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Ética - I

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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO PARA TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL 
DO INSS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
Aula 01 
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA 
 
 
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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 
 
DECRETO Nº 1.171/1994 
 
O Decreto Federal nº 1.171, de 22 de junho de 1994, que “aprova o Código de 
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal”1, é 
revestido das seguintes legalidades: 
 
Art. 84 da CF/1988 – Competência Legislativa do Presidente da República: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
[...] 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
[...] 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
 
Motivações/”Provocações” legais para edição da norma: 
 
� Art. 37 da CF/1988 (A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e ...); 
 
� Artigo 116 da Lei 8.112/90: Deveres dos Servidores Públicos Civis da União; 
 
� Artigo 117 da Lei 8.112/90: Proibições aos Servidores Púb. Civis da União; 
 
� Artigo 10 da Lei 8.429/92: Dos Atos de Improbidade Administrativa que 
Causam Prejuízo ao Erário; 
 
� Artigo 11 da Lei 8.429/92: Dos Atos de Improbidade Administrativa que 
Atentam Contra os Princípios da Administração Pública; 
 
� Artigo 12 da Lei 8.429/92: Das Penas. 
 
 
1 Ementa do Decreto nº 1.171/1994 
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Os artigos do Decreto 1.171/1994 estão relacionados à técnica legislativa para 
trazer, em seu Anexo I, o mencionado Código de Ética. 
 
Confiram: 
 
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. 
 
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal 
direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as 
providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, 
inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de 
Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de 
cargo efetivo ou emprego permanente. 
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será 
comunicada à Secretaria da Administração Federal da 
Presidência da República, com a indicação dos respectivos 
membros titulares e suplentes. 
 
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 
O que devemos memorizar nestes dispositivos, é a destinação do Código de 
Ética: os órgãos e entidades da Administração Pública Federal. 
 
Assim como o Regime Jurídico Único contido na Lei nº 8.112/1990, o Código de 
Ética promulgado com o Decreto 1.171/1994 destina-se aos Servidores Públicos 
Civis do Poder Executivo Federal. 
 
E percebam, ainda, que o Decreto determina que os órgãos e entidades da 
Administração Pública Federal direta e indireta: 
 
� Implementem, em 60 dias, as providências necessárias à plena vigência 
do Código de Ética; 
 
� Constituem suas respectivas Comissões de Ética, que deverão ser 
integradas por 3 servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou 
emprego permanente. 
 
 
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Antes de iniciarmos nossos estudos sobre ética, é importante trazermos alguns 
conceitos de termos muito ligados e utilizados para tratar deste assunto. 
 
Só para se ter uma ideia, a Seção I do Capítulo I do Código de Ética destina-se 
às “Regras Deontológicas”. 
 
Vamos trazer definições de alguns destes termos, utilizando o Dicionário Online 
Michaelis2. Comecemos, é claro, com: 
 
Ética: 
1. Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da 
conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática. 
2. Deontologia. 
 
Mas o que é deontologia, que aparece no verbete de ‘Ética’. 
 
Vamos lá: 
Deontologia: 
Parte da Filosofia que trata dos princípios, fundamentos e sistemas de moral; 
estudo dos deveres. (“Teoria dos Deveres”) 
 
Deontologia Jurídica3: 
Ciência que cuida dos deveres e dos direitos dos operadores do direito, bem 
como de seus fundamentos éticos e legais. “Ciência dos Deveres”. 
 
Moral: 
Parte da Filosofia que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos 
deveres do homem em sociedade e perante os de sua classe. 2. Relativo à 
moralidade, aos bons costumes. 
 
Moral pública: 
Designativo dos preceitos gerais de moral que devem ser observados por todos 
os membros da sociedade. 
 
2 Fonte: www.michaelis.uol.com.br 
3 Esta definição, ao contrário das demais, foi retirada do sítio do Wikipédia: pt.wikipedia.org 
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Ética social: 
Parte prática da filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se as 
relações entre os diversos membros da sociedade. 
 
Ética no Trabalho: 
Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma 
profissão. 
 
 
Podemos concluir, a partir destes conceitos que: 
 
Ética no Serviço Público: 
É a moral e os princípios ideais da conduta humana aplicados no ambiente das 
repartições públicas. 
 
 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder 
Executivo Federal 
 
Vocês verão que os regramentos aqui positivados estão relacionados com os 
deveres e proibições referentes às condutas dos servidores públicos civis 
federais, que também são encontrados no Regime Jurídico Único (Lei nº 
8.112/1990). 
 
 
Das Regras Deontológicas 
 
I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos 
princípios morais são primados maiores que devem nortear o 
servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora 
dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder 
estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos 
serviços públicos. 
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Novos conceitos na norma, novas definições em nossa aula4: 
 
Dignidade: 
Modo de proceder que infunde respeito; elevação ou grandeza moral; honra; 
respeitabilidade. 
 
Decoro: 
Dignidade moral, honradez, nobreza; respeito de si mesmo e dos outros; 
acatamento, decência; conformidade do estilo com o assunto. 
 
Zelo: 
Desvelo, cuidado, diligência, vigilância. 
 
 
Voltando ao inciso I, podemos notar que se trata, praticamente, de uma 
premissão geral, uma vez que todo o presente Código de Ética está, de alguma 
forma, embasado e fundamentado nas disposições ali colocadas. 
 
Se resgatarmos as disposições do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos 
Civis da União, Lei nº 8.112/1990, encontramosno primeiro inciso do art. 116, 
que trata dos deveres do servidor: 
 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
 
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o 
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir 
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o 
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas 
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as 
regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição 
Federal. 
 
Percebam que os servidores, além de decidir, sob a ótica da ética, entre legal e 
ilegal, justo e injusto, conveniente e inconveniente, oportuno e inoportuno, 
deverão, sempre, direcionar suas decisões em prol da honestidade. 
 
4 Dicionário Online Michaelis 
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No final do inciso, o Código faz remissão à nossa Magna Carta e, por mais que 
saibamos o conteúdo do famoso caput do art. 37, precisamos aproveitar o 
momento para termos novo contato com o texto legal e refrescarmos a 
memória com os conceitos dos princípios constitucionais ali presentes: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
[...] 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
Vamos passar agora à recapitulação dos princípios constituintes do famigerado 
L.I.M.P.E. (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência): 
 
� Princípio da Legalidade: Este outro princípio constitucional é uma 
condição fundamental à estrutura do Estado de Direito, isto é, a 
obrigatoriedade que a Administração Pública deve obedecer à Lei: 
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei”5; 
 
� Princípio da Impessoalidade: Este princípio, também constitucional, 
exige que a Administração Pública deva proceder de maneira impessoal, 
sem qualquer marca do administrador, pois seus atos são praticados pela 
Administração a que ele pertence e não por ele próprio. Uma definição 
simples e fácil de memorizar é trazida pela Profa. Cármen Lúcia Antunes 
Rocha, confiram: “De um lado, o princípio da impessoalidade traz o 
sentido de ausência do rosto do administrador; de outro, significa a 
ausência de nome do administrado”6; 
 
5 Inciso II do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 
6 Rocha, Cármen Lúcia Antunes. O Princípio Constitucional da Igualdade. Belo Horizonte: Lê, 1991, p.85 
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� Princípio da Moralidade: O princípio da moralidade está relacionado a 
uma administração “honesta”, isto é, um gerenciamento do dinheiro e do 
patrimônio públicos embasado nos valores éticos e morais da sociedade, 
nos bons costumes, na equidade7 e na justiça; 
 
� Princípio da Publicidade: O “P” do “LIMPE” obriga o agente público a 
publicar seus atos, visando o conhecimento e controle por parte da 
sociedade; 
 
� Princípio da eficiência: Este princípio, que foi expressamente inserido 
em nossa Lei Maior8 pela Emenda Constitucional nº 19/1998 (antes desta 
emenda, o famoso “LIMPE” se resumia a “LIMP”), pode ser abordado 
como o principal norteador das condutas dos agentes públicos e vem 
sendo adotado para quebrar antigas e ineficazes rotinas e infrutíferas 
burocracias dos diversos órgãos da Administração Pública Brasileira. A 
sociedade exige eficiência da Administração, ou seja, exige que seus atos 
sejam praticados com presteza, rendimento funcional e perfeição. 
 
III – A moralidade da Administração Pública não se limita à 
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia 
de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a 
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que 
poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. 
 
Aqui o Código reveste o Princípio da Moralidade com a finalidade dos atos e da 
conduta dos servidores que compõem a Administração Pública. Quem busca o 
bem comum é a Administração Pública, por intermédio de seus agentes. 
 
Percebam como o inciso forma um tripé, que possui em suas 3 pontas: 
Princípios da Legalidade, da Moralidade e da Finalidade. 
 
IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos 
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele 
próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a 
 
7 Equidade: Justiça natural. Disposição para reconhecer imparcialmente o direito de cada qual. Igualdade, 
justiça, retidão. (fonte: Dicionário Online Michaelis UOL) 
8 Lei Maior e Carta Magna são expressões utilizadas que se referem à Constituição Federal 
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moralidade administrativa se integre no Direito, como 
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, 
erigindo-se, como conseqüência, em fator de legalidade. 
 
Reforçando o citado tripé, o inciso IV o utiliza para demonstrar aos servidores 
públicos o dever que possuem na correta aplicação do orçamento público, por 
meio de condutas morais, éticas, legais e honestas. 
 
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a 
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio 
bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o 
êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior 
patrimônio. 
 
Costumo dizer que este inciso tem mais caráter motivacional do que 
regulamentador. Mas, é claro, que deve ser observado pelos servidores 
públicos. 
 
VI – A função pública deve ser tida como exercício profissional 
e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor 
público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-
dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu 
bom conceito na vida funcional. 
 
Aqui o Código extrapola os limites físicos das repartições públicos e busca 
mostrar aos servidores que, por mais que esteja vivendo em sua esfera 
privada, sua conduta poderá influenciar e interferir, positiva ou negativamente, 
seu conceito na esfera funcional. 
 
VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações 
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração 
Pública, a serem preservados em processo previamente 
declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer 
ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, 
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem 
comum, imputável a quem a negar. 
 
O inciso VII reforça a total abrangência do princípio constitucional da 
publicidade, ressalvando, é claro, os casos onde tal divulgação dos atos da 
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administração poderão comprometer interesses estatais maiores (manutenção 
da segurança nacional e eficácia das investigações policiais, dentre outros). 
 
Sabemos que não há necessidade de nenhuma norma infraconstitucional 
reforçar o que nossa Lei Maior determina, mas neste ponto, o legislador quis 
externar o revestimento de moralidade a tal publicidade, sob pena, na omissão, 
de comprometimento ético dos atos praticados contra o bem comum. 
 
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode 
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da 
própria pessoa interessada ou da Administração Pública. 
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder 
corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que 
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais 
a de uma Nação. 
 
Vejam quantas disposições foram compiladas neste inciso VIII: 
� Direito à verdade assegurado a todos; 
� Condutas proibidas ao servidor, relacionadas ao direito à verdade: 
� Omitir a verdade, 
� Falsear a verdade; 
� Orientação visando banir os hábitos nocivos: 
� Do erro, 
� Da opressão e 
� Da mentira. 
 
Percebam, ainda, a importante do direito à verdade, que não pode ser 
contrariado nem em favor de interesses da própria Administração Pública. É 
claro, como não poderia deixar de ser, este dispositivo não é absoluto. Afinal, 
acabamos de estudar casos onde deve haver um sigilo em prol de direitos 
superiores, como, por exemplo, a segurança nacional. 
 
Resgatando disposições da Lei 8.112/1990, também encontramos correlação 
com este inciso: 
Art. 116. São deveres do servidor: 
[...] 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, 
ressalvadas as protegidas por sigilo; 
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Por fim, o inciso faz menção à dignidade humana. Vamos, então, relembrar a 
posição em nosso ordenamento jurídico deste importante elemento: 
 
Dignidade humana: Um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito 
Brasileiro, conforme art. 1º de nossa CF/1988. Relembrem todo dispositivo 
constitucional: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. (grifos meus) 
 
 
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados 
ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar 
mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou 
indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma 
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio 
público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não 
constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações 
ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que 
dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus 
esforços para construí-los. 
 
Podemos dizer que o inciso IX guarda correlação com o art. 116 VII da Lei 
8.112/1990, confiram comigo: 
 
Art. 116. São deveres do servidor: 
[...] 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio 
público; 
 
 
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Quero muito que todos vocês estejam afiados quanto aos deveres e proibições 
dos servidores públicos civis da União (daqui a pouco traremos o art. 117): 
 
Título IV - Do Regime Disciplinar 
Capítulo I - Dos Deveres 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I. exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II. ser leal às instituições a que servir; 
III. observar as normas legais e regulamentares; 
IV. cumprir as ordens superiores, exceto quando 
manifestamente ilegais; 
V. atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações 
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de 
direito ou esclarecimento de situações de interesse 
pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI. levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do 
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando 
houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento 
de outra autoridade competente para apuração; 
VII. zelar pela economia do material e a conservação do 
patrimônio público; 
VIII. guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX. manter conduta compatível com a moralidade 
administrativa; 
X. ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI. tratar com urbanidade as pessoas; 
XII. representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será 
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade 
superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao 
representando ampla defesa. 
 
 
 
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j) Desviar servidor público para atendimento a interesse 
particular; 
m) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito 
interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, 
de amigos ou de terceiros; 
 
Conforme disse, favor percorrerem, atentamente, os incisos do art. 117 da Lei 
8.112/1990 (Proibições), para novo contato com a norma, para constatação da 
correlação entre o Regime Jurídico Único e o presente Código de Ética e para 
memorização do texto legal: 
 
Título IV - Do Regime Disciplinar 
Capítulo II - Das Proibições 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
I. ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia 
autorização do chefe imediato; 
II. retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, 
qualquer documento ou objeto da repartição; 
III. recusar fé a documentos públicos; 
IV. opor resistência injustificada ao andamento de 
documento e processo ou execução de serviço; 
V. promover manifestação de apreço ou desapreço no 
recinto da repartição; 
VI. cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos 
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de 
sua responsabilidade ou de seu subordinado; 
VII. coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a 
associação profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII. manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de 
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o 
segundo grau civil; 
IX. valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de 
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; 
X. participar de gerência ou administração de sociedade 
privada, personificada ou não personificada, exercer o 
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou 
comanditário; 
XI atuar, como procurador ou intermediário, junto a 
repartições públicas, salvo quando se tratar de 
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes 
até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XII. receber propina, comissão, presente ou vantagem de 
qualquer espécie, em razão de suas atribuições;ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO PARA TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL 
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XIII. aceitar comissão, emprego ou pensão de estado 
estrangeiro; 
XIV. praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV. proceder de forma desidiosa; 
XVI. utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em 
serviços ou atividades particulares; 
XVII. cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo 
que ocupa, exceto em situações de emergência e 
transitórias; 
XVIII. exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis 
com o exercício do cargo ou função e com o horário de 
trabalho; 
XIX. recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando 
solicitado. 
 
 
DAS COMISSÕES DE ÉTICA15 
 
XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública 
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em 
qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas 
pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, 
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional 
do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio 
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação 
ou de procedimento susceptível de censura. 
 
Vejam que este exigência normativa é destinada a órgãos e entidades da 
Administração Pública Federal: 
� Direta, 
� Indireta autárquica e fundacional ou 
� Qualquer que exerça atribuições delegadas pelo poder público; 
 
Estes entes estatais deverão criar suas Comissões de Ética. 
 
XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos 
encarregados da execução do quadro de carreira dos 
servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito 
de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais 
procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
 
15 Os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XV encontram-se revogados pelo Decreto nº 6.029/2007 
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As Comissões de Ética terão, entre outras, as seguintes atribuições, já somadas 
com as disposições do inciso XVIII ao XVI, encontramos: 
 
� Orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento 
com as pessoas e com o patrimônio público, 
 
� Conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de 
censura. 
 
� Fornecer aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira 
dos servidores os registros sobre sua conduta ética. 
 
Ao analisarmos o Decreto nº 6.029/2007, que “institui Sistema de Gestão da 
Ética do Poder Executivo Federal, e dá outras providências”16, traremos outras 
disposições acerca destas Comissões de Ética. 
 
Este Decreto revogou os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV deste Código 
de Ética e estabeleceu a forma de composição e as atribuições das Comissões 
de Ética. 
 
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de 
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do 
respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, 
com ciência do faltoso. 
 
 
Censura: 
 
A pena de Censura traz similaridade com a da Advertência, sendo que a 
Censura pode ser verbal ou escrita e a segunda, na grande maioria das vezes, 
deve ser formalmente registrada por escrito. 
 
Podemos dizer que a censura é uma pena disciplinar, compreendida na 
repreensão oficial da conduta do infrator. 
 
 
16 Ementa do Decreto Federal nº 6.029/2007 
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Processo tem que ser decidido: As Comissões de Ética não poderão escusar-
se de proferir decisão sobre matéria de sua competência alegando omissão dos 
respectivos Códigos. 
Deverá, caso existente tal omissão, supri-la por analogia e invocação aos 
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
Dúvidas das Comissões: poderão ser resolvidas através de consultas a: 
� À área jurídica do próprio órgão ou entidade; 
� À CEP, que deverá respondê-las sobre aspectos éticos. A CEP também 
deverá responder a consultas de cidadãos e servidores que venham a ser 
indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo CCAAF. 
 
Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão tratamento 
prioritário às solicitações de documentos necessários à instrução dos 
procedimentos de investigação instaurados pelas Comissões de Ética . 
 
Autoridades competentes não poderão alegar sigilo para deixar de prestar 
informação solicitada pelas Comissões de Ética. 
 
A infração de natureza ética cometida por membro de Comissões de Ética 
(exceto da CEP) será apurada pela Comissão de Ética Pública. 
 
As normas dos Códigos, aqui abordados, aplicam-se, no que couber, às 
autoridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando em gozo de 
licença. 
----------------------- X ----------------------- 
Futuro Servidor Concursado do INSS, 
 
Com esta base teórica, podemos nos aventurar a encarar um “Simulado 
do Código de Ética”, que comporá nossa próxima Aula, que será 
disponibilizada junto com a presente aula. 
 
Abraços, bons estudos e mãos à obra! 
Prof. Henrique Campolina 
Fevereiro/2015 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO PARA TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL 
DO INSS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
Aula 01 
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 31 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. O Princípio Constitucional da Igualdade. Belo 
Horizonte: Lê, 1991. 
 
Wikipédia18 – Enciclopédia Livre (www.wikipedia.com.br) 
 
Dicionário Online Michaelis (www.michaelis.uol.com.br) 
 
 
18 Apesar de ser um “sítio livre”, com diversas informações não confiáveis, só trarei transcrições dessa 
fonte após confirmar a correção, veracidade e adequação de seu conteúdo para nossa preparação.

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