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Manejo de Equinos

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Introdução
Ao adquirir um cavalo ou iniciar uma criação de eqüinos, o proprietário deve preocupar-se com o bem-estar de seus animais para que eles desempenhem de forma natural sua função no trabalho das fazendas ou nas competições do segmento.
Cuidar de um cavalo é uma atividade que requer grande responsabilidade. Uma boa solução para o animal é passar parte do dia ao ar livre, em que se mantém em prática mesmo que não seja incitado a fazer exercício e outra parte do dia no estábulo; assim, o cavalo torna-se mais fácil de montar do que se estivesse todo o dia encerrado. 
Deixar o cavalo sempre ao ar livre ou sempre no estábulo são outras opções. No primeiro caso é necessário ter uma pastagem abundante, uma fonte de água fresca e abrigo contra o mau tempo do Inverno e os insectos no verão; nestas condições deve ser dado ao cavalo um complemento alimentar pois apenas a pastagem não é suficiente para manter o cavalo em forma. 
No caso do cavalo estar encerrado é preciso evitar o tédio visto que o cavalo não está no seu ambiente natural e é também essencial que o tratador entenda a psicologia do cavalo. Começar com um planejamento organizacional da hípica e o estabelecimento de um calendário sanitário é o início do processo que garantirá ao criador o sucesso em seu empreendimento.
Antigamente, o sistema predominante de criação era o extensivo. As taxas de fertilidade eram boas, com economia de mão de obra, mas os reprodutores sofriam muitos acidentes. Como as pastagens eram nativas, os animais passavam por graves deficiências nutricionais, o que afetava, principalmente, o crescimento e a reprodução. Não havia o hábito de suplementar os animais durante os meses de estiagem e os piores pastos eram destinados aos equinos. As terras de cultura eram destinadas às lavouras, gado de leite e/ou gado de corte.
Manejo Sanitário
Inicialmente, é preciso atentar para um ambiente espaçoso, o que promoverá o conforto do animal. As cocheiras devem ter dimensões suficientemente grandes, permitindo uma boa circulação de ar, evitando o excesso de umidade, altas concentrações de gás carbônico e poeira, além de contribuir com a termorregulação do organismo do animal. 
O penso ou pensão é a alternativa para quem não pode ter os cavalos em casa. Para isso é necessário encontrar um centro onde tratem cavalos e onde haja pessoal experiente. 
Existem 5 sistemas de penso:
O penso completo, em que se paga a alguém para fazer tudo o que for necessário inclusive o exercício de que o animal necessita;
Faça você mesmo, onde o trabalho é feito pelo proprietário;
A pastagem, que é indicada para cavalos que vivam todo o ano ao ar livre;
O repartido que é, ideal para o proprietário manter o contacto com o cavalo, pois parte do trabalho é feito por ele e a outra metade pelo centro;
O sistema em trabalho, em que o cavalo é utilizado por exemplo, numa escola de equitação.
Outro detalhe importante é a escolha das portas das cocheiras. Elas facilitam a ventilação e a iluminação dos estábulos. Ter uma fila de boxes de um lado e do outro e um corredor central facilita as tarefas dos trabalhadores. É também muito importante que haja um constante abastecimento de água fresca e limpa. 
O contato do animal com o ar livre diminui a incidência de doenças respiratórias, além de aliviar o tédio dos cavalos e, consequentemente, os vícios de estabulação. O cocho deve ser arquitetado de forma que suas dimensões dificultem a ocorrência de ferimentos e permita uma boa preservação do animal. Sendo assim, os materiais ideais para a estrutura são a alvenaria, fibra de vidro e plástico. 	
A cama do cavalo precisa ter bom acolchoamento, possuir absorvência, não fazer poeira, não ser palatável e/ou abrasiva e, ainda, deve cobrir as laterais inferiores da parede. A cama mantém o cavalo confortável e quente e evita grande parte das feridas quando este se mantém deitado.
 Podem ser utilizados vários tipos de cama desde as de palha às de borracha, dentre os materiais disponíveis, a maravalha está mais próxima do ideal por facilitar o manejo. 
Vantagens e desvantagens: 
A palha de trigo é muito poeirenta e os cavalos comem-na; também a palha cortada e sem pó tem o inconveniente de ser comida pelos animais; as aparas de madeira só são aconselhadas se o pó tiver sido extraído; o cânhamo proporciona uma cama resistente e leve, mas têm também o problema do pó e de serem comidas; as tiras de papel não são poeirentas mas são difíceis de remover e voam facilmente; os tapetes de borracha devem ser utilizados apenas em cavalariças com boa drenagem, pois caso contrário pode formar-se uma possa de liquido de borracha, e sempre debaixo de uma fina camada de cama. A troca da cama deve ser feita diariamente.	
Uma boa limpeza impede a proliferação de parasitas, insetos e organismos nocivos que causam doenças em cavalos. O estábulo deve ser varrido e os restos de alimento, terra, areia e cama devem ser removidos todos os dias mantendo o ambiente limpo.
No caso de aparas, cânhamo ou papel, deve retirar-se apenas o estrume e deve ser limpo completamente 1 ou 2 dias por semana; no caso de ser de palha deve ser limpa todos os dias. Para facilitar a limpeza utilize um carro de mão, uma pá, uma vassoura e uma forquilha. Para tirar o estrume pode calçar umas luvas de borracha e apanhá-los à mão ou então usar uma forquilha. quando da limpeza completa deve tirar todo o que esteja sujo e molhado, varrer o chão e desinfecta-lo, deixando-o secar. 
Ao fazer de novo a cama utilize o material que aproveitou da anterior no sitio que o cavalo suja mais e acrescente material novo. A água para o consumo deve ser sempre limpa. 
Já a coleta de esterco é o método mais eficaz para prevenir problemas. Tanto os excrementos sólidos quanto líquidos devem ser retirados no mínimo duas vezes ao dia e separados em sacos para posterior eliminação. 
Uma técnica de manejo bastante recomendada é o gradeamento. A ideia é desmanchar os montes de dejetos e destruir os ovos de parasitas ao expô-los aos elementos naturais.
A escovação da pelagem é outro hábito que traz benefícios à sanidade dos equinos, pois permite a eliminação de ovos de parasitas, perceber aparições de feridas, inchaços nos membros, temperatura nos cascos e articulações ou outro tipo de problemas físicos.
A técnica que utiliza na limpeza do cavalo deve estar relacionada da com o modo de vida e com o tipo de cavalo: por exemplo, um pónei que passe todo o tempo ao ar livre necessita de toda a gordura da pele sobre o pelo (para ficar impermeável; por outro lado o cavalo que passe todo o tempo no estábulo que é tosquiado deve ser limpo mais profundamente.
O estojo de limpeza deve ser individual, para evitar infecções e transmissão de doenças e deve ter:
Um ferro de cascos;
Uma cardoa: escova de pelos compridos e duros – para limpeza geral do pelo;
Uma brussa: escova de pelos curtos e macios – para tirar o pó e a gordura;
Uma almofada para limpar as escovas;
Um pente (ou escova) de plástico para pentear crina e cauda;
Repelente de insetos;
Compressas de algodão descartáveis que se molhem para lavar olhos, narinas e zona do anús.
O estojo pode também conter unto para os cascos, tesouras de rombas (para ripar e acertar crinas e cauda).
Uma luva de crina (para remover nódoas) e um pano macio para limpar o pó e deixar o pelo brilhante.
A vacinação é a maneira mais eficaz para combater moléstias ciosas nos equinos. A aplicação programada protege os animais em longo prazo contra novas agressões. No entanto, esta defesa acaba se uma nova dose não for aplicada.
O planejamento de um calendário sanitário auxilia neste sentido, pois a vacinação é uma ação periódica. Quando feita de forma coletiva e preventiva permite a limitação da proliferação viral, evitando perdas econômicas ao criador e a morte de animais. A ação deve ser realizada sob a supervisão de um médico veterinário pois só este profissional saberá enfrentar eventuais situações adversas. 
Outro problema sanitário e desafiador é o controle de verminoses. Todos
os equinos são vítimas em potencial, sendo os potros a categoria mais prejudicada. A eliminação constante de ovos nas fezes determina uma intensa contaminação de pastagens e instalações. 
É importante observar a eficácia dos vermífugos. Ao escolhê-lo, o criador deve estar atento a amplitude da margem de segurança, espectro e grau de dificuldade na aplicação.
Ao programar as dosificações para o controle dos helmintos deve ser levado em consideração a população de cavalos, a lotação utilizada, idade, sexo e a carga parasitária. A rotação de pastagem e manejo do esterco deve ser coordenada com o programa para que o mesmo seja efetivo.
Manejo Reprodutivo
A fêmea inicia a sua atividade sexual antes dos 24 meses de idade. Porém, a sua vida reprodutiva somente se inicia aos 36 meses, quando já possui desenvolvimento físico suficiente para levar à termo a gestação. 
As taxas de prenhez obtidas na UEPAE de São Carlos em potras com 36 meses, foram de 88,0% e 89,0% nos anos de 1988/89 e 1989/90, respectivamente.
A fêmea equina é um animal poliestro-estacional, isto é, apesar de apresentar cio quase o ano todo, a atividade ovariana é mais intensa nas estações da primavera e do verão (outubro a fevereiro), consequentemente com maior índice de fertilidade neste período. A eficiência reprodutiva está,portanto, ligada diretamente à nutrição, temperatura e luminosidade. 
A disponibilidade alimentar afeta a atividade sexual e a luminosidade,juntamente com a temperatura ,provocam maior ou menor funcionalidade ovariana com anestro ou atividade sexual intensa.
A época escolhida para a reprodução está na dependência da região, da conveniência do criador, da mão de obra, leilões, disponibilidades de pastagens, e sobretudo da atividade sexual da fêmea. Normalmente, a manifestação natural do cio só se inicia e setembro/outubro, quando melhora a disponibilidade de pastagens e o fotoperíodo é maior.
Controle do cio
Cio natural
As fêmeas entrando no programa reprodutivo devem passar por um controle frequente do cio, por meio do rufião ou reprodutor, duas vezes por semana. Ao manifestarem o cio, (com duração entre 2 a 15 dias)as fêmeas,diariamente, serão controladas por meio de rufião e palpação via retal, para verificação da atividade ovariana (presença de folículos ou ovulação). 
Para maior segurança pode se efetuar o controle folicular duas vezes ao dia. Fêmeas em cio apresentam crescimento folicular e o seu controle diário permite conhecer o momento de ovulação e de cobertura, evitando com isso o desgaste do garanhão, além de aumentar a possibilidade de concepção.
Algumas fêmeas não mostram o cio para o macho, possivelmente consequencia do metode de rufiação. Entretanto, existem fêmeas que procuram o macho e, em algumas, apenas é detectao o cio quando o macho a procura. 
Há também o cio silencioso, sendo detectadas somente através de palpação via reta. As fêmeas que estão seno alimentadas e ao mesmo tempo rufiadas, geralmente, mesmo em cio, podem rejeitar o rufiao; portanto esta prática deverá ser realizada antes ou logo apos a suplementação. 
Existe ainda, anestro de lactação, éguas que enquanto estão amamentando não exteriorizam o cio, neste caso devem ser rufiadas separadas das crias ou através do controle folicular a partir do sétimo di após o parto.
Cio induzido pela luz artificial
As fêmeas solteiras poderão ter o cio induzido no período do ano com fotoperiodismo mais curto, isto é, menor tempo de luz. O menor tempo de luminosidade nos meses de inverno(junho a agosto) impede a manifestação biológica espontanea do cio.
Cio o potro ou cio pós-parto
Este cio incia, geralmente no sétimo dia após o parto, época que ocorre diarreia na cria. Existem fêmeas que não apresentam o cio do potro, podendo estar associado a um desequilibrio nutricional e mesmo hormonal.
Dependendo das condições físicas do animal o cio do potro poderá ser aproveitado obtendo-se altas taxas e fertilidade
Cobertura
Cobertura no período de pré ovulação e na ovulação
O reprodutor é levado á fêmea em cio, no momento ótimo para a concepção(perioo de pré ovulação e ovulação determinado pelo controle folicular). Neste método é suficiente uma única cobertura, resultando em alta taxa de fertilidade. Na impossibilidade do controle folicular diário, sugere-se a cobertura em dias alternados, à partir do terceiro dia após o inicio do cio até o final. Neste método, muitas vezes há um desgaste maior do reprodutor.
A taxa de concepção aumenta do terceiro dia após o inicio do cio, declinando, no entanto, após ocorrida a ovulação, pois o ovulo te a vida útil de 6-12 horas.
Inseminação Artificial
A inseminação artificial pode substituir, com segurança, a cobertura controlada. Utiliza-se o semem à fresco, diluído em leite descremado, bicarbonato de sódio, dextrose e antibiótico. A inseminação é realizada no período de pre ovulação e ovulação, quando existe acompanhamento veterinário.Este método traz como vantagens a utilização do sêmen em varias eguas/dia, não desgasta o garanhão, alem de proporcionar maior higiene na cobertura de eguas não pertencentes a craição.
Transferência de embrião
Esta biotécnica tem sido utilizada para a produção de múltiplos potros por égua ao ano, e melhor aproveitamento de éguas que possuam alto valor zootécnico ou que estejam em atividade esportiva (HURTGEN, 2008; ARRUDA et al., 2001; DAELS, 2007). 
É capaz de gerar potros de éguas subférteis por problemas adquiridos, as quais ficam impedidas de exercer uma gestação devido a razões como idade, infecção uterina crônica, danos cervicais e alterações adquiridas do trato reprodutivo. Razões incomuns para o uso da TE e preservar a égua da gestação podem incluir a laminite crônica, severa artrite, cólicas não resolvidas ou perigosos problemas comportamentais da fêmea para os tratadores, outros cavalos e ao potro da mesma.
A coleta do embrião normalmente se faz pelo uso de um cateter tipo Foley inserido através da cérvix, sendo inflado um cuff com ar. O cateter é recuado contra o óstio interno da cérvix, e um a dois litros de meio é infundido ao útero. Este fluido é então drenado do útero da égua doadora passando através de um copo com filtro que retém o embrião. O embrião é então, identificado e qualificado. Embora embriões possam ser recuperados nos dias 6 a 9, o período ideal para sua colheita é nos dias 7 ou 8 após a fertilização.
A TE em equinos é comumente realizada de forma não cirúrgica por via cervical, associada a avaliação e seleção da égua receptora. Esta técnica é muito menos invasiva, rápida e de alto percentual de prenhez, na qual consiste em depositar o embrião recuperado da doadora no corpo do útero da receptora com o uso de uma pipeta de inseminação que atravessa a cérvix.
Fatores ligados a idade do embrião (dia da colheita), tamanho do embrião, idade do corpo lúteo da receptora, bem como o método de transferência, interferem nos índices de prenhez. Deve-se respeitar o grau de sincronia entre a ovulação da receptora e doadora, traduzido pela idade do corpo lúteo da receptora, que pode variar de -1, 0, +1, +2, +3, +4 e +5, onde -1 equivale a ovulação da receptora um dia antes da doadora e +5 cinco dias após doadora. 
Aspiração Folicular e Transferência de Oócito
Embora a transferência de embriões, tenha se tornado importante ferramenta para obter produtos de éguas incapazes de manter gestação, a TE exige que a égua seja capaz de ovular um oócito saudável, transportá-lo do folículo até o oviduto, transportar o embrião do oviduto até o útero, além de proporcionar um ambiente uterino adequado ao desenvolvimento embrionário. Caso apresente falha em algum destes mecanismos, as éguas podem ainda produzir descendentes através do uso de outras técnicas de reprodução assistida, como a transferência de oócitos que depende da aspiração folicular.
A aspiração folicular, é um método não-invasivo que vem apresentando sucesso para obtenção de oócitos. As indicações para realização desta técnica incluem falha na ovulação e na captação do oócito,
patologias severas de oviduto, útero e/ou cérvix, abrangendo infecções uterinas crônicas, lacerações cervicais ou fibrose do útero ou oviduto. 
A incidência de falhas na ovulação aumenta de acordo com a idade da égua. Estudos sugerem que a redução na fertilidade ocorre antes do embrião entrar no útero, especialmente em éguas velhas pois a ovulação não ocorre ou oócito não alcança o oviduto. Além da captação e transporte do oócito, o oviduto exerce função na seleção e manutenção do espermatozóide. No oviduto de éguas subférteis, poucos espermatozóides apresentam motilidade, enquanto em éguas férteis, são encontrados espermatozóides com elevada motilidade.
As causas uterinas de redução de fertilidade são frequentemente diagnosticada na égua. Alterações inflamatórias ou infecciosas são prejudiciais a viabilidade do espermatozóide e ao embrião. Muitas éguas não têm causa de infertilidade diagnosticada, mas após diversas tentativas, não se obtém embrião. A OPU pode ser utilizada para estas éguas visando a obtenção de oócito saudável para posterior fertilização in vitro ou in vivo. 
Pode-se promover a estimulação ovariana para aumentar o número de folículos pré-ovulatórios. Para tanto a técnica mais utilizada é a administração exógena do extrato de pituitária eqüina (EPE). Para acelerar a maturação folicular e oocitária, faz-se a utilização de gonadotrofinas como hCG (Gonadotrofina Coriônica humana) ou acetato de deslorelina (análogo de GnRH – Hormônio Liberador de Gonadotrofina).
Os oócitos podem ser aspirados 24 a 35 horas após a administração das gonadotrofinas e cultivados in vitro para completar a maturação. Os oócitos coletados aproximadamente 36 horas após a administração de hCG provavelmente estão maduros e aptos a fertilização, podendo ser imediatamente transferidos.
 Na transferência de oócito, o oócito da égua doadora é colocado no oviduto de uma égua receptora que será inseminada pelo útero ou o e espermatozóide pode ser colocado junto do oócito, dentro do oviduto, e então a técnica será chamada transferência intrafalopiana de gametas (GIFT). 
Para ambas técnicas o embrião e o feto se desenvolverá no útero da receptora, assim como na transferência de embriões. Embora possa-se utilizar receptoras acíclicas, o oócito coletado da doadora será transferido para uma receptora cíclica cuja ovulação foi sincronizada a da doadora como na TE, esta receptora terá o seu folículo pré-ovulatório aspirado para remoção do seu oócito de modo que o oócito fertilizado seja o da doadora. 
Esta transferência é realizada de forma cirúrgica através de laparotomia, realizando-se uma incisão no flanco, em seguida do peritônio, e então o ovário e o oviduto são localizados e gentilmente exteriorizados. O oócito previamente obtido da doadora será então gentilmente transferido para dentro oviduto da receptora sendo transportado em meio de manutenção em uma pipeta de vidro através do óstio infundibular. Imediatamente ou em até 12 horas após a transferência a receptora será inseminada com sêmen do garanhão desejado.
Manejo nutricional
A alimentação é fudamental para a criação, seja na forma de pastagem de boa qualidade, como de reações constituidas de concentrados e fenos. A ração é fornecida, complementando ou substituindo, na medida do possível a pastagem.
O fornecimento de alimentos de forma inadequada aos equinos, alem de prejudicar o desenvolvimento, devido a má formação óssea, aprumos deficientes por excesso de peso, e mesmo cólicas, traz consequências á reprodução. O equino não pode ser gordo nem muito magro, portanto a ração comprada ou preparada na própria fazenda, deve fornecer nutrientes( proteína e energia) , assim como minerais de forma balanceada. 
Sal Mineralizado
Os minerais são de especial interesse na alimentação de equinos, este deve possuir uma constituição óssea perfeita e bem desenvolvida. Entre os mineirais o cálcio e o ferro condicionam o bom desenvolvimento e a robustez do esqueleto. O sal (cloreto de sódio) torna-se importante no processo de sudorese, presente durante a atividade diária. 
Os microminerais e vitaminas, contribuem para o funcionamento perfeito do organismo, influenciando principalmente nos processos reprodutivos. Ainda se considerarmos as pastagens, nem sempre próprias para a espécie equina(brachiaria, setaria, buffel, colonião) devido altos teores de oxalato, o sal mineralizado deve conter elevadas quantidades de cálcio. 
Neste caso a fonte de cálcio poderá entrar na mistura mineral em ate 60%. O sal cuja participação representará cerca de 30%, o restante podendo ser complementado por fontes de microminerais e vitaminas. A quantidade de sal, utilizada na mistura, também pode variar em função da alimentação(animais que consomem melaço) e o trabalho(animais de corrida, tração). Neste caso pode se utilizar 40% até 70% na misturam dependendo do tipo de trabalho que o animal é submetido.
Pastagens
A pastagem deve ser, para cada cavalo, de cerca de 0,2 a 0,4 há. Deve ser livre de plantas venenosas, de lixo e de outros perigos tais como tocas de coelhos. Deve ter muito cuidado no que diz respeito ás cercas: utilize postes e varas, sebes vivas, cercas eléctricas, de plástico ou de arame próprio para cavalos, nunca deve ser utilizado arame farpado nem o arame simples ou concebido para outro tipo de gado, pois podem provocar ferimentos. 
O campo deve ter também abrigo. Este deve ter uma frente aberta e larga para não dificultar a entrada e saída dos cavalos e deve estar contra o vento predominante. Nas pastagens anuais há grande variação no conteúdo nutritivo, dependendo do tipo de pastagem e da estação de crescimento. 
No começo da estação de crescimento o pasto verde é alto em umidade e baixo em conteúdo energético, mais avançada a estação o conteúdo de umidade é mais baixo e o valor nutritivo é maior, porém a medida q continua a amadurecer fica mais deficiente em proteína, energia e outros nutrientes. 
Um programa de suplementação deve ser considerado para as pastagens durante os períodos baixos em nutrientes. Também é aconselhável que a pastagem seja mista, composta de uma ou duas gramíneas com uma ou duas leguminosas. 
A quantidade de pasto requerido por cavalo pode ser estimada. Em medi, um cavalo adulto consome 2,5% do seu peso vivo em matéria seca (MS) por dia. Então um cavalo adulto consome 1.3 kg de MS/dia ou 340,2 kg por mês. O mínimo seria 1 ha por cavalo adulto e 0,5 ha por pônei.
Concentrados
Como o nome diz concentrados são alimentos que fornecem alta quantidade de energia alimentar e por essa razão, tem uma baixa fibra bruta (menos 18%). Como regra geral os concentrados nunca deveriam ultrapassar mais da metade do peso total do alimento ingerido pelo cavalo.
Os concentrados não devem ser fornecidos menos de 2 vezes por dia. Se a quantidade fornecida de 1 vez for maior que 3.5 kg aumente a freqüência de alimentação para 2 vezes ao dia em intervalos de 8 h, mas mantenha a ingestão total diariamente.
Um dos componentes que encarece as rações é o feno de alfafa, de indiscutível valor nutritivo. Pode ser substituído em ate 40% da ração pelo feno de capim Rhodes. O guandu é outro alimento que pode ser utilizado para compor rações.
O concentrado, que representa 60% da ração é constituído em grande parte de milho(cerca de 40%). Com a mesma finalidade, diminuir o custo da ração, pode ser substituido o milho pela mandioca. A ração que utiliza mandioca no concentrado, reduz em 20% o seu custo. Ainda podem ser ultilizadas rações com óleo de soja e gordura animal substituindo 50% do milho no concentrado.
Grãos de cereais e subprodutos: são muito utilizados na alimentação de equinos, ricos em energia pela elevada taxa de amido que contém e muito digestíveis devido ao seu baixo teor de celulose (2% no milho a 10% na aveia).
Cavalos em trabalho pesado ou em treinamento intensivo podem receber maiores quantidades.
Cevada
É comparável a aveia como alimento para equinos. Pode ser substituta da aveia se seu custo por unidade de energia for menor. A cevada é
mais pobre em fibras que a aveia e é classificada como alimento pesado, seu grão é mais duro que da aveia por isso deve ser amassado antes de ser fornecido. Geralmente usa-se de 2 a 3 kg por dia por cabeça e para garanhões pode chegar a 4 e 5 kg. Pode ser dada como único grão na ração.
Centeio
É outro substituto parcial da aveia, podendo ser usado até 3 kg por dia em grãos inteiros, moídos, amassados, macerados ou cozidos; porém é menos apreciável que outros grãos. A planta pode ter fungo parasita que provoca distúrbios sérios como aborto nas éguas, intoxicações, etc.
Milho
Pode ser dado em espiga, grão inteiro, quebrado, amassado, cozido, de molho, etc. A espiga pode também ser moída som sabugo e mesmo com palha, que contribui para evitar cólicas nos animais. O milho sob forma de quirela grossa é melhor aproveitado que sob forma de grãos inteiros e a pior maneira de se fornecer é em forma de fubá fino, que pode formar uma massa indigesta no estômago do animal.
A quantidade usada varia de 0 a 6 kg/dia/animal. Zero para animais de descanso, dispondo de pasto ou feno e 6 para animais grandes em trabalho pesado. Em média usa-se 2 a 3 kg para os que fazem trabalho médio e éguas com cria. Os potros em crescimento podem receber de 3 a 4,5 kg/dia e garanhões até 6 kg. O milho associado a um bom feno de leguminosas pode constituir uma ração equilibrada para diversas classes de equinos.
Trigo, grãos e farelo
O grão de trigo não deve ser dado de maneira exclusiva, mas junto a um volumoso. O trigo pelo fato de ter um teor elevado de proteína digestível (9,5%) constitui uma boa complementação para alimentos fibrosos como palha ou feno de má qualidade.
O farelo de trigo é adicionado a ração de grãos ou dado como um ensopado de farelo quente.
Em contraste com a crença popular o farelo não possui efeito laxativo, todavia aumenta a quantidade de fezes excretadas, é grosseiro, pobremente digerido e um alimento de baixa energia.
A quantidade usual vai de 0,1 a 1 kg /dia/cabeça. Arroz e subprodutos- os grãos de arroz em casca, quando disponível a baixo custo, poderão substituir os de outros cereais, contudo, serem previamente moídos e misturados na farelada ou macerados em água para amolecer sua casca.
O subproduto mais utilizado é o farelo de arroz, porém de difícil conservação, dado ao seu alto teor de óleo. Esses farelos podem ser usados em substituição ao milho (10 a 30%), ou mais nas misturas em proporção de 0,5 a 1 kg/dia/cabeça, para animais de trabalho.
Suplementos Proteicos
Diversos alimentos não contêm proteína suficiente para suprir as necessidades de uma égua em lactação ou um cavalo em crescimento, a proteína adicional necessária é geralmente suprida pela adição de um alimento que tenha alta quantidade de proteína em uma mistura de concentrados.
Suplementos protéicos podem ser de origem animal ou vegetal, que são os mais usados. Suplementos protéicos de origem animal Leite e subprodutos – geralmente utiliza-se o leite desnatado ou mesmo o integral corrigido para ajudar o crescimento dos animais novos ou fazer aleitamento artificial.
Produtos de leite são excelentes suplementos protéicos para cavalos em crescimento, por causa de seu alto conteúdo de lisina. As quantidades usuais são as seguintes: até 6 meses 1 a 2 litros por dia; dos 6 a 12 meses 4 litros por dia e dos 12 aos 24 meses 4 a 6 litros por dia.
Farinha de carne
É um alimento pouco apreciado pelos equinos e por isso raramente usada, apenas para éguas de cria e animais desnutridos. Deve-se escolher um produto de boa qualidade, podendo-se empregar 300g/dia/animal.
Farinha de ossos 
Há diversos tipos de farinha de ossos, devendo-se dar preferência á degelatinada e desengordurada ou calcinada, sem cheiro. É constituída de fosfato tricálcio (28 a 30% de Ca e 13 a 14% de P). Ela é necessária para cobrir as necessidades de fósforo e cálcio das misturas, geralmente deficientes nesses dois minerais. Geralmente, é misturada com o sal. Os equinos requerem 40 a 80g diários de farinha de ossos misturada ao sal.
Ovos
São habitualmente fornecidos aos garanhões de monta, como um estimulante e corretivo da ração. A quantidade usada varia de ½ a duas dúzias. O ovo é o alimento mais completo que existe, e sem duvida substituiria com vantagem os subprodutos de leite para reforçar a alimentação dos potros enfraquecidos.
Farinha de sangue
É um alimento muito rico em proteínas e ferro. É pouco apetitosa e usada em pequenas quantidades para animais fracos ou os que exerçam trabalho pesado, sempre com outros farelos. A quantidade usada varia de 250 a 500 g para adultos e 100 a 200g para os jovens por dia por cabeça, ou até 50% da mistura alimentícia, possui um agravante é constipante.
Suplemento protéico de origem vegetal Farelo de soja
Considerado a melhor fonte de proteína para os eqüídeos, podendo entrar em todas as misturas em quantidade adequada para equilibrar a dieta. É apetitoso.
Geralmente 1 a 2 kg por dia por animal ou 5 a 10% da mistura alimentícia, completa as necessidades protéicas do animal, porém quantidades maiores não são danosas. Os fenos de soja forrageira e de soja perene podem substituir o de alfafa.
Referências
1- SILVA,Antonio Emidio Dias Feliciano. MANEJO DA CRIAÇÃO DE EQUINOS NA EMBRAPA, UEPAE DE SÃO CARLOS (FAZENDA CANCHIM).1991. Comunicado técnico.
2- EMBRAPA. Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual de São Carlos (SP). Relatório do projeto de apoio desenvolvimento Criação Seleção de Equinos da Raça Árabe: Cruza-Árabe. São Car10s, 1989/1990.
3-MANZANO, A.; NOVAES, N.J.; ESTEVES, S.N. & MANZANO, M.F.F.L. Substituição da espiga de milho desintegrada com palha e sabugo pela mandioca integral seca na alimentação de equinos. Rev.Soc.Bras.Zoot., Viçosa, v.16, n.3, p. 275-283, 1987.
4- NOVAES, A. P. & OLIVEIRA, G.P. de. Manejo Sanitário da UEPAE São Carlos. 
5- Manejo geral equinos. Diponível em: <www.gestãonocampo.com.br/biblioteca/manejo-geral-equinos/. Acessado em: 9/9/2015.
6- Manejo profissional. Disponível em:< http://www.mundoequino.com.br/manejo.html>. Acessado em: 9/9/2015.
7- ORSOLINI, Alessandro. Sanidade animal: manejo e controle sanitário são fundamentais na criação de equinos. Disponível em: <www.diadecampo.com.br> . Acessado em: 9/9/2015.
8- OLIVEIRA, Jhonnathan. Transferência de embriões e de oócitos em equinos. 2015. Disponivel em: <http://reproducaoequino.com.br/site/transferencia-de-embrioes-e-transferencia-de-oocitos-em-equinos/. Acessado em: 21/09/2015.
9- SOUZA, Alinne D. Shippell; CARDENA, Diego Cordeiro. Nutrição de Equinos. 2014. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeq2gAI/nutricao-equinos>. Acessado em: 21/09/2015.

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