACIDADE:
· Paciente hipotenaz não consegue manter o foco da atenção em algo pelo tempo necessário. 
· É facilmente distraído por estímulos ambientais.
· Acontece em pacientes com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.
· VIGILÂNCIA: 
Capacidade de alterar o foco da atenção caso haja um estímulo externo.
· HIPERVIGILÂNCIA: 
· Paciente mantém-se excessivamente atento ao ambiente. Vira-se, procura, observa todo o ambiente, nota pequenos ruídos e estímulos sonoros.
· Pode acontecer em pacientes com transtorno do humor bipolar.
· HIPOVIGILÂNCIA:
· Caracterizada pela falta de vigilância dos estímulos ambientais. O paciente pode não notar o que acontece ao seu redor.
· Pode ocorrer em pacientes deprimidos e pouco reativos ao mundo exterior.
· PROSEXIA:
Capacidade global da atenção, o que torna a adequada vigilância e a tenacidade viáveis. 
· HIPOPROSEXIA:
· Quando há uma diminuição da capacidade global da atenção, como nos estados de sonolência e cansaço.
· Também pode ocorrer em transtornos mentais, como demências e esquizofrenia, e na deficiência intelectual.
· APROSEXIA: 
· Total incapacidade de desempenhar funções atencionais. Em pessoas normais, ocorre durante o sono. 
· Também ocorre durante um rebaixamento do estado de consciência profundo, como o coma.
· SENSOPERCEPÇÃO:
É a capacidade de o indivíduo sentir e interpretar adequadamente os estímulos captados pelos órgãos dos sentidos.
· ILUSÕES: 
· São falsas percepções que ocorrem na presença de um estímulo externo. Nesse caso, acontece uma falsa interpretação de um objeto real.
· ALUCINAÇÕES: 
· São falsas percepções que ocorrem na ausência de um estímulo externo. 
· Os pacientes consideram tais percepções como reais. O tipo mais comum de alucinação é a modalidade “auditiva”.
· PSEUDOALUCINAÇÕES: 
· Acontecem na ausência de um estímulo externo. O indivíduo tem certa crítica sobre seu sintoma. 
· ORIENTAÇÃO:
Capacidade de situar-se em relação ao ambiente, ao tempo e a si mesmo.
· ORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA:
· Capacidade que a pessoa tem de reconhecer a própria consciência, ou seja, o “eu”. Isso significa que quando podemos reconhecer os “limites do eu”, podemos reconhecer a existência do “outro”.
· ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA:
· Orientação no tempo: é a capacidade do paciente de reconhecer em que momento ele se encontra temporalmente.
· Orientação no espaço: é a capacidade do paciente em localizar-se geograficamente.
· MEMÓRIA:
Função psíquica que desempenha o papel de registrar, reter, fixar e conservar novas informações e aprendizados. 
· MEMÓRIA SENSORIAL: 
· Memória de “curtíssimo prazo”, pois é retida por apenas alguns segundos, captando informações dos órgãos do sentido, como imagens, sons, cheiros e texturas e gerando breves informações.
· MEMÓRIA DE CURTO PRAZO: 
· Retém informações por um tempo limitado, de até alguns minutos, enquanto a memória é necessária para o desempenho de alguma atividade.
· MEMÓRIA DE LONGO PRAZO: 
· São informações consolidadas e convertidas em memórias duradouras.
· AMNÉSIA: Ausência de memória
· ANTERÓGRADA: 
· Ou amnésia de fixação, é a incapacidade de fixar novas memórias a partir de um determinado evento.
· RETRÓGRADA: 
· Incapacidade de evocação de memórias, ou seja, o paciente não consegue trazer à tona memórias antigas a partir de um determinado acontecimento. 
· Pode acontecer após convulsões, traumatismos cranioencefálicos, como efeito colateral de tratamento com eletroconvulsoterapia (ECT), dentre outros.
· RETROANTERÓGRADA: 
· Tipo misto de perda de memória, envolvendo prejuízos na fixação e também na evocação de informações.
· Pode acontecer em alguns casos de delirium ou traumatismo cranioencefálicos.
· LACUNAR: 
· Acontece uma perda de memória em um determinado período de tempo. 
· Ou seja, todos os eventos antes e depois da lacuna são evocados normalmente. 
· Pode acontecer após intoxicações por drogas, intoxicações alcoólicas, em síndromes dissociativas, na síndrome de Wernicke-Korsakoff ou após convulsões.
· GENERALIZADA:
· Toda ou grande parte da memória do paciente é perdida. Geralmente ocorre após traumas raves na cabeça ou em estágios avançados de síndromes demenciais
· INTELIGÊNCIA:
Pode ser compreendida como a soma das funções psíquicas do paciente quando aplicadas para a resolução de problemas, na busca por soluções ou na compreensão e interpretação de suas experiências. 
Ou seja, é a capacidade de aprender com as próprias experiências e adaptar-se a elas
· AFETO E HUMOR:
Afeto é a emoção imediatamente sentida em relação a uma experiência. 
Humor é um tônus constante de sentimento, o afeto predominante, um “estado afetivo basal”.
· EMBOTAMENTO AFETIVO: 
· Estado de diminuição da expressão do afeto, uma certa indiferença, um empobrecimento do tônus afetivo. Acontece tipicamente em pacientes com esquizofrenia.
· HIPOTIMIA OU DEPRESSÃO: 
· Estado de mal-estar e tristeza profunda. É um achado característico em pacientes deprimidos.
· HIPERTIMIA: 
· Estado de elevação do humor, quando ocorre uma “alegria patológica”, exagerada e normalmente imotivada. Ocorre em pacientes com transtorno do humor bipolar que vivenciam quadros de hipomania.
· EUFORIA: 
· Estado patológico de grande exaltação do humor. É típico de pacientes bipolares que vivenciam períodos de mania.
· PENSAMENTO:
Processo do psiquismo humano que permite elaborar ideias, articulá-las, gerar conhecimento, avaliar criticamente, julgar e criar. 
Pode ser dividido em curso, forma e conteúdo:
· CURSO:
Velocidade com que as ideias são expressas. O curso adequado descrito como preservado ou normoveloz.
PENSAMENTO ACELERADO: com ideias sendo transmitidas muito rapidamente, como pode acontecer na fala de pacientes ansiosos, em surto da mania ou hiperativos.
PENSAMENTO LENTIFICADO: acontece quando as ideias são expressas de maneira lenta. Acontece tipicamente em pacientes deprimidos, mas também pode ser visto em pacientes com esquizofrenia ou com síndromes demenciais.
PENSAMENTO BLOQUEADO: ocorre quando um paciente está expressando sua ideia e, subitamente, tem o curso do pensamento interrompido, tem um “branco” ouum “vazio na mente”. 
· FORMA:
Maneira como o paciente organiza suas ideias, seguindo uma sequência lógica, coerente e que transmite adequadamente seus pensamentos por meio de um fio condutor.
FUGA DE IDEIAS: perda do fio condutor da ideia, perde-se o foco inicial facilmente, “pulando de um assunto para outro”, deixando a ideia anterior incompleta. Pacientes maníacos ou intoxicados por estimulantes.situação.
· Mais comuns: animais; ambientes naturais; sangue/injeção/ferimentos.
· Tais objetos e situações causam respostas imediata de medo ou ansiedade.
· Situação ou objeto são ativamente evitados ou suportados com intenso sofrimento.
· Medo é desproporcional.
· Persistente (+ de 6 meses).
· Causam sofrimento ou prejuízo significativo.
DIAGNÓSTICO:
· Clínico.
· Excluir outras causas de ansiedade ou crises.
· Não é qualquer ansiedade que considera transtorno e oferece tratamento.
TRATAMENTO:
· Medidas não farmacológicas – principal.
· Terapia psicológica (terapia cognitivo comportamental)
· Exercício físico.
· Higiene do sono.
· Boa alimentação (evitar bebidas estimulantes e fumo).
· Terapias alternativas (Yoga; Mindfullnes; Acupuntura).
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS:
· Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS):
· Sertralina, escitalopram, paroxetina.
· Inibidores de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN ou duais):
· Venlafaxina.
· Antidepressivos Tricíclicos:
· Amitriptilina, imipramina, clomipramina.
Algumas observações:
· Começar com dose baixa e ir titulando a partir da resposta.
· Resposta terapêutica demora.
· Pode experimentar discreta piora no início do tratamento.
· Medicação durante 4 a 8 semanas para avaliar resposta.
· Após resposta: medicação por 6 a 12 meses.
Outras medicações com efeito ansiolítico:
· Pregabalina e Gabapentina.
· Buspirona (Ansitec).
· Antipsicóticos atípicos (quetiapina).
· Ácido Valproico.
· Mirtazapina e Trazodona.
BENZODIAZEPÍNICOS:
· Dentro da amigdala principal neurotransmissor é o GABA.
· Benzodiazepínicos inibem a resposta ansiosa, mas não modulam nem agem no hipocampo para extinção da ansiedade.
· Diminuem a ansiedade existente, mas não podem preveni-la.
· Isso, somado as questões relacionadas a segurança fazem com que não sejam primeira escolha.
· Muito úteis para uso curto ou em crises agudas.
· Evitar uso crônico.
· Começar com dose baixa.
· Retirada gradual se uso após 15 dias.
· Ação rápida e meia vida reduzida = Hipnóticos.
· Tempo de início intermediário e meia vida longa = Ansiolítico.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC):
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC):
Combinação de sintomas que inclui obsessões ou pensamentos intrusivos, isto é, pensamentos que dominam a mente do paciente de maneira incontrolável e angustiante, associados a rituais, atos mentais ou compulsões, causando intenso sofrimento ao indivíduo.
OBSESSÕES: 
São pensamentos recorrentes ou imagens repetitivas, intrusivas e indesejadas, que normalmente causam angústia ao paciente, que não consegue controlá-las voluntariamente.
COMPULSÕES:
São atitudes adotadas pelo paciente para aliviar o sofrimento causado pelas obsessões ou evitar que algo ruim aconteça. As compulsões podem ser representadas por comportamentos ritualizados, como checar repetidas vezes se as fechaduras das portas estão trancadas, lavar as mãos diversas vezes sem um motivo razoável, alinhar ou ordenar minuciosamente objetos.
DIAGNÓSTICO:
 
Ainda segundo o DSM-5, é necessário caracterizar o grau de compreensão:
“INSIGHT” BOM = ele compreende que as obsessões e compulsões, apesar de causarem intensa angústia, não provocarão consequências reais caso os rituais não sejam adotados.
“INSIGHT” POBRE = acreditam que é “sua crença é provavelmente verdadeira”. Ou seja, na dúvida é melhor realizar o ritual.
“INSIGHT AUSENTE” = acredita piamente na necessidade de completar o seu ritual para evitar que algo de ruim aconteça.
TIPOS COMUNS DE SINTOMAS NO TOC:
AGRESSIVIDADE: o paciente é tomado por obsessões de caráter agressivo, imaginando que, a qualquer momento, pode desferir um golpe contra alguém inocente.
BLASFÊMIA: a mente do indivíduo é tomada de assalto por pensamentos desagradáveis de cunho religioso ou espiritual.
CONTAMINAÇÃO OU SUJEIRA: O paciente acredita que está contaminado por germes, micróbios ou radiação. Pode evitar o contato físico com maçanetas, portas, mesas, corrimãos, dispensa cumprimentos e apertos de mãos e lava compulsivamente suas mãos ou as limpa com panos umedecidos ou com álcool.
DÚVIDA PATOLÓGICA: o paciente tem sérias dúvidas sobre ter realizado corretamente alguma ação, como, por exemplo, fechar o gás do fogão, trancar a porta de casa, dar descarga no banheiro ou responder corretamente uma questão de prova.
ORGANIZAÇÃO E SIMETRIA: o paciente adota medidas exageradas para organizar seus pertences.
SEXUAIS OU OBSCENAS: o paciente tem pensamentos sexuais incontroláveis, imagina as outras pessoas nuas ou pensa em ter relações sexuais com conhecidos. Ou pode ser atingido por pensamentos incontroláveis sobre sua orientação sexual.
EPIDEMIOLOGIA:
Prevalência encontra-se entre 1% e 2% da população de adultos.
CURSO E PROGNÓSTICO:
Transtorno que pode ter início de maneira gradual ou súbita durante a infância ou adolescência na maioria dos pacientes. 
Possui um curso crônico, com altos e baixos durante a vida, raramente com longos períodos assintomáticos ou remissão sem tratamento.
TRATAMENTO:
Realizado com antidepressivos.
1ª linha = inibidores da recaptação de serotonina (ISRS), com doses semelhantes às usadas para tratar os transtornos depressivos. Pode levar até 4 meses para que haja resposta terapêutica. 
Caso não haja uma boa resposta com um agente ISRS, o próximo passo é a instituição de um antidepressivo tricíclico. 
A Clomipramina é o agente dessa classe considerado 1ª linha.
Devido ao seu perfil de efeitos colaterais mais intensos, tem sido recomendado que a Clomipramina seja utilizada após uma tentativa frustrada com ISRS.
Antidepressivos duais e antidepressivos atípicos são considerados 2ª linha.
50% e 70% dos pacientes podem não responder adequadamente ao tratamento, permanecendo com sintomas que causam prejuízo funcional importante e sofrimento psíquico = “Refratários ao Tratamento”. Combinação de medicamentos.
Exemplo de drogas que podem ser associadas ao antidepressivo no TOC: 
· Risperidona.
· Haloperidol.
· Olanzapina.
· Ácido valproico.
· Carbamazepina.
· Memantina.
· N-acetilcisteína (NAC).
· Lítio.
Tentativas do tratamento do TOC:
1 - Monoterapia com ISRS ou Clomipramina.
2 - Troca do ISRS para Clomipramina ou vice-versa.
3 - Associação de medicamentos.
4 - Clomipramina ou ISRS por via endovenosa.
5 - Terapias empíricas ou eletroconvulsoterapia.
6 - Neuropsicocirurgia.
TRANSTORNOS SOMÁTICOS:
TRANSTORNO SOMATOFORME:
Ou transtorno dos sintomas somáticos.
Caracteriza-se pela presença de sintomas físicos, (sintomas somáticos), que causam prejuízo e sofrimento ao paciente e que não possuem uma origem orgânica detectável. 
O paciente pode queixar-se de dores pelo corpo, cansaço crônico ou apresentar uma preocupação intensa com a possibilidade de estar doente, o que antigamente se chamava de “hipocondria”.
Nesse transtorno não se encontram motivos fisiopatológicos que possam justificar a presença dos sintomas ou, quando presentes motivos, parecem não explicar a gravidade e intensidade das queixas apresentadas pelo paciente.
EPIDEMIOLOGIA:
Prevalência de sintomas somáticos na população geral encontra-se em torno de 5% a 7%, com as mulheres sendo as mais acometidas.
CURSO E PROGNÓSTICO:
O curso do transtorno é intermitente, com episódios de sintomas somáticos que podem durar desde dias até vários anos. 
Normalmente, é possível estabelecer uma associação entre períodos estressantes na vida do indivíduo e a piora de seu quadro clínico.
TRATAMENTO:
O tratamento psicoterápico é o de primeira linha.
Exercitar a paciência e a empatia com o sofrimento do paciente. Lembre-se: o sofrimento é real.
Formação de um bom vínculo médico-paciente é indispensável.
Não menosprezar as angústias e sofrimentos do paciente, reconhecendo o prejuízo causado pelos sintomas em sua vida.
Não confrontar ou desmoralizar o paciente com frases do tipo: “isso é coisa da sua cabeça”, “seu exame não mostrou nada”, “isso aí é coisa de louco”, “vai passar uma hora”, “isso é falta do que fazer”.
Gradualmente, demonstrar ao paciente a influência de fatores ambientais no processo de saúdee doença.
TRANSTORNO CONVERSIVO:
Ou transtorno de sintomas neurológicos funcionais.
Trata-se da presença de sintomas neurológicos na ausência de uma condição médica “orgânica” que justifique os sintomas ou a gravidade do quadro. 
Transtorno dos Sintomas Somáticos – Foco no sofrimento
Transtorno Conversivo – Foco na perda de função.
CURSO E PROGNÓSTICO: 
A ocorrência dos sintomas conversivos é quase sempre aguda, durando desde poucos minutos até alguns dias, e o transtorno tende a ser crônico em muitos pacientes.
Os sintomas mais comumente apresentados são perda de força ou paralisia, perda da visão, sensação de uma bola ou nó na garganta, também conhecido como globus hystericus, mutismo, convulsões e desmaios.
TRATAMENTO:
Tratamento psicoterápico é o de primeira linha.
TRANSTORNO FACTÍCIO:
Ou Síndrome de Münchhausen.
Caracteriza-se pela produção, simulação ou falsificação deliberada, por parte do paciente, de sinais e sintomas de uma doença ou, ainda, o exagero intencional de sua gravidade a fim de ganhar o “papel de doente”, embora sua motivação seja inconsciente. 
INDÍCIOS PARA SE SUSPEITAR DO TRANSTORNO FACTÍCIO:
A apresentação da história é exagerada. O tom usado pelo paciente para contar sua história é dramático.
O paciente dificulta acesso a parentes ou amigos, não fornece referências e não passa contatos telefônicos.
O indivíduo reage de maneira inesperada a muitas medicações, queixando-se de diversos efeitos colaterais, alguns raros. Inclusive, muitas vezes, relata antecipadamente ao seu médico como será a sua reação a determinado medicamento.
Raramente recebe visitas no hospital e quando as recebe, geralmente, é em uma área externa e longe da presença de médicos e enfermeiros.
Histórico de muitas reações alérgicas.
O paciente queixa-se que novos sintomas surgem quando um problema clínico é resolvido.
Não gosta de ser interrogado por seu médico, dificulta o raciocínio clínico, insere dados falsos na história para confundir o diagnóstico.
TRATAMENTO:
Tratamento padrão é realizado com uma abordagem psicoterápica.
TRANSTORNO FACTÍCIO IMPOSTO A OUTRO:
Ou Síndrome de Münchhausen por Procuração, ou ainda “by proxy”.
Quando sinais ou sintomas de uma doença são forjados, de maneira intencional, em outra pessoa.
Nessa variante, em mais de 90% dos casos relatados, a fraude é realizada pela mãe em uma criança pequena.
A fraude pode acontecer através do fornecimento de uma história falsa ou exagerada, falsificação de exames ou documentos médicos, administração de medicamentos às escondidas, entre outras técnicas.
Assim como na variante autoimposta, não há ganho secundário em questão e sim uma busca do autor da fraude por atenção médica.
O diagnóstico de transtorno factício imposto a outro é dado para o autor da fraude; já quem a sofre pode receber um diagnóstico de “vítima de abuso”.
TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS:
Desconexão da mente, inconscientemente acionada para preservação do indivíduo, interrompendo a plena integração das funções psíquicas como a memória, o “eu”, a consciência e a percepção.
TRANSTORNO DA AMNÉSIA DISSOCIATIVA:
Caracteriza-se pela perda de informações e memórias sobre a própria biografia do indivíduo, geralmente de um conteúdo traumático ou aterrorizante, como episódios que envolvem sequestro, caso de infidelidade ou abuso sexual, e que não podem ser explicadas por causas neurológicas. 
Esse transtorno acomete entre 1% e 2% da população. Sendo duas vezes mais comum em mulheres.
A perda de memória pode ser sobre uma temática, ou seja, pode envolver apenas assuntos relacionados a um acontecimento específico da vida, ou, ainda, envolver um corte temporal, por exemplo, um paciente que se esquece de um dia ou de um ano específico. 
Em casos mais graves, pode também acontecer uma espécie de amnésia generalizada, quando o indivíduo perde praticamente todas as suas informações autobiográficas.
Tratamento é baseado principalmente em abordagens psicoterapêuticas, como a terapia cognitiva, para resgatar a memória perdida.
TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE (TDI):
Ou transtorno de identidades múltiplas.
Caracterizado pela presença de distintos “estados de personalidade”. 
Nesse transtorno, cada personalidade é estranha à outra, isto é, os diferentes “alter egos” do indivíduo parecem não se conhecer, possuindo um padrão de comportamento próprio, jeito de falar, de vestir-se e expressar-se únicos, memórias e preferências distintas.
Mais comum no sexo feminino.
Principais fatores de risco são história de abuso físico ou sexual na infância, presentes em mais de 90% dos pacientes. 
Tratamento deve concentrar-se em abordagens psicoterapêuticas, como terapia psicanalítica, cognitiva ou comportamental.
TRANSTORNO DE DESPERSONALIZAÇÃO E DESREALIZAÇÃO:
Despersonalização: é caracterizada como um sentimento de estranheza de si mesmo, como se estivesse observando a si mesmo de fora do próprio corpo, sem ser o dono de suas ações, ou como se estivesse assistindo a um filme de si mesmo.
Desrealização: sensação de distanciamento da realidade, considerando estranho o ambiente ao seu redor ou com a sensação de estar dentro de um sonho.
Tratamento: acredita-se que antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina possam reduzir a frequência dos sintomas.
TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT):
Caracterizado por sintomas de estresse, ansiedade, negativismo, alterações no humor e comportamento associados a um estado de tensão permanente após o indivíduo vivenciar ou testemunhar uma situação traumática. 
Uma característica marcante é o estado de “hipervigilância” que toma conta do paciente, como se o indivíduo estivesse sempre pronto para reagir rapidamente em caso de nova situação potencialmente perigosa.
O TEPT causa no paciente a presença de lembranças intrusivas e angustiantes de sua vivência, seja através de sonhos vívidos, “flashbacks” ou pensamentos que a pessoa tenta evitar a qualquer custo. 
Esses pacientes, por exemplo, evitam passar perto do local onde aconteceu o trauma ou encontrar com pessoas que se associam a esse acontecimento; muitas vezes, até se mudam de cidade e alteram completamente sua rotina e círculo social.
DIAGNÓSTICO:
É realizado quando o indivíduo apresenta as alterações relacionadas acima e seu quadro dura mais de 30 dias, com início em até seis meses após o acontecimento traumático, causando prejuízo funcional e sofrimento ao indivíduo.
Reação Aguda ao Estresse – Sintomas duram entre 3 dias e 30 dias.
TEPT – Sintomas duram mais de um mês.
TRATAMENTO:
Medicamentos antidepressivos como os ISRS.
Outras classes também podem ser empregadas.
Benzodiazepínicos atualmente são contraindicados nos meses imediatamente posteriores ao trauma, pois alguns estudos demonstram que estejam associados à fixação de memórias traumáticas. 
NA PROVA: enunciado descreverá a história de uma pessoa que passou por uma situação traumática e desenvolveu sintomas de estresse, ansiedade, alterações no humor, presença de sonhos ou pensamentos angustiantes em relação ao ocorrido.
TRANSTORNOS ALIMENTARES:
Perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação.
Resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos.
Prejuízo a saúde física ou funcionamento psicossocial.
ANOREXIA:
· Restrição alimentar + Alteração da autoimagem.
· Mais comum em mulheres adolescentes.
· Comum em pessoas que trabalham com o corpo.
QUADRO CLÍNICO:
· Restrição alimentar baixo peso.
· Medo intenso de engordar ou comportamento para evitar ganho de peso.
· Alteração de autoimagem e autoavaliação.
· Percepção do próprio corpo não corresponde a realidade.
· Preocupações com alimentação e corpo viram centrais na vida da pessoa.
· Perde convivência, atividades acadêmicas e laborais por medo de engordar.
· Sintomas relacionados a própria privação alimentar.
· Amenorreia e problemas clínicos (desnutrição, anemia, arritmias, alteração de fâneros).
· Restritivo ou Compulsivo (purgativo).
TRATAMENTO:
· Objetivo é reestabelecer um padrão alimentar saudável + visão saudável do corpo.
· Equipemultiprofissional: psicólogo, nutricionista, psiquiatra.
· Medicação: tratar comorbidades.
· As vezes, necessário internação e terapia nutricional por SNG.
· Internação: Perda rápida de peso, suicídio, IMC muito baixo, psicose, cardiovascular.
· Cuidado com síndrome de realimentação.
BULIMIA:
· Episódios de compulsão alimentar.
· Seguidos de comportamento compensatório.
· Mais comum em mulheres (adultas jovens).
· Mais comum ter outras comorbidades psiquiátricas.
· Normalmente insatisfeitas com o corpo, mas sem alteração de autopercepção.
QUADRO CLÍNICO:
· Episódios de compulsão alimentar: grande quantidade de comida em pouco tempo + sensação de falta de controle ou culpa.
· Comportamento compensatório inapropriado.
· 1x por semana, há 3 meses.
· Autoavaliação relacionada ao corpo.
· Excluído anorexia.
· Corpo normal ou acima do peso.
· Insatisfação com corpo + grande medo de engordar, mas sem alteração de autoimagem.
· Cíclico: Restrição Compulsão Culpa e baixa autoestima Compensação Culpa e baixa autoestima Restrição.
· Métodos compensatórios são vistos com culpa e sofrimento (egodistônico).
TRATAMENTO:
· Equipe multiprofissional é essencial: psicólogo, nutricionista, psiquiatra.
· Objetivo: reestabelecer padrão alimentar saudável + visão saudável do corpo.
· Medicação:
· ISRS (fluoxetina).
· Topiramato.
TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR:
· Episódios de compulsão alimentar.
· Sem comportamento compensatório.
· Muita relação com obesidade.
· Equipe multiprofissional + tratar comorbidades.
· Medicamentos: ISRS (fluoxetina); Topiramato; Lisdexanfetamina.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE:
O QUE É PERSONALIDADE?
O modo característico como uma pessoa sente, pensa, reage, se comporta e se relaciona com as outras pessoas.
Características individuais e relação com o meio.
Características inatas e experiências adquiridas.
Constituição corporal + Temperamento + Caráter.
QUANDO UMA PERSONALIDADE VIRA PATOLÓGICA?
· Uma personalidade “diferente” a um ponto que causa prejuízo.
· Causa sofrimento pra si, para a sociedade e pessoas com quem convive.
· Variação extrema de medianas ou normas populacionais.
· Problemas comportamentais, emocionais.
1) Surge entre final da adolescência e início do período adulto.
2) Estável e duradouro. Persistente e inflexível.
3) Conjunto amplo de comportamento e experiências.
4) Envolvendo vários aspectos da vida e da experiência do indivíduo.
5) Desvia acentuadamente das expectativas culturais.
6) Provoca sofrimento e prejuízo para o indivíduo e/ou para as pessoas que com ele convivem.
7) Contribui para pior desempenho ocupacional (no trabalho, nos estudos..) e social (com familiares, amigos, colegas de trabalho ou estudo).
CLUSTER A:
Esquisitos e desconfiados.
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOIDE
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA
CLUSTER B:
Teatrais, instáveis e manipuladores.
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE (LIMÍTROFE):
· Etiologia multifatorial.
· Bastante relacionado a traumas infantis.
· Prevalência 1,8 a 4,7%.
· 3x mais comum em mulheres.
QUADRO CLÍNICO:
· Falha do senso de identidade e autoimagem.
· Relacionamentos instáveis.
· Sintomas de humor sem caracterizar um quadro completo.
· Labilidade emocional e raiva inadequada ou intensa.
· Impulsividade.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:
Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 5 (ou mais) dos seguintes:
1) medo intenso de abandono.
2) Relacionamentos instáveis.
3) Alterações de identidade: instabilidade, autoimagem, baixa autoestima.
4) Impulsividade.
5) Comportamentos, gestos ou ameaças suicidas ou automutilação.
6) Instabilidade afetiva + reatividade de humor.
7) Vazio crônico.
8) Raiva intensa, brigas e irritação.
9) ideação paranoide transitória ou sintomas dissociativos.
PREJUÍZOS:
· Muita dificuldade nos relacionamentos interpessoais.
· Baixa capacidade de adaptação ao estresse.
· Dificuldade em se manter em trabalhos.
· Incapacidade de aprender com erros.
· Alta procura por serviços de saúde.
BORDER E SUICÍDIO:
· Suicídio 50x maior que na população em geral.
· Tentativas são comuns e recorrentes.
· Impulsivas e após estressores pessoais.
· Costumam causar contratransferência ruim.
TRATAMENTO:
Terapia é o foco do tratamento.
Medicação é para tratar comorbidades ou sintomática.
ABORDAGEM PRÁTICA:
1) Tentem estabelecer bom vínculo.
2) Aprendam a colocar limites e fazer acordos.
3) Investiguem e tratem comorbidades.
4) Sempre encaminhem para terapias.
BORDER E MEDICAÇÃO:
· Impulsividade e labilidade emocional: Establizador de humor e antipsicóticos.
· Vazio e sintomas depressivos: antidepressivos.
· Sintomas psicóticos e dissociativos: antipsicóticos.
CLUSTER C:
Ansiosos, controlados ou controladores.
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE EVITATIVA
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA (TPOC) (OU ANANCÁSTICA):
Preocupação com detalhes, metódicas e perfeccionismo.
Devoção excessiva ao trabalho e produtividade.
Controladores, incapacidade de delegar tarefas.
Rigidez, teimosia, “Cabeça dura”.
TPOC X TOC:
· TPOC:
· Rigidez, controle (de si ou dos outros) e perfeccionismo extremos.
· Quadro de personalidade!
· Egosintônico: algo “em sintonia” com suas vontades, afetos e anseios.
· TOC:
· Pensamentos obsessivos acompanhado de rituais (obsessões) para aliviar angústia do pensamento.
· Quadro agudo/subagudo.
· Obsessões são egodistônicas.
· Egodistônicas: experienciados como indesejáveis, contrários aos valores morais e anseios do paciente.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO:
O indivíduo mantém um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência. Surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 4 (ou mais) dos seguintes:
1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o objetivo principal da atividade se perde.
2. Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas.
3. Excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade, em detrimento de atividades de lazer e amizades.
4. É consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores.
5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor, mesmo quando não têm valor sentimental.
6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas.
7. Estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; 
8. Exibe rigidez e teimosia.
TRATAMENTO:
Terapia: TCC ou TC.
Medicação: Ansiolíticos / Antidepressivos.
TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVA (TUS):
NEUROBIOLOGIA DA DEPENDÊNCIA:
1. Sistema de recompensa, localizado no núcleus accumbens.
2. Região da motivação no córtex orbitofrontal.
3. Circuito da memória e aprendizagem localizada na amigdala e hipocampo.
4. Região de controle e planejamento, localizado no córtex pré-frontal e no giro do cíngulo anterior.
VIA MEDOLÍMBICA E MESOCORTICAL:
Sistema de recompensa, localizado no núcleus accumbens.
Principal neurotransmissor envolvido nesse sistema é a DOPAMINA.
TRANSTONOS POR USO DE SUSBSTÂNCIAS:
Uso patológico de substâncias que alteram nosso estado mental.
Legais: Álcool e tabaco.
Prescritas: Opioides e benzodiazepínicos.
Ilegais: Canabis, Crack/cocaína e Club drugs.
Maioria dos casos: Queixa principal não está relacionada ao uso.
Depende de várias questões:
1. Questões sociais e morais (questões ambientais).
2. Questões biológicas e genéticas (susceptibilidade individual).
3. Efeito da droga e via de uso (poder de reforço).
ESTÁGIO MOTIVACIONAL:
CRITÉRIOS PARA DEPENDÊNCIA: Padrão de uso patológico:
Maior quantidade ou tempo.Baixo Controle
Desejo ou esforço mal sucedido de parar.
Muito tempo gasto
Fissura ou desejo forte pelo uso. Prejuízo SocialProblemas trabalho, escola ou casa.
Fracasso em cumprir obrigações.
Perda de outras atividades sociais e recreacionais.
Uso mesmo depois de perceber ter um problema.Uso Arriscado
Uso apesar de perigos físicos. Critérios Farmacológicos
Tolerância.
Abstinência. 
MECANISMO DE AÇÃO BÁSICO DE CADA DROGA:
· Depressoras do SNC:
· Álcool e Benzodiazepínicos = GABA
· Opidoide = Sistema opiode.
· Estimulantes do SNC:
· Crack/Cocaína = Noradrenalina / Dopamina.
· Nicotina, Anfetaminas e Club Drugs.
· Outras Ações:
· Canabis = Sistema Canabinoide.
· LSD e Club drugs.
ÁLCOOL:
Droga mais consumida do mundo.
Doses Baixas: Discreta euforia e relaxamento.
Doses Intermediárias e Altas: Rebaixamento do nível de consciência.
Uso Baixo Risco: 1 dose/dia Mulheres; 2 dose/dia Homens.
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA:
1) Rapidamente absorvido (80% intestino).
2) Alcoolemia depende de vários fatores.
3) Alta distribuição pelos tecidos.
4) Metabolização – Fígado (álcool desidrogenase e acetaldeido desidrogenase).
5) Excreção – Pulmão, urina, suor.
6) Metaboliza e excreta cerca de 1dose/hora.
DIAGNÓSTICO: Fases Diferentes:
· INTOXICAÇÃO AGUDA: Ação aguda da droga
Tratamento = Suporte Clínico + Sintomáticos.
Se agitado: 
- Usar Antipsicótico; 
- EVITAR benzodiazepínico (porque reforça rebaixamento do nível de consciência).
· SÍNDROME ABSTINÊNCIA: 
Efeito contrário da ação da droga
Inicia 4h a 12h após interrupção ou diminuição.
Principais Complicações:
· Convulsão.
· Delirium Tremens.
· Síndrome de Wernicke Korsakoff (déficit de vit B1).
Medicação de 1ª Escolha:
- Benzodiazepínicos (Diazepam e Lorazepam).
1. Suporte Clínico e aferição de SSVV.
2. Glicemia capilar e hidratação.
3. Benzodiazepínicos: Diazepam VO.
4. Tiamina IM ou IV.
5. Antipsicóticos, se agitação.
6. Solicitação de exames (HMG, Rim e eletrólitos, Fígado).
· DEPENDÊNCIA:
Uso rotineiro vira patológico.
RASTRIO PARA USO DE ÁLCOOL:
· CAGE: Cut down; Annoyed; Guilty; Eye-opener
1 SIM – complementar investigação.
4 SIM – Chance de dependência Muito Alta.
Tratamento:
Medidas Não Farmacológicas:
· Terapia.
· Grupos de mútua ajuda (AA).
· Reabilitação social e reformulação de vínculos.
Medicações:
· Naltrexona: bloqueia os receptores opioides, reduzindo a fissura e a recompensa ao se ingerir álcool.
· Dissulfiram: inibição da enzima aldeído-desidrogenase, reduzindo drasticamente o metabolismo intermediário do álcool.
· Acamprosato.
· Topiramato.
TABACO:
Droga com maior capacidade de vício.
Grandes riscos a saúde a longo prazo: principal fator de risco modificável de doença.
10% da população é dependente.
TESTE DE FAGERSTRÖM:
Tratamento: 
· Medidas Não Farmacológicas.
· Tratamento de Comorbidades
Terapia Medicamentosa:
· Terapia de Reposição de Nicotina:
· Adesivo: 21mg, 14mg, 4mg.
· Goma de Mascas: 2mg e 4mg.
· Balas.
· Spray Nasal.
· Pastilhas.
- Fissura e sintomas de abstinência.
- Início de uso após cessação de tabagismo.
- Liberam nicotina mais lentamente que o cigarro e fazem menos pico.
- Cuidado: Pós IAM imediato, arritmias graves, angina instável e AVC recente.
- Tempo médio tratamento: 6 a 12 meses.
· Bupropiona:
· Inibidor de Recaptação de Noradrenalina e Dopamina.
· 150mg ou 300mg (inicia com 150)
· Liberação imediata ou lenta.
· Não substitui a nicotina.
· Muito comum associar TRN.
· Atrapalha sono e pode piorar ansiedade.
· Leve diminuição do apetite.
· Risco de convulsão.
· Vareniclina:
· Agonista Parcial dos Receptores de Nicotina.
· 0,5mg 1x/dia – 1º a 3º dia.
· 0,5mg 2x/dia – 4º a 7º dia.
· 1mg 2x/dia a partir do 8º dia.
· Total tratamento: 12 semanas.
· Cuidado com: Suicídio e Ideação suicida.
CANNABIS:
Droga ilícita mais utilizada no mundo.
Aumento de uso: relacionada a legalização e impressão que é uma droga de menor dano.
80 Canabinoides: THC e CBD.
· DEPENDÊNCIA: 
Critérios diagnóstico da síndrome de dependência são idênticos aos demais transtornos por uso de drogas.
Tratamento:
Medidas não farmacológicas.
Sem medicações aprovadas até o momento.
· INTOXICAÇÃO:
· Relaxamento e leve euforia.
· Alterações de memória, cognição e atenção.
· Alterações fisiológicas (taquicardia e aumento de PA, enrubescimento de conjuntivas e boca seca).
· Pode gerar crise de ansiedade, quadros psicóticos transitórios.
Tratamento = Suporte.
· ABSTINÊNCIA:
· Quadro raro.
· Sintomas inespecífico.
Tratamento = Suporte.
COCAÍNA/CRACK:
Derivado da coca: Erythroxylon coca.
Cocaína: Sal em pó – inalado.
Crack: Pasta, fumado. Preço inferior, ação intensa e muito rápida.
· INTOXICAÇÃO:
· Euforia e autoconfiança elevada.
· Hipervigilância e alerta. 
· Ansiedade, tensão ou raiva.
· Sintomas psicóticos.
· Associado a: taquicardia, dilatação pupilar e PA elevada.
· Pode evoluir para: IAM ou arritmias cardíacas, convulsões e hipertermia.
Tratamento: 
Suporte Clínico + Sedativos (Benzodiazepínicos ou Antipsicóticos) + Sintomáticos.
Cuidado com uso de betabloqueadores em pacientes intoxicados por cocaína – pode ter vasoespasmo.
· ABSTINÊNCIA: Cessação de uso pesado e prolongado.
· Humor deprimido.
· Fadiga.
· Sonhos vívidos e desagradáveis.
· Insônia ou hipersonia.
· Aumento de apetite.
· Retardamento psicomotor.
Tratamento: Suporte + Sintomáticos.
· DEPENDÊNCIA: 
Mesmos critérios dos outros.
Tratamento:
1) Terapias:
· Abordagem motivacional.
· Terapias de grupo.
· Reinserção social.
· Grupo de mútua ajuda (NA).
· Aspectos Laborais.
· Terapias individuais.
2) Tratar Comorbidades.
3) Farmacologia:
· Topiramato.
· Dissulfiram.
· Modafinil.
OPIOIDES:
Derivado da ópio: Papaver somniferum.
Serve para:
· Tranquilização/sedação, Analgesia
· Anestesia, Antitussígeno e Antidiarreico.
Depressor do SNC.
Age no sistema opioide.
· INTOXICAÇÃO:
· Euforia e calor.
· Boca seca e rubor facial.
· Coceira.
· Alterações de humor.
· Alucinações, desrealização e despersonalização.
· Analgesia.
· Miose.
· Torpor e sonolência.
· Hipotensão e taquicardia.
· Depressão respiratória.
Tratamento:
Suporte ventilatório + corrigir hipotensão.
Depressão respiratória e coma: Antagonista opioide
1- Naloxone (IV) – Narcan – 0,8mg, IV.
2- Naltrexona (VO) – Revia – 50mg, VO.
· ABSTINÊNCIA:
Cessação de uso pesado e prolongado OU administração de antagonista para usuários crônicos.
· Humor disfórico.
· Náuseas e vômitos.
· Dores musculares.
· Lacrimejamento e rinorreia.
· Midríase, piloereção ou sudorese; 
· Diarreia;
· Bocejos;
· Febre;
· Insônia;
Tratamento:
Terapia Substitutiva + Sintomáticos.
Opioide meia vida lona: Metadona VO.
Outras medicações:
- Clonidina.
- AINES para dores.
- Antieméticos para náuseas e vômitos.
- Sedativos para distúrbio do sono.
URGÊNCIAS CLÍNICO‑PSIQUIÁTRICAS:
AGITAÇÃO PSICOMOTORA:
Aumento de atividade motora
+
Sensação de tensão interna.
· Agitação decorrente de condição médica geral.
· Agitação decorrente de intoxicação ou abstinência.
· Agitação decorrente de doença psiquiátrica.
ABORDAGEM:
1. Diminuir riscos e segurança.
2. Coleta de informações rápidas.
Sequência de ações:
1. Manejo verbal.
2. Medicação oral.
3. Medicação Intramuscular.
4. Contenção mecânica ou restrição física.
SEGURANÇA:
· Acionar equipe, incluindo equipe de segurança.
· Ambiente preparado e amplo.
· Rota de fuga.
· Cuidado com materiais em cima da mesa.
· Sistema de alarme ou botão de segurança.
MANEJO VERBAL:
· Manter certa distância.
· Evitar fazer anotações.
· Apresentar-se e apresentar equipe presente.
· Assegurar ao paciente que você pretende ajuda-lo.
· Deixar paciente falar, estimulando a se expressar.
· Fazer perguntas claras e diretas.
CONTENÇÃO FÍSICA: Indicações
· Agitação psicomotora grave.
· Confusão mental.
· Agressividade e violência.
· Risco de quedas.
· Pacientes não cooperativos, como medida protetiva para ele (uso cateter, dreno, ...)
· Risco suicida iminente.
NUNCA deve ser feita de maneira punitiva.
Técnica: 
Uso de faixas ou tecidos.
Fixa o paciente ao leito em 4, 5 ou 9 pontos.
4 a 5 profissionais.
Registrar tudo em prontuário.
Mínimo de tempo possível.
MEDICAÇÕES:
1ª ESCOLHA Antipsicóticos (Haloperidol, Risperidona, Olanzapina – VO> IM > IV.
NUNCA combinar 3 a 4 medicações ou 2 ampolas da mesma medicação ao mesmo tempo.
Aplica – reavalia – reaplica se necessário.
Haloperidol IM: pode ser feito a cada 30min, máximo de 20mg em 24h (4 ampolas).
Benzodiazepínico (BZD):
Pode associar com antipsicótico se não tiver contraindicação (idoso, gestante, lactante, TEPT, problemas pulmonares, delirium).
Ex: diazepam (VO, IM, IV), clonazepam (VO) ou lorazepam (VO, IV).
BZD Sozinho – Síndrome de abstinência alcoólica (SAA); ou Contraindicação aos antipsicóticos; Ou intoxicação por estimulantes.
SUICÍDIO:
ABORDAGEM:
1) IDEAÇÃO SUCIDA: 
· Pensamentos de morte.
· Ideação suicida.
· Planejamento suicida.
· Ato suicida.
2) ANAMNESE: FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO:
Fatores de Risco:
· Doença mental.
· Tentativas prévias de suicídio.
· Homens > mulheres.
· Jovens e idoso.
· Usuários de drogas.
· Não-casado.
· Ateus.
· Algumas profissões (médicos).
· Desempregados e aposentados.
· Doenças crônicas ou incapacitantes.
· Abuso na infância.
· História familiar de suicídio.
3) SUPORTE SOCIAL:
· Família.
· Amigos.
· Colegas de trabalho.
· Centros de crise.
· Profissionais da saúde.
· Clérigos.
AVALIAR RISCO:
CRISE DE ANSIEDADE:
CRISE DE PÂNICO:
· Ataque abruptos de ansiedade, medo intenso ou desconforto.
· Atingem um pico em poucos minutos.
· Presença de sintomas físicos e/ou psíquicos e cognitivos.
· Palpitação e taquicardia.
· Sudorese.
· Tremores.
· Falta de ar.
· Dores.
· Tontura.
· Ondas de calor.
· Parestesias.
· Despersonalização.
· Desrealização.
· Medo de perder o controle ou enlouquecer.
· Medo de morrer.
· DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Ataques de pânico podem ter causas orgânicas.
Ataques de pânicos pode ser comórbido ao quadro clínico.
Pode acontecer no contexto de outras doenças psiquiátrica.
· ABORDAGEM:
Medidas Não farmacológicas:
· Suporte emocional.
· Mindfullnes.
· Respiração diafragmática.
· Psicoeducação.
Medidas Farmacológicas:
· Benzodiazepínicos.
· Antipsicóticos (dose baixa).
· Betabloqueadores.
· Sintomáticos.
SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA:
· Droga mais consumida no mundo.
· Age no receptor GABA.
· Álcool = Depressor do SNC.
QUADRO CLÍNICO:
· Inicia 4h a 12h após interrupção ou diminuição.
· Sintomas Físicos e Cognitivos/Psíquicos:
· Tremor, náuseas, vômitos.
· Sintomas autonômicos: taquicardia, aumento de temperatura, hipertensão.
· Ansiedade, irritação, agressividade.
ABORDAGEM:
1. Suporte clínico e aferição de SSVV.
2. Glicemia capilar e hidratação.
3. Benzodiazepínicos: Diazepam VO;
4. Tiamina IM ou IV;
5. Antipsicóticos, se agitação;
6. Solicitação de exames (HMG, rim e eletrólitos, fígado, glicose).
1ª ESCOLHA: Benzodiazepínicos
· Diazepam (5mg e 10mg), Ou
· Lorazepam (2mg) (hepatopatas).
· Via Oral > Intravenoso.
· Intramuscular: Midazolam.
COMPLICAÇÕES:
1) Crises epilépticas.
2) Síndrome de Wernicke-Korsakoff.
3) Delirium Tremens.
INTOXICAÇÃO ÁLCOOLICA X ABSTINÊNCIA ALCOOLICA:
TRANSTORNOS SEXUAIS:
DIAGNÓSTICO:
· Clínico.
· Questionar, com tato mas diretamente.
· Cuidado com julgamentos e opiniões.
PARAFILIA:
· Qualquer interesse sexual intenso e persistente.
· Não voltado para estimulação genital ou para carícias preliminares.
· Não com parceiros humanos, que consentem e apresentam fenótipo normal e maturidade física.
· Não consensual.
· Exclusivistas.
· Tragam prejuízo, dano ou sofrimento.
Transtorno Voyeurista: espiar pessoas (que não consentiram) em atividades privadas.
Transtorno Exibicionista: expor genitália.
Transtorno Frotteurista: tocar ou esfregar-se em indivíduo que não consentiu.
Transtorno do Masoquismo Sexual: passar por humilhação, submissão ou sofrimento.
Transtorno do Sadismo Sexual: infligir humilhação, submissão ou sofrimento.
Transtorno Pedofílico: foco sexual em crianças.
Transtorno Transvéstico: vestir roupas do sexo
oposto para excitação sexual.
Transtorno Fetichista: usar objetos inanimado
ou ter foco específico em partes não genitais.
TRATAMENTO:
· Terapia individual e terapia sexual.
· Controle externo e prisão.
· Tratamento de condições comórbidas.
· Medicamentos que diminuem/inibem libido: ISRS, antipsicóticos e bloqueios hormonais (castração química).
CONCEITOS:
Identidade de gênero: “O senso interno e profundo de uma pessoa sobre quem é como um ser de gênero; gênero com o qual se identifica”; é algo mais interno, com qual gênero eu me identifico.
Orientação sexual: “Os sentimentos de atração de uma pessoa por outras pessoas (externo)”; tem relação com o que eu gosto ou desejo.
Cisgênero: Maioria das pessoas existe congruência entre o meu sexo biológico (designidado) e minha identidade de gênero.
Transgênero: Incongruência entre identidade de gênero (gênero experimentado/expresso) e gênero biológico (designado).
Identidade de gênero (trans ou cis) X Orientação sexual (homo ou hetero).
DISFORIA DE GÊNERO:
· Incongruência entre identidade de gênero (gênero experimentado/expresso) e gênero biológico (designado).
· Forte desejo de livrar-se das próprias características sexuais.
· Forte desejo pelas características do sexo oposto, pertencer a ele e ser tratado como outro gênero.
· Tratar pelo gênero expresso.
· Tem direito a nome social.
TRATAMENTO:
· Cuidado de equipe multiprofissional.
· Fazer diagnóstico preciso.
· Pode ter hormonização e cirurgia de redesignação sexual.
· Uso de maquiagem e vestimentas (mudança do papel social)
· Tratamento Hormonal (Bloqueio ou hormonização cruzada).
· Tratamento cirúrgicos redesignação sexual (superiores e inferiores).
· Outros tratamentos (ex: treino vocal para mulheres trans).
· Requisitos básicos para acesso ao processo Transexualizador pelo SUS:
· Maior de 18 anos para iniciar processo terapêutic e realizar hormonização.
· Maior de 21 anos para cirurgias de redesignação sexual, com indicação médica.
· Necessidade de avaliações psicológicas e psiquiátricas durante um período de 2 anos, com acompanhamentos e diagnóstico final que pode encaminhar ou não a paciente para a cirurgia tão aguardada.
· Resolução 2265/2019 do Conselho Federal de Medicina:
· Para crianças e adolescentes na pré-puberdade (Tanner I): previsão somente do acolhimento e do acompanhamento por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
· Para crianças e adolescentes em puberdade (Tanner II em diante): previsão da possibilidade de bloqueio hormonal, condicionada à anuência da equipe multiprofissional e do responsável legal do paciente.
· Para adolescentes a partir dos 16 anos: previsão da possibilidade da hormonoterapia cruzada, condicionada à anuência da equipe multiprofissional e do responsável legal do paciente.
· Previsão de realização de procedimento cirúrgico somente a partir dos 18 anos e com acompanhamento prévio mínimo de um ano por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
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image2.png
image3.pngDESAGREGAÇÃO DO PENSAMENTO: “pensamento incoerente”. Perda da lógica do discurso, com pensamentos que não se associam entre si e não expressam uma ideia adequadamente. Pacientes com esquizofrenia.
JARGONOFASIA OU “SALADA DE PALAVRAS”: forma grave de desagregação do pensamento e da linguagem. Ocorre quando a comunicação e a linguagem se tornam completamente caóticas, quando a sintaxe fica totalmente incoerente. Casos graves de esquizofrenia.
CIRCUNSTANCIALIDADE: discurso do paciente é repleto de detalhes, minúcias e informações desnecessárias. Apesar dos excessos, a ideia central é atingida.
TANGENCIALIDADE: acontece quando o discurso é cheio de detalhes irrelevantes que se aproximam da ideia principal, mas que nunca é atingida de maneira adequada.
· CONTEÚDO:
Temática da ideia. Alterações podem ser representadas pelo pensamento concreto e por ideias delirantes.
PENSAMENTO CONCRETO: empobrecimento de discurso, que também resulta na incapacidade de compreender simbologias, metáforas e analogias. Pacientes com deficiência intelectual e esquizofrênicos.
PENSAMENTO DELIRANTE OU DELÍRIO: ideia que é fruto de um juízo falso, patológico. O paciente com uma ideia delirante possui uma convicção extraordinária, certeza irremovível, mesmo após argumentação convincente em sentido oposto.
· LINGUAGEM:
Forma de comunicação que expressa o pensamento, ligando o mundo interno ao mundo externo. 
· TAQUILALIA OU LOGORREIA:
· Aumento da expressão da linguagem.
· BRADILALIA:
· Redução da expressão da linguagem.
.
PSICOFARMACOLOGIA:
ANTIDEPRESSIVO:
FASES DO TRATAMENTO COM PSICOFÁRMACOS:
· AGUDA: primeiros 3 meses, com objetivo de diminuir ou remitir sintomas.
· CONTINUAÇÃO: 6 meses seguintes, com objetivo de estabilizar o quadro ou remitir sintomas residuais.
· MANUTENÇÃO: prevenir recaídas e manter funcionalidade do paciente.
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO POR TEMPO INDETERMINADO:
· Episódios recorrentes;
· Após episódios muito graves ou difíceis de tratar;
· Depressão “crônica”;
· Presença de comorbidades psiquiátricas ou outras condições médicas ou fatores de risco;
· Permanência de sintomas residuais;
INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS):
Atuam inibindo a recaptação do neurotransmissor Serotonina que se acumula na fenda sináptica.
Primeira linha para os quadros depressivos e ansiosos.
Perfil com poucos efeitos colaterais, alta tolerabilidade e baixa interação farmacológica. 
Podem causar discreto aumento do apetite, alterações no sono, sedação leve e uma pequena redução na libido. Contudo, geralmente esses efeitos são brandos e passam depois de algumas semanas de maneira espontânea, sem que seja necessário a descontinuação do tratamento.
· CITALOPRAM: 
· Pode ser prescrito no tratamento de quadros depressivos e ansiosos.
· Praticamente não se envolve em interações medicamentosas.
· Dose terapêutica varia entre 10 mg e 40 mg ao dia. 
· Considerado seguro na gestação e amamentação.
· ESCITALOPRAM: 
· Trata-se da forma ativa do Citalopram. 
· Dosagem varia entre 5 mg e 20 mg ao dia.
· Considerado seguro na gestação e amamentação.
Evento raro, em doses elevadas, o Escitalopram e o Citalopram podem provocar alargamento do QT.
· FLUOXETINA:
· É considerada uma medicação de escolha para o tratamento de depressão, ansiedade, TOC e transtornos alimentares. 
· A Fluoxetina e seus metabólitos ativos têm meia-vida longa de até duas semanas. Ela envolve-se em um maior número de interações farmacológicas. 
· Doses diárias variam entre 10 mg e 80 mg.
· Considerada segura durante gestação e amamentação.
· PAROXETINA:
· Apresenta intenso efeito serotoninérgico. 
· Também pode apresentar efeitos anticolinérgicos moderados. Por isso, não é a medicação ideal para idosos. 
· Dentre os ISRS, é a que apresenta maior prejuízo em relação à libido. 
· Doses diárias variam entre 10 mg e 60 mg. 
· Evitada na gestação, contudo é segura durante a amamentação.
· SERTRALINA: 
· Considerada muito segura do ponto de vista cardiovascular, tem poucas interações farmacológicas.
· Aprovada para uso durante a gravidez e amamentação.
· Doses variam entre 50 mg e 200 mg ao dia.
INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA E NORADRENALINA (IRSN) OU DUAIS:
Agem inibindo a recaptação desses neurotransmissores na fenda sináptica.
Mesmas indicações dos ISRS, sendo considerados de primeira linha para o tratamento dos transtornos depressivos.
· VENLAFAXINA:
· Tem propriedades antidepressivas e ansiolíticas.
· Interage pouco com outras drogas, o que é útil para pacientes que fazem uso de diversas medicações. 
· Dose 75 mg até 225 mg ao dia.
· Em doses elevadas, pode causar aumento da pressão arterial.
· Pode ser utilizada durante a gestação, contudo deve ser evitada durante a amamentação.
· DESVENLAFAXINA:
· Forma já metabolizada da Venlafaxina. 
· Dose varia entre 50 mg até 200mg ao dia. 
· Pode ser utilizada durante a gestação, contudo deve ser evitada durante a amamentação.
· DULOXETINA: 
· Propriedades antidepressivas, ansiolíticas e analgésicas. 
· Dose varia entre 30 mg até 120 mg ao dia.
· Pode ser utilizada durante a gestação, contudo deve ser evitada durante a amamentação.
Durante a gestação, dê preferência para prescrever o uso de um ISRS. Sempre que possível, escolha entre a Fluoxetina ou a Sertralina,
INIBIDORES DA MONOAMINA OXIDASE (IMAO):
· Agem inibindo a enzima monoaminoxidase (MAO), responsável pela degradação de neurotransmissores, como a serotonina, dopamina e a noradrenalina. 
· Na prática, seus efeitos são associados a melhores resultados clínicos, especialmente em casos de depressões graves ou refratárias.
· Possuem um perfil de efeitos colaterais mais intensos e até mesmo potencialmente fatais. 
· Seu uso requer o cumprimento de uma dieta específica, com baixos níveis de tiramina, um aminoácido presente em diversos tipos de produtos alimentícios, que também é metabolizado pela MAO e apresenta propriedades monoaminérgicas potentes de vasoconstrição.
EFEITO “QUEIJO”: quando consumimos alimentos como queijos, embutidos e alguns tipos de peixes e vinhos, recebemos um aporte externo de tiramina, uma monoamina. Caso um IMAO esteja sendo utilizado, essa monoamina não será degradada pela MAO no sistema digestivo, sendo absorvida sistemicamente. Por isso, o consumo desses alimentos poderá causar um aumento importante da pressão arterial, podendo causar uma emergência hipertensiva.
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS:
Agem através do bloqueio da recaptação de serotonina e da noradrenalina, que se acumulam progressivamente na fenda sináptica, promovendo seus efeitos terapêuticos. 
· AMITRIPTILINA:
· Possuem um importante efeito analgésico, causado pelo bloqueio de canais de sódio, por isso podem ser úteis em pacientes com quadros depressivos ou ansiosos associados a dores crônicas ou cefaleias.
· Dose: 25 a 300mg dia.
Efeitos colaterais dos antidepressivos tricíclicos:
· Ação anticolinérgica: piora cognitiva, risco de delirium, boca seca, constipação intestinal, retenção urinária, risco de arritmias cardíacas, visão turva e glaucoma, dentre outros.
· Ação anti-histaminérgica: sedação, risco de queda, aumento do apetite, ganho de peso e piora metabólica.
· Bloqueio alfa 1 e 2 adrenérgico: risco de hipotensão, queda e síncope.
· Bloqueio dos canais de sódio: arritmias cardíacas, como alargamento do PR ou QT.
ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS:
· BUPROPIONA:
· Tem ação sobre a recaptação de dopamina e noradrenalina, que se acumulam na fenda sináptica.
· Considerada segura do ponto de vista cardiovascular, com poucos efeitos sobre acetilcolina e histamina. 
· Tem um perfil estimulante, sendo útil para tratar pacientes com queixas de “baixa energia” e promover perda de peso, o que pode ser útil no tratamento de pacientes obesos. 
· Dose diária varia entre 150 mg até 450 mg. 
· Pode ser utilizada durante a gestação, contudo deve ser evitada durante a amamentação.
· MIRTAZAPINA: 
· Antidepressivo com ações sobre serotonina e noradrenalina. Seu efeito terapêutico é devido, principalmente, ao aumento da liberação desses neurotransmissores.
·Também exerce efeito anticolinérgico e anti-histaminérgico, o que causa um aumento no apetite e sedação intensa. 
· Apresenta efeito antiemético, o que pode ser útil para pacientes em tratamentos quimioterápicos. 
· Dose diária varia entre 15 mg até 60 mg. 
· Pode ser utilizado durante a gestação, contudo deve ser evitado durante a amamentação.
· TRAZODONA: 
· Antidepressivo extremamente sedativo. 
· Suas ações terapêuticas são causadas por um antagonismo de receptores serotoninérgicos. 
· Dose varia entre 50 mg até 600 mg por dia. 
· Efeito colateral raro: priapismo. 
· Pode ser utilizado durante a gestação, contudo deve ser evitado durante a amamentação.
EFEITOS COLATERAIS SEXUAIS DOS ANTIDEPRESSIVOS:
· Acredita-se que a libido é prejudicada principalmente por ação serotoninérgica na fenda sináptica. 
· Os atípicos são boas opções para pacientes com prejuízo da libido. 
· Os tricíclicos e a paroxetina, devido ao forte efeito serotoninérgico, podem prejudicar a libido.
DIABETES E GANHO DE PESO:
· Diversos antidepressivos podem dificultar o controle glicêmico de pacientes.
· Especialmente os tricíclicos, a mirtazapina e a paroxetina, que estão relacionados a longo prazo a uma piora importante do perfil metabólico, à resistência insulínica e ao aumento do peso corporal.
· Provavelmente, esses efeitos decorrem da ação anti-histaminérgica e anticolinérgica.
· A bupropiona pode ser uma opção nesses casos.
SÍNDROME SEROTONINÉRGICA (SN):
· É uma reação potencialmente grave, causada por hiperestimulação do tônus serotoninérgico no sistema nervoso central. 
· Principais sinais e sintomas são mioclonias, tremores, rigidez muscular, sudorese, hipertermia, agitação psicomotora, midríase, rebaixamento do nível de consciência e coma.
· Quanto maior a dose e maior a combinação de medicamentos serotoninérgicos, maior a chance do desenvolvimento.
ESTABILIZADORES DO HUMOR:
Tratam e previnem tanto episódios de depressão quanto episódios de mania ou hipomania.
LÍTIO - O PADRÃO-OURO!
· Medicação de 1ª linha para o Transtorno Bipolar, por possuir propriedades antimaníacas, antidepressivas e antissuicidas.
· Mecanismo de ação ainda é pouco compreendido, provavelmente possuindo ações sobre o glicogênio sintase quinase 3 (GSK 3), que se envolve em diversos processos de regulação do funcionamento cerebral, além de possíveis ações no sistema nervoso central (SNC) sobre acetilcolina, dopamina, GABA, glutamato e serotonina. 
· Dose: 600mg – 1800mg.
· Efeitos colaterais: acne, náuseas, vômitos, diarreia, retenção hídrica, queda de cabelo, aumento do apetite, ganho de peso e tremores finos. 
· Contraindicado durante a amamentação, em pacientes com doença renal crônica e em cardiopatas graves. É relativamente contraindicado na gestação e em pacientes com hipotiroidismo.
ÁCIDO VALPROICO (AVP):
· Representa a forma ácida desse estabilizador do humor.
· Enquanto o valproato de sódio é um sal, o divalproato de sódio é uma mistura das duas moléculas e, na prática clínica, seus efeitos são idênticos e equivalentes. 
· O AVP sofre intensa metabolização hepática.
· Suas ações terapêuticas sobre o controle do humor também são pouco compreendidas, contudo acredita-se que essa droga exerça efeitos sobre os canais de sódio e sobre o ácido gama-aminobutírico (GABA).
· Considerado medicação de 1ª linha para o tratamento de fase aguda ou na manutenção do Transtorno do Humor Bipolar. 
· Dose: entre 50 e 100 μg/mL.
· Principais efeitos colaterais: sedação, ganho de peso, tremores, queda de cabelo e elevação temporária e benigna das transaminases.
· Contraindicado para pacientes hepatopatas graves e em gestantes. É considerado seguro durante a amamentação.
CARBAMAZEPINA:
· É outro anticonvulsivante com propriedades estabilizadoras do humor. 
· É menos utilizada por ser mais hepatotóxica e por envolver-se em um grande número de interações medicamentosas. 
· Medicação de 2ª linha.
· Esse fármaco age através da modulação glutamatérgica e da ação sobre canais de sódio. 
· Pode ser útil no tratamento da neuralgia do trigêmeo e no tratamento da síndrome de abstinência alcoólica. 
· Dose: entre 4 e 12 g/mL.
· Principais efeitos colaterais: náuseas, vômitos, sedação e ataxia. Em casos graves, pode haver anemia aplástica, hepatite medicamentosa e Síndrome de Stevens-Johnson.
· Contraindicada em hepatopatas, portadores de doenças hematológicas graves e durante a gravidez. É considerada segura durante a amamentação.
LAMOTRIGINA - O ESTABILIZADOR “DE BAIXO PARA CIMA”:
· Fármaco estabilizador do humor e anticonvulsivante, com ações proeminentes antidepressivas e ação discreta sobre o tratamento e a prevenção de episódios maníacos. 
· Doses entre 100 mg e 500 mg ao dia.
· Introdução deve ser lenta, ao longo de várias semanas, devido ao (pequeno) risco do surgimento da Síndrome de Stevens-Johnson.
· Efeitos colaterais são: sedação, náuseas e rash cutâneo. 
· Principal contraindicação é a insuficiência hepática.
· Droga de escolha para o período gestacional. Relativamente contraindicada durante a amamentação. Se usada durante esse período, a amamentação deve acontecer após 4 horas de sua ingestão.
DROGAS ANTIPSICÓTICAS:
· Úteis para o tratamento de transtornos psicóticos, agitação e agressividade.
Mecanismo de ação dos antipsicóticos:
· Capacidade de bloquear os receptores dopaminérgicos do tipo D2 nas vias mesolímbica e mesocortical, regiões que provavelmente são as principais fontes dos sintomas psicóticos.
· As vias tuberoinfundibular e nigroestriatal, que não estão relacionadas com a gênese psicótica, também são afetadas pela ação desses medicamentos. 
· O bloqueio dopaminérgico gerado nessas vias é o responsável por grande parte de seus efeitos colaterais.
ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS - FORTE BLOQUEIO D2:
· Atuam como bloqueadores dopaminérgicos dos receptores D2.
· 1ª Geração.
· Clorpromazina 300 – 1000 mg
· Haloperidol 5 – 20 mg
· Levomepromazina 300 – 1000 mg
· Periciazina 15 – 300 mg
· Pimozida 2 – 20 mg
· Zuclopentixol 20 – 100 mg
· Haloperidol e a clorpromazina são os de escolha para o período gestacional. Para a amamentação, o haloperidol é considerado seguro.
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS - MENOR BLOQUEIO D2:
· 2ª geração.
· A maioria dos representantes dessa classe realiza ações como antagonistas da dopamina e da serotonina e alguns agem como agonistas dopaminérgicos parciais, modulando o tônus dopaminérgico.
· Causam menos sintomas extrapiramidais, que surgem, geralmente, apenas em altas doses, quando o bloqueio dopaminérgico em D2 passa a ser considerável. 
· Podem causar uma piora no perfil metabólico, dislipidemia, aumento dos triglicérides, resistência insulínica, aumento do apetite e compulsão por doces, o que pode gerar ganho de peso e aumento do risco de morte por eventos cardiovasculares.
· Aripiprazol 5 mg – 30 mg
· Clozapina 100 mg – 900 mg
· Lurasidona 20 mg – 160 mg
· Olanzapina 5 mg – 30 mg
· Paliperidona 3 mg – 12 mg
· Quetiapina 200 mg – 800 mg
· Risperidona 2mg – 16 mg
· Ziprasidona 40 mg – 160 mg
· Quetiapina é a droga de preferência para o período gestacional e de amamentação. Pode ser utilizada como 1ª linha no tratamento de transtornos psicóticos e transtorno do humor bipolar.
ATÉ QUANDO UTILIZAR UM ANTIPSICÓTICO:
· Na chamada fase estável ou fase de manutenção, os sintomas clínicos da esquizofrenia estão em remissão ou atenuados. 
· Fase de manutenção deve proporcionar ao paciente e à sua família melhor qualidade de vida. 
· Recomenda-se que a manutenção dure ao menos 2 anos em pacientes que sofreram apenas um episódio agudo, sendo a decisão de prorrogar ou encurtar esse prazo uma prerrogativa compartilhada entre paciente, família e equipe médica.
· A partir do segundo surto psicótico, a recomendação é que o tratamento seja mantido por ao menos 5 anos. 
SÍNDROME EXTRAPIRAMIDAL (SEP):
· Sintomas extrapiramidais ou sintomas parkinsonianos: discinesias, tremores, distonias e acatisia, uma sensação de inquietação, descrita por alguns pacientes como uma “ansiedade nas pernas”.
· Esses efeitos colaterais acontecem porque os antipsicóticosnão atuam apenas nas vias dopaminérgicas cerebrais, que são consideradas “alvo terapêutico” para o tratamento dos sintomas psicóticos, como a via mesolímbica e a via mesocortical. 
· Eles atingem, como efeito colateral, os outros tratos cerebrais dopaminérgicos, como a via tuberoinfundibular, onde a ação do antipsicótico causa o aumento da Prolactina, e a via nigroestriatal, causando a SEP.
· SINAL DA RODA DENTADA: sinal clássico, indicando a SEP. Ela surge quando os níveis de bloqueio D2 na via nigroestriatal se tornam muito elevados, causando rigidez muscular.
· HIPERPROLACTINEMIA: A dopamina exerce um efeito inibitório sobre a secreção de Prolactina, contudo, com a ação de antipsicóticos na via dopaminérgica tuberoinfundibular, o efeito inibitório da dopamina sobre a prolactina deixa de ser exercido, o que provoca a elevação dos níveis de prolactina.
· Redução da dose do antipsicótico.
DISCINESIA TARDIA (DT):
· Bloqueio prolongado e crônico dos receptores D2 causado por antipsicóticos leva-os a uma “hipersensibilidade compensatória” para tentar superar o bloqueio dopaminérgico. 
· Discinesia Tardia (DT), que tem como principal característica os movimentos bucomastigatórios involuntários e é normalmente irreversível. 
· Conduta ideal é a redução da dose do antipsicótico.
ANEDONIA:
· Redução ou incapacidade de sentir prazer.
SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA (SNM) - UMA EMERGÊNCIA MÉDICA:
· Reação grave e potencialmente fatal.
· Seus principais sintomas são hipertermia e rigidez intensa.
· Outros sinais e sintomas possíveis são tremores, alterações da consciência, pressão arterial flutuante, incontinência esfincteriana, dispneia, elevação de fosfocreatinoquinase (CPK) e leucocitose sem desvio à esquerda.
PSICOFÁRMACOS NAS EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS:
· Possibilidades que podem causar uma emergência psiquiátrica, como transtornos psicóticos, uso de drogas, síndrome maníaca, depressão, tentativa de suicídio, transtornos de personalidade, deficiência intelectual, delirium, demências, doenças clínicas, sentimento de raiva, desentendimentos e brigas entre familiares.
· As situações têm em comum é uma apresentação clínica, que pode envolver a perda do controle entre os envolvidos, que pode se manifestar através de agitação psicomotora, agressividade, violência física ou verbal.
· Sempre que possível, as medicações deverão ser administradas pela via oral. Caso o paciente não colabore, a via intramuscular (IM) será a segunda opção.
PSICOFÁRMACOS MAIS UTILIZADOS:
· HALOPERIDOL: 
· Antipsicótico típico de alta potência.
· Pode ser via oral ou intramuscular na dose de 5 mg.
· Promove redução da agitação psicomotora e dos sintomas psicóticos, além de sedação moderada, após 30 minutos de sua administração pela via IM ou 60 minutos pela via oral.
· É considerado seguro do ponto de vista cardiovascular.
· Se necessário, pode ser administrado, com cautela, a cada 30 minutos, até a dose somada de 30 mg.
· CLORPROMAZINA:
· Antipsicótico típico de baixa potência, da classe das fenotiazinas, com efeitos sedativos proeminentes após 30 minutos da administração. 
· Eficaz para o controle da agitação na emergência, contudo seu uso traz mais riscos de delirium, hipotensão grave e arritmias cardíacas. 
· Não é uma medicação de 1ª linha para essa finalidade, especialmente em pacientes idosos. 
· Via oral ou intramuscular, com dose inicial de 25 mg, e não deve ser associada a outra droga sedativa.
· PROMETAZINA: 
· Fármaco com propriedades anticolinérgicas e anti-histamínicas que produz sedação intensa. Pertence à classe das fenotiazinas.
· É utilizado em associação com o haloperidol para potencializar os seu efeitos sedativos e calmantes. 
· Pode ser via oral ou IM. Sua dose usual é 25 mg, e pode ser repetida após 30 minutos.
· Sua administração pode produzir sedação excessiva e efeitos anticolinérgicos proeminentes, que podem prevenir o aparecimento de sintomas extrapiramidais causados pelo haloperidol.
· MIDAZOLAM:
· Benzodiazepínico de meia-vida curta (1-3h) e início rápido de ação, efeitos surgem em menos de 15 min.
· Por ser hidrossolúvel, pode ser administrado com segurança pela via oral ou intramuscular.
· Sua dose inicial varia entre 7,5 mg e 15 mg e, normalmente, é associado ao haloperidol. 
· Pode ser repetido após 30 minutos se necessário. 
· Em caso de intoxicação, pode ocorrer sedação excessiva e depressão respiratória. 
· O antídoto específico flumazenil poderá ser utilizado para reverter seus efeitos.
· DIAZEPAM:
· Benzodiazepínico de meia-vida longa (24 a 72 horas).
· Por ser lipossolúvel, deve ser administrado preferencialmente pela via oral, pois é absorvido de forma errática pela via IM. 
· Caso seja necessária sua administração IM, deve ocorrer no músculo deltoide para maximizar sua absorção.
· Dose inicial fica entre 5 e 10 mg e o início de sua ação ocorre após 15 e 60 minutos.
· Em caso de intoxicação, pode ocorrer sedação excessiva e depressão respiratória.
· O antídoto específico flumazenil poderá ser utilizado para reverter seus efeitos.
Transtornos Psicóticos:
ESQUIZOFRENIA:
Transtorno psicótico crônico que afeta a capacidade crítica do indivíduo, sua forma de pensar, o que, consequentemente, reflete-se na forma e no conteúdo de suas ideias, transmitidas através de sua fala.
Também altera as percepções e distorce a realidade. 
Progressivamente, prejudica as funções cognitivas do indivíduo e o desempenho de funções executivas, em um processo que, antigamente, foi chamado de “demência precoce”.
HIPÓTESE DOPAMINÉRGICA:
O excesso de atividade da dopamina é o responsável pela produção psicótica.
Alterações dos receptores de dopamina nas vias mesolimbica e mesocortical.
Sintomas da esquizofrenia são divididos em: 
· Sintomas negativos (Via Mesocortical) – discurso pobre, isolacionismo, apatia, embotamento do afeto. 
· Sintomas positivos (Via Mesolímbica) – delírios, alucinações, agitação psicomotora.
DIAGNÓSTICO DA ESQUIZOFRENIA:
EPIDEMIOLOGIA E CURSO DA ESQUIZOFRENIA
Afeta cerca de 1% da população mundial e costuma começar antes dos 25 anos de idade, persistindo durante toda a vida. É discretamente mais prevalente nos homens.
O surgimento e a manifestação de sintomas típicos de Esquizofrenia durante a infância são considerados muito raros, especialmente antes dos 12 anos de idade.
O surgimento dos sintomas psicóticos após os 40 anos de idade caracteriza a Esquizofrenia de início tardio, ou Esquizofrenia de início muito tardio quando se manifesta apenas após os 60 anos de idade.
Principais fatores preditivos de prognóstico na esquizofrenia:
 
SUBTIPOS DA ESQUIZOFRENIA:
ESQUIZOFRENIA PARANOIDE: 
· Caracterizada, principalmente, por delírios, geralmente persecutórios.
· Alguns pacientes acreditam estar imbuídos de uma missão especial ou secreta.
· Também ocorrem alucinações auditivas, como vozes de comando, sussurros, piadas, risadas ou comentários depreciativos.
ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA:
· Caracteriza-se por perturbação intensa do afeto, o comportamento é infantilizado e pueril. 
· Pacientes com esse subtipo costumam apresentar atitudes sem objetivo, maneirismos, tendências ao isolacionismo social, abandono do autocuidado e sintomas negativos proeminentes. 
· Seu discurso normalmente é desagregado e cognitivamente empobrecido.
ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA: 
· Marcada por variação intensa da psicomotricidade do paciente, que pode se apresentar em completo estupor, com perda total da reatividade aos estímulos externos, passando pela obediência automática e flexibilidade “cérea”, isto é, relativa à cera, pois esses pacientes podem ser colocados por terceiros em posturas pouco anatômicas, com permanência por longos períodos em posições desconfortáveis. 
· Um exemplo clássico é chamado de “Travesseiro Psíquico ou Sinal do Travesseiro”. 
· Ainda pode haver episódios de franca agitação, com rompantes de agressividade, que são raros, de uma forma geral, em pacientes esquizofrênicos.
SINTOMAS PRÉ-MÓRBIDOS DA ESQUIZOFRENIA:
Comportamentos e atitudes que caracterizamos chamados sintomas “pré-mórbidos”. 
Essas características patológicas estavam discretamente presentes no indivíduo e, em muitos casos, não foram percebidas pela família ou por amigos antes da chamada “abertura do quadro psicótico”. 
Os sintomas “pré-mórbidos” desses pacientes podem ser representados por um comportamento quieto, com poucos amigos, certa apatia, pouco interesse social e afetivo, bem como pela piora no rendimento escolar.
TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA:
Medicações antipsicóticas, drogas que agem principalmente bloqueando a transmissão dopaminérgica cerebral, especialmente na via dopaminérgica mesolímbica e via mesocortical, principais alvos terapêuticos segundo a “hipótese dopaminérgica”.
Caso haja falha de duas tentativas consecutivas, chamamos o quadro de “esquizofrenia refratária ao tratamento”, estando indicado o uso do antipsicótico atípico Clozapina.
ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS:
Ou antipsicóticos de primeira geração.
Atuam como bloqueadores dopaminérgicos nos receptores D2, especialmente nos receptores localizados nas vias mesolímbica e mesocortical.
Efeitos Colaterias: Hiperprolactinemia; efeitos parkinsonianos.
· Clorpromazina 300 mg – 1000 mg. 
· Haloperidol 5 mg – 20 mg. 
· Levomepromazina 300 mg – 1000 mg. 
· Periciazina 15 mg – 300 mg. 
· Pimozida 2 mg – 20 mg. 
· Zuclopentixol 20 mg – 100 mg.
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS:
Ou antipsicóticos de segunda geração.
A maioria dos representantes dessa classe realiza ações como antagonistas da dopamina e serotonina, outros agem como agonistas dopaminérgicos parciais, modulando o tônus dopaminérgico.
Efeitos Colaterias: síndrome metabólica
· Aripiprazol 5 mg – 30 mg.
· Clozapina 100 mg – 900 mg.
· Lurasidona 20 mg – 160 mg.
· Olanzapina 5 mg – 30 mg.
· Quetiapina 200 mg – 800 mg.
· Risperidona 2mg – 16 mg.
· Ziprasidona 40 mg – 160 mg.
O objetivo do tratamento agudo da esquizofrenia é atingir a remissão do surto psicótico o mais breve possível, amenizando o evento chamado de neurotoxicidade, que se acredita que ocorra, principalmente, durante a fase ativa dos sintomas psicóticos, causando danos cerebrais ao paciente.
CLOZAPINA: miocardite e agranulocitose.
QUANDO INTERNAR UM PACIENTE COM ESQUIZOFRENIA?
· Risco de suicídio.
· Sintomas psicóticos.
· Sem suporte familiar.
· Violência.
TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE (TPB):
Caracterizado pela presença de pelo menos um sintoma psicótico, como delírio, alucinações, comportamento grosseiramente desorganizado ou discurso desorganizado, de início súbito, durando entre um e 30 dias.
Remissão completa.
Tratamento é baseado no controle dos sintomas psicóticos com uso de antipsicóticos. 
Em caso de agitação ou ansiedade, benzodiazepínicos podem ser associados. 
Após a resolução do quadro e remissão dos sintomas, recomenda-se manter o uso da medicação por mais 12 meses.
TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME:
“Meio-termo” entre um transtorno psicótico breve, que dura até 30 dias, e a esquizofrenia.
Duração entre 1 a 6 meses.
TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO:
Síndrome que mistura as características tanto de esquizofrenia quanto sintomas afetivos (que estão presentes na maior parte do tempo), como a depressão ou o mania.
Esquizofrenia + Transtorno do Humor
A base do tratamento pode ser constituída por uma associação entre um antipsicótico e um estabilizador do humor ou mesmo antidepressivos.
TRANSTORNO DELIRANTE PERSISTENTE:
Constitui-se como um transtorno em que o delírio é a principal alteração psicopatológica.
Funcionalidade razoavelmente mantida.
Sem presença de alucinações.
Uso de antipsicóticos e suporte psicoterápico.
PSICOSE PUERPERAL OU TRANSTORNO PSICÓTICO PÓS-PARTO:
Acredita-se que a ocorrência de uma psicose puerperal seja parte de um quadro de transtorno bipolar ou de depressão que foi agravado ou precipitado pelo parto.
Geralmente inicia-se na segunda ou terceira semana após o nascimento da criança. 
Pode se manifestar com delírios, alucinações, comportamento desorganizado, irritabilidade, hostilidade contra si e contra o bebê.
Uso de estabilizadores de humor combinados com antipsicóticos.
Amanda Narciso
TEMAS: 
- Aula 1 - Introdução e realização da entrevista psiquiátrica e do exame psíquico; (tay) 
- Aula 2 - Transtornos de Humor (Angélica)
- Aula 3 - Transtornos de Ansiedade / TOC / TEPT (Fernanda+ gui)
- ⁠Aula 4 - Transtornos Psicóticos (Amanda)
- Aula 5 - Transtorno por uso de álcool e outras substâncias (mable )
- Aula 6 - Emergências psiquiátricas (Luana) 
- Aula 7 - Ideação suicida e tentativas de suicídio (Isabela)
- Aula 8 - Transtornos alimentares ( Lucas )
- ⁠Aula 9 - Transtornos de personalidade (rafael )
Transtornos Psicóticos:
Síndrome psicótica é caracterizada por desconexão da realidade, seja ela na percepção ou na interpretação, associado a mudanças de comportamento e alteração de afeto. 
Sinais e sintomas básicos:
1) delírios (alteração do pensamento);
2) alucinações (alteração da sensopercepção);
3) desorganização (comportamentos e pensamentos francamente bizarros ou desorganizados).
Se o paciente estiver com 1 dos 3 sintomas, pode-se dizer que ele está psicótico.
Sintomas Psicóticos Primários: sintomas psicóticos são o centro do quadro, são os que mais chamam atenção, sem outros quadros que poderiam justificar os sintomas. Exemplos: Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Esquizoafetivo, Transtorno Delirante Persistente e Transtorno Psicótico Breve. 
Sintomas Psicóticos Secundários: sintomas psicóticos são consequência de algum outro quadro, tais como uso de medicações ou drogas, outras doenças psiquiátricas e doenças clínicas.
ESQUIZOFRENIA:
Quadro psicótico primário grave, caracterizado, por crises de delírios e alucinações (sintomas positivos), normalmente cursando com deterioração progressiva das funções cognitivas e dos afetos, ao longo dos anos (sintomas negativos).
EPIDEMIOLOGIA:
· Pico de incidência: pessoas jovens (16 a 24).
· Segundo pico: 40 anos. Após 40 anos já e considerado tardio.
· Atinge 1% na população.
· Homens (1,4) > mulheres (1).
· Feminino: mais tardio.
· Alta mortalidade.
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA:
Doença multifatorial, causada pela associação de fatores genéticos herdados com fatores ligados ao desenvolvimento psicossocial, questões ambientais, ocorrências de vida e uso de drogas. 
Sintomas psicóticos excesso de dopamina em uma das vias dopaminérgicas do cérebro, a via mesolímbica. 
Sintomas negativos seriam secundários a uma diminuição da atividade dos receptores dopaminérgicos D1 no córtex frontal.
Sintomas Positivos:
· Delírios.
· Alucinações.
Sintomas Negativos:
· Apatia.
· Anedonia.
· Embotamento cognitivo.
· Disfonia neuroléptica;
CRITÉRIO DIAGNÓSTICO:
EXAMES:
Solicita exames para excluir outras causas de alteração de comportamento.
Mandatório: primeiro episódio psicótico pedir exame de imagem da cabeça e exames gerais.
TRATAMENTO:
NÃO FARMACOLÓGICO:
· Intervenção psicossocial;
· Terapia ocupacional;
· Psicoterapias individuais e em grupo;
· Treino de habilidades sociais;
· Intervenção familiar;
· Emprego protegido.
ANTIPSICÓTICOS:
Ação básica: inibição da dopamina nas vias cerebrais, com foco na via mesolímbica, que é a via relacionada aos sintomas psicóticos. Porém, eles agem em outras vias dopaminérgicas que estão relacionadas aos efeitos colaterais.
Antipsicóticos Típicos:
· Haloperidol
· Clorpromazina;
· Levomepromazina;
Antipsicóticos Atípicos: (+ novos) – 1ª escolha
· Risperidona;
· Quetiapina;
· Clozapina;
· Olanzapina;
 VIAS DOPAMINÉRGICAS:
VIA MESOLÍMBICA – Prazer, estímulo.
· Dopamina em excesso na esquizofrenia. 
· Sintomas positivos, agressivos e afetivos.
VIA MESOCORTICAL – Comportamento
· Relacionada a sintomas negativos, cognitivos e afetivos.
VIA NIGROESTRIAL – Movimento
· Normal na esquizofrenia. 
· Antipisicóticos inibem essas vias e causam sintomas extrapiramidais.
VIA TÚBERO INFUNDIBULAR – Relacionada a liberação de prolactina
· Normais na esquizofrenia.
· Inibidas pelos antipsicóticos causando hiperprolactinemia.
ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS (Antigos; 1ª geração):
· Forte inibição dopaminérgica;
· Causam+ sintomas extrapiramidais (SEP) (parkinsonismo secundário, acatisia, distonia e discinesias) e aumento de prolactina.
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS (Novos; 2ª geração):
· Ação dopaminérgica + ação serotoninérgica.
· Causam menos SEP e hiperprolactinemia.
· Pode agir também em sintomas negativos, cognitivos e depressivos.
· Efeito Indesejado: Síndrome metabólica.
TRANSTORNOS DO HUMOR:
DEPRESSÃO:
Transtorno Depressivo Maior.
Afeta o humor, a capacidade de sentir prazer e a energia, causa sofrimento ao paciente, prejudica a capacidade de executar as tarefas do cotidiano e cumprir com as responsabilidades (Prejuízo Funcional).
DIAGNÓSTICO:
Para realizar o diagnóstico de um episódio depressivo, o paciente precisa demonstrar, por no mínimo 14 dias consecutivos, na maior parte do tempo, quatro ou mais sintomas típicos, como tristeza, anedonia (perda do prazer e interesse), cansaço, alterações da energia e do sono, mudanças no apetite e pensamentos negativos sobre si e sobre a vida.
CRITÉRIOS:
CID-10: 
· Leve: quatro critérios.
· Moderado: cinco a seis critérios.
· Grave: sete ou mais critérios
CLASSIFICAÇÃO DA DEPRESSÃO:
LEVE: o paciente em episódio leve de depressão é, geralmente, acometido pelos sintomas clínicos típicos, mas mantém sua rotina de atividades cotidianas inalteradas, apesar do sofrimento e uma piora discreta em seu rendimento.
MODERADA: o paciente expressa sua sintomatologia de maneira mais intensa, acarretando dificuldades em manter sua rotina de vida doméstica, laboral ou acadêmica, com prejuízos evidentes em sua funcionalidade.
GRAVE: o paciente é, geralmente, incapaz de manter sua rotina diária, apresenta grande sofrimento e queda de performance global. Há desleixo com a aparência e autocuidados. Ainda é possível que haja sintomas psicóticos. Dica: sintomas psicóticos em depressão unipolar = depressão grave.
SUBTIPOS DA DEPRESSÃO:
DEPRESSÃO “ENDÓGENA” OU MELANCÓLICA: 
Estado permanentemente triste, apático, com pouca reação aos acontecimentos do mundo externo, redução do apetite e insônia.
O paciente sente culpa e tem pensamentos de morte, especialmente pela manhã.
DEPRESSÃO ATÍPICA:
O paciente cursa com momentos de melhora do humor, reativos a bons acontecimentos.
Fome e sono são excessivos. 
Pode haver uma sensação de peso sobre seus membros, conhecida como “paralisia de chumbo”.
BLUES PUERPERAL E DEPRESSÃO PÓS-PARTO: 
Alterações de humor após o parto que não atingem critérios para o diagnóstico da depressão – baby blues ou blues puerperal
O blues inicia-se, geralmente, na primeira semana após o parto.
As manifestações são leves, caracterizadas por tristeza, insegurança, medo, labilidade emocional e ansiedade, e duram menos de 14 dias. 
Em cerca de 20% das mulheres, os sintomas agravam-se e duram mais de 2 semanas.
Nesses casos, um diagnóstico de depressão pós-parto é conferido e o tratamento para depressão deve ser instituído. 
Blues Puerperal = surge logo após o parto, sintomas leves, transitórios. - Acolher, oferecer suporte.
Depressão Periparto = surge até 6 meses* após o parto, sintomas mais intensos, duração superior a 14 dias. Tratamento padrão de Depressão.
EPIDEMIOLOGIA E CURSO DA DEPRESSÃO:
No Brasil, segundo a (OMS), a depressão atinge cerca de 6% da população, sendo 2 vezes maior no sexo feminino. A prevalência de depressão em pacientes internados ou vivendo em nosocômios pode ser até três vezes maior.
O pico de incidência da depressão ocorre antes dos 40 anos de idade, mas pode surgir pela primeira vez em qualquer faixa etária.
Quando há recorrência da depressão, com um intervalo mínimo de dois meses entre dois episódios, passamos a denominá-la como depressão recorrente.
CAUSAS ORGÂNICAS DE DEPRESSÃO:
Doenças: Hipotiroidismo, HIV, mononucleose, demências, Parkinson, TCE.
Medicamentosas: betabloqueadores, anti-hipertensivos, antirretrovirais, antiepiléticos.
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO:
Para os pacientes com sintomatologia leve, práticas psicoterapêuticas e atividades físicas regulares possuem evidências de sucesso, sendo o tratamento de escolha. Contudo, mesmo nesses casos, pode-se optar pelo início do tratamento farmacológico.
Inibidores da recaptação da serotonina (ISRS):
São medicações de 1ª linha para os quadros depressivos. 
Agem aumentando a disponibilidade de serotonina na fenda sináptica.
Possuem poucos efeitos colaterais, têm baixa interação farmacológica e são bem tolerados.
Idoso: citalopram; escitalopram; sertralina.
· Citalopram 10 – 40 mg.
· Escitalopram 5 – 20 mg.
· Fluoxetina 20 – 80 mg.
· Paroxetina 10 – 60 mg.
· Sertralina 25 – 200 mg.
Inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina (IRSN): 
Também conhecidos como “duais”.
Agem inibindo a recaptação desses neurotransmissores na fenda sináptica. 
Também são considerados medicamentos de 1ª linha.
· Desvenlafaxina 50 – 200 mg.
· Duloxetina 30 – 90 mg.
· Venlafaxina 75-225 mg.
Atípicos: 
Antidepressivos que não possuem seus principais mecanismos de ação baseados na recaptação de serotonina, possuindo diversos mecanismos de atuação. 
· Agomelatina 25 - 50 mg.
· Bupropiona 150 – 450 mg.
· Mirtazapina 15 – 60 mg.
· Trazodona 50 – 600 mg.
· Vortioxetina 5 – 20 mg.
Tricíclicos: 
Agem através do bloqueio da recaptação de serotonina e da noradrenalina, que se acumulam progressivamente na fenda sináptica, promovendo seus efeitos terapêuticos. 
Apesar de eficazes, apresentam mais efeitos colaterais, sua metabolização é mais complexa e com maior risco de interações medicamentosas. 
Medicações de 2ª linha.
· Amitriptilina 25 – 300 mg.
· Clomipramina 25 – 300 mg.
· Doxepina 25 – 300 mg.
· Imipramina 25 – 300 mg.
· Nortriptilina 50 – 200 mg.
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO POR TEMPO INDETERMINADO:
· Episódios recorrentes.
· Após episódios muito graves ou difíceis de tratar.
· Depressão “crônica”.
· Presença de comorbidades psiquiátricas ou outras condições médicas ou fatores de risco.
· Permanência de sintomas residuais.
DEPRESSÃO REFRATÁRIA AO TRATAMENTO:
Após duas tentativas de tratamento do quadro depressivo, podemos
1. Má adesão do paciente ao tratamento: muitas vezes, efeitos colaterais podem se tornar intoleráveis e o paciente pode não usar o medicamento da maneira correta.
2. Dosagem insuficiente: quadros de depressão graves ou resistentes podem exigir doses máximas de um ou mais antidepressivos. Em casos excepcionais, doses acima das recomendadas poderão ser usadas.
3. Erro diagnóstico: um diagnóstico inadequado de depressão resulta em um tratamento inadequado para os sintomas depressivos. Por exemplo, sintomas depressivos do transtorno bipolar, transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, em que o foco do tratamento deve ser outro.
Tratamento: uso combinado de classes diferentes de antidepressivos em doses altas poderá ser empregado.
QUANDO É PRECISO INTERNAR O PACIENTE DEPRESSIVO?
A internação é uma medida adotada apenas em casos extremos, que envolvem um risco iminente de suicídio, agressividade contra terceiros, danos a patrimônios ou risco contra a ordem pública, situações que geralmente se associam a sintomas psicóticos. A prioridade é sempre tratar o paciente ambulatorialmente.
DISTIMIA:
Ou transtorno depressivo persistente. 
Transtorno que afeta o humor do indivíduo de maneira crônica, com duração superior a 2 anos, sintomatologia leve, sem que o paciente permaneça por 2 meses assintomático durante seu curso.
Principais sintomas: tristeza, “mau humor”, irritabilidade, pessimismo, baixa energia, cansaço, apatia e baixa autoestima.
Tratamento: Antidepressivos. Psicoterapia e praticar de atividades físicas regularmente.
TRANSTORNO DO HUMOR BIPOLAR:
Pacientes que apresentam períodos de depressão e períodos de mania.
Síndrome maníaca é fundamental para o entendimento da bipolaridade. É caracterizada por um humor eufórico, pensamentos acelerados, agitação psicomotora, aumento da disposição e da energia, redução da necessidade do sono, impulsividade, entre outros.
MANIA:
Estado de humor eufórico (ou irritado). É diagnosticada quando o paciente apresenta, além do humor eufórico, aomenos 3 sintomas típicos, que superam 7 dias consecutivos de duração, com intensidade alta.
Também é considerado mania se o quadro for grave o suficiente para que ocorra uma internação hospitalar, mesmo antes dos sete dias de duração.
Sintomas psicóticos, como delírios e alucinações, são manifestações graves que ocorrem apenas em pacientes maníacos. 
Dica: sintomas psicóticos = mania.
HIPOMANIA:
É uma “mania branda”, pois os sintomas são de intensidade moderada.
Ainda assim, comprometem a funcionalidade do paciente. 
Além do humor eufórico, são necessários pelo menos 3 sintomas, que devem ocorrer ao menos por 4 dias consecutivos. 
Na hipomania, o paciente normalmente não precisa ser hospitalizado e jamais apresenta sintomas psicóticos.
DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO HUMOR BIPOLAR:
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO 1 = MANIA
Registro de, pelo menos, um episódio maníaco (grande intensidade de sintomas) durante a vida. Frequentemente, há também história de episódio depressivo.
Contudo, a presença prévia ou posterior de depressão não é necessária para esse diagnóstico.
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO 2 = DEPRESSÃO + HIPOMANIA
Registro de, ao menos, um episódio de hipomania (moderada intensidade de sintomas) e um episódio depressivo (independente da ordem dos acontecimentos). 
O paciente nunca apresentou um episódio maníaco, caso contrário, o diagnóstico a ser assinalado muda para tipo I.
ESTADO MISTO:
Ocorre quando sintomas de depressão e de hipomania ou mania estão combinados durante uma mesma apresentação.
Os pacientes apresentam alternância de sintomas de depressão e euforia em um curto espaço de tempo, muitas vezes no mesmo dia.
EPIDEMIOLOGIA E CURSO DO TRANSTORNO DO HUMOR BIPOLAR:
É mais comum no sexo feminino, sua prevalência atinge cerca de 2% a 4% da população geral e possui forte componente genético bem como alta herdabilidade.
Frequentemente inicia no final da adolescência ou início da vida adulta, com uma média de idade do início dos sintomas perto dos 25 anos de idade.
TRATAMENTO:
Estabilizadores do humor como Lítio e Ácido Valproico bem como o antipsicótico atípico Quetiapina são opções de 1ª linha, tanto para fase aguda (depressiva, maníaca ou mista) quanto para o período de manutenção.
Antidepressivos não são indicados para o tratamento de pacientes bipolares em nenhuma das fases da doença. Devido ao risco potencial de precipitarem sintomas de mania, quadro conhecido como “virada maníaca” ou, ainda, por poderem causar um quadro misto.
· Lítio 600 – 1800 mg.
· Ácido Valproico 750 – 2500 mg.
· Carbamazepina 600 – 1800 mg.
· Lamotrigina 100 – 500 mg.
· Quetiapina (antipsicótico) 200 – 600 mg.
Para casos de pacientes bipolares com sintomas depressivos de difícil controle, o estabilizador do humor Lamotrigina pode ser uma opção interessante.
Também é fundamental cessar ou reduzir o uso de álcool, cafeína, nicotina e de outras drogas que podem desestabilizar o humor.
TRANSTORNO CICLOTÍMICO OU CICLOTIMIA:
É um transtorno do humor, de curso crônico e flutuante, com duração superior a dois anos e distribuído entre sintomas depressivos leves e hipomaníacos brandos.
Os estabilizadores do humor como Lítio, Ácido Valproico, Lamotrigina e Carbamazepina são os medicamentos considerados como primeira linha para os indivíduos ciclotímicos.
SUICÍDIO:
O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos ao redor do globo.
ABORDAGEM DO PACIENTE EM CRISE SUICIDA:
É fundamental compreender motivações para a tentativa de suicídio (ideação, planejamento, impulsividade). 
Avalie se tais motivações persistem, levando em conta a gravidade da tentativa atual, presença de suporte familiar e acesso à saúde.
FATORES DE PROTEÇÃO:
· Sexo Feminino.
· Casamento.
· Filhos.
· Gravidez.
· Emprego.
· Acesso à saúde.
· Religiosidade – Fé.
FATORES DE RISCO:
· Tentativas prévias.
· Transtornos psiquiátricos.
· Sexo masculino.
· Médicos.
· Jovens – idosos.
· Solidão – divórcio.
· Luto.
· Desemprego.
· Minorias.
· Doenças crônicas.
· Dor física.
· Acesso a armas.
ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO DE SUICÍDIO:
QUANDO INTERNAR?
Sempre que possível, o tratamento ambulatorial será desejável, especialmente para pacientes que possuírem um bom suporte familiar e que demonstram “alívio por ter sobrevivido”. 
Se o sentimento predominante após a tentativa for a raiva ou frustração, e o paciente não contar com um bom suporte familiar, uma internação psiquiátrica deve ser considerada.
SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL OU BURNOUT:
Burnout é descrito como uma síndrome ocupacional, resultante do contínuo estresse no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso e caracteriza-se por: 
· Sentimentos de esgotamento emocional ou esgotamento de energia. 
· Aumento da distância mental do emprego ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao trabalho de alguém.
· Redução da eficácia profissional.
TRATAMENTO: Hábitos de vida saudáveis.
Ofertas de treinamentos e capacitações aos empregados, adoção de espaços de descanso e lazer, intervalos adequados, adoção de práticas de terapias ocupacionais, atividades físicas, sono de qualidade e alimentação saudável.
LUTO:
Luto refere-se à experiência que um indivíduo vivencia em reação a uma perda, mesmo que não seja a morte propriamente dita, como pode ocorrer em uma separação conjugal ou divórcio ou, ainda, com a perda de um emprego após muitos anos de trabalho, por exemplo.
FASES DO LUTO:
1 – Negação: O paciente nega a existência de um problema e recusa-se a falar sobre o tema.
2 – Raiva: O paciente sente-se injustiçado, tem raiva do mundo.
3 – Barganha: Nessa fase, o doente tenta “negociar” com Deus, faz promessas caso seja curado.
4 – Depressão: Sente-se entristecido e impotente.
5 – Aceitação: Por fim, o paciente aceita seu destino e não nega sua realidade.
TRANSTORNOS DE HUMOR:
Humor: estado emocional basal e difuso, “tônus afetivo” do indivíduo ao longo de um determinado tempo.
Afeto: tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação mental.
Humor pode estar modulado para baixo (humor hipotímico ou humor deprimido), para cima (humor hipertímico). O humor normal é chamado de eutímico.
DEPRESSÃO:
Tristeza, melancolia, angústia, infelicidade são sentimentos próprios e naturais dos seres humanos.
É normal que nosso humor oscile ao longo do tempo.
Quando esses sentimentos começam a ficar intensos, duradouros e trazem prejuízo caracteriza Transtorno Depressivo.
Etiologia multifatorial.
· EPIDEMIOLOGIA:
· Prevalência entre 8% a 16,8%.
· Mulheres > Homens.
· Idade: 20 aos 40 anos (média 29).
· Suicídio: entre as 3 principais causas de morte em jovens.
· SINTOMAS:
· Normalmente de início insidioso e subagudo.
· Tristeza ou Anedonia.
· Falta de ânimo, cansaço, fadiga.
· Apatia.
· Alterações de sono, apetite e libido.
· Alterações de psicomotricidade (Lentificados; Catatônicos; Agitados; Inquietos);
· Culpa, inutilidades.
· Baixa auto estima.
· Desesperança.
· Ideias de ruína.
· Pensamentos de morte e ideação suicida.
· Irritabilidade.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO:
Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o período de duas semanas e representam mudança em relação ao funcionamento anterior. Pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer:
1) Tristeza.
2) Anedonia.
3) Alterações de apetite ou peso.
4) Alterações de sono.
5) Alterações de psicomotricidade.
6) Fatiga ou falta de energia.
7) Inutilidade, culpa ou autorrecriminação.
8) Alterações de concentração ou indecisão.
9) Pensamentos recorrentes de morte.
· DIAGNÓSTICO:
· Excluir outras causas de alteração de comportamento.
· Uso de medicação.
· Drogas lícitas e ilícitas.
· Comorbidades e causas clínicas.
· Solicitar exames.
HUMOR X LUTO:
O luto pode ser um gatilho para um episódio depressivo.
DEPRESSÃO X AJUSTAMENTO:
- Problemas de vida como perdas, desemprego, separações, doenças médicas podem gerar sintomas “depressão-like”: 
· Tristeza, ruminações, alterações de sono e apetite.
- Ajustamento é um quadro leve e transitório:· O episódio depressivo vai além do esperado (resposta normal) em uma situação dessa.
- Esses episódios podem ser o desencadeante do quadro depressivo.
· TRATAMENTO:
Medidas Não Farmacológicas:
· Terapia: TCC, TIP, Ativação comportamental;
· Exercício físico;
· Higiene do sono
· Diminuir estressores.
· Melhorar alimentação.
· Melhorar funcionamento social e relações sociais.
· Práticas integrativas e alternativas.
Medicações: Antidepressivos.
Antidepressivos 1ª Linha:
- Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS): Escitalopram; Citalopram; Sertralina; Fluoxetina, Paroxetina.
- Inibidores de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN ou duais): Venlafaxina; Desvenlafaxina; Duloxetina.
- Antidepressivos Tricíclicos (ADT): Amitriptilina; Clomipramina; Nortriptilina.
Outros:
- Inibidores Seletivos de Recaptação de Noradrenalina e Dopamina.
- Inibidor da Monoaminoxidase (IMAO);
- Atípicos.
QUAL ANTIDEPRESSIVO USAR?
· Depende da medicação e do paciente.
· Iniciar com dose mínima até subdose.
· Aumentos graduais.
· Período de Latência para iniciar: 15 dias.
· Esperar 2 a 4 semanas em cada dose para avaliar resposta.
· Aumenta sempre que tiver resposta parcial.
· Tempo suficiente: 8ª 12 semanas ou 4 a 8 semanas após atingir dose máxima.
COMO TRATAR?
LEVE:
Medidas não farmacológicas (psicoterapia e mudança de estilo de vida).
MODERADA:
Psicoterapia ou medicação. 
Se não responder: terapia + medicação.
GRAVE:
Começar com associação de medicação de 1ª linha + terapia.
TRANSTORNO BIPOLAR (TB):
Transtorno de humor crônico e recorrente.
Oscilações de humor entre dois polos: Depressão e Mania.
Intercalados por períodos eutímicos.
2 TIPOS DE TB:
· TB TIPO I:
· Depressões.
· Hipomania.
· Mistos.
· Mania.
· TB TIPO II:
· Depressões.
· Hipomania.
· Mais leves, mas menos diagnosticados.
QUADRO CLÍNICO:
- MANIA e HIPOMANIA:
· Alegria ou raiva exagerada.
· Grandiosidade.
· Aceleração de pensamento.
· Aumento de comportamentos de risco.
- DEPRESSÃO:
· Tristeza.
· Anedonia.
· Culpa.
· Pensamentos de morte.
· Dificuldades de concentração.
- MISTOS: um pouco dos dois polos.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:
7 dias de Humor elevado ou disfórico, associado a 4:
1) Grandiosidade ou autoestima elevada.
2) Redução de necessidade de sono.
3) Fala acelerada (loquaz) ou pressão para falar.
4) Pensamento acelerado ou fuga de ideias.
5) Distraibilidade;
6) Aumento de atividade ou agitação psicomotora.
7) Envolvimento em atividades com risco.
MANIA X HIPOMANIA:
HIPOMANIA:
1) Quadro mais leve.
2) Menos sintomas e sintomas mais leves.
3) Menos impacto funcional.
4) Nunca tem sintomas psicóticos.
5) Mais curto (pelo menos 4 dias).
DEPRESSÃO BIPOLAR:
15 dias ou mais de, pelo menos 5:
1) Tristeza.
2) Anedonia.
3) Alterações de sono.
4) Alterações de apetite ou peso.
5) Pensamentos de morte.
6) Alterações de psicomotricidade.
7) Alterações deatenção e cognição.
8) Culpa ou desesperança.
9) Fatiga ou falta de energia.
COMO DIFERENCIAR DEPRESSÃO UNIPOLAR DE BIPOLAR? Anamnese.
DEPRESSÃO BIPOLAR TEM:
· Início + precoce.
· Episódios + frequentes.
· Inícios + abruptos.
· Mais sintomas psicóticos.
· Maior risco de suicídio.
· Mais retardamento psicomotor.
· Mais sintomas atípicos (depressão agitada).
· História familiar positiva para TB.
DIAGNÓSTICO:
· Alta herdabilidade e grande influência genética.
· Distribuição igual entre sexos.
· Maior suicídio.
· Início mais precoce que depressão (20 anos).
· Diagnóstico Clínico.
· Lembrar de excluir outras causas de alteração de comportamento (especialmente se paciente estiver psicótico).
TRATAMENTO:
MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS:
· Terapia.
· Mindfulness.
· Psicoeducação.
· Melhora de sono e alimentação.
MEDICAÇÃO PADRÃO:
· Estabilizadores de Humor:
· Lítio.
· Anticonvulsivantes.
· Antipsicóticos atípicos.
LÍTIO:
· Dose terapêutica depende da litemia.
· Média: 600 a 1200mg.
· Valores Lítio: Jovens: 0,6 a 1,2 meq/L; Idosos: 0,4 a 0,8.
· Lembrar de função renal (eliminação renal) e tireoide.
ANTICONVULSIVANTES:
1ª Escolha: Ácido Valproico 750 a 2000mg (melhor mania)
Lamotrigina 100 e 400mg. (melhor episódios depressivos)
2ª ou 3ª Escolha: Carbamazepina.
Oxicarbazepina.
ANTIPSICÓTICOS (especialmente atípicos):
· Quetiapina.
· Olanzapina.
· Risperidona.
· Lurasidona.
· Típicos (como haldol): 3ª ou 4ª escolha nos guidelines.
INTOXICAÇÃO POR LÍTIO:
· Não há antídoto, então diminuir tempo de exposição ao “agressor”.
· Monitorar: via aérea, sinais vitias e circulação. Exame neurológico.
· Perdir: função renal, eletrólitos, litemia e ECG.
· Hidratação para aumentar clearance.
· Descontaminação gastrointestinal.
· Diálise se acima de 4,0 ou acima de 2,5 com sintomas importantes.
USO DE ANTIDEPRESSICO EM TB:
· NUNCA devem ser usados em moniterapia.
· Risco de induzir Mania/Hipomania, episódios mistos ou simplesmente não tratar.
SE quiser começar:
· Iniciar primeiro estabilizador de humor.
· Chegar em dose terapêutica.
· Começar antidepressivo.
Preferência pelos com menor risco de virada:
Bupropiona + Lítio ou Ácido Valpróico.
ISRS + Olanzapina.
Transtorno de Ansiedade
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA - (TAG):
Caracterizado como preocupação excessiva e prolongada, generalizada.
Isto é, ocorre mesmo sem a presença de claros estímulos agressores.
É desproporcional ao evento, durando pelo menos seis meses.
NÃO acontece em CRISES.
Normalmente, pode sentir inquietação, fadiga fácil e tensão muscular, ranger de dentes, entre outros.
DIAGNÓSTICO DO TAG:
O transtorno de ansiedade generalizada caracteriza-se por um padrão de apreensão, tensão e ansiedade frequentes, persistentes e desproporcionais à importância do evento, situação ou acontecimento que é o foco da preocupação.
Causa sofrimento importante ao paciente e gera prejuízo funcional, seja nas relações sociais, laborais, acadêmicas ou na vida afetiva.
Diagnóstico do TAG é clínico. 
EPIDEMIOLOGIA:
Afeta entre 8 a 10% da nossa população. 
Sexo feminino, é cerca de 2 a 3 vezes mais afetado do que o sexo masculino.
Presença de história familiar de ansiedade em parentes de primeiro grau, pode aumentar em 6 vezes a chance do desenvolvimento de TAG.
Ao menos uma outra comorbidade psiquiátrica é diagnosticada em até 90% dos pacientes.
CURSO E PROGNÓSTICO:
Paciente define-se como “ansioso”.
Normalmente relata que sempre apresentou esse comportamento (desde a infância).
TRATAMENTO:
Inibidores da recaptação de serotonina (ISRS) são considerados 1ª linha de tratamento, devido ao seu perfil de efeitos colaterais mais tolerável e menor interação medicamentosa.
Antidepressivos tricíclicos e os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRN), ou “duais”, são considerados 2ª linha no tratamento.
Anticonvulsivante Pregabalina é muito útil no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada, podendo ser indicado como tratamento de primeira ou segunda linha medicamentosa, em dosagens entre 150 mg a 600 mg ao dia. A Pregabalina apresenta efeitos ansiolíticos e sedativos, com um perfil de poucos efeitos colaterais e quase nenhuma interação medicamentosa.
Benzodiazepínicos têm sido uma classe medicamentosa muito usada. Doses baixas e apenas no início do tratamento.
ISRS:
· Citalopram 10 – 40 mg.
· Escitalopram 5 – 20 mg.
· Fluoxetina 20 – 80 mg.
· Paroxetina 10 – 60 mg.
· Sertralina 25 – 200 mg.
BENZODIAZEPINAS:
· Alprazolam 0,5 – 6 mg.
· Bromazepam 3 – 18 mg.
· Clonazepam 0,5 – 6 mg.
· Diazepam 5 – 40 mg.
· Lorazepam 1 - 8 mg.
IRSN/Duais:
· Desvenlafaxina 50 – 200 mg.
· Duloxetina 30 – 90 mg.
· Venlafaxina 75-225 mg.
TRICÍCLICOS:
· Amitriptilina 25 – 300 mg.
· Clomipramina 25 – 300 mg.
· Doxepina 25 – 300 mg.
· Imipramina 25 – 300 mg.
· Nortriptilina 50 – 200 mg.
Tratamento medicamentoso deve continuar por até 12 a 24 meses após a remissão dos sintomas.
TRANSTORNO DE PÂNICO:
Ocorrência de ataques de pânico, normalmente inesperados, incapacitantes e recorrentes, por pelo menos um mês.
Ataque de pânico é uma combinação de sintomas agudos e intensos, que podem incluir medo, preocupação ou insegurança, quealcança seu ápice em poucos em minutos, associados a outros sintomas psicológicos ou somáticos.
DIAGNÓSTICO:
Geralmente começa rapidamente, com sintomas de intensidade ascendente, atingindo seu auge em cerca de 10 minutos. 
Principais sintomas psíquicos durante a crise são sensação de morte iminente, medo de “enlouquecer” ou perder o controle de si ou da situação.
 “Carimbo do Pânico na Prova”: Sensação de morte iminente.
EPIDEMIOLOGIA:
 Esse transtorno apresenta prevalência de cerca de 2% a 4% na população geral.
É até 3x mais comum no sexo feminino.
Tendo, quase como uma regra, outra comorbidade psiquiátrica associada.
PROGNÓSTICO E CURSO:
O transtorno de pânico inicia-se geralmente entre o fim da segunda década de vida e o início da terceira.
O curso habitual da doença é crônico e flutuante. Alguns pacientes podem ter remissões que duram anos, interrompidas por um novo ciclo da doença.
TRATAMENTO:
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) são eficientes para o tratamento do transtorno de pânico, sendo utilizados em doses semelhantes às empregadas no tratamento da depressão. 
Tricíclicos, especialmente a Clomipramina, e os duais
também podem ser utilizados com sucesso.
ISRS são considerados 1ª linha, com efeitos robustos sobre os sintomas do transtorno aparecendo após duas a quatro semanas do início de seu uso.
Os benzodiazepínicos têm o início de seu efeito em poucos minutos e podem ser instituídos no início do tratamento contra o transtorno de pânico, enquanto os efeitos dos antidepressivos vão surgindo ao longo das semanas.
Benzodiazepínico associado a clomipramina ou ISRS.
DURAÇÃO DO TRATAMENTO:
Uma vez eficaz, o tratamento medicamentoso deve ser mantido por até cerca de 12 meses após a remissão do quadro.
AGORAFOBIA:
Indivíduos com o diagnóstico de agorafobia sofrem episódios intensos de medo e ansiedade se expostos a lugares ou situações em que consideram difíceis de conseguir ajuda ou, ainda, em situações em que o socorro pode não estar facilmente acessível.
Pessoas com agorafobia podem ter medo de circular por locais públicos ou lotados, como estádios e shoppings, passar por ruas movimentadas, atravessar uma ponte, viajar de ônibus ou avião, frequentar bares ou restaurantes, ou até mesmo sair de casa, em casos graves.
DIAGNÓSTICO:
É dado quando o paciente apresenta um padrão recorrente de comportamento “agorafóbico”, geralmente por um período de duração superior a seis meses.
Isso pode incluir evitação ativa a essas situações, quando o paciente teme sofrer uma crise caso seja exposto às condições agorafóbicas.
EPIDEMIOLOGIA: 
A prevalência da agorafobia é de cerca de 6% da população. 
É 2-4x mais comum no sexo feminino do que no sexo masculino.
PROGNÓSTICO E CURSO: 
O curso da agorafobia é persistente e crônico, iniciando-se no final da adolescência. 
Poucos pacientes conseguem remissão sem tratamento, que ameniza os sintomas na maioria dos indivíduos tratados adequadamente.
Frequentemente está acompanhada de transtorno de pânico.
TRATAMENTO:
Como se acredita que a maioria dos casos de agorafobia aconteça secundariamente ao transtorno de pânico, o tratamento deve ser direcionado para esse último.
Inibidores da recaptação da serotonina (ISRS) são considerados 1ª linha para o transtorno agorafóbico. 
Os benzodiazepínicos são medicamentos com rápido início de ação, melhorando os sintomas fóbicos, e podem ser usados antes de situações que tipicamente geram desconforto no paciente.
FOBIA SOCIAL OU TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (TAS):
Trata-se da ocorrência de medo ou ansiedade intensos em situações do convívio social, em que o indivíduo pode ser avaliado ou observado por outras pessoas.
Podem apresentar medo ou insegurança específicos em relação a sua capacidade de desempenhar tarefas, como falar ou apresentar-se na presença dos outros.
Comprometimento do funcionamento e desempenho em papéis sociais.
DIAGNÓSTICO:
Observado padrão de comportamento recorrente de esquiva ou evitação, durando mais de 6 meses, a situações do convívio social.
EPIDEMIOLOGIA E CURSO:
É um dos transtornos psiquiátricos mais prevalentes, cerca de 13% das pessoas apresentam o quadro durante a vida.
Mais comum no sexo feminino.
Geralmente a começa no fim da infância ou início da adolescência e costuma ser crônico.
TRATAMENTO:
Inibidores da receptação da serotonina (ISRS) é considerada 1ª escolha.
Antidepressivos duais também podem ser utilizados como 1ª linha.
Os tricíclicos são considerados 2ª linha.
Os benzodiazepínicos podem ser indicados inicialmente para os pacientes com sintomas intensos que trazem prejuízos sociais importantes, pois promovem alívio rápido do desconforto e podem melhorar a performance social do indivíduo.
A utilização de betabloqueados um pouco antes da exposição fóbica pode ajudar a diminuir sintomas somáticos autonômicos, devendo ser utilizados até uma hora antes do evento. 
Os medicamentos dessa classe mais utilizados são Atenolol, 50 a 100 mg, e o Propranolol, 20 a 40 mg.
FOBIAS ESPECÍFICAS:
Medo exagerado e irracional, relacionado a uma circunstância, animal ou objeto.
Gera prejuízos na funcionalidade do paciente, que normalmente evita vivenciar a situação fóbica devido ao desconforto, ansiedade ou medo causados pelo elemento fóbico.
DIAGNÓSTICO:
Os pacientes que sofrem com algum tipo de fobia específica normalmente sofrem ataques de medo ou ansiedade intensos, semelhantes a ataques de pânico, de maneira recorrente, por mais de seis meses consecutivos.
EPIDEMIOLOGIA:
Pevalência é de aproximadamente 5% a 10% da população.
Mulheres duas vezes mais afetadas que os homens.
TRATAMENTO:
O tratamento mais empregado para fobia específica é o psicoterapêutico, principalmente a terapia de exposição. 
Uso de betabloqueadores, como Atenolol, 50 a 100 mg, e o Propranolol, 20 a 40 mg, pode ser útil especialmente quando associada a ataques de pânico. 
O emprego de um benzodiazepínico pode ser útil para se evitar ou amenizar o surgimento das crises, podendo ser realizado minutos antes da exposição fóbica.
TRANSTORNOS ANSIOSOS:
Ansiedade é uma sensação subjetiva e desagradável, normalmente relacionada ao medo e à preocupação.
Ansiedade é um sentimento normal.
Porém, quando exagerada ou desproporcional ao fator causador, começa a trazer mais prejuízos que benefícios e é considerada patológica.
3 critérios pata definir patológico: Intensidade dos Sintomas + Tempo + Grau de Prejuízo ou sofrimento.
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA:
Doença multifatorial envolvendo genética e questões biológicas, além de fatores ambientais. 
Principal neurotransmissor envolvido: serotonina.
Outros neurotransmissores: noradrenalina e GABA.
4 TRANSTORNOS ANSIOSOS:
TRANTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA - TAG:
· Ansiedade e preocupações excessivas.
· Indivíduo considera difícil controlar a ansiedade.
· Maioria dos dias, por no mínimo 6 meses.
· Causam prejuízo / sofrimento.
· Associado a: Inquietação; Fatigabilidade; Dificuldade de concentração; Irritabilidade; Tensão muscular; Alterações de sono.
TRANSTORNO DE PÂNICO:
· Ataques de pânicos recorrentes.
· Sem fatores desencadeantes.
· Seguidos de um mês de:
· Preocupações com ter novos ataques; ou
· Comportamento evitativo, mudança desadaptativa por medos de nova crises; ou 
· Medo intenso das consequências das crises.
AGORAFOBIA:
· Pode ser um especificador do transtono de pânico ou doença a parte.
· Medo intenso de:
· Locais fechados;
· Locais muito abertos;
· Filas ou multidões;
· Transporte público;
· Medo de sair sozinho. 
· 2 ou mais.
FOBIA SOCIAL:
· Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a avaliação do outro.
· Interações sociais;
· Ser observado;
· Situações de desempenho.
· Teme agir de forma vergonhosa ou constrangedora.
· Situações sociais provocam medo ou ansiedade.
· Tais situações são ativamente evitadas ou suportadas com imenso sofrimento.
· Medo é desproporcional a situação e persistente.
· Causa sofrimento ou prejuízo funcional.
FOBIA ESPECÍFICA:
· Medo ou ansiedade intensos acerca de um objeto ou

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