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Roteiro I - Introdução à Enf. Aplic. Bases Moleculares

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Roteiro I - EABM Prof. W. S. Romanha (MD) 1
ENFERMAGEM APLICADA ÀS 
BASES MOLECULARES
INTRODUÇÃO
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BIOLOGIA MOLECULAR:
Ramo da biologia que lida com a análise da estrutura e desenvolvimento de 
sistemas biológicos com respeito à química e física de seus constituintes 
moleculares.
Lesão Molecular:
Defeito ou ausência de uma molécula orgânica básica que tem suficiente 
importância para causar doença.
Doença Molecular:
Doença decorrente de um defeito numa molécula 
isolada. A anemia falciforme é um exemplo 
desse tipo de doença. A molécula anormal de 
hemoglobina encontrada em pessoas com 
anemia falciforme causa o surgimento de 
eritrócitos de formas anormais. 
Trata-se de uma doença crônica e hereditária, 
caracterizada pela presença de grande número 
de eritrócitos em forma de crescente ou de foice 
no sangue. 
Na Anemia Falciforme o aminoácido ácido glutâmico 
é substituído por outro aminoácido chamado valina. 
Esta substituição de aminoácidos é que causa o 
fenômeno de afoiçamento.
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RECEPTOR
Em farmacologia, consiste num componente celular que se combina com um 
medicamento, hormônio ou mediador químico, para a alteração das funções da 
célula.
Receptor de Medicamentos
Constituintes celulares, proteínas e 
partes da membrana, que “sentem” os 
sinais extracelulares, traduzindo-os 
em eventos fisiológicos ou 
metabólicos intracelulares. No caso de 
medicamentos, os receptores 
percebem a presença do agente 
farmacologicamente ativo e produzem 
os efeitos do medicamento na célula. 
Podem haver milhares desses 
receptores na célula.
Receptor Imunológico
Receptores na superfície dos leucócitos sanguíneos, que identificam o tipo de 
célula e ligam com as monocinas (citocinas ou interleucinas) ou outros 
mediadores químicos durante a resposta imune.
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Os receptores celulares são marcadores de superfície celular. São identificados 
por duas letras (CD) que correspondem a abreviação de “diferenciação celular”. 
Portanto, os CDs são marcadores de diferenciação celular.
C = celular
D = diferenciador
Cada CD é identificado por um número que se inicia em 1. Ex. CD1, CD2, CD3, 
CD4... 
Os receptores ou CDs são proteínas ou, glicoproteinas, ou glicolipídios, que 
servem como marcadores de diferenciação celular. Cada célula pode ser 
identificada pelo seu marcador de superfície (CD) que poderá, a depender do 
caso, ser específico para determinada célula, ou transitório. Os receptores atuam 
como uma espécie de “sensor ambiental” que informa a células as condições do 
meio. A depender do sinal recebido, a célula poderá entrar em mitose, ou 
sintetizar proteínas, ou “caminhar” sobre a matriz extracelular, ou fazer 
fagocitose, entre outras.
Cada receptor é específico para o seu ligante. Tal ligação se dá ao nível molecular 
com grau de especifidade do tipo chave/fechadura.
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A MEMBRANA DA CÉLULA É UMA SUPERFÍCIE REPLETA DE RECEPTORES 
MOLECULARES
Atenção: Nem todas as moléculas de superfície de membrana são receptores. A figura abaixo 
mostra a interação molecular entre receptores de membrana, citoesqueleto da célula e moléculas 
fibrosas extracelulares (MEC – matriz extracelular).
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No citosol, essas proteínas filamentosas formam redes que são responsáveis pela forma celular e 
também são a base do seu movimento. 
Citoesqueleto - Todas as células eucarióticas possuem um esqueleto interno denominado 
citoesqueleto composto por uma rede de filamentos de proteínas, sendo os filamentos de actina, 
microtúbulos e filamentos intermediários os mais importantes.
1. microtúbulos
2. Filamentos de actina
3. Filamentos intermediários
25 nm de diâmetro
08 nm de diâmetro
10 nm de diâmetro
100 nm
A micrografia mostra uma rede de filamentos de actina 
subjacente à membrana plasmática de uma célula 
animal.
O citoesqueleto estabelece, 
modifica e mantém a forma das 
células. É responsável também 
pelos movimentos celulares como 
contração, formação de 
pseudópodes e deslocamentos 
intracelulares de organelas, 
cromossomos, vesículas e 
grânulos diversos.
Alguns receptores específicos de membrana ligam-se à MEC (Matriz
Extracelular) e ao citoesqueleto
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O PRINCIPAL RECEPTOR RESPONSÁVEL PELA INTEGRAÇÃO DO 
CITOESQUELETO COMO A MEC É DENOMINADO INTEGRINA
As integrinas constituem uma família de receptores 
transmembrana presentes na membrana plasmática. 
Ligam-se a vários componentes de matriz (MEC), entre 
os quais, o colágeno e a laminina. Cada integrina é
constituída de duas cadeias glicoprotéicas (α e β) 
alongadas. Sua região extrema (NH2 ou amina-
terminal) prende-se à MEC. A região do extremo oposto 
(COOH ou carboxi-terminal) localiza-se no 
citoplasmática e se liga, por intermédio da proteína 
talina, à porção do citoesqueleto constituída de actina.
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ESTRUTURAÇÃO DO GLICOCÁLICE COM A MEC E O CITOESQUELETO
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A IMPORTÂNCIA DOS RECEPTORES DE ADESÃO (MOLÉCULAS DE 
ADESÃO) NA ELIMINAÇÃO DE HEMÁCIAS VELHAS DO ORGANISMO.
As hemácias possuem um tempo de vida curto (aproximadamente 
3 dias). Sua função é muito importante pois permite que todas as 
células do nosso corpo seja oxigenado de forma adequada. 
Entretanto, o organismo, através da medula óssea, produz milhões 
de hemácias a cada dia para substituir aquelas que já não podem 
executar essa função de forma adequada. Por esse motivo, o 
sistema tem que ser capaz de eliminar de forma adequada as 
células excedentes. O mecanismo utilizado é a fagocitose.
FAGOCITOSE: A célula engloba no seu citoplasma partículas 
sólidas (visíveis ao microscópio ótico) através da formação de 
pseudópodes. A partícula se fixa a receptores específicos da 
membrana, capazes de desencadear uma resposta na qual participa 
o citoesqueleto.
Forma-se assim um vacúolo, o fagossomo, que é puxado pelo 
citoesqueleto para o citoplasma. O fagossomo se funde com 
lisossomos, ocorrendo a digestão do material por enzimas 
hidrolíticas do lisossomo.
Nos mamíferos, a fagocitose é feita principalmente por células 
especializadas na defesa do organismo, como os neutrófilos e 
macrófagos.
A retirada de hemácias requer que esta esteja recoberta 
por uma molécula presente no sangue do tipo C3b. 
Assim, hemácias revestidas pelo fator C3b do 
complemento (proteínas do plasma sanguíneo) são 
reconhecidas por receptores C3b de membrana de 
macrófagos e englobadas num vacúolo. O vacúolo se 
funde com os lisossomos formando o fagolisossomo e 
digere a hemácia. 
Moléculas ou receptores de adesão são proteínas ou glicoproteínas de superfície de membrana que atuam na 
célula permitindo a adesão desta para outras células, ou para outras moléculas componentes da MEC. Esta 
adesão pode ser transitória ou permanente: Ex. As moléculas que permitem que as células da nossa pele 
permaneçam unidas (aderidas) de forma permanente são chamadas de caderinas. 
Mecanismo molecular de retirada de hemácias do organismo:
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A fagocitose de micróbios por macrófagos (defesa do organismo) requer que estes
sejam recobertos por moléculas de anticorpos (imunolglobulinas) da forma como
demonstrada nas figuras abaixo.
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De acordo com a figura anterior, uma parte do anticorpo tem um pedaço 
exatamente igual à molécula C3b que participa da retirada de hemácias do sangue. 
O macrófago tem receptores para a região Fc da imunoglobulina pois esta é igual 
ao fator do complemento C3b. Assim, a bactéria é fagocitada.
Etapas (1-4). A superfície do macrófago tem receptores para o segmento Fc da 
imunoglobulina, que promovem a aderência da bactéria. Em 4 aparece a bactéria dentro de 
um fagossomo, onde poderá ser morta e, depois, digerida pelas enzimas dos lisossomos.Roteiro I - EABM Prof. W. S. Romanha (MD) 12
Alguns patógenos (micróbios parasitos que causam doenças) são capazes de escapar do 
mecanismo de digestão pelos lisossomos após a fagocitose. Dois exemplos de mecanismos 
utilizados por microorganismos patogênicos (pathos, doença, e genesis geração) fagocitados, 
para evitar serem atacados pelos lisossomos. 
(A) Alguns microorganismos, como o bacilo da tuberculose, secretam uma substância que impede 
a fusão dos lisossomos com os fagossomos. (B) O Trypanosoma cruzi (causador da Doença de 
Chagas, ao ser fagocitado, rapidamente digere a membrana que o envolve (membrana do 
fagossomo), tornando-se livre no citoplasma.
MECANISMOS DE ESCAPE

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