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OS DIREITOS HUMANOS NA PERSPECTIVA DA ANTROPOLOGIA CULTURAL; Alosio Krohling.

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Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Direito
Docente: Renata Nascimento
Aluna: Laísa B. C. C. de Almeida
FICHAMENTO
OS DIREITOS HUMANOS NA PERSPECTIVA DA ANTROPOLOGIA CULTURAL; Alosio Krohling.
Na introdução do seu texto, Aloísio Krohling deixa claro quais serão os temas abordados e conflituosos durante sua exposição, dando grande ênfase no inicio da argumentação acerca dos direitos humanos sobre duas correntes, universalismo e relativismo. Sobre essas duas correntes, Aloísio começa explicitando as criticas decorrentes do nascimento do universalismo, sendo essa uma criação das revoluções liberais – burguesas, satisfazendo aos interesses coloniais, marcados pelo antropocentrismo e o eurocentrismo, propagando-se até a segunda guerra civil, e seu imperialismo ocidental. Aloísio traz uma crítica aos países europeus, que afirmam todos os direitos humanos nas suas respectivas leis, citando questões de imigração, principalmente de países africanos e do leste europeu. Incidentes onde imigrantes são expulsos de países como Espanha e Itália, que ficam mais ao sul, e por isso recebem grandes levas de botes clandestinos, são recorrentes. Recentemente, vários africanos morreram nessa travessia, e os que foram salvos pela marinha italiana sofrem constantemente com ameaças para que voltem aos seus países de origem, o que nos faz pensar que, talvez, esse problema esteja muito mais perto do que imaginamos. 
Atualmente, O Brasil, também declarado defensor de todo tipo de proteção aos direitos humanos, anda recebendo altas levas de imigrantes haitianos e bolivianos em suas terras, e políticas assistencialistas ainda são pouco discutidas e implantadas no nosso território. A segunda tese é o relativismo, onde as características respectivas de cada povo devem imperar, priorizando suas culturas iniciais, e rechaçando práticas fundamentalistas. 
Há o que Vicente de Paula Barreto (2004, p. 285-­286), cita como relativismo cultural, epistemológico e antropológico, sendo este último descrito por mostra a grande variedade e diversidade de grupos e identidades culturais levando a uma pulverização, que a antropologia chamará de pluralismo cultural, com miríades de interpretações de valores.
A segunda parte do texto enfatiza a questão do multiculturalismo, e traz uma ligação entre este tema, e o tema anteriormente abordado. Segundo Aloísio: O Universalismo estava ancorado no naturalismo jusnaturalista teológico ou racionalista. O Relativismo se baseava na desconstrução do paradigma anterior, mas não conseguiu propor uma alternativa teórica, ficou no negativismo. Outra questão acerca do multiculturalismo é tratada por Aloísio, a cultura. Trata-se de um termo de difícil explicação lógica dedutiva, porque muitas práticas culturais se baseiam na fé, e como explicar de modo racional e direito o que a fé significa para cada pessoa, além de que essas visões podem variar na sua conceituação. A prática dessas expressões culturais também é motivo de discussão, ligada ao que chamamos de liberdade positiva e negativa, sendo esta última mais restrita a exibição dessas práticas em publico por achar que este espaço, sendo de todos, devem permanecer de algum modo “neutro”. 
“Pertencer a uma cultura é, para Joseph Rás, essencial em três sentidos.
Em princípio, é só através das práticas e do horizonte de significado fornecido por uma cultura, que os indivíduos podem apreender e discernir as opções que dão sentido a uma vida. Em segundo lugar, compartilhar uma cultura (e, portanto, uma linguagem dada, certa ordem de valores sociais, uma tradição etc.…) torna possível a compreensão entre as pessoas, e assim, é um pré-requisito para a socialização. Enfim, pertencer a um grupo cultural é um dos mais importantes fatores que determinam o sentido da própria identidade. Para Rás, o Estado liberal, bem longe de ser neutro, deve retomar a função de promotor do bem de seus cidadãos, bem que, como vimos, não é realizável individualmente, separado das comunidades culturais que são as únicas a poder dar um significado, um valor e um reconhecimento à finalidade do sujeito. Daí o papel ativo que o Estado deve assumir para favorecer em seu interior, o desenvolvimento harmonioso de diversas culturas”. 
Portanto, essa neutralidade vai de encontra com aquilo que nossa natureza, se é que podemos colocar dessa maneira, nos permite ser. A França virou centro de as atenções após alguns casos terem repercussão na mídia internacional, entre elas estava uma lei que proibia a utilização do véu pelas alunas mulçumanas nas escolas francesas. 
A terceira e última parte do texto, hermenêutica diatópica e os direitos humanos, que trata de temas como filosofia intercultural relacionada com o multiculturalismo. De acordo com Fornet-­Betancourt (2003, p. 312), os estudos interdisciplinares podem ser resumidos em três vertentes, entre elas está o intercâmbio de pesquisas com o propósito de criar uma história do pensamento intercultural. Segundo Raimon Panikkar (BALDI, 2004, p.208-­209), é preciso fazer uma reflexão sobre aquilo que chama a cultura do “outro”, tema que foi trabalhado no texto “o que é etnocentrismo”. Ele traz essa discussão principalmente para a cultura ocidental, que segundo ele, trata as outras culturas com uma visão homeomórficas, sentindo-se, portanto, superiores de algum modo sobre aquelas que não seguem os seus padrões. 
Por fim, nas suas conclusões finais, é reiterada a importância da discussão acercada proposta intercultural, e seus benefícios para as respectivas culturas a serem incorporadas. A verdade é que, por mais que a cultura ocidental sofra com as diversas críticas acerca da visão homeomórfica, ela, hoje, dita as regras em maior parte do mundo, seja ela no mundo da moda, culinária, entre outros. O modo de ver o mundo pelos olhos do “American way of life” anda mais vivo do que nunca, e principalmente aqui no Brasil, temos a tendência a seguir todas as novidades que são impostas lá, como exemplificam as inúmeras festas de Haloween que se propagam pelas principais capitais brasileiras e as promoções inesperadas do famoso “Black Friday” americano. Portanto, o discurso de repeito as diversidades culturais, das tentativas de acabarmos com o euro centrismo, e por aí vai, precisam ser muito mais efetivadas pela sociedade, porque hoje, em pleno século 21, praticas coloniais de cinco séculos atrás continuam vigorando como se não muita coisa tivesse mudado.

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