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PT IND 4º

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
serviço social
JOSILENE FERREIRA DA SILVA
A relação questão social, políticas sociais e intervenção profissional.
GUARABIRA
2015 -10 -18
JOSILENE FERREIRA DA SILVA
A relação questão social, políticas sociais e intervenção profissional.
Trabalho apresentado ao Curso (Serviço Social) da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas [Ética Profissional em Serviço Social, Administração e Planejamento em Serviço Social, Fundamentos das Políticas Sociais e Políticas Sociais,
 Fundamentos Históricos e metodológicos do Serviço Social III]
GUARABIRA
18-10-2015
Sumário
1-Introdução.........................................................................................5
2-Conceituando a questão social no capitalistamo monopolista...6
3-Construção das políticas sociais no Brasil.................................8
4- Fatores políticos e sociais que influenciaram o processo de 1988.....................................................................................................10
4.1-Ditadura Militar e suas fases (1964 a 1985).................................10
5-Relacionar a questão social e as políticas sociais, configurando direitos sociais a partir da Constituição Federal de 1988.............14 
6-Conclusão .......................................................................................18
7-Referencias bibliográficas............................................................19
8-Anexos............................................................................................21
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1-Introdução
O presente trabalho consiste em conceituar a questão social, a partir do capitalismo monopolista, devido o país apresentar uma das piores distribuições de renda do globo. Relacionar o histórico da construção das políticas sociais e fatores políticos, econômicos e sociais, que influeciam neste processo até 1988. Relacionar também, a questão social as políticas sociais, instituída numa perspectiva histórica como instrumento técnico, científico e administrativo, pensada e articulada por um grupo de técnicos burocratas especialistas, até os dias atuais, se configurando direitos sociais a partir da Constituição Ferderal de 1988.
 	Na tradução teórica que vem de Marx, está consensualmente aceite que o capitalismo, no último quartel do século XIX, experimenta profundas modificações no seu ordenamento e na sua dinâmica, econômicos, com incidências necessárias na sua estrutura social e nas instâncias políticas das sociedades nacionais que envolvia. Trata-se do período histórico em que o capitalismo concorrencial sucede o capitalismo dos monopólios, articulando o fenômeno global que, especialmente a partir dos estudos lenineanos, tornou-se conhecido como o estágio imperialista.5
 	Do início do século ao fim da primeira Guerra Mundial, há um indiscutível acúmulo analítico sobre a problemáica, especialmente com as importantes contribuições de Hilferding (1985) e Luxemburg (1976), mas com aportes de muitos outros marxistas (Kautsky Bukharin). Para um balanço do debate marxista sobre a questão do imperialismo, que desborda este período cf. Brewer (1980). E é também concensual que o “período do imperialismo ‘clássico’[ situa-se] entre 1890 a 1940” (Mandel, 1976 3:325)
5. O estudo lenineano, como se sabe, data de 1916 e foi publicado no ano seguinte (Lênin, 1977, ); a nomenclatura, porém, fora consagrada antes pela análise de Hobson (Imperialism, de 1902). Do início do século ao fim da Primeira Guerra Mundial, há um indiscutível acúmulo analítico sobre a problemáica, especialmente com as importantes contribuiçõesde Hilferding (1985) e Luxemburg (1976), mas com aportes de muitos outros marxistas (Kautsky, Bukharin). Para um balanço do debate marxista sobre a questão do imperialismo, que desborda este período, cf. Brewer (1980).
2-Conceituando a questão social no contexto capitalista monopolista
É a política social do Estado burguês no capitalismo monopolista (e, como se infere desta argumentação, só é possível pensar-se em política social pública na sociedade burguesa com emergência do capitalismo monopolista³³), confiurando a sua interveção contínua, sistemática, estratégica sobre as sequelas da “questão social”, que oferece o mais canônico paradgma dessa indissocialidade de funções econômicas e políticas que é própria do sistema da sociedade burguesa madura e consolidada. Através da política social, o Estado burguês no capitalismo monopolista, procura administrar as expressões da “questão social” de forma a atender as demandas da ordem monopólica, conformando pela adesão que recebe de categorias e setores cujas demandas incorpora, sistemas de consenso variáveis, mas operantes.
O termo, ‘’questão social’’ surge no século XIX, no Continente europeu, tem como principal objetivo, exigir formulações de inúmeras políticas sociais, que beneficiasse toda a classe operária, que naquele momento estava crescendo em grande pobreza. 
Com efeito, a questão social, constituída em torno do pauperismo e da miséria das massas, representou o fim de uma concepção idealista de que a sociedade, por si só ou, quando muito, acossada pela polícia, pudesse encontrar soluções para os problemas sociais. Constatada a falácia dessa concepção, impôs-se outra, apoiada na necessidade do sistema liberal-burguês de responder, por meio da regulação estatal efetiva e ampliada, os efeitos diruptivos da questão social (PEREIRA, 2002 p.31).
A concepção de ‘’questão social’’, mais difundida no Serviço Social é a de CARVALHO e IAMAMOTO, (1983, p.77):
“A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão”.
Com o surgimento do processso de industrialização e grande expansão da urbanização, deu-se a origem do empobrecimento da classe trabalhadora, dando-lhes ciência de que, com as condiçoes de trabalho que estavam sendo submetidos, eram explorados. A problemática da questão social, veio por atingir os contornos da sociedade burguesa, que logo implementou várias políticas sociais. Atualmente a questão social, tem referência com a extensão do trabalho na sociedade onde o capitalismo deteriora o trabalho, isso acontece porque o estado transfere sua responsabilidade com cortes e privatizações. Aumentando ainda mais as desigualdades entre as classes. Fazendo com que, seja inevitável a criação do Terceiro setor. Este, tem como principal papel, elaborar projetos e programas, na intensão de amenizar e suprir embora que, pontualmente as necessidades dos menos abastados, com seus pedidos por mudança e melhoramento nas políticas públicas.
Este momento histórico que o Estado assumiu, de ser, o principal de regulador das políticas, e passar a intervir diretamente na economia, política e no social da população, para manter a sua legitimidade, evidencia outra característica comum nas políticas sociais que é destacada por Behring (1998), uma vez que passaram a integrar “a estratégia global anticrise do capital após 1929” (p.168). Isto quer dizer que as políticas sociais foram adotadas nos países capitalistas como parte de uma estratégia de superação das crises cíclicas do capital.
Galper (1986) destaca que as políticas sociais nos países de Estado de Bem Estar tem duas funções básicas; uma função econômica, já que os recursos gastos nas políticas sociais contribuem para a manutenção das taxas de lucro do capital, e uma função de legitimação, uma vez que mantém uma imagem de preocupação do Estado com os interesses da classe trabalhadora e assim
garantem a conservação do controle social.
33. Outra questão é das políticas sociais privadas, conduzidas com caráter não imperativo e não oficial, por organizações religiosas (p.ex., as igrejas) e laicas (p. ex., associações profissionais “clubes de serviço”), formas de intervenção frequentemente assistemáticas e embasadas fundamentalmente em motivações ético-morais. À parte, o fato de precederem o Estado burguês no capitalismo monopolista, importa notar que, com o desenvolvimento deste, acabaram por ter salvo – em situações muito pontuais – uma ponderação marginal na vida social; realmente, com a consolidação da ordem monopólica, o que ocorre é a crescente e efetiva subordinação das políticas sociais privadas e públicas (o que não se passa sem conflitos e colisões).
3-Construção das políticas sociais no Brasil a partir do século XX
 No Brasil no século XX, aponta a trajetória da política social em dois momentos marcantes, como afirma Vieira (2004, p. 69):
 [...] que o “primeiro período de controle da política” corresponde à ditadura de Getulio Vargas e ao populismo nacionalista, com influência para além da sua morte, em 1954. O “segundo período de política do controle” cobre a época da instalação da ditadura militar de 1964 até à conclusão dos trabalhos da Constituinte de 1988. Nesses dois períodos, a política social brasileira compõe-se, e recompõe-se, conservando em sua execução o caráter fragmentário, setorial e emergencial, sempre sustentada pela imperiosa necessidade de dar legitimidade aos governos que buscam bases sociais para manter-se e aceitam as seletivamente as reivindicações e até as pressões da sociedade. 
 É de grande relevância ressaltar a necessidade de avaliar e acompanhar o processo de implantação e efetivação das políticas sociais no Brasil; aliás, deveria ser exigência obrigatória, respaldada na perspectiva que sejam contempladas com respeito e prioridade, considerando especialmente as demandas apresentadas, a população atendida, os princípios de igualdade e cidadania. Vamos conhecer algumas conquistas da política social no campo dos direitos sociais. Constam, na história do Brasil, vários marcos que se referem às políticas sociais e aos direitos sociais:
1923 – Lei Eloy chaves – cria o Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP) destinada aos trabalhadores ferroviários como resposta às lutas sociais. Tem como objetivo central garantir direitos sociais; aposentadorias, atendimento médico, auxílio medicamento e pensão para os herdeiros em caso de morte do trabalhador. Segundo a lei, os recursos financeiros para a garantia dos direitos provêm de 3% do salário mensal do trabalhador, 1% da renda anual da empresa e de um imposto taxado sobre os usuários dos serviços ferroviários;
1933 – criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPS;
1942-Criação da LBA, Legião Brasileira de Assistência – coordenada pela primeira-dama para atender às famílias de pracinhas envolvidos na guerra. Após 1946, o atendimento para ser destinado às pessoas pobres, além de apoiar a maternidade e a infância;
1943-promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;
1960-Aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) – unificação dos benefícios colocando em ordem mais de 300 leis e decretos referentes à previdência social. Contemplava muitos benefícios e serviços inclusive o serviço social e a alimentação. A LOPS também incorporou os autônomos à previdência social;
1963-Criado o FUNRURAL – Fundo de Assistência do Trabalhador Rural, em resposta aos movimentos dos trabalhadores rurais, estendendo-se a eles os direitos trabalhistas. A lei foi aprovada, mas não foi implantada;
1966-Criado o INPS – Instituto Nacional de Previdência Social – sendo unificado de cima para baixo, em um único organismo, contextualizado na política centralizadora do Governo Federal, que nomeava inclusive governadores. Neste período foram estabelecidos convênios junto às empresas para que os trabalhadores fossem atendidos no local de trabalho, apoiados na ideia de saúde e segurança do trabalho, contribuindo assim para o aumento da produtividade;
1971-Ampliação da previdência ao trabalhador rural, como o beneficio de meio salário mínimo (menor que para outras categorias); 
1988-Criada a Constituição Federal do Brasil, a conhecida Constituição Cidadã.
4- Fatores políticos e sociais que influenciaram o processo de 1988
 Muitos estudos feitos até o presente momento tem revelado que nas questões das políticas sociais no Brasil, muito pouco, ou quase nada, se tem avançado neste campo. A ineficiência dos governos, em não se preocupar em dar soluções aos problemas econômicos, políticos e sociais, vem afetando a maior porção da população. Inúmeras denúncias de corrupção em órgãos públicos, envolvendo líderes importantes do governo; a insegurança e a violência, causando medo nos pequenos e grandes centros urbanos; instabilidade econômica. Tudo isso só aumenta a frustração da população. Esses mesmos fatores acabam por encobrir algum avanço alcançado nesses últimos tempos. Será feita a seguir uma breve retrospectiva desse processo.
4.1 Ditadura Militar e suas fases (1964 a 1985)
 Conhecido no Brasil como "Regime Militar" o período que vai de 1964 a 1985, onde o país esteve sob controle das Forças Armadas Nacionais (Exército, Marinha e Aeronáutica). Neste período, os chefes de Estado, ministros e indivíduos instalados nas principais posições do aparelho estatal pertenciam à hierarquia militar, sendo que todos os presidentes do período eram generais do exército. Era denominada "Revolução" em sua época, sendo que os principais mentores do movimento viam o cenário político do início dos anos 60 como corrupto, viciado e alheio às verdadeiras necessidades do país naquele momento. Assim, o seu gesto era interpretado como saneador da vida social, econômica e política do país, livrando a nação da ameaça comunista e alinhando-a internacionalmente com os interesses norte-americanos, trazendo de volta a paz e ordem.
Governo de Castello Branco (1964 até 1967)
Eleito pelo Congresso Nacional em 1964, declarou defender a democracia, mas ao assumir o poder adota uma posição autoritária, tal qual; estabelece eleições indiretas para presidente; dissolve partidos políticos; cassa mandatos de políticos; cancela direitos políticos e constitucionais; sindicatos tem intervenção do Estado.
Apenas dois partidos políticos funcionaram neste período, Aliança Renovadora Nacional (ARENA), considerado o partido da situação, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), considerado de oposição.
Em 1967, o governo impõe uma nova Constituição, que confirma o regime militar e suas formas repressivas de atuação.
Governo Costa e Silva (1967 até 1969)
Assume em 1967, através de eleições indiretas pelo Congresso Nacional. Mandato este, marcado por manifestções e protestos sociais, crescendo consideravelmente a oposição ao regime militar pela própria população. No Rio de Janeiro a União dos Estudantes (UNE), organiza a passeata dos cem mil; centenas de operários mineiros e paulistas fazem greves e paralizam fabricas; começam a se formar uma guerrilha urbana por jovens com ideais de esquerda, promovendo sequestros e assaltos para angariar fundos.
Em 13 de dezembrode 1968, é decretado o Ato Institucional 5 (AI – 5), onde aposentou juízes, cassou mandatos, acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão militar e policial. Este foi o governo mais duro deste regime.
A Junta Miitar (31/08/1969 até 30/10/1969)
Formada por ministros do (Exército), Aulélio de Lira Tavares, da (Marinha), Augusto rademaker e (Aeronáutica), Márcio de Souza e Melo.
O MR-8 e o ALN, grupos de esquerda, sequestraram o embaixador americano e em troca, exigem a libertação de 15 presos políticos, que foi atendida com sucesso. Em seguida, o governo decreta a Lei de Segurança Nacional, que prevê pena de morte para os casos de guerra psicológica ou revolucionária ou subversiva.
Este foi o governo que menos tempo ficou no poder deste período.
Governo Medici (1969 até 1974)
Conhecido como o governo dos ‘’anos de Chumbo’’, por ser o mais repressivo e duro deste período. A repressão a luta armada, política de censura, onde vários profissionais da música, cultura, educaçãoe políticos, são investigados, presos, torturados, mortos e expulsos do país.
O Milagre Econômico
As Forças Armadas passaram a controlar o poder político com a deposição de João Goulart, em 1964, implantando um regime autoritário e centralizador, utilizando um modelo econômico de crescimento acelerado, onde, o país crescia rapidamente. Este período que vai de 1969 a 1973 ficou conhecido com a época do ‘’Milagre Econômico’’. O PIB brasileiro crescia a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação era de 18%. Com abertura de investimentos de capital estrangeiro, o país avançou e estruturou uma base de infraestrutura. Todos estes investimentos geraram milhares de empregos pelo país. Algumas obras, gigantes foram executadas, como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio Niterói.
No entanto, todo esse crescimento gerou consequências desastrosas para economia brasileira, o maior exemplo, foi devido aberturas de investimento estrangeiro, que gerou uma gigantesca dívida externa, que de modo algum condizia com a situação financeira do Brasil. 
Governo Geisel (1974 até 1979)
Inicia-se um vagaroso processo de transição rumo a democracia. A população pagando um alto preço com o fim do ‘’Milagre Econômico’’. A oposição política começa a se articular e ganhar espaço, nas eleições de 1974, o MDB conquista a maioria no Senado Federal, 48% da Câmara dos Deputados e vence a maioria também das prefeituras.
Os Militares de linha dura atuam ainda na clandestinidade. Em 1978, o governo dar por extinto o AI-5, restaurando o habeas-corpus, abrindo o caminho para tão sonhada democracia.
Governo de Figueiredo (1979 até 1985)
Acelera-se o processo de redemocratização, é considerado o retorno dos exilados políticos ao Brasil. Os militares, ainda continuam a reprimir, Agora, com bombas enviadas a órgãos públicos.
O governo aprova a Lei que restabelece o pluripartidarismo no país. A ARENA passa a ser PDS e o MDB passou a ser PMDB. Outros partidos são criados, como: Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
A Redemocratização e a Campanha das Diretas Já
Em 1984, um movimento político democrático, com enorme participação popular, ganhou as ruas dos grandes, médios e pequenos centros urbanos brasileiros, favorecendo e apoiando a emenda do deputado Dante de Oliveira, que restabeleceria as eleições diretas para presidente da República. Aconteceram inúmeras manifestaçõe e comícios, com grande volume de pessoas. Essa emenda foi posta em votação, mas para frustração do povo brasileiro ela não foi aprovada. Com isso, por uma diferença de apenas 22 votos e um enorme número de abstenções, o país manteve o processo indireto para as eleições de 1985.
Em janeiro de 1985, Tancredo Neves foi escolhido presidente do Brasil por eleições indiretas, mas veio a passar mal, dois dias, antes de tomar posse do cargo, ficou internado mas veio a falecer, vítima de uma complicação do apêndice, Tomando posse assim, o seu vice José Sarney. As eleições diretas para presidente do Brasil só ocorreriam em 1989, após ser estabelecida na Constituição de 1988.
5- Relacionar a questão social e as políticas sociais, se configurando em direitos sociais a partir da Constituição de 1988
 As políticas sociais surgiram como forma de amenização e até mesmo de enfrentamento, da situação de precariedade de direitos humanos, existentes em governos autoritários. Portanto, houve a preocupação de inseri-las na Constituição Federal de 1988, como preconizado em seu art. 3º:
 Constituem objetivos fundamentais da república Federativa do Brasil:
 I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
 II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer formas de discriminação (BRASIL, 1988).
 No Art. 6º da Constituição Federal de 1988 que são direitos sociais, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
 A seguridade Social, que após a Constituição de 1988, inclui a Assistência Social no tripé da Seguridade Social junto com a Saúde e a Previdência Social. Entende-se que os cidadãos tenham acesso ao conjunto de serviços e bens, que cumpram com o papel de garantir ou reduzir a situação de risco e de vulnerabilidade. De acordo com a Constituição Federal do Brasil de 1988:
A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social ( BRASIL, 1988, p. 1).
 Outra conquista importante da Constituição Federal de 1988, foi a definição artigo 195, das fontes de financiamento da seguridade social, coerente com seus objetivos, expressos no artigo 194, respectivamente nos incisos V e VI, de equidade na forma de participação no custeio e de diversidade da base de financiamento.
 
 
 Foi com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a Carta Magna que o Brasil regulamenta o sistema de proteção social, em que prevê a previdência social como política contributiva e a saúde e a assistência social como proteção não contributiva, ou seja, como dever do Estado e direito de todos que delas necessitar. 
 A regulamentação da Política Nacional de Assistência Social, por meio da configuração de um Sistema de Proteção – SUAS, prevê a articulação de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, hierarquizados por níveis de gestão de acordo com a complexidade da proteção a ser garantida e do porte de cada município da federação. 
 A IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em Dezembro/2003 em Brasília/DF, convocada pelo Conselho Nacional de Assistência Social e pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, deliberou pela implantação do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, requisito essencial para regular a gestão da assistência social como política pública em todo o território nacional. Como resultado dessa IV Conferência foi elaborada uma nova Política Nacional de Assistência - PNAS, aprovada pela Resolução CNAS nº 145 de novembro de 2004. No ano seguinte foi elaborada uma nova Norma Operacional Básica – NOB/SUAS/ 2005- aprovada pela Resolução CNAS nº 130/ 2005 , que disciplinou a gestão da Política de Assistência Social no território brasileiro. Por fim, o SUAS foi regulamentado pela Lei N. 12.435 de 06 de julho de 2011, que alterou a LOAS, que dispõe sobre a organização da Assistência Social, apresentando novos parâmetros e diretrizes para a configuração de tal política, a partir da implementação do Sistema Único de Assistência Social. 
 Passamos da década de 1980 para 1990, bem como, as conquistas da Constituição Federal das Repúblicas de 1988 e, um acúmulo de leis sociais, do cenário econômico, político e social, entre outras. Visto que foi de extrema necessidade uma revisão no atual Código de Ética de 1986; sendo assim temos o Código de Ética do Serviço Social de 1993.
 A regulamentação da profissão de Serviço Social, definida com Lei n.8.662/ 93, de 7 de junho de 1993, estabelece o exercício profissional do assistente social, suas competências e suas atribuiçoes privativas.
 O Código de Ética do Serviço Social de 1993, tem centralidade do trabalho na constituição do homem como sujeito, na concepção histórica da ética, o que cabe ao profissional
fazer uma reflexão crítica da realidade a qual está inserido, com o propósito da busca da capacitação continuada no referencial teórico –metológico, o qual norteia a atuação profissional no cotidiano. Como, está atento às responsabilidades e aos compromissos com ética profissional, não como uma opção de escolha, e sim com o propósito, ações conscientes e críticas do alargamento do espaço profissional de conquistas democráticas na Constituição Ferderal de 1988, os quais afiançados com outras legislações sociais complementam e fundamentam os direitos humanos e sociais, tais como valores centrados de dignidade, igualdade e a liberdade.
[...] os valores contidos no código de ética profissional são orientadores das opções, escolhas, dos posicionamentos e julgamentos de valor realizado cotidianamente. Todavia, para que materializem, é preciso que ganhem efetividade na transformação da realidade, na prática social concreta, seja ela na direção de um atendimento realizado, de uma necessidade respondida, de um direito adquirido (BARROCO, 2009, P. 181) 
Diante do quadro de empobrecimento cada vez maior da classe trabalhadora, o Estado brasileiro reconheceu o direito à assistência social, destinado a todos que dela necessitem, garantida com o status de proteção social não contributiva. São destinatários desta política pública famílias e pessoas nos diferentes ciclos de vida que sofrem vitimizações, fragilidades, contingências, vulnerabilidades e riscos em decorrência de imposições sociais, econômica e políticas e de ofensas à dignidade humana. A proteção garantida pela assistência social não se restringe apenas às condições de pobreza, mas afiança seguranças através de serviços, pela Proteção Social Básica e Especial. (PNAS/ 2004).
 O assistente social hoje enfrenta enormes desafios, as mudanças nas demandas dos usuários, tendo em vista, que manter as antigas, a dinamicidade da sociedade como um todo nos pondo em constantes conflitos com o compromisso com a ética profissional.
 O profissional de Serviço Social se compromete com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional.
[...] a competência não é algo pronto e acabado, nem se adquire de forma mágica e instantânea. Também não é produto espontâneo ou de modelos fixos e predefinidos nem da empreitada solitária dos indivíduos. Trata-se, sim, de uma experiência gradual e copartilhada, interseccionada pelas circunstancia e condições de trabalho, enquanto desempenho profissional (PAIVA, 2010, p. 204).
 
 O Projeto Ético Político do Serviço Social tem seu marco na transição da década de 1970 a 1980, o que coincidiu com a crise da Ditadura Militar, com o espaço de amplo debate pela categoria e na busca do referencial teórico-metodológico; com o comprometimento com a luta da classe trabalhadora, pode-se dizer que o projeto é um processo, sendo construído historicamente com o compromisso ético e em contínuo desdobramento.
 Segundo Netto (2008, p.167):
Importantes investimentos acadêmico-profissionais foram realizados no sentido de se construir uma nova forma de pensar e fazer o Serviço Social, orientados por uma perspectiva teórico-metodológica apoiada na teoria critica e em princípios éticos de um humanismo radicalmente histórico, norteadores do projeto da profissão no Brasil.
 
De acordo com Netto é nos anos 70 e 80 que o Serviço Social colhe seus primeiros frutos com os espaços das pós-graduações e se consolida na produção de conhecimentos.
[...] nos anos 70, quando, como resultado da Reforma Universitária imposta pela ditadura, o Serviço Social legitimou-se no âmbito acadêmico, surgem os cursos de pós-graduação(primeiro os estrados e depois, nos anos oitenta, os doutorados; também foram fomentadas as especializações) (NETTO, 2008, P. 151, grifo do autor).
6-Conclusão
 Fazendo um balanço da trajetória da história humana, fica visível que, o processo de mudança social, se sobressai muito lentamente na questão social. A partir da Segunda Grande Guerra Mundial, os diretos sociais passaram a ter relevância devido às atrocidades cometidas nos campos de concentração. Em 1948, com a Declaração dos Direitos Humanos, foi estabelecido em seu Art. 1º que: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Assim fica marcado mediante princípios universais e absolutos o estabelecimento da dignidade humana em sua totalidade.
 A partir do século XX surgem os direitos sociais, com respaldo principalmente em amenizar as necessidades primordiais do ser humano como: saúde, alimentação, educação e moradia. Visto que, da realidade do país, onde as pessoas são atingidas pelas mais diferentes mazelas sociais, e as mais variadas formas de direitos violados e desigualdades sociais e econômicas. Levando a crer em uma sociedade ausente de liberdade, mesmo que, estes direitos já estejam estabelecidos e garantidos pela Constituição. Diante desta constatação, vemos a urgência de efetivar e manter protegidos os direitos sociais como forma de garantir os mínimos sociais.
 O Estado é o principal provedor dos mínimos sociais, cabe a ele o compromisso de viabilizar a dignidade humana, articulando condutas significativas com apoio da sociedade. Para tal, é de grande relevância a promoção da educação fundamental, a saúde básica, a assistência aos desamparados e o acesso ao conhecimento dos seus direitos, garantindo assim, a justiça social à todos os cidadãos.
Referencias
NETTO, José Paulo, 1945 Capitalismo monopolista e serviço social/ José Paulo Netto – 2 ed. – São Paulo: Cortez, 1996. 
NETTO, J.P. A contrução do projeto ético-politico do Serviço Social frente a crise contemporânea > Acesso em setembro e agosto de 2015
RIZOTTI, Maria Luiza do Amaral. A construção do sistema de proteção social no Brasil: avanço e retrocessos na legislação> Acesso em setembro de 2015
SANTINI, Maria Ângela; GÓES, Adarly Rosana Moreira. Ética Profissional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
ROSSI, Cristina; JESUS, Sirlei Fortes de. Políticas Sociais I. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
FERREIRA, Claudia Maria. Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social IV. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 
COSTA, Selma Frossard. Planejamento social / Selma Frossard Costa. –São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2013
 
KERNKAMP, Clarice da Luz. Ética e Legislação Profissional / Clarice da Luz Kernkamp – Londrina : UNOPAR, 2014
LOPES, Maria Suzete Muller. Introdução ao serviço social. Canoas: Ed. ULBRA, 2008
IAMAMOTO, Marilda Vilela e CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 2a. Ed. São Paulo: Cortez, 1983.
COUTO, Berenice Rojas. O direito social e a assistência social na sociedade brasileira: uma equação possível? 3ª Ed – São Paulo: Cortez
CASTRO, Leonardo. O Regime Militar de 1964. Disponível em: < http://novahistorianet.blogspot.com/2009/01/o-regime-militar-de-1964.html> Acesso em: 07  jul. 2011.
DOMINGOS, Leonelli. Diretas Já - 15 meses que abalaram a Ditadura/ Domingos Leonelli. Ed – Record > Acesso em 13 de outubro de 2015
 RODRIGUES, Alberto Tosi. Diretas Já - o grito preso na garganta/ Alberto Tosi Rodrigues. Ed - Perseu Abramo > Acesso em 13 de outubro de 2015
 BRAGA, Márcio Das Diretas Já a Sarney / Braga, Márcio.  Ed – CD.> acesso em 13 de outubro de 2015
 REIS, Daniel Aarão O golpe e a ditadura militar - 60 anos depois (1964 - 2004) Reis, Daniel Aarão. Ed – Edusc >acesso em 13 de outubro de 2015
SOUSA, Rainer Gonçalves. "Diretas Já" Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historiab/direta-ja.htm>. Acesso em 13 de outubro de 2015
Constituição da República Federativa do Brasil www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>acesso
em 18 de outubro de 2015
Declaração dos Direitos Humanos
www.direitoshumanos.usp.br> Acesso em 18 de outubro de 2105
Anexos
Os 11 Princípios Fundamentais do Código de Ética do Assistente Social
Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes- autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais.
Defesa intransigente dos Direitos Humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo.
Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras.
Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida.
Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sócias, bem como sua gestão democrática.
Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças.
Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas e compromisso com o constante aprimoramento intelectual.
Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero.
Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste código e com a luta geral dos trabalhadores.
Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional.
Exercício do serviço social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física.

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