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Planos de aula de Ciência Política de 2015.2

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Planos de aula de Ciência Política – 2015.2
Aula 1
Tema: Introdução à disciplina Ciência Política
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – compreender de forma geral o Plano de Ensino da Disciplina “Ciência Política”, quais os seus objetivos e a maneira como a disciplina será ministrada no decorrer do período; 
2 – perceber que o conteúdo ministrado na disciplina “Ciência Política” conecta-se com os conteúdos das demais disciplinas de fundamentos, bem como com o conteúdo das disciplinas de Direito Constitucional, mantendo com todas elas diálogo permanente, que o auxiliarão na formação de uma visão plural e crítica dos fenômenos sociais e jurídicos;
3 – diferenciar os conceitos de “política” e “politicagem”, associando este último a fenômenos como corrupção e nepotismo;
4 – relacionar o fenômeno político com exercício do poder e com a busca do bem-comum. 
Estrutura do Conteúdo 
A matéria desta Aula 1 será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos pelo Livro Didático de Ciência Política até o item 1.1 (inclusive) do Capítulo I, da Unidade I. Como já deve ter percebido no decorrer do primeiro período, é importante que você estude com anterioridade os conteúdos que lhe serão ministrados antes mesmo que ele venha a ser apresentado pelo seu professor. Isso propiciará um melhor desempenho nas aulas e, principalmente, garantirá seu bom rendimento nas aulas e nas avaliações. 
Tópicos:
A política e seus pontos essenciais – Mesmo que “política” seja um conceito difícil de expressar, como veremos, é possível se estabelecer alguns pontos que a delineiam. Trata-se de uma atividade pela qual interesses divergentes podem ser reconciliados em prol do bem-estar e da sobrevivência de toda comunidade. Nos dias de hoje, costumamos relacionar o desenvolvimento político de um determinado grupo com o grau de participação que os cidadãos têm nas decisões que afetam a vida comunitária. 
A “politicagem” como degradação da “política” - Embora a política seja o meio por excelência pelo qual o grupo social atinge seus interesses, uma forma equivocada de se entender o conceito vem sendo utilizada com o intuito de neutralizar os poderes da cidadania e atender os interesses privados de poucos. Por esta razão, faz-se importante definir o conceito de política em detrimento de suas formas degradadas, posicionando a vontade do cidadão no centro da vida comunitária.
Relação entre política e poder – Se a política não pode ser compreendida sem que entendamos o conceito de poder, é possível afirmar que este consiste na habilidade dos indivíduos ou grupos fazerem valer os próprios interesses ou as próprias preocupações, mesmo diante da resistência de outras pessoas. Sabemos que por vezes, o exercício do poder envolve o emprego direto da força, mas a força daí emanada costuma-se considerar ilegítima. O “poder legítimo” é aquele exercido sob o consentimento daqueles a quem cumpre seguir as prescrições estabelecidas. Este tipo de poder, costuma-se denominar de “autoridade”.
Procedimento de Ensino
O Procedimento de Ensino é um momento nosso, dos professores. O que se propõe neste espaço é apresentar algumas ideias que auxiliem o docente no curso das aulas, sem, todavia, engessá-lo. Sabemos todos que a sala de aula é um espaço complexo, cheio de particularidades que nos obrigam a tomar uma ou outra direção conforme a necessidade do momento. Porém, os indicativos aqui postos têm por finalidade não só auxiliar, mas também estabelecer algumas linhas comuns de ação, sem que isso represente qualquer impedimento para que outras informações sejam apresentadas, inclusive de forma diversa da aqui sugerida. No decorrer destes planos, esta visão será reiterada, de forma a que não reste dúvidas quanto a esta posição.
 
Feita a advertência acima, vamos lá! Mesmo que a maioria absoluta dos alunos já tenham cursado o primeiro período na Estácio, a experiência nos mostra que os discentes a esta altura ainda não conhecem bem os métodos e o sistema utilizado em nossa Universidade. Além das informações gerais, é de enorme importância que ressaltemos que a leitura do material didático que será disponibilizado ao aluno é imprescindível para uma boa performance na disciplina. Para apresentação do conteúdo o professor deverá fazer a exposição oral do tema, podendo utilizar-se de recursos pedagógico-visuais, como, por exemplo, a apresentação em power point de esquemas que auxiliem no processo de aprendizagem. 
Algumas informações que devem ser reforçadas no decorrer do semestre já podem ser aqui colocadas de forma enfática. A primeira delas é que o nosso curso foi estruturado de forma a buscar com que nossos alunos pensem de forma crítica e reflexiva sobre os acontecimentos sociais e políticos. Como costumamos defender, se a mera memorização de conceitos é insuficiente em qualquer disciplina do curso de Direito, por maior razão isso se verifica em Ciência Política. O conteúdo das duas primeiras aulas, pelo grau de generalidade que possuem, estão aptos a nos oferecer grandes oportunidades para estimularmos uma visão crítica e reflexiva. 
Faz-se importante, nesta linha, que à visão negativa que, em geral, o aluno traz sobre do conceito de política, possamos retrucar com uma outra, mais relacionada à autonomia cidadã, à democracia e ao bem-comum. Para tanto, a atividade de aplicação parece adequada a estimular o debate, sendo importante que ressaltemos a indissociabilidade entre o exercício do Direito e as preocupações com a cidadania.
Aliás, ainda nesta direção, também é muito importante que mostremos que o conceito degenerado de “política”, tão em voga nos dias atuais, apenas interessa àqueles que querem afastar os cidadãos do exercício de seu legítimo poder. Por isso, vale a pena provocar, no decorrer da aula, discussões (ainda que venhamos a ter outras oportunidades para aprofundá-las) sobre temas como “corrupção”, “abuso de poder”, “nepotismo”, “clientelismo”, “patrimonialismo”, etc. É interessante que se chame a atenção sobre a importância do fatores históricos na formação de uma cultura política corroída, pois isso propiciará que o aluno conecte conhecimentos adquiridos na disciplina História do Direito Brasileiro com estes que lhe estão sendo transmitidos pela disciplina de Ciência Política. 
 
Ainda nesta aula, poderemos explorar a temática do poder, discutindo, desde já, o seu exercício legítimo e ilegítimo, de acordo com o grau necessário de força para obtenção de obediência ou mesmo o nível de adesão interna (psicológica) dos cidadãos às ordens emanadas por aqueles que estão exercitando o poder.
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Em reportagem constante em http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2012/06/20/201cdesinteresse-por-politica-ameaca-a-democracia201d, o filósofo francês Francis Wolff, um ardoroso defensor da democracia, afirmou que um de seus alvos no estudo da política é exatamente o “apolitismo”. Em sua opinião, o desinteresse dos cidadãos pela política ameaça a democracia, ao fomentar entre outros males a ação do que chama de “políticos profissionais”. Livre de cobranças, esse grupo teria o hábito de aprovar ou impor medidas descoladas das verdadeiras necessidades e desejos dos cidadãos. Por isso, para o filósofo, o apolitismo, seria a recusa dos cidadãos, explícita ou implícita, em participar da vida da comunidade política e das escolhas que essa comunidade faz, ou seja, seria o desinteresse pela coisa pública.
Diante do texto acima e, de acordo com o que você apreendeu da leitura referente à Aula 1, responda:
 A verdadeira concepção de “política” se coaduna com o desinteresse da coisa pública pela cidadania?
Estaria correta a afirmação do filósofo Francis Wolff quando afirma que “o desinteresse dos cidadãos pela política ameaça a democracia”? Justifique sua resposta.
Aula 2
Tema: Política: entre ciência e discurso
Objetivos:
O aluno deverá ser capazde:
1 – compreender o que é ciência política e qual é o seu objeto de estudo; 
2 – analisar o papel do discurso na construção da vontade coletiva;
3 – estabelecer os primeiros passos para definir o fenômeno estatal.
Estrutura do Conteúdo 
O conteúdo será apresentado com base nos conteúdos estabelecidos pelo Livro de Ciência Política (itens 1.2, 1.3 e 1.4 do Capitulo 1 da Unidade I). Não esqueça que o seu desempenho muito depende de seu esforço acadêmico. Leia o conteúdo da Aula 2 em momento anterior ao da apresentação pelo professor. Isso propiciará a formação de dúvidas que poderão ser sanadas em sala de aula, além de proporcionar um melhor desenvolvimento dos conteúdos já compreendidos. 
Tópicos:
A definição de Ciência Política e seus métodos - A Ciência Política é uma área do saber dedicada ao estudo dos fenômenos políticos que possibilitam o funcionamento de comunidades e a convivência entre os seus membros. Assim, tem ela a pretensão de estudar e analisar a política, as estruturas e os processos de governo, utilizando-se de uma abordagem científica, por meio de uma grande diversidade de métodos “científicos”. Esta “cientificidade” é determinante para separá-la da filosofia política, embora para muitos, as regularidades descobertas não confiram às “ciências políticas” um caráter “verdadeiramente” científico. De qualquer forma, tais regularidades são percebidas pelas teorizações que moldam o processo de estruturação do pensamento político prevalecente em uma dada comunidade e constituem o fator que, para outros, ainda é capaz de sustentar a “cientificidade” das ciências políticas.
O papel do discurso na construção da vontade coletiva – O discurso político tem por característica expressar ideias de forma argumentativa e persuasiva e seus conteúdos se alteram na medida em que são modificados os contextos mental, social, econômico (e, consequentemente, jurídico) vigentes no grupo. Observa-se que em sociedades contemporâneas democráticas é possível que um mesmo sujeito assuma várias posições políticas no decorrer da vida, o que acaba por servir de indicativo que somos todos sujeitos de múltiplos discursos. Evidencia-se, então, a dinamicidade, a fragilidade e mesmo a provisoriedade dos discursos políticos (principalmente nas sociedades democráticas nas quais a regra é que os discursos estejam sempre sendo confrontados). Por isso, dado o papel central da discursividade no plano político, o estudo sobre o mesmo mostra que entre a razão, a emoção e a autoridade de quem profere a fala, são vários os prismas pelo qual o discurso político pode ser avaliado. 
O Estado: primeiros contornos – Se grande parte das questões da ciência política tangenciam o fenômeno estatal, questão que se abre é a de dar início aos contornos conceituais do que denominamos por “Estado”. Neste sentido, o intuito primordial é defini-lo no tempo histórico – e não a partir de um modelo universalizável -, como uma forma de organização do poder político que vai se construindo na Europa, aproximadamente a partir do século XIII.
Procedimento de Ensino
Esta aula trata de temáticas muito interessantes, mas certamente de grandes dificuldades. No âmbito da crise da ciência na contemporaneidade, encontra-se, como não poderia deixar de ser, também, a chamada crise das ciências sociais. Seria ela uma ciência? Ou não? Se nem mesmo os grandes epistemólogos de nossos tempo conseguem chegar a um consenso sobre a questão, o fator que deve ser colocado em evidência é a busca de métodos que possibilitam a medição de regularidade nos fenômenos sócio-políticos. Por isso, faz-se importante que se aborde sobre os diferentes métodos utilizados nas ciências políticas e na filosofia política, embora deva ser demonstrada a proximidade e complementariedade dos estudos realizados por sociólogos e filósofos políticos.
Ainda que venhamos a tratar das características do Estado de forma mais aprofundada em momentos posteriores, a verdade é que a introdução ao tema é necessária para que possamos enfrentar alguns temas correlatos, principalmente quando estivermos a tratar, na aula seguinte, sobre as teorias do surgimento do Estado. Aliás, há de se ressaltar que sendo o ente estatal um objeto preferencial de estudo das ciências políticas, sua apresentação neste momento tem a singela pretensão de introduzir o tema (de forma muito simples e sintética), para que o seu desenvolvimento se dê no decorrer das demais aulas.
 
Por último, vale a pena conceder ênfase ao papel do discurso na formação da vontade política. Com a crescente aproximação entre direito e política (no âmbito da decadência das vertentes positivistas jurídicas), certo é que o discurso político tende a contaminar o discurso jurídico. Como estamos diante de alunos do curso de Direito, o grau de interesse aumenta no momento em que aponta para esta relação. Aliás, é sempre interessante que coloquemos que a vontade política no Estado contemporâneo necessita da forma jurídica para ganhar validade (e, na grande maior parte das vezes, também eficácia social). 
De toda maneira, há um certo consenso entre os professores de que devemos abandonar a neutralidade e assumir os ideais democráticos e plurais como valores a serem passados aos alunos do Curso de Direito. Assim, o estudo acerca da discursividade política deve colocar em evidência a necessidade de que em um ambiente democrático é necessária a convivência de discursos conflitantes, sendo que predomina e se juridiciza aquele que estiver habilitado a se impor (por melhor convencer) na arena política. 
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Sabe-se que um discurso político pode ser convincente quando fundado em raciocínio claro, baseando-se sobre as faculdades intelectuais e estando voltado para o estabelecimento de verdade. Neste caso, obtém-se a persuasão através de argumentos que levam o auditório a acreditar que a perspectiva do orador é correta. Neste sentido, responda:
Em uma democracia, pode haver outros elementos discursivos que influenciem no processo de convencimento do auditório? 
http://2.bp.blogspot.com/-35XEv1BVMkw/T6rq5pi7xHI/AAAAAAAACa0/EaWYVH_mZqs/s640/C%C3%A9rebro+e+cora%C3%A7%C3%A3o.JPG
Observando a charge acima, poderia a mesma produzir algum sentido na discussão sobre os limites do discurso político? Explique.
Aula 3
Tema: A origem do Estado: principais linhas teóricas
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – estabelecer as características que definem as linhas “naturalistas” como teorizações que buscam explicar o surgimento do Estado; 
2 – apontar as principais características definidoras do “contratualismo”, como teoria que fundamenta a origem estatal em um pacto entre indivíduos;
3 – compreender as linhas teóricas e características que fundamentam a teoria do contrato social, segundo Thomas Hobbes. 
Estrutura do Conteúdo 
O conteúdo será apresentado com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 2 do Livro Didático de Ciência Política, mais especificamente os itens 2.1, 2.2 e 2.2.1 do Capítulo 2, Unidade I. Segue o mesmo aviso de sempre: para um melhor aproveitamento na disciplina é necessário que o conteúdo seja lido em momento anterior à apresentação pelo professor em sala de aula. 
Tópicos:
O fenômeno estatal e as teorias naturalistas – Como se chegou a esta complexa estrutura que denominamos Estado sempre foi fator que dividiu no decorrer da história os filósofos e teóricos políticos. Embora possamos apontar as teorias do Estado de Direito e Coletivistas como teorizações relevantes neste debate, sem dúvida as mais influentes neste processo são as teorias naturalistas e as teorias contratualistas. Iniciaremos nossa análise pelas teorias naturalistas, segundo a qual o ser humano seria naturalmente gregário e a cidade é o fim (telos) e a causa final da associação humana. Neste sentido, inclusive precederia a família e até mesmo o indivíduo, tendo emvista que responde a este citado impulso social natural do ser humano.
As linhas contratualistas e suas características definidoras - O contratualismo é uma linha teórica que abarca várias teorias com características diversas, embora unidas todas elas pela ideia central de que o Estado é fruto de um contrato (ou pacto) entre humanos. Como linha teórica abrangente, tem por pretensão analisar os fundamentos que explicam o surgimento da sociedade, do Estado, bem como aqueles que justificam a autoridade política. Por isso, é no interior do espaço teórico-filosófico por que transitam estas teorias que são estudados importantes conceitos como soberania, poder político, estado de natureza, leis naturais, além, é óbvio, o próprio conceito moderno de Estado.
O contratualismo hobbesiano – Thomas Hobbes é considerado um dos maiores filósofos políticos da Modernidade, tendo formulado uma teoria que ainda hoje é bastante influente entre os teóricos contemporâneos. A sua concepção antropológica afirma que o homem é naturalmente mal e egoísta, sendo que o Estado surge como forma de controlar os "instintos de lobo" que existem no ser humano e, assim, garantir a preservação da vida das pessoas. Para que isso aconteça, é necessário, porém, que o soberano tenha amplos poderes sobre os súditos, que devem transferir o seu poder ao governante, agindo este como soberano absoluto, a fim de manter a ordem. Esta concepção vai fundamentar o Estado absolutista moderno e repercutir enormemente entre os estudiosos da teoria e filosofia políticas pós-Hobbes. 
Procedimento de Ensino
Se por um lado as teorias naturalistas não são geradoras de grandes dificuldades de entendimento por parte dos alunos, por outro lado, as teorias contratualistas costumam gerar muitas dúvidas, pelo seu caráter teórico e abstrato. Na verdade estas dúvidas são transportadas para disciplinas como Direito Constitucional I e Filosofia Geral e Jurídica, já que o aluno parece ter grandes dificuldades com as visões contratualistas, e mais ainda com a versão hobbesiana. 
Por isso, ao iniciarmos o estudo do contratualismo hobbesiano, é muito importante que demonstremos se tratar de uma construção teórica e não de um fato ocorrido no decorrer da história. Não podemos desconsiderar o fato de muitos de nossos alunos têm maiores dificuldades para se relacionarem com teorizações que se utilizam de forma aprofundada de aspectos mais abstratos. Daí que seja importante conduzi-los nesta etapa, preparando-os não apenas para nossa disciplina, mas também propiciando que se tornem mais receptivos às matérias de cunho teórico-filosófico, cada vez mais importantes para o estudo do Direito. 
Um ponto interessante de ser enfrentado nesta aula é a visão antropológica presente em Hobbes que afirma ser o homem um ser naturalmente “mau e egoísta”. O tema ganha especial dimensão nos dias atuais em que a crescente violência no país está na raiz da discussão sobre os fatores que levam o ser humano a cometer crimes atrozes. 
No que se refere ao uso legítimo da força pelo soberano a fim de manter a paz, a ordem e garantir a vida dos súditos contratantes, ponto importante para justificar a presença coercitiva do Estado, o problema poderá ser enfrentado no decorrer da aula, aproveitando-se, para tanto, das questões presentes no quadro “Aplicação: Articulação teoria e prática”.
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Como vimos, em Hobbes, o contrato social faz com que os indivíduos abdiquem de sua infinita liberdade e a entreguem a um soberano, que deve garantir suas vidas e uma ordem social segura. Com este acordo, segundo Hobbes, está criada a sociedade e também o Estado. Neste sentido, pergunta-se: 
Quais as finalidades do Estado em Hobbes?
Analisando a situação expressa na charge abaixo - corriqueira nas grandes cidades brasileiras –, o que supostamente poderia ser dito por Hobbes a partir dos termos pactuados no Contrato Social? 
http://1.bp.blogspot.com/-H8k1REyO9Gg/T_Be4XKAVWI/AAAAAAAARoU/kRDvjCy_SFA/s1600/1charge_violencia_controle.png
Aula 4
Tema: A origem do Estado: principais linhas teóricas (2ª parte)
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – compreender as linhas teóricas e características que fundamentam a teoria do contrato social de John Locke, relacionando-as ao Estado Liberal que vai se construindo no período;
2 – entender as linhas teóricas e características que fundamentam a teoria do contrato social em J.J. Rousseau, relacionando-as à formação de um ideário democrático (plebiscitário) e antiabsolutista;
3 – apontar as características principais que definem as Teorias Coletivistas e as Teorias do Estado de Direito como teorias que (também) buscam explicar a origem do fenômeno estatal. 
Estrutura do Conteúdo 
O conteúdo desta aula será apresentado com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 2 do Livro Didático de Ciência Política, mais especificamente a partir do item 2.2.2 até o fim do citado Capítulo, situado na Unidade I. Não deixe de lê-lo em momento anterior à sua apresentação pelo professor.
Tópicos:
O Contratualismo lockeano – Se o contratualismo hobbesiano é considerado uma das principais linhas teóricas fundamentadoras do absolutismo moderno, o contratualismo lockeano se distinguirá por ser um dos principais alicerces teóricos do liberalismo político. Estão presentes no pensamento de Locke algumas das principais linhas de defesa dos direitos fundamentais de liberdades (as liberdades públicas) hoje presentes nas constituições contemporâneas. Na concepção do filósofo inglês, aos direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade (anteriores a qualquer decisão política tomada pelos detentores do poder) se junta, como garantia de que serão estes respeitados, o direito a resistir ao tirano que não estiver apto a garanti-los.
 
O Contratualismo rousseauniano – o contratualismo rousseauniano parte do pressuposto da necessidade de se estabelecer um pacto legítimo, que lhes devolva a liberdade natural perdida com o surgimento das relações sociais. Para isso, o corpo soberano formado pelo povo (concomitantemente súdito e soberano) é quem detém os poderes para elaborar as leis, de forma a reforçar a concepção de legitimidade advindo desta (as leis são dirigidas a quem as fez). Assim, o governo (corpo administrativo) está absolutamente limitado pela vontade geral (lei) do povo soberano que tem a função de submeter as vontades particulares. Com isso, a visão rousseauniana concebe que a representação política não deve se dar por meio de uma democracia representativa, mas sim por intermédio de uma democracia direta, nos moldes daquela experimentada pelos gregos. Embora a participação democrática do povo se aprofunde no pensamento rousseauniano, neste não encontramos uma boa fundamentação para os hoje denominados direitos fundamentais, visto que a vontade geral (lei do ponto de vista político) se impõe contra qualquer outro “direito”. 
Procedimento de Ensino
Esta é uma aula em que se poderá deixar mais claro que sob o rótulo do “contratualismo” estão presentes inúmeras doutrinas que abarcam visões de Estado bastante diversas. Em geral, os alunos apresentam uma certa dificuldade para compreender que existem “contratualismos” e não “contratualismo”. Por isso, parece-nos que se é importante apontar a existência de um pacto entre cidadãos como característica compartilhada entre as três teorias, igualmente importante é enfatizar as características que particularizam cada uma das visões de Estado de cada um dos contratualistas analisados. É interessante que cada um dos filósofos seja situado no tempo em que construiu sua teoria, deixando claro que esta não deixa de ser uma decorrência da conjuntura histórica vivenciada. 
Sugere-se que na abordagem sobre Locke os seguintes pontos sejam enfatizados: o direito natural à liberdade mesmo no Estado civil (em contraponto à visão absolutista presente em Hobbes), o direitonatural à propriedade (que é uma das características fundantes para o emergente Estado burguês) e a questão da representação da vontade popular pelo parlamento em uma monarquia parlamentar. Este último ponto, por certo, auxiliará bastante a compreensão dos conceitos de forma e sistemas de governo que serão analisados nas Aulas 9 e 10.
Em Rousseau, sugerimos que se conceda um maior destaque aos seguintes pontos: à democracia plebiscitária (democracia direta), à concepção fortalecida de soberania popular, a ideia de submissão do governo à lei e, por via de consequência, à soberania popular. Se o professor observar que há espaço para ir mais adiante, é interessante que se discuta que o que hoje denominamos como teoria dos direitos fundamentais não encontra espaço para desenvolvimento mais aprofundado no pensamento rousseauniano, já que submetido este à vontade soberana do povo. Ou seja, não haveria vontade maior do que aquela expressa nas leis. 
No que se refere às concepções coletivistas e do Estado de Direito, é importante que sejam abordadas para mostrar que existem outras teorias que fundamentam a origem do Estado (mesmo que a partir de abordagens diferenciadas), além das citadas visões contratualistas e naturalistas. Nas teorias coletivistas, vale a pena enfatizar a visão sociológica marxiana, que nos indica que o surgimento do Estado de dá em função da força e do interesse de uma parte específica da sociedade, sendo seu aparecimento um imperativo para que os interesses de uma determinada classe se façam valer no mundo dos fatos. Já no que se refere à teoria do Estado de Direito, esta visão dará base a que o aluno mais a frente, na disciplina Direito Constitucional I, compreenda melhor o conceito de Poder Constituinte Originário. Importa ressaltar, então, que embora o surgimento do Estado inspire várias perspectivas teóricas, elas não são, aprioristicamente, excludentes entre si, mas externam pontos de vista particulares de análise.
Tem-se consciência que esta é uma aula que, certamente, pode ser estendida, em razão da densidade oferecida por algumas das temáticas nela presentes. Se o professor perceber que haverá necessidade de explorar de forma mais aprofundada determinados pontos, entendemos absolutamente razoável que se utilizem de mais tempo do que os dois regulamente concedidos e, posteriormente, venham a compensar em outras aulas, cujos pontos exijam menos tempo para serem ministrados. Ou seja, nada que nos afaste de nossa prática docente do dia-a-dia, que é a de ponderar as situações fáticas que se apresentam.
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
https://paginadozero.files.wordpress.com/2013/01/charge-henfil-queremos-o-poder2.jpg
Como foi dito, o contratualismo é um rótulo teórico que guarda concepções bastante diferenciadas de organização do poder estatal. Nas várias visões contratualistas, embora a soberania seja percebida como um conceito central para justificar a forma de organização do Estado, os diversos filósofos a enxergaram de forma diversa uns dos outros. Então, tendo por pressuposto a questão da soberania nos três filósofos contratualistas clássicos (Hobbes, Locke e Rousseau), responda:
Na charge acima, a que tipo de soberania seria possível dizer que a Graúna (o pássaro, personagem do cartunista Henfil) está referenciando, aquela pensada no contratualismo hobbesiano ou aquela pensada no contratualismo Rousseau? Justifique. 
O exercício da soberania popular no contratualismo lockeano se dá na mesma forma que no contratualismo rousseauniano? Justifique. 
Aula 5
Tema: A Configuração do Estado Moderno e o Território como elemento essencial do Estado
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – entender como se deu historicamente a formação do Estado Moderno a partir da Paz de Vestefália;
2 – compreender que o território, como elemento essencial do Estado, delimita seu poder de império;
3 – analisar o território a partir de uma visão espacial multidimensional;
Estrutura do Conteúdo 
  		
Esta aula será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 3 da Unidade II do Livro Didático de Ciência Política. Leia-os em momento anterior à sua apresentação pelo professor em sala de aula.
Tópicos:
O Estado Moderno e sua configuração a partir de Vestefália – Aqui se analisará o processo histórico que desencadeará na formação do chamado Estado Moderno a partir da Paz de Vestefália. Com ela se dá simbolicamente a passagem de uma organização política típica da medievalidade para uma formação política típica da modernidade, mais especificamente com o surgimento do Estado Absoluto e a criação do Direito Internacional Público, tal qual é concebido nos dias atuais. Também é a partir deste período que é possível estabelecer o conceito de Estado partir da coexistência dos seus três grandes elementos essenciais (povo, território e soberania una e indivisível). 
Território: a delimitação espacial do poder, - O território é componente material da estrutura do Estado, indispensável à sua existência como base geográfica do poder estatal e a base física sobre a qual o Estado irá exercer sua jurisdição soberana. Nesta linha, define ele os limites dentro dos quais se exerce a soberania do Estado, com exclusão da soberania de qualquer outro Estado. 
 
O caráter multidimensional do território – O território deve ser visto sob uma perspectiva multidimensional, uma vez que a base física delimitadora do limite de atuação jurisdicional do Estado não se restringe ao elemento terrestre, podendo, ainda incluir o espaço marítimo e o espaço aéreo, bem como áreas destacáveis do núcleo territorial do Estado. Assim, enquanto delimitação espacial do poder, projeta ele a ideia de que soberania se estende sobre o solo, o subsolo, as águas interiores, o mar territorial e o espaço aéreo sobrejacente, perfazendo assim o caráter multidimensional do território.
Procedimento de Ensino
Na Aula 5, ao tratarmos do Estado Moderno e sua configuração a partir de Vestefália, é importante que enfoquemos o caráter histórico, fático que aqui se impõe. Nossos alunos têm dificuldades de perceber a diferença entre as concepção teóricas do Estado (como aquelas presentes nas teorias contratualistas) e aquela que será apresentada a partir de Vestefália. Daí a necessidade de se enfatizar o contexto histórico de Vestefália e sua importância fundamental para o contorno da nossa compreensão acerca do que venha a ser o Estado. 
Ainda neste quadro, é interessante, neste sentido, que apontemos que a chamada Paz de Vestefália (1648) pode ser considerada contemporânea à teoria contratualista de Hobbes (o Leviathan é de 1651), ou seja, a realidade que serve de referência para se pensar a teoria contratualista hobbesiana é aquela do período vestefaliano. Diferentemente, há de se apontar para o fato de que as demais concepções contratualistas já se deparam com uma realidade estatal um pouco mais consolidada em suas características mais evidentes. Por isso, no decorrer desta Aula 5, sugerimos que se lance no quadro uma linha do tempo que auxilie o aluno a compreender a relação dos fatos históricos com as teorias que estão sendo produzidas no decorrer deste tempo. 
Ao iniciarmos propriamente o estudo dos elementos do Estado - nesta aula especificamente o território - é importante que abordemos a importância da delimitação espacial no processo de configuração do poder, apontando os fartos exemplos de luta por espaço territorial, mesmo nos dias de hoje. Exemplos contundentes como a questão palestina (para exemplificar com uma questão mais antiga) ou mesmo a questão do conflito entre Ucrânia e Rússia (para exemplificar com uma questão mais atual) nos auxiliam para apontar uma relação fundamental entre território e soberania. Neste sentido, embora o tema da soberania estatal vá ser aprofundado na Aula 7, alguns pontos já poderão ser apresentados neste primeiro momento. 
Outro pontoque costuma despertar grande interesse nos alunos, seja pelas suas importâncias geopolítica e geoeconômica (que se entrelaçam de forma inseparável) é aquela que trata do caráter multidimensional do território. Assim, se a questão do mar territorial desperta nos alunos um especial interesse neste momento inicial do curso pelo fato de já haver diversos tratados reguladores dos limites de atuação dos Estados, por outro lado, o interesse sobre a questão do espaço aéreo baseia-se em outros aspectos. É que embora já exista uma larga regulação advinda de amplas fontes do direito internacional (costumes e tratados internacionais principalmente), os vácuos normativos ainda são grandes, principalmente se levarmos em conta o avanço tecnológico que a humanidade vem alcançando, o que poderá gerar alguns pontos de atrito entre os diversos Estados do ponto de vista da soberania em futuro próximo. Assim é interessante aproveitar o momento para demonstrar como as novas tecnologias alteram o quadro de relação política e, consequentemente, de relação jurídica.
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Foi noticiado na imprensa a ocorrência de um assassinato no interior de navio mercante com bandeira da Nauru (pequena ilha no Pacífico Sul, com território inferior a 22 km quadrados) a 10 milhas marítimas de distância da linha de base do território brasileiro. A fim de realizar a entrega de produtos extraídos na ilha e comercializados para o exterior, o referido navio dirigia-se a uma plataforma da Petrobrás situada a 15 milhas marítimas de distância da costa brasileira, que explora petróleo a uma profundidade de 6 mil metros (pré-sal). Na reportagem, o jornalista afirmou que as autoridades brasileiras seriam competentes para investigar e julgar o crime já que o mesmo teria ocorrido dentro de seu território (o chamado mar territorial). Além disso, informou a reportagem, que a pequena extensão territorial de Nauru era fator impeditivo para que se reconhecesse a mesma como um Estado detentor de soberania. Analisando as informações acima, responda:
Procedem argumentos apresentados pelo jornalista para sustentar a competência das autoridades brasileiras no que se refere à investigação e julgamento do crime?
Estaria o Brasil autorizado a explorar atividade econômica fora de seu mar territorial sem a permissão da comunidade internacional?
Aula 6
Tema: Povo: traços característicos e distintivos 
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – compreender o conceito de povo em seu sentido jurídico-político;
2 – distinguir os conceitos de povo e população;
3 – estabelecer o conceito de “nação” a partir da análise de “povo”. 
Estrutura do Conteúdo 
  		
Esta aula será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 4 da Unidade II do Livro Didático de Ciência Política. Leia-os em momento anterior à sua apresentação pelo professor em sala de aula.
Tópicos:
O conceito de povo em uma perspectiva jurídico-política - O conceito jurídico-político de povo está relacionado com o vínculo da nacionalidade entre a pessoa e o Estado. Entende-se, assim, por “povo”, o conjunto de indivíduos que em um dado momento se une para constituir o Estado, estabelecendo um vínculo jurídico de caráter permanente denominado “nacionalidade”. Esta, então, acaba por ser considerada um atributo que capacita esses indivíduos a se tornarem cidadãos e, com este status, participarem da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano. 
Os conceitos de povo e população – Enquanto o povo é formado pelos membros de uma sociedade política ligados pelo vínculo jurídico-político da nacionalidade, o conceito de população projeta o conjunto de pessoas que se encontram na base geográfica de poder do Estado, sem que isso importe necessariamente ligação com a possibilidade de participar da vida política do País. 
O conceito de nação – Enquanto o povo é formado pelos membros de uma sociedade política ligados pelo vínculo jurídico-político da nacionalidade, a nação representa uma coletividade real que se sente unida pela origem comum, pelos laços linguísticos, culturais ou espirituais, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns. Assim, nação pode ser entendida como grupos constituídos por pessoas que, não necessitando ocupar um mesmo espaço físico para compartilhar dos mesmos valores axiológicos e da vontade de comungar um mesmo destino. Do ponto de vista de nossos estudos, pessoas de nacionalidades diversas podem fazer parte de uma mesma nação e pessoas de uma mesma nacionalidade podem ser membros de nações diversas.
Procedimento de Ensino
Os pontos a serem desenvolvidos nesta Aula 6 são de grande importância para que o aluno desenvolva com maior clareza o conceito de povo, correlacionando-o com o de cidadania. A compreensão do conceito o auxiliará a compreender pontos fundamentais nas disciplinas de Direito Constitucional. Assim, se é importante que façamos a distinção entre povo e população, também de grande importância é que relacione o conceito de povo à possibilidade de participar da vida política do país. Neste ponto é bom que retornemos às teorias rousseaunianas e reforcemos a importância de formação da vontade estatal a partir da manifestação da vontade do povo. 
Esta conexão entre teoria e prática é necessária para que reforcemos nos alunos a noção de que algumas das práticas mais enraizadas em um sistema político dependem de uma teoria fundamentada. Em geral, alunos com menor inclinação a temas filosóficos tem maior dificuldade de perceber a conexão entre teoria e prática. Esse, então, é um momento relevante para que mostremos a importância da construção rousseauniana na delimitação do conceito de povo, principalmente como aquele que participa da formação da vontade coletiva.
Outro ponto de relevância é o de distinguir os conceitos de Estado e Nação, enfatizando a ausência de necessidade do elemento território neste último. Nessa linha, há de se explicar de forma mais clara que, embora a expressão “nacionalidade” seja uma derivação da expressão “nação”, conceitualmente pode ser percebida de duas formas: em um primeiro sentido, jurídico-político, demarcando este vínculo entre um membro do povo e o Estado. Embora pudesse facilitar a compreensão se o conceito, neste dado sentido, fosse denominado “estatalidade”, como se sabe, a inexistência da referida nomenclatura para estabelecer este conceito nos leva a ter que utilizar a consagrada denominação “nacionalidade”, fazendo a devida distinção com seu sentido étnico-cultural. 
Neste segundo sentido (que poderá voltar a ser explorado na Aula 15), no qual os fatores determinantes seriam os laços linguísticos, culturais ou espirituais, ou mesmo os interesses, ideais e aspirações comuns, valeria a pena se utilizar dos numerosos exemplos vivenciados nestes tempos em que eclodem a todo momento reivindicações nacionalistas, relembrando que o reconhecimento das nacionalidades neste sentido não implicam a existência de um Estado correlato. Certamente o exercício de Aplicação ajudará neste sentido.
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
No quadro acima, observamos que dentro do território do Estado espanhol, surgem dois territórios cujos habitantes se reconhecem como catalães e bascos. Neste sentido, de acordo com os seus estudos, responda:
É possível existir mais de uma nação dentro de um único Estado?
Todas as nações são necessariamente reconhecidas como Estados nacionais?
Neste momento da história, são os catalães e os basco parte integrante do povo espanhol em seu sentido jurídico-político?
Aula 7
Tema: A soberania como elemento essencial: traços característicos e distintivos 
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – compreender como se estabeleceu a construção do conceito de soberania no decorrer da Modernidade;
2 – estabeleceras características que definem o conceito de “soberania” nos dias atuais;
3 – perceber que o conceito de soberania se fundamenta em bases de legalidade e de legitimidade.
Estrutura do Conteúdo: 
  		
Esta aula será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 5, Unidade II, do Livro Didático de Ciência Política. Leia-os em momento anterior à sua apresentação pelo professor em sala de aula.
Tópicos:
A construção histórica do conceito de soberania na modernidade – Partindo-se do princípio de que a ideia de soberania, estando submetida a contingências históricas, nem sempre existiu, tem-se por mais correto concebê-la como uma construção intelectual do Estado Moderno em oposição ao fragmentado poder da era medieval. Na verdade, o caminho da construção do conceito de soberania, iniciado por Jean Bodin, para legitimar o poder do Rei de França no contexto de disputa entre o poder temporal e o poder espiritual, engendra uma teoria da soberania absoluta do Estado. No decorrer da própria Modernidade, o conceito vai sendo desenvolvido (principalmente pelos clássicos contratualistas) em linhas teóricas coerentes com as concepções de Estado que vão sendo propostas. 
Os traços definidores do conceito de soberania – Mesmo que deva se admitir que o conceito de soberania é histórico e relativo, uma grande quantidade de acepções conceituais buscam explicá-lo. Trata de um termo que designa o poder político no Estado, expressando internamente seu poder de comando, ou seja, a plenitude da capacidade de direito em relação aos demais poderes dentro do Estado. Por outro lado, sob uma perspectiva externa, a soberania significar o atributo que possui o Estado nacional de não ser submetido às vontades estatais alienígenas. Assim, somente o Estado é dotado de soberania, sendo que outras comunidades ou pessoas coletivas de direito interno, no limite, podem ser dotadas tão somente de autonomia.
Legalidade e legitimidade como fundamentos da soberania – Trata-se de enfatizar a ideia de que ao poder soberano no Estado Moderno não basta estar submetido às diretrizes legais, mas também deve se preocupar em ser legítimo. Se a legalidade, entendida como a submissão às leis produzidas pelo próprio Estado, pode ou não refletir as aspirações da sociedade como um todo, a concepção de legitimidade se atrela ao grau de lealdade de todos os seus cidadãos, ao grau de adesão por convicção. Neste sentido, enquanto a legalidade exige apenas uma adesão externa (bastando que o cidadão cumpra a norma emanada), o reconhecimento da legitimidade exige que o seguimento ao ordenamento se dê por uma adesão interna, psicológica.
Procedimento de Ensino
A complexidade do conceito de soberania é certamente um obstáculo para esta aula. É possível que tal complexidade decorra do fato de ser objetivo da disciplina trabalhar com um conceito de soberania mais próximo a uma perspectiva democrática, o que nos aproxima do conceito de legalidade e, principalmente, legitimidade. Todavia, parece claro que devamos iniciar sua explicação por intermédio da sua construção histórica, a partir de uma perspectiva absolutista. 
No processo de definição dos limites conceituais, é importante que a soberania expresse internamente o poder de comando estatal, ou seja, a plenitude da capacidade de direito em relação aos demais poderes dentro do Estado. Ora, como foi dito em aulas anteriores, a soberania do Estado está marcada pela questão territorial, já que esta soberania interna é exercida a partir dos limites espaciais em que se reconhece a possibilidade de atuação legítima do Estado nacional.
O enfrentamento desta temática nos leva a outra correlata, devendo-se fazer a devida distinção entre este e a autonomia que os Estados-membros de uma federação possuem e a soberania exercitada pelo Estado Federal em si. A consolidação destes conceitos serão imprescindíveis para a maior compreensão de muitos pontos a serem tratados, não apenas em aulas posteriores (mais especificamente a que tratará de formas de Estado), como em disciplinas de Direito Constitucional (mais especificamente Direito Constitucional II) e Direito Internacional Público. 
Tocando no tema referente ao Direito Internacional, há de se acentuar que sob uma perspectiva externa a soberania se relaciona ao fato de que, teoricamente, o Estado Nacional não está submetido às vontades estatais alienígenas. Vale a pena apontar para as dificuldades de se levar a cabo tal conceito em uma ordem internacional tão assimétrica, aonde os interesses geopolíticos se sobrepõem às teorias. Todavia, deve-se lembrar que o conceito de soberania, neste sentido “externo”, não deixa de ser um norte, uma direção idealizada que deve ser buscada, ainda que não seja reproduzida, com perfeição, no mundo fático. Uma sugestão é que estes assuntos possam ser tratados no decorrer do enfrentamento das questões de Articulação teoria e prática.
Por último, vale lembrar a importância de se acentuar a legitimidade como elemento estruturante da soberania, de maneira a formarmos em nossos alunos uma cultura de apreço à democracia, realidade que não nos parece estar (ainda) inteiramente consolidada no seio da sociedade brasileira. Daí estabelecer a nítida relação entre Estado de Direito, legitimidade popular e exercício soberano do poder pode trazer esta contribuição na formação de operadores do Direito comprometidos com a ordem democrática, e não simplesmente de operadores técnicos, sem visão crítica, reflexiva sobre a realidade política do país.
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática.
O conceito de soberania é teoricamente bastante complexo e tem variado no decorrer do tempo, suscitando uma grande quantidade de acepções conceituais. Podemos, de qualquer forma, extrair que se trata de um termo que designa o poder político no Estado Moderno estando expresso em praticamente todas as constituições modernas.
A Constituição brasileira tem alguns dispositivos (no caso os art. 4º e 14) que fazem tal referência, senão vejamos:
“Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
 I - independência nacional; (...)
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados; (...)”
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular. (...)” (grifo nosso)
Diante do acima exposto, pergunta-se:
Diante do que está expresso no Art. 4º da Constituição Federal, é possível afirmar que o Brasil deve considerar que a soberania sempre exterioriza a supremacia estatal?
A qual dos contratualistas é possível relacionar a soberania aludida no Art. 14 da Carta Magna? Justifique.
Aula 8
Tema: A separação dos poderes e as clássicas formas de Estado 
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – correlacionar a teorias da separação de poderes e o sistema de freios e contrapesos com os fundamentos do Estado de Direito;
2 – apontar as principais características das duas formas de Estado clássicas: o Estado Unitário e o Estado Federal, diferenciando este último da organização “confederativa” de Estados;
3 – distinguir as versões brasileira e americana de organização federativa, apontando as consequências daí produzidas.
Estrutura do Conteúdo 
  		
Esta aula será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 6, Unidade III, do Livro Didático de Ciência Política. Leia-os em momento anterior à sua apresentação pelo professor em sala de aula.
Tópicos:
As teorias da separação de poderes e do sistema de freios e contrapesos – A teoria da separação de poderes de Montesquieu foi absorvida pelo constitucionalismo democrático como uma das maneiras de limitar o poder do Estado, sendo que até os dias de hoje vem ela se mantendo como um dosmais respeitados princípios por parte dos estudiosos das ciências políticas e também pelos juristas. Para que os poderes independentes se harmonizem necessitam eles do mecanismo estabelecido pela teoria que aponta para a existência de um sistema de freios e contrapesos (checks and balances), a fim de que os poderes se limitem uns aos outros.
O Estado Unitário e o Estado Federal como formas de Estado – Enquanto o Estado Unitário é caracterizado pela unidade de poder político, ou seja, existe uma só fonte normativa para todo o território do Estado, inexistindo a descentralização, o Estado Federado se caracteriza pela existência de Estados-membros sem soberania (mas com autonomia e capacidade de auto-organização político-administrativa) e sem direito de secessão, ou seja, sem o direito de separar-se da União. Neste ponto encontra-se uma das principais diferenças da Federação em relação à Confederação: o pacto confederal é dissolúvel, pois a Confederação é a União de Estados Soberanos, enquanto que o pacto federal é indissolúvel, visto que a Federação é a União de Estados Autônomos.
Distinção das formas brasileira e americana de federalismo– Totalmente diferente do paradigma estadunidense que se formou a partir de Estados soberanos (modelo centrípeto), o modelo brasileiro é resultado de uma desagregação (centrífugo), mais precisamente da dissolução de um Estado Unitário, no qual as antigas Províncias (sem nenhuma autonomia em relação ao poder central) foram transformadas em Estados-membros dotados de igual capacidade jurídica ao poder central. 
Procedimento de Ensino
Nesta Aula 8, começaremos analisando as teorias da separação dos poderes e dos freios e contrapesos. Aqui chamamos a atenção para o fato de que muitos alunos de Direito Constitucional chegam com o entendimento de que a separação dos poderes se dá de forma estanque, sem que os diversos Poderes exerçam (mesmo que de forma atípica) as outras funções ou que não se influenciem reciprocamente. Fica a sugestão de que seja reforçada a teoria dos freios e contrapesos no processo de separação das funções de Estado, evidenciando a busca pelo equilíbrio nas relações entre os poderes. 
A seguir, trataremos de uma das mais tradicionais classificações no âmbito do Estado, ou seja, a sua forma. Neste caso, deve-se aproveitar algumas informações que os alunos trazem da disciplina História do Direito Brasileiro, na qual estudaram que a forma de Estado assumida pelo Império foi o Estado Unitário, enquanto, com a assunção da República, seguindo a tradição americana, optou-se pela forma federativa. Por isso, vale a pena fazer esta referência para acentuar o caráter centralizador do poder no Estado Unitário e descentralizador no Estado Federal. 
Independentemente das diversas subclassificações que são passíveis de serem dadas (por exemplo, as federações de modelos centrípeto e centrífugo), deve-se sempre lembrar (nunca é demais!) que os modelos são referências, mas que a realidade dificilmente cabe na exata medida estabelecida pela teoria. Somente assim fica possível explicar o porquê se considera o Brasil um país que adota a forma federativa (embora com uma estrutura de poder tão centralizadora), e outros países, que nominalmente se afirmam como Estados Unitários, demonstram um grau bastante razoável de descentralização do poder, inclusive maior do que muitas Repúblicas Federativas. Com isso, pode-se enfatizar não só ao processo histórico (aqui cabe explorar a diferença entre o federalismo americano e o federalismo brasileiro), mas também as circunstâncias político-econômicas contemporâneas (como por exemplo o caso espanhol, em que o chamado “Estado Autonômico” concede um elevado grau de autonomia para algumas regiões específicas).
Embora, a rigor, a confederação não devesse ser analisada no âmbito dos estudos das formas de Estado, mas sim no âmbito das relações internacionais, pois representa ela a união de uma pluralidade de Estados soberanos, essa classificação muito auxilia no estudo de algumas das características principais da Federação. Assim, interessante que façamos a distinção clara entre federação e confederação, principalmente no que se refere à possibilidade /impossibilidade de secessão, aproveitando para tanto o exercício proposto na Articulação teoria e prática. 
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Vários pequenos Estados independentes, a fim de obterem maior peso político e econômico, resolvem se organizar sob a forma de confederação, denominada Confederação “C”. Em razão do sucesso da iniciativa, após cinco anos de experiência, os Estados confederados resolvem estreitar os laços e se organizar sob a forma de federação. A exceção foi o Estado “Z”, que não querendo fazer parte do novo pacto, resolve se desvincular da Confederação “C”. O projeto vai adiante com os demais Estados e estes promulgam uma Constituição criando a República Federativa “F”. Passados três anos de criação da República Federativa “F”, alegando insatisfação ao tratamento a ele dispensado, o Estado autônomo “X” informa que retornará a condição de Estado soberano, desvinculando-se de “F”. 
Pergunta-se:
De acordo com a teorização que trata das formas de Estado, são aceitáveis as desvinculações de “Z” e “X”?
Quando a Confederação “C” resolveu se organizar na forma federativa, segundo as teorias analisadas no livro didático, que tipo de federalismo se produziu, centrípeto ou centrífugo? 
Aula 9
Tema: As formas clássicas de governo 
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – conhecer as classificações formuladas por Aristóteles e Maquiavel, que estão nas origens das classificações contemporâneas;
2 – apontar as principais características da Monarquia como forma de governo;
3 – estabelecer as principais características da República como forma de governo.
Estrutura do Conteúdo 
  		
Esta aula será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 7, Unidade III, do Livro Didático de Ciência Política. Não devemos esquecer que há a necessidade de leitura prévia do conteúdo a ser apresentado pelo professor em sala de aula, a fim de que se obtenha um melhor aproveitamento acadêmico.
Tópicos:
As teorizações aristotélica e maquiavélica na origem das formulações contemporâneas de formas de governo - Embora as classificações apresentadas por dois ícones da Filosofia política envolva uma tipologia não mais usada nos dias atuais, o objetivo desta segmentação temática é compreender o desenvolvimento histórico das formas de governo a partir das classificações aristotélica (na Antiguidade) e maquiavélica (representativa do início da Modernidade). 
A Monarquia como forma de governo – Na monarquia, a transmissão do poder se dá em virtude dos laços de sangue, sendo que o término do direito de ser o monarca somente ocorre com a morte ou com a comprovada ausência de condições de cumprir suas atribuições. A condução ao exercício da função de monarca não decorre da escolha popular, sendo que o monarca não tem responsabilidade política e, por isso, não deve explicações ao povo ou a qualquer órgão estatal. Assim, são suas características a hereditariedade, a vitaliciedade, a não-representatividade popular, a irresponsabilidade (ausência de prestação de Contas).
A República como forma de governo – A República tem como traços marcantes o acesso ao poder através de sufrágio censitário (república aristocrática) ou universal (república democrática), enquanto a permanência é limitada temporalmente por meio de mandato fixo, durante o qual, via de regra, há uma responsabilização do governante. Por isso, são suas características temporalidade, a eletividade e a responsabilidade.
Procedimento de Ensino
Ao analisarmos as clássicas formas de governo contemporâneas (monarquia e república), embora seja inevitável abordar as tradicionais classificações propostas por Aristóteles e Maquiavel, a fim de evitar maiores confusões devemos deixar claro que estas classificaçõesmais antigas não fazem diferenciação, como atualmente fazemos, entre formas e regimes de governo. Neste sentido, a classificação dos mencionados autores nos auxiliam no processo de construção dos conceitos, sem que isso signifique uma relação imediata entre o que pensavam os autores no passado e o que pensam no presente.
No que se refere à monarquia, é interessante que se ressalte que boa parte delas, nos dias atuais, são formas de governo que se guiam pelo regime democrático (monarquias parlamentaristas), esclarecendo uma confusão costumeira do aluno que é a de associar a monarquia com autocracia ou mesmo com absolutismo. Não que as monarquias absolutas tenham deixado de existir, mas nos dias atuais são minoria em face daquelas que adotam regimes democráticos.
Também sobre a monarquia como forma de governo, cabe, a título de informação, informar aos alunos que, não sendo a forma republicana cláusula pétrea constitucional, há quem entenda existir condições jurídicas para um retorno da monarquia no Brasil pela via de emenda à constituição. Vale lembrar aos discentes que esta pergunta foi formulada ao povo brasileiro pela via plebiscitária, sendo que o mesmo se manifestou pela permanência da república, embora mais de 10 por cento dos cidadãos tenham se declarado favorável ao retorno da monarquia. Este tema poderá ser analisado no exercício proposto na Articulação teoria e prática.
No que se refere à república, embora seja imprescindível analisar suas características (assim como as da monarquia), também vale a pena que o professor analise o conceito pelo ângulo da chamada res publica, ou seja, do governo da coisa pública. Em tempos de degradação política pela corrupção dos agentes políticos, é sempre importante que as novas gerações compreendam o alcance do conceito de república como oposição a algumas práticas que ainda persistem em nosso país, como, por exemplo, o nepotismo e o patrimonialismo. 
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Após superar uma ditadura e iniciar um processo de redemocratização determinado país “P” resolve elaborar uma nova constituição. Embora estivesse definido que se organizariam pela via federativa, houve uma divisão política quanto à forma de governo a ser assumida: por um lado, os mais tradicionalistas requerendo o retorno à monarquia que deu origem ao surgimento do país no Século XVIII; e, por outro lado, os que defendem uma república de viés democrático, evitando estabelecer qualquer resquício personalista ao poder. 
A disputa se acirra e o representante da Família Real, figura carismática e bastante conhecido entre a população local, percebendo que os constituintes estão inclinados a estabelecer a forma de governo republicana, passa a defender que a constituição preveja uma forma monárquica com eleições para rei, sendo que o eleito deve governar com mandato fixo de seis anos, além de responder politicamente pelos seus atos. Pergunta-se:
A proposta do representante da família real faz algum sentido sob a perspectiva da teoria política atualmente estudada?
A Constituição brasileira de 1988 permitiria uma modificação (emenda constitucional) com a finalidade de alterar a forma de governo republicana pela forma monárquica? Pesquise e responda. 
Aula 10
Tema: Os clássicos sistemas de governo 
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 - apontar as principais características do presidencialismo como sistema de governo;
2 – estabelecer as principais características do parlamentarismo como sistema de governo;
3 – analisar as relações entre os Poderes Legislativo e Executivo nas duas espécies de sistema de governo. 
Estrutura do Conteúdo 
  		
Esta aula será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 8, Unidade III, do Livro Didático de Ciência Política. Vale lembrar (e não nos cansamos de repetir!) sobre a necessidade de leitura prévia do conteúdo que será ministrado pelo professor em sala de aula. A realização desta atividade propiciará a obtenção de um rendimento acadêmico superior.
Tópicos:
O Presidencialismo como sistema de governo – O Presidencialismo tem as seguintes características: o Presidente da República é, a um só tempo, Chefe de Estado (função de representação e vínculo moral do Estado) e Chefe de Governo (direção do poder executivo); o Poder Executivo é unipessoal, sendo que o poder presidencial deriva da própria nação; o mandato presidencial tem prazo determinado; o Presidente da República, com seu poder de veto possui participação efetiva no processo de elaboração das leis; é um sistema típico das repúblicas; a separação entre os poderes executivo, legislativo e judiciário é rígida, embora estes poderes busquem manter a harmonia entre si. 
O Parlamentarismo como sistema de governo – O Parlamentarismo, como sistema de governo possui as seguintes as características: as relações entre os Poderes Legislativo e Executivo se estabelecem em nível mais flexível, sendo este último um órgão colegiado liderado pelo Primeiro-Ministro, que tem responsabilidade ministerial perante o Parlamento (princípio da responsabilidade do governo perante o parlamento); o Primeiro-Ministro não possui tempo de mandato definido expressamente pela Constituição, pois, sua duração depende do apoio da maioria parlamentar, sendo que se ausentando esta dá-se a dissolução do parlamento com a convocação de eleições gerais. 
Relação entre os Poderes Executivo e Legislativo nos sistemas parlamentarista e presidencialista – No sistema parlamentarista, as relações entre os Poderes Legislativo e Executivo se estabelecem em nível mais flexível, vez que não há uma separação rígida dos poderes. Já no sistema presidencialista, sendo o Poder Executivo unipessoal, é observável uma demarcação mais rígida entre os espaços de atuação dos Poderes Executivo e Legislativo. 
Procedimento de Ensino 
Esta é uma aula que pode despertar grande interesse em razão das atuais discussões que o tema vem despertando. Neste sentido, para mostrar a importância da temática, valeria a pena (e trata-se, como sempre, de uma mera sugestão) iniciar a Aula 10 com a leitura da reportagem na “Articulação teoria e prática”, a fim de situar o discente no contexto do que será apresentado. Tendo em vista que já foi tratada a questão da separação entre poderes, esta será uma ótima oportunidade para mostrar que pode haver, no processo de divisão de funções do Estado, maneiras diversas de relação entre os poderes (principalmente entre Executivo e Legislativo), dependendo do sistema de governo adotado. 
Aliás, a ideia de configurar como se dá a relação de poderes também estará presente no momento em que se for tratar, mais adiante, das novas perspectivas neoconstitucionais, quando a discussão será em torno da delimitação entre os espaços ocupados pelos Poderes Legislativo e Judiciário em uma ordem democrática. De toda forma, vale a pena ressaltar que os diversos modelos podem configurar formas específicas de organizar a relação entre os três Poderes, não havendo um modelo fixo “oficial”. Nesta linha, mais uma oportunidade para que mostremos que os modelos teóricos são meros nortes e que a realidade específica de cada Estado, mesmo que fundamentadas nestes parâmetros, jamais se enquadrará no exatos limites propostos pelas teorias.
Outra análise que nos parece importante enfocar com maior cuidado é a da divisão de funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo que no Presidencialismo é concentrada em uma única pessoa (Presidente da República) e no Parlamentarismo é exercido por pessoas diversas. Esta é mais uma maneira de apontar para o papel reforçado do Presidente em um sistema presidencialista, esclarecendo, todavia, que a divisão de atribuição entre o Chefe de Estado e o Chefe de Governo no sistema parlamentarista também não seguem uma regra fixa. Na verdade, diferenciam-se de Estado para Estado, configurando-se de acordo com o estabelecido por cada uma de suas constituições.Como sabemos, os nossos alunos possuem especial dificuldade de entender os mecanismos de funcionamento do sistema parlamentarista. Neste sentido, a proposta é que se proceda a explicação sempre de forma correlata e comparativa com o sistema presidencialista, o que, entendemos, facilita sobremaneira o processo de compreensão das características e, principalmente, das diferenças entre os dois sistemas.
 
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Leia a notícia abaixo, divulgada em http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/06/cunha-defende-debate-para-trocar-presidencialismo-por-parlamentarismo.html. (29/06/2015)
Cunha defende debate para trocar presidencialismo por parlamentarismo 
Para presidente da Câmara, sistema presidencialista está em 'crise'. Ele citou que, no parlamentarismo, chefe de governo pode ser destituído.(Nathalia Passarinho - Do G1, em Brasília)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta segunda-feira (29), em visita à Assembleia Legislativa de Manaus, que o Brasil debata a possibilidade de mudar o atual sistema presidencialista pelo parlamentarismo- sistema pelo qual o chefe de governo (primeiro-ministro) é eleito pelo parlamento e pode ser destituído antes do término do mandato (...). “Nós vivemos uma crise de presidencialismo. Uma crise na qual, se o sistema fosse parlamentarista, seria muito mais fácil de ser resolvida. O presidencialismo implica que você elege o governante e depois só na próxima eleição você tem condições de rever sua posição", disse. (...)
Diante da reportagem acima apresentada, procure responder as seguintes questões:
Por que razão o Presidente da Câmara afirmou que no sistema parlamentarista o Primeiro-Ministro pode ser destituído antes do término do mandato? 
Estaria correta a afirmação do Presidente da Câmara quando afirma que no presidencialismo ao se eleger o governante, somente na eleição seguinte o povo teria condições de rever sua posição? Pesquise e responda de forma fundamentada.
O que é o recall? O Brasil adota este instituto?
Aula 11
Tema: A democracia como regime de governo 
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – diferenciar entre si as denominadas “democracia dos antigos” e “democracia dos modernos”;
2 – estabelecer quais são os critérios definidores do regime democrático;
3 – apontar algumas vantagens que fazem do regime democrático uma melhor opção que qualquer uma das formas autocráticas de poder. 
Estrutura do Conteúdo 
  		
Esta aula será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 9 (mais precisamente o 9.1 e seus subitens), Unidade III, do Livro Didático de Ciência Política. Lembramos que a leitura prévia do conteúdo que será ministrado pelo professor em sala de aula é essencial para obtenção de um rendimento superior, além de auxiliá-lo(a) na criação de uma rotina de estudo.
Tópicos:
A democracia dos antigos e a democracia dos modernos – Se por um lado a denominada “democracia dos antigos” diz respeito a um modelo que busca seu fundamento na democracia ateniense, com o exercício democrático “direto” do poder (praticado pessoalmente por aqueles que são reconhecidos como cidadãos), a denominada “democracia dos modernos” fundamenta-se em sistema de controle e limitação, com base na transmissão representativa do poder do povo a seus representantes, que passam a exercer mandatos políticos, representando a vontade da cidadania. Os dois modelos são ainda hoje as referências principais para se pensar a democracia nos quadros atuais.
Os critérios definidores do regime democrático – A partir de definições genéricas como “regra da maioria”, a dificuldade de se estabelecer um conceito preciso de democracia vem exigindo a demarcação de alguns critérios definidores. Por isso, participação efetiva, igualdade de voto, entendimento esclarecido, controle do programa de planejamento e a inclusão do maior número de participantes são hoje considerados verdadeiros critérios de verificação da adoção de regime democrático pelos diversos Estados nacionais. 
Vantagens dos regime democráticos em face dos regimes autocráticos - A partir da base de defesa ampliada dos valores liberdade e igualdade, os regimes democráticos buscam entre muitas outras vantagens, impedir o governo de autocratas cruéis e perversos, garantindo aos cidadãos uma série de direitos fundamentais que os sistemas não-democráticos recusam proporcionar;
Procedimento de Ensino
Talvez o grande desafio desta aula esteja no fato de que muitos de nossos alunos não vivenciaram o período ditatorial e demonstram pouco apreço pelas conquistas democráticas. Uma das propostas do nosso Curso de Direito é exatamente enfatizar os valores democráticos, incentivando nosso aluno, não apenas a desenvolver uma visão crítica e reflexiva da realidade, mas também incentivá-lo a interferir no processo de construção da vontade coletiva.
A discussão sobre a democracia nas visões antiga e moderna pode complementar algumas das informações constantes na Aula 4 em que se discutiu os modelos políticos de Locke e Rousseau, bem como na Aula 10, quando se tratou do processo de representação do povo pelo Parlamento. Assim, é importante que os alunos entendam que estas são fórmulas complementares e não excludentes, sendo que as democracias modernas embora não abram mão do sistema representativo, crescentemente vem procurando estabelecer regras que permitam uma maior manifestação direta por parte da cidadania. Este tema pode ser enfrentado no exercício de articulação teoria e prática.
Um dos pontos interessantes da Aula é exatamente apontar para o fato de que o grau de desenvolvimento do regime democrático também está relacionado ao nível de participação do povo pelas vias não-institucionalizadas, embora seja fundamental (principalmente para um aluno do Direito) compreender a enorme importância do aprimoramento dos instrumentos institucionais (constituições, leis, eleições, etc.) para elevação do nível democrático. Assim, se por um lado as instituições devem ser desenvolvidas com vista a aumentar o espaço de participação da cidadania, por outro lado, a própria cidadania deve lutar para criar esses espaços institucionais, mesmo que por vias não propriamente formalizadas pelo sistema.
Outro tema importante que podem ser suscitado no decorrer desta discussão é exatamente o papel das mídias sociais no âmbito do regime democrático. Se por um lado as mídias sociais proporcionam voz a um sem número de pessoas que não teriam condições de exteriorizar suas posições se não houvesse esse recurso tecnológico, por outro lado há de se ter em conta a autorizada fala de Humberto Eco quando afirma que as redes sociais deram voz a pessoas absolutamente desqualificadas para tratar de certos temas (Humberto Eco utiliza a expressão “imbecis”). Vale a pena colocar o tema em debate e apontar e vincular a discussão ao tema apresentado na Aula 2, que diz respeito à força da racionalidade discursiva e sua capacidade de obter adesão.
Por último, é fundamental demonstrar ao aluno a inevitável relação entre democracia e legitimidade, lembrando que o tema já pode ter sido abordado na Aula 7. Todavia, parece-nos que nunca é demais repetir a ideia de que as decisões que buscam fundamento na adesão do corpo social sempre encontrarão uma maior capacidade de se impor, exigindo, por isso, o uso menos intenso da força estatal (que possui o monopólio da violência) para se fazerem respeitadas. 
 
 Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Após inúmeras manifestações populares exigindo ampliação de participação dos cidadãos no processo político do País “P”, os governantes, assustados com tais eventos, dão início a uma reforma política que tem por objetivo alterar algumas regras estabelecidas na Constituição de “P”. Nesta, atualmente, há previsão para que apenas oshomens com idade igual ou superior a 21 anos possam votar, sendo que a proposta é a de que o voto seja passível de ser exercido por homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Além desta alteração outras mais poderão ser propostas pelos atuais parlamentares, que, simbolicamente, representam a vontade do povo de “P”. 
Diante do quadro apresentado, e considerando a leitura de seu livro de Ciência Politica, responda:
A alteração da idade mínima para exercício do voto pode ser considerada uma medida que amplia o grau de democracia de “P”? 
A vontade popular manifestada por meio de parlamentares é admitida dentro de um quadro teórico democrático? Se sim, seguindo que modelo de democracia, a dos antigos ou a dos modernos? Justifique. 
A manifestação nas ruas pode ser considerada como exercício democrático ou a democracia somente deve ser reconhecida pela manifestação institucional do voto? Justifique sua resposta. 
Aula 12
Tema: Os regimes autocráticos de governo 
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de:
1 – apontar as características que definem um governo como autocrático, em contraposição aos regimes democráticos; 
2 – diferenciar os tipos autocráticos referenciais (o autoritário e o totalitário), sem deixar de analisar possível relação com as doutrinas socialistas e comunistas; 
3 – apontar as características de alguns tipos específicos de totalitarismo vivenciados no decorrer do Século XX. 
Estrutura do Conteúdo 
  		
Esta aula será apresentada com base nos conteúdos estabelecidos no Capítulo 9 (mais precisamente o 9.2 e seus subitens), Unidade III, do Livro Didático de Ciência Política. Lembramos que a leitura prévia do conteúdo que será ministrado pelo professor em sala de aula é essencial para obtenção de um rendimento superior, além de auxiliá-lo(a) na criação de uma rotina de estudo.
Tópicos:
1 – Características que definem um governo como autocrático - O poder autocrático deve ser exercido sem maiores limitações, já que a autoridade do dominador possui poucas barreiras institucionais que o impeçam de agir em conformidade com sua própria vontade, exigindo dos cidadãos ordem e obediência. Nestes regimes, os cidadãos não só não possuem permissão de controlar os atos do poder, mas também não possuem meios para afastar os dominadores. 
2 – Tipos autocráticos referenciais (autoritário e o totalitário) e suas características – Duas são as formas mais conhecidas dos regimes autocráticos, o regime autoritário, que não se baseiam no primado de uma ideologia e podem admitir uma certa esfera de liberdade ao cidadão para escolhas no âmbito privado e o regime totalitário, bem mais rígido, caracterizando-se, então, por uma série de características, tais como: existência de uma ideologia oficial e de partido único, controle policial da população, monopolização de todos os meios de informação e das forças armadas e direção centralizada da economia. 
3 – O totalitarismo e sua concretização no âmbito histórico – São alguns dos principais exemplos típicos de regimes totalitaristas o Nazismo da Alemanha hitleriana (após 1938), o Fascismo da Itália de Mussolini (principalmente a partir de 1927) e o Comunismo da União Soviética stalinista (depois de 1930). Embora sejam estes os exemplos de referência, também são apontados por especialistas (embora sem unanimidade) como possíveis exemplos de regimes totalitaristas, o comunismo chinês e os antigos Estados-satélites à União Soviética.
Procedimento de Ensino
Esta Aula 12 pode ser vista como complementar à Aula 11, já que ainda estamos no âmbito das discussões sobre os regimes políticos. A questão fundamental e que deve ser enfrentada diz respeito ao fato de que o aluno possui alguma dificuldade de discernir regime autoritário de regime totalitário. Neste sentido não ajudam os meios de comunicação que vez por outra utilizam as expressões como sinônimas. Neste sentido, parece ser interessante que façamos a correta distinção, enumerando claramente as características de cada uma das formas autocráticas.
Outra questão a ser explorada é a que diz respeito às características específicas de algumas conhecidas formas de totalitarismo. Embora haja quem identifique o fenômeno já na Antiguidade, a maior parte dos autores preferem situá-lo como típico do Século XX, principalmente nas formas clássicas - o nazismo, o fascismo, o stalinismo. Vale lembrar que alguns importantes autores incluem o comunismo chinês e o socialismo implantado nos países-satélites à antiga União Soviética como práticas totalitárias de exercício do poder, embora não haja consenso em relação a estes exemplos. Vale a pena apontar para o regime norte-coreano como típico exemplo atual de regime totalitário. 
Ainda nesta temática, é muito interessante que venhamos a analisar com os alunos o fenômeno do Estado Islâmico. Segundo autorizadas vozes, entre elas, Humberto Eco, trata-se de uma proposição totalitária (segundo o intelectual italiano, o novo nazismo), aonde se busca aniquilar outras etnias, impondo-se um credo e mesmo com o pretensioso objetivo de conquistar o mundo. Este fenômeno contemporâneo pode render um ótimo exemplo em sala de aula. 
Outra questão que a esta última se relaciona diz respeito às características que aproximam e diferenciam socialismo e comunismo. É um ponto controvertido e que, certamente, pode ser apresentado sob vários ângulos de análise. Embora, em geral, o senso comum costume entender as expressões como sinônimas, é importante que em sala de aula se procure apontar algumas diferenças entre os dois conceitos. Se há quem entenda, seguindo uma usual explicação de cunho marxista, que o socialismo representaria uma etapa para se atingir o comunismo (entendido este como um sistema de organização da sociedade que tem por princípio o desaparecimento das classes sociais e do próprio Estado), por outro lado, nos dias atuais, a expressão "socialismo” pode ser empregada como uma corrente do pensamento político que chega mesmo a se opor às posições comunistas. No caso, referimo-nos às posições denominadas “social-democratas”. 
Nesta visão, que goza de grande prestígio entre algumas das principais democracias europeias, os ideais de igualdade material somente poderiam ser atingidos em regimes democráticos. Há, nesta linha, um afastamento das posições que seriam denominadas “comunistas”, por se entender que estariam estas contaminadas por um espírito autoritário e, consequentemente, antidemocrático. De qualquer forma, é interessante que se chame a atenção, em aula, para o fato dos especialistas, em sua grande maioria, afirmarem  nunca ter havido, de fato, um país comunista. 
Neste sentido, países como, por exemplo, Cuba e China, seriam classificados como “comunistas” (assim são reconhecidas pelos alunos) por se inspirarem em alguns pressupostos teóricos marxistas, embora afirmem outros estudiosos não fazer nenhum sentido que a sociedade comunista, justa e harmônica, concebida por Marx, pudesse se coadunar com ideias ditatoriais e autoritárias. 
Como a temática é muito complexa e repleta de visões divergentes, a ideia é que possamos apresentá-la em seus diversos matizes, mesmo que não seja possível aprofundá-la, dados o limite de tempo e excesso de controvérsias que envolvem o tema.
 
Recursos Físicos
Quadro, Pincel, Datashow, internet para pesquisas.
Aplicação: Articulação teoria e prática:
Recentemente em http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/03/golpe-militar-de-1964-completa-50-anos-relembre.html foi publicada a seguinte manchete em conhecido meio de comunicação:
“Golpe militar de 1964 completa 50 anos; 
Foi o início de uma ditadura militar de duas décadas no Brasil. Especialistas contam como ocorreu a tomada do poder do país pelos militares.”
Como tivemos a oportunidade de estudar na disciplina História do Direito Brasileiro, o golpe militar que deu início a uma ditadura que perdurou por 21 anos no Brasil ocorreu em um contexto histórico de Guerra Fria, com disputa

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