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PARTICIPAÇÃO POLÍTICA ONTEM E HOJE

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PARTICIPAÇÃO POLÍTICA ONTEM E HOJE
O homem sempre exerceu importante papel na vida política mundial. Contudo, o foco do presente artigo busca retratar ao leitor a participação política em períodos mais recentes no mundo e principalmente no Brasil, tentando demonstrar fatos e episódios marcantes de lutas por direitos iguais.
A participação política surgiu com o Estado de Soberania popular. Com isso, houveram movimentos revolucionários na Europa, em meados dos séculos XVIII e XIX.
Foram muitas as alianças feitas pela burguesia e a elite, principalmente na Europa, firmadas na ideia de que a cidadania deveria ter seus direitos estendidos às classes populares.
Um Estado Soberano popular era mais apropriado para a reivindicação dos direitos do cidadão, e consequentemente, superaria a desigualdade existente, no ponto de vista daqueles que por sua vez, era minoria na época.
Porém, somente com a organização política foi conquistada uma nova maneira de confronto, porque possibilitou para as coletividades a luta contra as estruturas sociais de enormes desigualdades.
Surgiram, então, os partidos políticos, os movimentos sociais e a subcultura política, exemplificando a ampliação da participação política.
No século XIX, após a revolução industrial e a consequente industrialização que emergia na Inglaterra e também nos Estados Unidos, várias pessoas se deslocaram do campo para as cidades à procura de emprego nas fábricas que surgiam. Na época a mulher se encontrava em uma situação de submissão ao homem, não tendo nenhuma participação na vida política do país. Com a mudança destas mulheres do campo para a cidade, muitas começaram a conhecer seus direitos e a lutar por eles. A grande pioneira na luta pelo voto feminino foi a escritora inglesa Mary Wollstonecraft (1759-1797), com suas publicações em livros e manifestos a partir de 1792. Suas ideias influenciaram duas ativistas da luta contra a escravidão: Elizabeth Cady Stanton (1815-1902) e Susan Anthony (1820-1906). Apesar de o movimento sufragista ter tido um maior impacto na Inglaterra e nos Estados Unidos, o primeiro país a permitir o voto feminino foi a Nova Zelândia, em 1883.
No Brasil, o direito de voto das mulheres percorreu um longo caminho tendo como marco inicial a reforma eleitoral em 1932, contudo as mulheres que exerciam cargos públicos estavam impedidas de votar, fato este, que só mudou em 1965, com a edição do código eleitoral que vigora até hoje.
Deixando o panorama global e frisando nossa história, vemos que no Brasil, vários foram os momentos que refletiram o descontentamento da população contra o governo e as elites locais,quando algumas tiveram resultados positivos, outras não. Durante o período colonial tivemos dentre outras as seguintes lutas por melhorias sociais e/ou econômicas: A Revolta dos Backman, em 1684, no Maranhão, tendo como principal objetivo a melhoria na qualidade da administração da colônia. Também tivemos a Guerra dos emboabas em 1708 e 1709, a Guerra dos Mascates em 1710 e 1711, a Revolta de Felipe dos Santos em 1720 e a mais importante deste período, a Inconfidência Mineira.
Após a Independência por D. Pedro I, o Brasil passou por várias outras manifestações de descontentamento, as principais foram: a Balaiada, ocorrida no Maranhão entre 1838 e 1841; a Cabanagem ocorrida no Pará entre 1835 e 1840; a Sabinada ocorrida na Bahia entre 1837 e 1838 dentre outras, tendo a mais importante do período, a chamada Revolta Farroupilha ocorrida no Rio Grande do Sul, entre 1835 e 1845.
O período republicano foi marcado por vários movimentos sociais, logo no início tivemos o chamado movimento tenentista. O movimento tinha dentre outros objetivos a moralização da administração pública e o fim da corrupção eleitoral. Reivindicavam o voto secreto e uma justiça eleitoral confiável. Tivemos ainda a Revolta do Forte de Copa Cabana e a coluna prestes. Em 1945 o povo se manifesta através do queremismo no qual pediam a permanência de Getúlio Vargas no poder.
De 1964 a 1985, o Brasil passou por um período bastante conturbado, com prisões, torturas e mortes. A censura reinava e a população não podia se manifestar. Neste cenário surge a União Nacional dos Estudantes, lutando em prol da liberdade e democracia. A população quando tentava se manifestar era duramente reprimida e seus líderes na maioria das vezes, mortos. Foi pelas atrocidades ocorridas durante o regime militar que estudantes do Rio de Janeiro decidiram organizar a maior manifestação popular até então no Brasil, e no dia 26 de junho de 1968, o povo saiu às ruas na chamada Passeata dos Cem Mil, no qual participaram intelectuais, artistas e setores da população do país.
Após o enfraquecimento desse período, o povo, demonstrando novamente sua vontade em exercer a democracia vai às ruas exigindo o direito de voto, na chamada “Diretas Já”, foram vários comícios e passeatas por várias cidades e capitais no país, com participações de políticos e pessoas ilustres da sociedade. Em 16 de abril de 1984 ocorreu em São Paulo a maior manifestação popular realizada no país com aproximadamente 1.500.000 participantes. Embora tenha havido uma grande pressão popular, a primeira eleição presidencial pós-ditadura, foi por colégio eleitoral, sendo eleito Tancredo Neves.
Após várias lutas, o povo vai às urnas em 1989, elegendo Fernando Collor como novo Presidente do Brasil. Contudo, não foi o esperado pela população. Um escândalo de corrupção veio à tona e novamente o brasileiro, insatisfeito, saiu às ruas pedindo o Impeachment do presidente, o qual mesmo renunciando, teve seus direitos políticos cassados por oito anos.
Após vinte e quatro anos da última grande manifestação popular, em 2013, o povo saiu às ruas exigindo seus direitos. Embora tenha sido inicialmente de caráter pacífico, apresentou ações violentas por parte de alguns manifestantes com características mais radicais e agressivas, com danificações a prédios públicos e privados. Deste modo, a Força Pública foi obrigada a intervir para restaurar e garantir a ordem pública. Neste ano, duas outras manifestações foram organizadas nas redes sociais, uma em março e a outra em abril. Milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades e capitais do país, demonstrando a insatisfação com o modo em que o Governo está agindo. Ao contrário de 2013, estas duas foram pacíficas e sem violência.
Dessa forma, conclui-se que, para que se tenha uma participação política, há de reivindicar seus direitos e lutar por seus ideais incessantemente. Atenta-se também ao fato de que, na maioria delas, houve um mártir, uma pessoa pela qual lutou até o fim pela ideologia criada, consequentemente, dando forças aos envolvidos na causa.
REFERÊNCIAS
AVELAR, Lúcia. Sistema Político Brasileiro: uma introdução. 223-225. Editora Unesp. Artigo acadêmico.

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