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TEORIA DAS CORES Introdução Muito se fala sobre esse assunto, e um dos melhores livros que temos até hoje sobre o tema é o de Israel Pedrosa, "Da Cor a Cor Inexistente". Este livro é realmente um "tratado histórico" sobre as cores e os diversos estudiosos que já abordaram o tema. Está esgotado há algum tempo e só se encontra em bibliotecas ou "sebos" mas toda pessoa que se interesse pela área de criação, seja em que mídia se expresse, deve conhecer. A bibliografia básica então, se torna óbvia, porém no final do texto há citações de trabalhos interessantes que ajudarão caso sua pesquisa exija ou sua curiosidade seja maior. E Deus disse: “Faça-se a luz”. E a luz se fez. As flores, a gama infinita de suas cores; o céu azul; o tom das águas; o verde das matas; a beleza incomperável da natureza que vemos só existe por causa da luz. E sem luz a cor não existe. Não há como negar que, psicologicamente, o homem é atraído pela infinidade se tons. Reagimos mais emotivamente do que racionalmente diante das cores. Por isso mesmo, a propaganda e os meios de comunicação abusam das cores, extraem o máximo para despertar sensações, atrair e influenciar o consumidor. Teoria das cores. O que convencionou-se chamar de Teoria das Cores de Leonardo da Vinci, são as formulações históricas esparsas contidas em seus escritos e reunidas no livro Tratado da Pintura e da Paisagem – Sombra e Luz. Cuja primeira edição só foi publicada 132 anos após a morte do artista, são anotações recolhidas pelo artista ao longo de anos de observação e é a teoria mais corrente, sendo um dos legados do renascimento para as artes visuais. Para um aprofundamento maior sobre o tema, consulte o livro de Israel Pedrosa citado anteriormente. Nela há um capítulo inteiro sobre a história. Distinção das cores. Ao falarmos de cores, temos duas linhas de pensamento distintas: a Cor-Luz e a Cor-Pigmento. Falar de cor sem falar de luz é impossível, mesmo se tratando da Cor-Pigmento, pois ela, a luz, é imprescindível para a percepção da cor, seja ela Cor-Luz ou Cor- pigmento. No caso da Cor-Luz ela é a própria cor e no caso da Cor-Pigmento ela, a luz, é que é refletida pelo material, fazendo com que o olho humano perceba esse estímulo como cor. Os dois extremos da classificação das cores são: o branco, ausência total de cor, ou seja, luz pura; e o preto, ausência total de luz, o que faz com que não se reflita nenhuma cor. Essas duas "cores" portanto não são exatamente cores, mas características da luz, que convencionamos chamar de cor. A formação das cores A cor existe por causa da luz. É uma sensação que a luz exerce sobre nossos olhos quando um objeto ou região são iluminados. Na física, a luz nada mais é do que radiação e possui comprimentos de ondas diferentes. E as cores são geradas pela mistura dos comprimentos das ondas. Acredita-se que os olhos são sensibilizados por essas ondas e, especialmente, reagem aos comprimentos das ondas do azul, verde e vermelho. Essas cores são a base para todas as outras existentes na natureza. Por isso, são conhecidas como cores primárias. Mas atenção: a formação das cores se dá por dois processos: o aditivo e o subtrativo. E cada processo possui suas cores primárias. Processo Aditivo das Cores (RGB): Issac Newton estudou a luz e as cores, reproduzindo o arco-iris dentro de casa. As faixas de cores que conseguiu separar com a incidência da luz solar através de prismas e lentes foram o azul- violeta, azul-cian, verde, amarelo, vermelho-alaranjado, vermelho magenta e azul-anil, somando um espectro solar de sete cores. Três cores visíveis no espectro solar são consideradas cores básicas: vermelho, verde e azul. O processo aditivo é quando a cor gerada através da luz mistura os comprimentos das ondas que irradiam o vermelho, o verde e o azul. Quando uma cor é adicionada a outra em sua carga máxima de luz (255), o resultado é o branco. Na luz branca, estão todas as outras. A mistura do vermelho, na quantidade máxima de luz (255), com a mistura do verde (255) e do azul (255), resulta a cor branca (LUZ). O único contato que temos com este processo da cor aditiva, é através da emissão de luz utilizada em monitores de vídeo, TV e câmeras digitais. É conhecido como processo RGB (Red, Green, Blue). Portanto, sempre que se cria algo para vídeo, uma Home Page por exemplo, o processo de cor é o RGB. Para peças gráficas o processo muda para CMYK, o que veremos à seguir. Processo Subtrativo das Cores (CMYK): Neste processo, a cor é determinada pelos pigmentos. Os pigmentos, próprios da natureza, dão cor a todos os materiais. Os minerais, o óxido de ferro, o urucum, as folhas e frutos, o carvão e tantos outros. Esses pigmentos são extraídos e misturados com as resinas das árvores, as claras e as gemas dos ovos (têmperas), com os diferentes tipos de óleo que servem para conservar e fixar as cores. Com o tempo, a tecnologia criou pigmentos sintéticos. Cores Artificiais. Por isso, o processo subtrativo é o inverso do processo aditivo. As cores, no processo subtrativo, não são determinadas pelas diferentes emissões de ondas de luz, e sim pela absorção e subtração das cores da luz branca. Isto quer dizer que quando a luz branca é direcionada a um objeto, parte desse objeto absorve a luz. A parte da luz que não é absorvida é refletida para nossos olhos, desvendando-nos a cor do objeto atingido, revelando-nos sua pigmentação. E as cores são determinadas pela maior ou menor quantidade de pigmento das tonalidades vermelho, amarelo e azul. Quanto maior a porcentagem da mistura dos pigmentos, maior a absorção da luz que inside sobre a pigmentação e menor o reflexo dessa cor para os nossos olhos. Isso significa que as cores vermelho, amarelo e azul em sua porcentagem máxima, resultam na cor preta. Para ficar mais claro de entender: Cada pigmento possui uma cor. Estamos falando das cores primárias, pois a partir delas todas as outras são possíveis. O pigmento amarelo absorve (subtrai) da luz as cores vermelho, azul e verde. Com isso, quando a luz incide sobre o pigmento amarelo, a cor que é refletida para os nossos olhos é o amarelo. Se misturarmos os três pigmentos, as cores mudam. A partir do processo subtrativo, criou-se o sistema CMYK, usado pelas gráficas, editoras, pelas empresas de fotolitos e pelas impressoras e ploters de impressão à laser ou jato de tinta. O CMYK baseia-se nas três cores primárias: Cian (azul), *Magenta (vermelho), Yellow (amarelo). Adicionamos o K (preto) a essas três cores para reproduzir uma quantidade infinita de cores. Tecnicamente falando, o CMYK é conhecido como processo de impressão em quatro cores. *No sistema CMYK – que trabalha a partir do processo subtrativo das cores – o magenta representa a cor primária vermelho, porque é com essa cor, juntamente com o amarelo e o cian, que reproduzimos quantidades e misturas de cores infinitas. O vermelho encontrado no processo aditivo das cores só é possível quando 100% da cor amarela se mistura com 100% da cor magenta. Em tempo: para a reprodução perfeita de uma imagem a quatro cores, ainda é necessário adicionar o preto ao amarelo, ao cian e ao magenta ATIVIDADE PRÁTICA: Para um melhor entendimento sobre as misturas das cores RGB e CMYK, façamos uma experiência. Um computador com o software Photoshop será necessário. PROCESSO ADITIVO DAS CORES (RGB): 1- Crie um arquivo novo no formato 28cm X 28cm no Photoshop com 120 pixels/inch e defina-o como cores RGB, e em seguida crie um fundo PRETO. 2- Sobre o fundo PRETO crie três círculos. Cada círculo em um layer (camada). 3- Preencha-os nas cores VERMELHO, VERDE E AZUL do processo RGB em sua carga máxima de 255 para cada cor. Em seguida, sobreponha-os demodo que forme uma intersecção dos três círculos. 4- Após preencher os três círculos, um em cada camada, aplique o efeito Difference (Divisão) nos layers dos círculos vermelho, verde a azul. (o efeito está na janela dos layers – substituir “Normal” por “Difference”). 5- O resultado dará o BRANCO. Observe o centro das intersecções. PROCESSO SUBTRATIVO DAS CORES (CMYK): 1- Crie um arquivo novo no formato 28cm X 28cm no Photoshop com 120 pixels/inch e defina-o como cores CMYK, e em seguida crie um fundo BRANCO. 2- Sobre o fundo BRANCO crie três círculos. Cada círculo em um layer (camada). 3- Preencha-os nas cores CIAN, MAGENTA E AMARELO do processo CMYK com porcentagem de 100% para cada cor. Em seguida, sobreponha-os de modo que forme uma intersecção dos três círculos. 4- Após preencher os três círculos, um em cada camada, aplique o efeito Multiply nos layers dos círculos CIAN, MAGENTE E AMARELO. (o efeito está na janela dos layers – substituir “Normal” por “Multiply”). 5- O resultado dará o PRETO. Observe o centro das intersecções. O disco cromático O disco cromático não é um instrumento científico de classificação de cores, mas é muito útil no entendimento da teoria O Disco Cromáticodas cores. Geralmente usado para estudar as cores-pigmento, o disco cromático pode ser desenvolvido em qualquer material, lembrando-se que cores-luz e cores pigmentos sofrem alterações de acordo com sua própria essência. As cores se dividem em: Cores Primárias, Cores Secundárias e Cores Terciárias Cores primárias: São as cores puras, que não se fragmentam. As cores primárias das cores-pigmento são: Vermelho, amarelo e azul e, para gráfica, magenta, amarelo e cian. As cores primárias das cores-luz são: Azul, vermelho e verde Cores secundárias. As combinações surgidas de duas cores primárias são chamadas de cores secundárias. São elas: laranja, que é a mistura do amarelo com o vermelho, o verde, que é a mistura do azul com o amarelo e o violeta, que é a mistura do vermelho com o azul. Cores Terciárias. São obtidas pela mistura de uma primária com uma ou mais secundárias. No gráfico abaixo fica mais simples de entender: Cores Complementares. Note no gráfico, que uma cor primária é sempre complementada por uma cor secundária. Esta é a cor que está em oposição a posição desta cor primária. Por exemplo, a cor complementar do vermelho é o verde. As cores complementares são usadas para dar força e equilibrio a um trabalho criando contrastes. Raramente se usa apenas cores complementares em um trabalho, o efeito pode ser desastroso, mas em alguns casos é extremamente interessante. Os pintores figurativos em geral usam as cores complementares apenas para acentuar as outras criando assim, equilibrio no trabalho. Vale lembrar que as cores complementares são as que mais contrastes entre si oferecem, sendo assim, se queremos destacar um amarelo, devemos colocar junto dele um violeta. Outra caracteristica importante das cores complementares é que elas se neutralizam entre si. O que isso quer dizer? Que se quisermos tirar a "potência" de um amarelo, basta acrescentar-lhe certa quantidade de violeta até que neutralizando-o em um tom de cinza, até chegar ao preto. (Processo químico de composição de cores.) Cores análogas São as que aparecem lado-a-lado no gráfico. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. Pôr exemplo o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado tem em comum a cor laranja. As cores análogas, ou da mesma "família" de tons, são usadas para dar a sensação de uniformidade. Uma composição em cores análogas em geral é elegante, porém deve-se tomar o cuidado de não a deixar monótona. Cores neutras. Os cinzas e os marrons são consideradas as cores neutras, mas podem ser neutras também os tons de amarelos acinzentados, azuis e verdes acinzentados e os violetas amarronzados. A função das cores neutras é servir de complemento da cor aproximada, para dar-lhe profundidade, visto que as cores neutras em geral tem pouca reflexividade de luz. O "calor" das cores. A temperatura das cores, designa a capacidade que as cores têm de parecer quentes ou frias. Quando se divide um disco cromático ao meio (figura acima) com uma linha vertical cortando o amarelo e o violeta, percebe-se que os vermelhos e laranjas do lado esquerdo, são cores quentes, vibrantes. Pôr outro lado, os azuis e verdes do lados direito são cores frias, que transmitem sensações de tranquilidade. Matiz É a característica que define e distingue uma cor. Vermelho, verde ou azul, pôr exemplo, são matizes. Para se mudar o matiz de uma cor acrescenta-se a ela outro matiz. Tom Refere-se a maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Quando se adiciona preto a determinado matiz, este se torna gradualmente mais escuro, e essas gradações são chamadas escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais claras acrescenta- se branco. Intensidade Diz respeito ao brilho da cor. Um matiz de intensidade alta ou forte é vívido e saturado, enquanto o de intensidade baixa ou fraca caracteriza cores fracas ou "pastel". O disco de cores mostra que o amarelo tem intensidade alta enquanto a do violeta é baixa. Conhecer a teoria das cores não é suficiente para elaborar trabalhos interessantes, porém ajuda e muito a atingir objetivos quando estes envolverem o sentido da visão. Afinal é o olho o órgão que capta as cores, passando a mensagem ao cérebro que a identifica e associa com estes conceitos apresentados. PSICOLOGIA DAS CORES A escolha da cor exata é fundamental para uma boa harmonia dos elementos de peças publicitária, páginas de revistas, capas de livros, etc.. Ela pode enfatizar textos, imagens e caracterizar especialmente os elementos da página. A cor exerce influência decisiva nos olhos dos seres humanos, afeta a atividade muscular, mental e nervosa. A combinação das cores afeta o psicológico e pode tornar um ponto importante no interesse do público. A combinação certa pode causar efeitos como de excitação, urgência, contentamento, calma, vulgaridade, melancolia, segurança etc., e ainda destacar algum elemento em relação a outro. Na Web a seleção de uma cor é um pouco complicada, pois é impossível garantir que uma determinada cor irá se apresentar no monitor do usuário como ela realmente é, ou seja, como a que o designer colocou. Isto acontece devido ao fato de cada monitor ter uma especificação diferente, uns podem trabalhar com mais vermelho, ser mais brilhante, ter mais contraste e etc., e ainda cada um pode estar configurado com uma determinada resolução como 640x480 pixels, 800x600 pixels e assim por diante. A combinação desses fatores é que irá determinar a fidelidade e a reprodução de cores e a qualidade das imagens. Abaixo você poderá visualizar algumas sensações “psicológicas” conhecidas: As cores e os efeitos psicológicos Sensações visuais + significado: Branco – pureza Preto – negativo Cinza – tristeza Vermelho – calor, dinamismo Rosa – graça, ternura Azul – pureza, fé Sensações Acromáticas Branco: inocência, paz, divindade, calma, harmonia, para os orientais pode significar morte, batismo, casamento, cisne, lírio, neve, ordem, simplicidade, limpeza, bem, pureza. Preto: sujeira, sombra, carvão, fumaça, miséria, pessimismo, melancolia, nobreza, seriedade. É expressivo e angustiante ao mesmo tempo. Alegre quando combinado com outras cores. Cinza: pó, chuva, neblina, tédio, tristeza, velhice, passado, seriedade. Posição intermediária entre luz e sombra. Sensações Cromáticas Vermelho: guerra, sol, fogo, atenção, mulher,conquista, coragem, furor, vigor, glória, ira, emoção, paixão, emoção, ação, agressividade, perigo, dinamismo, baixeza, energia, revolta, calor, violência. Laranja: prazer, êxtase, dureza, euforia, fantasia, outono, aurora, festa, luminosidade, tentação, senso de humor. Flamejar do fogo. Amarelo: egoísmo, ciúmes, inveja, prazer, conforto, alerta, esperança, flores grandes, verão, limão, calor da luz solar, iluminação, alerta, euforia. Verde: umidade, frescor, bosque, mar, verão, adolescência, bem- estar, paz, saúde (medicina), esperança, liberdade, paz repousante. Pode desencadear paixões. Azul: frio, mar, céu, horizonte, feminilidade, espaço, intelectualidade, paz, serenidade, fidelidade, confiança, harmonia, afeto, amizade, amor, viagem, verdade, advertência. Roxo: fantasia, mistério, egoísmo, espiritualidade, noite, aurora, sonho, igreja, justiça, misticismo, delicadeza, calma. Marrom: cordialidade, comportamento nobre, pensar, melancolia, terra, lama, outono, doença, desconforto, pesar, vigor. Púrpura: violência, furto, miséria, engano, calma, dignidade, estima. Violeta: calma, dignidade, estima, valor, miséria, roubo, afetividade, miséria, calma, violência, agressão, poder sonífero. Vermelho-alaranjado: sexualidade, agressão, competição, operacionalidade, desejo, excitabilidade, dominação. A escolha da cor sofre influência da moda, das tendências e da decisão do designer. Harmonia e Contraste Espaços em branco podem ser definidos como áreas que não contenham textos, imagens ou qualquer outro elemento gráfico. Saber balancear o conteúdo e o espaço em branco em um site é a chave para manter a harmonia dos elementos dentro da página e prender a atenção do usuário. A conseqüência da má utilização desse recurso é não ter um bom equilíbrio, assim os olhos ficam confusos, pois não existirá uma progressão visual para o internauta seguir e conseqüentemente ele perderá o interesse pela página. O que pode ser feito para que isto não aconteça é seguir as recomendações de alguns "gurus" em design: "Não coloque o máximo de informações dentro de uma página". "Os espaços vazios reforçam a unidade de grupos, harmonizam as áreas, aumentam o contraste e facilitam a visualização e leitura". Em geral as cores claras e quentes elevam e expandem, por isso, no passado era comum casas com o teto pintado de azul e paredes amarelas, a sensação que passava era de mais espaço. Por exemplo, nunca se deve pintar um teto de preto ou roxo, essas cores passariam a sensação de opressão e clausura. Visibilidade Amarelo e Azul são as cores que melhor se lêem a distância; O contraste preto-amarelo se vê desde mais longe; O contraste preto-branco tem um valor neutro; O contraste vermelho-verde é o que menos se percebe; Vermelho e azul são cores conflitantes e causam dificuldades de leitura, tanto de perto quanto de longe; Em geral os elementos gráficos escuros sobre fundo claro se percebem melhor que o contrário. CONTRASTE CONTRASTE CONTRASTE CONTRASTE CONTRASTE