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Etiologia: estudo das causas. Agente etiológico, quem causa. Patogênese: Estudo dos mecanismos que produzem lesões. Etiopatogênese: causas e seus mecanismos. Anatomia Patológica: Estudo das alterações morfológicas nos tecidos vivos. Fisiopatologia: Alterações funcionais dos órgãos e sistemas. DEGENERAÇÕES - Alterações morfofisiológicas celulares reversíveis decorrentes de acúmulos e depósitos intracelulares. I. Degeneração hidrópica (tumefação turva) Acumulo de agua e eletrólitos no interior da celular, tornando-a tumefeita/aumentada de volume. É provocada por distúrbios no equilíbrio hidroeletrolítico. Etiopatogênese: - Hipóxia: sem oxigênio não há respiração celular e formação de ATP. A baixa produção de ATP compromete o funcionamento da bomba de sódio e potássio. - Hipertermia: Aumentam o consumo de ATP, que compromete a bomba. Pode ter causas endógenas e exógenas. - Ação de agentes tóxicos: Toxinas podem gerar radicais livres que compromete a integração das membranas celulares, causando problemas no transporte de eletrólitos. - Deficiências enzimáticas/substancias inibidoras: Comprometem o funcionamento da enzima ATPase que cliva ATP para o transporte ativo, comprometendo o funcionamento da bomba. Degeneração Hidrópica: ↑Na+ intracelular → ↑Posm → ↑H2O intracelular. II. Degeneração Hialina Acumulo de material proteico, acidófilo, no interior da célula. - Condensação de proteínas celulares - Corpúsculo de Mallory. Resultado da condensação de proteínas nos hepatócitos por ação direta do álcool. - Acumulo de material viral – Corpúsculo de Negri (raiva), Councilman (hepatites) e Lentz (cinomoses). Fabricas virais. - Endocitose de proteínas: Corpúsculo de Russell. Acumulo excessivo de imunoglobulinas nos plasmocitos. III. Degeneração mucoide Acumulo de muco/material glicoproteico. Pode ser por hiperprodução por células muciperas (trato respiratório e TGI) ou por síntese exagerada de muco por neoplasias (adenocarcinoma, adenomas). IV. Esteatose. Acumulo de gorduras neutras (mono, di ou triglicerídeos) no citoplasma de células que normalmente não as armazenam (fígado, rins e miocárdio). Etiologia: Alteração na síntese, metabolismo ou secreção lipídica. EtioPatogêneses: - Hipoxia: diminui a síntese de ATP e aumenta a síntese de ácidos graxos a partir do excesso de acetil-CoA (diminuição da oxidação no ciclo de Krebs) formando triglicerídeos que se acumulam dentro da célula. Também diminui a utilização de ácidos graxos e triglicerídeos na síntese de lipídeos complexos, favorecendo seu acumulo. - Desnutrição Proteica: há carência de proteínas, que leva a deficiência na produção de fosfolipídios e apoproteinas, diminuindo a formação de lipoproteínas (VLDL, LDL, HDL) e a excreção de ácidos graxos. Além disso, a desnutrição calórica mobiliza lipídios do tecido adiposo, aumento o aporte de ácidos graxos ate o fígado. - Ação de agentes tóxicos: Lesam o reticulo endoplasmático granuloso e reduzem a síntese de proteínas, podendo levar a Esteatose por afetar a síntese de lipoproteínas. - Dietas Hiperlipidicas: causam esteatose por ingestão excessiva, aumentando a síntese de lipídeos por maior aporte de ácidos graxos. - Esteatose hepática alcoólica: O álcool é metabolizado a acetoaldeido e logo depois é metabolizado à acetil-CoA. Nas duas reações há liberação de H+, que é captado pelo NAD+. Como há muito álcool para ser metabolizado, há formação de NADH em excesso e o NAD+ fica ausente do ciclo de Krebs, levando ao acumulo de acetil-CoA (hipóxia, ver acima), que favorece a síntese de ácidos graxos e triglicerídeos, que se acumulam nas células. Além disso, a formação do acetoaldeido forma radicais livres, que comprometem o transporte de lipoproteínas e promovem a condensação de proteínas (Degeneração Hialina – corpúsculo de Mallory). A esteatose pode evoluir com a ruptura dos hepatócitos, formando cistos gordurosos. Esses cistos podem se romper e levar a embolia gordurosa quando esses lipídeos caem na corrente sanguínea. Esses embolos podem gerar obstrução dos vasos pequenos, levando a hipóxia e infarto. Outro ponto importante é que a gordura acumulada no fígado por muito tempo pode levar a inflamação das células hepáticas (hepatite), e a hepatite crônica gera cicatrizes fibrosas no fígado, o que caracteriza cirrose. V. Lipidoses Acumulo de gorduras não neutras (colesterol e esteres) no citoplasma celular. Aterosclerose é o acumulo de colesterol na camada intima das artérias de médio e grande calibre. É uma doença multifatorial na sua etiologia: a dislipidemia é a causa principal, mas há fatores genéticos e ambientais que também podem ser considerados. Patogênese: O acumulo de colesterol nas camadas intimas leva a um processo inflamatório que recruta macrófagos ativos. Esses macrófagos fagocitam o colesterol, mas não conseguem metaboliza-lo, acumulando-o em seu interior. Macrófagos ativados liberam citocinas que recrutam mais macrófagos para a infecção, que vão capturar o colesterol, e forma-se um ciclo. Os macrófagos. Esses macrófagos cheios de gordura formam placas que começam a se depositarem nas artérias, formando o Ateroma. Essa placa vai reduzindo o calibre do vaso, podendo gerar diversos problemas fisiológicos. O ateroma ainda pode provocar lesões ou ulcerações que favorecem a coagulação e o surgimento de trombos, que podem eventualmente se desprender e causar trombose em vasos de menor calibre. Xantomas: são lesões encontradas na pele sob a forma de nódulos ou placas, formados por acúmulos de macrófagos carregados de colesterol. Esfingolipolidoses: Doenças de armazenamento de esfingolipídios associados a distúrbios metabólicos, causando retardo mental. Podem levar a óbito. VI. Glicogenoses São doenças caracterizadas pelo acumulo de glicogênio nas células dos rins, músculos esqueléticos, hepatócitos e miocárdio. Diferenciado de esteatose por coloração de PAS, onde os hepatócitos com glicogenose se coram de rosa e as vesículas de gordura não. Diabete Mellitus: níveis menores de insulina aumentam a hiperglicemia, o que aumenta a metabolização de glicose em glicogênio no fígado. Causa também o glicosúria (excesso de glicose no filtrado glomerular) que leva à reabsorção tubular de glicose. Hipercorticismo: o aumento do metabolismo celular endógeno (tumor de adenohipófise – maior produção de cortisona) ou exógeno (fármacos com corticosterona) aumenta a gliconeogênese que leva à hiperglicemia. Causa glicosúria e metabolização de glicose em glicogênio no fígado. Metabolismo anormal de glicogênio por defeito genético: doença de Von-Gierke tipo 1 (deficiência de glicose fosfatase); doença de McArdle tipo 5 (deficiência de fosforilase muscular). VII. Mucopolissacaridoses Acumulo de mucopolissacarídeos devido a deficiências enzimáticas. NECROSES Morte celular acidental ou tissular (afeta grupos de células), ocorrida no organismo vivo, seguida de fenômenos de autólise. É um tipo de lesão irreversível. Etiopatogenese: qualquer agente lesivo pode produzir necrose por liberação de enzimas lissossomais para o compartimento celular. As causas mais comuns são hipóxia ou anoxia (causados por isquemia), mas pode ocorrer por ação de radicais livres, toxinas, lesões de membrana, entre outros. Em qualquer que seja a causa, o lisossomo perde sua capacidade de conter suas hidrolases que vão para o citoplasma, e que, ativadas pela alta concentração de Ca2+ intracelular, começam a digerir componentes da própria célula (autólise). Nesse processo, ocorrem três tipos de alterações nucleares: Picnose (retração), Cariorrexe (fragmentação) e Cariolise (digestãocompleta). I. Necrose de coagulação/Necrose Isquemica Associada à isquemia grave e repentina, com bloqueio da proteólise celular. Microscopicamente apresenta perda das estruturas nucleares, com preservação da forma celular básica, reconhecimento dos contornos celulares e arquitetura do tecido. As células apresentam citoplasma altamente eosinifilico. Macroscopicamente a area atingida é esbranquiçada e faz saliência na superfície do órgão. - Necrose gomosa: um tipo de necrose por coagulação, na qual o tecido necrosado assume aspecto compacto e elástico, como goma. Encontrada na sífilis tardia ou terciaria. II. Necrose de Liquefação. Associado a destruição isquêmica de tecidos moles (com muita agua) como cérebro, suprarrenal, mucosa gástrica, etc. e com processos bacterianos. Ação das enzimas lisossomais hidrolíticas fazem com que o tecido adquira uma consistência amolecida e semifluida. Microscopicamente as células são amorfas, intensamente eosinofilicas e com intensa presença de cariolise e picnose. - Necrose Lítica: Denominação que se da à necrose dos hepatócitos em hepatites virais, que sofrem lise ou esfacelo. III. Necrose Caseosa Presente em determinados tipos de infecção (tuberculose, paracoccidiomicose, micose profunda). Macroscopicamente a área necrosada tem aspecto de massa de queijo, esbrancaçento e quebradiço, podendo estar dentro de formações cavernosas. Microscopicamente, as células são amorfas, eosinofilica, com alguns núcleos picnóticos, na periferia núcleos em cariorrexe, e a área necrosada conta com a presença de infecção granulomatosa. IV. Necrose Gordurosa (Esteatonecrose) Morte celular do tecido adiposo, com saponificação dos triglicerídeos devido a ação de lipases. Associado a pancreatite aguda e lesões mamarias traumáticas. Macroscopicamente há a presença de depósitos esbranquiçados, com aspecto de pingo de vela/cera. Microscopicamente apresenta-se anuclear, amorfo e acidófilo. As necroses podem evoluir de varias formas dependendo do órgão acometido e da extensão da área atingida. Os principais são Regeneração (restos celulares são reabsorvidos por resposta inflamatória, e fatores de crescimento induzem multiplicação celular); Cicatrização (o tecido necrosado é substituído por tecido cicatrical); Encistamento (Proliferação conjuntiva e formação de uma capsula que encista o tecido necrosado). V. Gangrena É uma forma de evolução da necrose que resulta da ação de agentes externos. Gangrena úmida/pútrida: Resulta da invasão da região necrosada por microrganismos que tendem a liquefazer os tecidos mortos e produzir gases de odor fétido. É comum em necroses da pele, pulmões e tubo digestivo, onde as condições de umidade a favorecem. Gangrena seca: Desidratação da região atingida pelo contato com o ar, dando um aspecto de mumificação. A área lesada fica com aspecto de pergaminho, de cor azulada ou negra devido a impregnação de pigmentos derivados da hemoglobina. Comum em extremidades dos dedos, artelhos e ponta do nariz. . Gangrena gasosa: contaminação do tecido necrosado por Clostridium, que produz enzimas proteolíticas e grandes quantidades de gás, formando bolhas gasosas. Comum em feridas infectas e muito frequente na 1ª Guerra Mundial. APOPTOSE Morte celular programada, decorrente de um processo ativo que acomete as células individualmente. A célula em apoptose não sofre autólise, pelo contrario, ela é fragmentada e seus fragmentos são endocitados por células vizinhas. A apoptose pode ocorrer devido a embriogenese, involução tecidual, lesão do DNA (radiação, quimioterapia, hipóxia), acumulo de proteínas mal dobradas, lesão celular em infecções virais, etc. Independente do estimulo, a apoptose resulta sempre da atividade de proteases, que induzem modificações funcionais e morfológicas. Existem vias mais comuns: a via mitocondrial (intrínseca) e a via receptor de morte (extrínseca). Via mitocondrial (intrínseca): Uma injuria celular como dano no DNA, proteínas mal dobradas, etc, ativa sensores de membrana, que induzem a ativação de proteínas pro apoptoticas. Essa proteínas instigam a liberação de enzimas mitocondriais que ativam a cascata de caspases, que induzem a ação de endonucleases e degradação do citoesqueleto. Via receptor de morte (extrínseca): Ocorre uma ligação com receptores de membrana (TNF e Fas), que expõe o domínio de morte, que recruta uma proteína adaptadora citoplasmática. Essa proteína se liga a caspase 8, que ativa a cascata das caspases induzindo degradação do citoesqueleto e e ativação de endonucleases. Microscopicamente apresenta células de citoplasma retraído e núcleo condensado ou fragmentado. ALTERAÇÕES DE INTERSTICIO O interstício, ou matriz extracelular é composto de uma rede de macromoléculas que preenchem os espaços intracelulares: as fibras (colágenas, elásticas e reticulares), proteínas de aderência e comunicação celular, e substancia fundamental amorfa. I. Alterações nas fibras colágenas, reticulares e elásticas. São patologias congênitas ou adquiridas que comprometem a formação ou degradação das fibras. A etiopatogenese dessas alterações: Carência de vitamina C e cobre: a vitamina C está relacionada com o amadurecimento das fibras colágenas. O cobre ajuda na formação de tecido cartilaginoso. Ação de agentes tóxicos inibidores da lisil-oxidase: a lisil-oxidase é a enzima responsável pelo enovelamento das fibras elásticas. Degradação associada a agentes inflamatórios: degradação excessiva de colágeno por ação de colagenases liberadas por células fagocitárias em locais de inflamação. Doenças fibrosantes: deposição anormal de colágeno em diversos órgãos. Senilidade e exposição solar excessiva: Fragmentação das fibras elásticas na derme (degeneração basófila do colágeno). II. Alterações na substancia fundamental amorfa. Raras alterações estruturais moleculares relacionadas com a despolimerização dos poliglicanos e Proteoglicanos, Transformação fibrinoide: Depósitos no espaço intercelular de imunocomplexos e fibrina exsudada associados à componentes do interstício parcialmente digeridos. Transformação Hialina: depósitos acidófilos no interstício formado por proteínas do plasma que exsudam e se depositam. Ocorre na intima das pequenas artérias e arteríolas de pacientes hipertensos. Transformação mucoide: Aumento da substancia fundamental amorfa, dissociando as fibras colágenas, que da ao interstício um aspecto mucoso. Nas doenças reumáticas é o sinal mais comum (ação de anticorpos), e pode estar relacionada ao hipotireoidismo. III. Amiloidose Acumulo intersticial de substancia amiloide, que tem aspecto amorfo e acidófilo. O método utilizado para diferenciação é o vermelho congo. Etiologia: Hereditariedade, lesões sistêmicas, idiopáticas Patogênese: Estímulos a produção de precursores da substância amilóide associado a sua menor degradação no tecido Consequências: Pode levar ao comprometimento do órgão dependendo da intensidade e duração. Amiloidose sistêmica, de origem imunológica: A substancia amiloide é precursora das imunoglobulinas. A amiloidose sistêmica é encontrada em doenças crônicas, pela alta de anticorpos, e em descontroles imunológicos. Amiloidose localizada, de origem endócrina: Algumas neoplasias podem apresentar depósitos amiloides. Amiloidose localizada, de origem neurológica: A substancia amiloide é precursora das proteínas formadoras da bainha de mielina. Comprometimentos da substancia amiloide leva a um problemas na bainha de mielina, que diminui a condução do impulso nervoso. Alzheimer, polineuropatias e scrapie são doenças derivadas desse processo. CALCIFICAÇÕESDeposição de sais de cálcio, em tecidos frouxos não osteóides: órgãos parenquimatosos; parede dos vasos; pleuras e meninges. I. Calcificações distróficas Ocorre de maneira mais localizada, em locais de lesão previa, não depende de concentrações plasmáticas de cálcio e fosfato. Ocorre em tecido conjuntivo fibroso alterado, ateroscleroses, tumores, valvas cardíacas e tendões, necroses (principalmente a caseosa) e processos inflamatórios crônicos (ex. neurocisticercose) Mecanismo de formação: Detritos de lesões – não degradados, absorvidos ou fagocitados – permanecem no tecido–funcionam como matriz orgânica para a deposição de sais de cálcio. Patogênese: Enucleação (Acomodação das moléculas de hidroxiapatita) e Crescimento (Progressão da deposição dos sais de cálcio) Macroscopicamente a área calcificada possui consistência firme, pétrea ou arenosa, é resistente ao corte, com coloração brancacenta ou acinzentada. É radiopaca ao raio-X (são estruturas brancas nas radiografias). Microscopicamente apresenta grumos basófilos irregulares, acelulares e amorfos, confluem ou crescem formando grânulos maiores. II. Calcificações metastáticas É a precipitação de sais em tecidos normais associado à hipercalcêmica. É a mais disseminada no organismo e decorre de: Excesso de Vitamina D: A vitamina D é essencial na absorção de cálcio pelo intestino. Um excesso dessa vitamina leva a um aumento da absorção de cálcio pelo organismo. Aumento na Osteolise: tumores ósseos ou mobilização excessiva de cálcio por imobilização prolongada (gesso, tala). Aumento do Paratormonio/Hiperparatireoidismo: Pode ser primário ou secundário, e é a principal causa de calcificações metastáticas. Calcinose é o termo utilizado como sinônimo de calcificação metastática extensa. Primário: Tumores na paratireoide, que aumentam a secreção de paratormônio, que aumenta o nível sérico de cálcio por reabsorção óssea. O aumento desses níveis séricos de cálcio aumenta os níveis séricos de fosfato leva a deposição de fosfato de cálcio nos tecidos. Secundário: Insuficiência renal, que leva a uma hiperfosfatemia (aumento sérico de fosfato) por hipofosfaturia (retenção de fosforo/fosfato) que fica presente na forma de fosfato. O aumento sérico de fosfato, por equilíbrio, aumenta o nível sérico de cálcio por ação do paratormônio (hiperparatireoidismo). O aumento desses níveis séricos de cálcio e fosfato leva a deposição de fosfato de cálcio nos tecidos. Associado a insuficiência renal pode haver uma deficiência de vitamina D, que aumenta a hipocalcemia por falta de absorção do cálcio pelo intestino, que leva ao hiperparatireoidismo. Macroscopicamente se vê depósito de material firme e esbranquiçado sobre o tecido. Microscopicamente se observa deposito de material basofilico, amorfo e acelular. IV. Cálculos, concreções ou litíases. Massas esferoidais ou ovoides, sólidas, firmes que se formam em cavidades ocas do organismo. São precipitados de sais orgânicos ao redor de um núcleo orgânico. Local de ocorrência: Local + sufixo litíase Urolitíase (no trato urinário), Colelitíase (na vesícula biliar), Sialolitíase (glândulas salivares), Rinolitíase (nas fossas nasais), flebolitíase (vasos sanguíneos), etc. Nome do Cálculo: Local + sufixo lito Urólitos, Colélitos, Sialólitos, Rinolitos, Flebolitos, etc. PIGMENTAÇÕES Acumulo normal ou patológico de pigmentos no organismo. Pigmentações patológicas podem ser decorrentes de alterações bioquímicas, acumulo ou redução de certos pigmentos. Se a pigmentação se origina de pigmentos oriundos do organismo, ela é uma pigmentação endógena. Se ela se origina de uma fonte externa, é chamada de pigmentação exógena. I. Pigmentos Endógenos I.I Pigmentos Hemoglobinicos. Pigmentos originários da degradação da hemoglobina. I.I.I. Pigmentos Biliares Bilirrubina: A bilirrubina é proveniente da degradação de hemácias. A hematocaterese, que ocorre no baço, medula óssea e fígado, degrada a hemácia ate o grupamento heme, que é então convertido a biliverdina. A biliverdina logo é convertida em bilirrubina. A Bb é lançada na circulação pela forma insolúvel, e nessa forma ela não pode ser excretada. Logo, ela chega ao fígado onde será metabolizada e conjugada ao acido glicuronico. A Bb conjugada é lançada nos canalículos biliares e cai na vesícula biliar, e flui até o intestino delgado. A Icterícia é o sinal clinico causado pelo aumento plasmático de Bb e sua deposição nos tecidos, que deixa o paciente com uma cor amarelo alaranjada. A Ictericia é mais comum em recém nascidos, mas pode ocorrer em adultos. Ela pode ser: Pré-Hepática: Aumento da degradação de hemácias, logo mais formação de bilirrubina. Decorrente de anemias hemolíticas (doenças auto-imunes, comum em neonatais), doenças parasitarias como malária. Pode ocorrer por diminuição do transporte da bilirrubina para o fígado por sepse, e uso de algumas drogas. Hepática: Causada por distúrbios no próprio fígado, que não consegue captar ou metabolizar a bilirrubina propriamente, fazendo com que ele permaneça mais tempo no sangue. Pode ser decorrente de hepatites virais, por cirrose (o fígado perde função) redução na captação e conjugação em doenças genéticas, e, em neonatais, pela ausência de enzimas hepáticas que ainda não são funcionais (dai o banho de sol, que aumenta a vitamina D e ativa as enzimas). Pós Hepática: Distúrbios que ocorrem após a Bb ter deixado o fígado. Pode ser uma obstrução nos ductos biliares por cálculos ou neoplasias. Macroscopicamente se observa uma coloração amarelo enegrecida dos tecidos. Microscopicamente são grânulos castanho avermelhados (em HE), intra e extra citoplasmáticos. Outros tipos de pigmentos hemolíticos: Hematoidina (pigmentos ferruginosos castanhos avermelhados depositados em tecido esplênico.). Hemossiderina (pigmentos ferruginosos castanhos avermelhados no interior de macrófagos.), Hematidina, Pigmentos Malaricos e Esquistossomicos. I.II. Melanina Pigmento castanho-enegrecido com função de proteção UV, absorção de calor e camuflagem, sintetizada pelos melanócitos. A síntese decorre da conversão de fenilalanina em tirosina e de tirosina em melanina nos melanócitos. A Hiperpigmentação melânica pode ser devido ao aumento do numero de melanócitos normais e neoplásicos (melasma), incremento da melanogênese (exposição excessiva ao sol que ativa os melanócitos, excesso de estrógeno em gravidas acoplado a exposição solar). As formas mais comuns são os melanomas e as sardas. A Hipopigmentação melanica pode ser por redução da tirosinase (albinismo), ou diminuição dos melanócitos e aumento na degradação de melanina (vitiligo). I.III Outras pigmentações endógenas: Acúmulo de Ácido Homogentísico - Deficiência genética rara, alcaptonúria ou ocronose, que leva ao acúmulo de ácido homogentísico. Acúmulo de Lipofuscina - Pigmento pardo, rico em lípides, oriundo de autofagocitose. Associado à senilidade. II. Pigmentações Exógenas Acúmulo de pigmentos diversos que penetram no organismo seja pelo ar, alimentação ou inoculações. Carvão (antracnose, depósito pulmonar e linfonodal), Tatuagens, Prata (Argiria - depósitos de sais de prata nos tecidos, associado a contaminações acidentais ou terapêuticas.)
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