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Materiais de 
Construção Civil
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Ernesto Silva Fortes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Tecnologia do Concreto
• Introdução;
• Características Básicas do Concreto;
• Tipos de Concreto;
• Dosagem do Concreto;
• Preparo e uso do Concreto;
• Transporte do Concreto;
• Fatores que Influem nas Propriedades do Concreto.
 · Apresentar as características básicas do concreto utilizado em es-
truturas de concreto armado, conforme as especificações da nor-
malização brasileira e os conhecimentos específicos e aprofunda-
dos sobre gerenciamento das atividades de preparo, aplicação e 
controle da qualidade dos concretos, seus derivados e insumos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Tecnologia do Concreto
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Tecnologia do Concreto
Introdução
Ainda que esteja disponível a utilização de diversos materiais para a Construção 
Civil, notadamente, o concreto é considerado o mais utilizado no mundo. 
Segundo Mehta e Monteiro (2014), tendo como principais razões para esse 
grandioso volume a excelente resistência do concreto à água, tornando-o ideal para 
a construção de estruturas para controle, armazenamento e transporte de água, 
a facilidade com a qual elementos estruturais de concreto podem ser obtidos por 
meio de uma variedade de formas e tamanhos; e o baixo custo aliado a uma rápida 
disponibilidade do material para a obra.
Dada a importância de garantir a qualidade da estrutura executada em con-
creto, várias normas técnicas foram e têm sido elaboradas com o propósito 
de nortear a boa execução e o controle tecnológico, tais como a ABNT NBR 
12655:2015, a ABNT NBR 5738:2015, a ABNT NBR 5739:2018, a ABNT 
NBR 8953:2015 e a ABNT NBR 6118:2014, apenas para citar algumas.
Um controle tecnológico dos materiais é imprescindível para certificar o desempe-
nho das estruturas, garantindo a longevidade e atestando o padrão de qualidade esta-
belecido pelo projeto e pelas normas técnicas (ABNT NBR 12655:2015). É a partir 
desse controle que se pode prever ou detectar “não conformidades” e viabilizar, caso 
se faça necessário, intervenções corretivas nas estruturas em questão.
O concreto para fins estruturais deve ter definidas todas as características e 
propriedades de maneira explícita, antes do início das operações de concretagem, 
conforme recomendações da NBR 12655:2015 – Preparo, controle, recebimento e 
aceitação do concreto de cimento Portland.
Características Básicas do Concreto
De acordo com Neville (2013), o estado fresco do concreto é considerado a 
partir do instante da sua produção até o seu lançamento nas formas. Nesse esta-
do o concreto deve apresentar boa consistência, permitindo o adensamento do 
concreto, e boa coesão para ser transportado e lançado nas formas, sem sofrer 
segregação, ou seja, nesse estado o concreto deve apresentar uma trabalhabilida-
de adequada ao fim a que se destina.
De acordo com o autor, resistência à compressão adequada é considerada a prin-
cipal exigência do concreto no estado endurecido, e se deve ao fato de a resistência 
ser uma propriedade que pode ser medida com facilidade e utilizada como controle de 
que o concreto empregado na obra atende às especificações contratadas.
A mistura em proporção adequada de cimento, agregados, água e, em alguns 
casos, adições e/ou aditivos, resulta num material de construção, o concreto, 
cujas características diferem substancialmente daquelas apresentadas pelos ele-
mentos que o constituem. 
8
9
Os concretos utilizados no Brasil, de massa específica normal das classes do 
grupo I, indicadas na NBR 8953, são: C10, C15, C20, C25, C30, C35, C40, C45 
e C50. Os números indicadores da classe representam a resistência à compressão 
característica especificada para a idade de 28 dias, em MPa. 
O valor mínimo da resistência à compressão deverá ser de 20 MPa para con-
cretos apenas com armadura passiva e 25 MPa para concretos com armadura 
ativa. O valor de 15 MPa poderá ser usado apenas em fundações, conforme a 
NBR 6122, e em obras provisórias.
Conforme especificações da ABNT NBR 6118:2014, destacam-se aqui as 
principais características e propriedades do material concreto, incluindo aspectos 
relacionados à sua utilização.
Massa específica
Normalmente, são considerados concretos aqueles que, depois de secos em estu-
fa, têm uma massa específica, ρ, compreendida entre 2000 kg/m3 e 2800 kg/m3. 
Em não se conhecendo a massa específica real, para efeito de cálculo, pode-
-se adotar para o concreto simples ρc = 2400 kg/m3 e para o concreto armado 
ρc = 2500 kg/m3.
Quando se conhece a massa específica do concreto utilizado, pode-se consi-
derar para valor da massa específica do concreto armado a do concreto simples, 
acrescida de 100 a 150 kg/m3.
Propriedades mecânicas
As principais propriedades mecânicas do concreto são: resistência à compres-
são, resistência à tração e módulo de elasticidade. Essas propriedades são deter-
minadas a partir de ensaios, executados em condições específicas. Geralmente, os 
ensaios são realizados para controle da qualidade e atendimento às especificações.
Resistência à compressão
As prescrições referem-se à resistência à compressão são obtidas em ensaios 
de cilindros moldados, segundo a NBR 5738:2015, e realizados de acordo com a 
NBR 5739:2018. 
Quando não for indicada a idade, as resistências referem-se à idade de 28 dias. 
A estimativa da resistência à compressão média, fcmj, correspondente a uma resis-
tência fckj especificada, e deve ser feita conforme indicado na NBR 12655:2015.
A evolução da resistência à compressão com a idade deve ser obtida por meio 
de ensaios especialmente executados para tal. Na ausência desses resultados expe-
rimentais, pode ser adotados os valores indicados na Tabela 1.
9
UNIDADE Tecnologia do Concreto
Tabela 1 – Relações fcj/fc, admitindo cura úmida em temperatura de 21 a 30º.C.
Cimento portland
Idade (Dias)
3 7 14 28 60 90 120 240 360 720
CP III
0,46 0,68 0,85 1 1,13 1,18 1,21 1,28 1,31 1,36
CP IV
CP I
0,59 0,78 0,9 1 1,08 1,12 1,14 1,18 1,2 1,22
CP II
CP V 0,66 0,82 0,92 1 1,07 1,09 1,11 1,14 1,16 1,17
CP I cimento comum, CP II cimento composto, CP III cimento de alto forno, 
CP IV cimento pozolânico, CPV cimento de alta resistência inicial.
Fonte: Neville, 2015
Resistência à tração
Os conceitos relativos à resistência do concreto à tração direta, fct, são análogosaos expostos no item anterior, para a resistência à compressão; portanto, 
tem-se a resistência média do concreto à tração, fctm, valor obtido da média 
aritmética dos resultados, e a resistência característica do concreto à tração, fctk 
ou, simplesmente, ftk, valor da resistência que tem 5% de probabilidade de não 
ser alcançado pelos resultados de um lote de concreto.
A diferença no estudo da tração encontra-se nos tipos de ensaio. Há três norma-
lizados: tração direta, compressão diametral e tração na flexão, ilustrados nas 
Figuras 1, 2, 3 e 4, respectivamente. 
15 cm
FtFt
30 cm
60 cm
9 cm
Figura 1 – Ensaio de tração direta
Fonte: Mehta e Monteiro, 2014
CARGA
Talisca de
Madeira
(3 mm × 25 mm)
Barra de aço suplementar
Carpo-de-prova cilíndrico
(15 cm × 30 cm)
Plano de ruptura à tração
Base de apoio da
máquina de ensaio
Figura 2 – Ensaio de tração na compressão diametral (spliting test)
Fonte: Mehta e Monteiro, 2014
10
11
Tração Compressão
Tensão × �LD/2P
Di
stâ
nc
ia
 a 
pa
rti
r d
o t
op
o
0
D/6
D/3
D/2
2D/3
5D/6
D
2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 10
Figura 3 – Distribuição de tensão no corpo de prova
Fonte: Mehta e Monteiro, 2014
D = L/3 Corpo-de-prova
Extremidade da máquina de ensaio
Vão
L/3 L/3L/3
Barra
de aço
Base de apoio da
máquina de ensaio
Esfera de aço
Estrutura rígida de
carregamento
Elemento de apoio e
aplicação da carga
Esfera de aço
25 mm no mínimo
Figura 4 – Ensaio de tração na flexão
Fonte: Mehta e Monteiro, 2014
A resistência à tração indireta fct,sp e a resistência à tração na flexão fct,f 
devem ser obtidas de ensaios realizados segundo a NBR 7222:2011 e a NBR 
12142:2010, respectivamente. 
A resistência à tração direta fct pode ser considerada igual a 0,9fct,sp ou 0,7fct,f 
ou, na falta de ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f, pode ser avaliada por meio das 
equações (7.1) a (7.3):
11
UNIDADE Tecnologia do Concreto
fctm = 0,3 x fck ^ 
fctm e fck em MPa (7.1)
fctk,inf = 0,7 fctm (7.2)
fctk,sup = 1,3 fctm (7.3) 
Módulo de elasticidade
Outro aspecto fundamental no projeto de estruturas de concreto consiste na 
relação entre as tensões e as deformações. Sabe-se da Resistência dos Materiais 
que a relação entre tensão e deformação, para determinados intervalos, pode ser 
considerada linear (Lei de Hooke), ou seja, σ = E ε, sendo σ a tensão, ε a deforma-
ção específica e o Módulo de Elasticidade ou Módulo de Deformação Longitudinal.
�
�
EEE
Figura 5 – Módulo de elasticidade ou de deformação longitudinal
Fonte: NBR 6118:2014
Coeficiente de Poisson
Quando uma força uniaxial é aplicada sobre uma peça de concreto, resulta 
uma deformação longitudinal na direção da carga e, simultaneamente, uma de-
formação transversal com sinal contrário, ilustrada na Figura 6.
F
Figura 6 – Deformações longitudinais e transversais
Fonte: Neville, 2013
2
3
12
13
Segundo especificações da NBR 6118:2014, Para tensões de compressão 
menores que 0,5fc e tensões de tração menores que fct, o coeficiente de Poisson 
ν pode ser tomado como igual a 0,2.
Deformações
As deformações do concreto dependem, essencialmente, de sua estrutura in-
terna. A contração térmica é de maior importância nos elementos de grande 
volume de concreto. Sua magnitude pode ser controlada por meio do coeficiente 
de expansão térmica do agregado, consumo e tipo de cimento e da temperatura 
dos materiais constitutivos do traço do concreto.
Estrutura interna do concreto
O concreto tem uma estrutura interna altamente complexa e heterogênea, sen-
do esta a dificuldade de sua compreensão. Entretanto, o conhecimento da estrutu-
ra e das propriedades individuais dos materiais constituintes e da relação entre eles 
auxilia a compreensão das propriedades dos vários tipos de concreto (MEHTA; 
MONTEIRO, 2014). Por isso o concreto é dividido em três constituintes:
• Pasta de cimento hidratada;
• Agregado;
• Zona de transição na interface entre a pasta de cimento e o agregado.
A fase agregado é a principal responsável pela massa unitária, pelo módulo de 
elasticidade e pela estabilidade dimensional. Essas propriedades do concreto de-
pendem, principalmente, da densidade e da resistência do agregado que, por sua 
vez, são determinadas mais por suas características físicas do que pelas químicas.
De acordo com Neville (2013), a pasta de cimento hidratada é resultado das 
complexas reações química do cimento com a água. A hidratação do cimento 
evolui com o tempo, o que resulta em diferentes fases sólidas, vários tipos de 
vazios e água em diferentes formas. 
Segundo o autor, as quatro principais fases sólidas são:
• Silicato de cálcio hidratado (C-S-H), parte resistente da pasta;
• Hidróxido de cálcio (CH), parte frágil da pasta;
• Sulfo aluminato de cálcio;
• Grão de clinquer não hidratado.
Os vazios presentes na pasta de cimento hidratada são classificados de acordo 
com o tamanho:
• Espaço interlamelar no C-S-H, que são os menores vazios;
• Vazios capilares, espaço entre os componentes sólidos da pasta;
13
UNIDADE Tecnologia do Concreto
• Ar incorporado, que são os maiores vazios, só superados pelos relativos ao
• Ar aprisionado, que ocupam os maiores vazios.
A classificação da água presente na pasta de cimento hidratada é baseada no 
grau de dificuldade ou de facilidade com que pode ser removida. São elas, na ordem 
crescente de dificuldade de remoção:
• Água capilar ou água livre;
• Água adsorvida;
• Água interlamelar;
• Água quimicamente combinada.
A zona de transição, na interface das partículas grandes de agregado e da 
pasta de cimento, embora composta pelos mesmos elementos que a pasta de ci-
mento hidratada, apresenta propriedades diferentes da matriz. Esse fato se deve, 
principalmente, ao filme de água formado em torno das partículas de agregado, 
que alteram a relação água/cimento nessa região, formando uma estrutura mais 
porosa e menos resistente (MEHTA; MONTEIRO, 2014).
Tipos de Concreto 
Os concretos para fins estruturais são classificados pela massa específica, 
por grupos de resistência e consistência, segundo as prescrições da ABNT 
NBR 8953:2015.
De acordo com Neville (2013), o concreto no seu estado fresco permite ser 
moldado nas mais diversas formas, texturas e finalidades. Contudo, um concreto 
com qualidade necessita de diversos cuidados, que vão desde a escolha de mate-
riais, a elaboração do projeto de dosagem (traço), que garanta as propriedades 
informadas ao cliente e a homogeneização da mistura por meio dos caminhões 
betoneiras, até sua correta aplicação, o adensamento realizado de forma adequa-
da e a cura correta da estrutura, resultando, assim, num produto de qualidade que 
atenderá a situações específicas, dependendo das exigências que forem expostas. 
Conforme definidas na ABNT NBR 12655:2014 e apresentadas em Neville 
(2013), existe uma grande variedade de tipos de concreto e cada um atende a um 
tipo de exigência nas construções. Dentre os principais, pode-se citar:
a) Concreto convencional – Utilizado na maioria das obras civis, deve 
ser lançado nas fôrmas por método convencional (carrinhos de mão, 
gruas etc.). O concreto convencional é de consistência seca e sua 
resistência varia de 5,0 em 5,0MPa, a partir de 10,0 até 40,0MPa. 
É aplicado em obras civis, industriais e em peças pré-moldadas.
14
15
As vantagens são: aumento da durabilidade e qualidade final da obra, 
redução dos custos da obra e redução no tempo de execução;
b) Concreto de alto desempenho – Normalmente, elaborado com adições 
minerais tipo sílica ativa e metacaulim e aditivos superplastificantes. Os 
concretos assim obtidos possuem excelentes propriedades. São aplicados 
em obras civis especiais, hidráulicas em geral e em recuperações. 
As vantagens são: aumento da durabilidade e da vida útil das obras; 
redução dos custos da obra e melhor aproveitamento das áreas disponíveis 
para construção;
c) Concreto bombeável – Utilizado na maioria das obras civis, sua dosa-
gem é apropriada para utilização em bombas de concreto, evitando se-gregação e perdas de material. Sua resistência varia de 5,0 em 5,0MPa, 
a partir de 10,0 até 40,0MPa. É aplicado em obras civis em geral, obras 
industriais e peças pré-moldadas. 
As vantagens são: aumento da durabilidade e qualidade final da obra; 
redução dos custos da obra e redução no tempo de execução;
d) Concreto de alta resistência inicial – Como o próprio nome diz, o 
concreto de alta resistência inicial possui resistência superior ao con-
vencional à compressão como, por exemplo, de 149Mpa aos 28 dias. 
É importante ressaltar a importância do agregado para a rigidez e a re-
sistência do concreto, pois a redução da dimensão do agregado graúdo 
ocasiona o ganho de resistência devido ao fortalecimento da zona de 
transição (área de contato entre pasta e agregado). Dessa forma, quan-
to mais alta a resistência a ser alcançada, menor deve ser a dimensão 
máxima do agregado graúdo. No que se refere ao agregado miúdo, a 
preferência, para a fabricação desse tipo de concreto, é de um módulo 
de finura elevado;
e) Concreto de pavimento rígido – O principal requisito exigido para esse 
concreto é a resistência à tração na flexão e ao desgaste superficial. Trata-
-se de um concreto de fácil lançamento e execução. É aplicado em estra-
das e vias urbanas. 
As vantagens são: maior durabilidade; redução dos custos de manu-
tenção e maior luminosidade;
f) Concreto pesado – A característica principal desse tipo de concreto é a 
sua alta densidade, que varia entre 2800 e 4500 kg/m³, obtida com a 
utilização de agregados especiais, normalmente, a hematita. É aplicado 
como contrapeso em gasodutos, hospitais e usinas nucleares; pode ser 
citada a vantagem de ser isolante radioativo;
g) Concreto projetado – Concreto com dimensão máxima característica 
do agregado maior ou igual a 9,5mm, transportado por meio de uma 
15
UNIDADE Tecnologia do Concreto
tubulação e projetado sob pressão sobre uma superfície, com compac-
tação simultânea. É um processo de aplicação de concreto utilizado 
sem a necessidade de formas, bastando apenas uma superfície para o 
seu lançamento. O concreto projetado deve ser dosado, misturado e 
lançado por equipamento de projeção de capacidade mínima de pro-
dução de 10 m³/h. A cada máquina de projeção, corresponde uma 
composição granulométrica ótima, função das dimensões do mangote 
do bico e das pressões de ar e água, entre outros fatores;
h) Concreto leve estrutural – Caracterizam-se concretos leves aqueles 
que apresentam reduzida massa específica quando comparados a con-
cretos convencionais, e essa redução de densidade é obtida por meio 
da incorporação de ar à mistura, seja na argamassa, seja nos agre-
gados (NEVILLE, 2013). Neville (2013) afirma que apenas concretos 
produzidos com agregados leves podem ser usados para aplicação em 
estruturas, ou seja, os concretos dos tipos celular e sem finos não po-
dem ser empregados para tal função e, ao adotar o emprego desse 
material, ocorrem mudanças significativas em algumas propriedades do 
concreto, como resistência mecânica, módulo de deformação, traba-
lhabilidade, condutividade térmica e mudanças na zona de transição do 
agregado com a pasta de cimento;
i) Concreto leve – A densidade desse concreto varia de 400 a 1800kg/m³. 
Os tipos mais comuns são o concreto celular espumoso, o concreto com 
isopor e o concreto com argila expandida. É aplicado em: enchimento e 
regularização de lajes, pisos e elementos de vedação. 
As vantagens são: redução de peso próprio e isolante termo-acústico;
j) Concreto colorido – Concreto normal adicionado de pigmentos es-
peciais, os quais conferem ao concreto várias cores com diferentes 
tonalidades, a saber: amarela, azul, vermelha, verde, marrom e preta. 
É aplicado em pisos, calçadas e fachadas.
As vantagens são: elimina pintura e pode ser usado como marcador 
de áreas específicas;
k) Concreto resfriado com gelo – Trata-se de um concreto cuja quanti-
dade de água é parcialmente substituída por gelo, para atender a condi-
ções específicas de projeto, por exemplo, a retração térmica. É aplica-
do em paredes espessas e grandes blocos de fundação. 
A vantagem é a redução da fissuração de origem térmica;
l) Concreto autoadensável – É o concreto do futuro. Trata-se de um 
concreto de elevada plasticidade. Em alguns casos, pode ter a sua 
reologia controlada com a utilização de aditivos de última geração. 
É aplicado em fundações especiais tipo hélice contínua e paredes 
diafragma, peças delgadas e peças densamente armadas. As vanta-
gens são: maior durabilidade e fácil aplicação, dispensa a utilização 
16
17
total ou parcial de vibradores, redução dos custos com mão de obra e 
energia e maior produtividade no lançamento;
m) Concreto com adição de fibras – Normalmente, elaborado com fibras 
de nylon, polipropileno e aço, dependendo das condições de Projeto. 
Os concretos assim obtidos inibem os efeitos da fissuração por retração. 
Utilizado em obras civis especiais e pisos industriais;
As vantagens são: aumenta a durabilidade das obras quanto à abra-
são e ao desgaste superficial, melhora a resistência à tração do concreto 
e pode ser utilizado em pistas de aeroportos;
n) Concreto impermeável – Trata-se de um concreto com a relação água-
-cimento limitada, normalmente, menor ou igual a 0,55, e dosado com 
um cimento apropriado, tipo portland de alto forno ou pozolânico. É 
aplicado em obras hidráulicas em geral, estações de tratamento d’água 
e esgoto e barragens. 
As vantagens são: aumento da durabilidade da obra e redução dos 
custos de manutenção da obra;
o) Concreto sem finos – A característica principal desse tipo de concreto 
é a sua elevada porosidade. A densidade desse concreto varia de acordo 
com o agregado utilizado: brita, seixo ou argila expandida. É aplicado 
em drenagens e enchimentos e tem a vantagem de ter baixa densidade.
O cimento utilizado para os vários tipos de concreto pode ser o Portland co-
mum ou o Portland de alta resistência inicial que atendam às exigências da ABNT 
NBR 16697:2018 e que cumpre as especificações da NBR 12655:2014.
A dosagem de cimento empregada em concreto projetado é a mesma utilizada 
nos concretos tradicionais, oscilando entre 300 e 375 kg/m3, em alguns casos é 
necessário utilizar dosagens com consumo de cimento de até 500 kg/m3. 
Os aditivos aceleradores de pega, impermeabilizantes ou plastificantes podem 
ser utilizados, na proporção de 2% a 3%, para aumentar a resistência inicial ou 
diminuir a retração.
Dosagem do Concreto
A escolha e a dosagem dos materiais constituintes de um concreto, sem dúvida, 
é uma etapa básica; porém seletiva, e segue as especificações da ABNT NBR 
12655:2015.
De acordo com a mesma norma, a composição do concreto e a escolha dos 
materiais componentes devem satisfazer as exigências estabelecidas na mesma 
norma, para concreto fresco e endurecido, observando: consistência, massa 
específica, resistência, durabilidade, proteção das barras de aço quanto à corrosão 
17
UNIDADE Tecnologia do Concreto
e o sistema construtivo escolhido para a obra. O concreto deve ser dosado a fim 
de minimizar sua segregação no estado fresco, levando-se em consideração as 
operações de mistura, transporte, lançamento e adensamento.
Os métodos de dosagem podem ser entendidos como estudos desenvolvidos 
para seleção e quantificação dos materiais constituintes do concreto, poten-
cializando melhorias nos desempenhos físico-mecânicos e maior durabilidade 
das estruturas.
O método de dosagem mais utilizado no Brasil é definido como ABCP/ACI, 
detalhado em Neville (2013). Pode ser visto como um método mais racional, pois 
leva em consideração as propriedades físicas e mecânicas do cimento utilizado, 
assim como dos agregados. 
Faixas de trabalhabilidade podem ser escolhidas e o desvio padrão pode ser 
adotado entre os destacados pela NBR 12655:2015 para obtenção da resistência 
de dosagem (fck28).
Preparo e uso do Concreto
Conforme as especificações da ABNT NBR 12655:2015 – Concreto de cimen-
to Portland — Preparo,controle, recebimento e aceitação, o concreto pode ser 
misturado na obra, pré-misturado ou produzido em usina de pré-moldados. Proce-
dimentos de preparo e uso do concreto apresentados a seguir, também podem ser 
encontradas em Neville (2013) – Tecnologia do concreto.
Concreto misturado manualmente
Conforme apresentado em Neville (2013), o concreto misturado manualmente 
exige grande esforço da mão de obra e é indicado para pequenas obras e serviços. 
Deve-se estar ciente de que o concreto resultante é de qualidade apenas razo-
ável, sem garantia da resistência conseguida em concretos preparados mecanica-
mente. Escolher uma superfície resistente (livre de partes soltas), plana, limpa e 
impermeável para efetuar a mistura ou utilizar a caixa de argamassa devidamente 
livre de outros materiais. Os materiais secos devem ser misturados até se conseguir 
a homogeneidade de cor. A mistura manual, preferencialmente para um saco de 
cimento, deve obedecer à sequência ilustrada na Figura 7:
a) Espalhar a areia sobre a superfície (caixa) formando uma camada de 15 cm;
b) Espalhar o cimento sobre a camada de areia;
c) Misturar a areia e o cimento, até conseguir uma mistura homogênea;
d) Formar uma camada de mais ou menos 15cm;
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e) Espalhar a pedra sobre a camada e misturar tudo;
f) Depois de bem misturado, formar um monte com um buraco no meio 
(boca de um vulcão);
g) Despejar a água aos poucos e misturar vigorosamente até obter a con-
sistência desejada (depois de colocada a água, continuar misturando, 
pois o concreto ficará mais mole).
Figura 7 – Sequência para mistura manual de concreto
Fonte: Adaptado de ABCP
Concreto misturado em betoneira
O trabalho com betoneira simplifica o processo de elaboração do concreto, obten-
do-se um material de melhor qualidade do que o obtido na mistura manual. 
O tempo de carregamento dos materiais deve ser o mínimo possível (um mi-
nuto) e o tempo de mistura deve ser de 3 minutos, no mínimo (NEVILLE, 2013). 
A mistura com betoneira deve obedecer à sequência a seguir:
a) Para betoneiras com carregamento direto (Figura 8 – mistura para um 
saco de cimento), com a betoneira girando:
• Adicionar a água;
• Agregado graúdo (brita);
• Cimento;
• Areia;
b) Para betoneiras com carregamento por caçambas (Figura 8) e água 
(aditivos) adicionada concomitantemente (meio a meio):
• Adicionar metade do agregado graúdo;
• Areia;
• Cimento;
• Restante da brita.
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UNIDADE Tecnologia do Concreto
Figura 8 – Ilustração de exemplos de betoneiras com carregamento 
direto e outro com caçamba, respectivamente
Fonte: iStock/Getty Images
Concreto dosado em Central
O concreto usinado é obtido em Centrais dosadoras, geralmente chamadas 
de concreteiras, e segue os procedimentos da NBR 7212:2012 – Execução de 
concreto dosado em central.
De acordo com Mehta e Monteiro (2014), as centrais de concreto são instala-
ções preparadas para a produção em escala, constituídas de silos armazenadores, 
balanças, correias transportadoras e equipamentos de controle. 
Na maioria dos casos, para as obras urbanas, a mistura é feita no próprio cami-
nhão, durante o trajeto entre a central de concreto e a obra. 
Nas obras de grande porte, como barragens e estradas, as centrais podem fazer 
a mistura e o material é transportado por gruas e caçambas. Dentre as vantagens 
do uso de concreto pronto (usinado), pode-se destacar:
a) Economia de materiais, menor perda de areia, brita e cimento;
b) Maior controle tecnológico dos materiais, dosagem, resistência e con-
sistência, com melhoria da qualidade;
c) Racionalização do número de ajudantes na obra, com a consequente 
redução dos encargos trabalhistas;
d) Melhor produtividade da equipe;
e) Redução no controle de suprimentos e eliminação de áreas de estoque 
no canteiro;
f) Redução do custo da obra.
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Recebimento do concreto usinado
O trajeto a ser percorrido pelo caminhão-betoneira deve ser preparado, seja 
dentro do canteiro, seja fora dele, para evitar atrasos e perda do concreto.
Nas obras urbanas, o acesso para o caminhão-betoneira deve permitir manobras 
do caminhão seguinte, de forma que a continuidade não seja prejudicada e prever 
um local próximo do canteiro para estacionar o caminhão que estará esperando 
para descarregar. 
Quando utilizar concreto bombeado, deve-se prever os acessos e o local de estacio-
namento para os caminhões e a bomba, isto é, estacionamento para dois caminhões-
-betoneira, próximo à bomba, a fim de manter o fluxo contínuo de bombeamento.
Ensaio de abatimento
A consistência é avaliada pelo ensaio slump test, conforme especificações da 
NBR 5738:2015 e detalhado na ANBT NBR NM 67, que tem como objetivos 
determinar a trabalhabilidade e controlar a quantidade de água adicionada no con-
creto fresco, de acordo com os passos a seguir:
a) Coletar diretamente da calha do caminhão uma amostra de aproxi-
madamente 30 litros de concreto depois de descarregado pelo menos 
0,5m3 (não retire a amostra de concreto já lançado na fôrma);
b) Colocar a amostra num carrinho e misturar para assegurar a 
homogeneidade;
c) Colocar o cone (previamente molhado e tratado) sobre a placa metálica 
nivelada, apoiando firmemente os pés sobre as abas inferiores do cone;
d) Preencher o cone em 3 camadas iguais e aplicar um apiloamento de 
25 golpes em cada camada, em toda a seção do cone, adensando, cui-
dadosamente, com a haste sem que esta penetre na camada inferior;
e) Retirar o excesso de material da última camada com a régua, alisando 
a superfície;
f) Içar o cone verticalmente, com cuidado;
g) Colocar a haste sobre o cone invertido ao lado da massa abatida, me-
dindo a distância entre o ponto médio do material e a parte inferior da 
haste, expressando o resultado em centímetros.
Antes da descarga do caminhão, é necessário fazer uma avaliação da quantidade de 
água do concreto, conforme ilustrado na Figura 9 e detalhado na ANBT NBR NM 67, 
verificando se a consistência está de acordo com o que foi especificado na Nota Fiscal 
(Pedido). A falta de água torna o concreto menos trabalhável, podendo criar ninhos de 
concretagem (bicheiras) e água em excesso reduz a resistência do concreto.
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UNIDADE Tecnologia do Concreto
3IV
Placa metálica de base
Haste
Varilla
30
0
Molde
500
Abatimento
Asentamiento
Régua metálica
Regla metálica
Concreto
Hormmigón
Figura 9 – Ilustração da medição do slump test do concreto (dimensões em mm)
Fonte: NBR 12655:2015
Tabela 2 – Valores de abatimento limite com relação ao tipo de elemento estrutural
Tipo de obra
Abatimento de tronco 
de cone em mm
Estruturas de contenção armada e sapatas 20-80
Blocos, tubulões, ensecadeiras e paredes em subsolo 20-80
Vigas e paredes armadas 20-100
Pilares de edifícios 20-100
Pavimentos e lajes 20-80
Concreto massa 20-80
Fonte: Neville, 2013
A NBR 12655:2015 não especifica valores limites de abatimento no slump 
test. A Tabela 2 apresenta valores de limite no abatimento no slump test, reco-
mendados por Neville (2013).
Transporte do Concreto
A ABNT NBR 12655:2015 recomenda para o transporte do concreto veícu-
los dotados ou não de dispositivos que efetuam a mistura do concreto e mantém 
a sua homogeneidade por simples agitação, divididas em três tipos: caminhão-
-betoneira, equipamento dotado de agitação e equipamento não dotado de agi-
tação (caminhão basculante).
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Transporte convencional
O transporte do concreto do local de produção ou descarga na obra até o local 
de lançamento (fôrmas) pode ser feito, convencionalmente, com a utilização dos 
seguintes equipamentos:
a) Carrinhos e jericas – O uso dos carrinhos e jericas implica o plane-
jamento do caminho de percurso a fim de evitar contratempos provo-
cados por esperas e por danos nas armaduras. Alguns cuidados são 
essenciais para sua durabilidade, tais como:
• Devem ser mantidas sempre limpas, livres de argamassas endurecidas;
• Devem ser molhados antes do início da concretagem;
• Ter os eixos engraxados semanalmente;
• Não receber sobrecarga(peso acima do permitido);
b) Guinchos – Além da rigorosa manutenção dos componentes do guin-
cho (roldanas, eixos, cabos, torre, freio, trilhos etc.), os seguintes cuida-
dos são necessários:
• Travar os carrinhos e jericas na cabine do guincho;
• Proibir o transporte de pessoas no guincho (NR-18);
• A operação deve ser feita por pessoa habilitada;
• Prever corrente, cadeado e chave para impedir o uso por pessoa sem 
habilitação e/ou em horários inadequados ou acionamento acidental;
c) Gruas e caçambas – A área de atuação da grua deve ser delimitada e 
devidamente sinalizada, a fim de impedir a circulação de pessoas sob 
as cargas suspensas. Além da rigorosa manutenção por firma especia-
lizada (em geral, a própria fornecedora da grua), os seguintes cuidados 
operacionais devem ser levados em conta:
• Manter limpa a caçamba, livre de material endurecido (lavar sempre 
depois do uso);
• Carregar sempre dentro do limite de carga estabelecido;
• Operar usando rádios comunicadores;
d) Calhas e correias transportadoras – São indicadas para obras de 
maior porte, com exigência de fluxo contínuo de concreto em gran-
de quantidade.
Transporte por bombeamento
O transporte é feito por equipamento chamado bomba, que empurra o con-
creto por meio de uma tubulação metálica, podendo vencer grandes alturas e/ou 
distâncias horizontais. A grande vantagem da bomba é a capacidade de transportar 
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UNIDADE Tecnologia do Concreto
volumes maiores de concreto em comparação aos sistemas usuais (carrinhos, jeri-
cas e caçambas), podendo atingir de 35 a 45m3 por hora, enquanto outros meios 
atingem de 4 a 7 m3. 
As outras vantagens são obtidas com a maior produtividade, menor gasto com 
mão de obra e menor energia de vibração (concreto mais plástico). Em conjunto 
com a bomba, pode ser usadas lanças (caminhão-lança), que facilitam atingir todos 
os pontos de concretagem. 
Os seguintes cuidados são importantes na operação com bomba e lança:
• O diâmetro interno da tubulação deve ser maior que o triplo do diâmetro 
máximo do agregado graúdo;
• Lubrificar a tubulação com nata de cimento, antes da utilização;
• Reforçar as curvas com escoras e travamento para suportar o golpe de aríete 
provocado pelo bombeamento;
• Designar, no mínimo, dois operários para segurar a extremidade do mangote 
de lançamento;
• Operar usando rádios comunicadores e controle remoto da lança;
• Verificar se a movimentação da lança não provoca danos nas instalações 
elétricas, telefônicas e vizinhas;
• Manter a continuidade da concretagem, com um caminhão sempre na espera.
Lançamento do concreto
Para Neville (2013), nas obras de construção civil é comum encarar a concreta-
gem como a etapa final de um ciclo constituído da execução das fôrmas, armadu-
ras, lançamento, adensamento e cura do concreto. 
Nos edifícios de múltiplos pavimentos, a concretagem da laje encerra uma 
etapa da programação. 
Tendo em vista que a reparação de uma concretagem executada errada é one-
rosa e, muitas vezes, esconde defeitos que irão aparecer somente algum tempo 
depois, é extremamente importante a presença do Engenheiro, Mestre ou Técnico 
com experiência na etapa de lançamento do concreto. 
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem – Abesc, Mehta 
e Monteiro (2014), sugere considerar os seguintes cuidados na fase de concretagem.
Plano de lançamento (de concretagem)
a) Dimensionar antecipadamente o volume do concreto (calculando direto 
das fôrmas), o início e os intervalos das cargas para manter o ritmo na 
entrega do concreto;
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b) Dimensionar a equipe envolvida nas operações de lançamento, adensa-
mento e cura do concreto;
c) Prever interrupções nos pontos de descontinuidade das fôrmas como: 
juntas de concretagem previstas e encontros de pilares, paredes com 
vigas ou lajes etc.;
d) Especificar a forma de lançamento: convencional ou bombeado, com 
lança, caçamba etc.;
e) Providenciar equipamentos e ferramentas, como:
• Equipamento para transporte dentro da obra (carrinhos, jericas, dumpers, 
bombas, esteiras, guinchos, guindaste, caçamba etc.);
• Ferramentas diversas (enxadas, pás, desempenadeiras, ponteiros etc.);
• Tomadas de força para os equipamentos elétricos.
Condições gerais durante o lançamento
a) Fazer com que o concreto seja lançado logo após o batimento, limitando 
em 2 horas e meia o tempo entre a saída do caminhão da concreteira 
e a aplicação na obra;
b) Limitar em 1 hora o tempo de fim da mistura no caminhão e o lança-
mento, valendo a mesma coisa para a concretagem sobre camada já 
adensada e, se for o caso, utilizar retardadores de pega, nas obras com 
maior dificuldade no lançamento;
c) Lançar o mais próximo da sua posição final;
d) Evitar o acúmulo de concreto em determinados pontos da fôrma, distri-
buindo a massa sobre a fôrma;
e) Lançar em camadas horizontais de 15 a 30cm, a partir das extremidades 
para o centro das fôrmas;
f) Lançar nova camada antes do início de pega da camada inferior;
g) Tomar cuidados especiais quando da concretagem com temperatura am-
biente inferior a 10ºC e superior a 35ºC;
h) A altura de lançamento não deve ultrapassar 2,5m e, se for o caso, 
utilizar trombas, calhas, funis etc. para alturas de lançamento supe-
riores a 2,5m;
i) Limitar o transporte interno do concreto com carrinhos ou jericas a 
60 metros, para evitar a segregação e a perda de consistência (utilizar 
carrinhos ou jericas com pneus);
j) Preparar rampas e caminhos de acesso às fôrmas (prever antiderrapantes);
k) Iniciar a concretagem pela parte mais distante do local de recebimento 
do concreto;
l) Molhar abundantemente as fôrmas antes de iniciar o lançamento 
do concreto;
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UNIDADE Tecnologia do Concreto
m) Eliminar e/ou isolar pontos de contaminação por barro, entulho e 
outros materiais indesejados;
n) Manter uma equipe de carpinteiros, armadores e eletricistas, sendo 
que um carpinteiro fique sob as fôrmas verificando o preenchimento 
com um martelo de borracha;
o) Lançar nos pés dos pilares, antes do concreto, uma camada de arga-
massa com traço 1:3 (cimento e areia média);
p) Interromper a concretagem no caso de chuva, protegendo o trecho já 
concretado com lonas plásticas;
q) Dar especial atenção às armaduras negativas, verificando sua integridade;
r) Providenciar pontos de iluminação no caso da concretagem se estender 
para a noite.
Adensamento do concreto
O objetivo do adensamento do concreto lançado é torná-lo mais compacto, 
retirando o ar do material, incorporado nas fases de mistura, transporte e lança-
mento. O adensamento exige certa energia mecânica. 
De acordo com Neville (2013), o processo mais comum e simples é o adensa-
mento manual, indicado para pequenos serviços e/ou obras de pequeno porte. 
Nas obras nas quais se exige maior qualidade e responsabilidade, é necessário 
promover o adensamento por meio de equipamentos de vibração.
Em geral, segundo o autor, são usados vibradores de imersão e de superfície 
para o acabamento (réguas vibratórias). O concreto deve ser adensado imediata-
mente após seu lançamento nas fôrmas, levando em conta que tanto a falta de 
vibração como o excesso pode causar sérios problemas para o concreto. 
Os seguintes cuidados são importantes nessa fase da execução do concreto, 
conforme apresentado por Neville (2013):
a) Lançar o concreto em camadas de no máximo 50cm (30cm é o reco-
mendável) ou em camadas compatíveis com o comprimento do vibra-
dor de imersão;
b) Aplicar o vibrador sempre na vertical;
c) Vibrar o maior número possível de pontos da peça;
d) Introduzir e retirar o vibrador lentamente, fazendo com que a cavidade 
deixada pela agulha se feche novamente;
e) Deixar o vibrador por 15 segundos, no máximo, num mesmo ponto (o 
excesso de vibração causará segregação do concreto);
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f) Fazer com que a agulha penetre 5cm na camada já adensada;
g) Evitar encostar o vibrador na armadura, pois isso acarretará problemas 
de aderência entre a barra e o concreto;
h) Não aproximar muito a agulhadas paredes da fôrma (máximo 10 cm), 
para evitar danos na madeira e evitar bolhas de ar;
i) O raio de ação do vibrador depende do diâmetro da agulha e da potên-
cia do motor:
j) Evitar desligar o vibrador ainda imerso no concreto;
k) Adotar todos os cuidados de segurança indicados para o manuseio de 
equipamento elétrico.
Cura do concreto
O concreto deve ser protegido durante o processo de endurecimento (ganho de 
resistência) contra secagem rápida, mudanças bruscas de temperatura, excesso de 
água, incidência de raios solares, agentes químicos, vibração e choques (MEHTA; 
MONTEIRO, 2014). 
De acordo com os autores, deve ser evitado bater estacas, utilizar rompedores 
de concreto, furadeiras a ar comprimido próximo de estruturas recém concretadas, 
assim como evitar o contato com água em abundância e qualquer outro material que 
possa prejudicar o processo de endurecimento e de aderência na armadura. 
Para evitar uma secagem muito rápida do concreto e o consequente apareci-
mento de fissuras e redução da resistência em superfícies muito grandes, tais como 
lajes, os autores recomendam que seja necessário iniciar a cura úmida do concreto 
tão logo a superfície esteja seca ao tato. 
A seguir, estão listados alguns dos métodos mais comuns para a cura do concre-
to, que podem ser usados isolada ou em concomitantemente, conforme apresenta-
do por Neville (2013) e Mehta e Monteiro (2014):
a) Molhar continuamente durante 7 dias (no mínimo 3 dias) a superfície 
concretada (pilares e vigas);
b) Manter uma lâmina de água sobre a superfície (lajes e pisos);
c) Espalhar areia, serragem ou sacos (arroz, estopa, cimento etc.) sobre a 
superfície e mantê-los umedecidos (lajes e pisos);
d) Manter as fôrmas sempre molhadas (pilares, vigas e escadas);
e) Molhar e cobrir com lona;
f) Utilizar produtos apropriados para cura de concreto (película impermeável).
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UNIDADE Tecnologia do Concreto
Fatores que Influem nas 
Propriedades do Concreto
Com base no que foi apresentado nesse texto e conforme recomendações de 
Neville (2013) e Mehta e Monteiro (2014), os principais fatores que influem nas 
propriedades do concreto são:
• Tipo e quantidade de cimento;
• Qualidade da água e relação água-cimento;
• Tipos de agregados, granulometria e relação agregado-cimento;
• Presença de aditivos e adições;
• Procedimento e duração do processo de mistura;
• Condições e duração do transporte e do lançamento;
• Condições de adensamento e de cura;
• Forma e dimensões dos corpos de prova;
• Tipo e duração do carregamento;
• Idade do concreto, umidade, temperatura etc.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Ibracon
https://goo.gl/ZUJ6vc
 Livros
Durabilidade do Concreto: Bases Científicas para a Formulação de Concretos Duráveis de acordo com o Ambiente
CASCUDO, O.; Carasek, Helena, H. Durabilidade do Concreto: Bases Científicas para 
a Formulação de Concretos Duráveis de acordo com o Ambiente. IBRACON, 2014.
Introdução à Engenharia de Estruturas de Concreto
FUSCO, P. B. Introdução à Engenharia de Estruturas de Concreto. 4.ed. São 
José/Canoas: ULBRA, 2018. (E-Book)
Concreto: Ciência E Tecnologia
ISAIA, G. C. Concreto: Ciência E Tecnologia. 1º Edição. São Paulo: IBRACON, 
2011. v. 1, 2 e 3. ISBN v.1: 978-85-98576-16-9 e v.2: 978-85-98576-20-6.
Concreto: microestrutura, propriedades e materiais
MEHTA, P. Kumar.; MONTEIRO, Paulo J. M.; HASPARYK, Nicole Pagan. Concreto: 
microestrutura, propriedades e materiais. 2.ed. São Paulo: IBRACON, 2014.
Dosagem e Controle da Qualidade de Concretos Convencionais de Cimento Portland
RECENA, F. P. Dosagem e Controle da Qualidade de Concretos Convencionais 
de Cimento Portland. 4.ed. São/José, Canoas: ULBRA, 2017.
 Leitura
Concreto para Habitação
https://goo.gl/oTvGHj
29
UNIDADE Tecnologia do Concreto
Referências
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________. NBR 12655: Concreto – Preparo, controle e recebimento. São Paulo: 
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NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do Concreto. 2.ed. Editora: BMA - 
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da Construção. Brasília. Ministério do Trabalho, 2009. Disponível em: . Acessado em: 29 de Agosto de 2018.
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