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DOL UNIDADE 3 - Produção e Sanidade de Aves e Suínos

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UNIDADE 3. 
Suinocultura em foco
Suinocultura
A suinocultura caracteriza-se pela prática de criação de suínos, considerada um dos ramos essenciais do agronegócio e da pecuária nacional. No Brasil, é uma atividade consolidada há muitas décadas, que faz com que o País tenha alcançado destaque no mercado mundial.
O fornecimento tecnológico e de evolução científica permitiu que o suíno, repleto de gorduras, evoluísse ao suíno do tipo carne. Uma das mais consumidas do mundo e de alta popularidade, a carne suína possui destaque no cenário nacional e é um rico alimento – sua composição pode fornecer níveis próximos de 20% de proteína, além de minerais essenciais ao funcionamento do corpo humano.
Outro fator de destaque é que, na carne suína, há um grande equilíbrio quantitativo de ácidos graxos saturados e insaturados, bem como uma extensa composição de vitaminas. Assim, alguns dos importantes componentes que integram uma porção desse tipo de carne são vitaminas do complexo B (como piridoxina, tiamina, niacina e a necessária vitamina b12), retinol, zinco, magnésio, ferro, potássio, entre outros nutrientes.
Considerada uma carne magra, por muitos nutricionistas e pela literatura científica, ela é uma importante aliada no controle da pressão alta. Dessa maneira, são indiscutíveis os benefícios obtidos pela ingestão dessa carne, conferindo relevância à execução da suinocultura. 
A cadeia produtiva na suinocultura exige do produtor e médico veterinário atualização e planejamento. O meio rural tem, cada vez mais, se tornado dinâmico e amplamente técnico, de modo que o contexto da atualização do bem-estar animal – sobretudo quanto à produção de matrizes reprodutoras – seja de suma importância. Tal como na avicultura, a nutrição é um pilar decisivo na outra categoria, uma vez que a produção de carne é o objetivo principal, demandando estrutura corporal favorável, por meio de um manejo adequado. Portanto, o entendimento de formulação e melhores nutracêuticos é considerado essencial ao médico veterinário de suínos.
HISTÓRICO DA SUINOCULTURA NACIONAL
A História relata que, em meados de 1532, os primeiros suínos habitaram em solo brasileiro. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os porcos chegaram por meio de expedições, como a que levou Cristóvão Colombo às Américas, em 1494. Martim Afonso de Souza foi um dos portugueses que trouxe os animais para solo brasileiro, portanto, os primeiros cruzamentos de suínos no País foram feitos com linhagens portuguesas. Assim, raças consideradas pioneiras são aquelas derivadas de cruzamentos entre raças de Javali, oriundas da Ásia. Já algumas raças rústicas que tiveram destaque foram Baé, Canastra (e suas variantes), Macau, Perna Curta, Caruncho (e suas variantes), entre outras.
A suinocultura brasileira era, até então, considerada uma atividade de subsistência familiar, porém, com a chegada de poloneses, alemães e italianos, no início do século XIX, ela ganhou contexto de lucro, tornando-se uma atividade econômica de evidência na região Sul e Sudeste do País. Um dos seus importantes personagens históricos, o italiano Francesco Matarazzo, tornou popular, em São Paulo, o comércio da conhecida e tradicional banha de porco.Já a cultura alemã veio fortemente estabelecida pela culinária no Brasil. 
Uma de suas principais representantes consiste na carne suína, pois, na Alemanha, a suinocultura é uma vasta atividade – em períodos como Oktoberfest (tradicional época alemã que foi trazida ao Brasil), o joelho de porco é um dos pratos principais. Solidificada no Sul, ela proporcionou, por meio da suinocultura, geração de renda e empregos, movimentando a economia local.
A modernização oriunda do abate iniciou-se em Chicago, nos Estados Unidos, no século XIX, sendo considerada o primeiro sistema refrigerador na indústria de carnes e motivando uma série de investimentos locais e no exterior, por meio do alto investimento na indústria mecânica de automação.
Frigoríficos (Figura 1) investidores do mercado suíno se estabeleceram em São Paulo, por volta de 1913, inovando o modelo rústico de matadouros. Já em 1917, instalou-se a primeira empresa frigorífica no modelo norte-americano de Chicago, no Sul do País, em Pelotas. Assim, sucessivamente, ocorreram diversas instalações, por exemplo, em Anápolis, Goiás, em 1964. Por conseguinte, o sucesso da cadeia suinícola foi consolidado a partir da década de 1990, em que obteve maior destaque pelo alto consumo interno e a inserção no mercado externo.
SUÍNO E SUA ANATOMIA
Para entender a dinâmica e os conceitos técnicos do grande mercado da suinocultura, é necessário compreender a base – ou seja, as características principais do animal que faz parte desse contexto. Afinal, devemos chamá-lo de porco ou suíno? Essa pergunta não tem uma resposta simples, pois o contexto da modificação do primeiro termo para o segundo ainda é considerado controverso. Entretanto, é adequado e pertinente denominá-lo de suíno por causa do contexto genético, ou seja, por influência do melhoramento genético, os suínos são oriundos dos porcos, os quais se referem a qualquer animal proveniente de diferentes espécies de mamíferos bunodontes.
Diante disso, eles são animais pertencentes à família Suidae e ao gênero Sus, cuja principal espécie trabalhada é a Sus scrofa domesticus, ou Sus domesticus. Sua anatomia é particular (Figura 2) e caracterizada, principalmente, por seu focinho – de composição cartilaginosa – e sua cabeça em perfil triangular. Ademais, são mamíferos e monogástricos.
Quanto à importância para a produção animal, os sistemas digestivo e reprodutivo são primordiais. Seu sistema digestivo é constituído de boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. Esses animais têm 44 dentes, por isso, sua capacidade digestiva é alta, sendo considerada muito eficiente – porém, em uma dieta rica ou limitada a fibras, possuem dificuldade de digestibilidade.
Diferentemente das aves, os suínos têm um sistema digestivo imaturo ao nascimento, e há uma estratégia considerada ideal para melhorar a digestão nos leitões: a inclusão de acidificantes, pois melhora o campo de digestão endógena. A modulação de dieta, acidificando-a, evita processos de dificuldade ou diminuição de digestão proteica que possibilita a baixa imunidade.
Tanto pâncreas como fígado possuem atuação no sistema digestivo, como nos demais mamíferos. O pâncreas do suíno tem alta funcionalidade para a medicina humana, já que há um alto fornecimento de ilhotas de Langerhans, bastante úteis para diabéticos. Outro grande aproveitamento para a saúde humana é a substância heparina, obtida por meio da mucosa intestinal nos suínos, atuante na coagulação sanguínea.
1. Machos: Já o sistema reprodutor dos machos é composto de dois testículos, órgãos acessórios formados por ductos, glândulas e pênis (FRANDSON et al., 2011). Os testículos têm um peculiar contorno elíptico, o qual é bastante similar ao dos bovinos. O suíno possui sua fase de transição em cerca de cinco meses, atingindo a puberdade em dez a 12 meses, geralmente. O pênis suíno apresenta o formato espiral, sendo uma importante característica anatômica dessa raça e influenciando técnicas de aperfeiçoamento em coleta de sêmen.
2. Fêmeas: Nas fêmeas, o sistema reprodutor é composto de dois ovários, duas tubas uterinas, útero, vagina e vulva. Ele apresenta características como o útero bifurcado, no qual há prolongamentos que seguem extremidades em sentidos opostos. Tais prolongamentos são considerados extensos o suficiente para que, durante o período gestacional, seja possível o nascimento de oito a dez leitões em um único parto.
Quanto à distribuição em cortes da carne suína (Figura 3), há fortes semelhanças com a bovina, sobretudo em sua nomenclatura. Em aspectos visuais, a carne dos suínos é caracterizada por cor uniforme, de tonalidade rosada e avermelhada, bem como uma pequena camada de gordura branca. Considera-se carcaça suína aquela cujo animal é abatido e desprovido de gordura abdominal e perirrenal, podendo,ou não, ser comercializada com cabeça.
Os cortes primários incluem paleta e sobrepaleta (copa-lombo); carré e barriga; pernil e os pés. Já os cortes secundários são os passíveis de serem removidos pelo auxílio de faca, possuindo, ou não, a estrutura óssea e sendo representados, principalmente, pela paleta, sobrepaleta, costela, lombo, filezinho, joelhos e rabo.
O lombo suíno é considerado uma carne mais magra que os demais cortes de outras espécies, como a coxa do frango sem a pele, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Quando comparado ao peito do frango, possui níveis dobrados de zinco e dez vezes mais de tiamina. O ossobuco, localizado no pé traseiro do animal, exige a refrigeração para o corte.
Análise da suinocultura: importância econômica e social
A suinocultura ganhou amplo espaço no mercado brasileiro em meados dos anos de 1990, em que houve um grande salto no mercado nacional suinícola. Hoje, devido ao grande avanço tecnológico – provido nos sistemas de automação – e alto investimento em pilares como o de nutrição e melhoramento genético, o Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de suínos.
Esta área da produção animal enfrentou constantes e árduos desafios, em virtude de grandes tabus que a suinocultura tem de quebrar, como por exemplo, a de afirmarem que a carne seria de má qualidade e, por isso, faria mal à saúde humana.Tendo em vista que, no cenário atual, há uma maior preocupação em relação ao consumo de carnes, ao bem-estar animal e às vantagens de a alimentação proveniente de animais beneficiar o ser humano, a carne suína é considerada uma forte aliada na saúde das pessoas.
Além de ser benéfica à saúde, há um impacto altamente positivo no consumo da tão popular carne de porco. O setor é um dos que mais emprega e movimenta a economia brasileira, há anos. Segundo Roppa (s.d.), aproximadamente 730 mil pessoas foram dependentes diretas do setor suinícola brasileiro; e, devido à geografia favorável para criação no País (Gráfico 1), houve uma expansão dos rebanhos. Estados como Santa Catarina e Paraná receberam destaque no ano de 2019, conforme relata a Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa.
ESTATÍSTICAS E DADOS NA SUINOCULTURA
No Brasil, o mercado segue índices satisfatórios e, conforme dados da Associação dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (ABIPECS), o País atingiu cerca de 22 milhões de toneladas produzidas. Por sua vez, a China é considerada a maior produtora do mundo. Em 2019, o Brasil foi estabelecido como o quarto maior produtor de carne suína (Gráfico 2), seguindo no mesmo posto até os dias atuais.
Conforme Martins et al. (2019), a peste suína africana (PSA), emergente na China no segundo semestre de 2018, afetou em larga escala o comércio e a produção mundial de carne suína – uma vez que a China é considerada responsável por quase metade da produção mundial. Apesar disso, essas influências não foram decisivas no mercado de forma negativa, mesmo que, em nível concorrente, diversas tentativas tenham sido projetadas pejorativamente em relação ao consumo dessa carne.
O cenário pandêmico surtiu efeitos em todos os polos alimentícios. Segundo dados fornecidos pela Associação Brasileira de Produção Animal (ABPA), o maior obstáculo no mercado da suinocultura tem sido entre o preço da carne suína e o da alimentação dos animais. Mesmo com uma perspectiva de incertezas para o produtor, o setor é considerado ainda menos abalado em relação ao de bovinocultura atualmente.
Afora os desafios, resta a certeza de que as desmistificações quanto à qualidade da carne são cada vez mais evidentes. Relata-se, também, que a carne suína possui, atualmente, cerca de 54% a menos de gordura, se comparada à de 40 anos atrás (GEESDORF, s.d.).
SISTEMA DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Por ser considerado um mercado altamente dinâmico, há diferentes tipos de sistemas de exploração na suinocultura. Os quatro principais são:
· Sistema extensivo (à solta);
· Sistema semiextensivo;
· Sistema intensivo de suínos criados ao ar livre (SISCAL);
· Sistema intensivo de suínos confinados (SISCON).
O sistema extensivo – também considerado como um modelo extrativista – segue as características mais rústicas de todos os quatro. Considerado o sistema de subsistência, o suíno é do tipo banha de pequeno porte, no qual a soltura dos animais é permanente e não há assistência técnica. Além disso, é colocado por ser um sistema agroecológico.
O sistema semiextensivo diferencia-se pela inclusão de instalações que possuem o objetivo de funcionar como abrigo aos suínos. Há separações de animais pela idade e pelo sexo, ocorrendo manejo específico por meio delas. Em comparação com o sistema extensivo mais rústico, ele oferece melhores condições de sanidade devido à separação dos animais e ao maior monitoramento.
Já o SISCAL é definido como uma alternativa viável para produtores que não tenham alto fornecimento financeiro para investimentos. Há auxílio técnico, mas com um nível mínimo no uso de medicamentos. Apesar do menor aporte econômico, solicita-se que ele respeite e cumpra uma série de etapas e critérios, para que o fundamentem como economicamente viável e ecologicamente adequado. O ciclo de cadeia produtiva é considerado completo, cujas fases de criação se dão em piquetes ao ar livre. Portanto, há necessidade de rotação de piquetes e de abrigos específicos para a maternidade – bem como, para fases de creche, crescimento e fase de terminação, que são mistos.
No SISCON, há total confinamento, cujo ciclo completo é desenvolvido em um único sítio e contempla um plantel, que pode levar até 320 matrizes (FÁVERO, 2003). Atua em todas as fases de produção, desde a aquisição até entrega para o abatedouro.
Reprodução e manejo de suínos
Com relação aos outros animais de produção, os suínos têm como vantagem o fato de que possuem grande poder de assimilação alimentar, o que facilita a aceitação de uma vastidão de alimentos. De certa maneira, isso auxilia, também, no manejo desse animal. Entretanto, não desmerece que há exigências que devam ser atendidas, uma vez que a maior finalidade é a obtenção demandada por uma boa carcaça.
O setor suinícola executa seu manejo por meio das fases que os animais apresentam. Para entender, apropriadamente, cada uma delas, é necessário ao médico veterinário compreender, sobretudo, a nomenclatura de cada tipo de suíno, conforme suas identificações. Assim, chama-se de cachaço, varrasco ou varrão o macho reprodutor responsável pela monta e fornecimento de sêmen. A matriz é a fêmea que dispõe de funções reprodutivas, que dará origem aos leitões do plantel. A marrã é a fêmea jovem que terá como funções futuras o papel reprodutivo, até seu desmame. Já o conjunto de leitões nascidos, criados e desmamados por sua progenitora é chamado de leitegada.
Na fase inicial, ou creche, os leitões são desmamados no período situado entre o 20º e o 21º dia, estendendo-se até os 28 dias de vida do filhote. O momento em que há a desvinculação e separação da mãe é considerado crítico e de bastante atenção em questões sanitárias e imunológicas. Após esse período e os 63 dias completos, inicia-se a fase de crescimento, que prolonga até os 110 dias. Nela, há a separação por peso e a ênfase na ração voltada para o desenvolvimento ósseo do animal, bem como na sua composição energética. Depois disso, ocorre a fase de terminação, também denominada acabamento. Nela, especula-se que o suíno já esteja dentro dos parâmetros que antecedem ao seu abate, que pode ocorrer a partir dos 130 dias completos.
MANEJO DE REPRODUTORES MACHOS
No mercado de suínos, os reprodutores machos (Figura 4) possuem alta relevância e são responsáveis por boa carga genética no plantel, em níveis de até 50%. Portanto, a escolha dos melhores reprodutores é decisiva para o sucesso do estabelecimento, onde eles devem dispor de boas características genéticas. A instrução é de que os animais tenham sua funcionalidade ativa por um período de dois anos, podendo ser útil na proporção de um único macho para 16 ou 17 fêmeas.Contudo, em um período antecedente a três meses, um novo macho deve ser adquirido.
Existem fatores amplamente influentes na escolha de um bom reprodutor, como a avaliação de sua conformação estrutural e perfil androgênico em desempenho hormonal masculino. Além disso, é importante observar seus aprumos e a resistência corporal referente à atividade de monta. Mesmo em granjas que desenvolvam tecnologia a fim de executar colheita de sêmen para técnicas de inseminação artificial, é preciso escolher reprodutores com essas características, devido à sua influência genética para gerações posteriores.
Portanto, além de boa disposição corporal, pontos como alto rendimento reprodutivo por meio de um sistema saudável desenvolvido e com produção de espermatozoides viáveis, são evidentemente relevantes.
A nutrição voltada para esse tipo de animal deve enfatizar o desempenho zootécnico hormonal, por meio de proteínas e aminoácidos, fornecimento adequado de energia para bons níveis de ejaculado e quantidade ideal em ácidos graxos, considerado um forte constituinte do sêmen suíno. De acordo com a literatura científica atual, há muitas evidências de que a adição de ácidos graxos poli-insaturados pode exercer melhoria nas características seminais (OLIVEIRA, 2006), ocasionando melhorias na qualidade dos varrões.
MANEJO – CRECHE
A fase inicial é considerada crítica, repleta de cuidados e dedicação, na qual o médico veterinário deve estar atento. É necessário esse cuidado de forma intensiva, uma vez que há o período de adaptação ao novo sistema em que a leitegada estará inserida. A princípio, a etapa de desmame é a que mais representa a transição durante toda a vida do suíno, considerado um animal de intestino sensível em idade inicial. Portanto, medidas que visem à diminuição da carga estressora e à dificuldade de adaptação são essenciais ao suinocultor.
Investir em um bom manejo, tanto nutricional como de ambiência, é considerado uma ótima medida para evitar que problemas e adversidades surjam nas próximas fases. Assim, o fornecimento de ração deve ser colocado diariamente. Seu consumo precisa ser entre cinco e dez quilogramas por peso vivo, o que equivale, aproximadamente, a 460 gramas (FÁVERO, 2003).
O período de transição alimentar demanda técnicas de nutrição específicas para esta faixa etária, pois há transição da alimentação líquida para a sólida, a qual pode elevar o pH da mucosa estomacal. Por conseguinte, há o aparecimento de bactérias nocivas, que, assim como a mudança fisiológica na mucosa intestinal dos leitões, favorecem a ocorrência de disenterias severas, sendo uma verdadeira problemática dos plantéis de creche. A síndrome da diarreia pós-desmame é um dos exemplos.
Rações de alta composição láctea são ideais para que não haja choque de adaptação. Além desses compostos, a introdução de compostos vegetais torna o balanço menos agressivo à mudança, permitindo que componentes como milho e soja sejam introduzidos sem adversidades.
EXPLICANDO - A síndrome da diarreia pós-desmame (SDPD) ocorre em leitões como uma doença de origem multifatorial, principalmente nas duas primeiras semanas de vida. Uma de suas principais causas e gatilhos é o desmame precoce desses animais. A principal bactéria que acomete o trato gastrointestinal dos leitões é a Escherichia coli.
A ambiência surge como um fator influente no bem-estar dos leitões desmamados e recém-chegados. Assim, a verificação do estado da fêmea e dos galpões de maternidade, bem como a conformidade de seus equipamentos são necessárias. Já a instalação de cortinas, lateralmente, no galpão auxilia a evitar danos promovidos pelo estresse calórico. A utilização de forros tem, também, sua relevância, pois eles atuam como isolantes térmicos. Os galpões precisam dispor de celas de parideira com barras, para evitar a ocorrência de esmagamentos ou ferimentos nos filhotes. Além disso, a limpeza da fêmea e do ambiente deve ser diária; a retirada de excrementos, frequente.
Mesmo com a possibilidade de ocorrer estresse calórico, os leitões são sensíveis ao frio, sobretudo na primeira semana; por isso, é necessário um sistema de aquecimento para que eles mantenham sua temperatura ideal. No período de inverno, abafadores no crechário são de bastante utilidade. Já o monitoramento das creches deve atingir a frequência de até seis vezes diárias, de maneira que haja assiduidade suficiente para a prevenção de interferências. A verificação de pesagem é importante também, pois leitões que atinjam peso acima de 18,5 kg no 56º dia já podem ser transferidos.
MANEJO DE REPRODUTORAS FÊMEAS
A produção suinícola busca fêmeas (Figura 5) que possuam alta capacidade reprodutiva e boa maturidade sexual. Assim, o manejo deve ser voltado para essas características, para que o período de pré-cobertura e a cobertura ocorram sem maiores problemas. Ao serem selecionadas como matrizes, a preparação se inicia com o alojamento, de forma que haja conforto e limpeza nas baias. Medidas sanitárias são, então, de suma importância. A execução do quarentenário – instalação de modo isolado em que há a execução de exames e vacinação – é essencial para a detecção precoce de doenças.
Após a saída do quarentenário e a realização de todos os procedimentos, as porcas são preparadas para a reprodução em barracões. No barracão, a finalidade do manejo deve ser a indução da puberdade da fêmea, pela presença do macho rufião – animal com característica sexual madura –, em um período equivalente a 15 minutos. Dessa maneira, anotações de observação de cada cio precisam ser feitas.
No período de sete meses de vida, as fêmeas podem ter sua primeira cobrição, que equivale ao segundo ou terceiro cio. Nessa época, aquelas que não obtiverem comportamento reprodutivo satisfatório serão descartadas. Conforme Machado (2014), o descarte das fêmeas improdutivas ocorre por falhas do aparelho locomotor, por sua idade avançada, pelo desempenho da leitegada, entre outras causas, como fontes de doenças e mortalidade.
O período de gestação requer cuidados especiais, como o ajuste de ração, realizado a partir do 55º dia, cuja quantidade diária pode chegar a dois quilogramas. Uma medida de manejo importante nessa época é a prática de técnicas de sincronização do estro, na qual fármacos são administrados, permitindo o controle do ciclo estral, como a gonadotrofina coriônica equina (ECG), a gonadotrofina coriônica humana (hCG) e o hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH) (SARTORI, COSTA, 2020). Para que a gestação seja diagnosticada, é necessário confirmar que a fêmea não retorna ao cio.
A mudança comportamental da fêmea e seu desempenho visual (coloração da vagina, mudança de aprumos e temperatura) são bons indicativos para a avaliação. Assim, as fêmeas gestantes são transferidas para a maternidade em pequenos grupos – de oito a dez animais –, higienizadas com água e desinfetadas com iodo a 10%. A duração da gestação normal de uma reprodutora leva em torno de 116 dias.
É necessário, ainda, o monitoramento do parto, pois podem ocorrer partos distócicos, caracterizados pela dificuldade que o feto possui para ser expelido do útero, frequente, sobretudo, em marrãs velhas. Causas que envolvem essa dificuldade são a inércia ou a baixa atividade uterina, elevada excitação materna e obstrução do canal. Em fetos muito grandes com desproporção feto-pélvica, é preciso realizar cesárea.
Geralmente, a fêmea sinaliza a proximidade do parto com duas semanas ou dez dias de antecedência, apresentando edema da vulva e um evidente desenvolvimento da glândula mamária, bem como aumento de úbere. Há, também, diminuição de apetite, e o estado comportamental – antes tranquilo – passa a ser de alerta e de movimentos constantes, como a mastigação de estruturas próximas (barras ou objetos) no caso de fêmeas confinadas em baias.
Com menos de 24 horas de antecedência, a ejeção da glândula mamária ocorre mais. Um dos sinalizadores do parto sem distocias é a frequência das contrações da parede abdominal da fêmea, em que há a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenaldos fetos, ocasionando sua própria expulsão.
Melhoramento genético
A importância que a escolha de boas linhagens possui para o sucesso de um plantel é evidenciada em suínos de alto potencial, somada a um manejo de boa qualidade, ao aparato nutricional, às práticas sanitárias e preventivas. Diante disso, é essencial ao produtor estar atento aos fornecedores dos animais adquiridos e ao seu potencial. Os animais de alta margem de potencial genético conseguem, com cuidados adequados, fornecer melhor lucro, qualidade de carcaça e maior produtividade ao suinocultor.
O recebimento de novos animais requer cuidados clínicos, como exame minucioso, e que eles exerçam período de quarentena. Para os suínos, esse período corresponde à aplicação de vacinas – por exemplo, de parvovirose –, e o isolamento leva cerca de um a dois meses, dependendo de uma série de fatores, como a localidade em que foram adquiridos. Nessa ocasião, a quarentena é válida, também, para adaptação dos animais ao novo local, de modo que este não seja nocivo à imunidade dos suínos.
Por meio do melhoramento genético, mensura-se o futuro desempenho zootécnico. Assim, algumas das principais características a serem avaliadas pela linha paterna, ou materna, são a sobrevivência, o valor da carcaça e a eficiência de crescimento, além de probabilidades de ocorrência em doenças congênitas, buscando a resistência do animal. Utilizando programas e ferramentas modernos, há a seleção genômica, que possibilita o acompanhamento do progresso genético dos animais e analisa fatores que podem ser modificados para melhor atender ao mercado em anos futuros.
Existem genes que possuem maior importância para a suinocultura e são identificados por meio de análises de segregação. O gene halotano (considerado o do estresse), quando presente, vem associado à característica de carne PSE (carne pálida, flácida e exsudativa). O gene da carne ácida, assim denominado por causa da baixa de seu pH, promove uma carne de baixo teor proteico e a acidifica. O gene IMF, por sua vez, tem relação com a gordura intramuscular, a qual é de ampla relevância para os suínos. Além da grande relevância desses três tipos, bastante estudados no meio genético suinícola, há a identificação de outros, conforme Fávero et al. (2009).
No mercado suinícola, há divisão em avós – que são utilizadas para o investimento do melhoramento genético e, portanto, para a expansão de linhagens –, localizadas em granjas específicas; matrizes, reprodutoras usadas em granjas de expansão; e multiplicadoras, em que existirá a finalidade comercial.
PRINCIPAIS RAÇAS
Por meio de melhoramento genético e sua modernização, a rusticidade dos animais foi, cada vez mais, aperfeiçoada de acordo com as demandas do mercado. Algumas são as principais raças na suinocultura, entre elas:
· Landrace: É considerada uma raça de origem dinamarquesa. Por possuir uma alta capacidade reprodutiva, há maior utilização dela para matrizes. O Brasil é um dos países onde ela (Figura 6) é bastante explorada. Seu peso chega, aproximadamente, a 300 kg – o que resulta em um animal que leva uma carne magra, com idade ideal para abate em seis a sete meses de vida. Sua pelagem é branca rosada, e seu perfil dorso-lombar é reto. As fêmeas têm mamas bem constituídas e são ótimas em habilidades maternas;
· Hampshire: Animal de carcaça rústica, cujas fêmeas possuem alta capacidade de gestação e são dóceis. Caracteriza-se, principalmente, por sua pelagem de aspecto curto, com coloração escurecida e preta, e patas de coloração branca nos membros anteriores. No mercado, tem boa apresentação de carcaça e boa qualidade para carne fresca;
· Large White: Originada do norte da Inglaterra, também é referência por ter bom ganho de peso diário e bom rendimento. Possui a pele branca e bons aprumos, com boa morfologia dos terços anteriores e posteriores. Ela é bastante utilizada em produção de híbridos para a indústria;
· Pietrain: Raça de origem belga e caracterizada por pelagem esbranquiçada e preta (Figura 7). É conhecida por seu temperamento tranquilo, além de alta capacidade leiteira e reprodutiva. Há, também, elevada conversão alimentar e boa produtividade de carne na carcaça, possuindo alta finalidade de toucinho;
· Duroc: Também conhecida como Duroc Jersey (Figura 8), é uma raça originária dos Estados Unidos e referência por possuir exímio ganho de peso diário, de modo que suas fêmeas possam alcançar 225 kg. Assim, ela tem porte grande, é ágil e forte. Sua pelagem é considerada avermelhada e possui alta aptidão no fornecimento de carne magra;
· Canastrão: Raça de origem nacional, também chamada Zabumba e Cabano. É considerada a principal raça do Brasil e tem boa capacidade reprodutiva. Sua criação é voltada para a produção de banha;
· Piau: Raça brasileira que dispõe dos três portes – pequeno, médio e grande. Sua carcaça possui alta qualidade e quatro centímetros de espessura; 
· Moura: De origem brasileira, ela está localizada, sobretudo, no Sul do País e é conhecida por sua carne de alta qualidade. Apresenta rusticidade, grande taxa reprodutiva e é resistente.
CRUZAMENTOS E HIBRIDAÇÕES
Por ter se expandido bastante, a suinocultura avançou nas áreas da genética, devido a inúmeras pesquisas para o melhoramento genético das raças e linhagens disponíveis. A seleção genética desses animais, estratégia muito lucrativa para produtores, tem por objetivo o ganho por meio dos genes. Para que se tenha maior conhecimento sobre os principais cruzamentos e hibridações no meio suinícola, alguns conceitos devem ser mencionados.
O princípio de hibridação, também denominado heterose, é bastante usado para as linhagens produtoras comerciais, sendo definida como vantajosa para o desempenho de animais mestiços no que se refere à média das raças puras que são utilizadas em cruzamentos.
A dominância refere-se, segundo as leis mendelianas, à propriedade de alelos, os quais se expressam, geneticamente, de forma dominante em relação a outros alelos. Assim, a heterose ocorre por conta da dominância de genes situados em um mesmo local de cromossomos, por origem paterna ou materna; ou pela interação de genes situados em distintos locais (IRGANG et al., 1992). Basicamente, considera-se que a heterose seja o aumento da produtividade em cruzamento dos filhos em relação aos seus pais.
Chamamos de A ou B indivíduos puros, e AB indivíduos resultantes de cruzamentos. Assim, há três tipos de heterose: a individual, que ocorre no animal em relação ao resultado médio por meio de seus pais (A + B / 2); a materna, que se refere ao uso de mães cruza (AB), manifestando-se em seus filhos; e a paterna, que é referente aos pais cruza (AB), diferentemente da utilização de pais puros (A ou B).
No cruzamento, quanto às características que correspondem a linhagens maternas, buscam-se uma boa produção de leite, boas habilidades maternas e boa produção de leitões. Com relação às características para linhagens paternas, há a boa conversão alimentar, aliada a boas características de carcaça e bom ganho de peso.
Portanto, a heterose é influente em peculiaridade, afetando características particulares no indivíduo como um todo e sendo considerada máxima nos animais de primeiro cruzamento (Figura 9), que também são denominados F1. No cruzamento simples, industrial ou de primeira geração, toda a geração irá para o abate. As principais raças exploradas são Landrace, Large White, Duroc, Hampshire ou Pietrain – sendo as fêmeas, principalmente, Landrace ou Large White.
Já os animais F2 são de segunda geração de cruzamento. No cruzamento rotativo, denominado de duas raças, há um bom retorno para produtores independentes. Raças exploradas nesse tipo são a Landrace e Large White. Os animais considerados retrocruzados são suínos que resultam do cruzamento de fêmeas F1 com machos de uma das raças da fêmea F1.
Na suinocultura, o suíno híbrido resulta do cruzamento de duas ou mais linhagens que, geneticamente, se diferem. Por exemplo, Landrace (LD) com Large White (LW) correspondem à LDLW. Além dessas duasraças, há bastante aplicabilidade na Duroc (DR) para cruzamentos. O caso do cruzamento de três raças, que se chama 3-cross, é realizado pelas raças F1 e machos de uma terceira raça escolhida, como a DR. Por exemplo, há o cruzamento de F1 LWLD fêmeas com machos DR.
O cruzamento de quatro raças pode ocorrer quando há distinção genética entre quatro grupos. Por exemplo, fêmeas F1 com machos DRLB, provenientes do cruzamento entre DR e Landrace Belga (LB) e fêmeas LWLD. Assim, machos híbridos, juntamente com fêmeas F1, são acasalados. O conjunto de características favoráveis procedentes de raças cruzadas é denominado complementariedade (IRGANG et al., 1992).
SINTETIZANDO
A suinocultura é considerada um dos ramos mais lucrativos para a pecuária brasileira, assim, tem forte influência na economia nacional. Considerado um mercado repleto de vantagens por ser facilmente adaptável em grandes regiões brasileiras, o aproveitamento do seu material influencia a melhoria e fertilização do território.
Portanto, nesta unidade, estudamos a expansão do mercado suinícola como um todo, desde o contexto histórico, iniciado pela vinda de portugueses ao Brasil, até o avanço industrial de frigoríficos e o estabelecimento da atividade suinícola em expansão, por meio de polos inicialmente situados, sobretudo, no Sul do País. Conhecemos, ainda, o cenário mundial de produção suinícola e o papel do Brasil nesse meio.
Neste contexto, menciona-se a magnitude desse mercado, o qual enfrentou, ano após ano, diversas pandemias e epidemias, entre as mais recentes, os efeitos ocasionados pela COVID-19. Além dessa, a peste suína influenciou a escolha dos consumidores em evitar o consumo de carne suína. Contudo, esses efeitos pejorativos foram superados por meio de comprovações científicas do benefício de ingesta dessa carne.
Dessa forma, a suinocultura é um mercado de sucesso, fruto do árduo trabalho de produtores, médicos veterinários, zootecnistas e outros profissionais. O suíno é um animal de ótimas aplicabilidades em manejo, por sua anatomia e vasto apetite para diversos alimentos. Assim, medidas de manejo, específicas para cada faixa etária, desenvolvidas e aperfeiçoadas quando inseridas em diversos sistemas de produção, compõem os pilares de funcionamento desse ramo de produção. A evolução da suinocultura ocorre desde o âmbito genético, por meio de várias pesquisas e estudos científicos, o que proporciona a análise precisa do desempenho zootécnico das mais variadas raças e linhagens.

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