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!∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!∀#!23! AULA 09 – Teoria Monetária SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA Conceito 02 Demanda de moeda 03 Oferta de moeda 05 Multiplicador monetário 11 Instrumentos de política monetária 15 Equilíbrio monetário 20 Taxa de juros nominal X real 22 Exercícios comentados 28 Lista de questões apresentadas na aula 36 Gabarito 38 Olá caros(as) amigos(as), Hoje nós veremos os assuntos relacionados à moeda, ou teoria monetária. Ressalto que este assunto, indiretamente, possuirá certa continuidade quando estudarmos os temas relacionados à política monetária, nos modelos IS-LM e de oferta e demanda agregada. E aí, todos prontos?! Aos estudos! 1. TEORIA MONETÁRIA Estudar a teoria monetária significa, em primeiro lugar, estudar os assuntos atinentes à moeda. A abordagem deste assunto seguirá a seguinte sequência: primeiro, falaremos do conceito de moeda e de suas características. Segundo, faremos uma análise de por que as pessoas demandam moeda. Terceiro, veremos como ocorre o processo de oferta da moeda, dando atenção especial aos agregados monetários e à questão do multiplicador monetário, que são as partes mais cobradas em concursos. Em quarto, veremos os instrumentos de política monetária, que fazem aumentar ou diminuir a oferta de moeda na economia. Em quinto, estudaremos a questão do equilíbrio monetário para os clássicos (a teoria quantitativa da moeda) e para Keynes. Depois, estudaremos as diferenças entre a taxa de juros nominal e real. Por fim, faremos algumas considerações envolvendo a política monetária e também a política fiscal. !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!4!∀#!23! 1.1. Conceito de moeda Moeda é tudo aquilo que é aceito para liquidar transações, isto é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações. Ela é uma espécie de haver ou direito que o seu detentor tem perante a sociedade. Este haver ou direito é exercido ou cobrado quando o detentor da moeda compra bens e serviços. Veja que, por essa definição, qualquer coisa1 poderia ser moeda, desde que sirva para comprar bens e serviços, ou seja, desde que aceita como forma de pagamento. O que é utilizado como moeda varia ao longo do tempo2 e entre as diferentes comunidades, e requer-se apenas que o ativo que desempenhe esse papel cumpra as funções básicas atribuídas à moeda, que são estas: • Meio de troca ! ser intermediária das trocas é sem dúvida a principal função da moeda e a que a distingue de outros ativos. Esta função da moeda é decorrência da aceitação geral da sociedade, que realiza as transações econômicas utilizando este ativo como meio de troca. • Unidade de conta ! a moeda fornece o referencial para que os valores das demais mercadorias sejam cotados. Desta forma, os valores dos bens e serviços transacionados são expressos em quantidade de moeda, de tal forma que ela seja o denominador comum de valor. • Reserva de valor ! esta é função decorrente de sua primeira função – meio de troca. Só há sentido em utilizar a moeda como meio de troca se, entre uma transação em determinado momento e outra transação em momento posterior, ela mantiver durante certo intervalo de tempo o seu valor ou seu poder de compra. Moedas inseridas em economias altamente inflacionárias têm a sua função de reserva de valor seriamente comprometida. Além de desempenhar estas funções, também é aceito que a moeda deve possuir os seguintes atributos ou características: aceitação geral (todos tenham fé que o ativo vale alguma coisa), divisibilidade, durabilidade, baixo custo de carregamento e transferibilidade. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1! ∃%&! ∋#()∗#(+),−)%&.! ∋/−! #0#1∋2/.! ∋/∀#1/&! ∀)3#−! 45#! /! 6+)7%−−/8! 95(+)/(%! +/1/! 1/#∀%! #(∗−#! /&! ∋−#&/&:!;%/!2/(7/!∀%!?)&∗≅−)%.!∗)( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!2!∀#!23! Nota: não confunda atributos (divisibilidade, durabilidade, etc) com funções da moeda (reserva de valor, unidade de conta e meio de troca). Para concursos, estes três últimos são os mais importantes. 1.2. Demanda de moeda Com base nas funções da moeda, podemos começar a entender por que as pessoas a demandam. Em primeiro lugar, podemos entender que as pessoas demandam moeda para realizar as trocas, para poder comprar. Nesse sentido, então, os indivíduos não demandariam, ou não reteriam moeda por ela mesma, mas pelos bens que eles podem adquirir. A moeda “em si” não vale nada, o que vale é o que ela nos permite comprar. Então, podemos entender que, em primeiro lugar, as pessoas demandam moeda para realizar transações, para poder adquirir bens e serviços. Essa é a chamada demanda de moeda pelo motivo transacional e ela é dependente da renda das pessoas. Isto é, quanto maior é a renda das pessoas, mais elas realizam transações econômicas e, por conseguinte, mais demandam moeda por motivos transacionais. Os indivíduos, contudo, não recebem renda diariamente na economia (pelo menos a maioria deles!). Por exemplo, o salário é pago de mês em mês. Por outro lado, os agentes realizam gastos diariamente (alimentação, transporte, etc). Assim, os indivíduos devem fazer frente a essas defasagens entre recebimentos e pagamentos guardando moeda para poderem fazer frente às transações necessárias. O ato de guardar moeda visando a usá-la em momentos futuros é a demanda de moeda por motivo precaucional. Os indivíduos têm incerteza em relação ao futuro e guardam moeda para se precaver de infortúnios. Vale ressaltar que a demanda de moeda motivo precaução não é a quantidade de moeda que colocamos na poupança, mas sim aquela moeda que guardamos sem render juros, visando tão somente realizar transações em momentos futuros, caso seja necessário. A demanda por motivo precaucional, assim como por motivo transacional, é dependente da renda da pessoa. Quanto maior a renda, maior será a demanda precaucional (pessoas com maior renda realizam mais transações, o que também acarreta maior necessidade de guardar moeda visando a transações em momento futuros – maior precaução). Vale ressaltar que a guarda de moeda, tanto pelo motivo transação, quanto pelo motivo precaução, não rende juros ao indivíduo. !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!5!∀#!23! Um terceiro motivo para demandar moeda, ressaltado por Keynes durante a década de 1930, é o motivo especulação, também chamado de motivo portfólio. Os indivíduos, a priori, podem escolher manter sua riqueza na forma do ativo moeda (que possui liquidez absoluta) ou em títulos diversos que, apesar de possuírem menor liquidez que a moeda, geram rendimentos ao seu portador. Quando as pessoas demandam títulos, isso significa que elas estão abrindo mão de demandar moeda, e vice-versa. Ter um título significa ter menos moeda eos ganhos da empresa. (B) Se houver deflação no período, a taxa de juros nominal será maior que a taxa de juros real. (C) A taxa de juros nominal não mede o valor pago ao poupador por suas decisões de poupar, pois desconta a inflação. (D) A taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação em termos de quantidade de bens, sem descontar a inflação. (E) Se não houver inflação no período, a taxa de juros nominal será igual à taxa de juros real desse mesmo período de tempo. COMENTÁRIOS: Segue uma questaozinha de outra banca. Decidi colocá-la, pois mede muito bem o conhecimento sobre a diferenciação envolvendo a taxa nominal e real de juros. a) Incorreta. É a taxa real que mede de maneira eficaz os ganhos. b) Incorreta. Se houver deflação no período (i( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!21!∀#!23! COMENTÁRIOS: O efeito Fisher é o ajuste da taxa de juros NOMINAL à taxa de inflação. GABARITO: ERRADO (CESPE - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2008) A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes agregados econômicos. Com base nessa teoria, julgue os itens a seguir. 10. O crescimento substancial do agregado monetário M1, após a implantação do Plano Real, é consistente com a recuperação da credibilidade da moeda nacional como reserva de valor. COMENTÁRIOS: Antes da implantação do Plano Real, o Brasil conseguiu um dos principais problemas de sua economia: a inflação. Por sua vez, em economias inflacionárias, a função “reserva de valor” da moeda fica seriamente comprometida. Isto faz com que os agentes econômicos queiram cada vez menos guardar sua riqueza na forma de moeda (M1). Nestas situações, é melhor guardar a riqueza sob a forma de ativos reais (imóveis, mercadorias, etc). Desta forma, o controle da inflação após a implantação do Plano Real fez com que a função reserva de valor da moeda fosse novamente preservada, aumentando, assim, a demanda por ativos monetários (M1). O raciocínio é simples: com inflação baixa, os agentes podem guardar suas riquezas na forma de moeda. Com inflação alta, os agentes vão procurar fugir da moeda, pois ela perde valor rapidamente com o passar do tempo. GABARITO: CERTO 11. O fato de que aumentos nas taxas de juros podem conduzir a reduções do coeficiente de reservas é compatível com a adoção de um comportamento que vise minimizar os excessos de reservas por parte do setor bancário. COMENTÁRIOS: Aumentos na taxa de juros são oriundas da adoção de política monetária restritiva, que, por sua vez, é consistente com reduções do coeficiente de reservas, visando minimizar os excessos de reservas bancárias. GABARITO: CERTO !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!24!∀#!23! (CESPE/Unb - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC - 2008) Considerando os princípios básicos da teoria monetária e da inflação, julgue os itens. 12. Quando um indivíduo transfere fundos de sua conta de poupança para a sua conta-corrente, a redução decorrente do agregado monetário M1 é compensada exatamente pelo aumento do agregado M2. COMENTÁRIOS: Os recursos que ficam guardados na poupança fazm parte do agregado monetário M2. Assim, quando o indivíduo transfere fundos de sua poupança para a sua conta-corrente (depósitos à vista), a redução decorrente do agregado monetário M2 é compensada extamente pelo aumento do agregado M1. Ou seja, a assertiva inverteu a sequência. Onde era M2, ela colocou M1, e vice-versa. GABARITO: ERRADO 13. Na presença de excesso de reservas, o multiplicador monetário se eleva, aumentando, assim, as possibilidades de expansão monetária. COMENTÁRIOS: Na presença de excesso de reservas (coeficiente “r” alto), o multiplicador monetário se reduz, diminuindo, assim, as possibilidades de expansão monetária. GABARITO: ERRADO 14. Retiradas em espécie da conta-corrente para financiar as despesas de consumo dos correntistas de um banco comercial não alteram as reservas do sistema bancário como um todo. COMENTÁRIOS: Esta questão é bem simples. Se o dinheiro sai do banco e vai para o pagamento de despesas dos correntistas, então, é natural que os recursos que ficam depositados nos bancos (as reservas do sistema bancário) diminuam. Se a questão falasse em destruição ou criação de moeda, aí sim poderíamos falar que uma operação como esta não destruiria nem criaria moeda (M1), já que ocorreria redução de DV e aumento de PMPP. GABARITO: ERRADO !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!22!∀#!23! (CESPE/Unb - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC - 2008) As políticas monetárias influenciam, significativamente, o desempenho da economia. A respeito desse assunto, assinale a opção correta. 15. Quanto maior for o custo de oportunidade de detenção de moeda, mais elevada será a demanda monetária. COMENTÁRIOS: Um alto custo de oportunidade de detenção de moeda significa que os agentes perdem muita coisa ao escolher deter a moeda (M1). O custo de opotunidade de detenção da moeda é alto quando as taxas de juros são elevadas. Neste caso, os agentes perdem dinheiro ao reter a moeda (M1), em vez de, por exemplo, adquirir títulos que rendem juros. Por sua vez, altas taxas de juros são inversamente relacionadas à demanda por moeda. Assim, deve-se entender que: Juros elevados ! Alto custo de oportunidade de reter moeda ! Demanda por moeda diminui GABARITO: ERRADO 16. Aumentos da taxa de redesconto e do coeficiente de reservas são consistentes com a adoção de políticas monetárias restritivas. COMENTÁRIOS: A assertiva está perfeita. Não há muito o que comentar, depois do que explanamos na parte teórica da aula. GABARITO: CERTO 17. O Banco Central pode utilizar a política monetária para estabilizar, simultaneamente, as taxas de juros e a oferta monetária. COMENTÁRIOS: Ao conduzir a política monetária, o BACEN pode adotar política monetária ativa (quando controla a oferta monetária e deixa a taxa de juros flutuar) ou política monetária passiva (quando controla a taxa de juros e deixa a oferta monetária flutuar). Veja que não é possível controlar simultaneamente a taxa de juros e a oferta monetária. A regra é: controla-se um dos dois, deixando o outro flutuar. !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!25!∀#!23! GABARITO: ERRADO (CESPE – ECONOMISTA – DFTRANS - 2008) Pesquisa acerca dos agregados monetários nacionais, divulgada recentemente, pelo Banco Central do Brasil (BACEN), mostra que, nos últimos anos, os brasileiros têm utilizado mais moeda corrente nas suas transações. Com relação aos agregados monetários, julgue os itens que se seguem 18. Títulos públicos estaduais e municipais não fazem parte dos meios de pagamento no Brasil. COMENTÁRIOS: De um ponto de vista mais amplo, os títulos públicos (sejam estaduais, municipais ou federais) fazem partedos meios de pagamento no Brasil. Eles integram o agregado M4. * geralmente, em questões envolvendo temas de política monetária, criação ou destruição de moeda, quando se fala genericamente em meios de pagamento, considera-se apenas o M1. Mas o fato é que a banca, nesta questão, levou em conta – corretamente – que os meios de pagamento englobam M1, M2, M3 e M4. Assim, a banca considerou a assertiva correta. GABARITO: CERTO 19. O aumento da taxa de compulsório, pelo BACEN pode ser considerado uma política monetária restritiva. COMENTÁRIOS: Mais uma questaozinha bem simples sobre instrumento de política monetária. Conforme explicamos na aula, o aumento da taxa de compulsório é política monetária restritiva. * quando se fala em compulsório, o aumento do compulsório ou da “taxa” compulsório significam a mesma coisa: política monetária restritiva. GABARITO: CERTO (CESPE/Unb - CONTROLADOR DE RECURSOS MUNICIPAIS – ECONOMIA – PMV – SEMAD/ES - 2008) A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes agregados econômicos. Utilizando os conceitos básicos dessa teoria, julgue os itens que se seguem. 20. As quotas de fundos de renda fixa, a exemplo dos depósitos de poupança, fazem parte do agregado monetário M2. !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!29!∀#!23! COMENTÁRIOS: Os fundos de renda fixa fazem parte do agregado monetário M3 (não fazem parte do M2). GABARITO: ERRADO !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!2:!∀#!23! EXERCÍCIOS COMENTADOS 01. (CESPE - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – CIÊNCIAS ECONÔMICAS - TCE/AC 2009)! Κ! Políticas monetárias restritivas elevam as taxas de juros e contribuem para aumentar as taxas de inflação. 02. (CESPE - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – CIÊNCIAS ECONÔMICAS - TCE/AC 2009 - Adaptada)! - Reduções no coeficiente de reservas “r” bem como as vendas de títulos públicos no mercado aberto atenuam as pressões inflacionárias. 03. (CESPE - ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO – ECONOMIA - SEGER 2009) - A ideia de que, no longo prazo, as políticas monetárias expansionistas contribuem apenas para elevar o nível de preços, é consistente com a teoria quantitativa da moeda. 04. (CESPE - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – CIÊNCIAS ECONÔMICAS - TCE/AC 2008) - Aumentos da taxa de redesconto e do coeficiente de reservas são consistentes com a adoção de políticas monetárias restritivas. 05. (CESPE – MIN. SAÚDE – TÉCNICO SUPERIOR – 2008) – A política fiscal é dividida em dois segmentos: a política tributária, cujo objetivo é captar os recursos necessários ao atendimento das funções da administração pública, e a política orçamentária, que trata da aplicação destes recursos. 06. (CESPE – IPAJM/ES – 2010) – Foi particularmente a partir da revolução Keynesiana que o orçamento passou a ser concebido como instrumento de política fiscal, com vistas à estabilização, à expansão ou à retração da atividade econômica. 07. (CESPE - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – UEPA 2008) - Políticas fiscais expansionistas financiadas mediante o uso de criação monetária conduzem a níveis mais elevados de produção, porém, são potencialmente mais inflacionárias. 08. (FUNIVERSA – ECONOMISTA – CEB – 2010) - As diferenças entre as taxas de juros nominais e taxas de juros reais têm implicações nas decisões de investimentos. O empresário deverá sempre ter a noção de quanto realmente está ganhando (ou perdendo) em seus negócios e aplicações financeiras. Dessa forma, é importante distinguir o conceito e a aplicação entre a taxa de juros real e a taxa de juros nominal. Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta. !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!2;!∀#!23! (A) A taxa nominal mede de maneira eficaz os ganhos da empresa. (B) Se houver deflação no período, a taxa de juros nominal será maior que a taxa de juros real. (C) A taxa de juros nominal não mede o valor pago ao poupador por suas decisões de poupar, pois desconta a inflação. (D) A taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação em termos de quantidade de bens, sem descontar a inflação. (E) Se não houver inflação no período, a taxa de juros nominal será igual à taxa de juros real desse mesmo período de tempo. 09. (CESPE – ECONOMISTA – MPU – 2010) - Efeito Fisher é o ajuste da taxa de juros real à taxa de inflação. (CESPE - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2008) A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes agregados econômicos. Com base nessa teoria, julgue os itens a seguir. 10. O crescimento substancial do agregado monetário M1, após a implantação do Plano Real, é consistente com a recuperação da credibilidade da moeda nacional como reserva de valor. 11. O fato de que aumentos nas taxas de juros podem conduzir a reduções do coeficiente de reservas é compatível com a adoção de um comportamento que vise minimizar os excessos de reservas por parte do setor bancário. (CESPE/Unb - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC - 2008) Considerando os princípios básicos da teoria monetária e da inflação, julgue os itens. 12. Quando um indivíduo transfere fundos de sua conta de poupança para a sua conta-corrente, a redução decorrente do agregado monetário M1 é compensada exatamente pelo aumento do agregado M2. 13. Na presença de excesso de reservas, o multiplicador monetário se eleva, aumentando, assim, as possibilidades de expansão monetária. 14. Retiradas em espécie da conta-corrente para financiar as despesas de consumo dos correntistas de um banco comercial não alteram as reservas do sistema bancário como um todo. (CESPE/Unb - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC - 2008) As políticas monetárias !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!23!∀#!23! influenciam, significativamente, o desempenho da economia. A respeito desse assunto, assinale a opção correta. 15. Quanto maior for o custo de oportunidade de detenção de moeda, mais elevada será a demanda monetária. 16. Aumentos da taxa de redesconto e do coeficiente de reservas são consistentes com a adoção de políticas monetárias restritivas. 17. O Banco Central pode utilizar a política monetária para estabilizar, simultaneamente, as taxas de juros e a oferta monetária. (CESPE – ECONOMISTA – DFTRANS - 2008) Pesquisa acerca dos agregados monetários nacionais, divulgada recentemente, pelo Banco Central do Brasil (BACEN), mostra que, nos últimos anos, os brasileiros têm utilizado mais moeda corrente nas suas transações. Com relação aos agregados monetários, julgue os itens que se seguem 18. Títulos públicos estaduais e municipais não fazem parte dos meios de pagamento no Brasil. 19. O aumento da taxa de compulsório, pelo BACEN pode ser considerado uma política monetária restritiva. (CESPE/Unb - CONTROLADOR DE RECURSOS MUNICIPAIS – ECONOMIA – PMV – SEMAD/ES - 2008) A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes agregados econômicos. Utilizando os conceitos básicos dessa teoria, julgue os itens que se seguem. 20. As quotas de fundos de renda fixa, a exemplo dos depósitos de poupança, fazem parte do agregado monetário M2. GABARITO 01 E 02 E 03 C 04 C 05 C 06 C 07 C 08 E 09 E 10 C 11 C 12 E 13 E 14 E 15 E 16 C 17 E 18 C 19 C 20 Eter mais moeda significa ter menos títulos. Assim, quando compramos um título (uma ação negociada na BOVESPA ou um título de renda fixa, por exemplo), abrimos mão de reter moeda (por motivos transação e precaução). Quando a taxa de juros é alta, as pessoas tendem a demandar títulos em vez de moeda, pois o custo de oportunidade3 de reter moeda é alto. Imagine só: se você sabe que o mercado financeiro possui títulos que rendem 10% ao mês de juros, você provavelmente terá interesse em comprar estes títulos. Comprando-os, você estará demandando menos moeda, pois o custo de oportunidade de retenção deste ativo (o que você deixa de ganhar retendo moeda em vez de títulos) é alto. Assim, podemos concluir o seguinte: quanto maior a taxa de juros, maior será a demanda por títulos e, por conseguinte, menor será a demanda por moeda. A demanda por moeda visando especificamente à compra de títulos é a nossa demanda motivo especulação. Assim, percebemos que a demanda de moda por motivo especulação é inversamente proporcional à taxa de juros, pois quando esta é alta, as pessoas geralmente demandam menos moeda e mais títulos. Fazendo um “mix” entre os três motivos pelos quais os agentes demandam moeda, temos o seguinte: Quadro 01: Motivo Variável determinante Relação: Variável X Demanda de moeda Transação Renda Direta Precaução Renda Direta Especulação Taxa de juros Inversa Pelo exposto, vemos que a demanda por moeda depende tanto da renda como da taxa de juros. Quanto maior (menor) for a renda, maior (menor) será a demanda por moeda. Quanto maior (menor) for a taxa de juros, menor (maior) será a demanda por moeda. As raízes !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Κ!6.%&,!7∃!,8,∋&.−∗7(7∃!ϑ!/!+5&∗/!−#2%+)/(%∀/!%/!45#!&#!∀#)0%!∀#!7%(?%−!&#!/!%7#(∗#!#+/(Λ1)+/! ∗)&&)1.! −#∗#−! ∆75%−∀%−Ε! 1/#∀%! ∗#1! 51! +5&∗/! ∀#! /∋/−∗5()∀%∀#! −#2%+)/(%∀/!%/!45#!&#!∀#)0%!∀#!7%(?%−! +%&/! ∗)( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!9!∀#!23! dessas relações estão nos três motivos pelos quais os agentes demandam moeda (transação, precaução, especulação). 1.3. Oferta de moeda As transações realizadas pelos agentes econômicos podem ser realizadas na forma de papel-moeda (dinheiro em espécie ou, no linguajar popular, dinheiro “vivo”) ou mediante moeda bancária (cheques, transferências bancárias, e/ou cartões de débito). A moeda bancária é aquela moeda que os agentes (o público) mantêm depositada nos bancos comerciais (é o nosso saldo em Conta Corrente quando tiramos o extrato bancário). Esse tipo de moeda também é chamada de moeda escritural. Se somarmos o dinheiro que está com o público na forma de papel- moeda (dinheiro “vivo”) e o dinheiro que as pessoas têm para disponibilidade imediata em suas contas bancárias (moeda escritural), teremos os meios de pagamento da economia (M1), que é o principal agregado do sistema monetário. Assim, os meios de pagamento (M1) correspondem aos ativos com liquidez4 absoluta. Essa liquidez absoluta significa que esses ativos podem prontamente ser usados como poder de compra. Outra importante característica dos meios de pagamento (M1) se refere ao fato que eles não rendem juros ao seu detentor. Assim, para ser M1, o ativo deve possuir as seguintes características: i. Liquidez absoluta e ii. Não rende juros. Nesse sentido, note que o dinheiro em caderneta de poupança não pode ser considerado M1, pois rende juros ao seu detentor. Por outro lado, o dinheiro que possuímos em conta corrente é considerado M1, pois possui liquidez absoluta e não rende juros. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 5!Μ)45)∀#3!ϑ!%!9%+)2)∀%∀#!+/1!45#!51!%∗)ΗΠ#&!∀%!ΘΟΡΣΤΥ>.!∋/−!/5∗−/!2%∀/.!∋/&&5#1!(Ι1%−#2%.!%(/!Ζ∴]⊥.!+/1!/!1/∗/−!45#Ν−%∀/:! ! Características dos meios de pagamento M1 !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!:!∀#!23! Desta forma, percebe-se que os ativos que possuirão as características inerentes ao M1 são somente o dinheiro “vivo”, que denominamos de papel-moeda em poder do público (PMPP) e o dinheiro em conta corrente, que denominamos de depósitos à vista (DV). Assim, temos: Meios de pagamento (M1) = Papel-moeda em poder do público (PMPP) + Depósitos a vista (DV) " Só consideramos os depósitos a vista, pois os depósitos a prazo (CDBs, títulos de capitalização, etc) rendem juros, não se enquadrando, portanto, no conceito de M1. O agregado M1, também chamado de meio circulante, é o principal agregado do sistema monetário. O avanço do sistema financeiro e o processo de inovações financeiras fizeram (e vêm fazendo) com que vários outros ativos apresentem elevado grau de liquidez, tendo como exemplo os fundos de aplicação financeira, os certificados de depósitos bancários, poupança, etc. Isso dificulta a conceituação de meios de pagamento, pois a diferença entre os M1 e os outros ativos, no que tange ao grau de liquidez, é cada vez menor. Para resolver esse problema, desenvolveram- se novos agregados que buscam incorporar outros ativos com elevada liquidez. Esses novos ativos são chamados de quase-moeda ou haveres não-monetários (quando nos referimos genericamente à moeda, estamos tratando, na verdade, somente de moeda em seu conceito M1): Meios de pagamento restritos: M1 = PMPP + DV Meios de pagamento ampliados: M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias5 M3 = M2 + quotas de fundo de renda fixa6 + operações compromissadas e registradas no sistema SELIC7 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 9! ς(&∗)∗5)ΗΠ#&! ∀#∋/&)∗,−)%&! &=/! %45#2%&! /(∀#! /! ∋ΑΝ2)+/! 1%(∗ϑ1! &! ∀#∋≅&)∗/&! %! ( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!;!∀#!23! Poupança financeira: M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez Nota: existe ainda o agregado M0, que seria somente o PMPP. Há alguns anos (hoje, não é mais assim!), essa divisão entre os agregados monetários ocorria pela ordem decrescente de liquidez, onde M1 era o agregado mais líquido e o M4 o agregado menos líquido. Hoje, essa divisão obedece a um critério que segue a natureza das instituições financeiras emissoras desses ativos. Assim, o M2 possui ativos que são emitidos pelas instituições depositárias e multiplicadoras de crédito (bancos comerciais). O M3 possui ativos emitidos pelos próprios particulares (empresas) e que são transacionados no sistema SELIC (ver nota de rodapé 7). Os fundos de renda fixa são conceituados como M3, e não M2, em virtude de esses fundos possuírem personalidade jurídica própria, diferente da instituição financeira que a negocia para o público. Por exemplo, quando compramos um título de renda fixa, nossa negociação, na verdade,é com o fundo no qual estamos investindo e não com o banco comercial. Esse fundo possui personalidade jurídica própria; o banco comercial que o negocia apenas intermedeia a atividade. Por isso, esses fundos de renda fixa são considerados M3, e não M2. O M4 é o agregado em que são conceituados os ativos cujo emissor é o poder público, logo, neste agregado, teremos os títulos públicos. Colocamos a observação “de alta liquidez”, pois os agregados M2, M3 e M4 são todos considerados “quase-moeda”. Ou seja, para isso, eles devem possuir um razoável grau de liquidez. Observe que, apesar das diferenças entre eles, nota-se que qualquer agregado monetário (M1, M2, M3 ou M4) apresentado possui rápida possibilidade de se transformar em moeda para transação, o que dificulta o controle monetário do BACEN. De todos os agregados, conforme já sabemos, o único que não rende juros é o M1 e, por tal motivo, ele sofre todo o impacto da inflação. Quando a inflação se acelera, observa-se forte redução de M1 em comparação com outros agregados, o que é chamado de !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! :!Ο&! 95(∀/&!∀#!−#(∀%! 9)0%!(=/!&=/!+2%&&)9)+%∀/&!+/1/!_.!∋/)&! ∗%)&! 95(∀/&!∋/&&5#1!∋#−&/(%2)∀%∀#! Γ5−Ι∀)+%!∀)&∗)(∗%!∀%!)(&∗)∗5)Η=/!45#!/&!(#7/+)%:! ;!ΤΣΜςα!ϑ!/!&)&∗#1%!#&∋#+)%2!∀#! 2)45)∀%Η=/!#!+5&∗≅∀)%:!β!(#&∗#!&)&∗#1%!45#!&=/!∗−%(&%+)/(%∀/&.!∋/−! #0#1∋2/.!%&!%ΗΠ#&!(#7/+)%∀%&!#1!Ν/2&%&!∀#!( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!3!∀#!23! desmonetização8 da economia. Quando a inflação diminui, ocorre a monetização, tendo em vista os agentes aumentarem a quantidade de moeda (M1) em seu poder, já que não existe a perda de valor deste ativo da mesma maneira que ocorre em regimes altamente inflacionários. 1.3.1. Processo de expansão da moeda9 pelos bancos comerciais A participação dos depósitos a vista no conceito de moeda (M1) leva-nos a analisar o funcionamento do sistema bancário para se entender o processo de criação (oferta) da moeda e a maneira como os bancos comerciais o fazem. Os bancos, de um lado, captam recursos dos depositantes, para, de outro lado, emprestar estes mesmos recursos como crédito bancário. O lucro dos bancos (em sua maior parte) vem da diferença entre o que pagam como remuneração aos depósitos e os juros que recebem dos empréstimos que concedem. Esta diferença é o chamado spread bancário. Por isso, é interessante para um banco atrair o maior número de depositantes, ainda que eles não utilizem e/ou não remunerem pelos serviços rotineiros da instituição financeira (emissão de DOCs, pagamento de tarifas, contratação de seguros, utilização de cartão de crédito, etc). Isso acontece justamente pelo fato de o banco necessitar do dinheiro dos depositantes para emprestá-lo a outras pessoas. Quanto mais ele tiver, mais ele poderá emprestar, e quanto mais ele puder emprestar, mais ele lucrará. Esse procedimento de utilizar o dinheiro de alguns para emprestar a outros, na prática, “cria moeda”. Vejamos passo a passo como isso ocorre. Os depósitos a vista são obrigações dos bancos com seus depositantes e podem ser resgatados a todo instante. Assim, se o banco emprestar todo o dinheiro que recebeu como depósito, corre o risco de o depositante requerer seu depósito de volta, e o banco não o possuir. Mas, o bom senso nos mostra que os depositantes resgatam apenas uma parte de seus depósitos. A prática, portanto, nos ensina que não há necessidade de o banco manter disponíveis para saque todos os recursos captados de seus correntistas ou depositantes. Assim, há dois destinos para os depósitos captados pelos bancos: uma parcela forma as reservas (R) e outra parte o banco empresta a outras pessoas (empréstimos), ou ainda, faz os !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ⊥! Ο&! %7#(∗#&! ∗#(∗%1! (=/! −#∗#−! 1/#∀%! (/! +/(+#)∗/! _Ζ.! ∀#( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Θ>αΣ∃!∆Θ%(+/!α#(∗−%2Ε!ϑ!%!%5∗/−)∀%∀#!1/(#∗,−)%!∀/!∋%Ι&.!#!#2#!95(+)/(%!+/1/!51%!#&∋ϑ+)#!∀#! 6Ν%(+/! ∀/&! Ν%(+/&8:! >&&)1.! +%∀%! Ν%(+/! +/1#−+)%2! ∋/&&5)! 51%! 6+/(∗%! +/−−#(∗#8! (/! Θ>αΣ∃! #! ∀#( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1=!∀#!23! Reservas compulsórias Depósitos (encaixes ou reservas) junto ao BACEN Encaixes bancários (totais) = Reservas Reservas voluntárias Caixa Na prática, os bancos podem (veja bem, é apenas uma possibilidade) emprestar todos os recursos captados menos o volume que deve ser destinado à formação das reservas compulsórias. Além das reservas compulsórias, é comum os bancos manterem uma parcela dos depósitos como reservas voluntárias para fazer frente a qualquer emergência; como por exemplo, uma corrida dos depositantes para sacar o seu dinheiro. Veja que é a existência das reservas (voluntárias e compulsórias) que permite ao banco criar moeda por meio do empréstimo de parcela dos depósitos a vista, pois os bancos confiamque essas reservas garantem o atendimento das demandas de saque dos depositantes. Além disso, existe ainda o dinheiro que o banco mantém em caixa, e que é não definido nem como reservas compulsórias, nem voluntárias. Com base no processo acima descrito, podemos verificar que os bancos comerciais, por meio de sua capacidade de criar moeda, multiplicam a injeção de moeda inicial no sistema, o que definimos como multiplicação monetária. A injeção monetária inicial (a quantidade “real”, ou “física”, de moeda) corresponde à soma entre o PMPP e as reservas dos bancos. Ou seja, “na bucha”, é o que tem no sistema monetário, se todos os agentes resolverem sacar moeda ao mesmo tempo. A esta injeção monetária inicial chamamos de base monetária (BM). BM = PMPP + Disponibilidades em caixa do sistema bancário Ou BM = PMPP + Encaixes totais Nota 1: temos ainda o conceito de “papel moeda em circulação” (PMC), que significa o papel moeda que está disponível para utilização. O PMC corresponde à soma do PMPP e dos caixas dos bancos comerciais (estou falando apenas do caixa dos BC, não incluindo aquilo que os !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!∀#!23! bancos comerciais deixam depositado no BACEN, que são as reservas compulsórias e voluntárias). Assim: PMC = PMPP + Caixa dos bancos comerciais. Ou seja, de modo intuitivo, o PMC é exatamente o que o nome fala: é o papel moeda que está em circulação; e isto representa o dinheiro que está com as pessoas (PMPP) e o dinheiro que está no caixa dos bancos (Caixa dos bancos comerciais) pronto para ser utilizado. Os depósitos voluntários e compulsórios estão depositados no BACEN e não estão circulando na economia, logo, não fazem parte do PMC. Nota 2: nós temos ainda o conceito de “papel moeda emitido” (PME). Ele seria toda a moeda que é emitida pela autoridade monetária. No Brasil, podemos entender11 que PME=PMC. A base monetária (BM) é multiplicada pelos bancos através do “empresta-deposita-empresta-deposita”, fazendo com que o valor de M1 circulante na economia seja muito maior que a base monetária. Assim, temos o seguinte: M1 = K . BM Onde: M1 = meios de pagamento = PMPP + DV K = multiplicador monetário (termo que mede a multiplicação monetária) BM = base monetária = PMPP + R12 A relação entre a BM e M1 corresponde ao multiplicador monetário (K) dos meios de pagamento. Isto significa que a quantidade de meio de pagamento circulante (M1) é muito maior que aquilo que realmente está de posse dos agentes (PMPP + os encaixes totais ou reservas totais13). O multiplicador monetário apresenta a(s) seguinte(s) formulação(ões): ! ! ! ! !! !!! !!!!!!!∀!!!!!!! ! ! ! !! !! !!! !! ! Onde c, d e r são coeficientes de comportamento: c = PMPP/M1 d = DV / M1 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ΖΖ!φ/!∋/(∗/!∀#!αΣ∃Ε.!∀#!9/−1%!45#Β!?≅6!Α!?≅Β!Χ!6(∗∆(!7,!ΕΦ6ΒΓ:!>+/(∗#+#!45#.!(/!Θ−%&)2.!/!+%)0%!∀/!Θ>αΣ∃!ϑ! ∋−#!)75%2!%!3#−/:!Σ(∗=/.!∋/∀#1/&!#(∗#(∀#−!45#.!(/!Θ−%&)2.!?≅ΒΑ?≅6:! Ζ!Σ&∗%&! −#&#−! &/1%!Υ_ΥΥ!γ!η!ϑ!%!Ν%&#!1/(#∗,−)%!∆Θ_Ε:! !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!14!∀#!23! r = R / DV O coeficiente c (coeficiente do público) indica qual é a porcentagem dos meios de pagamento que fica na forma de dinheiro “vivo” na mão do público. É a proporção de encaixes (depósitos) que fica com o público, sob a forma “manual” (proporção de moeda manual). Como é um meio de pagamento que não poderá ser multiplicado, pois não está depositado nos bancos comerciais, nós temos que, quanto maior for o c, menor será o multiplicador monetário K. O coeficiente d indica qual é a porcentagem dos meios de pagamento que fica depositada nos bancos comerciais. É a percentagem de meios de pagamento sob a forma “escritural” (moeda escritural, que é diferente da moeda manual – PMPP). Como é um meio de pagamento que fica em poder do setor bancário (dos bancos comerciais), nós temos que, quanto maior for o d, maior será o multiplicador monetário K. Os coeficientes “c” e “d” dependem basicamente do comportamento das pessoas. Ou seja, dependem das decisões do público quanto a manter o dinheiro em forma de moeda manual (PMPP), ou na forma de moeda escritural (DV). É importante mencionar que (c+d) sempre será igual a 1. Se somarmos c e d chegaremos a (PMPP + DV)/M1. Como PMPP+DV=M1, então, c+d=M1/M1=1. Podemos chegar a essa conclusão intuitivamente. As pessoas têm duas opções para guardar seus meios de pagamento. Ou elas põem no banco (na forma de DV), ou elas põem no bolso (na forma de PMPP). Logicamente, todo o dinheiro que não é posto sob a forma de PMPP, deverá ser colocado sob a forma de DV, e vice-versa. O coeficiente r (coeficiente de reservas) indica qual a porcentagem de depósitos à vista que ficam sob a forma de encaixes bancários (reservas bancárias=reservas voluntárias + reservas compulsórias + caixa do banco). Como é uma parte dos depósitos a vista que não será emprestada para outros indivíduos, nós temos que, quanto maior for o r, menor será o K. Vale destacar que esse coeficiente r depende tanto da política interna dos bancos (quantidade de reservas voluntárias e caixa), quanto do BACEN, que define a exigência de reservas compulsórias. Se uma questão de prova afirmar que os bancos estão obrigados a formar reservas compulsórias sobre 15% dos depósitos à vista e, ao mesmo tempo, estes bancos formam 20% de reservas voluntárias e 5% dos depósitos ficam no caixa, então, o coeficiente r será igual a 40% (15% + 20% + 5%). Ou seja, este coeficiente “r” depende das decisões dos bancos comerciais e também das decisões do BACEN. !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!12!∀#!23! Podemos resumir assim as relações entre os coeficientes de comportamento e o multiplicador monetário: " Quanto maior o “c”, menor o K; " Quanto maior o “d”, maior o K; " Quanto maior o “r”, menor o K. Além destes coeficientes, deve-se ter cuidado com outros que possivelmente a banca examinadora pode “apresentar”. Para esta situação, é interessante que você saiba uma fórmula adicional para o multiplicador no caso da banca lhe falar sobre a relação entre moeda manual em poder do público (PMPP) e os depósitos à vista (DV). Esta seria uma maneira alternativa de apresentar a taxa de retenção de moeda pelo público, é uma outra forma de enxergar o coeficiente “c”. c = PMPP/DV Caso esta forma alternativa de coeficiente apareça, você deverá utilizar esta fórmula para o multiplicador monetário: ! ! ! !! ! !! ! Mas, na maioria dos casos, a taxa de retenção de moeda pelo público é dada pelo coeficiente c=PMPP/M1, de tal forma que, em mais de 90% das questões, a fórmula do multiplicador a ser utilizada por você será a que foi apresentada primeiro, na página 11. Multiplicador monetário X multiplicador bancário O multiplicador que aprendemos nas últimas páginas é multiplicador monetário. É o cobrado em provas de concursos, geralmente. Mas existe também o multiplicador bancário, que possui um conceito um pouco diferente, não se confundindo com o multiplicador monetário. O multiplicador bancário diz respeito especificamente à capacidade do sistema bancário criar moedaescritural, dado que ele dispõe de apenas um certo valor de moeda manual em suas reservas. Isto é, o multiplicador bancário, de certa forma, procura isolar o setor bancário, considerando somente o que os bancos conseguem multiplicar a partir daquilo que eles possuem como reservas bancárias. Assim, no multiplicador bancário, não temos os coeficientes dependentes do comportamento do público (coeficientes “c” e “d”). Temos somente o coeficiente “r”. A fórmula do multiplicador bancário (KB) é bem simples: !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!15!∀#!23! !! ! ! ! Observamos, portanto, que o valor do multiplicador bancário independe da parcela de moeda manual mantida em poder do público, pois ele é obtido apenas entre a relação entre depósitos à vista e reservas bancárias (KB=1/r ou KB=DV/R). O multiplicador bancário, conforme podemos notar, por só considerar o coeficiente “r”, acaba sendo um dos componentes que determinam o multiplicador monetário, mas não se confunde com ele. Quanto maior o multiplicador bancário, maior também será o multiplicador monetário. 1.3.2. Criação e destruição de moeda Além da criação de moeda por meio do sistema de depósitos e empréstimos, há também outras transações que têm a particularidade de aumentar ou reduzir a quantidade de meio circulante (M1) na economia. Deve-se entender criação ou destruição de moeda como sendo a mesma coisa que criação ou destruição de meios de pagamento (no conceito tradicional, ou seja, M1). Sabendo-se que este último é constituído por todos os ativos de liquidez imediata possuídos pelo setor não-bancário da economia, conclui-se que a criação ou destruição da moeda envolve uma transação entre o setor bancário e o setor não-bancário da economia (1ª. condição). Há criação de moeda quando o público recebe do setor bancário haveres monetários (papel-moeda em poder do público + depósitos à vista) e, em contrapartida, entrega haveres não-monetários ao setor bancário. Por outro lado, a destruição de moeda ocorre quando o setor não bancário entrega haveres monetários ao setor bancário e, em contrapartida, recebe do setor bancário haveres não monetários. Assim, note que, para que haja criação ou destruição de moeda, é necessária a troca de haveres monetários e não monetários (2ª. condição). Se houver satisfação das duas condições simultaneamente, teremos uma operação de criação ou destruição de moeda. ! Exemplos de criação de moeda: !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!19!∀#!23! - uma pessoa faz um saque de seu depósito a prazo: há transação entre o uma pessoa (setor não bancário) e o banco (setor bancário). Ao mesmo tempo, o banco entrega para a pessoa um haver monetário (M1) e a pessoa entrega para o banco o título do depósito a prazo (haver não monetário – não M1). - uma empresa desconta uma duplicata em um banco: há transação entre a empresa (setor não bancário) e o banco (setor bancário). Ao mesmo tempo, a empresa entrega para o banco um haver não monetário (a duplicata) e recebe um haver monetário (M1). - um exportador recebe em reais o valor correspondente a uma venda ao exterior: o exportador (setor não bancário) recebe um haver monetário (M1) e entrega um haver monetário ao banco (o exportador receberá um valor em moeda estrangeira pela venda. Essa moeda estrangeira, que não é considerada M1, deve ser trocada em um banco, sendo, portanto, um haver não monetário). - um banco adquire títulos governamentais do público, creditando suas contas correntes: o banco (setor bancário) entrega um haver monetário (M1) para o setor não bancário (governo) e recebe, em troca, um haver não monetário (títulos públicos). ! Exemplos de destruição de moeda: - uma pessoa faz um depósito em sua caderneta de poupança: a pessoa (setor não bancário) entrega M1 (haver monetário) para o setor bancário e recebe em troca um haver não monetário (título de caderneta de poupança, que, não sendo depósito à vista, também não pode ser considerada M1). - um banco vende títulos governamentais ao público: o setor bancário entrega haveres não monetários (títulos públicos) ao setor não bancário (público), recebendo em troca haveres monetários (estamos supondo que o público esteja pagando com M1). - um importador paga ao banco o valor correspondente a uma compra no exterior: o importador (setor não bancário) entrega ao banco um haver monetário (M1) e recebe do setor bancário um haver não monetário (o valor correspondente em moeda estrangeira para realizar o pagamento da compra). - um banco vende um imóvel a uma empresa, recebendo o pagamento em dinheiro: o setor bancário entrega um haver não monetário (imóvel) ao setor não bancário, recebendo em troca um haver monetário. !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1:!∀#!23! - uma pessoa paga um empréstimo bancário, sendo debitado em sua conta corrente: o setor não bancário (a pessoa) entrega um haver monetário (ela é debitada em conta corrente) ao setor bancário e, em troca, tem sua dívida, exigibilidade, ou título a pagar (haver não monetário) cancelados. ! Exemplos em que não há criação nem destruição de moeda: - uma pessoa efetua um depósito à vista em sua conta corrente: não há operação havendo troca de haver monetário e não monetário. O dinheiro que entra na conta da pessoa é M1 (DV) e o que sai da pessoa também é M1 (PMPP). Ademais, a transação não envolve setor bancário e não bancário. - um banco comercial realiza um empréstimo (redesconto) junto ao BACEN: não há criação ou destruição de moeda, pois a operação não ocorre entre setor bancário e não bancário. Neste caso, os dois lados representam o setor bancário. - União solicita empréstimo ao FMI e o valor recebido é depositado no BACEN: neste caso, ocorre transação entre setor não bancário (União) e setor bancário (aqui, o FMI é como se fosse um banco emprestador). No entanto, o FMI emprestará o valor em moeda estrangeira (dólares) que não é considerada M1 (para ser M1, tem que ser moeda nacional, que pode ser utilizada para fazer transações no país). Logo, a transação não envolve haver monetário (M1). 1.4. Instrumentos de política monetária Por política monetária, entende-se a atuação do Banco Central14 para definir as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de moeda e nível de taxa de juros. Para exercer o seu papel, o BACEN dispõe dos seguintes instrumentos: • Emissões monetárias O BACEN tem o monopólio das emissões e deve colocar em circulação o volume de notas necessárias ao bom desempenho da economia. Caso queira aumentar a quantidade de meio circulante, basta emitir mais moeda. • Reservas obrigatórias dos bancos comerciais !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 15!Ο!Ε(−+,!6∃−&∋(Η!ΙΕΦ6ΒΓϑ!ϑ!/!≅−7=/!45#!+/(∗−/2%!%!/9#−∗%!1/(#∗,−)%!(/!∋%Ι&!#!/&!%&&5(∗/&!%!#2%! −#2%+)/(%∀/&:! Σ(∗−#! /5∗−%&.! &=/! 95(ΗΠ#&! ∀/! Θ>αΣ∃Β! &#−! /! Ν%(+/! ∀/&! Ν%(+/&.! &#−! /! Ν%(45#)−/! ∀/! ι#&/5−/!∃%+)/(%2.!+/(∗−/2%−!%!/9#−∗%!∀#!1/#∀%.!∋/&&5)−!/!1/(/∋≅2)/!∀%!#1)&&=/!∀#!1/#∀%!(%+)/(%2.! 3#2%−!∋#2/!( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1;!∀#!23! Representam importante instrumento de política econômica. Um aumento dessa taxa de reservas representará uma diminuiçãodos meios de pagamento, dado que os bancos comerciais emprestarão menos ao público e o farão com juros maiores (como há menos dinheiro disponível para emprestar, as taxas de juros sobem). Nesse sentido, se o governo opta por uma política de crescimento da demanda agregada (aumento do nível de emprego), poderá, para isso, reduzir a taxa de compulsório; por outro lado, numa política restritiva, anti-inflacionária, poderá aumentá-la. • Redescontos Em suma, são empréstimos que o BACEN realiza para os bancos comerciais. Como todo empréstimo, possui taxas de juros. Se a taxa de juros do redesconto for baixa, haverá incentivo para os bancos comerciais tomarem dinheiro emprestado, logo, haverá melhores possibilidades para a expansão dos meios de pagamento, pois os bancos poderão utilizar o dinheiro do empréstimo tomado junto ao BACEN para emprestá-lo ao público. Vale ressaltar que redesconto é uma coisa e taxa de redesconto é outra. Por exemplo, se a questão falar que o redesconto é elevado, devemos entender que há mais expansão monetária, pois os bancos tomaram mais empréstimos junto ao BACEN. Por outro lado, se a questão fala que a taxa de redesconto é elevada, devemos entender que há desincentivo à expansão monetária e há elevação das taxas de juros (se os juros que o BACEN cobra dos bancos comerciais for aumentado, haverá também elevação dos juros que os bancos comerciais cobram da população). Assim, fique atento! Preste atenção ao que está sendo falado: redesconto ou taxa de redesconto. Atenção redobrada no caso de aparecer “taxa de redesconto”. Quando ela é reduzida, por exemplo, temos uma possibilidade de haver expansão dos meios de pagamento. Assim, resumidamente, temos: Aumento do redesconto " haverá expansão dos meios de pagamento; e poderá haver redução das taxas de juros. Redução da taxa de redesconto " pode haver expansão dos meios de pagamento; e haverá redução das taxas de juros. • Operações de mercado aberto (open market) São compras e vendas de títulos públicos no mercado de capitais. Quando o BACEN compra títulos no mercado, aumentam os depósitos no sistema bancário e, com isso, o volume de reservas, permitindo a ampliação da oferta de moeda pelos bancos. Isto acontece porque o governo, neste caso, entrega moeda ao mercado e retira os títulos. Quando o BACEN vende títulos, ele enxuga a quantidade de moeda, pois estará recebendo moeda (reduzindo os depósitos no sistema bancário) e entregando títulos. !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!13!∀#!23! • Regulamentação e controle de crédito O BACEN também afeta o M1 via regulamentação e controle de crédito. Isso pode ser feito via política de juros, controle de prazos, regras para financiamentos, etc. Por exemplo, se o BACEN determinar que os financiamentos para automóveis poderão ser feitos em, no máximo, 12 meses, isso, com certeza, desincentivará a oferta de moeda, pois haverá forte redução nos financiamentos (menor expansão do M1). • Utilização das reservas internacionais Reservas internacionais representam a quantidade de meios de pagamento aceitos internacionalmente (geralmente moeda estrangeira) no caixa do BACEN. Quando o BACEN compra moeda estrangeira, visando aumentar as reservas internacionais, isto significa aumento de M1 (política monetária expansiva). Isto acontece porque o BACEN, ao comprar moeda estrangeira, despeja R$ na economia, aumentando a quantidade de moeda M1, e recolhe moeda estrangeira, que não é considerada meio de pagamento (não é considerada M1). Por outro lado, quando o BACEN vende moeda estrangeira e diminui o seu estoque de reservas internacionais, ele provoca o enxugamento da liquidez na economia (diminui a quantidade de M1). Isto acontece porque ele despeja moeda estrangeira (não é M1) e recebe R$ em troca, reduzindo a quantidade de M1. A alteração da taxa de juros do COPOM Quando assistimos ao noticiário na TV, é comum ouvirmos a seguinte afirmação: “o COPOM (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar/reduzir a taxa de juros em X%”. Por meio disso, somos instados a pensar que a alteração da taxa de juros ocorre por meio de uma simples decisão administrativa. Na verdade, o governo não decide a taxa de juros em uma “canetada” do COPOM. O governo se compromete a buscar aquela taxa de juros que foi acordada na reunião. A taxa de juros é o preço do “bem” moeda. Assim, se o governo quiser reduzir a taxa de juros, ele pode aumentar a oferta de moeda na economia (quando aumentamos a oferta de um bem, seu preço cai). Se ele quiser aumentar a taxa de juros, ele pode reduzir a oferta de moeda na economia (quando reduzimos a oferta de um bem, seu preço aumenta). Neste caso, o BACEN utilizará os instrumentos que foram aprendidos logo acima para variar a oferta de moeda e garantir a taxa de juros que ele deseja. Quando isto acontece, ou seja, quando o governo visa determinar a taxa de juros e deixa a oferta de moeda variar, para garantir o nível da taxa !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!4=!∀#!23! M1 indica que a moeda está mais barata, as taxas de juros estarão mais baixas. Assim, caso o governo queira reduzir as taxas de juros, poderá praticarpolítica monetária expansionista. Por outro lado, quando os meios de pagamento ficam mais escassos (política monetária restritiva), a moeda fica mais cara, ou seja, a taxa de juros (preço da moeda) aumenta. Segue um resumo sobre os efeitos e instrumentos da política monetária: Quadro 02: Política monetária Instrumentos Consequências EXPANSIVA Redução da exigência de depósito compulsório Aumenta a renda/emprego Aumento da inflação Redução das taxas de juros Redução da taxa de redesconto Compra de títulos RESTRITIVA Aumento da exigência de depósito compulsório Reduz a renda/emprego Redução da inflação Aumento das taxas de juros Aumento da taxa de redesconto Venda de títulos Nota ! as consequências da política monetária sobre a inflação, renda e taxas de juros ficarão mais claras quando estudarmos os modelos IS-LM e oferta/demanda agregada nas próximas aulas. 1.6. Equilíbrio monetário O equilíbrio monetário pode ser visto sob duas óticas: segundo a teoria clássica e segundo a teoria Keynesiana. Pela teoria clássica, utilizamos a teoria quantitativa da moeda; comecemos nossa análise por ela. 1.6.1. Equilíbrio monetário para os clássicos - Teoria quantitativa da moeda (TQM) A TQM é basicamente um modo de se enxergar o papel na economia que se coaduna com a teoria clássica. A TQM é fundamentada basicamente sobre a seguinte formulação: !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!41!∀#!23! MV = PT Onde: M = oferta de moeda (base monetária), V = velocidade de circulação da moeda, P = nível geral de preços e T = quantidade de transações ocorrida no sistema econômico. A equação nos diz que o volume de moeda multiplicado por sua velocidade (número de transações financiado pela mesma unidade monetária) é igual ao volume monetário das transações realizadas na economia. Esse volume monetário é a quantidade de transações multiplicada pelos preços destas transações (PxT). Assumindo-se que a economia esteja no pleno emprego, que é um pressuposto da economia clássica (a quantidade de transações – T – esteja em seu máximo), e a velocidade de circulação da moeda seja constante; aumentos da oferta de moeda – M – tenderão a aumentar os preços – P – para que se mantenha a igualdade. Na verdade, a equação nos afirma que, na teoria clássica, coeteris paribus, aumentos da oferta monetária provocarão somente aumento dos preços. Assim, quando a oferta monetária é aumentada, isto acabará provocando inflação. Ao mesmo tempo, a quantidade de moeda determina o nível de geral de preços. Se a quantidade de moeda na economia é alta, o nível geral de preços estará alto. Se a quantidade de moeda na economia é baixa, o nível geral de preços estará baixo. O aumento da quantidade de moeda faz surgir a inflação (aumento do nível geral de preços). Esta teoria não é amplamente aceita por todos os economistas, pelo fato de existirem duas suposições que são difíceis de serem verificadas na prática: a economia deve estar em pleno emprego e a velocidade de circulação da moeda deve permanecer constante. Outro fator importante na TQM é fato de que ela desconsidera totalmente o papel da taxa de juros sobre a renda. Para os clássicos, a demanda por moeda depende somente da renda e não da taxa de juros. A dependência da demanda por moeda em relação à taxa de juros devido ao motivo especulação foi ressaltada por Keynes, em crítica à teoria clássica. 1.6.2. Equilíbrio monetário para Keynes Na visão keynesiana, o equilíbrio monetário é atingido quando a oferta é igual à demanda de moeda. Segundo Keynes, a oferta e a demanda de moeda exercem um papel importante sobre a taxa de juros, e esta exerce um papel !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!44!∀#!23! importante sobre a renda. Para Keynes, uma expansão monetária causaria o seguinte, se a economia estiver abaixo do pleno emprego: • Com mais moeda, a taxa de juros fica mais barata, incentivando os investimentos das empresas; • Os investimentos das empresas é um dos elementos da demanda agregada. Havendo mais investimentos, haverá mais renda, aumentando, assim, o nível de emprego. Conforme eu coloquei, isto acontecerá se a economia estiver abaixo do pleno emprego. Se, por outro lado, a economia estiver em pleno emprego, o aumento da oferta de moeda provocará somente inflação (aumento de preços), exatamente como apregoa a TQM. Veja, então, que Keynes não contraria totalmente a TQM, mas, para ele, ela só se aplica se a economia estiver no pleno emprego. Nota ! estas questões das relações entre juros, renda, emprego, inflação, Keynes, clássicos; enfim, tudo isso ficará mais claro na próxima aula. Portanto, se você teve dificuldades em entender essa parte final da aula, não se preocupe, pois mais à frente tudo ficará mais claro. Apenas coloquei nesta aula, pois são assuntos dentro do assunto “moeda”. Quando você ler as aulas pela segunda vez (e eu espero que isso seja feito!), tudo se encaixará perfeitamente. 1.7. Taxa real x taxa nominal de juros A taxa de juros nominal corresponde ao ganho monetário obtido por determinada aplicação, independente do comportamento do valor da moeda (independente da inflação). Por exemplo, se eu aplico hoje R$ 100,00 e resgato daqui a 01 mês R$ 130,00, a taxa de juros nominal foi de 30% a.m., ou seja, os R$ 30,00 que eu ganhei em relação aos R$ 100,00 que apliquei. Se eu tivesse resgatasse R$ 300,00, a taxa de juros nominal teria sido de 200% a.m. A taxa de juros real corresponde ao ganho que se obtém em termos de poder de compra. Ou seja, ela corresponde à taxa de juros nominal recebida, descontada a perda de valor da moeda, isto é, descontada a inflação no período da aplicação. Ou seja, a taxa de juros real é igual à taxa de juros nominal menos a taxa de inflação. Suponha que eu tenha aplicado R$ 100,00 e resgatado R$ 130,00; mas a inflação no período tenha sido de 30%. Neste caso, percebemos claramente que os 30% que eu ganhei nominalmente foram totalmente !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!42!∀#!23! corroídos pela inflação. Do ponto de vista real, descontada a inflação, o ganho da aplicação foi de 0%. Assim, podemos definir que a taxa de juros nominal corresponde à soma entre a taxa de juros real e a taxa de inflação: n = r + i ! r = n – i Onde “n” é a taxa nominal, “r” é a taxa real e “i” é a inflação. Essa equação acima reflete o chamado efeito Fisher, e mostra que a taxa de juros real depende, além da remuneração nominal, da taxa de inflação. Além da formulação acima, existe esta também: (1 + n) = (1 + r).(1 + i) ! (1 + r) = (1 + n)/(1 + i) A expressão acima tem o mesmo significado da equação de Fisher (n = r + i). A diferença é que estamos trabalhando com índices, e não com taxas. Nos dois casos, você pode perceber que se a taxa de inflação é 0% (i=0), então, as taxas de juros nominal e real serão iguais. Se a taxa de inflação for maior que a taxa nominal de juros, os juros reais indicarão perda de rendimento da aplicação. 2. POLÍTICA FISCAL Nota: neste tópico, procurarei dar uma resumida na política fiscal. Se parecer confuso, lembre-se de que esse assunto será visto com maior riqueza de detalhes e demonstrado graficamente nas próximas aulas, quando estudaremos os modelos econômicos que tratam das políticas do governo. Por política fiscal entende-se a atuação do governo no que diz respeito à arrecadação de impostose aos gastos. A arrecadação afeta o nível de demanda agregada ao influir na renda disponível que os indivíduos poderão destinar para consumo e poupança. Se os impostos forem altos, sobrará menos renda para o consumo (menor renda disponível). Assim, altos impostos estão relacionados à baixa renda da economia, devido à redução na demanda agregada provocada pela redução no consumo (devido à menor renda disponível). Conforme, estudamos nas aulas passadas, a demanda agregada DA é igual a (C + I + G + X – M). Veja que os gastos públicos (G) são elementos diretos da demanda agregada. Ao decidir gastar, o governo aumenta a demanda agregada de forma direta, ao contrário do que ocorre no caso da arrecadação de impostos, onde a influência sobre a demanda agregada é indireta (ocorre porque há redução na renda !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!45!∀#!23! disponível, que reduz o consumo, que, por sua vez, aí sim, reduz a demanda agregada). Como os gastos públicos agem de forma direta na demanda agregada (renda) e a arrecadação age de forma indireta, dizemos que a política fiscal via gastos é mais eficaz (intensa) que política fiscal executada via arrecadação de impostos (tributação). Assim, podemos concluir que se, por exemplo, o governo quiser aumentar a renda da economia (diminuir o desemprego), o aumento de gastos públicos, coeteris paribus, será mais eficaz que a redução de impostos, visto que aquele age diretamente na renda ao passo que esta age indiretamente. Vale ressaltar que estamos analisando sob a condição do coeteris paribus (tudo o mais permanecendo constante). Há outras implicações que não estão sendo levadas em conta como: possível aumento do déficit público, influência sobre a taxa de juros, etc. Se o governo quiser reduzir o nível de renda (reduzir a demanda agregada), ele fará o inverso: ou reduzirá os gastos públicos e/ou aumentará os impostos. Aí você perguntará: mas aumentar impostos não significar aumentar gasto público? Não, não significa. O governo poderá utilizar o excedente arrecadado (a poupança pública) para outros fins: emprestar para outros países, pagar dívidas realizadas no passado, comprar moeda estrangeira para se precaver de possíveis problemas nas contas externas15, etc. Quando a política é realizada no sentido de aumentar a renda (demanda agregada) da economia, dizemos que ela é expansionista, expansiva, ou ainda, inflacionária (como ela aumenta a demanda agregada, há incentivo para aumento generalizado dos preços). Quando a política é realizada no sentido de reduzir a renda agregada, dizemos que ela é restritiva, contracionista, pró-cíclica ou anti-inflacionária (como ela reduz a demanda agregada, como resposta, os preços tendem a baixar). Veja que o raciocínio é igual àquele que apresentamos no estudo da política monetária. Outra consequência da política fiscal é a alteração das taxas de juros. Considerando a oferta de moeda sendo constante, um aumento da renda (política fiscal expansiva) fará com que os agentes demandem mais moeda para realizar mais transações econômicas. O estudo da demanda e oferta nos diz que quando a demanda de um bem aumenta, o preço deste bem também aumenta. Neste caso, houve aumento da demanda do bem “moeda”. O preço do bem “moeda” são os “juros”. Assim, temos o seguinte encadeamento: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 19!δ5%(∀/!/!7/( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!49!∀#!23! Política fiscal expansiva " aumenta renda " aumenta demanda por moeda " aumenta o preço da moeda " aumenta as taxas de juros A política fiscal restritiva provocará o caminho inverso, ou seja, redução das taxas de juros, considerando que a oferta de moeda é constante. Assim, temos o seguinte, resumindo os efeitos da política fiscal: Quadro 03: Política fiscal Instrumentos Consequências EXPANSIVA Aumento de gastos públicos Aumenta a renda/emprego Aumento da inflação Aumento das taxas de juros Redução de impostos RESTRITIVA Redução de gastos públicos Reduz a renda/emprego Redução da inflação Redução das taxas de juros Aumento de impostos Conforme estudamos na aula passada, o uso da política fiscal como instrumento eficaz de intervenção na economia surgiu na década de 1930, por intermédio das ideias de John Maynard Keynes, que deram origem ao Keynesianismo ou ao modelo keynesiano. Segundo este modelo, uma política fiscal expansionista gera aumentos de renda em proporções muito superiores ao que foi gasto pelo governo. Por exemplo, se o governo decide gastar R$ 10 bilhões em obras ou em programas de transferência de renda (o Bolsa Família por exemplo), o impacto sobre a renda agregada da economia será muito maior que os R$ 10 bilhões injetados pelo governo na economia. Imagine que o governo decidiu fazer estradas com esse dinheiro. Ao decidir fazer estradas, ele terá que pagar as empreiteiras, que terão que pagar aos seus funcionários, que, por sua vez, aumentarão o consumo de alimentos, roupas, e outros bens. O dinheiro, então, chegará à mão dos donos das lojas de roupas, mercados e outros estabelecimentos comerciais nos quais os empregados das empreiteiras terão gasto o seu salário, que, em última instância, originou-se do gasto público. Os donos destes estabelecimentos pagarão aos seus funcionários, que comprarão mais em outros estabelecimentos, e assim por diante. Keynes foi um grande defensor da política fiscal como forma de evitar as flutuações econômicas do capitalismo, no sentido de se precaver dos efeitos negativos decorrentes dos períodos de estagnação econômica (níveis de renda e demanda agregada baixas). Foi através de suas ideias !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!4:!∀#!23! que países como os EUA conseguiram reerguer as suas economias durante a depressão da década de 1930. Recentemente, na crise financeira internacional de 2008/2009, os governos agiram rapidamente no intuito de evitar efeitos ainda piores sobre os níveis de renda e emprego. Aqui no Brasil, foram adotadas várias medidas de política fiscal puramente expansiva: redução do IPI para automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção; aumento dos gastos públicos por intermédio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento); aumento do salário do funcionalismo público (os aumentos já haviam sido acordados antes da crise, mas acabaram funcionando como medidas fiscais expansivas); em alguns estados, houve postergação dos prazos para pagamentos de impostos estaduais. Além dos efeitos expostos no quadro 03, podemos também apresentar alguns instrumentos de política fiscal compensatória, como os impostos progressivos e algumas políticas assistenciais, como o seguro- desemprego16. Em relação a estes instrumentos, também os chamamos de estabilizadores automáticos, pois quando a renda e o emprego da economia diminuem, eles atuam no sentido de aumentar a renda; e quando a renda aumenta, eles atuam no sentido de frear esse aumento. Pegue, por exemplo, o seguro-desemprego. Em uma situação de desemprego, com muita gente desempregada, ele funciona como um impulso para que a economia volte a ter renda circulando, evitando, assim, que haja mais redução nos níveis de emprego. Já o imposto progressivo atua como freio ao crescimento excessivo da renda, uma vez que a renda adicional é taxada mais pesadamente. Ou seja, assimcomo o seguro-desemprego, ele funciona como um estabilizador automático. Se a renda das pessoas diminui, elas passam a ser tributadas menos pesadamente, impulsionando novamente a renda da economia. Se a renda aumenta, elas passam a ser tributadas mais pesadamente, freando o aumento excessivo de renda17. " POLÍTICA MONETÁRIA X POLÍTICA FISCAL Conforme vimos nesta e na última aula, e será aprimorado mais à frente, as políticas monetária e fiscal representam meios alternativos para !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1:!Ο!K−/Χ∀#∋−#7/!ϑ!51%!45%(∗)%!9)(%(+#)−%!45#!/!∀#∋−#7%∀/!−#+ϑ1!∀#1)∗)∀/!−#+#Ν#!∀/! 7/( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!4;!∀#!23! se conseguir as mesmas finalidades: alteração do nível de emprego, inflação e juros. Assim, pode nos parecer que essas duas políticas possuem a mesma eficácia e efeito sobre a economia, o que não é verdade. Na realidade, é aconselhável que a política econômica seja executada mediante uma combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários. Pode-se dizer que a política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é a melhoria da distribuição de renda; isso pode ser obtido via taxação das rendas mais altas (tributação progressiva) e aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos (obras públicas em locais mais necessitados). A política monetária é mais difusa e genérica, sendo mais difícil direcioná-la a um ou outro setor, sendo, portanto, menos eficaz no que se refere a aspectos distributivos. No entanto, a política monetária apresenta resultados mais imediatos, dado que depende apenas de decisões diretas das autoridades monetárias, enquanto a implementação de políticas fiscais depende da votação do congresso (mais especificamente, a votação do orçamento), o que causa uma defasagem de tempo entre a tomada de decisão e a adoção na prática das medidas fiscais. As medidas fiscais ainda são sujeitas a maiores restrições de ordem institucional ou legal (só podem ser efetivadas no exercício fiscal seguinte, tem que estar previsto na lei do orçamento, às vezes, deve constar ainda no Plano Plurianual, etc). Bem pessoal, por hoje é só! Na próxima aula, nós veremos o modelo IS-LM, onde se estuda a influência das políticas fiscal e monetária sobre o nível de renda e sobre a taxa de juros da economia. Seguem agora alguns exercícios para fixação dos conteúdos. Abraços a todos e bons estudos! Heber Carvalho hebercarvalho@estrategiaconcursos.com.br !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!43!∀#!23! EXERCÍCIOS COMENTADOS 01. (CESPE - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – CIÊNCIAS ECONÔMICAS - TCE/AC 2009)! Κ! Políticas monetárias restritivas elevam as taxas de juros e contribuem para aumentar as taxas de inflação. COMENTÁRIOS: Políticas monetárias restritivas realmente elevam as taxas de juros, no entanto, contribuem para reduzir a inflação (política anti-inflacionária). GABARITO: ERRADO 02. (CESPE - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – CIÊNCIAS ECONÔMICAS - TCE/AC 2009 - Adaptada)! - Reduções no coeficiente de reservas “r” bem como as vendas de títulos públicos no mercado aberto atenuam as pressões inflacionárias. COMENTÁRIOS: Redução no coeficiente de reservas (r) aumenta o multiplicador monetário (K), logo, tem os mesmos efeitos de política monetária expansiva. Entre esses efeitos, há a ocorrência de pressões inflacionárias e não a sua atenuação. Se a questão falasse somente da venda de títulos públicos, ela estaria correta, pois isso representa política monetária restritiva, atenuando a inflação. GABARITO: ERRADO 03. (CESPE - ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO – ECONOMIA - SEGER 2009) - A ideia de que, no longo prazo, as políticas monetárias expansionistas contribuem apenas para elevar o nível de preços, é consistente com a teoria quantitativa da moeda. COMENTÁRIOS: É exatamente o que prega a teoria quantitativa da moeda (TQM). Vale ressaltar que esta teoria não é amplamente aceita pelos economistas, mas, como a assertiva fez clara alusão à TQM, está correta. GABARITO: CERTO 04. (CESPE - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – CIÊNCIAS ECONÔMICAS - TCE/AC 2008) - Aumentos da taxa de redesconto e do coeficiente de reservas são consistentes com a adoção de políticas monetárias restritivas. COMENTÁRIOS: !∀#∃#%&∋()#%∗+,−∋(∗.(/0)!1( 2,#3&∋(4(566(78,9−:,9()!;( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!4( ,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(6∆! ! ! ,3()∋3Α∋+Β#!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!2=!∀#!23! expansiva, política monetária expansiva, o que aumentará ainda mais o efeito inflacionário. GABARITO: CERTO 08. (FUNIVERSA – ECONOMISTA – CEB – 2010) - As diferenças entre as taxas de juros nominais e taxas de juros reais têm implicações nas decisões de investimentos. O empresário deverá sempre ter a noção de quanto realmente está ganhando (ou perdendo) em seus negócios e aplicações financeiras. Dessa forma, é importante distinguir o conceito e a aplicação entre a taxa de juros real e a taxa de juros nominal. Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta. (A) A taxa nominal mede de maneira eficaz