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Prof. CRISTIANE CORDEIRO MACHADO– DIREITO PENAL i TEORIA DO CRIME Sistema dualista/binário Infração penal Crime ou delito Convenção penal CRIME Tipo de pena privativa imposta. Reclusão/detenção/e/ou multa (art. 33 do CP). Tipo de ação penal Privada/pública incond./cond.(art.100 do CP) CONTRAVENÇÃO Tipo de pena privativa imposta. Prisão simples ou multa (Art. 6º LCP). Tipo de ação penal Pública incondicionada (art. Art. 17 da LCP) CRIME Punibilidade da tentativa È punível nos termos do art. 14 do CP Extraterritorialidade da lei penal Pune crime cometido fora do Brasil (art. 7º do CP). CONTRAVENÇÃO Punibilidade da tentativa Não é punível a tentativa (art. 4º LCP). Extraterritorialidade da lei penal A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional (art. 2 da LCP). CRIME Competência para julgamento Competência estadual/federal Limites de pena 30 anos (art. art. 35 do CP) CONTRAVENÇÃO Competência para julgamento é de competência exclusiva da estadual, salvo foro por prerrogativa de função. Limites de pena 5 anos (art. 10 da LCP) Art. 77 CP. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 anos, poderá ser suspensa, por 2 a 4 anos, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código CRIME Período de prova no sursi Cabe pelo prazo de 2 a 4 anos (art. 77) CONTRAVENÇÃO Período de prova no sursi Cabe pelo período de 1 a 3 anos (art. 11 da LCP). CONCEITO de CRIME Conceito formal: crime pode ser definido como todo fato humano que, propositada ou descuidadamente, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social. CONCEITO de CRIME Conceito material: mera subsunção da conduta ao tipo legal e, portanto, considera-se infração penal tudo aquilo que o legislador descrever como tal, pouco importando o seu conteúdo. CONCEITO DE CRIME O conceito analítico leva em consideração os elementos que compõe a estrutura infração penal, prevalecendo: fato típico, ilícito e culpável. Classificação doutrinária: Crime doloso: previsão legal art. 18 do CP: “doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”. É a vontade livre e consciente de realizar ou aceitar realizar a conduta prevista do tipo penal incriminador. Crime culposo previsto no art. 18, II do CP: “culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.” Consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito não querido ou aceito pelo agente. Crime comum São os delitos que podem ser cometidos por qualquer pessoa. Ex: homicídio, roubo, falsificação. Crime próprio São os crimes que exigem sujeito ativo especial ou qualificado, isto é, somente podem ser praticados por determinadas pessoas. Qualidade de fato: mulher no ato aborto. Qualidade de direito: referentes à lei, funcionário público, testemunha. Admite a participação e a coautoria Crimes de mão própria ou de atuação pessoal : Só podem ser cometidos pelo sujeito em pessoa, não havendo coautoria, somente participação. São crimes próprios que exigem sujeito ativo qualificado. Ex. reingresso de estrangeiro (art.338 do Cód. Penal), falso testemunho, falsa perícia (art. 342 do Cód. Penal), infanticídio (art. 123 do CP). Só admite a participação. Crime de dano Consumam-se com a necessária e efetiva lesão do bem jurídico tutelado. Ex: homicídio, furto, dano. Crime de perigo A consumação se dá com a simples possibilidade de dano (art. 273 do Código Penal - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais; art. 132 do Código Penal - perigo de vida). Crime de perigo A consumação se dá com a simples possibilidade de dano (art. 273 do Código Penal - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais; art. 132 do Código Penal - perigo de vida). Crime de perigo Classificam-se em: a - crime de perigo concreto: quando a lei exige uma situação de efetivo perigo; Ex: crime de maus-tratos (art. 136). b - crime de perigo abstrato: a situação de perigo é presumida. Ex: quadrilha ou bando (art.288 do Cód. Penal); Questão: Magistratura Federal – 5ª Região. Data de aplicação: 23/06/2009/ Cespe/UnB Subdividem-se os crimes de perigo em crimes de perigo concreto e crimes de perigo abstrato, diferenciando-se um do outro porque naqueles há a necessidade da demonstração da situação de risco sofrida pelo bem jurídico penal protegido, o que somente pode ser reconhecível por uma valoração subjetiva da probabilidade de superveniência de um dano. Por outro lado, no crime de perigo abstrato, há uma presunção legal do perigo, que, por isso, não precisa ser provado Gabarito: correto! Crime material Crime só se consuma com a produção do resultado naturalístico, com a morte no homicídio, subtração para o furto. Crime formal O tipo não exige a produção do resultado para a consumação do crime, embora seja possível sua ocorrência. O resultado naturalístico é irrelevante para que a infração penal se consume. Ex. ameaça, extorsão mediante sequestro. São também chamados de incongruentes, de consumação antecipada ou evento naturalístico cortado.. Crime de mera conduta Não existem nenhum resultado que provoque modificação do mundo concreto. Ex.: violação de domicílio (art. 150 do Cód. Penal), desobediência (art. 330 do Cód. Penal). Portar droga (art. 33 da Lei 11;343/06). Crime comissivo É o praticado por meio de ação. Ex.: homicídio, lesão corporal Crime omissivo É o praticado por meio de uma omissão. Ex. art.135 do Cód. Penal - deixar de prestar assistência. Classifica-se próprio e impróprio Crime omissivo próprio Não existe dever jurídico de agir. O agente não responde pelo resultado, mas apenas por sua conduta omissiva (art. 135 a 269 do Cód. Penal). Crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão O omitente tem o dever jurídico de agir, de evitar o resultado- art. 13, § 2o do Cód. Penal. Ex.: mãe que deixa de amamentar o filho, fazendo com que ele morra de inanição dever-jurídico); salva - vidas que, na posição de garantidor deixa o banhista morrer afogado: ambos podem responder por homicídio e não por simples omissão de socorro. Crime de conduta mista Em que o tipo legal descreve uma fase inicial ativa e uma fase final omissiva. Ex: apropriação de coisa achada (art. 169. § único do Código Penal). Crime instantâneo Consuma-se em um dado instante, sem continuidade no tempo. Ex.: homicídio. Crime permanentes O momento consumativo se protrai (alonga-se, prolonga) no tempo e o bem jurídico e continuadamente agredido – Ex. sequestro - art. 148 do Cód. Penal. A cessação da situação ilícita depende apenas da vontade do agente. Crime instantâneo de efeito permanente Consuma-se em dado instante, mas seus efeitos se perpetuam no tempo independe da vontade do agente (homicídio). Parcelamento do solo urbano, fraude para obter financiamento. Crime a prazo A consumação depende de um determinado lapso (tempo), art. 129, § 1o , I do Cód. Penal - lesão corporal por mais de 30 dias. Crime principal: existe independentemente de outros (furto). Crime acessório: depende de outro crime para existir (receptação, favorecimento pessoal, lavagem de dinheiro). Crime complexo Resulta da fusão de dois ou mais tipos penais. Ex. latrocínio= roubo + homicídio; estupro qualificado pelo resultado= estupro+ morte; extorsão mediante sequestro= extorsão + sequestro. Crime putativo Imaginário ou erroneamente suposto: o agente pensa que cometeu um crime, mas, na verdade, realizou um irrelevante penal. Crime putativo Delito putativo por erro de tipo, que é o crime impossível pela impropriedade absoluta do objeto, como no caso da mulher que ingere substância abortiva, pensando estar grávida; Crime putativo Delito putativo por erro de proibição, quando o agente pensa estar cometendo algo injusto, mas pratica uma conduta perfeitamente normal, como é o caso do boxeador que, após nocautear seu oponente, pensa ter cometido algo ilícito; Crime putativo Delito putativo por obra do agente provocador, conhecido também como delito de ensaio, delito de experiência ou delito de flagrante preparado, no qual não existe crime por parte do agente induzido, ante a ausência de espontaneidade (Súmula 145 do STF). Súmula 145 do STF Preparação do Flagrante pela Polícia que Torna a Consumação Impossível “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Crime falho É o nome que se dá a tentativa perfeita ou acabada em que se esgota a atividade executória sem que tenha produzido o resultado. Ex: atirador que descarrega sua arma de fogo sem atingir a vítima. Crime unissubsistente: é o que se perfaz com um único ato. Ex. injuria verbal. Não admite tentativa. Crime plurissubsistente: é aquele que exige mais de um ato para sua realização. Ex: estelionato, art. 171 do Cód. Penal. Crime vago É aquele que tem por sujeito passivo entidade sem personalidade jurídica, como a família, o público, a sociedade etc. Ex. ato obsceno, art. 233 do Cód. Penal. Crime de ação múltipla ou conteúdo variado É aquele em que o tipo penal descreve várias modalidades de realização do crime. Ex. tráfico de drogas, art. 33°, da Lei 11.343/06; induzimento ou auxílio ao suicídio, art. 122 do CP). Crime habitual e profissional É o praticado por uma reiteração de atos que revelam um estilo de vida do agente. Consuma-se com a habitualidade da conduta. Ex.: curandeirismo. Quando o agente pratica as ações com intenção de lucro, fala-se em crime profissional. Ex.: rufianismo. Crime funcional É o cometido por funcionário público. Crime funcional próprio - que só pode ser cometido por funcionário público. Crime funcional impróprio - é o que pode ser cometido também pelo particular, mas com outro nome jurídico. Ex: apropriação indébita (praticado por particular), peculato (praticado por funcionário público). Crime a distancia A execução do crime dá-se em um país e o resultado em outro. Crime de injúria escrita em carta de São Paulo e remetida para Londres. Teoria da ubiquidade. Delito transeunte: Transeunte é o que NÃO deixa vestígios. Ex. calúnia, injuria, desacato, cometido verbalmente. Delito não transeunte: é o que deixa vestígios. Ex.: homicídio, lesão corporal. Exige exame de corpo de delito Crime multitudinário Cometido por influência de multidão em tumulto (linchamento). Sujeito ativo do crime É o autor da infração penal. É a pessoa humana que pratica a figura típica descrita na lei, isolada ou conjuntamente com outros autores. Capaz e com 18 anos completos. ??Pessoa jurídica pode praticar crime?? Art. 225 da CF/88 “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. Lei 9.605/98 “Art. 3º “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.” Posicionamentos 1ª corrente: A pessoa jurídica não pode praticar crimes nem ser responsabilizado penalmente. A empresa é uma ficção jurídica, um ente virtual desprovido de consciência e vontade. Posicionamentos 2ª Corrente: Apenas pessoa física pratica crime. Entretanto nos crime ambientais, havendo relação objetiva entre o autor do fato típico e ilícito e a empresa admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica. posicionamentos 3ª Corrente: A pessoa jurídica é um ente autônomo e distinto dos seus membros dotado de vontade própria. Pode cometer crimes ambientais e sofrer punições penais. A CF/88 autorizou a responsabilidade do ente coletivo. Deve-se haver as adaptações do juízo de culpabilidade para adequá-lo às características da pessoa jurídica criminosa. Sujeito passivo do crime Sujeito passivo: pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. Podem ser pessoa física ou jurídica ou mesmo a coletividade, família nos crimes vagos. Sujeito passivo constante ou formal: é o Estado titular do mandamento proibitivo lesado pela conduta do sujeito ativo, é vitima formal de todo ou qualquer crime. Sujeito passivo eventual: é o titular do bem tutelado, o homem em caso de homicídio; administração pública nos crimes contra a ADM; coletividade nos crimes contras os mortos... Sujeito passivo eventual: é o titular do bem tutelado, o homem em caso de homicídio; administração pública nos crimes contra a ADM; coletividade nos crimes contras os mortos... MORTO NÃO É TITULAR DE DIREITO, NÃO É SUJEITO PASSIVO DE CRIME. NO ENTANTO, PUNE-SE DELITOS CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS (ART. 209 A 212 do CP) sujeito passivo - a coletividade. Art. 138, §2º, CP – calúnia ao morto) sujeito passivo a família ANIMAIS NÃO SÃO VÍTIMAS DE CRIME E SIM OBJETO MATERIAL DO DELITO. NOS CRIMES DE FURTO E DANO O SUJEITO PASSIVO É O DONO DO ANIMAL, JÁ EM CRIMES AMBIENTAIS É A COLETIVIDADE. OBJETO MATERIAL DO CRIME É A PESSOA OU COISA SOBRE A QUAL RECAI A CONDUTA CRIMINOSA. OBJETO JURÍDICO DO CRIME REVELA O INTERESSE TUTELADO PELA NORMA, O BEM JURÍDICO PROTEGIDO PELO TIPO PENAL OBJETO JURíDICO DO CRIME REVELA O INTERESSE TUTELADO PELA NORMA, O BEM JURÍDICO PROTEGIDO PELO TIPO PENAL HOMICIDIO FURTO PECULATO FALSO TESTEMUNHO SUJEITO ATIVO PESSOA FISICA CAPAZ COM 18 ANOS PESSOA FISICA CAPAZ COM 18 ANOS FUNCIONÁRIO PÚBLICO SÓ TESTEMUNHA,PERITO, CONTADOR OU INTÉRPREDE SUJEITO PASSIVO CONSTANTE ESTADO ESTADO ESTADO ESTADO SUJEITO PASSIVO EVENTUAL PESSOA MORTA PESSOA FISICAOU JURIDICA DESFALCADA ESTADO E EVENTUAL PARTICULARLESADO ESTADO E EVENTUAL PARTICULARLESADO OBJETO MATERIAL OBJETO JURÍDICO VIDA COISA SUBTRAÍDA PATRIMÔNIO DINHEIRO VALO OU QUALQUER OUTRO BEM MÓVEL EM ESPECIAL A REGULARIDADE DAS ATIVIDADE E A MORALIDADE DA ADM PÚBLICA NÃO TEM O PRESTÍGIO DA ADM. DA JUSTIÇA conduta fato típico resultado: nexo causal Crime tipicidade antijurídico CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL EXERCICIO REGULAR DE UM DIREITO ESTADO DE NECESSIDADE culpável IMPUTABILIDADE PONTECIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA dolo/culpa/preterdolo/erro de tipo/ação e omissão Naturalístico Jurídico/normativo Causas absolutamente independente Causas relativamente independente formal/material LEGITIMA DEFESA
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