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7 - NEONATOLOGIA - COMPLETA

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Prévia do material em texto

Arlindo Ugulino Netto – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
96
MED RESUMOS 2011
ARLINDO UGULINO NETTO 
LUIZ GUSTAVO C. BARROS Ä YURI LEITE ELOY
MEDICINA – P7 – 2010.2
NEONATOLOGIA
(incompleta)
REFERÊNCIAS
1. M aterial baseado nas aulas m inistradas pelosProfessoresJoão M edeiros Filho e Lívia Helena Ponciano 
na FAM ENE durante o período letivo de 2010.2.
2. M edeiros Filho, João Gonçalves de. Neonatologia: guia prático / João Gonçalves de M edeiros Filho. 
João Pessoa: Idéia, 2008.
3. M anual de Vacinação e efeitoscolaterais, M INISTÉRIO DA SAÚDE, 1996.
4. M anual de Controle da Diarréia e TRO (Terapia de Rehidratação Oral), M INISTÉRIO DA SAÚDE, 1996.
5. M anual de Controle de IVAS, M INISTÉRIO DA SAÚDE, 1996.
6. M anual de Aleitam ento M aterno e Orientação para o Desm am e, M INISTÉRIO DA SAÚDE, 1996.
7. M anual de Controle da Tuberculose, M INISTÉRIO DA SAÚDE, 1996 e 2001
Arlindo Ugulino Netto – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
97
Caro leitor,
Este material consiste em um resumo adaptado da seguinte obra: M edeiros Filho, João 
Gonçalves de. Neonatologia: guia prático. João Pessoa: Idéia, 2008. Contudo, de maneira alguma, tal 
resumo Ä capaz de substituir a referida fonte.
Por esta razÅo, o material MED RESUMOS – NEONATOLOGIA traz apenas uma parte do acervo 
disponÉvel para esta disciplina. Recomendamos a leitura da obra completa para melhor conhecimento 
dos resumos indicados ao longo deste material.
Arlindo Ugulino Netto – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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MED RESUMOS 2011
ELOY, Yuri Leite; NETTO, Arlindo Ugulino.
NEONATOLOGIA
AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO
(Professor João Medeiros Filho)
O termo recém-nascido (RN) consiste no período que se estende desde o nascimento até o 28º dia de vida, após 
esse período (e até 1 ano de vida), passa a ser chamado de lactente. Apesar do recém-nascido compreender um 
pequeno período (28 dias), constitui um grupo heterogêneo, tendo assim a necessidade de classificá-lo para que seja 
necessária a identificação das situações de risco.
CLASSIFICAÅÇO
QUANTO A IDADE GESTACIONAL
Os recém-nascidos podem ser classificados quanto à idade gestacional em:
 Pré-termo: são aqueles cuja idade gestacional é inferior a 37 semanas, podendo algumas literaturas referir 38.
 A termo: compreendido entre 37 a 42 semanas (41 semanas e 6 dias).
 Pós-termo: mais de 42 semanas.
Essa classificação é de extrema importância para a avaliação semiológica do RN, principalmente no que diz 
respeito ao seu prognóstico, como exemplo: recém-nascidos pesando 1,4 kg a termo, tem melhor prognóstico do que um 
RN na mesma faixa de peso, pré-termo.
Atualmente considera-se que RN com peso menor que 2500g, independente de sua idade gestacional, é 
considerado um RN de baixo peso.
QUANTO À RELAÇÃO PESO/IG
Além dessa classificação descrita, existe outra de grande importância e que deve ser conhecida pelo médico 
neonatologista. Ela avalia a relação do peso com idade gestacional (IG). Dessa forma temos:
 Pequenos para IG (PIG): RN que apresenta peso ao nascer abaixo do percentil 10 na curva de crescimento 
intra-uternio.
 Adequado para IG (AIG): situado entre os percentis 10 e 90 na curva de crescimento intra-uterino.
 Grandes para IG (GIG): superior ao percentil 90 na curva de crescimento intra-uterino.
Assim os recém-nascidos a termo, pré-termo e pós-termo, podem ser pequenos, apropriados e grandes para 
idade gestacional. Com isso matematicamente os recém-nascidos podem ser classificados de 9 formas, de acordo com 
as classificações propostas.
Sabe-se que a medicina não é uma ciência exata, 
muito pelo contrário, existem diversas condições fisiológicas, 
patológicas, nutricionais, que podem determinar variações na 
idade gestacional do feto e tamanho. Com isso a maioria das 
classificações trabalha com faixas de normalidade, e não com 
um valor absoluto, em neonatologia, não é diferente, uma vez 
que a relação peso/IG é dada em percentil. Por isso foi feita 
uma tabela padrão, que é utilizada em todo o mundo, embora 
sofra algumas modificações devido a questões raciais, 
étnicas entre outras especificas de cada país.
A interpretação da curva de crescimento intra-uterino, 
fundamental para a classificação do RN, é feita da seguinte 
forma: Tomaremos como exemplo um RN nascido com 35 
semanas (pré-termo), pesando 2kg. De acordo com a curva 
de crescimento intra-uterino o mesmo apresenta um tamanho 
apropriado. Entretanto, outro RN com IG 39 semanas, com o 
mesmo peso, é considerado pequeno para IG.
Por isso é importante salientar que um RN pode-se 
apresentar a termo com baixo peso e pequenos para idade 
gestacional. 
Sobre esse aspecto é importante saber que o 
crescimento fetal ocorre principalmente devido a fatores 
genéticos, entretanto pode sofrer influência de condições 
Arlindo Ugulino Netto – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
99
patológicas, como é o caso da hipertensão arterial, que gera uma vasoconstricção dos vasos uterinos, e com isso, 
determina um baixo fluxo de nutrientes e O2 para o feto, e mesmo que seja a termo, apresentará um baixo peso. Entre 
outros fatores podem ser a toxoplasmose congênita e rubéola, que interferem fortemente no desenvolvimento do RN, 
além da nutrição materna, que desempenha um papel fundamental para o crescimento normal do RN.
PECULIARIDADES FISIOLÉGICAS DO RN
Antes de iniciarmos o estudo semiológico propriamente dito do RN é importante ter conhecimento sobre algumas 
peculiaridades, tais como:
 Distribuição de água corpórea: quanto a este aspecto deve-se saber que quanto menor por o indivíduo, mais 
água corporal ele possui. Dessa forma, um feto de 16 semanas apresenta cerca de 93% do seu peso 
representado por água. No RN a termo esse valor está em torno de 75%, já no adulto corresponde a 55% do 
peso. Com isso durante a realização de infusão de líquidos nos RN deve-se levar em consideração esses 
aspectos. Outra consideração importante sobre a distribuição de água, é que nos adultos, grande parte da água 
(2/3) está contida no compartimento intracelular e 1/3 no extracelular. Em contrapartida no feto e recém-nascido 
o espaço extracelular é o compartimento que possui mais água. Com o crescimento, ocorre uma contração 
desse espaço, que vai perdendo água, e em torno do 10º dia, o espaço intracelular passa a ser dominante. 
 Perda de peso ao nascer: é normal o registro de perda de peso nos primeiros 10 dias de nascimento, fato este 
que está associado principalmente à incapacidade fisiológica do RN em se alimentar (amamentação) e, além 
disso, ocorre uma perda do excesso de água descrito anteriormente. Com isso esse RN recupera o peso a partir 
do 10º dia. Quando prematuro, inicia a recuperação em torno de 15 dias. 
 Imaturidade do Sistema Renal: nos RN a taxa de filtração glomerular é menor quando comparada com 
crianças maiores e adultas. Sendo necessária uma atenção especial na infusão de líquidos e bicarbonato de 
glicose. Por isso, frequentemente, os RN podem apresentar glicosúria, devido a não absorção de bicarbonato 
infundido. Além disso, a filtração glomerular desempenha um papel importante sobre a vida média do fármaco na 
circulação sanguínea. Um exemplo são os antibióticos que nos RN são administrados em intervalos maiores, por 
permanecer maior tempo na circulação sanguínea, os aminoglicosídeos, por exemplo, em RN são administrados 
em intervalos de 36 horas.
 Limitações do Aparelho digestivo: a começar pela limitação da capacidade gástrica e deficiência transitória de 
lactase. A deficiência de lactase pode levar nas primeiras semanas uma hiperdefecação, com presença de fezes 
líquidas, amarelo-ouro, explosivas e ácidas, devido a um reflexo gastrocólico exacerbado. Entretanto, essas 
condições são extremamente normais para um RN. Após um determinado tempo, em que as condições 
absortivas do RN já estão mais amadurecidas,o leite materno é bem absorvido, e com isso o RN pode ficar 2 a 
3 dias sem evacuar, ou até mesmo 1 semana, sendo está uma condição normal (a não ser que haja uma 
distensão abdominal importante). Essas informações são importantes para que não sejam cometidas 
iatrogenias.
 Sistema Cardiorrespiratório:
 Limitações do Sistema Imune: sabe-se que a primeira barreira física contra a entrada de microorganismos
patogênicos é a pele. Essa nos RN se apresenta fina, podendo ser facilmente penetrado por bactérias. Além 
disso, apresenta uma deficiência de imunoglobulinas (IgM e IgA). Entretanto a IgG apresenta-se normal ou 
elevada, pois por ser de baixo peso molecular, tem a capacidade de atravessar a barreira placentária, conferindo 
uma proteção adicional ao feto.
 Sistema Endócrino: nos RN prematuros podem desenvolver um quadro de hipotireoidismo transitório. 
AVALIAÅÇO SEMIOLÉGICA DO RN
Constitui uma etapa imprescindível à avaliação do RN. A partir dos dados obtidos através de uma anamnese 
criteriosa, elabora-se sua história clínica, identificando-se os fatores de risco, seja nos antecedentes familiares e 
maternos, seja na história da gestação, do parto e do nascimento. Na evolução pós-natal, informações indispensáveis, 
complementadas com um exame físico cuidadoso, vão ensejar a formulação do diagnóstico clínico ou das hipóteses 
diagnósticas.
ANAMNESE
Consiste em uma etapa de extrema importância. Considera-se que ela corresponda a cerca de 50 a 80% da 
avaliação semiológica do RN, quando relacionada à importância clínica. Através dela é possível o estabelecimento de 
uma relação médico-paciente adequada, principalmente na ocasião, ou seja, mãe e filho. Além disso, é através da 
anamnese que se pode pensar nas principais hipóteses diagnósticas, levantadas a partir da história clínica da gestante, 
antecedentes fisiológicos, patológicos, ginecológicos, obstétricos, intercorrências durante a gravidez, entre outras que 
fornecem informações importantes para o diagnóstico clínico.
Assim os principais fatores que devem ser considerados nas pacientes são:
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 Condições da Mãe: pacientes jovens, no inÄcio da puberdade, configuram uma gestaÅÇo de alto risco, com 
histÉria de promiscuidade, DST. O contrÑrio tambÖm Ö vÑlido: mulheres prÉximas a menopausa, em faixa de 40 
a 45 anos, tambÖm estabelece gravidez de risco, principalmente para ocorrÜncia de cromossopatias, 
especialmente a sÄndrome de Down.
 Procedência e Estado sócio-Cultural: avalia as condiÅáes em que a paciente estÑ exposta, principalmente, a 
presenÅa de Ñreas com doenÅas endÜmicas, condiÅáes de moradia.
 Pré-Natal: a nÇo realizaÅÇo de prÖ-natal jÑ configura uma situaÅÇo de risco aumentado.
 Antecedentes 
o Familiares: doenÅas hereditÑrias (metabÉlicas, hematolÉgicas, mucoviscosidade, ECT) e 
infectocontagiosas ativas.
o Maternos: avaliar se a mÇe Ö portadora de alguma patologia que pode ter repercussáes no concepto. 
Entre as principais temos: diabetes, cardiopatias, presenÅa de doenÅas infecto-contagiosas como 
tuberculose, DST, hipertensÇo arterial, nefropatias, colagenoses, uso de medicamentos, drogas, Ñlcool, 
tabagismo.
 História Obstétrica: 
o Gestações Prévias: mÑ histÉria obstÖtrica jÑ configura uma situaÅÇo de risco. Os seguintes dados 
devem ser abordados: nàmero de gestaÅáes, abortos, mortes neonatais, prematuridade, RN de baixo 
peso, malformaÅáes, doenÅa hemolÄtica do RN.
o Gestação atual: data da àltima menstruaÅÇo, idade gestacional, inÄcio e termino do prÖ-natal, nàmero 
de consultas, gestaÅÇo ànica ou màltipla, DST, infecÅáes, eclampsia, prÖ-eclampsia, medicamentos e 
drogas abortivas (mÇes epilÖpticas em uso de Ñcido valproico), sangramentos, Ñlcool, tabaco
o Trabalho de Parto: inÄcio, apresentaÅÇo, tempo de bolsa rota, duraÅÇo do trabalho de parto, tipo de 
parto, normal, cesariana, fÉrceps, uso de fÑrmacos, anestesia geral ou bloqueio. 
o Condições de nascimento do RN: necessidade de reanimaÅÇo, vitalidade pelo escore de APGAR, uso 
de O2, surfactante, ventilaÅÇo, eliminaÅÇo de mecânio, amamentaÅÇo, avaliar fluxo urinÑrio.
EXAME FÑSICO
ApÉs o nascimento detecta-se que o RN encontra-se estÑvel hemodinamicamente, com ausÜncia de sinais e 
sintomas que indiquem uma assistÜncia mais invasiva. Com isso pode-se seguir com a realizaÅÇo do exame fÄsico 
adequado. Caso contrÑrio, devemos proceder com os passos de reanimaÅÇo do RN. 
Uma das primeiras medidas a serem tomadas pelo neonatologista ainda na sala de parto Ö identificaÅÇo do RN, 
e posteriormente realizar o primeiro contato do feto com a mÇe, incentivando a amamentaÅÇo nos primeiros 30 minutos. 
Depois disso, segue-se com os dados antropomÖtricos (1) pesagem, (2) descrição dos perímetros cefálico, torácico 
e abdominal, alÖm da ausculta cardíaca e respiratória.
Um exame fÄsico detalhado deve ser realizado nas primeiras 12 a 24 horas de vida. Lavar previamente as mÇos 
e realizÑ-lo com o RN despido, tendo-se o cuidado com a hipotermia.
O exame fÄsico do RN estÑ dividido em trÜs etapas: (1) inspeção, (2) exame físico geral e (3) exame físico 
segmentar.
INSPEÇÃO GERAL
Consiste em uma etapa do exame em que se observa o comportamento do RN, sendo uma das etapas mais 
importantes, pois dÑ informaÅáes globais de muito interesse. Assim entre os principais aspectos que devem ser 
investigados nessa etapa da avaliaÅÇo clÄnica Ö:
 Fáceis: normal ou atÄpica, quando atÄpica descrever se Ö sugestivo da alguma patologia como sÄndrome de 
Down, trissomia do cromossomo 18, sÄndrome de Goldenhar.
 Sinais de Angústia Respiratória: gemido expiratÉrio, batimentos das asas do nariz, retraÅáes intercostais.
 Avaliar choro: os RN normais apresentam um choro vigoroso e forte, diferentemente do RN prematuro. AlÖm 
disso, os RN a termo que, quando estimulados (toque, mudanÅa de posiÅÇo) nÇo choram ou se mostram pouco 
responsivos, nÇo sÇo considerados normais. HÑ ainda o choro patolÉgico como na “sÄndrome do miado do gato”
(Cri-Du-Chat), que se assemelha ao miado de um gato, choro monÉtono e agudo.
 Atividade Espontânea: o RN a termo movimenta-se ativamente, å medida que se retiram suas roupas e 
cobertas. Letargia e hipoatividade constituem motivo de preocupaÅÇo.
 Postura: o RN normal, a termo, geralmente apresenta uma postura simÖtrica e semelhante å postura fetal 
(flexÇo dos membros inferiores e superiores, cabeÅa e tronco), podendo, se assimÖtrica, estar relacionada a 
trauma com lesÇo neurolÉgica perifÖrica.
Arlindo Ugulino Netto – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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EXAME FÍSICO GERAL
No exame fÄsico do RN deve-se avaliar os seguintes critÖrios:
Pele.
Avaliar a cor da pele, textura, presença de manchas ou erupções. Geralmente os RN se apresentam pletÉricos 
(avermelhados – hematÉcrito elevado). Sua textura depende da idade gestacional, assim nos RN prÖ-termos, a pele se 
apresenta muito fina e gelatinosa, enquanto que, nos RNs pÉs-termo ela se apresenta seca, enrugada, apergaminhada e 
com descamaÅÇo acentuada, constituindo-se, por isso, um dos parémetros utilizados na avaliaÅÇo de sua idade 
gestacional. Entre os achados mais comuns que podem ser encontrados nos RN temos: 
 Vérnix Caseoso: substéncia esbranquiÅada oleosa que recobre a pele do RN, constituindo uma barreira å perda 
de lÄquidos. Abundante por volta de 35 a 36 semanas de idade gestacional torna-se mais delgado no RN a 
termo, e praticamente estÑ ausente no pÉs-termo. 
 Milium Sebáceo: pequenos cistos epidÖrmicos de cor branco-perolados ou amarelo-pÑlidos, localizados 
predominantemente no nariz, queixo e fronte. Esfoliam-se espontaneamente, sem a necessidade de qualquer 
tratamento.
 Hemangioma Macular: Ö um nevo vascular verdadeiro. SÇo freqèentes, principalmente na fronte, nuca e 
pÑlpebra superior. Desaparecem em alguns meses, sem necessidade de tratamento. Manchas de Vinho Porto (nevus flammeus): nÇo desaparecem a dÄgito-pressÇo, e sÇo permanentes. Podem 
estar associadas å SÄndrome de Sturge Weber.
 Monteamento: pode ser observados em RNs saudÑveis sob o stress do frio, hipotÖrmicos, portadores de 
trissomias, sÖpticos ou hipovolÜmicos. Conhecido tambÖm como marmÉreo.
 Lesões: A presenÅa de lesáes na pele pode estar relacionada com problemas sistÜmicos, por exemplo, RN com 
sÄfilis congÜnita que apresentam fissuras na pele. Podem apresentar ainda petÖquias que sugerem infecÅáes 
graves, septicemias. E ainda existem lesáes normais na pele dos RN, uma delas sÇo as lesáes de Montgomery, 
manchas arroxeadas conhecidas popularmente como jenipapo, e desaparecem com o tempo. Ainda pode se 
apresentam com pÑpulas eritematosas.
 Eritema Tóxico: erupÅÇo caracterizada por mÑculas, pÑpulas e atÖ algumas vesÄculas que se espalham pelo 
tronco e, frequentemente, pelos membros e pela face. De causa desconhecida, em geral surge no primeiro ou 
segundo dias de vida, de curso autolimitado, nÇo necessitando de tratamento. Geralmente estÇo relacionadas a 
processos alÖrgicos. Contudo ainda podem ocorrer por infecÅÇo de estafilococos ou estreptococos.
 Icterícia: cor amarelada da pele e das mucosas decorrente do aumento do nÄveis sanguÄneos de bilirrubina, 
podendo ser normal ou patolÉgica.
Mucosa e Tecido celular subcutâneo
Avaliar o grau de hidrataÅÇo, presenÅa de lesáes na mucosa oral. Na avaliaÅÇo do tecido celular subcuténeo, 
nota-se que em RN pequenos para a idade gestacional a gordura Ö escassa e quase ausente. Ao contrÑrio nos RN 
grandes para a idade gestacional, como por exemplo, aqueles portadores de diabetes, podem apresentar um aumento 
desse tecido, devendo-se investigar a presenÅa de edema.
Músculo-Esquelético
Avaliar todos os grupos musculares do RN, identificando Ñreas nÇo contrÑteis e a ocorrÜncia de possÄveis dÖficits 
neurolÉgicos. AlÖm disso, deve-se saber que os RN apresentam uma hipertonia fisiolÉgica, tendo uma predominéncia do 
tânus flexor sobre o extensor. O melhor local para avaliaÅÇo da musculatura Ö o màsculo grande peitoral.
No sistema esquelÖtico Ö de extrema importéncia a avaliaÅÇo de anormalidades Ésseas, abaulamentos, 
retraÅáes importantes etc.
EXAME FÑSICO SEGMENTAR
CABEÇA
Perímetro
Como foi dito anteriormente, antes da realizaÅÇo do exame semiolÉgico faz-se uma avaliaÅÇo antropomÖtrica, 
que dentre os aspectos analisados estÑ o perÄmetro da cabeÅa, que normalmente estÑ em torno de 34 cm. Entretanto 
esse valor, nÇo tem grande significado uma vez que, depende do tamanho do RN, ou seja, mesmo o RN sendo a termo, 
mas pequeno pra idade gestacional poderÑ ter um perÄmetro cefÑlico menor que 34 cm e nÇo necessariamente ser 
patolÉgico. Da mesma forma, RN de mÇes diabÖticas a termo, grandes para idade gestacional, podem apresentar um 
perÄmetro cefÑlico maior que 34 cm.
Na mediÅÇo, o perÄmetro deve ser feito com uma fita inelÑstica, passando pela protuberéncia occipital e pela 
regiÇo mais proeminente da fronte. Investigar a presenÅa de micro ou macrocefalia (hidrocefalia Ö causa comum de 
macrocefalia). A microcefalia pode ocorrer por um crescimento inadequado do encÖfalo, ou ainda soldadura precoce das 
suturas cranianas. Quando ocorre um fechamento precoce dessas suturas, o crénio pode vir a adotar formas anâmalas. 
Arlindo Ugulino Netto – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
102
Quando o RN apresenta um fechamento precoce da sutura coronal e lambdÉide vai apresentar uma cabeÅa achatada, 
denominada de braquicefalia. JÑ na soldadura precoce da sutura sagital o RN vai apresentar um quadro de 
escafocefalia. 
Apesar das consideraÅáes explicadas acima, alguns RN podem apresentar um perÄmetro cefÑlico normal e ser 
portador de hidrocefalia. O perÄmetro cefÑlico normal nÇo afasta o diagnÉstico de hidrocefalia.
Fontanelas.
As fontanelas sÇo espaÅos delimitados entre as suturas Ésseas do crénio, 
que fornecem informaÅáes importantes sobre a avaliaÅÇo fÄsica do RN. A intersecÅÇo 
fronto-parietal forma a fontanela anterior, e parieto-occipital a posterior. A fontanela 
anterior geralmente fecha em torno de 6 meses a um ano e meio, enquanto que a 
posterior em torno de 2 a 3 meses.
Nas fontanelas deve-se avaliar o tamanho e tensÇo. As fontanelas normais 
sÇo aquelas descritas como normotensas, e com amplitude 2 x 2 cm. Nas fontanelas
hipertensas pode-se suspeitar de hipertensÇo intercraniana, podendo esta ser 
ocasionada por hidrocefalia. Nas fontanelas amplas, em que devido ao tamanho a 
avaliaÅÇo da tensÇo Ö prejudicada, pode fazer uma ultrasonografia transfontanela, 
para uma avaliaÅÇo mais precisa.
A fontanela deprimida estÑ presente, por exemplo, em crianÅas desidratadas.
PESCOÇO
O pescoÅo do RN se apresenta curto e frÑgil, devendo ser avaliado principalmente a procura de massas 
palpÑveis localizadas.
Assim a avaliaÅÇo do pescoÅo se inicia com a palpaÅÇo da parte mediana a fim de detectar bÉcio, fÄstulas, cistos 
e restos de arcos branquiais; lateralmente, verifica-se a existÜncia de hematoma de esternocleiodomastÉideo, pele 
redundante ou pterigium coli. PescoÅo alado Ö observado nas sÄndromes de Turner e Down.
Palpar ainda as clavÄculas para descartar a presenÅa de fratura, que se caracteriza por assimetria do ombro, 
diminuiÅÇo da mobilidade, dor e crepitaÅÇo å palpaÅÇo.
Explorar a mobilidade e tânus, pouca mobilidade do pescoÅo sugere anomalias vertebro-crevicais.
FACE
No exame da face sÇo analisados olhos, ouvidos, nariz e boca.
Olhos.
No exame ocular do RN nascido deve-se avaliar o reflexo vermelho, usando um oftalmoscÉpio. Sua ausÜncia 
pode ser sinal de catarata congÜnita. A esclera Ö branca ou levemente azulada no RN prÖ-termo, contudo podem se 
apresentar amareladas. Se for azul-escura deve-se afastar a possibilidade de osteogenesis imperfecta. Observar 
tambÖm sobrancelha, cÄlios, movimentos palpebrais, edema e direÅÇo da comissura.
Avaliar a transparÜncia do cristalino, se o mesmo Ö opaco ou nÇo. A avaliaÅÇo do cristalino, devido a sua 
importéncia clÄnica, atualmente Ö feita atravÖs do “teste do olhinho”, que tem o objetivo avaliar a presenÅa do olho 
vermelho (coloraÅÇo dada pelos vasos retinianos). Quando presente Ö sinal que o cristalino Ö translàcido e a retina Ö 
normal.
Hemorragias conjuntivais sÇo comuns e decorrem da ruptura de pequenos capilares conjuntivais. SÇo 
absorvidas espontaneamente e, portanto, nÇo necessitam de qualquer tratamento. SecreÅáes purulentas devem ser 
investigadas.
Pesquisar microftalmia (microcÉrnea – cÉrnea com diémetro menor que 9 mm); glaucoma congÜnito
(macrocÉrnea – diémetro maior que 11 mm). A presenÅa de estrabismo nÇo tem significado nessa faixa etÑria, assim 
como a ocorrÜncia de nistagmo Ö frequente.
Orelhas.
Avaliar forma, tamanho, simetria, implantaÅÇo e a presenÅa de apÜndices prÖ-auriculares (papilomas). A posiÅÇo 
normal do pavilhÇo auricular Ö determinada traÅando-se uma linha horizontal imaginÑria, passando pelos cantos 
palpebrais internos e externos, cruzando a face perpendicularmente ao eixo vertical da cabeÅa. Se a hÖlice da orelha 
estiver abaixo dessa linha, considera-se implantaÅÇo baixa que Ö observada em diversas patologias congÜnitas: 
síndrome de Potter (caracterizada por implantaÅÇo baixa das orelhas, micrognatia, maior disténcia entre os eixos 
oculares e agenesia renal bilateral), síndrome de Goldenhar (caracterizada por alteraÅáes vertebrais, oculares e 
auditivas), triploidias, trissomia do 9 e do 18.
A acuidade auditiva pode ser pesquisada atravÖs da emissÇo de um ruÄdo prÉximo ao ouvido, observando-se a 
resposta do reflexo cÉcleo-palpebral (piscar dos olhos).
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AlÖm disso, a forma e tamanho do padrÇo auricular guardam uma estreita relaÅÇo com a idade gestacional, 
constituindo um dos elementos para avaliaÅÇoda IG do RN.
Nariz.
Observar sua forma: malformaÅáes do nariz sÇo observadas nas trissomias cromossâmicas 18 e 21, na 
acondroplasia e outras condrodistrofias. Verificar a permeabilidade das coanas, usando uma sonda nasogÑstrica. A
presenÅa de corrimentos nasais serossanguinolentas sugere sÄfilis congÜnita precoce. Muito comum no Ñpice do nariz 
encontrar pequenos pontos esbranquiÅados denominados de miliun, jÑ explicado previamente.
Boca.
Na avaliaÅÇo da boca, inclui a inspeÅÇo dos lÑbios, avaliando sua integridade e presenÅa de lesáes, alÖm disso, 
presenÅa de mal-formaÅáes, como Ö o caso da fenda labial (lÑbio leporino). Nos RN que mamam de forma vigorosa Ö 
muito comum encontrarmos calos de sucÅÇo.
Quanto ao palato avaliar se estÑ Äntegro e de conformaÅÇo normal ou em ogiva (palato alto). Na cavidade oral 
em si Ö muito comum a presenÅa de placas esbranquiÅadas sobre a base eritematosa causada por infecÅÇo fàngica 
(Candida albicans). Ocorre com frequÜncia em RN imunossuprimidos, sendo a infecÅÇo transmitida pela prÉpria mÇe. 
AlÖm disso, pode haver pequenas escoriaÅáes, na maioria das vezes de causa iatrogÜnica, quando a limpeza da 
cavidade oral para retirada de muco, nÇo era realizada com a “pÜra”, mas sim com gaze, produzindo essas escoriaÅáes. 
Um pequeno nàmero de RN pode apresentar dentes fragilizados, que devem ser retirados evitando a aspiraÅÇo.
Avaliar o tamanho da lÄngua, existindo macroglossia, pode caracterizar uma sÄndrome onde hÑ um queixo 
pequeno, a lÄngua nÇo se fixa de forma adequada ao assoalho da boca, podendo sufocar o RN, sendo necessÑria 
algumas vezes a realizaÅÇo de correÅÇo.
As pÖrolas de Epstein sÇo pequenas formaÅáes esbranquiÅadas, junto å rafe mediana e, ås vezes, nas gengivas.
TÓRAX
O tÉrax do RN Ö cilÄndrico e seu perÄmetro Ö cerca de 2-3 cm menor que o cefÑlico. O apÜndice xifÉide Ö saliente 
e, por vezes, palpÑvel. Assimetrias podem ser determinadas por malformaÅáes de coraÅÇo, pulmáes, coluna ou 
arcabouÅo costal.
A hipertrofia bilateral das gléndulas mamÑrias decorre da aÅÇo dos estrogÜnios maternos e deve ser distinguida 
de mastite, geralmente unilateral, causada por estafilococos. O diémetro da gléndula mamÑria Ö um dos parémetros para 
avaliaÅÇo da idade gestacional. Da mesma forma que no adulto a avaliaÅÇo do tÉrax, aparelho respiratÉrio e 
cardiovascular deve ser seguida com a inspeÅÇo, palpaÅÇo, percussÇo e ausculta.
Pulmões.
A respiraÅÇo do RN Ö do tipo abdominal e irregular, sobretudo em prematuros, quando predominantemente 
torÑcica e com retraÅÇo, denotando dificuldade respiratÉria. A freqèÜncia estÑ em torno de 30 a 50 movimentos por 
minuto. Estertores àmidos, logo apÉs o nascimento, normalmente sÇo transitÉrios e desaparecem nas primeiras horas de 
vida. Sua persistÜncia, diminuiÅÇo global ou assimetria do murmàrio vesicular implicam avaliaÅÇo criteriosa.
Avaliar a presenÅa de angàstia respiratÉria, que se caracterizam principalmente por alteraÅáes na freqèÜncia 
respiratÉria, retraÅáes intercostais, gemidos expiratÉrios, batimentos de asas do nariz e cianose.
Cardiovascular.
Avaliar a freqèÜncia cardÄaca, que geralmente estÑ em torno de 120 a 160 batimentos por minuto, nÇo 
esquecendo o pulso perifÖrico, principalmente o pulso femoral, que quando ausente, estÑ associada å cardiopatia grave, 
denominada de coarctaÅÇo da aorta. O pulso umbilical Ö ideal para avaliaÅÇo.
Nos RN normais, hÑ uma hiperfonese da 2ê bulha, podendo ouvir sopros, presentes devido ao nÇo fechamento 
completo das comunicaÅáes do sistema arteriovenoso, como canal arterial. A palpaÅÇo e percussÇo no RN nÇo tÜm um 
grande valor clÄnico.
Lembrar os sinais de insuficiÜncia cardÄaca: taquicardia, hepatomegalia, ritmo de galope, taquipnÖia, sibilos e 
estertores.
ABDOME
Inspeção.
O perÄmetro do abdome Ö cerca de 2-3 cm menor que o cefÑlico. AlÖm disso, pode se apresentar com aspecto 
globoso, devido å desproporÅÇo do tamanho da cavidade em relaÅÇo aos ÉrgÇos. DistensÇo pode ser devida å presenÅa 
de lÄquido, visceromegalias, tumoraÅáes. Entretanto uma condiÅÇo importante Ö o Äleo paralÄtico, em que o abdome se 
apresenta liso e brilhante, onde nÇo se observa peristaltismo de luta, mas sim ruÄdos hidroaÖreos diminuÄdos ou 
ausentes e, quando administrada sonda nasogÑstrica, drena secreÅÇo biliosa. Ocorre principalmente quando o RN se 
apresenta com infecÅÇo grave, sepse ou ainda enterocolite necrotizante. 
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No abdome distendido por um quadro obstrutivo percebe-se o peristaltismo de luta, com ruídos hidroaéreos 
exacerbados. Obstrução ou perfuração intestinal são as principais causas. O abdome escavado por sua vez está 
presente principalmente nas hérnias diafragmáticas, que está associado com desconforto respiratório.
A diástase de retos abdominais e de observação frequente e sem significado.
Examinar o coto umbilical que de início é de coloração branco-azulada e de consistência gelatinosa, passando 
por um processo de mumificação por volta do 3º e 4º dias, seguida de sua queda entre o 6º e 15º dias de vida. 
Normalmente, existem duas artérias e uma veia no umbigo; artéria umbilical única pode estar associada a anomalias 
renais ou problemas genéticos. A presença de secreção fétida no coto umbilical, edema e hiperemia de parede 
abdominal indicam onfalite.
Palpação.
Observar se existem distensão, rigidez, dor e massas ou vísceras palpáveis. Em condições normais, o fígado 
pode ser palpado cerca de um a dois centímetros do rebordo costal direito. Uma ponta de baço palpável na primeira 
semana também pode ser normal, entretanto deve-se considerar também causas patológicas, tendo em vista a 
possibilidade, entre outras, de infecção perinatal. Os rins podem ser palpáveis, principalmente o direito, lembrando que o 
aumento renal pode ser devido à doença policística, trombose de veia renal e hidronefrose. Pesquisar a existência de 
outras massas abdominais (tumor de Wilms, cistos ovarianos, cistos mesentéricos, neuroblastoma, etc.)
Percussão.
Através da percussão, é possível delimitar as vísceras, massas abdominais e avaliar com mais precisão a 
presença de líquido ascítico, pesquisando-se a chamada macicez móvel, com mudança de decúbito.
Ausculta.
Permite verificar a presença de ruídos abdominais, conforme se salientou anteriormente.
GENITÁLIA
Masculina.
Presença de fimose é a regra no RN masculino. O pênis normal deve medir mais que 2 cm. A palpação da bolsa 
escrotal permite verificar a presença ou a ausência, sensibilidade e consistência dos testículos. No RN a termo a bolsa 
escrotal se apresenta pregueada, enquanto que o pré-termo tem uma superfície lisa. 
A hidrocele é frequente e, a menos que seja comunicante, se reabsorverá com o tempo. Observar a localização 
do meato urinário: ventral (hipospadia) ou dorsal (epispadia). A presença de hipospadia associado à criptorquidia implica 
a pesquisa de cromatina sexual e cariótipo. 
Feminina.
Os pequenos lábios e o clitóris são proeminentes por ação estrogênica materna, dando um aspecto em couve-
flor. Secreções mais ou menos abundantes e por vezes, hemorragias podem aparecer nos primeiros dias, também por 
influência estrogênica. Pesquisar imperfuração himenal, hidrocolpos, aderência de pequenos lábios. Fusão posterior dos 
grandes lábios e hipertrofia clitoriana impõem a pesquisa de cromatina sexual e cariótipo. Anomalias podem levar à 
eliminação de mecônio pela vagina ou uretra feminina.
Ânus e Reto.
Verificar cuidadosamente quanto à sua perviedade, posição e tamanho (cerca de 10 mm). Se necessário, usar 
sonda ou realizar toque retal para uma melhor avaliação. A eliminação de mecônio deverá ocorrer até 48 horas de vida.
EXTREMIDADES
Verificar inicialmente se os membros são simétricos e proporcionais. Observar anomalias dos dedos e membros: 
anomalias falangianas, polidactilia, sindactilia,clinodactilias, dismelias, agenesias. Examinar as pregas palmares única 
em ambas as mais, associada à ausência de uma prega falangiana no 5º quirodáctilo, é observada na síndrome de 
Down.
Entretanto, deve-se ter uma atenção especial para a articulação coxo-femoral, devendo esta ser avaliada 
criteriosamente para afastar a possibilidade de luxação congênita, que é caracterizada por uma displasia no acetábulo, 
em que a cabeça do fêmur não se fixa de forma correta no acetábulo. Para isso, utilizando-se as manobras de Ortolani e 
Barlow com o RN em decúbito dorsal com membros em flexão:
 Manobra de Ortolani: com as duas mãos, o examinador deve segurar as pernas e as coxas da criança, 
apoiando as mãos sobre o joelho do RN e, com os dedos, tentando alcançar a articulação coxofemural (no 
intuito de palpar fenômenos vibratórios nesta articulação). As coxas e as penas do RN devem estar flexionadas. 
Feito isso, realiza-se, simultaneamente, uma rotação externa e abdução da coxa, realizando, ao mesmo tempo, 
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força contra a articulação coxofemural. Tal manobra é positiva mediante a sensação de deslocamento do quadril 
e indica, justamente, displasia do quadril com subluxação da cabeça do fêmur com o acetábulo. 
 Manobra de Barlow: consiste no movimento contrário ao realizado durante a manobra de Ortolani (e, por isso, 
devem ser realizadas na mesma ocasião). Para isso, aproveitando a abertura já feita durante a primeira 
manobra, com as mãos na mesma posição, realiza-se a rotação interna e adução da coxa. Tal manobra 
sensibiliza ainda mais a de Ortolani, e garante que um eventual deslocamento da articulação da coxa não passe 
despercebido.
OBS1: O exame físico para identificar os casos de DDQ deve ser feito rotineiramente em todos os recém-nascidos. Em resum, a 
manobra de Ortolani, quando positiva, permite o diagnóstico de displasia de desenvolvimento do quadril (DDQ), porém a negatividade 
não o afasta, porque alguns quadris são instáveis mas não luxados. A manobra provocativa de Barlow permite o diagnóstico de 
instabilidade do quadril. Por outro lado em crianças acima de três meses a manobra de Ortolani pode ser negativa, já que mesmo o 
quadril permanecendo luxado pode não ser mais possível a colocação da cabeça femoral no acetábulo. Em relação á manobra de 
Barlow deve ser enfatizado que muitos recém-nascidos com positividade no primeiro exame tornam-se negativos após duas ou três 
semanas.
Portanto, através destas manobras, pode-se realizar o diagnóstico precoce de instabilidades na articulação do 
quadril, garantindo uma recuperação completa através da simples imobilização. Assimetria de pregas das coxas e 
glúteas e o encurtamento do membro afetado constituem indícios clínicos que reforçam a suspeita diagnóstica. 
Na maioria dos casos, quando o diagnóstico é feito antes dos três meses 
de idade com manobra de Ortolani Positiva ou manobra de Barlow que se 
mantém positiva, o uso de órtese de abdução (aparelho de Pavlick, cujo uso 
pode ser estendido para crianças com até seis meses de idade) oferece 
resultados excelentes. Quando a indicação é correta, e o aparelho é 
apropriadamente aplicado, de forma a evitar a reluxação da cabeça femoral 
excelentes resultados podem ser alcançados em até 95% dos pacientes. Após 
os três meses de idade o índice de bons resultados com o aparelho de Pavlick 
decresce para 50% , sendo muitas vezes portanto necessária a intervenção 
cirúrgica (manipulação sob anestesia geral, tenotomia dos músculos adutores e 
aparelho gessado pélvicopodálico).Nas crianças acima de seis meses e antes da 
idade da marcha, em torno de um ano, o tratamento é preferencialmente por 
redução sob anestesia geral e gesso.
Esta anomalia não é comum no Brasil, entretanto, ocorre com maior frequência em países norte-americanos, 
sendo mais comum no sexo masculino. 
EXAME NEUROLÓGICO
Durante o exame físico geral do RN, é possível iniciar-se simultaneamente a avaliação neurológica, com base na 
observação da postura, da movimentação espontânea, da resposta ao manuseio, incluindo o choro. Um exame mais 
acurado deve ser realizado, após 24 horas de vida, a fim de minimizar a influência do estresse do parto sobre sua 
performance neurológica.
O exame neurológico do RN possui algumas limitações, principalmente devido aos sinais clínicos, por exemplo,
RN tendo um episódio de convulsão, pode ser um problema neurológico, hipocalcemia, hipoglicemia, ou ainda aqueles 
RN que não tem a capacidade de sucção, pode ser por dano neurológico, ou ainda pode ser sinal de sepse.
Com isso, é importante a realização da anamnese, exemplo, RN com parto laborioso, com APGAR 1, com 
reanimação ainda na sala de parto. Com isso após 2 a 3 horas entra em convulsão, a principal suspeita diagnóstica é 
lesão neurológica e não hipoglicemia.
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Entretanto no RN, o exame neurológico pode ser feito com a pesquisa dos reflexos arcaicos que traduzem uma 
imaturidade, ou falta de mielinização do SNC. Alguns desses sinais desaparecem e alguns outros se modificam, entre os 
principais são:
 Reflexo de Moro (abraço): é um movimento global do qual participam os membros superior e inferior; é 
facilmente provocado por um som ou soltando-se subitamente o RN que estava seguro nos braços. A coluna 
vertebral arqueia-se para trás, a face mostra surpresa, os braços e mãos se abrem, encurvam-se para frente 
num movimento que simula um abraço; as pernas se estendem e depois e depois se elevam; pode 
acompanhar-se de choro. A ausência ou redução deste reflexo indica grave lesão do SNC. Quando assimétrico 
pode significar paralisia braquial, sífilis congênita (pseudoparalisia de Parrot) ou fratura de clavícula ou úmero. 
Desaparece aos 3-4 meses de idade. Sua forma completa consta de 3 componentes: abdução dos braços e 
extensão dos antebraços sobre os braços, abertura das mãos, choro. Desaparece entre 4 e 6 meses.
 Sucção: O RN normal apresenta sucção reflexa como resposta a qualquer objeto que lhe toque os lábios
 Preensão Palmo-Plantar: obtém-se por estimulação da palma das mãos ou planta dos pés com um objeto ou o 
próprio dedo. Entretanto quando o bebê está com a 6 a 8 meses, a preensão já é considerada voluntária e não 
reflexa.
 Marcha Reflexa: sustentando-se o RN sob as axilas em posição supina, encosta-se um dos pés do RN sobre o 
plano. Este contato vai desencadear uma flexão do outro membro inferior, que se adianta e vai tocar o plano à 
frente, desencadeando uma sucessão de movimentos que simula a deambulação. Desaparece aos 2 meses.
 Fuga ou Asfixia: colocando-se o RN em decúbito ventral, de modo que as narinas fiquem obstruídas pelo 
plano onde está deitado, o RN faz uma rotação da cabeça para respirar melhor.
CÖLCULO DA IDADE GESTACIONAL
Atualmente o parâmetro mais utilizado para o cálculo 
da IG é a data da última menstruação, especialmente se a mãe 
tem uma menstruação regular. Entretanto algumas vezes é 
irregular, ou ainda, a mãe não se recorda da data da última 
menstruação. Sendo assim necessário outros métodos, que 
são mais precisos como: a USG, exames citológicos que 
permitem avaliar a idade gestacional. Apesar disso, os 
neonatologistas utilizam métodos clínicos.
Existem, na literatura, diversos métodos somáticos 
clínicos de avaliação da IG. Em nosso meio, têm-se utilizado o 
método de Capurro para os RNs com mais de 30 semanas, e 
o New Ballard para os prematuros extremos.
O método de Capurro (figura ao lado) pode ser 
realizado após o nascimento e contempla cinco parâmetros 
somáticos físicos: (1) textura da pele, (2) forma da orelha, 
(3) glândula mamária, (4) formação do mamilo e (5) pregas 
plantares. Cada um desses parâmetros possui pontuações 
específicas que, ao final, são somadas a uma constante (k) 
204. O resultado deveser dividido por 7, fornecendo uma 
estimativa da idade gestacional em semanas.
Ainda existem os padrões somáticos neurológicos, que 
devem ser analisados em torno de 12 horas após o parto, para 
minimizar uma eventual influência do parto, denominado de 
estresse do parto sobre a performance neurológica. Os 
parâmetros somáticos neurológicos incluem: (1) sinal do 
cachecol, (2) posição da cabeça ao levantar o RN, (3) ângulo 
cérvico-torácico igual a 180º e (4) ângulo cérvico-torácico 
menor que 180º. O somatório dos pontos é acrescido à 
constante (k) 200, obtendo-se a IG em dias.
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MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
NEONATOLOGIA
ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO NA SALA DE PARTO
(Professora Lívia Helena Ponciano)
A assistÜncia ao recÖm-nascido (RN) na sala de parto e a sua eventual reanimaÅÇo Ö uma atividade corriqueira 
para o Neonatologista, mas que pode acontecer nas mÇos de qualquer profissional da Ñrea mÖdica, independente da 
especialidade. 
DaÄ a importéncia de abordar este tema durante a graduaÅÇo em Medicina, uma vez que Ö nossa 
responsabilidade saber intervir, em qualquer ocasiÇo, para garantir uma sobrevida sem sequelas para o RN, sobretudo 
evitando a encefalopatia hipóximo isquêmica, que tambÖm serÑ abordada neste capÄtulo.
ASFIXIA PERINATAL
A reanimaÅÇo tem como principal finalidade evitar a asfixia perinatal, que, em 90% dos casos, Ö originada no 
perÄodo intraparto. A asfixia perinatal Ö a injària sofrida pelo feto ou pelo RN devida å mÑ oxigenaÅÇo (hipÉxia) e/ou mÑ 
perfusÇo (isquemia) de màltiplos ÉrgÇos. Associa-se å acidose lÑctica e, na presenÅa de hipoventilaÅÇo, å hipercapnia. 
Portanto, evitar a asfixia perinatal Ö evitar a hipÉxia e a isquemia do RN, diminuindo, assim, sequelas e maiores 
complicaÅáes no perÄodo pÉs-parto. 
Os critérios diagnósticos da asfixia perinatal nos auxiliam para realizar um diagnÉstico clÄnico desta injària. 
Desta forma, temos:
 pH da artÖria umbilical < 7,0
 Escore Apgar persistentemente baixo: ≤ 3 no 5ê minuto
 ManifestaÅáes neurolÉgicas no perÄodo neonatal
 ManifestaÅáes sistÜmicas: alteraÅáes renais, cardiovasculares, gastrintestinais, pulmonares ou hematolÉgicas
ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA (EHI)
A principal complicaÅÇo da asfixia perinatal Ö a encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI). Esta consiste em uma 
sÄndrome neurolÉgica caracterizada por dificuldade em manter e iniciar respiraÅÇo logo apÉs o nascimento, alteraÅÇo do 
nÄvel de consciÜncia, depressÇo dos reflexos e tânus muscular, pela presenÅa de convulsáes e por manifestaÅáes 
clÄnicas de intensidade variÑvel. Portanto, em outras palavras, a encefalopatia hipÉxico-isquÜmica Ö um quadro 
caracterizado por sequelas de uma asfixia no perÄodo neonatal, que tenha acometido o encÖfalo e outros ÉrgÇos. A lesÇo 
neuronal na vigÜncia de uma EHI pode acontecer em duas fases distintas:
 Fase isquêmica: LesÇo PrimÑria.
 Fase da reperfusão cerebral: LesÇo SecundÑria.
O quadro clÄnico da EHI varia para os bebÜs a termo e prÖ-termo por causa do local da lesÇo no sistema 
nervoso. No recÖm-nascido a termo (RNT), a lesÇo mais comum ocorre em nÄvel neuronal, na substéncia cinzenta. No 
recÖm-nascido prÖ-termo (RNPT), a lesÇo mais comum ocorre em nÄvel da lesÇo substéncia branca periventricular. 
Essas lesáes sÇo graves por causarem fibrose, risco de hidrocefalia e sequelas neurolÉgicas a curto e longo prazo. 
Quanto mais intensas forem as manifestaÅáes neurolÉgicas precoces e/ou envolvimento multissistÜmico (renal, 
principalmente; ver OBS1), pior serÑ a sequela e a qualidade de vida deste recÖm nascido.
OBS1: A principal causa de morte dos RN com EHI nos primeiros dias de vida Ö a insuficiÜncia renal aguda.
ESTADIAMENTO DA EHI
O estadiamento da encefalopatia hipÉxico-isquÜmica segundo Sarnat & Sarnat (1976) se faz da seguinte 
maneira:
 Estágio I (leve): manifestaÅáes neurolÉgicas pouco graves e que nÇo deixam sequelas. No mÑximo, 
manifestam-se na forma de convulsáes pouco intensas e focais.
 Estágio II (moderado): presenÅa de 20% a 80% de sequelas
 Estágio III (grave): 50% Ébitos + 50% com sequelas 
PREVENÇÃO DA EHI
A melhor maneira de prevenir a encefalopatia Ö a realizaÅÇo de um prÖ-natal adequado, exigindo uma atenÅÇo 
especial da ObstetrÄcia antes do parto. Contudo, alguns dados mostram que, mesmo com um prÖ-natal minucioso, 
algumas complicaÅáes podem sobrevir:
 5 a 10% de todos os bebÜs necessitam de alguma manobra de ressuscitaÅÇo ao nascimento.
 1 a 10% dos nascidos em hospitais precisam de ventilaÅÇo com pressÇo positiva.
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Tais dados comprovam a importéncia do papel do Neonatologista no perÄodo neonatal, que Ö fundamental, uma 
vez que o sofrimento fetal Ö comum, seja no parto normal ou cesariano. A transiÅÇo entre a vida intra e extra-uterina Ö 
considerada como um dos maiores traumas que um indivÄduo pode passar na vida. DaÄ, a necessidade de atenÅÇo 
especial Ö eminente e o papel do Neonatologista, essencial.
HISTÉRICO
Antigamente, a maior preocupaÅÇo no binâmio mÇe-feto era concentrada ao primeiro item deste sistema – a 
saàde materna era prioridade, enquanto que a vida do concepto seria consequÜncia dos cuidados å mÇe. Contudo, nos 
àltimos anos, esta realidade sofreu alteraÅáes importantes, de modo que a prioridade Ö quase a mesma. 
Observe um resumo dos principais aspectos histÉricos da AssistÜncia ao RN na Sala de Parto na Sala de Parto:
 1980 – CriaÅÇo do programa nacional de ensino em reanimaÅÇo neonatal pela American Heart Asssociation 
(AHA), um programa mundial realizado atÖ os dias de hoje e apoiado pela AssociaÅÇo Brasileira de Pediatria, 
ministrando tal curso para MÖdicos e TÖcnicos em geral.
 1993 – Reconhecimento por parte do MinistÖrio da Saàde quanto å importéncia da presenÅa do pediatra na sala 
de parto atravÖs da portaria 031/SAS-MS.
 2009 – Apesar da obrigatoriedade imposta pelo Governo atravÖs desta Portaria, o Pediatra na sala de parto 
recebe cerca de R$ 55,20 (mesmo depois dos 100% reajuste de dezembro de 2008).
PROPEDÜUTICA DA ASSISTÜNCIA AO RN NA SALA DE PARTO
A presenÅa de um pediatra, junto a, pelo menos, um auxiliar treinado, na sala de parto Ö ideal para a realizaÅÇo 
de todas as bases da AssistÜncia ao RN. Contudo, ao pediatra, nÇo cabe somente esperar o nascimento e fornecer os 
primeiros atendimentos no perÄodo neonatal. A Sociedade Brasileira de Pediatria preconiza que o Neonatologista seja 
responsÑvel pelas seguintes funÅáes:
 Avaliação pré-natal: observar fatores que interfiram na vitalidade e maturidade do RN e realizar a 
identificação dos fatores de risco.
 Reanimação e estabilização
 Procedimentos de rotina
 Exame físico
 Avaliação da idade gestacional: por meio da data da àltima menstruaÅÇo (DUM), ultrassonografia prÖ-natal ou 
pelo mÖtodo de Capurro.
 Classificação do RN: 
 PrÖ-termo, a termo ou pÉs-termo
 Peso adequado, pequeno ou grande para a idade gestacional
AVALIAÇÃO PRÉ-NATAL
Embora seja obrigaÅÇo estrita do Obstetra (sendo este o responsÑvel pelo cuidado da saàde da mulher durante 
o perÄodo gravÄdico-puerperal), Ö essencial ao Neonatologista conhecer detalhes acerca do prÖ-natal daquela crianÅa. 
Para isso, devemos avaliar os seguintes fatores:
 Fatores antenatais 
 Idade materna
 Diabetes materna, PrÖ-eclémpsia, DH Crânica, 
DPP
 IMF-Rh ou ABO, Anemia, Sangramentos
 InfecÅÇo materna
 DoenÅa maternacardÄaca, renal, tireoidiana, 
neurolÉgica 
 Uso de drogas
 GestaÅÇo màltipla
 Poli e oligodrémnio 
 MalformaÅáes fetais
 Discordéncia PESO x IG
 AusÜncia de prÖ-natal
 Fatores relacionados ao parto
 CesÑrea de emergÜncia
 ApresentaÅÇo anâmala
 Trabalho de parto prematuro
 Bolsa rota > 18h, corioamnionite 
 LÄquido amniÉtico meconial (presenÅa de fezes 
do bebÜ no lÄquido amniÉtico)
 Bradicardia ou taquicardia fetal
 Trabalho de parto prolongado
 PerÄodo expulsivo prolongado
 Uso de anestesia geral
 Prolapso de cordÇo, DPP, PP, tetania uterina
 Uso de fÉrceps
 Uso de opiÉides maternos 4h antes do parto 
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 Fatores imediatos relacionados ao RN
 Prematuridade
 APGAR Baixo (ver OBS2)
 Palidez ou Choque
 Pequeno para a IG (PIG)
 PÉs-Maturidade 
OBS2: Boletim de Apgar. A anestesista Virginia Apgar (1909-1974) viveu um perÄodo na medicina em que o parto 
cesariano era cada vez mais utilizado. Ela, apesar de nunca ter sido mÇe, passou a dedicar-se mais aos primeiros 
cuidados ao RN no momento pÉs-parto. A partir desta experiÜncia, ela percebeu algumas particularidades com relaÅÇo 
aos bebÜs que necessitavam de reanimaÅÇo na sala de parto. Com isso, montou um escore utilizado atÖ hoje e que 
serve como parémetro para avaliar a progressÇo de uma eventual reanimaÅÇo. Os parémetros e suas respectivas 
pontuaÅáes sÇo:
SINAIS 0 1 2
Frequência cardíaca ausente < 100 > 100
Cor cianose central ou palidez cianose de extremidades rÉseo
Irritabilidade reflexa ausente “caretas” choro
Esforço respiratório ausente choro fraco choro forte
Tônus muscular flÑcido semi-flexÇo ativo
Deste modo, Ö sinal de mau prognÉstico quando o neonato apresenta Apgar ≤ 3 no primeiro minuto ou Apgar ≤ 7 no 
quinto minuto de vida. Tais achados constituem a asfixia perinatal. A presenÅa de um Apgar ≤ 3 no quinto minuto 
caracteriza uma asfixia gravÄssima.
MATERIAL NECESSÁRIO
Basicamente, a Sala de Parto necessita dos seguintes componentes: materiais para precauÅáes universais; 
equipe capacitada; equipamentos modernos. Desta forma, temos:
 Materiais precauções universais: sÇo àteis para proteger o neonato, mas tem a funÅÇo principal de proteÅÇo 
individual, sobretudo no parto normal, em que o bebÜ entra em contato com a flora vaginal da mÇe.
 Avental
 MÑscara
 Gorro
 Luvas
 ículos 
 Equipe: a equipe deve conter, pelo menos, duas pessoas capacitadas e cientes de suas funÅáes.
 Reanimador experiente (de preferÜncia, um pediatra com curso de ReanimaÅÇo Neonatal)
 Auxiliar treinado
 Circulante, se necessÑrio.
 Equipamento
 Fonte de calor radiante
 Fontes de O2 e vÑcuo
 Material para aspiraÅÇo: pÜra de aspiraÅÇo, sonda, cénula de Gedel. 
 Material para ventilaÅÇo: AMBUì neonatal.
 Material para intubaÅÇo: laringoscÉpio de lémina reta, tubos (com ou sem fio guia), estetoscÉpio. 
 MedicaÅáes 
REANIMAÇÃO NEONATAL
Basicamente, a prioridade do atendimento ao 
neonato e a sua reanimaÅÇo se faz na forma de uma 
pirémide, de modo que:
 Sempre Ö necessÑrio verificar a vitalidade do RN 
ao nascer;
 Prevenir a perda de calor, posicionar o RN, 
estimular e administrar O2 se for necessÑrio;
 Fazer uso de ventilaÅÇo efetiva se o caso exigir;
 Raramente, serÑ necessÑrio fazer uso da 
massagem cardÄaca e a administraÅÇo de 
medicaÅáes.
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Independente de qualquer situação, a avaliação da vitalidade do RN deve iniciar com os seguintes 
questionamentos, logo que o parto é concluído:
 Ausência de mecônio?
 Gestação a termo?
 Respirando ou chorando?
 Tônus bom?
Com base nas respostas dadas a estes quatro parâmetros que se faz possível tomar decisões quanto a 
necessidade da ação e da intervenção médica ao neonato. Desta forma, temos:
 Se a resposta for SIM para todas estas questões, diz-se que a avaliação está normal (vigoroso). Neste 
momento, devemos avaliar a necessidade de aspirar secreções na boca e nas narinas do bebê e, logo em 
seguida, iniciar os procedimentos de rotina, dentre eles, entregar o bebê ao colo da mãe, fortalecendo o 
vínculo maternal e favorecendo a amamentação nos primeiros 30 minutos de vida.
 Se houver um NÃO para pelo menos uma das perguntas acima, devemos lançar mão dos passos iniciais da 
Reanimação Neonatal:
 Prevenir perda de calor
 Posicionar a cabeça
 Aspirar vias aéreas
 Secar e estimular
 Reposicionar a cabeça
 Reavaliação, depois de todos os passos feitos.
1. Prevenir a perda de calor
O primeiro passo a ser realizado na suspeita de um grau de vitalidade 
rebaixado é aquecer o neonato, prevenindo a hipotermia, o que agravaria ainda 
mais a lesão cerebral.
Para isso, poderíamos agasalhar o bebê ou, de maneira mais efetiva, 
confortá-lo em berço aquecido, dotado de uma fonte de calor radiante.
Vale ressaltar que o estresse metabólico que a hipotermia causa neste 
momento da vida é muito grande. Daí a importância de preveni-la.
2. Posicionar a cabeça
O posicionamento da cabeça do neonato é um passo 
importante no primeiro atendimento, tendo em vista a 
retificação da via aérea ao máximo possível. Para isso, 
devemos fazer uma discreta extensão de sua cabeça ou, se 
necessário, aplicar um coxim por baixo do dorso para auxiliar 
a manobra.
3. Aspirar as vias aéreas
A aspiração das vias aéreas do neonato é um passo 
importante, não só para garantir a permeabilidade das 
mesmas, mas para evitar que o bebê aspire suas próprias 
secreções, predispondo a pneumonias.
Podemos aspirar fazendo uso da pêra de borracha ou 
da sonda traqueal (no 8 ou 10).
Primeiramente, devemos aspirar a boca e, 
posteriormente, as narinas. Esta ordem é importante pelo fato 
de a boca ser capaz de armazenar um maior volume de 
secreções e, se aspirássemos as narinas primeiro, 
poderíamos desencadear um reflexo de sucção que faria com 
que o neonato aspirasse o conteúdo oral. 
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4. Secar e remover campos úmidos
ApÉs aspirar o conteàdo oral e nasal do 
bebe, devemos proceder com a secagem do mesmo, 
o qual se encontra recoberto por secreÅáes 
maternas.
A secagem se faz importante nÇo sÉ para a 
limpeza e retirada da secreÅÇo sobre a pele, mas por 
meio dela, jÑ podemos adiantar o prÉximo passo, 
que consiste na estimulaÅÇo do neonato, no intuito 
de obter qualquer resposta orgénica, como o choro, 
por exemplo.
A retirada dos campos àmidos Ö importante 
para prevenir a hipotermia.
5. Estimulação táctil S/N
A estimulaÅÇo do neonato tem a funÅÇo principal de desencadear 
movimentos respiratórios. Para isso, como vimos previamente, 
podemos lanÅar mÇo da estimulaÅÇo atravÖs da secagem com 
compressas. Contudo, caso necessÑrio, podemos fazer uso das 
seguintes manobras:
 Palmadas ou piparotes nas solas dos pÖs 
 Movimentos suaves de fricÅÇo no dorso, tronco ou extremidades
6. Reposicionar a cabeça
Depois de todos os passos previamente descritos, Ö prudente revisar a posiÅÇo da cabeÅa do neonato. Muito 
provavelmente, serÑ necessÑrio reposicionar a sua cabeÅa, uma vez que, depois da aspiraÅÇo e da estimulaÅÇo, elapode ter mexido – mesmo que minimamente – e fechado as vias aÖreas.
Reavaliação do neonato e Propedêutica diante de um RN vigoroso.
Depois da realizaÅÇo de todos os passos iniciais, devemos reavaliar o neonato com o auxÄlio das 4 perguntas 
fundamentais para a graduaÅÇo da vitalidade do bebÜ. Depois disso, devemos avaliar se o RN estÑ vigoroso. Este se 
caracteriza pelos seguintes parémetros:
 Choro forte
 Respiração regular
 FC > 100 bpm (pulso do coto umbilical por 6 segundos x 10)
 Corado ou apenas com cianose de extremidades 
PROCEDIMENTOS DE ROTINA
Para o RN vigoroso, podemos encerrar com a reanimaÅÇo e dar inÄcio aos procedimentos de rotina, que 
consistem em:
 Identificar o RN (data e hora do nascimento, nome 
do bebÜ e da mÇe, sexo) 
 Promover o contato mÇe/filho 
 AmamentaÅÇo na primeira meia hora de vida 
(exceto nos casos de mÇe HIV-positiva)
 Vitamina K (para evitar a doenÅa hemorrÑgica do 
RN, visto que o bebÜ tem deficiÜncia relativa de 
fatores da coagulaÅÇo)
 Assepsia do umbigo com îlcool 70% 
 CredÖ ocular: instilaÅÇo de nitrato de prata no olho 
do bebÜ no perÄodo neonatal para evitar a 
conjuntivite gonocÉcica do RN
 ImpressÇo Plantar
 Dados AntropomÖtricos: peso, estatura, perÄmetro 
cefÑlico, perÄmetro torÑcico e perÄmetro abdominal
 Exame FÄsico e ClassificaÅÇo do RN
 DeterminaÅÇo da idade gestacional
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MANEJO DIANTE DE SITUAÅáES ADVERSAS
Como vimos anteriormente, o neonato deve passar por pelo menos duas avaliaÅáes: uma avaliaÅÇo inicial e uma 
reavaliaÅÇo, observando o quÇo vigoroso o neonato se apresenta. Em resumo, devemos observar os seguintes 
parémetros:
 Avaliação inicial (1)
 AusÜncia de mecânio?
 GestaÅÇo a termo?
 Respirando ou chorando?
 Tânus bom?
 Reavaliação (2)
 Choro forte
 RespiraÅÇo regular
 FC > 100 bpm 
 Corado ou com cianose de extremidades
Na presenÅa de uma reposta NïO para um dos parémetros da avaliaÅÇo inicial (1) nos obriga a progredir com os 
passos iniciais da reanimaÅÇo do RN. Se o bebÜ nÇo apresentar melhora ou se nÇo apresentar os parémetros a serem 
observados na reavaliaÅÇo (2), devemos atentar para situações adversas , que exige uma atuaÅÇo precisa e objetiva do 
profissional. Neste momento, veremos os artifÄcios disponÄveis para lidar com tais situaÅáes.
OXIGÊNIO SUPLE MENTAR
O bebÜ nÇo Ö considerado vigoroso se apresentar-se com um dos quatro parémetros negativo, como, por 
exemplo:
 Choro forte
 RespiraÅÇo regular
 FC > 100 bpm 
 PresenÅa de cianose central
Este caso resume-se, portanto, ao RN respirando espontaneamente, com FC > 100 bpm, mas com cianose 
central (visÄvel em lÑbios, lÄngua e regiÇo central do tronco). 
A cianose Ö uma das complicaÅáes mais comuns nos primeiros 
momentos da sala de parto. Na presenÅa de cianose, Ö dever do 
neonatologista prover uma oxigenaÅÇo adequada para o neonato. Para 
isso, podemos lanÅar mÇo de oxigênio inalatório , na concentraÅÇo de 80 
a 100%. A principal tÖcnica de administraÅÇo consiste no uso de cateter 
de O2 (com fluxo de 5 l/min) apoiado pela mÇo do Neonatologista que, 
fazendo o formato de uma concha (com a mÇo), deve garantir esta 
“mÑscara” improvisada. Este mÖtodo Ö bem mais prÑtico e eficaz, sendo 
desnecessÑrio perder tempo buscando materiais diversos.
Geralmente, na presenÅa de cianose, esta medida Ö bastante 
eficaz, de modo que a resposta Ö imediata: o bebÜ torna-se corado em 
poucos instantes. ApÉs a melhora, devemos retirar o O2 de forma gradual.
Contudo, a administraÅÇo de oxigÜnio sÉ Ö indicada se o bebÜ 
apresenta apenas cianose central dentro dos parémetros citados acima. 
Se ele nÇo apresenta um choro forte ou uma respiraÅÇo regular, por 
exemplo, esta pode nÇo ser uma medida eficaz.
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA
Consideramos agora a seguinte situaÅÇo:
 ApnÖia ou gasping (bradipnÖia vigorosa e espaÅada)
 FC < 100 bpm 
 Cianose central persistente, mesmo com a utilizaÅÇo de oxigÜnio inalatÉrio com mÇo em concha
Diante desta situaÅÇo, devemos lanÅar mÇo de medidas ventilatÉrias mais eficazes, como a ventilação por 
pressão positiva (VPP) . Portanto, a ventilaÅÇo com pressÇo positiva Ö indicada quando o RN estiver em apnÖia, com 
frequÜncia cardÄaca menor que 100 bpm e/ou cianose central persistente.
As recomendaÅáes para este caso sÇo:
 Deve ser realizada com balÇo auto-inflÑvel (250 ml a 500ml), com vÑlvula de escape regulada (30-40 cm de 
H2O), e deve estar conectado å fonte de 02 a 5 litros/minuto e acoplado ao reservatÉrio de oxigÜnio, que pode 
ser aberto ou fechado. No que diz respeito ao balÇo auto-inflÑvel, podemos optar pelo AMBU (Airway 
Maintenance Breathing Unit). A fonte de oxigÜnio conectada ao AMBU deve alimentÑ-lo com oxigÜnio a 100%, 
que Ö misturado, dentro do balÇo, ao oxigÜnio do ambiente (21%). Desta mistura, resulta uma administraÅÇo de 
40% de oxigÜnio ao neonato, o que Ö ideal para um bebe a termo. Contudo, para um bebÜ prematuro, devemos 
realizar a reanimaÅÇo com oxigÜnio de 80 a 100% (para isso, Ö necessÑrio acoplar o reservatório de oxigênio).
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De preferÜncia, usar AMBU com vÑlvula pop-off, responsÑvel por regular e limitar a pressÇo do ar fornecido ao 
bebÜ, impedindo o barotrauma.
 Usar mÑscara de tamanho adequado que cubra a ponta do queixo, a boca e o nariz. A mÑscara preferencial 
deve ser transparente e de silicone que permita observar a coloraÅÇo das mucosas do neonato ou a presenÅa de 
secreÅáes.
 Posicionar a cabeÅa do bebÜ com leve extensÇo. O reanimador deve ficar ao lado da cabeÅa do bebÜ ou acima 
dela, de modo que garanta um acesso visual total ao bebÜ, sobretudo å expansibilidade de seu tÉrax. Para 
apoiar a mÑscara no rosto do bebÜ, devemos segurÑ-la com apenas uma mÇo (a outra deve apertar e insuflar o 
balÇo), de modo que o instrumento seja pinÅado entre o dedo indicador e o polegar (formando uma letra “C” com 
estes dedos) e, com os demais dedos, devemos apoiar a mandÄbula do bebÜ (formando um “3” ou uma letra “E” 
com estes dedos).
 Iniciar com pressÇo de 15 – 20 cmH2O e 30 – 40 cmH2O, em pulmáes doentes ou imaturos, com uma frequÜncia 
respiratÉria de 40 a 60 movimentos/minuto (que obedece å regra do “Aperta, Solta-Solta” ou do “Um; Um-Dois”, 
isto Ö: o tempo que devemos passar com o balÇo insuflado Ö o dobro do tempo que passamos com ele 
apertado).
Se a VPP estiver prolongada ou sem melhora da FC, podemos optar por inserir uma sonda orogástrica. Para 
isso, devemos, inicialmente, estimar o tamanho da sonda a ser utilizada, que consiste na disténcia entre o nariz, o lÉbulo 
da orelha e o apÜndice xifÉide. Feito isso, devemos introduzir a sonda pela boca, o que evita a distensÇo abdominal 
durante a VPP.
Devemos realizar o VPP com balÇo e mÑscara + O2 a 100% durante 30 segundos. Feito isso, devemos reavaliar 
o bebÜ. Se a FC for maior que 100bpm, se a respiraÅÇo for regular e se o bebÜ adquiriu cor, devemos suspender o O2
gradativamente. ñ prudente realizar a observaÅÇo clÄnica, monitorizaÅÇo contÄnua e disponibilidade de intervenÅÇo para 
o suporte vital. 
Devemos considerar falha da VPP se, apÉs 30 segundos do procedimento, a FC do RN nÇo aumentar alÖm de 
100bpm, o bebÜ nÇo ficar rosado ou sua respiraÅÇo nÇo tornar-se regular. Com isso, devemos verificar se a tÖcnica de 
VPP estÑ realmente correta (e, se necessÑrio, aumentar a pressÇo do balÇo) ou verificar uma eventualintercorrÜncia 
clÄnica.
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No caso em que o paciente nÇo vai bem com a VPP e, apÉs verificaÅÇo da tÖcnica, observa-se que ela estÑ 
correta (bom posicionamento do aparelho e expansÇo visÄvel da caixa torÑcica), devemos considerar a intubação 
orotraqueal e considerar intercorrÜncias clÄnicas (hipovolemia, obstruÅÇo de vias aÖreas, etc.). Portanto, a falha na VPP 
Ö uma indicaÅÇo de intubaÅÇo orotraqueal.
OBS 3: Para bebÜs a termo, preconiza-se mais uma tentativa de VPP, mesmo depois de 30 segundos de falha, no intuito 
de evitar a intubaÅÇo logo de inÄcio. Se a segunda tentativa tambÖm for falha apÉs 30 segundos de tÖcnica, devemos 
reavaliar e considerar a intubaÅÇo.
VENTILAÇÃO COM TUBO TRAQUEAL
A intubaÅÇo orotraqueal (IOT) Ö indicada nos seguintes casos:
 Necessidade de aspiraÅÇo traqueal (mecônio ): neonato deprimido com lÄquido amniÉtico meconial ao nascer;
 VentilaÅÇo com balÇo e mÑscara (VPP) ineficaz.
 VentilaÅÇo com balÇo e mÑscara (VPP) prolongada: caso em que, depois de 30 segundos de VPP, o bebÜ se 
mostra responsivo e com boa aparÜncia; contudo, logo depois que cessamos a VPP, ele retorna a um estado 
ruim que exige nova VPP, de forma que este ciclo se repita pelo menos trÜs vezes.
 Suspeita ou presenÅa de hÖrnia diafragmÑtica: no intuito de evitar distensÇo abdominal, com acàmulo de ar 
nas vÄsceras do trato gastrointestinal, aumento da pressÇo intratorÑcica e, eventualmente, hipoplasia 
pulmonar. Desconfia-se da presenÅa de hÖrnia diafragmÑtica naqueles bebÜs com abdome escavado e 
desconforto respiratÉrio grave.
 Necessidade de massagem cardÄaca.
A IOT deve ser considerada nos seguintes casos:
 IndicaÅÇo de administraÅÇo de adrenalina (a primeira dose pode ser feita atravÖs do tubo; as subsequentes 
devem ser endovenosas)
 IndicaÅÇo de surfactante profilÑtico: casos em que o prematuro, com idade gestacional inferior a 30 semanas, 
receberÑ surfactante exÉgeno profilÑtico.
 Prematuro extremo 
Para realizar a tÖcnica da IOT, devemos utilizar laringoscÉpio infantil e cénulas traqueias, de acordo com as 
seguintes indicaÅáes:
 Laringoscópio 
 Lémina reta nê 0 – prÖ-termo
 Lémina reta nê 1 – termo
 Cânula traqueal
 DI 2,5 mm - < 1000g
 DI 3,0 mm – 1000 a 2000g
 DI 3,5 mm – 2000 a 3000g
 DI 3,5 a 4,0 mm - > 3000g 
Com a mÇo esquerda, devemos manusear o cabo do laringoscÉpio e, com 
a mÇo direita, portar o tubo orotraqueal. Introduz-se entÇo a lémina do 
laringoscÉpio no centro da cavidade oral. ApÉs estabilizar-se a cabeÅa, eleva-se 
delicadamente a fim de expor a glote, evitando-se o pinÅamento da epiglote; 
introduz-se a cénula do lado da boca, atÖ que a marcaÅÇo alinhada ao lÑbio 
superior do neonato seja aproximadamente ao peso estimado do bebÜ (em kg) + 
6 unidades. Devemos segurar firmemente a cénula no local, retirar o laringoscÉpio 
e fixar o tubo.
Feito isso, devemos confirmar a instalaÅÇo do tubo (este deve estar com 
sua extremidade distal no terÅo mÖdio da traquÖia, ao nÄvel das clavÄculas, ao 
exame radiolÉgico). Para isso, devemos observar a expansÇo do tÉrax, a ausculta 
dos campos pulmonares, da regiÇo axilar e da regiÇo epigÑstrica, visualizaÅÇo da 
condensaÅÇo da cénula traqueal e observaÅÇo dos sinais vitais do neonato
(principal Ö a melhora da FC) e detecÅÇo do CO2 inalado.
A frequÜncia de inalaÅÇo deve ser de 40 a 60 movimentos/minto, que 
obedece a mesma regra do “Aperta, Solta-Solta” ou do “Um; Um-Dois”.
Devemos usar oxigÜnio inalatÉrio durante o procedimento, que deve durar entre 20 a 30 segundos. Realizada a 
tÖcnica e passados os 30 segundos, devemos reavaliar o bebÜ no que diz respeito a sua frequÜncia cardÄaca (o choro e 
a expansibilidade torÑcica nÇo poderÇo ser avaliados uma vez que o bebÜ encontra-se entubado). 
OBS 4: Se nÇo conseguir intubar em 20 segundos, devemos parar a tÖcnica e realizar VPP.
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AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E REALIZAÇÃO DE MASSAGEM CARDÍACA
A massagem cardÄaca estÑ indicada se, apÉs 30 segundos de VPP, realizada com tÖcnica correta, o neonato 
apresentar ou persistir com FC inferior a 60bpm (sempre com VPP e O2 a 100% ou intubaÅÇo orotraqueal). A FC do 
neonato pode ser avaliada utilizando estetoscÉpio ou avaliando a pulsaÅÇo do coto umbilical por 6 segundos e 
multiplicando o valor achado por 10.
Nunca devemos iniciar a reanimaÅÇo do neonato lanÅando mÇo de drogas, uma vez que a parada cardÄaca em 
neonatos, muito frequentemente, acontece por hipóxia, de modo que, a simples realizaÅÇo de uma efetiva ventilaÅÇo 
associada å massagem cardÄaca Ö suficiente. 
A compressÇo deve ser realizada no terÅo inferior do esterno, pouco abaixo da linha intermamilar, por meio de 
tÖcnica dos dois polegares ou dos dedos indicador e mÖdio. A profundidade da compressÇo deve englobar cerca de um 
terÅo da dimensÇo éntero-posterior do tÉrax.
A massagem cardÄaca e a ventilaÅÇo devem ser realizadas de forma sincronizada, com uma relaÅÇo de 1 
ventilaÅÇo para 3 compressáes. Desta forma, garantimos cerca de 30 ventilaÅáes/minuto e 90 compressáes/minuto. 
Devemos interromper a massagem quando a FC estiver acima de 60bpm.
MEDICAÇÕES
O uso de medicaÅáes, como vimos anteriormente, consiste na àltima insténcia para qual podemos recorrer 
durante a reanimaÅÇo do RN. 
De modo resumido (e com intuito de revisÇo), para chegar å necessidade da utilizaÅÇo de medicaÅáes, devemos 
passar pelas seguintes etapas: (1) deve haver pelo menos uma resposta “NïO” a alguma das perguntas da avaliaÅÇo 
inicial; (2) neste caso, devemos proceder com os passos iniciais (prevenir perda de calor, posicionar a cabeÅa, aspirar as 
vias aÖreas, secar e estimular, reposicionar a cabeÅa) em 30 segundos; (3) feito isso, devemos entÇo reavaliar (checar 
FC, presenÅa de cianose, choro e respiraÅÇo); (4) caso haja cianose persistente e FC < 100, devemos fazer VPP 
(oxigÜnio inalatÉrio a 100%); depois de 30 segundos, devemos reavaliar; (5) se nÇo estiver tudo bem, Ö chegada a hora 
de intubar a crianÅa, mantendo a ventilaÅÇo com O2 a 100%; (6) observando que a FC < 60bpm, devemos fazer 
massagem cardÄaca junto å VPP (na proporÅÇo de 3 : 1) por 30 segundos; (7) feito isso, devemos reavaliar a FC; se esta 
estiver maior que 60, devemos manter apenas a VPP, atÖ o bebÜ mostrar melhora; (8) se nÇo houve melhora, devemos 
lanÅar mÇo do uso da Adrenalina. 
 Adrenalina: indicada quando a VPP e a massagem cardÄaca efetiva nÇo conseguiram manter a FC > 60bpm. 
 Via endovenosa (pelo coto umbilical): 0,1 – 0,3 ml/kg/dose.
 Via endotraqueal: 0,3 – 1,0 ml/kg/dose (apenas a primeira dose; ver OBS5).
 SoluÅÇo: 1:10000 (1cc de adrenalina + 9cc de Ñgua destilada)
 Pode repertir a cada 3 – 5 minutos. Considera-se que crianÅas que necessitam de mais de 3 doses de 
adrenalina dificilmente terÇo seu quadro revertido.
 Considerar a necessidade de uso de expansores de volume caso o RN esteja pÑlido, existam evidÜncias 
de perda de volume sanguÄneo ou sinais de choque.
 Expansor de volume: pode ser necessÑrio para reanimar o RN com hipovolemia ou quando hÑ sinais de 
choque (palidez, mÑ perfusÇo e pulsos dÖbeis).
 SoluÅÇo: soro fisiolÉgico 0,9% ou Ringer-Lactato.
 Dose: 10ml/kg, por via endovenosa, em 5 – 10 minutos.
 Se nÇo melhorar, pode-se repetir e considerar, de forma excepcional, o uso de bicarbonatos.
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 Bicarbonatode sódio: Ö indicado, de modo excepcional, quando nÇo houver resposta a outras medidas 
terapÜuticas e com a seguranÅa de que o VPP e a massagem cardÄaca estejam sendo aplicadas de forma 
correta.
 Dose: 2mEq/kg da soluÅÇo 4,2% (0,5 mEq/ml) = 4 ml/kg
 Via endovenosa, infusÇo por perÄodo superior a 5 minutos.
 Naloxone: consiste em uma droga antagonista de opiÉide que nÇo Ö mais recomendado em sala de parto.
Portanto, podemos lanÅar mÇo da Adrenalina (caso FC < 60bpm), Expansores de volume (na vigÜncia de 
hipovolemia) e Bicarbonato (para a acidose metabÉlica). 
OBS5: Apenas 4 drogas podem ser feitas por atravÖs do tubo orotraqueal, e elas obedecem a regra mnemânica do 
“ANEL”: Atropina (parassimpatolÄtico); Naloxone (antagonista de opiÉide); Epinefrina; LidocaÄna (antiarrÄtmico). 
MECÔNIO PRESENTE
A presenÅa de mecânio sugere uma urgÜncia neonatal, visto que a aspiraÅÇo do mecânio pelo neo nato pode 
causar uma sÄndrome grave, conhecida como síndrome da aspiração meconial, em que hÑ colabamento persistente dos 
alvÖolos e bronquÄolos terminais. Por esta razÇo, devemos considerar a presenÅa de mecânio como uma situaÅÇo 
especial durante o primeiro atendimento ao neonato.
Neonato com lÄquido amniÉtico meconial 
fluido ou espesso, mas o bebÜ se mostra vigoroso 
(movimentos respiratÉrios regulares, tânus muscular 
adequado e FC > 100 bpm), devemos proceder com 
a rotina de sala de parto.
Na presenÅa de lÄquido amniÉtico meconial ou 
espesso com RN deprimido (ritmo respiratÉrio 
irregular e/ou tânus muscular flÑcido e/ou FC < 
100bpm), o pediatra deve realizar a retirada do 
mecânio da hipofaringe e da traquÖia com o tubo 
orotraqueal, sob visualizaÅÇo direta e sob fonte de 
calor radiante.
A aspiraÅÇo traqueal deve ser repetida atÖ 
existir pouco mecânio residual em traquÖia, ou se a 
FC apontar a necessidade de ventilaÅÇo com pressÇo 
positiva (VPP), sendo necessÑria a intubaÅÇo 
endotraqueal.
Portanto, na presenÅa de mecânio, devemos avaliar a disposiÅÇo do neonato. Se for necessÑrio, devemos 
colocar o bebÜ sob fonte de calor radiante; aspirar a boca, hipofaringe e traquÖia sob visualizaÅÇo direta; verificar a 
vitalidade do RN e considerar a IOT.
CONSIDERAÅáES àTICAS
Existem controvÖrsias quanto å interrupÅÇo da reanimaÅÇo neonatal. ConsiderÑ-la se, apÉs a realizaÅÇo de todos 
os procedimentos com tÖcnica adequada, o RN permanecer em assistolia por mais de 10 minutos ou depois de ter feito 
pelo menos 3 aplicaÅáes de adrenalina.
CUIDADOS PÉS-REANIMAÅÇO
 Se indicaÅÇo, solicitar vaga na UTI
 Transportar adequadamente o RN
 Documentar no prontuÑrio os procedimentos realizados, com objetividade e clareza
 Informar e apoiar a famÄlia
 Monitorar clÄnica e laboratorialmente o RN
FLUXOGRAMA
A seguir, podemos revisar todos os passos necessÑrios para o Atendimento do RN na Sala de Parto atravÖs de 
um fluxograma.
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MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
NEONATOLOGIA
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO RECÉM NASCIDO
(Professor João Medeiros Filho)
Vide:
M edeiros Filho, João Gonçalves de. Neonatologia: guia prático / João Gonçalves de M edeiros Filho. 
João Pessoa: Idéia, 2008.
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MED RESUMOS 2011
CORREIA, Luiz Gustavo.
NEONATOLOGIA
HIPERBILIRRUBINEMIA NEONATAL
(Professor João Medeiros Filho)
Vide:
M edeiros Filho, João Gonçalves de. Neonatologia: guia prático / João Gonçalves de M edeiros Filho. 
João Pessoa: Idéia, 2008.
Arlindo Ugulino Netto – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
NEONATOLOGIA
ALIMENTAÇÃO INFANTIL NO PRIMEIRO ANO DE VIDA
(Professora Lívia Helena Ponciano)
A alimentação no primeiro ano de vida deve ser extremamente bem selecionada, uma vez que, teoricamente, 
este é o único período da vida de uma criança em que sua alimentação pode ser controlada. Depois deste período, 
quando a criança já consegue estabelecer certo contato com a sociedade e apresentar maior acesso a outros tipos de 
alimentos, como lanches industrializados, salgados, refrigerantes, etc, o controle torna-se mais difícil.
Hoje em dia, é cada vez mais claro o papel prejudicial da alimentação errada e não-balanceada durante os 
primeiros anos de vida. Estudos atuais comprovam a relação de doenças cardiovasculares (como a hipertensão arterial 
essencial) com o excesso de certos nutrientes ao longo de uma alimentação infantil inadequada.
Partindo do pressuposto que o primeiro ano de vida corresponde ao período em que mais ganhamos massa 
corpórea (uma criança normal com um ano de vida pode apresentar o dobro ou o triplo de seu peso quando 
comparamos sua massa corporal ao nascimento), faz-se importante avaliar a qualidade dos alimentos que contribuem 
para tal fato. Outro dado importante comprova um melhor desenvolvimento intelectual da criança que se alimentou bem 
no seu primeiro ano de vida, no que diz respeito ao balanço ideal entre proteínas, sais minerais, ácidos graxos e 
carboidratos.
Diante do exposto, a importância de uma boa orientação alimentar durante o primeiro ano de vida fica evidente. 
Este Capítulo tem, pois, como objetivo, capacitar o profissional de saúde a saber lidar com tal situação, auxiliar a mãe na 
condução de uma boa dieta para o seu bebê e saber corrigir eventuais condições que impossibilitam tal prática.
10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÅÇO SAUDÖVEL (MS / OPAS / OMS)
O Ministério da Saúde, em associação a outros órgãos, recomenda os seguintes passos para uma alimentação 
considerada saudável durante o primeiro ano de vida.
1. Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. Portanto, a 
alimentação durante os seis primeiros meses de vida deve ser feita, exclusivamente, com o aleitamento materno.
2. A partir dos seis meses, oferecer, de forma lenta e gradual, outros alimentos (optar pelos não-industrializados), 
mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais. A introdução de novos alimentos se faz importante 
pelo fato de que o organismo passa a necessitar de outras fontes de nutrientes a partir deste período.
3. A partir dos seis meses dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, frutas e legumes), três 
vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia se estiver desmamada.
4. A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da 
criança.
5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Começar com consistência 
pastosa (papas ou purês) e gradativamente aumentar a consistência até chegar à alimentação da família.
6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida.
7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos 
de vida. Usar sal com moderação.
9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, garantir o seu armazenamento e conservação 
adequados.
10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus 
alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.
IMPORTâNCIA DA AMAMENTAÅÇO
A amamentação é um passo fundamental para a criança. Desde o 
nascimento e durante alguns meses de vida, o sistema digestivo do bebe
produz sucos que lhe permitem fazer a correta digestão do leite materno. No 
entanto, não são capazes de digerir outros alimentos e por isso é necessário 
que durante os primeiros meses os bebês se alimentem apenas de leite, de 
preferência materno. Só a partir dos 4 a 5 meses é que o organismo do bebê
começa

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