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Aula 5 - Cenografia


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A n á l i s e 
F í l m i c a 
 
Carlos Reyna 
carlos.reyna@ufjf.edu.br 
creynna@gmail.com 
A cenografia 
–Este termo abrange a colocação: 
• Atores e Câmera 
–Em função das situações atuais, 5 tipos 
de cenografia: 
• A vitrine 
• A galeria 
• O tribunal 
• O circo 
• O parque 
A vitrine 
• O espetáculo é organizado em profundidade 
• No sentido o eixo da objetiva. 
• É em parte modelo do: 
– Teatro à italiana 
– Pintura do interior 
– Music hall 
A vitrine 
A vitrine 
A vitrine 
A vitrine 
• A câmera como um curioso para avançar ou 
recuar  eixo 
– Via zoom ou travelling 
– Ou ponto de montagem 
• Neste último, o ângulo de visão permanece 
+ ou – o mesmo. 
• O que varia é a distância: 
– Quer por deslocamento 
– Quer por distância focal 
• Nesse caso estamos falando de raccord de 
eixo 
A vitrine 
O raccord de eixo A.I., 
Henry (Sam Robards) 
vai apertar as mãos 
de um dos técnicos de 
informática que lhe 
criaram um “filho”. 
Aqui o raccord no eixo 
confirma de algum 
modo a aproximação 
entre dois homens, 
trata-se de um 
deslocamento físico e 
não de um zoom. 
A galeria 
• O deslocamento acontece lateralmente. 
• Principal expressão para esta cenografia é 
travelling lateral. 
• Passa de um aposento a outro sem deixar 
entrever a parede furada o corrediça  
– Autoriza a câmera transpô-la. 
• Aparência de um oficial passando lista a 
suas tropas ou um turista passeando pelo 
ônibus 
A galeria 
A galeria. Laura (Otto Preminger, 1944) Waldo persegue Laura. 
O travelling lateral é justificada pela parede falsa e transpõe a 
porta proibida. 
A galeria 
• Trucagens numéricas (digitais) facilitam 
seu uso. 
• Transposição do mundo calculada e 
incrustada. 
• Mas, nem sempre é lateral 
• Pode ser vertical 
• “Cenografia de elevador” 
• Visitar os andares de uma casa 
A galeria 
A galeria vertical. 
Highlander, Russell 
Mulcahy (1986) O 
espírito da cenografia 
de elevador, não 
literalmente. 
No fim do 1 duelo, a 
câmera se eleva em 
um travelling vertical, 
atravessa o teto 
(fundo 
preto/incrustação) e 
desemboca na luz em 
outro espaço-tempo. 
A escócia da idade 
Média. (4’) 
O tribunal 
• A câmara assume sucessivamente os 
lugares do: 
– Acusado 
– Júri 
– Juiz 
• Época de ouro de Hollywood. 
• Mostra que “todo mundo tem suas 
razões” 
– O espectador-juiz decide 
– Campo-contracampo 
O tribunal 
O tribunal. Taxi Driver. 
A) Travis (Robert de Niro) olha para Betsy (Cybill Shepherd) 
querendo estar ligado a ela. B) o olhar de Betsy não 
compartilha de seu entusiasmo e se exclui da tela. Qual é o 
ponto de vista do juiz? 
O espectador prevenido 
O beijo de despedida, 
1957, Staley Donen. Gary 
Grant (Comandante 
Crewson) e Susy Parker 
(Gwinneth). Um campo 
contra-campo, em que a 
câmera não procura nem 
abraçar o ponto de vista 
do protagonista olhando 
nem excluí-lo do quadro. É 
com razão: eles são feitos 
um para outro, e 
literalmente inseparáveis, 
embora se conheçam há 
alguns minutos. 
O circo 
• O sujeito, encontrando-se no centro de 
uma pista circular  giro completo. 
– Literal e 
– Figurado (giro em torno de uma questão). 
• Ideal para mostrar todas as facetas de 
uma situação. 
– Travelling circular. Cidade de Deus 
• Pontos de vista dirigidos + ou – ao centro 
O parque 
• A camêra, independente do espaco 
onde o espetáculo acontece  trajetos 
livres. 
• Espetáculo girando rapidamente. 
• Wandering camera (câmera errante). 
• A maior parte em travelling para frente. 
• O espectador explorando um parque 
de diversões. 
O parque 
• Em torno de um indivíduo em todos os 
planos  figura chave das imagens de 
síntese. 
• Todos os pontos de vista são possíveis 
• Cineastas pós-modernos relativistas. 
• Todos os pontos de vista (Vídeo): 
– Espacial 
– Moral 
– Ideológico 
• Tem seu valor 
Suspense 
• Particular do gênero do filme . 
• Podemos ficar em suspense quando: 
– James Bond sucumbe aos golpe do assassino. 
– Sedução de um gesto erótico em O Piano (1993). 
• Baseiam-se na distribuição do saber e seu 
bloqueio afetivo. 
• A distribuição do saber é determinada pelo 
filme: 
– Qdo as informações aos poucos ou todas ao 
mesmo tempo  o investimento afetivo fica a 
cargo do espectador 
Suspense 
• Qto. ele mais investe, maior o benefício que 
ele colhe: 
– Arrebatador, agitado 
– Grande será a eventual decepção 
• Em alguns casos qdo ficar desapontado será 
um investidor temeroso. 
• O suspense supõe muito saber e investimento 
para funcionar. O espectador precisa 
imaginar: 
– Saída esperada 
– Saída temida 
– Ex. John Wayne, James Bond, Os Intocáveis etc. 
 
 
coups de théâtre (simples surpresa) 
• Exige menos investimento que o supense. 
• São requeridos alguns conhecimentos: 
– O espectador fica surpreendido por um elemento 
que frustra suas expectativas. 
– Expectativa supõe imaginar o que pode acontecer. 
• Mais do que suspense, surpresa exige 
conhecimento específico do gênero e de 
estilo. 
 
 
Suspense e coups de théâtre 
• Surpresa automática  fazer correr 
bruscamente um evento audiovisual violento. 
– Explosão 
– Relâmpago 
– Acidente 
• Dependem de mecanismos psicológicos que 
regulam o cotidiano do que a própria 
competência cinematográfica. 
• Ex. Mad Max, Os intocáveis 
 
Psicose , 1960, Alfred Hitchcock 
Marion Crane (Janet Leigh) é uma 
funcionária de um escritório na cidade 
de Phoenix que é incumbida pelo 
patrão de depositar uma grande soma 
de dinheiro em cash. 
Vê-se, porém, tentado a roubá-lo e 
decide se evadir pela estrada, saindo 
da cidade. 
Por causa da chuva, incessante, pára 
num pequeno motel de beira de 
estrada que tem, ao lado, uma casa 
sinistra. 
Seu proprietário, Norman Bates 
(Anthony Perkins) a recebe tímido e 
gaguejante. Tem início a sucessão de 
choques. 
Para analisar Psicose é necessário 
desmontar algumas cenas. 
Psicose , 1960, Alfred Hitchcock 
1. Qtos filmes existe no filme? 
2. O que permite o poder da 
montagem na cena do 
chuveiro? 
3. O que vcs acham do 
epílogo? 
4. Além da cena do chuveiro 
existe alguma outra que 
tenha chamado sua atenção, 
por que?