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Aula 3 - Melhoramento Genético de Suínos

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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Suinocultura 
 
 
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MELHORAMENTO GENÉTICO DE SUÍNOS 
O fenótipo é determinado pela junção o genótipo com as condições ambientais que o animal 
vive. Não adianta ter um animal de ponta se a ele for fornecida condições precárias de nutrição, 
manejo, etc. Sobre o fator genótipo, deve-se levar em conta a herdabilidade. A herdabilidade 
mede o quanto de determinada característica é determinada pela genética. Uma herdabilidade 
alta é maior que 0,4, média se de 0,2 a 0,4 e baixa de menor que 0,2. Geralmente, características 
reprodutivas possuem baixa herdabilidade. Quando se quer melhorar uma característica de 
baixa herdabilidade deve-se, além do melhoramento genético, promover melhorias de 
ambiente e heterose, pois, por exemplo, se uma característica possui 0,1 de herdabilidade, 
somente 10% dela é trazida pelo genótipo, e 90% da influência para o fenótipo vem do 
ambiente. 
O melhoramento genético para suínos iniciou-se na década de 70, em que se procurava um 
suíno tipo carne, diferenciando-se do suíno tipo banha produzido subsistencialmente. O suíno 
tipo carne tem alta produção de carne, baixa de gordura e alta eficiência alimentar, comendo 
pouco e produzindo o máximo possível. Esse suíno tipo carne tem um alto rendimento na 
produção de embutidos, que ainda são os principais produtos consumidos quando se trata de 
carne suína. As próximas ambições a serem cumpridas pelo melhoramento genético é a 
produção de uma carne com menos toucinho (mais light), busca pela gordura de marmoreio e 
eliminação do gene do odor. 
Um bom desempenho produtivo é marcado por bom ganho de peso diário, boa conversão 
alimentar (comer menos e ganhar mais peso) e atingir o peso de abata mais precocemente. 
Essas variáveis são medidas nas Estações de Testes de Reprodutores Suínos (ETRS), em que se 
mede o desempenho dos animais em um ambiente padrão, para saber o quanto do fenótipo 
está relacionado com genótipo e ambiente. 
Quanto a reprodução, a prolificidade está muito envolvida como característica desejável nos 
programas de melhoramento animal. 
A carcaça e qualidade da carne são avaliadas pela espessura de toucinho, rendimento de 
carcaça, profundidade da carcaça, profundidade de músculo, pH, gordura de marmoreio e Área 
de Olho de Lombo (AOL – quanto maior a AOL, maior a proporção de carne daquele animal). Um 
erro de manejo pode levar a uma carne DFD (dura, firma e seca) ou PSE (pálida, macia e 
exsudativa). O aparecimento de DFD e PSE é muito relacionado a problemas de Bem-Estar 
Animal. 
O objetivo dos cruzamentos de programas de melhoramento animal serial produzir uma 
progênie superior, combinando as diferentes genéticas existindo, criando um animal melhor, 
aumentando a produtividade e lucratividade geradas pelo animal. O cruzamento entre animais 
de raças diferentes aumenta o fator heterose, gerando um animal melhor do que o puro. Os 
cruzamentos podem ser backross e threecross. 
P = macho Landrace X fêmea large White (H = 100%) 
F1 = ½ LD ½ LW X macho LD (H = 50%) BACKROSS 
F2 = ¼ LW ¾ LD 
Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Suinocultura 
 
 
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P = macho Landrace X fêmea large White (H = 100%) 
F1 = ½ LD ½ LW X macho Duroc (H = 100%) THREECROSS 
F2 = ¼ LD ¼ LW ½ D 
Uma raça pode ser pura de origem, em que só tem um tipo de sangue, bem caracterizado, ou 
pura sintética, em que foi criada através de cruzamentos entre raças puras até se obter uma 
fidelização e padronização dos percentuais de sangue presentes. 
A fluxo de material genético pode ser feito em uma pirâmide, em que no topo se encontra as 
granjas núcleo, no meio os multiplicadores e na base as granjas comerciais. No núcleo, existem 
granjas avozeiras e bizavozeiras, que criam os melhoramentos genéticos. Os bisavôs são 100% 
repostos em um ano, sendo que os machos ficam no plantel por 6 meses e as fêmeas por 2 
partos. Nos avozeiros, o tempo médio de vida útil dos animais é de 2,5 anos, com o macho sendo 
descartado após 1 anos e as fêmeas após 3 ou 4 partos. São nas granjas núcleo que a genética é 
produzida. Ela vende o resultado dos cruzamentos entre avós para os multiplicadores (pode 
vender para os comerciais também, no caso de ser um descarte). Nos multiplicadores cruzam-
se os produtos gerados nos avozeiros, multiplicando a genética estabelecida no núcleo. Suas 
matrizes são repostas a cada 3 ou 4 partos. Os produtos dos multiplicadores são vendidos aos 
comerciais, que serão cruzados para produção dos animais de engorda e terminação. A granja 
multiplicadora, para vender reprodutores, deve fornecer certificação da origem dos animais, 
devendo ser certificada pelo MAPA. Esse certificado deve possuir todo o registro genealógico do 
animal.

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