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Introdução ao 
Estudo do Direito 
Professor JAIR VANDERLEI KREWER 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
O	
  Direito	
  não	
  é	
  uma	
  pura	
  teoria,	
  mas	
  uma	
  
força	
  viva.	
  
Por	
  isso	
  a	
  jus8ça	
  sustenta	
  numa	
  das	
  mãos	
  a	
  
balança	
  em	
  que	
  pesa	
  o	
  Direito	
  e	
  na	
  outra	
  a	
  
espada	
  de	
  que	
  se	
  serve	
  para	
  o	
  defender.	
  
A	
   espada	
   sem	
   a	
   balança	
   é	
   força	
   brutal;	
   a	
  
balança	
   sem	
   a	
   espada	
   é	
   a	
   impotência	
   do	
  
Direito.	
  	
  
Uma	
   não	
   pode	
   avançar	
   sem	
   a	
   outra,	
   nem	
  
haverá	
   ordem	
   jurídica	
   perfeita	
   sem	
   que	
   a	
  
energia	
  com	
  que	
  a	
  Jus8ça	
  aplica	
  à	
  espada	
  seja	
  
igual	
  à	
  habilidade	
  com	
  que	
  maneja	
  a	
  balança.	
  	
  
O	
   direito	
   é	
   trabalho	
   incessante,	
   não	
  
somente	
   dos	
   poderes	
   públicos	
   mas,	
   de	
   uma	
  
nação	
  inteira.	
  
Por	
   isso,	
   lute	
   pelo	
   Direito,	
   mas	
  
quando	
   encontrares	
   o	
   Direito	
   em	
  
conflito	
   com	
   a	
   Jus8ça,	
   lute	
   pela	
  
Jus8ça.	
  
(Rudolf	
  von	
  Ihering)	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1. SISTEMA DE IDEIAS GERAIS DO DIREITO 
1. A necessidade de um sistema de ideias gerais do direito 
 
O ensino do Direito pressupõe a organização de uma disciplina de 
base, introdutória a matéria, a quem cumpre definir o objeto de estudo, 
indicar os limites da área de conhecimento, apresentar as características 
da ciência, seus fundamentos, valores e princípios. 
 
... disciplina estrutural, com o propósito de agrupar os conceitos e 
elementos comuns às novas especializações. 
“...	
   Aprendam	
   o	
   ABC	
   da	
   ciência	
   antes	
   de	
   tentar	
   galgar	
   o	
   seu	
   cume.	
  
Nunca	
   acreditem	
   no	
   que	
   se	
   segue	
   sem	
   assimilar	
   	
   o	
   que	
   vem	
   antes.	
  
Nunca	
   tentem	
  dissimular	
   sua	
   falta	
   de	
   conhecimento,	
   ainda	
  que	
   com	
  
suposições	
   e	
   hipóteses.	
   Como	
   se	
   alegra	
   nossa	
   vista	
   com	
   o	
   jogo	
   de	
  
cores	
   dessa	
   bolha	
   de	
   sabão	
   –	
   no	
   entanto,	
   ela,	
   inevitavelmente,	
  	
  
arrebenta	
  e	
  nada	
  fica	
  além	
  da	
  confusão...”	
  (I.	
  Pavlov)	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
2. A Introdução ao Estudo do Direito 
2.1 Apresentação da disciplina 
A Introdução ao Estudo do Direito é matéria de iniciação, que fornece ao 
estudante as noções fundamentais para a compreensão do fenômeno 
jurídico. 
2.2 Objeto de Introdução ao Estudo do Direito 
... visa fornecer ao iniciante uma visão global do Direito, que não pode ser 
obtida através do estudo isolado dos diferentes ramos da árvore jurídica. 
Fazem parte do objeto de estudo da disciplina: 
conceitos gerais, como o de Direito, fato jurídico, relação jurídica, lei, 
justiça, segurança jurídica; 
conceitos específicos, como o de crime, mar territorial, hipoteca, 
desapropriação, aviso prévio. 
“Introduzir	
   é	
   um	
   termo	
   composto	
   de	
   duas	
   palavras	
   la8nas:	
   um	
  
advérbio	
   (intro)	
  e	
   um	
   verbo	
   (ducere).	
   Introduzir	
   é	
   conduzir	
   de	
   um	
  
lugar	
  para	
  outro,	
  fazer	
  penetrar	
  num	
  lugar	
  novo.”	
  (Michel	
  Miaille)	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Concluindo, podemos dizer que ela possui um tríplice objeto: 
a) os conceitos gerais do Direito; 
b) a visão de conjunto do Direito; 
c) os lineamentos da técnica jurídica. 
 
2.3 A importância da introdução 
... funciona como um elo entre a cultura geral, obtida no curso médio, e a 
específica do Direito. 
É através da Introdução ao Estudo do Direito que o estudante deverá 
superar os primeiros desafios e testar a sua vocação para a Ciência do 
Direito. 
 
A	
   Introdução	
   ao	
   Estudo	
   do	
   Direito	
   foi	
   comparada,	
   por	
   Pepere,	
   com	
   o	
   alto	
   de	
   um	
  
mirante,	
  de	
  onde	
  o	
  estrangeiro	
  observa	
  a	
  extensão	
  de	
  um	
  país,	
  para	
  fazer	
  a	
  sua	
  análise.	
  
...	
   começar	
   um	
   curso	
   de	
  Direito	
   sem	
   uma	
   disciplina	
   introdutória	
   é	
   o	
  mesmo	
   que	
   se	
  
pretender	
   conhecer	
   um	
   grande	
   edi[cio,	
   entrando	
   por	
   uma	
   porta	
   lateral,	
   percorrendo	
  
corredores	
   e	
   saindo	
   por	
   uma	
   porta	
   de	
   serviço.	
   O	
   observador	
   não	
   se	
   aperceberá	
   do	
  
conjunto	
   e	
   nem	
   terá	
   uma	
   visão	
   da	
   harmonia	
   e	
   esté8ca	
   da	
   obra.	
   (apud	
   Benjamim	
   de	
  
Oliveira	
  Filho)	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. Outros sistemas de ideias gerais do direito 
3.1 Filosofia do Direito 
... é uma reflexão sobre o Direito e seus postulados, com o objetivo de 
formular o conceito de Jus e de analisar as instituições jurídicas no plano de 
dever ser, levando-se em consideração a condição humana, a realidade 
objetiva e os valores da justiça e segurança. 
 
3.2 Sociologia do Direito 
... é a disciplina que examina o fenômeno jurídico do ponto de vista social, 
a fim de observar a adequação da ordem jurídica aos fatos sociais. 
As relações entre a sociedade e o Direito, que formam o núcleo de seus 
estudos, podem ser investigadas sob os seguintes aspectos principais: 
!  adaptação do Direito à vontade social; 
!  cumprimento pelo povo das leis vigentes e a aplicação destas pelas 
autoridades; 
!  correspondência entre os objetivos visados pelo legislador e os 
efeitos sociais provocados pelas leis. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3.3 História do Direito 
... a compreensão plena do significado de um objeto cultural exige o 
conhecimento de duas diferentes fases de elaboração. 
A História do Direito é uma disciplina jurídica que tem por escopo a 
pesquisa e a análise dos institutos jurídicos do passado. 
... o Direito vive impregnado de fatos históricos, que comandam o seu 
rumo, e a sua compreensão exige, muitas vezes, o conhecimento das 
condições sociais existentes à época em que foi elaborado. 
O	
  Direito	
  de	
  um	
  povo	
  se	
   revela	
  autên8co,	
  quando	
   retrata	
  a	
  
vida	
  social,	
  quando	
  se	
  adapta	
  ao	
  momento	
  histórico,	
  quando	
  
evolui	
   	
   à	
   medida	
   que	
   o	
   organismo	
   social	
   ganha	
   novas	
  
dimensões.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
2. O DIREITO COMO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO SOCIAL 
As necessidades de paz, ordem e bem comum levam a sociedade à 
criação de um organismo responsável pela instrumentalização e regência 
desses valores. Esse mecanismo é o DIREITO. 
Porque só se tem direito relativamente à alguém. O homem que vive fora 
da sociedade vive fora do império das leis. O homem só não possui direitos 
nem deveres. 
Para o homem e para a sociedade, o Direito não constitui um fim, apenas 
um meio para tornar possível a convivência e progresso social. 
As instituições jurídicas são inventos humanos que sofrem variações no 
tempo e no espaço. Como processo de adaptação social, o Direito deve estar 
sempre se refazendo, em face da mobilidade social. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
“...	
   o	
   Direito	
   não	
   é	
   uma	
   criação	
   espontânea	
   e	
   audaciosa	
   do	
  
legislador;	
   mas	
   possui	
   uma	
   raiz	
   muito	
   mais	
   profunda:a	
  
consciência	
   do	
   povo...	
   O	
   Direito	
   nasce	
   da	
   vida	
   social,	
   se	
  
transforma	
   	
   com	
   a	
   vida	
   social	
   e	
   deve	
   se	
   adaptar	
   à	
   vida	
  
social.”	
  (Cosen8ni)	
  
Na sua missão de proporcionar bem-estar, a fim de que os homens possam 
livremente atingir os ideais de vida e desenvolver o seu potencial para o bem, 
o Direito não deve absorver todos os atos e manifestações humanas, de vez 
que não é o único responsável pelo sucesso das relações sociais. 
O Direito, portanto, não visa o aperfeiçoamento do homem – esta meta 
pertence à MORAL; não pretende preparar o ser humano para a conquista de 
uma vida supraterrena, ligada a Deus – valor perquirido pela RELIGIÃO; não se 
preocupa em incentivar a cortesia, o cavalheirismo ou normas de etiqueta – 
âmbito específico das REGRAS DE TRATO SOCIAL. 
Se o Direito regulasse todos os atos sociais, o homem perderia a iniciativa, a 
sua liberdade seria utópica e passaria a viver como autômato. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. SOCIEDADE E DIREITO 
1. A sociabilidade humana 
A própria constituição física do ser humano revela que ele foi programado 
para conviver e se completar com outro ser de sua espécie. 
 
Aristóteles considerou o homem fora da sociedade “um bruto ou um deus”, 
significando algo inferior ou superior à condição humana. 
 
Santo Tomás de Aquino, enumerou três hipóteses para a vida humana fora 
da sociedade: 
!  mala fortuna; 
! corruptio naturae; 
! excellentia naturae. 
 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
2. O “Estado de Natureza” 
Para Thomas Hobbes, o "estado de natureza" é qualquer situação onde 
não há um governo que estabeleça a ordem. O fato de todos os seres 
humanos serem iguais no seu egoísmo faz com que a ação de um só seja 
limitada pela força do outro. 
"O homem é o lobo do homem". Para que todos não acabem se matando 
e tenham segurança, é necessário um Estado, uma instituição de poder 
comum. Aqui o "direito natural" é o direito de cada um usar o seu poder para 
se autopreservar e satisfazer os seus desejos. 
O "estado de natureza" é sempre um estado de Guerra: Mesmo que não 
haja batalha, ela está latente, podendo ocorrer a qualquer momento e sem 
causa aparente. Preocupados em se defender ou atacar, todos seres 
humanos se tornam incapazes de gerar riquezas. De acordo com Hobbes, “a 
origem das sociedades amplas e duradouras não foi a boa vontade de uns 
para com os outros, mas o medo recíproco”. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. As formas de interação social e a ação do Direito 
2.1 A interação social 
As pessoas e os grupos sociais se relacionam estreitamente, na busca 
de seus objetivos. Os processos de mútua influência, de relações 
interindividuais e intergrupais, que se formam sob a força de variados 
interesses, denominam-se interação social. 
A interação social se apresenta sob as formas de cooperação, 
competição e conflito e encontra no Direito a sua garantia, o instrumento de 
apoio que protege a dinâmica das ações. 
 
2.2 A ação do Direito 
O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é favorecer o 
amplo relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das 
bases do progresso da sociedade. Ao separar o lícito do ilícito, segundo 
valores de convivência que a própria sociedade elege, o ordenamento 
jurídico torna possíveis os nexos de cooperação e disciplina a competição, 
estabelecendo limitações necessárias ao equilíbrio e à justiça nas 
relações. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Em relação ao conflito, a ação do Direito se opera em duplo sentido. De um 
lado, preventivamente, ao evitar desinteligências quanto aos direitos que cada 
parte julga ser portadora. De outro lado, diante do conflito concreto, o Direito 
apresenta solução de acordo com a natureza do caso, seja para definir o 
titular do direito, determinar a restauração da situação anterior ou aplicar 
penalidades de diferentes tipos. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Vivendo	
   em	
   ambiente	
   comum,	
   possuindo	
   idên8cos	
  
ins8ntos	
   e	
   necessidades,	
   é	
   natural	
   o	
   aparecimento	
   de	
  
conflitos	
  sociais,	
  que	
  vão	
  reclamar	
  soluções.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
A	
  sociedade	
  sem	
  o	
  Direito	
  não	
  resis8ria,	
  seria	
  anárquica,	
  teria	
  
o	
   seu	
   fim.	
   O	
   Direito	
   é	
   a	
   grande	
   coluna	
   que	
   sustenta	
   a	
  
sociedade.	
  Criado	
  pelo	
  homem,	
  para	
  corrigir	
  a	
  sua	
  imperfeição,	
  
o	
  Direito	
  representa	
  um	
  grande	
  esforço	
  para	
  adaptar	
  o	
  mundo	
  
exterior	
  às	
  necessidades	
  	
  de	
  vida.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
4. A mútua dependência entre o Direito e a Sociedade 
4.1 Fato social e Direito 
O Direito não tem existência em si próprio. Ele existe na sociedade. A 
sua causa material está nas relações da vida, nos acontecimentos mais 
importantes para a vida social. A sociedade, ao mesmo tempo, é fonte 
criadora e área de ação do Direito, seu foco de convergência. 
Cada povo tem a sua história e seus fatos sociais. O Direito, como 
fenômeno de adaptação social, não pode formar-se alheio a esses fatos. As 
normas jurídicas devem achar-se conforme as manifestações do povo. 
 
4.2 A Teoria Tridimensional do Direito 
 
4.3 O papel do legislador 
O Direito é criado pela sociedade para reger a própria vida social. 
O Estado moderno dispõe de um poder próprio, para a formulação do 
Direito – o Poder Legislativo. 
A sua meta mais ampla é promover o bem comum, que implica justiça, 
segurança, bem-estar e progresso. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1. Considerações prévias 
2. Direito e Religião 
Por muito tempo, desde as épocas mais recuadas da história, a Religião 
exerceu um domínio absoluto sobre as coisas humanas. A falta de 
conhecimento científico era suprida pela fé. 
O Direito era considerado como expressão da vontade divina. 
- O Decálogo; 
- O Código de Hamurabi; 
- O Código de Manu; 
A classe sacerdotal possuía o monopólio do conhecimento jurídico. 
Durante a Idade Média, ficaram famosos os chamadas juízos de Deus 
(ordálias). 
Laicização do Direito. 
A religião é um dos mais poderosos instrumentos de controle social de que 
dispõe a sociedade. 
4. INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. Direito e Moral 
3.1 Conceito 
Moral é um conjunto de normas, prescrições e valores que regulamentam o 
comportamento dos indivíduos em sociedade. Ou seja, são os limites que o 
homem estabelece para si nas suas ações e intervenções na realidade e na 
convivência na sociedade. O senso moral, a consciência moral, é aquilo que 
faz com que a minha ação tenha por parâmetro a referência o respeito a 
liberdade do outro e a responsabilidade e consciência de que isso significa 
também não fazer ao outro o que não gostaria que fizesse a mim. 
 
3.2 Critérios de distinção entre a Moral e o Direito 
3.2.1 Distinções de ordem formal 
Bilateralidade do Direito e a Unilateralidade da Moral 
As normas jurídicas possuem uma estrutura imperativo-atributiva, 
isto é, ao mesmo tempo em que impõem um dever jurídico à alguém, atribuem 
um poder ou direito subjetivo a outrem. 
A Moral possui uma estrutura mais simples, pois impõe apenas 
deveres. Perante ela, ninguém tem o poder de exigir uma conduta de outrem. 
Fica-se apenas na expectativa de o próximo aderir às normas. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Exterioridade do Direito e Interioridade da Moral 
Enquanto a Moral de preocupa pela vida interior das pessoas, 
como a consciência, julgando atos exteriores apenas como meio de inferir a 
intencionalidade, o Direitocuida das ações humanas em primeiro plano e, 
em função destas, quando necessário, investiga o animus do agente. 
  
Autonomia e Heteronomia 
A Moral é autônoma por tratar-se de um querer espontâneo. Já o 
Direito é heterônomo, pois as regras jurídicas são impostas 
independentemente da vontade dos seus destinatários. 
  
Coercibilidade do Direito e Incoercibilidade da Moral 
 
 
3.2.2 Distinções quanto ao conteúdo 
 
Teorias dos Círculos e o “Mínimo Ético” 
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Teoria dos círculos concêntricos - Jeremy Berthan (1748-1832) 
  
Desta teoria infere-se: 
- o campo da Moral é mais amplo do que o do Direito; 
- o Direito se subordina a Moral.  
MORAL 
DIREITO 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Teoria dos círculos secantes – Du Pasquier 
 
MORAL DIREITO 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
A visão kelseniana 
 
MORAL DIREITO 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
A teoria do “mínimo ético” (Jellinek) 
... consiste na ideia de que o Direito representa um mínimo de 
preceitos morais necessários ao bem-estar da coletividade. 
... toda sociedade converte em Direito axiomas morais estritamente 
essenciais à garantia da preservação de suas instituições. 
Como o Direito não tem por finalidade o aperfeiçoamento do homem, 
mas a segurança social, não deve ser uma cópia do amplo campo da 
Moral; não deve preocupar-se em transladar para os códigos todo o 
continente ético. 
 
4. O Direito e as Regras de Trato Social 
4.1 Conceito 
... são padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e que, 
não resguardando os interesses de segurança do homem, visam tornar o 
ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Qual	
  é	
  o	
  papel	
  das	
  regras	
  de	
  trato	
  social?	
  
... é propiciar um ambiente de efetivo bem-estar aos membros da 
coletividade, favorecendo os processos de interação social, tornando mais 
agradável a convivência, mais amenas as disputas, possível o diálogo. As 
regras de trato social, em conclusão, cultivam um valor próprio, que é o de 
aprimorar o nível das relações sociais, dando-lhes o polimento necessário à 
compreensão. 
 
4.2 Aspectos históricos 
 
4.3 Caracteres 
Aspecto social: constituem sempre maneira de se apresentar perante 
o outro. O indivíduo isolado não se subordina a esses preceitos. 
Exterioridade: essas normas visam apenas à superficialidade, às 
aparências, ao exterior. 
Unilateralidade: a cada regra correspondem deveres e nenhuma 
exigibilidade. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Heteronomia: obrigam os indivíduos independentemente de suas 
vontades. 
Incoercibilidade: por serem unilaterais e não sofrerem intervenção 
do Estado, essas regras não são impostas coercitivamente. 
Sanção difusa: consiste na reprovação, censura, crítica, rompimento 
das relações sociais. 
Isonomia por classes e níveis de cultura: o seu caráter impositivo 
varia em função da classe social e nível de cultura. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
DIREITO MORAL RELIGIÃO 
REGRAS DE 
TRATO SOCIAL 
Bilateral Unilateral Unilateral Unilateral 
Heterônomo Autônoma Autônoma Heterônoma 
Exterior Interior Interior Exterior 
Coercível Incoercível Incoercível Incoercível 
Sanção 
prefixada 
Sansão difusa 
Sanção 
geralmente é 
prefixada 
Sanção difusa 
5. Quadro resumo 
 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1. Considerações prévias 
 
 
 
2. Conceitos 
Nominais: procuram expressar o significado da palavra em função 
do nome do objeto. 
A palavra Direito é oriunda do adjetivo latino directus – qualidade do 
está conforme a reta; o que não tem inclinação, desvio ou curvatura. 
Para os romanos, a palavra Direito é oriunda de jus para designar o 
que era lícito. 
1. CONCEITOS E ACEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO 
O	
  que	
  é	
  DIREITO?	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Reais ou Lógicas: fixam a essência do objeto. 
 
Examinando o vocábulo do ponto de vista objetivo, temos: 
 
“Direito é um conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente 
pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os critérios de justiça.” 
3. Conceitos históricos do Direito 
Platão (427-348 a.C) 
... dar a cada um aquilo que corresponde à sua natureza e função na 
sociedade. 
 
Aristóteles (384-322 a.C) 
... o Estado define o que é Direito, devendo empregar o critério de 
justiça. O direito é justo quando protege os interesses gerais da 
sociedade e, em particular quando trata de maneira igual as pessoas 
que se encontram em situação igual. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Celso (Século I e II d.C) 
... constitui a arte do bem do justo. 
 
Immanuel Kant (1724 - 1804) 
... considera o direito com produto da sociedade e expressão de 
obrigações morais dos indivíduos. O direito deve expressar uma 
regra básica: devemos atuar de forma que a nossa conduta possa 
valer como lei geral. 
Hans Kelsen (1881 - 1973) 
... organização da força ou ordem de coação. 
 
Rudolf von Ihering (Século XIX) 
... é soma das condições de existência social, no seu amplo sentido, 
assegurada pelo Estado através da coação. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
4. Acepções da palavra Direito 
 
 
 
 
Ciência do Direito 
Setor do conhecimento humano que investiga e sistematiza os 
conhecimentos jurídicos. 
 
Direito Natural e Direito Positivo 
Direito Natural revela ao legislador os princípios fundamentais de proteção 
ao homem, que forçosamente deverão ser consagrados pela legislação, a fim 
de que se obtenha um ordenamento jurídico substancialmente justo. O Direito 
Natural não é escrito, não é criado pela sociedade, nem formulado pelo 
Estado. É constituído por um conjunto de princípios, e não de regras, de 
caráter universal, eterno e imutável. 
Existe	
  diferença	
  entre	
  um	
  direito	
  e	
  o	
  Direito?	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Direito Positivo é aquele institucionalizado pelo Estado. É a ordem jurídica 
obrigatória em determinado lugar e tempo. 
 
Direito Objetivo e Direito Subjetivo 
Do ponto de vista objetivo, o Direito é norma de organização social. É a 
chamada norma agendi. 
O Direito subjetivo corresponde às possibilidades ou poderes de agir, 
que a ordem jurídica garante a alguém. É a chamada facultas agendi. 
 
Emprego do vocábulo no Sentido de Justiça 
5. Conceito de Ordem Jurídica 
... agrupamento de normas que se ajustam entre si e formam um todo 
harmônico e coerente de preceitos. 
... reunião de normas vinculadas entre si por uma fundamentação 
unitária. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
6. Definição normativa 
O direito das sociedades modernas é um conjunto de normas que 
objetiva regulamentar o comportamento social. Suas normas possuem seis 
características: 
a) são criadas, aplicadas, modificadas e extintas por autoridades que 
possuem competência para tanto; 
b) são escritas e veiculadas em publicações oficiais a cargo do Estado; 
c) objetivam a manutenção da estrutura social; 
d) são, geralmente, respeitadas nas relações sociais; 
e) sua eficácia social é garantida pela ameaça da coação; 
f) são reconhecidas como vinculantes pela maioria da população que 
acredita na legitimidade do direito estatal. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
O	
  que	
  é	
  jus8ça?	
  
2. DIREITO E JUSTIÇA 
1. A justiça no mundo jurídico 
 
 
 
 
... os valores da justiça dependem de três fatores: tempo, espaço e 
social; 
 
Ulpiano: “Justiça é a constante e perpétua vontade de atribuir a cada um 
aquilo que lhe pertence.” 
Principio da igualdade (Aristóteles): ... tratar iguais de forma igual e os 
desiguais de forma desigual, de acordo com o grau e a intensidade de suasdiferenças. 
Ações af i rmat ivas: por tadores de def ic iência, mulheres, 
afrodescendentes, indígenas... 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
A	
  jus8ça	
  possui	
  um	
  caráter	
  absoluto?	
  
Qual	
   a	
   importância	
   da	
   jus8ça	
   para	
   o	
  
Direito?	
  
2. Critérios de justiça 
 
Critérios formais 
 
 
 
 
Critérios Materiais 
Igualdade 
 
Proporcionalidade 
Mérito 
Capacidade 
Necessidade 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. Classificação da justiça 
3.1 Justiça distributiva 
Apresenta o Estado como agente, a quem compete a repartição dos 
bens e dos encargos aos membros da sociedade. 
 
3.2 Justiça comutativa 
É a forma de justiça que preside às relações entre os particulares. 
 
3.3 Justiça geral 
... consiste na contribuição dos membros da comunidade para o bem 
comum. 
 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
ESTADO	
  
PARTICULAR	
   PARTICULAR	
  
ge
ra
l	
  
distribu8va	
  
comuta8va	
  
3.4 Justiça social 
... consiste na proteção aos mais pobres e aos desamparados, 
mediante a adoção de critérios que favoreçam uma repartição mais 
equilibrada das riquezas. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
4. Justiça e bem comum 
... consiste em um acervo de bens, criado pelo esforço e a participação 
ativa dos membros de uma coletividade e cuja missão é ajudar os indivíduos 
que dele necessitam, para a realização de seus fins existenciais. 
5. Equidade 
... é a justiça do caso concreto. 
Decreto-­‐Lei	
  Nº	
  4.657,	
  de	
  4	
  de	
  setembro	
  de	
  1942	
   -­‐	
   Lei	
  de	
   Introdução	
  às	
  normas	
  do	
  
Direito	
  Brasileiro	
  
(...)	
  
Art.	
  5º	
   	
  Na	
  aplicação	
  da	
  lei,	
  o	
   juiz	
  atenderá	
  aos	
  fins	
  sociais	
  a	
  que	
  ela	
  se	
  dirige	
  e	
  às	
  
exigências	
  do	
  bem	
  comum.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
6. O Estado de Direito 
Um conceito que permite examinar as relações entre direito e justiça é o 
de Estado de Direito. 
6.1 Estado de polícia, Estado legal e Estado constitucional 
Estado de polícia; 
Estado legal – relacionado aos princípios da igualdade, legalidade e 
segurança jurídica (generalidade, taxatividade, irretroatividade, controle e 
estabilidade); 
Estado constitucional – rigidez constitucional e controle de 
constitucionalidade; 
6.2 Requisitos do Estado de direito 
Caráter democrático da legislação; 
Garantia da separação dos poderes; 
Independência do Judiciário; 
Controle de constitucionalidade; 
Direitos e garantias fundamentais; etc.... 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1. Conceito de norma jurídica 
... o estudo da norma jurídica é de fundamental importância, porque se 
refere a elemento essencial do Direito objetivo. 
... conhecer o Direito é conhecer as normas jurídicas em seu 
encadeamento lógico e sistemático. 
1. TEORIA DA NORMA JURÍDICA 
“...	
  as	
  normas	
  ou	
  regras	
  jurídicas	
  estão	
  para	
  o	
  Direito	
  
de	
   um	
   povo,	
   assim	
   como	
   as	
   células	
   para	
   um	
  
organismo	
  vivo.”	
  
... para promover a ordem social, o Direito Positivo deve ser prático, ou 
seja, revelar-se mediante normas orientadoras interindividuais. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
... não é suficiente, para se alcançar o equilíbrio na sociedade, de que os 
homens estejam dispostos à prática da justiça; é necessário que se lhes 
indique a fórmula de justiça que satisfaça a sociedade em determinado 
momento histórico. 
Qual	
  é	
  o	
  papel	
  da	
  norma	
  jurídica?	
  
... ser o instrumento de definição da conduta exigida pelo Estado. 
RESUMINDO.... 
O Direito Positivo, em todos os sistemas, compõe-se de normas jurídicas, 
que são padrões de conduta ou de organização social impostos pelo Estado, 
para que seja possível a convivência dos homens em sociedade. São 
fórmulas de agir, determinações que fixam as pautas do comportamento 
interindividual. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Norma	
  e	
  Regra	
  jurídicas	
  são	
  sinônimos?	
  
Há	
  dis8nção	
  entre	
  Norma	
  e	
  Lei?	
  
2. Institutos jurídicos 
... é a reunião de normas jurídicas afins, que rege um tipo de relação 
social ou interesse e se identifica pelo fim que procura realizar. 
Instituto Jurídico 
Adoção 
Poder familiar 
Casamento 
Divórcio 
Ramo do Direito 
Direito de 
Família 
Ordenamento 
Jurídico 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. Estrutura lógica da norma jurídica 
3.1 Concepção de Kelsen 
Segundo o autor da Teoria Pura do Direito, a estrutura lógica da norma 
jurídica pode ser enunciada do seguinte modo: 
... em determinadas circunstâncias, um determinado sujeito deve observar 
tal ou qual conduta; se não observa, outro sujeito, órgão do Estado, deve 
aplicar ao infrator uma sanção. 
Da formulação kelseniana, infere-se que o esquema possui duas partes, 
que o autor denomina por “norma secundária” e “norma primária”. 
Norma 
Secundária 
Dado ñP, deve ser S 
Dada a não 
prestação, deve ser 
aplicada a sanção. 
Norma Primária Dado Ft, deve ser P 
Dado um fato 
temporal deve ser 
feita a prestação. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3.2 O juízo disjuntivo de Carlos Cossio 
O renomado jusfilósofo argentino concebeu a estrutura das regras 
jurídicas como um juízo disjuntivo, que reúne também duas normas: 
endonorma e perinorma. 
perinorma Dado ñP, deve ser S 
Impõe uma sanção ao 
sujeito que não efetuou a 
prestação a que estava 
obrigado (ñ) 
endonorma Dado A, deve ser P 
Corresponde ao juízo que 
impõe uma prestação (P) ao 
sujeito que se encontra em 
determinada situação (A). 
OU 
Traduzinhdo... 
SE Luizinho assumiu uma dívida, DEVE efetuar o pagamento OU, CASO não 
efetue o pagamento, DEVE pagar multa e juros. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3.2 Conclusões 
Dividir a estrutura da norma jurídica em duas partes, como fizeram 
Kelsen e Cossio, parece-nos o mesmo que se dizer que a norma oferece uma 
alternativa para o seu destinatário: adotar a conduta definida como lícita ou 
sujeitar-se à sanção prevista. 
Se muitas vezes torna-se difícil, ou até mesmo impossível impedir-se a 
violação da uma norma, isto não significa que a violação é facultada. 
Assim, a norma jurídica, considerada em sua forma genérica, 
apresenta uma estrutura uma, na qual a sanção se integra. Como decorrência 
lógica, o esquema possui o seguinte enunciado: 
“Se A é, B deve ser, sob pena de S” → em que “A” corresponde à 
situação de fato; “B” é a conduta exigida e “S” a sanção aplicável, na 
eventualidade do não cumprimento de “B”. 
Exemplo: quem é contribuinte do imposto de renda (A) deve apresentar 
a sua declaração até determinada data (B), sob pena de pagamento de multa 
(S). 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
NORMA	
   ESQUEMA	
   INTERPRETAÇÃO	
  
MORAL	
   “Deve	
  ser	
  A”	
   Impõe-­‐se	
  por	
  si	
  própria	
  (A).	
  
JURÍDICA	
  
“Se	
  A	
  é,	
  B	
  deve	
  ser,	
  sob	
  
pena	
  de	
  S”	
  	
  
Sob	
  determinada	
  condição	
  (A),	
  
deve-­‐se	
  agir	
  de	
  acordo	
  com	
  o	
  
que	
  for	
  previsto	
  (B),	
  sob	
  pena	
  de	
  
sofrer	
  uma	
  sanção	
  (S).	
  
NATURAL	
   “Se	
  A	
  é,	
  é	
  B”	
   Ocorrida	
  a	
  causa	
  (A),	
  ocorrerá	
  o	
  efeito	
  “B”.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
4. Características 
4.1 Bilateralidade 
O Direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, atribuindo 
poder a uma parte e impondo dever à outra. Bilateralidade significa, pois, que 
a norma jurídica possui dois lados: um representado pelo direito subjetivo e 
outro pelo dever jurídico, de tal sorteque um não pode existir sem o outro. 
Em toda relação jurídica há sempre um sujeito ativo, portador do direito 
subjetivo e um sujeito passivo, que possui o dever jurídico. 
 
4.2 Generalidade 
Característica relacionada ao fato da norma valer para qualquer um, 
sem distinção de qualquer natureza, para os indivíduos, também iguais entre 
si, que se encontram na mesma situação. A norma não foi criada para um ou 
outro, mas para todos. Essa característica consagra um dos princípios 
basilares do Direito: igualdade de todos perante a lei. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
4.3 Abstratividade 
A abstratividade diz respeito ao fato de a norma não ter sido criada 
para regular uma situação concreta ocorrida, mas para regular, de forma 
abstrata, abrangendo o maior número possível de casos semelhantes, que 
ocorrem, normalmente, da mesma forma. 
A norma não pode disciplinar situações concretas, mas tão somente 
formular os modelos de situação, com as características fundamentais, sem 
mencionar as particularidades de cada situação, pois é impossível ao 
legislador prever todas as possibilidades que podem ocorrer nas relações 
sociais. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
4.4 Imperatividade 
Para garantir efetivamente a ordem social, o Direito se manifesta 
através de normas que possuem caráter imperativo. Não fosse assim, o Direito 
não lograria estabelecer segurança nem justiça. 
O caráter imperativo da norma significa imposição de vontade e não 
mero aconselhamento. 
 
4.5 Coercibilidade 
Coercibilidade quer dizer possibilidade de uso da coação. Possui dois 
elementos: 
Psicológico → relacionado a intimidação, através de penalidades 
previstas para a hipótese de violação das normas jurídicas; 
Material → que é a força propriamente dita, acionada quando o 
destinatário da regra não a cumpre espontaneamente. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Coação	
  é	
  o	
  mesmo	
  que	
  sanção?	
  
As noções de coação e sanção não se confundem. 
Coação é uma reserva de força a serviço do Direito; 
CPP,	
  Art.	
  411.	
  (...)	
  
(...)	
  
§	
  7º	
  Nenhum	
  ato	
  será	
  adiado,	
  salvo	
  quando	
  imprescindível	
  à	
  prova	
  faltante,	
  determinando	
  
o	
  juiz	
  a	
  condução	
  coerci8va	
  de	
  quem	
  deva	
  comparecer.	
  
	
  
CPC,	
  Art.	
  412.	
  A	
   testemunha	
  é	
   in^mada	
  a	
  comparecer	
  à	
  audiência,	
   (...).	
   Se	
  a	
   testemunha	
  
deixar	
   de	
   comparecer,	
   sem	
   mo^vo	
   jus^ficado,	
   será	
   conduzida,	
   respondendo	
   pelas	
  
despesas	
  do	
  adiamento.	
  
Sanção é medida punitiva para a hipótese de violação de normas; 
CP,	
  Art.	
  121.	
  Matar	
  alguém:	
  
Pena	
  -­‐	
  reclusão,	
  de	
  seis	
  a	
  vinte	
  anos.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Coação	
  é	
  essencial	
  ao	
  Direito?	
  
Ihering → Direito sem coação “é um fogo que não queima; uma luz que não 
ilumina”. 
Max Weber → “o decisivo no conceito de direito é a existência de um quadro 
coativo”. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5. Classificação 
5.1 Quanto ao sistema a que pertencem 
Nacionais 
 
Estrangeiras 
 
Direito Uniforme 
 
5.2 Quanto à fonte 
Legislativas 
Consuetudinárias 
Jurisprudenciais 
LINDB,	
   Art.	
   7º	
   A	
   lei	
   do	
   país	
   em	
   que	
   domiciliada	
   a	
   pessoa	
  
determina	
  as	
  regras	
  sobre	
  o	
  começo	
  e	
  o	
  fim	
  da	
  personalidade,	
  
o	
  nome,	
  a	
  capacidade	
  e	
  os	
  direitos	
  de	
  família.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5.3 Quanto aos âmbitos de validez 
Âmbito espacial 
- Gerais 
- Locais 
Âmbito temporal 
- Vigência por prazo determinado 
- Vigência por prazo indeterminado 
Âmbito material 
- Normas de Direito Público 
- Normas de Direito Privado 
Âmbito pessoal 
- Genéricas 
- Individualizadas 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5.4 Quanto a hierarquia 
Constitucionais 
Complementares 
Ordinárias 
Regulamentares 
Individualizadas 
 
5.5 Quanto à sanção 
Perfeitas 
Mais que perfeitas 
Menos que perfeitas 
Imperfeitas 
Apenas	
  NULIDADE	
  →	
  Art.	
  166	
  do	
  CC	
  	
  
NULIDADE	
  +	
  PENA	
  →	
  Lei	
  nº	
  8.429/92	
  	
  
Apenas	
  PENA	
  →	
  Art.	
  121	
  do	
  CP	
  
Sem	
  NULIDADE	
  e	
  PENA	
  →	
  LC	
  Nº	
  95	
  	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5.6 Quanto à qualidade 
Positivas ou permissivas 
 
Negativas ou proibitivas 
 
 
5.7 Quanto à aplicabilidade 
Auto-aplicáveis 
Dependentes 
 
Exige	
  uma	
  conduta	
  comissiva	
  ou	
  omissiva	
  →	
  poder	
  familiar	
  →	
  art.	
  1.634	
  CC.	
  	
  	
  
Proíbe	
  uma	
  conduta	
  comissiva	
  ou	
  omissiva	
  →	
  vedação	
  de	
  aval	
  parcial	
  →	
  art.	
  898	
  CC.	
  	
  	
  	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5.8 Quanto à vontade das partes 
Taxativas ou cogentes 
Dispositivas 
 
5.9 Quanto à flexibilidade ou arbítrio do juiz 
Rígidas ou cerradas 
Elásticas ou abertas 
 
5.10 Quanto à sistematização 
Legislação esparsa 
Códigos 
Consolidação 
Forma	
  da	
  declaração	
  de	
  vontade	
  →	
  Art.	
  107	
  do	
  CC	
  	
  
Transmissão	
  da	
  propriedade→	
  Art.	
  1.245	
  do	
  CC	
  	
  
Imputabilidade	
  penal	
  
Guarda	
  de	
  menor	
  –	
  Função	
  social	
  do	
  contrato	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
6. Validade, vigência e eficácia da norma jurídica 
6.1 Validade 
Validade da norma é a sua adequação ao ordenamento jurídico em 
que se insere. Por ter sido criada pelo processo legislativo próprio. 
 
6.2 Vigência 
A vigência representa a característica de obrigatoriedade da 
observância de uma determinada norma, ou seja, é uma qualidade da norma 
que permite a sua incidência no meio social. 
 
6.3 Eficácia 
As normas jurídicas não são geradas por acaso, mas visando a 
alcançar certos resultados sociais. Como processo de adaptação social que é, 
o Direito se apresenta como fórmula capaz de resolver problemas de 
convivência e de organização da sociedade. O atribulo “eficácia” significa que 
a norma jurídica produz, realmente, os efeitos sociais planejados. Para que a 
eficácia se manifeste, é indispensável que seja observada socialmente. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1.	
  Aspectos	
  gerais	
  
...	
  fonte	
  provém	
  do	
  la8m,	
  fons,	
  fon8s	
  e	
  significa	
  nascente	
  de	
  água.	
  
O	
  estudo	
  das	
   fontes	
  do	
  Direito	
  é	
   importante,	
  pois	
  dele	
  é	
  que	
  se	
   iden8ficam	
  quais	
  
são	
   as	
   origens	
   do	
   fenômeno	
   jurídico,	
   de	
   forma	
   a	
   perceber	
   como	
   se	
   deu	
   o	
   surgimento	
  
desse	
  fenômeno.	
  
...	
  no	
  âmbito	
  da	
  Ciência	
  do	
  Direito	
  é	
  empregada	
  como	
  metáfora.	
  
1. FONTES DO DIREITO 
“...	
   remontar	
   à	
   fonte	
   de	
   um	
   rio	
   é	
   buscar	
   o	
   lugar	
   de	
   onde	
   as	
   suas	
  
águas	
  saem	
  da	
  terra;	
  do	
  mesmo	
  modo,	
  inquirir	
  sobre	
  a	
  fonte	
  de	
  uma	
  
regra	
   jurídica	
   é	
   buscar	
   o	
   ponto	
   pelo	
   qual	
   sai	
   das	
   profundidades	
   da	
  
vida	
  social	
  para	
  aparecer	
  na	
  super[cie	
  do	
  Direito.”	
  (Du	
  Pasquier)	
  
Distinguimos três espécies de fontes do Direito: históricas, materiais e 
formais. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
2. Fontes históricas 
...	
   estudo	
   dosfatores	
   históricos	
   que	
   poderão	
   influir	
   no	
   processo	
   de	
   formação	
   do	
  
Direito,	
  que	
  se	
  dá	
  pela	
  verificação	
  de	
  documentos	
  e	
  textos	
  an8gos.	
  
...	
   as	
   fontes	
   históricas	
   do	
   Direito	
   indicam	
   a	
   gênese	
   das	
   modernas	
   ins8tuições	
  
jurídicas:	
  a	
  época,	
  local,	
  as	
  razões	
  que	
  determinaram	
  a	
  sua	
  formação.	
  
“...	
   aquele	
   que	
   quisesse	
   realizar	
   o	
   Direito	
   sem	
   a	
   História	
   não	
   seria	
  
jurista,	
   nem	
   sequer	
   utopista,	
   não	
   traria	
   à	
   vida	
   nenhum	
   espírito	
   de	
  
ordenamento	
   social	
   consciente,	
   senão	
   mera	
   desordem	
   e	
  
destruições.”	
  (Sternberg)	
  
2. Fontes materiais 
O	
  Direito	
  não	
  é	
  um	
  produto	
  arbitrário	
  da	
  vontade	
  do	
   legislador,	
  mas	
  uma	
  criação	
  
que	
  se	
   lastreia	
  no	
  querer	
  social.	
  É	
  a	
  sociedade,	
  como	
  centro	
  de	
  relações	
  de	
  vida,	
  como	
  
sede	
   de	
   acontecimentos	
   que	
   envolvem	
   o	
   homem,	
   quem	
   fornece	
   ao	
   legislador	
   os	
  
elementos	
  necessários	
  à	
  formação	
  dos	
  estatutos	
  jurídicos.	
  
Como	
  causa	
  produtora	
  do	
  Direito,	
  as	
   fontes	
  materiais	
   são	
  cons8tuídas	
  pelos	
   fatos	
  
sociais,	
   pelos	
   problemas	
   que	
   emergem	
   na	
   sociedade	
   e	
   que	
   são	
   condicionados	
   pelos	
  
chamados	
  fatores	
  do	
  Direito,	
  como	
  a	
  Moral,	
  a	
  Economia,	
  a	
  Geografia,	
  entre	
  outros.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. Fontes formais 
...	
   o	
   Direito	
   Posi8vo	
   apresenta-­‐se	
   aos	
   seus	
   des8natários	
   por	
   diversas	
   formas	
   de	
  
expressão,	
  notadamente	
  pela	
  lei	
  e	
  costume.	
  
Fontes	
   formais	
   são	
   os	
   meios	
   de	
   expressão	
   do	
   Direito,	
   as	
   formas	
   pelas	
   quais	
   as	
  
normas	
  jurídicas	
  se	
  exteriorizam,	
  tornam-­‐se	
  conhecidas.	
  
Para	
   que	
   um	
   processo	
   jurídico	
   cons8tua	
   fonte	
   formal	
   é	
   necessário	
   que	
   tenha	
   o	
  
poder	
  de	
  criar	
  o	
  Direito.	
  
Em	
  que	
  consiste	
  o	
  ato	
  de	
  criação	
  do	
  Direito?	
  
Criar significa introduzir no ordenamento jurídico novas normas jurídicas. 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Quais	
   são	
   os	
   órgãos	
   que	
   possuem	
   essa	
  
capacidade	
  de	
  criar	
  regras	
  de	
  conduta	
  social?	
  
Vai	
   depender	
   do	
   sistema	
   jurídico	
   adotado	
   e	
   também	
   das	
   diferentes	
   fases	
  
históricas.	
  
Na	
  terminologia	
  adotada	
  pelos	
  autores,	
  há	
  a	
  dis8nção	
  entre	
  as	
  chamadas	
  fontes	
  
direta	
  e	
  indireta.	
  A	
  direta	
  é	
  tratada	
  como	
  formal,	
  enquanto	
  a	
  indireta	
  (informal)	
  não	
  cria	
  
a	
  norma,	
  mas	
  fornece	
  ao	
  jurista	
  subsídios	
  para	
  o	
  encontro	
  desta,	
  como	
  é	
  a	
  situação	
  da	
  
doutrina	
  e	
  da	
  jurisprudência	
  em	
  nosso	
  país.	
  
Para	
   os	
   países	
   que	
   seguem	
   a	
   tradição	
   romano-­‐germânica,	
   como	
   o	
   Brasil,	
   a	
  
principal	
   forma	
   de	
   expressão	
   é	
   o	
   Direito	
   escrito,	
   que	
   se	
  manifesta	
   por	
   leis	
   e	
   códigos,	
  
enquanto	
  o	
  costume	
  figura	
  como	
  fonte	
  complementar.	
  
	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
4. O Direito Romano 
Direito	
   romano	
   é	
   um	
   termo	
   histórico-­‐jurídico	
   que	
   se	
   refere,	
   originalmente,	
   ao	
  
conjunto	
  de	
  regras	
   jurídicas	
  observadas	
  na	
  cidade	
  de	
  Roma	
  e,	
  mais	
   tarde,	
  ao	
  corpo	
  de	
  
direito	
  aplicado	
  ao	
  território	
  do	
  Império	
  Romano	
  e,	
  após	
  a	
  queda	
  do	
  Império	
  Romano	
  do	
  
Ocidente	
  em	
  476	
  d.C.,	
  ao	
  território	
  do	
  Império	
  Romano	
  do	
  Oriente.	
  	
  
Em	
  termos	
  gerais,	
  a	
  história	
  do	
  direito	
  romano	
  abarca	
  mais	
  de	
  mil	
  anos,	
  desde	
  a	
  Lei	
  
das	
   Doze	
   Tábuas	
   (Lex	
   Duodecim	
   Tabularum,	
   449	
   a.C.)	
   até	
   o	
   Corpus	
   Iuris	
   Civilis	
   por	
  
Jus8niano	
  (530	
  d.C.).	
  
A	
   influência	
   do	
   direito	
   romano	
   sobre	
   os	
   direitos	
   nacionais	
   europeus	
   é	
   imensa	
   e	
  
perdura	
  até	
  hoje.	
  Uma	
  das	
  grandes	
  divisões	
  do	
  direito	
  comparado	
  é	
  o	
  sistema	
  romano-­‐
germânico,	
   adotado	
   por	
   diversos	
   Estados	
   con8nentais	
   europeus	
   e	
   baseado	
   no	
   direito	
  
romano.	
  O	
  mesmo	
  acontece	
  com	
  o	
  sistema	
  jurídico	
  em	
  vigor	
  em	
  todos	
  os	
  países	
  la8no-­‐
americanos.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5. Conceito de lei 
5.1	
  Considerações	
  prévias	
  
A	
   lei	
   é	
   a	
   forma	
   moderna	
   de	
   produção	
   do	
   Direito	
   Posi8vo.	
   É	
   ato	
   do	
   Poder	
  
Legisla8vo,	
  que	
  estabelece	
  normas	
  de	
  acordo	
   com	
  os	
   interesses	
   sociais.	
  Não	
   cons8tui,	
  
como	
  outrora,	
  a	
  expressão	
  de	
  uma	
  vontade	
  individual	
  	
  (L’	
  Étac	
  c’	
  est	
  moi),	
  pois	
  traduz	
  as	
  
aspirações	
  cole8vas.	
  Apesar	
  de	
  uma	
  elaboração	
  intelectual	
  que	
  exige	
  técnica	
  específica,	
  
não	
  tem	
  por	
  base	
  os	
  ar8[cios	
  da	
  razão,	
  pois	
  se	
  estrutura	
  na	
  realidade	
  social.	
  A	
  sua	
  fonte	
  
material	
  é	
  representada	
  pelos	
  próprios	
  fatos	
  e	
  valores	
  que	
  a	
  sociedade	
  oferece.	
  
	
  
5.2	
  E8mologia	
  do	
  vocábulo	
  “Lei”	
  
-­‐	
   Legere	
   (ler)	
  →	
   porque	
   os	
   an8gos	
   8nham	
   o	
   costume	
   de	
   se	
   reunir	
   em	
   praça	
  
pública,	
   local	
  em	
  que	
  se	
  afixavam	
  cópias	
  das	
   leis,	
  para	
   leitura	
  e	
  comentário	
  dos	
  novos	
  
atos;	
  
-­‐	
  Ligare	
  (ligar)	
  →	
  por	
  força	
  da	
  bilateralidade	
  da	
  norma	
  jurídica,	
  que	
  vincula,	
  liga,	
  
duas	
  ou	
  mais	
  pessoas,	
  a	
  uma	
  impondo	
  o	
  dever	
  e	
  à	
  outra	
  atribuindo	
  um	
  poder;	
  
-­‐	
  Eligere	
  (escolher)	
  →	
  porque	
  o	
  legislador	
  escolhe,	
  entre	
  as	
  diversas	
  proposições	
  
norma8vas	
  possíveis,	
  uma	
  para	
  ser	
  a	
  lei.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5.3	
  Conceito	
  
Lei	
   é	
   ato	
   escrito,	
   primário,	
   geral,	
   abstrato,	
   emanado	
   do	
   poder	
   competente,	
  
imposto	
  coa8vamente	
  pelo	
  Estado	
  e	
  dotado	
  de	
  sanção.	
  
	
  
5.4	
  Lei	
  em	
  sen8do	
  amplo	
  
...	
   emprega-­‐se	
   o	
   vocábulo	
   lei	
   para	
   indicar	
   o	
   Jus	
   scriptum.	
   É	
   uma	
   referência	
  
genérica	
  que	
  a8nge	
  à	
  lei	
  propriamente	
  dita,	
  à	
  media	
  provisória	
  e	
  ao	
  decreto.	
  
Por	
   esse	
   sen8do	
   a	
   expressão	
   lei	
   poderia	
   ser	
   u8lizada	
   em	
   sen8do	
   abrangente,pois	
  todo	
  e	
  qualquer	
  ato	
  que	
  descrever	
  e	
  regular	
  uma	
  determinada	
  conduta,	
  mesmo	
  que	
  
esse	
  ato	
  não	
  vier	
  do	
  Poder	
  Legisla8vo,	
  seria	
  considerado	
  como	
  lei.	
  É	
  o	
  caso	
  das	
  medidas	
  
provisórias,	
   sendo	
  atribuição	
  do	
  Presidente	
  da	
  República,	
  que,	
  diante	
  de	
  uma	
  situação	
  
de	
  urgência	
  e	
  relevância,	
  edita	
  uma	
  norma,	
  para,	
  somente	
  depois,	
  passar	
  pela	
  avaliação	
  
do	
  Poder	
  Legisla8vo.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5.5	
  Lei	
  em	
  sen8do	
  estrito	
  
Por	
  essa	
  classificação,	
  a	
  expressão	
  “lei”	
  somente	
  poderia	
  ser	
  assim	
  considerada	
  
quando	
   fosse	
   fruto	
   de	
   elaboração	
   do	
   Poder	
   Legisla8vo	
   e	
   contasse	
   com	
   todos	
   os	
  
requisitos	
   necessários.	
   Esses	
   requisitos	
   são	
   formais	
   ou	
   materiais;	
   os	
   primeiros	
   se	
  
relacionam	
  com	
  o	
  processo	
  de	
  elaboração	
  dentro	
  do	
  Poder	
   Legisla8vo;	
   já	
  os	
   segundos	
  
dizem	
  respeito	
  ao	
  conteúdo,	
  por	
  ser	
  uma	
  descrição	
  de	
  uma	
  conduta	
  abstrata,	
  genérica,	
  
impera8va	
  e	
  coerciva.	
  
	
  
5.6	
  Lei	
  em	
  sen8do	
  formal	
  e	
  formal-­‐material	
  
Formal:	
   São	
   aquelas	
   leis	
   que,	
   embora	
   sejam	
   fruto	
   de	
   um	
   correto	
   processo	
   de	
  
elaboração	
   (forma),	
   há	
   falha	
   de	
   conteúdo,	
   por	
   não	
   descrever	
   uma	
   conduta	
   genérica,	
  
abstrata,	
  impera8va	
  e	
  coerci8va.	
  
Formal-­‐material:	
   são	
   aquelas	
   leis	
   que	
   respeitam	
   tanto	
  os	
   requisitos	
   de	
   forma,	
  
como	
  os	
  requisitos	
  de	
  conteúdo.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5.7	
  Lei	
  substan8va	
  e	
  adje8va	
  
Lei	
  substan8va	
  (material):	
  são	
  aquelas	
  que	
  regulam	
  os	
  direitos	
  e	
  obrigações	
  dos	
  
indivíduos,	
   nas	
   relações	
   entre	
   estes	
   e	
   o	
   Estado,	
   e	
   entre	
   os	
   próprios	
   indivíduos.	
  
Normalmente	
  são	
  do	
  conhecimento	
  de	
  todos.	
  	
  
Lei	
   adje8va	
   (formal):	
   aquelas	
   que	
   estabelecem	
   regras	
   rela8vas	
   aos	
  
procedimentos	
  e	
  devem	
  ser	
  de	
  conhecimento	
  mais	
  específico	
  dos	
  advogados	
  e	
  juízes	
  por	
  
se	
  referirem	
  aos	
  processos.	
  
	
  
5.8	
  Lei	
  de	
  ordem	
  pública	
  
Regulam	
  os	
  principais	
  interesses	
  da	
  sociedade;	
  são	
  suas	
  normas	
  fundamentais	
  e	
  
que	
  preservam	
  o	
  interesse	
  e	
  o	
  bem	
  comum	
  de	
  toda	
  a	
  cole8vidade.	
  
Devem	
   ser	
   respeitadas	
   não	
  pela	
   vontade	
   individual	
   de	
   cada	
   pessoa,	
  mas	
   pelo	
  
seu	
  caráter	
  fundamental	
  e	
  obrigatório	
  de	
  suas	
  regras.	
  
Exemplo:	
  leis	
  que	
  dispõem	
  sobre	
  a	
  família,	
  direitos	
  personalíssimos,	
  capacidade	
  
das	
   pessoas,	
   prescrição,	
   nulidade	
   de	
   atos,	
   normas	
   cons8tucionais,	
   administra8vas,	
  
penais,	
  processuais,	
  etc).	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
	
  
	
  
6. Formação da lei 
O	
  processo	
   legisla8vo	
   é	
   estabelecido	
  pela	
   Cons8tuição	
   Federal	
   e	
   se	
   desdobra	
   nas	
  
seguintes	
   etapas:	
   apresentação	
   do	
   projeto,	
   exame	
   das	
   comissões,	
   discussão	
   e	
  
aprovação,	
  revisão,	
  sanção,	
  promulgação	
  e	
  publicação.	
  
	
  
6.1	
  Inicia8va	
  da	
  lei	
  
Art.	
   61.	
   A	
   inicia8va	
   das	
   leis	
   complementares	
   e	
   ordinárias	
   cabe	
   a	
   qualquer	
  
membro	
   ou	
   Comissão	
   da	
   Câmara	
   dos	
  Deputados,	
   do	
   Senado	
   Federal	
   ou	
   do	
   Congresso	
  
Nacional,	
   ao	
   Presidente	
   da	
   República,	
   ao	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   aos	
   Tribunais	
  
Superiores,	
   ao	
   Procurador-­‐Geral	
   da	
   República	
   e	
   aos	
   cidadãos,	
   na	
   forma	
   e	
   nos	
   casos	
  
previstos	
  nesta	
  Cons8tuição.	
  
6.2.	
  Exame	
  pelas	
  comissões	
  técnicas,	
  discussões	
  e	
  aprovação	
  
Uma	
  vez	
  apresentado,	
  o	
  projeto	
  tramita	
  por	
  diversas	
  comissões	
  parlamentares,	
  
às	
   quais	
   se	
   vincula	
   por	
   seu	
   objeto.	
   Passado	
   pelo	
   crivo	
   das	
   comissões	
   competentes,	
  
deverá	
  ir	
  ao	
  plenário	
  para	
  discussão	
  e	
  votação.	
  No	
  regime	
  bicameral,	
  como	
  é	
  o	
  nosso,	
  é	
  
indispensável	
  a	
  aprovação	
  do	
  projeto	
  pelas	
  duas	
  Casas.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
	
  
	
  
6.3	
  Revisão	
  do	
  projeto	
  
O	
   projeto	
   pode	
   ser	
   apresentado	
   na	
   Câmara	
   dos	
   Deputados	
   ou	
   no	
   Senado	
  
Federal.	
  Iniciado	
  na	
  Câmara,	
  o	
  Senado	
  funcionará	
  como	
  Casa	
  revisora	
  e	
  vice-­‐versa,	
  com	
  a	
  
circunstância	
   de	
   que	
   os	
   projetos	
   encaminhados	
   pelo	
   Presidente	
   da	
   República,	
   STF	
   e	
  
Tribunais	
  Superiores	
  serão	
  apreciados	
  primeiramente	
  pela	
  Câmara	
  dos	
  Deputados.	
  	
  
Se	
   a	
   Casa	
   revisora	
   aprová-­‐lo,	
   deverá	
   ser	
   encaminhado	
   à	
   Presidência	
   da	
  
República	
   para	
   sanção,	
   promulgação	
   e	
   publicação;	
   se	
   o	
   rejeitar,	
   será	
   arquivado;	
   se	
  
apresentar	
   emenda,	
   volverá	
   à	
   Casa	
   de	
   origem	
   para	
   nova	
   apreciação.	
   Não	
   admi8da	
   a	
  
emenda,	
  o	
  projeto	
  será	
  arquivado.	
  
	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
	
  
	
  
6.4	
  Sanção	
  
Consiste	
  na	
  aquiescência,	
  na	
  concordância	
  do	
  Chefe	
  do	
  Execu8vo	
  com	
  o	
  projeto	
  
aprovado	
  pelo	
  Legisla8vo.	
  É	
  ato	
  da	
  alçada	
  exclusiva	
  do	
  Poder	
  Execu8vo.	
  Na	
  esfera	
  federal,	
  
o	
  Presidente	
  tem	
  o	
  prazo	
  de	
  15	
  dias	
  para	
  sancionar	
  ou	
  vetar	
  o	
  projeto.	
  	
  
A	
  sanção	
  pode	
  ser	
  tácita	
  (o	
  Presidente	
  não	
  se	
  manifesta	
  no	
  prazo)	
  ou	
  expressa	
  
(quando	
  o	
  Presidente	
  declara	
  a	
  concordância	
  com	
  o	
  projeto	
  no	
  prazo).	
  
Na	
  hipótese	
  de	
  veto,	
  o	
  Congresso	
  Nacional	
  (Câmara	
  e	
  Senado)	
  disporá	
  de	
  30	
  dias	
  
para	
   sua	
   apreciação.	
   Para	
   que	
   o	
   veto	
   seja	
   rejeitado	
   é	
   necessário	
   o	
   voto	
   da	
   maioria	
  
absoluta	
   dos	
   deputados	
   e	
   senadores,	
   em	
   escru{nio	
   secreto.	
   Vencido	
   o	
   prazo,	
   sem	
  
deliberação,	
   o	
   projeto	
   entrará	
   na	
   ordem	
   do	
   dia	
   da	
   sessão	
   seguinte	
   e	
   em	
   regime	
  
prioritário.	
  
	
  
6.5	
  Promulgação	
  
É	
   quando	
   a	
   lei	
   passa	
   a	
   exis8r.	
   Ordinariamente	
   é	
   ato	
   do	
   Chefe	
   do	
   Execu8vo.	
  
Consiste	
  na	
  declaração	
   formal	
  da	
  existência	
  da	
   lei.	
  Rejeitado	
  o	
  vetopresidencial,	
   será	
  o	
  
projeto	
   encaminhado	
   à	
   presidência,	
   para	
   efeito	
   de	
   promulgação	
   no	
   prazo	
   de	
   48	
   horas.	
  
Esta	
   não	
   ocorrendo,	
   compe8rá	
   ao	
   presidente	
   do	
   Senado	
   Federal,	
   que	
   disporá	
   de	
   igual	
  
prazo.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
6.6	
  Publicação	
  
A	
  publicação	
  é	
   indispensável	
  para	
  que	
  a	
   lei	
  entre	
  em	
  vigor	
  e	
  deverá	
   ser	
   feita	
  
por	
   órgão	
   oficial.	
   O	
   início	
   de	
   vigência	
   pode	
   dar-­‐se	
   com	
   a	
   publicação	
   ou	
   decorrida	
   a	
  
vaca8o	
  legis,	
  que	
  é	
  o	
  tempo	
  que	
  medeia	
  entre	
  a	
  publicação	
  e	
  o	
  início	
  da	
  vigência.	
  
7. Obrigatoriedade da lei 
A	
  conseqüência	
  natural	
  da	
  vigência	
  da	
   lei	
  é	
  a	
  sua	
  obrigatoriedade,	
  que	
  dimana	
  do	
  
caráter	
  impera8vo	
  do	
  Direito.	
  
LINDB,	
  Art.	
  3o	
  	
  -­‐	
  Ninguém	
  se	
  escusa	
  de	
  cumprir	
  a	
  lei,	
  alegando	
  que	
  não	
  a	
  conhece.	
  
Por	
  que	
  a	
  lei	
  obriga?	
  
Teoria	
  da	
  autoridade	
  →	
  a	
  obrigatoriedade	
  da	
  lei	
  é	
  uma	
  simples	
  decorrência	
  da	
  força.	
  
Teorias	
  da	
  valoração	
  →	
  subordinam	
  a	
  obrigatoriedade	
  da	
  lei	
  ao	
  seu	
  conteúdo	
  é8co.	
  
Teorias	
   contratualistas	
  →	
  a	
   norma	
   jurídica	
   é	
   obrigatória	
   se	
   e	
   enquanto	
  os	
   que	
  devem	
  
obedecê-­‐la	
  concorrerem	
  para	
  a	
  sua	
  formação.	
  
Teoria	
  posi8vista	
  →	
  é	
  expressão	
  da	
  vontade	
  de	
  uma	
  autoridade	
  suprema.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
8. Aplicação da lei 
Diagnose	
   do	
   fato	
   →	
   o	
   aplicador	
   considera	
   a	
   narra8va	
   apresentada	
   pelas	
   partes	
  
interessadas,	
  examina	
  cuidadosamente	
  as	
  provas	
  e	
  firma	
  o	
  diagnós8co	
  quanto	
  à	
  matéria	
  
de	
  fato.	
  
Diagnose	
  do	
  Direito	
  →	
  é	
  a	
  constatação	
  da	
  existência	
  de	
  lei	
  aplicável	
  aos	
  fatos.	
  
Crí8ca	
   formal	
   →	
   o	
   aplicador	
   verifica	
   se	
   a	
   lei	
   se	
   reveste	
   de	
   todos	
   os	
   requisitos	
   de	
  
caráter	
  formal	
  (regularidade	
  do	
  processo	
  de	
  formação).	
  
Crí8ca	
  substancial	
  →	
  verificação	
  dos	
  elementos	
  intrínsecos	
   	
  de	
  validade	
  e	
  efe8vidade	
  
da	
  lei	
  (competência	
  do	
  poder	
  legiferante,	
  cons8tucionalidade).	
  
Interpretação	
  da	
  lei	
  →	
  conhecer	
  o	
  espírito	
  das	
  leis.	
  Verificação	
  do	
  sen8do	
  e	
  o	
  alcance	
  
das	
  normas	
  jurídicas.	
  
Aplicação	
  da	
  lei	
  →	
  é	
  um	
  silogismo.	
  A	
  aplicação	
  do	
  Direito	
  é	
  uma	
  operação	
  lógica,	
  mas	
  
não	
   exclusivamente	
   lógica,	
   pois	
   importante	
   é	
   a	
   contribuição	
   do	
   juiz,	
   com	
   as	
   suas	
  
es8ma8vas	
  pessoais.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1. Aspectos gerais 
Em	
  tempos	
  mais	
  an8gos,	
  os	
  costumes,	
  ou	
  seja,	
  as	
  prá8cas	
  sociais	
  mais	
  freqüentes,	
  
influenciavam	
  de	
  maneira	
  concreta	
  o	
  Direito,	
  sendo,	
  inclusive,	
  sua	
  maior	
  fonte.	
  	
  
Entretanto	
   com	
   o	
   passar	
   dos	
   tempos,	
   principalmente	
   a	
   par8r	
   do	
   século	
   XIX,	
   o	
  
Direito	
   iniciou-­‐se	
  por	
  um	
  processo	
  de	
   intensa	
  codificação,	
  no	
  qual	
  as	
   leis	
  deixaram	
  ser	
  
8das	
  apenas	
  nos	
  usos	
  e	
  costumes	
  sociais,	
  para	
  serem	
  escritas	
  e	
  organizadas	
  em	
  Códigos.	
  
	
  
2. Conceito 
O	
  costume,	
  diferentemente	
  do	
  Direito,	
  é	
  criação	
  espontânea	
  da	
  sociedade,	
  sendo	
  o	
  
resultado	
   dos	
   acontecimentos	
   sociais.	
   Vale	
   dizer	
   que	
   os	
   costumes	
   baseiam-­‐se	
   nos	
  
valores	
  morais	
  da	
  sociedade,	
  rela8vos	
  ao	
  bom	
  senso	
  e	
  ao	
  ideal	
  de	
  Jus8ça.	
  
Cumpre	
   salientar	
   que	
   o	
   costume	
   surge	
   diante	
   da	
   prá8ca	
   reiterada	
   de	
   uma	
  
determinada	
   conduta,	
   ou	
   seja,	
   em	
   casos	
   semelhantes,	
   as	
   pessoas	
   sempre	
   vão	
   agir	
   de	
  
uma	
   determinada	
   forma,	
   e	
   é	
   na	
   ocorrência	
   de	
   muitas	
   situações	
   parecidas	
   é	
   que	
   os	
  
costumes	
  se	
  tornam	
  válidos.	
  
2. DIREITO COSTUMEIRO 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
...	
   conjunto	
   de	
   normas	
   de	
   conduta	
   social,	
   criadas	
   espontaneamente	
   pelo	
   povo,	
  
através	
   do	
   uso	
   reiterado,	
   uniforme	
   e	
   que	
   gera	
   a	
   certeza	
   de	
   obrigatoriedade,	
  
reconhecidas	
  e	
  impostas	
  pelo	
  Estado.	
  
A	
  Ordem	
  Jurídica	
  brasileira	
  prevê	
  a	
  observância	
  dos	
  costumes	
  no	
  caso	
  de	
  omissão	
  
legal,	
  que	
  está	
  descrito	
  no	
  art.	
  4º	
  da	
  Lei	
  de	
  Introdução	
  as	
  Normas	
  de	
  Direito	
  Brasileiro.	
  
	
  
Art.	
  4°	
  -­‐	
  Quando	
  a	
  lei	
  for	
  omissa,	
  o	
  juiz	
  decidirá	
  o	
  caso	
  de	
  acordo	
  com	
  a	
  analogia,	
  os	
  
costumes	
  e	
  os	
  princípios	
  gerais	
  de	
  direito.	
  
CC,	
  Art.	
  1.297,	
  §	
  1o	
  Os	
  intervalos,	
  muros,	
  cercas	
  e	
  os	
  tapumes	
  divisórios,	
  tais	
  como	
  sebes	
  
vivas,	
  cercas	
  de	
  arame	
  ou	
  de	
  madeira,	
  valas	
  ou	
  banquetas,	
  presumem-­‐se,	
  até	
  prova	
  em	
  
contrário,	
   pertencer	
   a	
   ambos	
   os	
   proprietários	
   confinantes,	
   sendo	
   estes	
   obrigados,	
   de	
  
conformidade	
   com	
   os	
   costumes	
   da	
   localidade,	
   a	
   concorrer,	
   em	
   partes	
   iguais,	
   para	
   as	
  
despesas	
  de	
  sua	
  construção	
  e	
  conservação.	
  
CC,	
   Art.	
   599.	
   Não	
   havendo	
   prazo	
   es8pulado,	
   nem	
   se	
   podendo	
   inferir	
   da	
   natureza	
   do	
  
contrato,	
  ou	
  do	
  costume	
  do	
  lugar,	
  qualquer	
  das	
  partes,	
  a	
  seu	
  arbítrio,	
  mediante	
  prévio	
  
aviso,	
  pode	
  resolver	
  o	
  contrato.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. Paralelo entre o costume e a lei 
REFERÊNCIAS	
   LEI	
  	
   COSTUME	
  
Autor	
   Poder	
  Legisla8vo	
   Povo	
  
Forma	
   Escrita	
   Oral	
  
Obrigatoriedade	
   Início	
  a	
  vigência	
   A	
  par8r	
  da	
  efe8vidade	
  
Criação	
   Reflexiva	
   Espontânea	
  
Posi8vidade	
   Validade	
  que	
  aspira	
  à	
  
efe8vidade	
  
Efe8vidade	
  que	
  aspira	
  à	
  
validade	
  
Condições	
  de	
  validade	
   Cumprimento	
  de	
  formas	
  e	
  
respeito	
  à	
  hierarquia	
  das	
  
fontes	
  
Ser	
  admi8do	
  como	
  fonte	
  e	
  
respeito	
  à	
  hierarquia	
  das	
  
fontes	
  
Quanto	
  à	
  legi8midade	
   Quando	
  traduz	
  os	
  costumes	
  
e	
  valores	
  sociais	
  
Presumida	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
4. Espécies de costumes 
Costume	
   Secundum	
   Legem	
   (segundo	
   a	
   lei):	
   os	
   costumescon8dos	
   nessa	
  
classificação	
   seriam	
   aqueles	
   que	
   retratam	
   prá8ca	
   idên8ca	
   ao	
   comportamento	
   exigido	
  
pela	
  lei.	
  Seria	
  o	
  costume	
  correspondente	
  à	
  vontade	
  da	
  lei.	
  
Costume	
  Praeter	
   Legem	
   (além	
   da	
   lei):	
   segundo	
   essa	
   classificação,	
   os	
   costumes	
  
seriam	
  u8lizados	
   no	
   caso	
  de	
   lacunas	
   na	
   lei,	
   ou	
   seja,	
   diante	
   da	
   inexistência	
   de	
  uma	
   lei	
  
específica	
   para	
   regular	
   determinada	
   situação,	
   poderão	
   ser	
   observados	
   os	
   costumes	
  
correntes	
  na	
  região.	
  	
  
Costume	
  Contra	
   Legem	
   (contra	
   e	
   lei):	
   é	
   o	
   costume	
  que	
   contraria	
   a	
   lei,	
   e	
   nessa	
  
classificação	
   faz	
   surgir	
   um	
   grande	
   problema	
   sobre	
   a	
   validade	
   e	
   importância	
   dos	
  
costumes.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
5. Valor dos costumes 
Código	
  de	
  Processo	
  Civil	
  
Art.	
   126.	
   O	
   juiz	
   não	
   se	
   exime	
   de	
   sentenciar	
   ou	
   despachar	
   alegando	
   lacuna	
   ou	
  
obscuridade	
   da	
   lei.	
   No	
   julgamento	
   da	
   lide	
   caber-­‐lhe-­‐á	
   aplicar	
   as	
   normas	
   legais;	
   não	
   as	
  
havendo,	
  recorrerá	
  à	
  analogia,	
  aos	
  costumes	
  e	
  aos	
  princípios	
  gerais	
  de	
  direito.	
  
Código	
  Comercial	
  
Art.	
  673	
  -­‐	
  Suscitando-­‐se	
  dúvida	
  sobre	
  (...)	
  
3	
   -­‐	
   o	
   costume	
   geral,	
   observado	
   em	
   casos	
   idên8cos	
   na	
   praça	
   onde	
   se	
   celebrou	
   o	
  
contrato,	
   prevalecerá	
   a	
   qualquer	
   significação	
   diversa	
   que	
   as	
   palavras	
   possam	
   ter	
   em	
   uso	
  
vulgar;	
  
Consolidação	
  das	
  Leis	
  do	
  Trabalho	
  
Art.	
   8º	
   -­‐	
   As	
   autoridades	
   administra8vas	
   e	
   a	
   Jus8ça	
   do	
   Trabalho,	
   na	
   falta	
   de	
  
disposições	
   legais	
   ou	
   contratuais,	
   decidirão,	
   conforme	
   o	
   caso,	
   pela	
   jurisprudência,	
   por	
  
analogia,	
   por	
   eqüidade	
   e	
   outros	
   princípios	
   e	
   normas	
   gerais	
   de	
   direito,	
   principalmente	
   do	
  
direito	
  do	
  trabalho,	
  e,	
  ainda,	
  de	
  acordo	
  com	
  os	
  usos	
  e	
  costumes,	
  o	
  direito	
  comparado,	
  mas	
  
sempre	
  de	
  maneira	
  que	
  nenhum	
  interesse	
  de	
  classe	
  ou	
  par8cular	
  prevaleça	
  sobre	
  o	
  interesse	
  
público.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Direito	
  Internacional	
  
Em	
  face	
  da	
  peculiaridade	
  desse	
  ramo	
  do	
  Direito,	
  que	
  não	
  é	
  comandado	
  por	
  um	
  
poder	
  centralizador,	
  o	
  costume	
  cons8tui	
  a	
  sua	
  fonte	
  universal.	
  
Código	
  Penal	
  
Art.	
   1º	
   -­‐	
  Não	
   há	
   crime	
   sem	
   lei	
   anterior	
   que	
   o	
   defina.	
  Não	
   há	
   pena	
   sem	
  prévia	
  
cominação	
  legal.	
  
Código	
  Civil	
  
Art.	
  569.	
  O	
  locatário	
  é	
  obrigado:	
  
(...)	
  
II	
  -­‐	
  a	
  pagar	
  pontualmente	
  o	
  aluguel	
  nos	
  prazos	
  ajustados,	
  e,	
  em	
  falta	
  de	
  ajuste,	
  
segundo	
  o	
  costume	
  do	
  lugar;	
  
	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
6. Prova dos costumes 
O	
  princípio	
   iura	
   novit	
   curia	
   (os	
   juízes	
   conhecem	
  o	
  Direito),	
   pelo	
   qual	
   as	
   partes	
  
não	
   precisam	
   provar	
   a	
   existência	
   do	
   Direito	
   invocado,	
   não	
   tem	
   aplicação	
   quanto	
   as	
  
costumes,	
  em	
  face	
  do	
  que	
  dispõe	
  o	
  art.	
  337	
  do	
  Código	
  de	
  Processo	
  Civil:	
  
Art.	
   337.	
   A	
   parte,	
   que	
   alegar	
   direito	
   municipal,	
   estadual,	
   estrangeiro	
   ou	
  
consuetudinário,	
  provar-­‐lhe-­‐á	
  o	
  teor	
  e	
  a	
  vigência,	
  se	
  assim	
  o	
  determinar	
  o	
  juiz.	
  
Os	
   costumes	
   podem	
   ser	
   provados	
   pelos	
   mais	
   diversos	
   modos:	
   documentos,	
  
testemunhas,	
  vistorias	
  etc.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1. Conceito 
O	
   Poder	
   Judiciário	
   tem	
   como	
   função	
   principal,	
   a	
   aplicação	
   do	
   Direito,	
   julgando,	
  
diante	
  de	
  uma	
  determinada	
  situação,	
  qual	
  lei	
  será	
  aplicada	
  e	
  de	
  que	
  forma	
  ela	
  irá	
  influir	
  
no	
  caso	
  concreto.	
  Assim,	
  as	
  decisões	
  judiciais	
  influenciam	
  o	
  Direito.	
  
A	
   jurisprudência,	
   então,	
   pode	
   ser	
   conceituada	
   como	
   as	
   decisões	
   uniformes	
   e	
  
reiteradas	
   dos	
   tribunais,	
   ou	
   seja,	
   os	
   tribunais	
   (instâncias	
   superiores)	
   entendem	
   que	
  
situações	
  semelhantes	
  devem	
  ser	
  decididas	
  da	
  mesma	
  maneira,	
  tendo	
  em	
  vista	
  que	
  um	
  
grande	
  número	
  de	
  situações	
  semelhantes	
  já	
  forma	
  solucionadas	
  da	
  mesma	
  forma.	
  	
  
3. JURISPRUDÊNCIA 
 
 
 
Sentido amplo 
 
 
Sentido estrito 
Consiste	
   apenas	
   no	
   conjunto	
   de	
   decisões	
   uniformes,	
  
prolatadas	
   pelos	
   órgãos	
   do	
   Poder	
   Judiciário,	
   sobre	
  
determinada	
  questão	
  jurídica.	
  
É	
  a	
  coletânea	
  de	
  decisões	
  proferidas	
  pelos	
  tribunais	
  sobre	
  
determinada	
  matéria	
  jurídica.	
  Comporta	
  a	
  jurisprudência	
  
uniforme	
  e	
  a	
  jurisprudência	
  divergente.	
  
3. JURISPRUDÊNCIA 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
2. Espécies 
Jurisprudência	
   Secundum	
   Legem	
   (segundo	
   a	
   lei):	
   limita-­‐se	
   a	
   interpretar	
  
determinadas	
  regras	
  definidas	
  na	
  ordem	
  jurídica.	
  
	
  
	
  
Jurisprudência	
  Praeter	
   Legem	
   (além	
   da	
   lei):	
   é	
   a	
   que	
   se	
   desenvolve	
   na	
   falta	
   de	
  
regras	
  específicas,	
  quando	
  as	
  leis	
  são	
  omissas.	
  
	
  
	
  
	
  
Jurisprudência	
   Contra	
   Legem	
   (contra	
   e	
   lei):	
   se	
   forma	
   ao	
   arrepio	
   da	
   lei,	
   contra	
  
disposições	
  desta.	
  É	
  prá8ca	
  não	
  admi8da	
  no	
  plano	
  teórico,	
  contudo,	
  é	
  aplicada	
  e	
  surge	
  
quase	
  sempre	
  em	
  face	
  de	
  leis	
  anacrônicas	
  ou	
  injustas.	
  
SUM-­‐80	
  INSALUBRIDADE	
  
A	
  eliminação	
  da	
  insalubridade	
  mediante	
  fornecimento	
  de	
  aparelhos	
  protetores	
  aprovados	
  
pelo	
  órgão	
  competente	
  do	
  Poder	
  Execu^vo	
  exclui	
  a	
  percepção	
  do	
  respec^vo	
  adicional.	
  	
  
SUM-­‐32	
  ABANDONO	
  DE	
  EMPREGO	
  
Presume-­‐se	
  o	
  abandono	
  de	
  emprego	
  se	
  o	
  trabalhador	
  não	
  retornar	
  ao	
  serviço	
  no	
  prazo	
  de	
  
30	
  (trinta)	
  dias	
  após	
  a	
  cessação	
  do	
  benefcio	
  previdenciário	
  nem	
  jus^ficar	
  o	
  mo^vo	
  de	
  não	
  
o	
  fazer.	
  	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
2. O grau de liberdade dos juízes 
→	
  princípio	
  da	
  razoabilidade	
  e	
  proporcionalidade;	
  
→	
  princípio	
  do	
  livre	
  convencimento	
  do	
  juiz;	
  
A	
  jurisprudência	
  cria	
  Direito?	
  
A	
  jurisprudênciavincula	
  os	
  tribunais?	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1. Conceito 
A	
  doutrina	
  também	
  pode	
  ser	
  chamada	
  de	
  Direito	
  Cien{fico,	
  e	
  consiste	
  nos	
  estudos	
  
desenvolvidos	
  pelos	
   vários	
   juristas,	
   que	
  obje8vam	
  entender	
   e	
   explicar	
   todos	
  os	
   temas	
  
rela8vos	
  ao	
  Direito.	
  
Buscam	
   explicação	
   e	
   a	
   correta	
   interpretação	
   dos	
   vários	
   ins8tutos	
   e	
   normas,	
   de	
  
forma	
  a	
  se	
  obter	
  uma	
  real	
  compreensão	
  de	
  todo	
  o	
  mundo	
  jurídico,	
  servindo	
  de	
  auxílio	
  e	
  
subsídio	
  para	
  os	
  que	
  se	
  aventuram	
  nessa	
  área	
  do	
  conhecimento	
  humano.	
  
Para	
  que	
  se	
  possa	
  desenvolver	
  esse	
  estudo,	
  o	
  jurista	
  deve	
  ter	
  uma	
  índole	
  livre,	
  ou	
  
seja,	
   deve	
   possuir	
   um	
   pensamento	
   não	
   comprome8do	
   com	
   os	
   preconceitos	
   e	
  
pressupostos,	
  para	
  que,	
  assim,	
  possam	
  surgir	
  concepções	
  inéditas.	
  
O	
  jurista	
  deverá,	
  também,	
  contar	
  com	
  vasto	
  conhecimento	
  a	
  cerca	
  do	
  Direito,	
  pois	
  
somente	
   aquele	
   que	
   conhece	
   é	
   capaz	
   de	
   estabelecer	
   conceitos	
   e	
   crí8cas,	
   tendo	
   em	
  
mente	
  a	
  sua	
  responsabilidade	
  na	
  produção	
  de	
  um	
  trabalho	
  sério	
  e	
  que	
  contribuirá	
  para	
  o	
  
mundo	
  jurídico.	
  
4. DOUTRINA 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
2. Funções 
A	
  doutrina	
  jurídica	
  possui	
  como	
  funções	
  no	
  mundo	
  jurídico:	
  
→	
  o	
  estudo	
  aprofundado	
  das	
  principais	
  normas	
  e	
  princípios	
  do	
  Direito;	
  
→	
   atualização	
   dos	
   conceitos	
   e	
   ins8tutos	
   para	
   estar	
   sempre	
   em	
   contato	
   com	
   a	
  
dinâmica	
  realidade,	
  que	
  muda	
  a	
  todo	
  o	
  tempo.	
  	
  
→	
  a	
  sistema8zação	
  e	
  organização	
  de	
  todo	
  o	
  conteúdo	
  do	
  Direito,	
  agrupando-­‐o	
  em	
  
de	
   forma	
  coerente	
  e	
   lógica,	
  pois	
   será	
  através	
  da	
  divisão	
  dos	
  vários	
   ramos	
  e	
  espécies	
  de	
  
normas,	
  é	
  que	
  será	
  possível	
  total	
  compreensão	
  da	
  Ordem	
  Jurídica.	
  
→	
  estabelecer	
  crí8cas	
  ao	
  objeto	
  de	
  estudo,	
  devido	
  ao	
  senso	
  jurídico	
  e	
  crí8co	
  que	
  
deve	
   possuir	
   o	
   jurista;	
   de	
   forma	
   que	
   mediante	
   debates	
   se	
   chegue	
   a	
   uma	
   correta	
  
proposição.	
  
→	
  verificar	
  maneiras	
  para	
  aperfeiçoar	
  o	
  Direito,	
  de	
  que	
  forma	
  que	
  vez	
  cada	
  mais	
  
esteja	
  voltado	
  para	
  os	
  seu	
  fim	
  maior:	
  a	
  Jus8ça;	
  
Dessa	
   forma,	
   percebe-­‐se	
   que	
   a	
   doutrina	
   jurídica	
   possui	
   uma	
  
importância	
   fundamental	
   para	
   o	
  Direito,	
   influenciando	
  de	
  maneira	
  
indireta	
   na	
   elaboração	
   das	
   leis	
   e	
   nos	
   julgamentos,	
   pois	
   fornece	
  
pontos	
   de	
   apoio	
   tanto	
   ao	
   legislador	
   e	
   ao	
   juiz,	
   em	
   suas	
   a8vidades	
  
intelectuais.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. Argumento de autoridade 
Ao	
  defender	
  uma	
  causa	
  em	
  juízo,	
  o	
  advogado	
  deve	
  atuar	
  de	
  forma	
  a	
  convencer	
  o	
  juiz	
  
de	
   seus	
   argumentos	
   e,	
   para	
   isso,	
   deve	
   fazer	
   uma	
   disposição	
   lógicas	
   dos	
   fatos	
   e	
  
fundamentos	
  de	
  seu	
  pedido.	
  
Para	
  auxiliar	
  o	
   advogado	
  nessa	
  árdua	
  missão	
  de	
   convencer,	
   poderá	
   ser	
  u8lizado	
  o	
  
argumento	
   de	
   autoridade,	
   que	
   consiste	
   na	
   citação	
   das	
   opiniões	
   e	
   estudos	
   de	
   juristas	
  
conceituados,	
  para	
  servir	
  de	
  subsídio	
  ao	
  juiz,	
  demonstrando	
  que	
  os	
  argumentos	
  u8lizados	
  
pelo	
   advogado	
   são	
   coerentes	
   e	
   lógicos,	
   haja	
   vista	
   não	
   está	
   sozinho	
   em	
   determinado	
  
entendimento.	
  A	
  u8lização	
  do	
  argumento	
  de	
   autoridade	
  poderá	
   auxiliar	
   o	
   juiz	
   a	
   decidir	
  
com	
  maior	
  segurança.	
  
	
  
4. Modelos 
A	
  doutrina	
  poderá	
   se	
  manifestar,	
   basicamente,	
  por	
  dois	
   grandes	
  modelos:	
  modelo	
  
alemão	
  e	
  modelo	
  francês.	
  
O	
   modelo	
   alemão	
   consiste	
   na	
   doutrina	
   feita	
   mediante	
   comentários,	
   ou	
   seja,	
   a	
  
medida	
   que	
   se	
   faz	
   o	
   estudo	
   de	
   determinada	
   lei	
   ou	
   código,	
   são	
   feitos	
   comentários,	
  
normalmente	
   sendo	
  ar8go	
  por	
   ar8go,	
   sendo	
   indicado	
  o	
   significado	
  daquele	
  preceito,	
   as	
  
caracterís8cas	
  e	
  a	
  posição	
  da	
  jurisprudência	
  a	
  respeito	
  do	
  tema	
  abordado.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
Já	
  o	
  modelo	
   francês	
  não	
   faz	
  esse	
  estudo	
   isolado,	
  mas,	
  a	
  doutrina	
  é	
  organizada	
  na	
  
forma	
   de	
   uma	
   abordagem	
   sistêmica	
   e	
   conceitual	
   de	
   toda	
   a	
   estrutura	
   jurídica,	
  
estabelecendo	
  os	
  princípios	
  e	
  pressupostos	
  per8nentes	
  ao	
  tema.	
  
Há	
   uma	
   exposição	
   lógica	
   e	
   coerente	
   do	
   tema,	
   iniciando-­‐se	
   com	
   introdução,	
   que	
  
serve	
  de	
  preparação	
  ao	
  aprofundamento	
  do	
  tema,	
  desenvolvimento,	
  momento	
  em	
  que	
  o	
  
estudo	
  apresenta	
  as	
  par8cularidades	
  do	
  assunto	
  abordado,	
  e	
  a	
  conclusão,	
  com	
  a	
  opinião	
  
do	
  jurista	
  a	
  respeito	
  do	
  tema.	
  
Introdução ao 
Estudo do Direito 
1. Conceito 
É	
  um	
  recurso	
  técnico	
  que	
  consiste	
  em	
  se	
  aplicar	
  a	
  uma	
  hipótese	
  não	
  prevista	
  pelo	
  
legislador,	
   a	
   solução	
  por	
   ele	
   apresentada	
  para	
  uma	
  outra	
  hipótese	
   fundamentalmente	
  
semelhante	
  à	
  não	
  prevista.	
  
	
  
EXEMPLO:	
  
CLT,	
  Art.	
  72	
  -­‐	
  Nos	
  serviços	
  permanentes	
  de	
  mecanografia	
  (da8lografia,	
  escrituração	
  
ou	
   cálculo),	
   a	
   cada	
   período	
   de	
   90	
   (noventa)	
   minutos	
   de	
   trabalho	
   consecu8vo	
  
corresponderá	
   um	
   repouso	
   de	
   10	
   (dez)	
  minutos	
   não	
   deduzidos	
   da	
   duração	
   normal	
   de	
  
trabalho.	
  
	
  
SUM-­‐346	
  	
   	
   	
  DIGITADOR.	
  INTERVALOS	
  INTRAJORNADA.	
  APLICAÇÃO	
  ANALÓGICA	
  DO	
  
ART.	
  72	
  DA	
  CLT	
  	
  
Os	
   digitadores,	
   por	
   aplicação	
   analógica	
   do	
   art.	
   72	
   da	
   CLT,	
   equiparam-­‐se	
   aos	
  
trabalhadores	
   nos	
   serviços	
   de	
  mecanografia	
   (da^lografia,	
   escrituração	
  ou	
   cálculo),	
   razão	
  
pela	
  qual	
  têm	
  direito	
  a	
  intervalos	
  de	
  descanso	
  de	
  10	
  (dez)	
  minutos	
  a	
  cada	
  90	
  (noventa)	
  de	
  
trabalho	
  consecu^vo.	
  
4. ANALOGIA 
Introdução ao 
Estudo do Direito 
3. JURISPRUDÊNCIA 
 
 
 
Analogia legal (legis) 
 
 
Analogia jurídica (juris) 
Ela	
   se	
   fundamenta	
   em	
   um	
   conjunto

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