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Acompanhe, neste vídeo, a revolução marginalista do final do 
século XIX, destacando de que maneira economistas como Jevons, 
Menger e Walras transformaram a economia clássica em 
neoclássica ao introduzirem a análise marginal e enfocarem a 
alocação de recursos e a maximização da utilidade individual. 
 
O final do século XIX testemunhou o nascimento da teoria 
microeconômica moderna. Essa época foi marcada pela 
elaboração de um conjunto de ferramentas analíticas que 
transformou a economia clássica em neoclássica. 
 
 
A análise marginal, atualmente presente nos livros de 
microeconomia, pode ser considerada uma ferramenta muito 
importante. Além disso, a matemática foi incorporada de maneira 
definitiva na análise econômica. 
 
 
Jevons, Menger e Walras são alguns dos principais nomes 
associados a essa mudança radical na forma de conceber a teoria 
econômica. 
 
À medida que a teoria marginalista se desenvolveu, a estrutura da 
teoria econômica se modificou, de modo a elaborar um sistema 
muito diferente do exposto pela economia clássica. 
 
O interesse dos economistas clássicos no crescimento econômico 
deu lugar à alocação de recursos. O centro do sistema neoclássico 
girava em torno do problema da alocação de recursos escassos, 
dados os seus possíveis usos alternativos. 
Os marginalistas aceitavam a abordagem utilitarista e, a partir dela, 
reformularam a análise do comportamento humano, que foi 
construído a partir de cálculos racionais, visando à maximização da 
utilidade individual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba Mais 
A compreensão marginalista revela outra face distinta da 
abordagem neoclássica: a mudança no agente econômico como 
objeto de análise. 
 
 
 
 
 
Os clássicos tinham como objeto principal agentes econômicos 
coletivos, como as classes sociais e o governo. Os marginalistas se 
concentravam em agregados sociais mínimos: a unidade tomadora 
de decisão, como consumidores, famílias ou firmas. 
 
 
 
 
Ortodoxia neoclássica 
 
A revolução marginalista se espalhou pelo mundo ocidental, 
impactando significativamente o pensamento econômico. No 
contexto político-econômico, a Europa Ocidental experimentava um 
momento de desenvolvimento industrial e capitalista. Em conjunto, 
esses fatores estabeleceram as bases para a economia 
neoclássica. 
 
Alfred Marshall foi um matemático que ofereceu enorme contribuição ao 
pensamento econômico com a publicação de seu livro Princípios de economia 
(1890). Sua obra pode ser entendida como uma reformulação geral da teoria 
econômica produzida até então, pois sintetizou a análise clássica e a abordagem 
marginalista de custo e utilidade e elaborou um mecanismo de análise econômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma de suas principais contribuições para o campo foi sua análise de equilíbrio 
parcial, que conseguiu unir várias partes da teoria econômica até então analisadas 
separadamente. Ele fez a importante distinção entre os períodos da economia, 
diferenciando o curto do longo prazo. 
 
Por último, ele introduziu e aprimorou uma série de conceitos que 
são utilizados na análise econômica, como propriedades da curva 
de demanda, distinção de retornos crescentes e decrescentes e 
maximização do bem-estar ― temas abordados até hoje em cursos 
de economia. 
 
 
Curiosidade 
O americano Irving Fisher também utilizou a matemática de forma 
extensiva em sua análise econômica. No entanto, seu trabalho 
estava voltado para a macroeconomia. Ele propôs a versão mais 
conhecida da equação quantitativa da moeda, e sua contribuição 
central para a teoria econômica foi a teoria sobre juros. Há até a 
equação de Fisher, batizada em sua homenagem. 
 
 
As transformações da revolução marginalista e da ortodoxia 
neoclássica para a economia 
 
Confira, neste vídeo, a transformação ocorrida na economia do 
século XIX com a introdução da análise marginal e a 
matematização, culminando na síntese de Marshall, que moldou a 
teoria econômica contemporânea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Keynes em diante 
 
Economia keynesiana 
 
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito de dimensões até então 
desconhecidas pela humanidade. Na esfera econômica, seus 
impactos envolveram a interrupção do comércio e de pagamentos 
internacionais, e levaram governos a realizar intervenções 
econômicas até então inimagináveis. Uma produção de larga 
escala foi realizada para atender às necessidades de guerra, 
gerando enormes dívidas nacionais. 
 
 
 
A profundidade das crises vivenciadas no período entre guerras 
não tinha precedentes. A crise econômica de 1929 eclodiu nos 
Estados Unidos. O desemprego atingiu níveis recordes e se tornou 
persistente. O descontentamento social não tardou a aparecer, e a 
tradição clássica ortodoxa de pensamento econômico não estava 
preparada para lidar com essa situação. 
 
O pensamento neoclássico havia se estruturado em torno da Lei de 
Say, que previa que o pleno emprego era o estado normal de 
funcionamento da economia. Se houvesse afastamento do nível de 
emprego considerado normal, não seria de grande magnitude, e o 
próprio sistema econômico providenciaria uma resposta que faria o 
emprego retornar ao seu nível normal. 
 
No entanto, a realidade parecia bastante distante do que previa o 
pensamento econômico. A ociosidade na força de trabalho e na 
capacidade da indústria alcançaram proporções incomuns e havia 
poucos indícios de que a situação estava caminhando para se 
corrigir. 
 
 
 
 
 
 
 
Comentário 
Apesar da enorme distância entre as premissas neoclássicas e os 
eventos do mundo real, os economistas neoclássicos ofereciam 
uma justificativa para essas supostas anormalidades no 
funcionamento da economia. A persistência dos altos níveis de 
desemprego poderia ser explicada pela rigidez no sistema 
econômico, que paralisava o mecanismo de ajuste natural. 
Segundo eles, a inflexibilidade dos salários, causada, 
principalmente, pela estrita adesão ao salário mínimo por influência 
dos sindicatos, não permitia que a economia seguisse sua trajetória 
natural. Assim, se os salários baixassem, empregadores 
contratariam mais trabalhadores, e a economia voltaria ao nível de 
pleno emprego. 
 
 
 
 
No início do século XX, a análise econômica retomou o interesse dos economistas 
clássicos em economia agregada, ou seja, nas teorias macroeconômica e 
monetária. 
 
John Maynard Keynes, um economista britânico, revolucionou as esferas acadêmica 
e política com as ideias que propôs em seu livro A teoria geral do emprego, do juro 
e da moeda. O pensamento keynesiano, com ênfase na política fiscal, foi tão 
influente que dominou a política econômica dos EUA e de diversas outras nações 
ocidentais no período. 
 
De certa forma, as ideias de Keynes se assemelham em vários aspectos às escolas 
que antecederam os economistas clássicos ― a mercantilista e a fisiocrata. A ideia 
de que a poupança tende a causar baixo consumo e depressão econômica, 
interrompendo o fluxo circular da renda, já havia sido apontada por economistas 
anteriores a Adam Smith e seus seguidores. 
 
 
 
 
 
 
 
Keynes também rompeu com a escola clássica em sua descrença 
na Lei de Say: diferentemente dos clássicos, ele não acreditava 
que a oferta cria sua própria demanda. 
 
Entre as principais ideias expressas em sua teoria geral, estão: 
 
● A teoria da preferência pela liquidez: ofereceu uma explicação 
para os determinantes da taxa de juros sob a ótica do 
mercado de moeda. 
● A teoria da demanda efetiva. 
● A noção de um efeito multiplicador na economia: é devida ao 
componente do consumo na renda. 
● A relação entre poupança e investimento. 
Boa parte desses conceitos está presente nos cursos 
contemporâneos de macroeconomia. 
As ideias desenvolvidas por Keynes representaram uma mudança 
na meta da política pública: estabilização dos preços altos para 
manutenção do nível de renda e emprego. 
 
Keynesianismo 
O keynesianismo surgiu no momento em que a economia mundial 
sofria os efeitos adversos da crise de 1929, durando toda a década 
de 1930 até o início da Segunda GuerraMundial. Nessa escola do 
pensamento econômico, a intervenção do Estado na vida 
econômica é fundamental, e as políticas básicas são sugeridas na 
principal obra de John Maynard Keynes, A Teoria Geral do 
Emprego, do Juro e da Moeda. 
 
 
As visões do keynesianismo propunham solucionar os problemas 
econômicos, em especial o problema do desemprego, pela 
intervenção estatal — desencorajando, assim, o entesouramento, 
 
 
 
 
 
em prol das despesas produtivas e dos gastos agregados. Em 
outras palavras, o Estado tinha na economia, sobretudo, em 
períodos de crise/depressão econômica, a função de manter 
elevados a demanda e o consumo agregados 
 
Com a demanda agregada elevada era possível manter os 
investimentos 
públicos e privados aquecidos. Além do mais, esse cenário permitia 
manter a taxa de juros baixa — beneficiando novos investimentos. 
Em termos práticos, as grandes despesas governamentais seriam 
responsáveis pela retomada de uma economia em crise/depressão 
econômica 
 
De fato, sob o estímulo de grandes gastos do Estado, impostos 
pela Segunda Guerra Mundial, a crise do desemprego nas décadas 
de 1930 e 1940 deu lugar à falta de mão-de-obra na maioria dos 
países. Em poucas palavras, diferentes economistas keynesianos 
passaram a defender que o capitalismo poderia ser salvo, desde 
que os governos soubessem fazer uso de seu poder de cobrar 
impostos, reduzir juros, contrair empréstimos e gastar dinheiro 
 
Conforme Sandroni (2005), após a Segunda Guerra Mundial, o 
pensamento 
keynesiano converteu-se em ortodoxia, ou seja, em teoria 
dominante, tanto para os economistas quanto para a maioria dos 
políticos. Nesse contexto, o keynesianismo econômico lançou 
raízes, sobretudo, nos Estados Unidos. Isso porque os Estados 
Unidos estavam temerosos de que o fim da Segunda Guerra 
pudesse provocar uma nova recessão econômica em todo o 
mundo capitalista. 
 
Assim sendo, o foco conceitual do keynesianismo econômico 
estava na atuação a longo prazo do Estado, mediante o uso 
sistemático de políticas monetárias e fiscais expansionistas. 
 
 
 
 
 
A chamada teoria do declínio das oportunidades de investimento 
seria corrida pelo Estado, evitando que a economia capitalista 
entrasse constantemente em crises/depressões. Portanto, o Estado 
interventor seria fundamental — inclusive — para garantir a 
sobrevivência sistêmica do capitalismo. 
 
OBS: 
O neoliberalismo econômico nada mais é do que o resgate de 
diversos 
conceitos e ideais do liberalismo clássico. Como a escola liberal 
clássica, os neoliberais acreditam que a vida econômica é regida 
por uma ordem natural formada a partir das livres decisões 
individuais e cuja mola-mestre é o me-canismo de preços 
 
Para termos uma visão geral dos princípios keynesianos, vamos 
considerar 
os conceitos mais importantes da escola, que são: a teoria da 
distribuição, segundo a produtividade marginal; a economia da 
dívida; a teoria da taxa de juros; o princípio da demanda efetiva; a 
propensão marginal a consumir e multiplicador; e a determinação 
dos dispêndios de investimento 
 
 
Na teoria da distribuição, segundo a produtividade marginal, 
Keynes endossava e defendia a teoria da distribuição baseada na 
produtividade marginal (neoliberal ou neoclássica). 
 
 Logo, o salário é igual ao produto marginal do trabalho. Keynes 
argumentava que, para aumentar o emprego, os salários teriam 
que baixar, e os lucros teriam que aumentar. Assim sendo, o 
comportamento maximizador de lucros motivaria os capitalistas a 
empregar trabalhadores até o seu salário igualar-se ao valor do 
produto marginal 
 
 
 
 
 
 
Na economia da dívida, Keynes demonstrou que os gastos do 
governo, 
financiados por empréstimos, seriam muito mais eficazes para 
estimular a procura agregada do que os gastos financiados pela 
tributação — já que a tributação retirava recursos que seriam 
gastos de outra maneira (SILVA, 2010). Um exemplo observado por 
ele foi o desempenho dos Estados Unidos, depois da Segunda 
Guerra Mundial, que melhorou e muito com a expansão maciça e 
acelerada do endividamento público 
 
Na teoria da taxa de juros, Keynes trouxe à luz as razões pelas 
quais 
não se podia confiar que a taxa de juros equilibrasse 
automaticamente a poupança e o investimento. Ele afirmava que a 
taxa de juros não canalizava automaticamente as poupanças para 
os investimentos, da maneira concebida pelos neoclássicos. Logo, 
a procura de moeda não apenas como algo racional, mas também 
uma necessidade psicológica básica — tanto que concebia o juro 
como o preço para que um indivíduo se privasse da liquidez, não 
como recompensa pela abstinência. 
 
No princípio da demanda efetiva, a ideia era o oposto da lei de Say. 
Assim, quem determinava o volume da produção e do emprego era 
a demanda efetiva, que não é apenas a demanda efetivamente 
realizada, mas ainda o que se espera que seja gasto em consumo 
e investimento. 
Nessa visão, a expectativa dos capitalistas é muito importante. 
Nessa situação, a demanda efetiva pode ser maior ou menor que a 
capacidade produtiva de um país, em determinado momento. Por 
isso, a busca pelo pleno emprego torna-se um dos objetivos da 
macroeconomia, um objetivo que deve ser alcançado por vontades 
políticas 
 
 
 
 
 
 
Por fim, o custo dos bens de capital, o rendimento monetário 
esperado e 
a taxa de juros do mercado. Ele compreendeu que as expectativas 
regem a escala de procura de investimento. São as expectativas de 
longo prazo que determinam a capacidade dos empresários de 
estimar rendas futuras e, assim, realizar seus investimentos no 
presente. 
 
 
 
O economista John Maynard Keynes (1883-1946) está entre as 
figuras 
mais proeminentes do chamado liberalismo moderno. Keynes 
trabalhou durante a primeira década do século XX. Ele observou 
que a convicção nas forças de mercados descontrolados poderia 
levar ao colapso econômico – como foi o caso na Grande 
Depressão (1929-1933) –, mas também que a iniciativa estatal 
poderia atenuar e reverter essa situação – como ocorreu nos EUA 
com o New Deal (1933-1937) e durante a transição da indústria dos 
EUA para o país poder se engajar na Segunda Guerra Mundial. 
Keynes ressalta fortemente a importância de o Estado estimular a 
economia em períodos de crise e recessão econômica por meio de 
investimentos em programas sociais e obras 
públicas. Antes era comum pensar que a taxa de crescimento 
econômico oscilava naturalmente e que nada poderia ser feito para 
evitar isso. Keynes discorda desse pensamento e afirma que, se o 
governo gastasse o suficiente para “aquecer a economia” e fazer o 
dinheiro girar quando os atores privados fossem mais resilientes 
em contratar e fazer investimentos, seria possível manter um ritmo 
constante de crescimento positivo (Keynes, 1936). 
 
 
 No plano internacional, Keynes defendia que o problema 
recorrente de desequilíbrios comerciais fosse endereçado por meio 
 
 
 
 
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