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Prof. Thiago Leite, Prof. Matthaus Marçal Pavanini Cardoso
6 Proteção Florestal
Direito Ambiental Carreiras Jurídicas
Documento última vez atualizado em 25/11/2024 às 13:21.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 1/113
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Índice
6.1) Aspectos Históricos, Rio 92 e CF/1988
6.2) Normas Gerais CFlor
6.3) Áreas de Preservação Permanente - APPs
6.4) Área de Reserva Legal
6.5) Supressão de Vegetação para uso Alternativo do Solo
6.6) Cadastro Ambiental Rural - CAR
6.7) Supressão de Vegetação para Exploração Florestal
6.8) Controle da Origem dos Produtos Florestais
6.9) Proibição do uso do Fogo e Controle de Incêndios
6.10) Programa de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio Ambiente
6.11) Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais - PNPSA
6.12) Cota de Reserva Ambiental - CRA
6.13) Programa de Regularização Ambiental e Áreas Consolidadas
6.14) Lista de Questões
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 2/113
Aspectos Históricos, Rio 92 e CF/1988
Luís Paulo Sirvinskas destaca que a legislação protetiva da flora brasileira sempre foi feita de 
forma esparsa tutelando alguns bens ambientais específicos, como a Lei de proteção do pau 
brasil, não havendo, àquela época, uma preocupação de ordem sistêmica e geral. Uma 
tentativa de sistematização ocorreu com a edição do Código Florestal de 1934, por meio do 
Decreto 23.793/34. A norma visava preservar as florestas, estabelecendo as regras para 
exploração florestal e as sanções a serem aplicadas em caso de descumprimento de seus 
preceitos.
Fato histórico importante foi a definição da natureza jurídica das florestas brasileiras feita pelo 
Decreto 23.793/34 como sendo “bens de interesse comum a todos os habitantes do país” e 
ratificado pelo novo Código Florestal (art. 2º, da Lei 12.651/2012), sendo, como sedimentado 
hodiernamente na doutrina, bem de interesse de toda a coletividade, de natureza difusa e 
transindivual.
Em face da ineficácia de algumas normas previstas no Código Florestal de 1934, tendo 
presente as significativas mudanças no modo de produção agrícola e a crescente onda de 
destruição das florestas brasileiras, foi editada a Lei Federal 4.771/65, que institui o Novo 
Código Florestal, que teve como principal norma protetiva o estabelecimento do dever do 
proprietário de respeitar as áreas de preservação permanente e a necessidade de reservar 
parte do solo de imóvel rural para fins de conservação da vegetação existente.
As pressões para a preservação das florestas ganharam força normativa com a edição da 
Constituição Federal de 1988, que além de atribuir aos agentes políticos a competência 
administrativa material comum de proteção das florestas (art. 23, VII), permitiu que todos os 
entes federativos pudessem legislar sobre sua proteção (art. 24, VI) reforçado a importância da 
competência legislativa concorrente em matéria ambiental, considerando que na revogada 
Constituição de 67/69 a competência era privativa da União.  Ademais disso, previu 
expressamente, em seu art. 225, a incumbência do Poder Público de proteger a flora 
vedando as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de 
espécies ou submetam os animais a crueldade.
A Lei Federal 4.771/65 foi revogada em 2012, pela Lei 12.651, conhecida como novo Código 
Florestal, sofrendo profundas mudanças no mesmo ano pela edição da Medida Provisória 
571/2012, convertida na Lei 12.727/2012. Segundo doutrina majoritária, o Código Florestal tem a 
atual roupagem por força de fortes pressões políticas, notadamente da bancada ruralista no 
Congresso Nacional objetivando diminuir parte da proteção ambiental já existente e permitir 
que situações de dano ambiental consolidada fossem, de certa forma, abrandadas pela nova 
norma.
Não se deve negar as importantes inovações trazidas pela norma para a proteção do meio 
ambiente, como a instituição das Cotas de Reserva Ambiental - CRA. Por outro lado, deixou a 
desejar ao permitir que situações de danos ao meio ambiente perpetradas antes de sua 
vigência pudessem ter as punições abrandadas.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 3/113
 
A Conferência do Rio de 1992 (Rio-92) elaborou um documento denominado Declaração dos 
Princípios das Florestas, que, embora não tenha força jurídico-normativa por não ter havido 
consenso dos países signatários da Rio-92, por questões de ordem político-econômica, serviu 
de base normativa e de fator de influência para as legislações editadas após sua elaboração.
Essa Declaração oficial de princípios objetivou um consenso global sobre a gestão, 
conservação e desenvolvimento sustentáveis de todos os tipos de florestas, reforçando a tese 
de que as florestas são essenciais para o desenvolvimento econômico e para a manutenção de 
todas as formas de vida.
Elenca a Declaração que os Estados têm o direito soberano de explorar seus recursos próprios 
em conformidade com suas políticas ambientais e têm a responsabilidade de assegurar que 
atividades sob sua jurisdição ou controle não causem danos ao meio ambiente de outros 
Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional. Nesse sentido, cada País tem o 
direito soberano e inalienável de utilizar, gerir e desenvolver suas florestas de acordo com 
suas necessidades e nível de desenvolvimento socioeconômico, e, com base em políticas 
nacionais consistentes com o desenvolvimento sustentável e legislação, incluir a conversão de 
tais áreas para outros usos dentro de um plano de desenvolvimento socioeconômico baseado 
em políticas racionais de uso da terra.
A Declaração reforça a ideia de que os recursos florestais e áreas florestais devem ser geridos 
de forma sustentável para atender às necessidades sociais, econômicas, ecológicas, culturais 
e espirituais das gerações presentes e futuras.
Sustenta ainda a necessidade de que a população seja efetivamente informada sobre a real 
situação das florestas da localidade em que habitam por meio da prestação de informações 
oportunas, confiáveis e precisas sobre florestas e os ecossistemas florestais, sendo vital para a 
compreensão do público na tomada de decisão informada.
A busca na participação da coletividade na gestão das florestas inclui os povos tribais 
cabendo aos países o desenvolvimento de políticas florestais que reconheçam e apoiem a 
identidade, cultura e os direitos dos povos indígenas, suas comunidades e outras 
habitantes das florestas, devendo estimular esses grupos para que possam ter um interesse 
econômico no uso da floresta realizando atividades econômicas, mantendo a identidade 
cultural e a organização social, bem como níveis adequados de subsistência e bem-estar, na 
tentativa de se alcançar a gestão sustentável das florestas.
Por fim, a Declaração dos Princípios das Florestas ratifica a necessidade de cooperação de 
todos os Países signatários para promoverem um apoio internacional na busca de um clima 
econômico propício ao desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável das florestas 
em todos os países, que incluem, nomeadamente, a promoção de padrões sustentáveis de 
produção e consumo, a erradicação da pobreza e a promoção da segurança alimentar.
Importante diferenciarmos flora de florestas. Estas fazem parte da flora sendo mais um 
elemento constitutivo desta e são entendidas como um conjunto de vegetação densa e elevada 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 4/113
com formação de pequenas e grandes extensões, sendo uma espécie do gênero flora. Esta 
abarca todas as formas de plantas sejam ou não florestas.
O Código Florestal de 2012 visa não apenas proteger as florestas, mas todas as formas de 
vegetação, como se pode inferir de seu preâmbulo ao prevê que a norma dispõe sobre a 
proteção da vegetação nativa. Reforçando esse entendimento, o art. 1º, da Lei 12.651/2012, 
estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, e não especificamente das 
florestas, embora seja a tutela mais evidentesentido, con�ra-se ementa de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ):
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO ESPECIAL.
DIREITO ADMINISTRATIVO. MEIO AMBIENTE. ÁREA DE RESERVA LEGAL EM
PROPRIEDADE RURAL. DEMARCAÇÃO, AVERBAÇÃO E RESTAURAÇÃO. LIMITAÇÃO
ADMINISTRATIVA. OBRIGAÇÃO EX LEGE E PROPTER REM, IMEDIATAMENTE EXIGÍVEL
DO PROPRIETÁRIO ATUAL. VIOLAÇÃO DA LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL.
INOCORRÊNCIA. 1. A obrigação do atual proprietário pela reparação dos danos
ambientais, ainda que não tenha sido ele o responsável pelo desmatamento, é propter
rem, ou seja, decorrente da relação existente entre o devedor e a coisa, independente
das alterações subjetivas. Dessa forma, é transferida do alienante ao novo proprietário a
obrigação de demarcar e averbar no registro de imóvel a reserva legal instituída no artigo 16
do Código Florestal, não resultando disso violação qualquer do artigo 6º da Lei de Introdução
ao Código Civil. 2. Agravo regimental improvido.(ADRESP 201001256665, HAMILTON
CARVALHIDO, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:18/02/2011).
A letra B está incorreta. ERRADO.
Considerando-se que o enunciado a�rma que o imóvel se situa em área de vegetação de
�oresta, no estado do Pará, está-se diante de imóvel situado na área da Amazônia Legal,
conforme estabelece o art. 3º da Lei nº 12.651/12 (Código Florestal):
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
I - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato
Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e
ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão;
Além disso, o imóvel de Rafael situa-se em área rural, o que, somado ao fato de se tratar de
área de vegetação de �oresta, bem como ao fato de que o imóvel "deixou de ter área de
reserva legal", impõe-lhe o dever de re�orestar ao menos 80% de sua propriedade (e não
apenas 50%, conforme enuncia a alternativa), de forma atingir o percentual mínimo exigido
para áreas de reserva legal, nos termos do art. 12, inciso I, alínea "a": 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 32/113
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel,
excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei: 
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de �orestas;
A letra C está incorreta. ERRADO.
Considerando-se que o enunciado a�rma que o imóvel se situa em área de vegetação de
�oresta, no estado do Pará, está-se diante de imóvel situado na área da Amazônia Legal,
conforme estabelece o art. 3º da Lei nº 12.651/12 (Código Florestal):
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
I - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato
Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e
ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão;
Além disso, o imóvel de Rafael situa-se em área rural, o que, somado ao fato de se tratar de
área de vegetação de �oresta, bem como ao fato de que o imóvel "deixou de ter área de
reserva legal", impõe-lhe o dever de re�orestar ao menos 80% de sua propriedade (e não
apenas 30%, conforme enuncia a alternativa), de forma atingir o percentual mínimo exigido
para áreas de reserva legal, nos termos do art. 12, inciso I, alínea "a": 
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel,
excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei: 
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de �orestas;
A letra D está correta. CORRETO.
Considerando-se que o enunciado a�rma que o imóvel se situa em área de vegetação de
�oresta, no estado do Pará, está-se diante de imóvel situado na área da Amazônia Legal,
conforme estabelece o art. 3º da Lei nº 12.651/12 (Código Florestal):
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
I - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato
Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 33/113
ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão;
Além disso, o imóvel de Rafael situa-se em área rural, o que, somado ao fato de se tratar de
área de vegetação de �oresta, bem como ao fato de que o imóvel "deixou de ter área de
reserva legal", impõe-lhe o dever de re�orestar 80% de sua propriedade, de forma atingir o
percentual mínimo exigido para áreas de reserva legal, nos termos do art. 12, inciso I, alínea
"a": 
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel,
excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei: 
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de �orestas;
A letra E está incorreta. CORRETO.
Considerando-se que o enunciado a�rma que o imóvel se situa em área de vegetação de
�oresta, no estado do Pará, está-se diante de imóvel situado na área da Amazônia Legal,
conforme estabelece o art. 3º da Lei nº 12.651/12 (Código Florestal):
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
I - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato
Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e
ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão;
Além disso, o imóvel de Rafael situa-se em área rural, o que, somado ao fato de se tratar de
área de vegetação de �oresta, bem como ao fato de que o imóvel "deixou de ter área de
reserva legal", impõe-lhe o dever de re�orestar 80% de sua propriedade (e não apenas 20%,
como enuncia a alternativa), de forma atingir o percentual mínimo exigido para áreas de
reserva legal, nos termos do art. 12, inciso I, alínea "a": 
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel,
excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei: 
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de �orestas;
Redução e Ampliação da Reserva Legal por ato do Poder Público 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 34/113
Esses percentuais mínimos de reserva legal podem ser alterados para mais ou para menos 
por ato do Poder Público em face do nível de proteção existente em determinados 
territórios. Nesse sentido, caso um Munícipio já apresente em seu território um número 
significativo de unidades de conservação de domínio público (UC), bem como de terras 
indígenas (TIs), é possível reduzir o percentual de 80% referente as áreas da Amazônia Legal 
que apresentam imóveis situados em áreas de florestas (apenas nesse caso), para até 50%. 
Vejamos o esquema abaixo: 
O Poder Público federal poderá também reduzir os percentuais de reserva legal de 80% 
referente as áreas da Amazônia Legal que apresentam imóveis situados em áreas de florestas 
(apenas nesse caso), para até 50%. Mas há condicionantes, como a necessidade de indicativo 
no ZEE do estadual, bem como seja feita a redução exclusivamente para fins de 
regularização, mediante recomposição, regeneração ou compensação da Reserva Legal de 
imóveis com área rural consolidada, não podendo ser reduzidas as áreas prioritárias para 
conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos e os corredores ecológicos. Cumpre 
destacarque  o proprietário ou possuidor de imóvel rural que mantiver Reserva Legal 
conservada e averbada em área superior aos percentuais exigidos poderá instituir servidão 
ambiental sobre a área excedente, nos termos da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, [5]e 
Cota de Reserva Ambiental.  
O Poder Público federal, por outro lado, poderá ampliar os percentuais de reserva legal de 
todos os biomas brasileiros, em até 50% dos percentuais previstos no art. 12, do CFlor, se 
previsto no ZEE estadual. Mas há necessidade que a finalidade para tanto seja o 
cumprimento de metas nacionais de proteção à biodiversidade ou de redução de emissão 
de gases de efeito estufa.  
Os Estados que não possuem seus Zoneamentos Ecológico-Econômicos - ZEEs segundo a 
metodologia unificada, estabelecida em norma federal, tiveram o prazo de cinco anos para fazê-
lo a partir de 2012 (exaurido em 2017), data da publicação do CFLor, para a sua elaboração e 
aprovação. 
Inexigibilidade de Constituição de Área de Reserva Legal   
A regra vigente na Lei 12.651/2012 é a necessidade de instituição de reserva legal em todas as 
propriedades rurais do território brasileiro nos percentuais fixados no art. 12. Ocorre que 
existem certas hipóteses em que a sua constituição não será exigida. Essas situações foram 
elencadas nos §§ 7º e 8º, do art. 12, do CFlor. São hipóteses de interesse social que legitimam 
a não salvaguarda obrigatória de uma área de proteção, como os empreendimentos para 
abastecimento de água e tratamento de esgoto, bem como áreas desapropriadas com a 
finalidade de implantação ou ampliação da capacidade de rodovias e ferrovias. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 35/113
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm
Localização da área de Reserva Legal   
O proprietário ou o possuidor do imóvel rural é obrigado à instituição da reserva legal por 
força de lei (CFlor). Mas a localização, que será inicialmente indicada por ele quando do 
registro da propriedade no Cadastro Ambiental Rural, deve ser aprovada pelo órgão 
ambiental estadual competente integrante do Sisnama, que deverá realizar a análise do 
pedido de instituição da reserva legal com a regular vistoria do imóvel. Considerando a 
impossibilidade de o aparelhamento estatal conseguir atender as demandas para regularização 
das reservas legais, a Lei 12.651/2012 permitiu a delegação a instituições privadas, 
regularmente aprovadas pelo órgão ambiental, da prática de atos materiais como a aprovação 
da localização da reserva legal após a inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR.  
O proprietário ao indicar a área no CAR, e, o órgão estadual competente ou a entidade privada 
contratada, deverão observar critérios ambientais específicos para a escolha da área dentro 
da propriedade rural que será intitulada de Reserva Legal, nos termos do art. 14, do CFLor. São 
eles: 
o plano de bacia hidrográfica; 
o Zoneamento Ecológico-Econômico; 
a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de Preservação 
Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra área legalmente protegida; 
as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e 
as áreas de maior fragilidade ambiental. 
A ideia de observância desses critérios é a manutenção de ecossistemas que não encontram 
fronteiras físicas delimitadas pelas propriedades e que devem ser preservados para a 
manutenção do equilíbrio ecológico. Exemplo disso é uma propriedade rural que tangencia 
uma Unidade de Conservação - UC. Nesse caso, o ideal é que a reserva legal também fique 
exatamente nos limites da UC de forma a aumentar o buffer entre ela e a propriedade rural 
objetivando uma maior garantia da proteção da flora e da fauna existente na localidade. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 36/113
Assinale-se que o simples protocolo do pedido com a documentação apropriada para análise da 
localização da área de reserva legal, impede que seja o proprietário ou possuidor sancionado 
administrativamente por não ter constituído a reserva legal. Assim, não poderá o agente 
ambiental lavrar auto de infração por não ter sido formalizada a área de reserva legal se 
pendente de análise pelo órgão ambiental estadual competente. Isso não implica dizer que não 
poderá ser sancionado por outras infrações administrativas ao meio ambiente. 
A não averbação da reserva legal, nos termos do art. 55, do Decreto 6.514/2008, representa 
infração administrativa ao meio ambiente passível de sanção de advertência e multa diária 
de                R$ 50,00 (cinquenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração da 
área de reserva legal que deveria ser averbada. O autuado será advertido para que, no prazo 
de 180 dias, apresente termo de compromisso de regularização da reserva legal, período em 
que a multa diária será suspensa. Caso o autuado não apresente o termo de compromisso, 
deverá a autoridade ambiental cobrar a multa diária desde o dia da lavratura do auto de 
infração. 
Área de Reserva Legal e Área de Preservação Permanente  
Aqui reside uma das maiores críticas dos doutrinadores ambientalistas no que tange a 
diminuição da proteção ambiental com o advento do atual Código Florestal. Isso porque 
entendem que houve retrocesso ecológico ao prever a possibilidade de decote das áreas de 
APPs na mensuração do percentual de Reserva Legal, tendo em vista que a regra, no revogado 
código florestal de 1965, era pela não possibilidade de tal cômputo, ressalvado exceções 
específicas. 
O art. 15, do CFlor, prevê expressamente a possibilidade de cômputo das Áreas de 
Preservação Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, como regra, 
 devendo ser atendido requisitos específicos como a necessidade de a área a ser computada 
esteja conservada ou em processo de recuperação, bem como não implique a conversão 
de novas áreas para o uso alternativo do solo, tendo o proprietário ou possuidor a obrigação 
de requerer a inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR. 
Vejamos um exemplo:  
Se um imóvel rural localizado no Rio Grande do Sul (que exige 20% de Reserva Legal) já 
apresente 10% de área de preservação permanente (margem de rio que passa pela 
propriedade) e 0% de Reserva Legal, somente precisará recompor 10% da reserva legal após 
computar os 10% da área de APP, totalizando os 20% obrigatórios para aquela localidade.   
Importante destacar que esse computo é apenas para fins de quantificação da área total de 
reserva legal a ser preservada em nada interferindo em seu aspecto qualitativo. Melhor 
dizendo, esse percentual de área de APP computada deve seguir o mesmo regime jurídico 
restritivo previsto para essas áreas protegidas, não podendo, em regra, ser objeto de 
exploração econômica como ocorre nas áreas de reserva legal. 
Será sempre possível ao proprietário ou possuidor de imóvel com Reserva Legal conservada e 
inscrita no Cadastro Ambiental Rural – CAR, cuja área ultrapasse o mínimo exigido no CFlor, 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 37/113
utilizar a área excedente para fins de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva 
Ambiental ou outros instrumentos de gestão florestal previstos no CFlor. 
A regra é que a área de APP utilizada para computo da reserva legal não possa ser convertida 
em área para o uso alternativo do solo. Ocorre que se a área da APP somada com as demais 
florestas e outras formas de vegetação nativa existentes no imóvel ultrapassarem os 80% em 
área de florestas da Amazônia Legal, o proprietário ou possuidor poderão utilizar novas áreas 
para uso alternativo do solo. 
Acerca deste tema, o STF decidiu que a regra prevista no CFlor é retroativa, devendo ser 
aplicada aos TACs firmados anteriormente à publicação do Código, determinando ao STJa 
reforma de decisões que impediam a aplicação retroativa:
(...) A eficácia retroativa da Lei 12.651/2012, que permitiu, por força geral dos arts. 61-A, 61-
B, 61-C, 63 e 67, o reconhecimento de situações consolidadas e a regularização ambiental 
de imóveis rurais a partir de suas novas disposições, e não a partir da legislação vigente na 
data dos ilícitos ambientais, é justamente um dos pontos declarados constitucionais nos 
julgamentos das ADIs e da ADC indicadas como paradigma contrariado. Configura, portanto, 
ofensa aos paradigmas de confronto indicados, a decisão do STJ que negou, ao caso concreto, 
a eficácia dos dispositivos da Lei 12.651/2012, considerados constitucionais por esta CORTE. (...) 
Diante do exposto, com base no art. 161, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo 
Tribunal Federal, JULGO PROCEDENTE o pedido de forma que seja cassado o acórdão 
impugnado, determinando à Corte de origem que profira nova decisão, em atenção ao que 
decidido por este SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL nas ADI’s 4.901, 4.902, 4.903, 4.937 e na 
ADC 42. (STF – Decisão Monocrática. Rcl 69816  /  SP - SÃO PAULO. Rel. Min. Alexandre de 
Moraes. Data do Julgamento: 12/07/2024)
O art. 16, do CFlor, permite a instituição de Reserva Legal em regime de condomínio ou 
coletiva entre propriedades rurais, respeitado o percentual em relação a cada imóvel, podendo 
ainda, no parcelamento de imóveis rurais, a área de Reserva Legal ser agrupada em regime de 
condomínio entre os adquirentes. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 38/113
Regime de Proteção das Áreas de Reserva Legal   
Conforme já salientamos, a Área de Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de 
vegetação nativa pelo proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título de imóvel rural, 
não importando a natureza da pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado. É uma 
obrigação de natureza real de caráter geral que atinge a todas as propriedades rurais que 
atendam às condições fixadas no CFlor. A qualidade da pessoa para constituição da reserva 
legal é irrelevante, isso porque, o que efetivamente importa são os atributos da propriedade. 
Diferentemente das Áreas de Preservação Permanente, é admitida, como regra, a exploração 
econômica da Reserva Legal. Mas essa atividade deve ser exercida de forma equilibrada por 
meio de manejo sustentável das espécies florestais. Há duas modalidades de manejo florestal 
admitidos para as reservas legais: (1) o manejo sustentável sem propósito comercial para 
consumo na propriedade e (2) o manejo sustentável para exploração florestal com propósito 
comercial, que exige, neste último caso, aprovação prévia do órgão ambiental competente 
integrante do Sisnama. 
Sendo a propriedade rural considerada posse rural familiar ou pequena propriedade, os órgãos 
integrantes do Sisnama deverão estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, 
análise e aprovação dos planos de manejos.  
Estando a área de Reserva Legal desmatada, há responsabilidade civil objetiva pautada na 
teoria do risco integral, para que o proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título 
recupere a área e suspenda as atividades exploratórias de forma imediata se a supressão da 
vegetação nativa ocorreu antes da edição do Decreto 6.514/2008 (22/07/2008). 
A área de reserva legal deve ser regularmente registrada no órgão ambiental competente 
por meio da inscrição no Cadastro Ambiental Rural-CAR. Não há mais a necessidade de 
averbação da reserva legal no cartório de registro de imóveis, bastando a informação ser 
disponibilizada no CAR e aprovada pelo órgão ambiental. Após isso, mesmo que o imóvel seja 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 39/113
transmitido a qualquer título ou ocorra o seu desmembramento, é vedada a alteração de sua 
destinação, ressalvados os casos previstos no CFlor. 
Para o registro no CAR, o proprietário deverá apresentar planta e memorial descritivo do 
imóvel rural contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de 
amarração, a ser definido por ato do chefe do Poder Executivo.  
Caso não seja o proprietário (não tem título do imóvel), mas um possuidor a qualquer título, o 
registro da Reserva Legal é assegurado por meio de termo de compromisso firmado entre ele 
e o órgão competente do Sisnama, com força de título executivo extrajudicial, devendo o 
documento conter, no mínimo, a localização da área de Reserva Legal e as obrigações 
assumidas pelo possuidor. 
A obrigação de constituição e manutenção da reserva legal é mandamento ex legis 
impondo ao proprietário ou possuidor o dever de cuidado com a cobertura vegetal e 
exploração sustentável da área objeto da proteção. Só há desoneração dessa obrigação 
(extinção) quando o imóvel rural perder essa qualidade (deixa de ser rural) por meio do 
registro do parcelamento do solo para fins de urbanos aprovados seguindo a legislação 
específica e constante do plano diretor. A simples inserção do imóvel rural em perímetro 
urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou possuidor da 
manutenção da área de reserva legal.  
Quanto ao manejo florestal sustentável em área de reserva legal, o CFlor definiu que devem 
ser adotadas práticas de exploração seletiva nas modalidades de manejo sustentável sem 
propósito comercial para consumo na propriedade e manejo sustentável para exploração 
florestal com propósito comercial. Este depende de autorização do órgão competente e 
deverá atender as seguintes diretrizes e orientações: (1) não descaracterizar a cobertura 
vegetal e não prejudicar a conservação da vegetação nativa da área; (2) assegurar a 
manutenção da diversidade das espécies; (3) conduzir o manejo de espécies exóticas com a 
adoção de medidas que favoreçam a regeneração de espécies nativas. 
O manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito comercial, para 
consumo no próprio imóvel, ao seu turno, independe de autorização dos órgãos 
competentes, devendo apenas ser declarados previamente ao órgão ambiental a motivação 
da exploração e o volume explorado, limitada a exploração anual a 20 (vinte) metros cúbicos. 
É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e 
sementes, devendo-se observar os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos 
específicos, quando houver; a época de maturação dos frutos e sementes, bem como as 
técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no 
caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 40/113
Questão 2019 | 62122081
A administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais
e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do
manejo, e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas
espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da �ora, bem como a
utilização de outros bens e serviços, nos termos da Lei nº 12.651/12, é o conceito de
A) Área de Preservação Permanente.
B) Reserva Legal.
C) uso alternativo do solo.
D) área rural consolidada.
E) manejo sustentável.
Solução
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 41/113
Gabarito: E) manejo sustentável.
Trata-se de questão que exige do candidato o conhecimento sobre conceitos previstos
no Código Florestal.
Mais especi�camente requer a questão o conhecimento sobre o art. 3º, da Lei
12651/2012.
Boa sorte!
A letra A está incorreta. ERRADA
O conceito de área de preservação permanente é bem distinto do narrado na questão.
Perceba que a questão de�ne uma forma de atuação através de um verbo, ou melhor, uma
forma de ação, enquanto que a área de preservação permanente é de�nida como local, nos
termos do art. 3º, II, da Lei 12651/2012.
Nesse sentido:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não porvegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas;
A letra B está incorreta. ERRADA
O conceito de reserva legal é bem distinto do narrado na questão. Perceba que a questão
de�ne uma forma de atuação através de um verbo, ou melhor, uma forma de ação, enquanto
que a reserva legal é de�nida como local, nos termos do art. 3º, III, da Lei 12651/2012.
Nesse sentido:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada
nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção
de fauna silvestre e da �ora nativa;
A letra C está incorreta.
ERRADA
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 42/113
O uso alternativo do solo é substituição da vegetação com outras atividades, nos termos do
art. 3º, VI, da Lei 12651/2012.
Nesse sentido:
VI - uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por
outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e
transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras
formas de ocupação humana;
A letra D está incorreta. ERRADA
O conceito de área rural consolidada é bem distinto do narrado na questão. Perceba que a
questão de�ne uma forma de atuação através de um verbo, ou melhor, uma forma de ação,
enquanto que a área rural consolidada é de�nida como local, nos termos do art. 3º, VI, da Lei
12651/2012.
Nesse sentido:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
VI - uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por
outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e
transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras
formas de ocupação humana;
A letra E está correta.
CERTA
Realmente a assertiva traz o conceito de manejo sustentável que é justamente a
administração da vegetação com obtenção de benefícios das mais variadas formas, nos
termos do art. 3º, VII, da Lei 12651/2012.
Nesse sentido:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
VII - manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios
econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do
ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 43/113
utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da
�ora, bem como a utilização de outros bens e serviços;
Regime de Proteção das Áreas Verdes Urbanas  
A Lei 12.651/2012 definiu o regime de proteção para as áreas verdes urbanas entendidas estas 
como espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação, preferencialmente nativa, 
natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do 
Solo do Município, indisponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de 
recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, 
manutenção ou melhoria paisagística, proteção de bens e manifestações culturais. 
A proteção das áreas verdes é de competência precípua dos Municípios, a quem cabe 
discipliná-las e defini-las podendo utilizar-se de instrumentos próprios de política urbana 
para consecução desse mister estabelecidos pelo CFlor em seu art. 25, como, o exercício do 
direito de preempção para aquisição de remanescentes florestais relevantes. Nesse ponto, 
a lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), definiu, em seu art. 25, o direito de preempção ao Poder 
Público municipal concedendo a preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de 
alienação onerosa entre particulares. O direito de preempção será exercido sempre que o 
Poder Público necessitar, dentre outras finalidades, de áreas para criação de espaços 
públicos de lazer e áreas verdes, nos termos do art. 26, do Estatuto da Cidade. Na verdade, o 
CFlor apenas reforça a possibilidade do exercício desse direito dos Municípios. 
Outro instrumento que detém os Municípios para criação e instituição das áreas verdes 
urbanas é a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas. 
Nesse sentido, imóvel que antes apresentava área de reserva legal por ser qualificado como 
rural, terá a reserva legal extinta, nos termos do art.19, do CFlor, mas poderá ter a área 
convertida em áreas verdes urbanas a critério do Município, sem que o proprietário ou 
possuidor possa se opor a tal limitação do direito de propriedade.  
Poderá também o Município exigir que nos loteamentos, empreendimentos comerciais e 
implementação de infraestrutura a exigência de estabelecimento de áreas verdes pelo 
empreendedor. Isso porque é muito comum que extensas áreas sejam desmatadas para 
loteamento urbano, sem que haja preocupação com a flora e a fauna existente naquela região. 
Poderá o Município exigir que o empreendimento mantenha/crie determinada área verde, 
proporcional a área total a ser loteada. 
Por fim, os recursos oriundos de compensações ambientais, mecanismo financeiro que busca 
compensar os impactos ambientais que possam resultar na implantação de empreendimento ou 
atividade, podem ser utilizados para criação, manutenção ou mesmo recuperação das áreas 
verdes urbanas pelos Municípios. 
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 44/113
Questão 2019 | 1634038333
A Lei n.º 12.651/2012, conhecida como novo Código Florestal, dispõe sobre os
instrumentos a serem utilizados pelo poder público municipal para proteção das áreas
verdes urbanas, entre os quais NÃO se inclui: 
A) Aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental. 
B) Direito de preempção para aquisição de remanescentes �orestais relevantes. 
C) Estabelecimento de exigência de áreas verdes nos empreendimentos comerciais. 
D) Registro do parcelamento do solo para �ns urbanos de loteamentos licenciados. 
Solução
Gabarito: D)
Registro do parcelamento do solo para �ns urbanos de loteamentos
licenciados. 
O enunciado requer do candidato conhecimentos especí�cos relacionados ao Código
Florestal (Lei nº 12.651/2012), que estabelece normas gerais sobre a proteção da
vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração
�orestal, o suprimento de matéria-prima �orestal, o controle da origem dos produtos
�orestais e o controle e prevenção dos incêndios �orestais, além de prever instrumentos
econômicos e �nanceiros para o alcance de seus objetivos. 
As áreas verdes urbanas podem ser conceituadas como o conjunto de espaços, públicos
ou privados, que apresentam cobertura vegetal e que contribuem de modo signi�cativo
para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. Podemos citar como
exemplos de áreas verdes urbanas: praças, parques urbanos, jardins, parque balneário,
jardim botânico, jardim zoológico.
O Poder Público municipal poderá usar dos seguintes instrumentos para o
estabelecimento de áreas verdes urbanas (artigo 25, da Lei 12.651/2012):
a) Direito de preempção para aquisição de remanescentes �orestais relevantes (direito de
preferência na aquisição de áreas entre particulares).
b) Transformação de Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas.
c) Exigência legal de áreas verdes em loteamentos, empreendimentos, infraestrutura, etc.
d) Aplicação de recursos oriundos da compensação ambiental.
A letra A está incorreta.
CERTA.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 45/113
A aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental é um dos
instrumentosà disposição do Poder Público Municipal para o estabelecimento de áreas
verdes urbanas, conforme prevê o artigo 25, IV, do CFlo. O enunciado pede para assinalar a
alternativa que não traz um desses instrumentos.
CFlo
Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes urbanas,
com os seguintes instrumentos:
I - o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes �orestais
relevantes, conforme dispõe a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas
III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos
comerciais e na implantação de infraestrutura; e
IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.
A letra B está incorreta.
CERTA.
O direito de preempção para aquisição de remanescentes �orestais relevantes é um dos
instrumentos à disposição do Poder Público Municipal para o estabelecimento de áreas
verdes urbanas, conforme prevê o artigo 25, I, do CFlo. O enunciado pede para assinalar a
alternativa que não traz um desses instrumentos.
CFlo
Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes urbanas,
com os seguintes instrumentos:
I - o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes �orestais
relevantes, conforme dispõe a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas
III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos
comerciais e na implantação de infraestrutura; e
IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 46/113
A letra C está incorreta.
CERTA.
O Estabelecimento de exigência de áreas verdes nos empreendimentos comerciais é um
dos instrumentos à disposição do Poder Público Municipal para o estabelecimento de áreas
verdes urbanas, conforme prevê o artigo 25, III, do CFlo. O enunciado pede para assinalar a
alternativa que não traz um desses instrumentos.
CFlo
Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes urbanas,
com os seguintes instrumentos:
I - o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes �orestais
relevantes, conforme dispõe a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas
III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos
comerciais e na implantação de infraestrutura; e
IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.
A letra D está correta.
ERRADA.
O Registro do parcelamento do solo para �ns urbanos de loteamentos licenciados NÃO é
um dos instrumentos à disposição do Poder Público Municipal para o estabelecimento de
áreas verdes urbanas, conforme prevê o artigo 25, do CFlo. O enunciado pede para assinalar
a alternativa que não traz um desses instrumentos.
CFlo
Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes urbanas,
com os seguintes instrumentos:
I - o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes �orestais
relevantes, conforme dispõe a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas
III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos
comerciais e na implantação de infraestrutura; e
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 47/113
IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.
Supressão de Vegetação para uso Alternativo do Solo
O uso alternativo do solo consiste em substituição de vegetação nativa e formações 
sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de 
geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos 
ou outras formas de ocupação humana.  
O CFlor autoriza a supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo desde que 
preenchido, basicamente, dois requisitos previstos no caput do art.26, do Código Florestal: (1) 
cadastramento do imóvel no CAR; e (2) prévia autorização do órgão estadual competente do 
Sisnama. 
O §1º, do art. 33, do CFlor, prevê a obrigação de reposição florestal as pessoas físicas ou 
jurídicas que utilizam matéria-prima florestal oriunda de supressão de vegetação nativa ou 
que detenham autorização para tal. Nesse sentido, qualquer pessoa que faça supressão de 
vegetação nativa tem o dever de reposição florestal priorizando projetos que contemplem a 
utilização de espécies nativas do mesmo bioma devendo ser efetivada no Estado de origem da 
matéria-prima utilizada, mediante o plantio de espécies preferencialmente nativas, conforme 
determinações do órgão competente do Sisnama. 
É vedada a supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo se o imóvel rural que 
possui área desmatada, estando essa abandonada ou subutilizada. Visa o CFlor evitar a 
supressão de vegetação se existe na propriedade área desmatada que poderia ser utilizada para 
o uso alternativo do solo. Busca-se estimular o proprietário ou possuidor a recuperar a área 
subutilizada para proporcionar uma maior concretude ao princípio da função socioambiental da 
propriedade. 
Por outro lado, se a área requerida para uso alternativo do solo abrigar espécie da flora ou da 
fauna ameaçada de extinção, segundo lista oficial publicada pelos órgãos federal ou estadual 
ou municipal do Sisnama, ou espécies migratórias, a supressão de vegetação dependerá da 
adoção de medidas compensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie. 
Quanto à competência para autorizar a supressão de vegetação segundo o CFlor, cabe ao 
órgão estadual competente. No entanto, a LC 140/2011 atribui competência para autorização de 
supressão de vegetação tanto à União, aos Estados/DF e aos Municípios a depender do caso 
concreto.  
Ações Administrativas da União (art. 7º, da LC/140) 
Aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em:   
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 48/113
a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação instituídas 
pela União, exceto em APAs; e  
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União; 
Ações Administrativas dos Estados/DF (art. 8º, da LC/140) 
Aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em:  
a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs);  
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7o; e  
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado;  
Ações Administrativas dos Municípios/DF (art. 7º, da LC/140) 
Aprovar, observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas na LC 
140/2011:  
a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas 
públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs); e  
b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em 
empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município.  
Então, podemos concluir que caberá a autorização para supressão de vegetação ao órgão 
ambiental competente cujas florestas sejam do ente federativo ou estejam inseridas nas 
unidades de conservação por ele instituídas (ressalvadas as APAs). Por outro lado, será 
competente para autorizar a supressão de vegetação o ente que detiver atribuições para o 
licenciamento da atividade ou empreendimento, conforme os critérios de competência 
previsto na LC 140/2011. 
Por fim, o interessado na supressão de vegetação deverá, no requerimento ao órgão ambiental 
competente, apresentar, no mínimo, as seguintes informações:(1) a localização do imóvel, das 
Áreas de Preservação Permanente, da Reserva Legal e das áreas de uso restrito, por 
coordenada geográfica, com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel; (2) a 
reposição ou compensação florestal; (3) a utilização efetiva e sustentável das áreas já 
convertidas; e (4) o uso alternativo da área a ser desmatada. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 49/113
Cadastro Ambiental Rural - CAR
O Cadastro Ambiental Rural – CAR é um instrumento de gestão e controle das 
propriedades rurais sendo um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório 
para todos os imóveis rurais, buscando promover a identificação e a regularização ambiental 
das propriedades e posses rurais e sua inserção na base de dados do Sistema Nacional de 
Informações sobre meio ambiente. Praticamente não poderá o proprietário ou possuidor 
desenvolver qualquer atividade regular na propriedade sem que tenha efetivado o referido 
cadastro. 
Um dos pontos mais importante sobre o CAR, para fins de concurso, é sua imprestabilidade 
como título de propriedade. Melhor dizendo, o cadastramento não será considerado título 
para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse. Nessa linha, as informações 
presentes no CAR são meramente declaratórias e não constitutiva, ficando pendente de 
confirmação pela autoridade ambiental competente (CAR – Provisório). 
A Lei 14.595/2023 possibilitou que os proprietários ou possuidores dos imóveis rurais com 
área acima de 4 (quatro) módulos fiscais que os tenham inscrito no CAR até o dia 31 de 
dezembro de 2023 tenham direito à adesão ao Programa de Regularização Ambiental – PRA 
previsto no art. 59 do Código Florestal. Para os imóveis rurais com área de até 4 (quatro) 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 50/113
Supressão de Vegetação para Exploração Florestal
módulos fiscais, agricultor familiar e empreendedor familiar rural, a data limite para inscrição 
no CAR de modo a garantir a adesão ao PRA é 31 de dezembro de 2025.          
 Nos casos em que a reserva legal já tenha sido averbada na matrícula do imóvel e em que 
essa averbação identifique o perímetro e a localização da reserva, o proprietário não será 
obrigado a fornecer ao órgão ambiental as informações relativas à Reserva Legal quando da 
apresentação do CAR, devendo levar apenas a certidão de registro do imóvel onde conste a 
averbação da reserva legal ou do termo de compromisso já firmado em caso de posse rural. 
A inscrição no CAR deverá ser feita, preferencialmente, no órgão ambiental municipal ou 
estadual, que exigirá do proprietário ou possuidor rural:   
a) identificação do proprietário ou possuidor rural;  
b) comprovação da propriedade ou posse; e  
c) identificação do imóvel por meio de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das 
coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel, 
informando a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação 
Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso existente, também da 
localização da Reserva Legal.  
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
A exploração florestal consiste no uso, com fins econômicos ou não, dos produtos 
florestais. Estes podem ser entendidos como os produtos madeireiros, como as diversas 
espécies de madeiras existentes, ou produtos não madeireiros, como frutos, resinas, cascas, 
entre outros. A exploração do produto madeireiro é mais restritiva e o CFlor definiu regras 
específicas para a realização dessa atividade.  
Há exigências mais rígidas para a exploração de florestas nativas e formações sucessoras. Já 
para florestas plantadas, existem apenas algumas recomendações diretivas apresentadas pelo 
CFlor quanto à exploração. 
Nesse sentido, o art. 31, da Lei 12.651/2012, estabeleceu que a exploração de florestas nativas 
e formações sucessoras, de domínio público ou privado, dependerá de licenciamento pelo 
órgão competente do Sisnama, mediante aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal 
Sustentável - PMFS que contemple técnicas de condução, exploração, reposição florestal e 
manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea forme. Assim, 
como regra geral, temos dois requisitos básicos para exploração de florestas nativas e 
formações sucessoras, quais sejam, a realização de licenciamento e a apresentação de PMFS. 
Destacamos que não são exigíveis esses requisitos para coleta de produtos florestais não 
madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo apenas o interessado atender 
os requisitos do art. 21, do CFlor, observando também os períodos de coleta e volumes fixados 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 51/113
em regulamentos específicos, quando houver; a época de maturação dos frutos e sementes; as 
técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no 
caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes.  
Não se exigirá licenciamento ou apresentação de PMFS se o manejo sustentável para 
exploração florestal for eventual e sem propósito comercial, para consumo no próprio imóvel, 
independe de autorização dos órgãos competentes, devendo apenas ser declarados 
previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume explorado, limitada a 
exploração anual a 20 (vinte) metros cúbicos. 
O manejo florestal sustentável consiste na administração da floresta para a obtenção de 
benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do 
ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização 
de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem 
como a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal (art. 3º, VI, da Lei 
11.284/2006).  
Através do manejo sustentável dos recursos objetiva-se o uso dos produtos florestais sem 
mácula à biodiversidade existente ou mesmo à resiliência da floresta (capacidade de se 
recuperar das intemperes). Assim, busca, por meio de técnicas apropriadas, criar o próprio 
funcionamento da dinâmica das florestas objetivando sua exploração sem comprometer sua 
biodiversidade. 
O instrumento que apresenta as técnicas de condução desse processo de manejo encontra-se 
no Plano de Manejo Florestal Sustentável – PMFS, sendo um documento técnico mediante o 
qual se estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo 
dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à sua gestão. 
O PMFS deve conter alguns fundamentos técnicos e científicos quando apresentado ao órgão 
ambiental competente para aprovação. São eles:  
a��caracterização dos meios físico e biológico;            
b��determinação do estoque existente;  
c��intensidade de exploração compatível com a capacidade de suporte ambiental da floresta;  
d��ciclo de corte compatível com o tempo de restabelecimento do volume de produto 
extraído da floresta;  
e��promoção da regeneração natural da floresta;  
f��adoção de sistema silvicultural adequado;  
g��adoção de sistema de exploração adequado;  
h��monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente;  
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 52/113
i��adoção de medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais.  
Por outro lado, se o manejo florestal for desenvolvido em pequena propriedade ou posse 
rural familiar, os órgãos do Sisnama deverão estabelecer procedimentos simplificados de 
elaboração, análise e aprovação dos referidos PMFS. 
Será competente para análise e aprovação do PMFS o órgão ambiental integrante do Sisnama 
da forma estabelecida na LC 140/2011, conforme abordado nesta obra, sendo competente o 
órgão federal de meio ambiente para aprovação de PMFS incidentes em florestas públicas de 
domínio da União. 
Cumpre destacar que a aprovação do PMFS pelo órgão competentedo Sisnama confere ao 
seu detentor a licença ambiental para a prática do manejo florestal sustentável, não se 
aplicando outras etapas de licenciamento ambiental, devendo, como obrigação natural para a 
atividade, encaminhar relatório anual ao órgão com as informações sobre toda a área de 
manejo florestal sustentável e a descrição das atividades realizadas. O PMFS será submetido a 
vistorias técnicas para fiscalizar as operações e atividades desenvolvidas na área de manejo. 
A Código Florestal previu os casos em que não se exigirá o requisito de elaboração do PMFS 
seja por motivos lógicos como da supressão apenas para uso alternativo do solo, ou mesmo 
para fomentar a atividade rural pelas populações tradicionais, possibilitando o desenvolvimento 
socioeconômico. Assim, são isentas de apresentar PMFS quando: a supressão de florestas e 
formações sucessoras forem para uso alternativo do solo; o manejo e a exploração de florestas 
plantadas localizadas fora das Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal; e a 
exploração florestal não comercial realizada nas pequenas propriedades rurais ou por 
populações tradicionais. 
O CFlor também estabeleceu regramento específico para os empreendimentos que utilizam 
matéria-prima florestal no desenvolvimento de suas atividades, exigindo fontes específicas de 
fornecimento dos recursos, bem como a necessidade de reposição florestal como regra. Nesse 
sentido, previu o art. 33, que as pessoas físicas ou jurídicas que utilizam matéria-prima florestal 
em suas atividades devem suprir-se de recursos oriundos de determinadas origens como, 
florestas plantadas, de PMFS de florestas nativas ou de supressão de vegetação nativa, ambos 
autorizados pelo órgão ambiental competente, bem como de outras formas de biomassa 
florestal definidas pelo órgão competente do Sisnama. 
Há necessidade de as pessoas físicas ou jurídicas fazerem a reposição florestal? 
Em regra, sim. As pessoas físicas ou jurídicas que utilizem matéria-prima florestal oriunda de 
supressão de vegetação nativa ou que detenham autorização para supressão desse tipo de 
vegetação são obrigadas à reposição florestal que será efetivada no Estado de origem 
da                        matéria-prima utilizada, mediante o plantio de espécies preferencialmente nativas, 
conforme determinações do órgão competente do Sisnama. 
A exigência se restringe ao uso de matéria-prima florestal oriunda de vegetação nativa, ficando 
isento da obrigatoriedade aquele que utilize como fonte matéria-prima florestal aquelas 
oriundas de PMFS, de florestas plantadas ou mesmo se o produto florestal for não madeireiro. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 53/113
Controle da Origem dos Produtos Florestais
Essa isenção, por outro lado, não desobriga o interessado da comprovação da origem do 
produto florestal utilizado perante a autoridade competente. 
A Lei 12.651/2012 previu sistemas mais rígidos de controle para as empresas industriais que 
utilizam uma quantidade significativa de matéria-prima florestal em sua cadeia produtiva. 
Assim, além do PMFS, devem essas empresas elaborar e implementar um Plano de Suprimento 
Sustentável -PSS a ser submetido à aprovação do órgão competente do Sisnama, devendo 
assegurar produção equivalente ao consumo da matéria-prima floresta pela atividade industrial 
exercida apelo empreendimento. O CFlor autoriza que o PSS preveja que o suprimento possa 
ocorrer mediante matéria-prima em oferta no mercado desde que seja na fase inicial de 
instalação da atividade industrial, nas condições e durante o período, não superior a 10 (dez) 
anos, ou mesmo nos caso de aquisição de produtos provenientes do plantio de florestas 
exóticas, licenciadas por órgão competente do Sisnama, o suprimento será comprovado 
posteriormente mediante relatório anual em que conste a localização da floresta e as 
quantidades produzidas. 
O Plano de Suprimento Sustentável deverá conter no mínimo a programação de suprimento de 
matéria-prima florestal, a indicação das áreas de origem da matéria-prima florestal 
georreferenciada, bem como cópia do contrato entre os particulares envolvidos, quando o PSS 
incluir suprimento de matéria-prima florestal oriunda de terras pertencentes a terceiros. 
No caso de empresas siderúrgicas, metalúrgicas ou outras que consumam grandes 
quantidades de carvão vegetal ou lenha, o PSS estabelecerá a utilização exclusiva de 
matéria-prima oriunda de florestas plantadas ou de PMFS e será parte integrante do 
processo de licenciamento ambiental do empreendimento. 
O controle de origem dos produtos florestais foi disciplinado nos arts. 35, 36 e 37, da Lei 
12.651/2012.  
O CFlor exige que o Poder Público realize o controle da origem de produtos ou 
subprodutos florestais, como madeira e carvão, e crie um sistema nacional que integre os 
dados dos diferentes entes federativos, coordenado, fiscalizado e regulamentado pelo 
órgão federal competente do Sisnama.  
Esse sistema nacional foi criado no âmbito Federal por meio da Instrução Normativa n° 21, de 
24 de dezembro de 2014, que instituiu o Sistema Nacional de Controle da Origem dos 
Produtos Florestais – Sinaflor integra o controle da origem de produtos ou subprodutos 
florestais, sob coordenação, fiscalização e regulamentação do Ibama. 
A regra é que toda a atividade comercial de produtos ou subprodutos florestais depende de 
prévia autorização do órgão ambiental competente integrante do Sisnama. Assim, o transporte, 
por qualquer meio, e o armazenamento de madeira, lenha, carvão e outros produtos ou 
subprodutos florestais oriundos de florestas de espécies nativas, para fins comerciais ou 
industriais, requerem licença do órgão competente do Sisnama. Nessa cadência, o 
empreendedor deverá apresentar projeto técnico de exploração florestal do empreendimento 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 54/113
Questão 2022 | 4000807931
Pedro é empresário e atua em diversos ramos diferentes no Estado de São Paulo,
desejando agora trabalhar com exploração �orestal com propósito comercial. De acordo
com o Código Florestal, é correto a�rmar que Pedro.
deverá ser cadastrado no Sinaflor e submetido à análise pelo órgão ambiental competente, que 
após análise e aprovação do projeto técnico poderá o órgão ambiental competente emitir as 
autorizações para supressão e exploração dos produtos florestais. 
Essa licença se corporifica na emissão do Documento de Origem Florestal - DOF que foi 
instituído pela Portaria n° 253, de 18 de agosto de 2006, do Ministério do Meio Ambiente 
(MMA), e constituiu a licença obrigatória para o transporte e armazenamento de produtos 
florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo, contendo as informações sobre a 
procedência desses produtos, devendo acompanhar o produto vegetal até o seu 
beneficiamento final. Por outro lado, o empreendedor deve estar inscrito no Cadastro Técnico 
Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, 
previsto no art. 17 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. 
O CFlor impõe a obrigação a todo aquele que recebe ou adquire, para fins comerciais ou 
industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos ou subprodutos de florestas de 
espécies nativas é obrigado a exigir a apresentação do DOF e munir-se da via que deverá 
acompanhar o material até o beneficiamento final. No DOF deverão constar a especificação 
do material, sua volumetria e dados sobre sua origem e destino. 
Assevera o CFlor, em seu art. 37, que o comércio de plantas vivas e outros produtos oriundos 
da flora nativa dependerá de licença do órgão estadual competente do Sisnama e de 
registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras 
de Recursos Ambientais, previsto no art. 17 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, sem 
prejuízo de outras exigências cabíveis. Por outro lado, se as plantas vivas e outros produtos da 
flora forem destinados à exportação, deverá a licença ser expedida pelo órgão federal(Ibama). 
Essas exigências se aplicam aos produtos florestais oriundos de florestas nativas. Para as 
florestas plantadas, é livre a exploração, ressalvado apenas nas áreas de preservação 
permanente e nas áreas de reserva legal. Também independe de autorização do órgão 
ambiental competente o corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em área de uso 
alternativo do solo devendo o plantio ou reflorestamento estar previamente cadastrado no 
órgão ambiental competente e a exploração ser previamente declarada nele para fins de 
controle de origem. 
Por fim, o plantio ou reflorestamento com espécies florestais nativas ou exóticas 
independem de autorização prévia, desde que observadas as limitações e condições 
previstas no CFlor, devendo ser informados ao órgão competente, no prazo de até 1 (um) 
ano, para fins de controle de origem. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 55/113
A)
antes de explorar �orestas nativas, deverá obter prévia aprovação de Plano de Manejo
Florestal Sustentável e, após obtê-la, encaminhará relatório trimestral ao SISNAMA com
as informações sobre as atividades realizadas.
B)
poderá extrair lenha e demais produtos de �orestas plantadas nas áreas não consideradas
Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal.
C)
se desejar suprimir �orestas e formações sucessoras para uso alternativo do solo, deverá
obter prévia aprovação de Plano de Manejo Florestal Sustentável no CONAMA.
D)
caso passe a receber, para �ns comerciais, lenha proveniente de �orestas de espécies
nativas, não estará obrigado a exigir a apresentação do DOF.
E)
deve obter prévia aprovação de Plano de Manejo Florestal Sustentável no caso de
manejo e exploração de �orestas plantadas localizadas fora das Áreas de Preservação
Permanente.
Solução
Gabarito: B)
poderá extrair lenha e demais produtos de �orestas plantadas nas áreas não
consideradas Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal.
O item “A” está incorreto porque deverá ser encaminhado relatório anual ao órgão
ambiental competente com as informações sobre toda a área de manejo �orestal
sustentável e a descrição das atividades realizadas. 
O item “B” está correto, pois, nos termos do art. 35, §2º, é livre a extração de lenha e
demais produtos de �orestas plantadas nas áreas não consideradas Áreas de
Preservação Permanente e Reserva Legal. 
O item “C” está incorreto considerando que não se exige o PMFS a supressão de
�orestas e formações sucessoras para uso alternativo do solo (art. 32, I). 
O item “D” está incorreto tendo em vista que todo aquele que recebe ou adquire, para
�ns comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos ou subprodutos
de �orestas de espécies nativas é obrigado a exigir a apresentação do DOF e munir-se
da via que deverá acompanhar o material até o bene�ciamento �nal. 
O item “E” está incorreto porque para exploração de �orestas plantadas, não se exige
prévia aprovação do PMFS, mas apenas o registro no órgão ambiental competente para
�ns de controle de origem.
Proibição do uso do Fogo e Controle de Incêndios
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 56/113
O Código Florestal veda o uso do fogo nos biomas brasileiros, como regra, tendo em vista 
o poder de destruição e poluição que tem o desenvolvimento de queimadas sem controle. 
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
Mas o CFlor admitiu a prática do uso do fogo em algumas hipóteses, como no caso de 
locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas 
agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental 
competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os 
critérios de monitoramento e controle, devendo exigir que os estudos demandados para o 
licenciamento da atividade rural contenham planejamento específico sobre o emprego do 
fogo e o controle dos incêndios. 
Também se permite a prática das queimadas controladas em Unidades de Conservação, em 
conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão 
gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação 
nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do 
fogo. Melhor dizendo, para o desenvolvimento de determinadas espécies é necessário o uso da 
queimada, sem a qual o ecossistema ficaria fragilizado. O fogo funcionaria como uma espécie 
de ativador do ciclo evolutivo das espécies. 
Admite-se ainda o uso do fogo para as atividades de pesquisa científica vinculada a projeto 
de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de 
pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do 
Sisnama. 
Acrescente-se às exceções a possibilidade de uso do fogo nas práticas de prevenção e 
combate aos incêndios, como na prática dessa atividade nos treinamentos efetivados pelo 
Corpo de Bombeiros ou por brigadas de incêndio criadas por organizações não 
governamentais.    
O art. 39 do CFlor obriga os órgãos integrantes do Sisnama, bem como todo e qualquer órgão 
público ou privado responsável pela gestão de áreas com vegetação nativa ou plantios 
florestais, deverão elaborar, atualizar e implantar planos de contingência para o combate aos 
incêndios florestais. Em 2022 foram incluídos dispositivos no CFlor que determinam que os 
planos de contingência para o combate aos incêndios florestais dos órgãos do Sisnama 
conterão diretrizes para o uso da aviação agrícola no combate a incêndios em todos os tipos de 
vegetação, sendo importante destacar que as aeronaves utilizadas para combate a incêndios 
deverão atender às normas técnicas definidas pelas autoridades competentes do poder público 
e ser pilotadas por profissionais devidamente qualificados para o desempenho dessa atividade, 
na forma do regulamento 
Objetivando sistematizar as ações de proibição de uso do fogo e de combate aos incêndios 
desenvolvimento uma política pública mais eficiente na tutela do meio ambiente contra esse 
agente deletério, o CFlor incumbiu ao Governo Federal a missão institucional de estabelecer 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 57/113
Questão 2022 | 4000807932
Assinale a alternativa incorreta. A Lei n. 12.651/2012 (Código Florestal):
Estabelece situações em que se permite o uso de fogo na vegetação.
uma Política Nacional de Manejo e Controle de Queimadas, Prevenção e Combate aos 
Incêndios Florestais, que promova a articulação institucional com vistas na substituição do 
uso do fogo no meio rural, no controle de queimadas, na prevenção e no combate aos 
incêndios florestais e no manejo do fogo em áreas naturais protegidas, devendo prever 
instrumentos para a análise dos impactos das queimadas sobre mudanças climáticas e 
mudanças no uso da terra, conservação dos ecossistemas, saúde pública e fauna, para 
subsidiar planos estratégicos de prevenção de incêndios florestais. Ademais, a Política 
contemplará programa de uso da aviação agrícola no combate a incêndios em todos os tipos 
de vegetação. 
Para apuração da responsabilidade por danos acarretados ao meio ambiente pelo uso irregular 
do fogo em terras públicas ou particulares exigiu o CFlor que a autoridade competente para 
fiscalização e autuação comprove o nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou 
qualquer preposto e o dano efetivamente causado. Embora previsto na Lei, é a regra de que 
toda imputação de responsabilidade administrativa por dano acarretado ao meio ambiente 
segue as regras da responsabilidade subjetiva, exigindo-se a comprovação do elemento 
subjetivo do tipo, dolo ou culpa, devendo ser comprovado o nexo de causalidade entre a 
conduta e o resultado naturalístico. Por outro lado, quanto à responsabilidade civil para 
recuperar a área degradada pelo fogo, a responsabilidade é objetiva, lastreada na teoria do 
risco integral. Mas isso não impede que seja demonstrado o nexo causal entre a conduta e o 
resultado.  
Nesse sentido, para aresponsabilização por danos causados ao meio ambiente é necessário 
que a administração pública comprove o nexo causal, seja sob a ótica da responsabilidade 
administrativa (imposição de sanção) ou civil (necessidade de reparar/indenizar). O Superior 
Tribunal de Justiça entende que responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada 
pela teoria do risco integral, sendo o nexo  de  causalidade  o  fator  aglutinante  que  
permite  que  o  risco  se  integre  na  unidade  do  ato,  sendo  descabida  a  invocação,  pela  
empresa  responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para 
afastar sua  obrigação de indenizar. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC). 
Por fim, a Política Nacional de Manejo e Controle de Queimadas, Prevenção e Combate aos 
Incêndios Florestais deverá observar cenários de mudanças climáticas e potenciais 
aumentos de risco de ocorrência de incêndios florestais. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 58/113
Solução
Gabarito:
Item correto. A regra estabelecida no art. 38, da Lei 12.651/2012 é a proibição do uso do
fogo nos biomas brasileiros, sendo permitido o desenvolvimento de algumas atividades
elencadas nas exceções apresentadas nos incisivos do referido normativo, como para
atividades de pesquisa cientí�ca e para agricultura de subsistência.
Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo
Em 31 de julho de 2024 foi publicada a Lei n° 14.944/2024, finalmente instituindo a Política 
Nacional de Manejo Integrado do Fogo, com o objetivo de disciplinar e promover a 
articulação interinstitucional relativa:
ao manejo integrado do fogo;
à redução da incidência e dos danos dos incêndios florestais no território nacional;
ao reconhecimento do papel ecológico do fogo nos ecossistemas e ao respeito aos 
saberes e às práticas de uso tradicional do fogo.
O disposto nesta Lei não se aplica à queima de resíduos prevista na Política Nacional de 
Resíduos Sólidos.
Para os fins da referida política, temos as seguintes definições:
Incêndio florestal
Qualquer fogo não controlado e não planejado que incida sobre florestas e demais formas de 
vegetação, nativa ou plantada, em áreas rurais e que, independentemente da fonte de ignição, 
exija resposta;
Queima controlada
Uso planejado, monitorado e controlado do fogo, realizado para fins agrossilvipastoris em áreas 
determinadas e sob condições específicas;
Queima prescrita 
Uso planejado, monitorado e controlado do fogo, realizado para fins de conservação, de 
pesquisa ou de manejo em áreas determinadas e sob condições específicas, com objetivos 
predefinidos em plano de manejo integrado do fogo;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 59/113
Uso tradicional e adaptativo do fogo 
Prática ancestral adaptada às condições territoriais, ambientais e climáticas atuais, empregada 
por povos indígenas, comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais em suas 
atividades de reprodução física e cultural, relacionada com a agricultura, a caça, o extrativismo, 
a cultura e a cosmovisão, próprias de sua gestão territorial e ambiental;
Uso do fogo de forma solidária 
Ação realizada em conjunto por agricultores familiares, por meio de mutirão ou de outra 
modalidade de interação, que abranja, simultaneamente, 2 (duas) ou mais pequenas 
propriedades ou posses rurais familiares contíguas;
Regime do fogo 
Frequência, época, tamanho da área queimada, intensidade, severidade e tipo de queima em 
determinada área ou ecossistema;
Ecossistema associado ao fogo 
Aquele em que o fogo, natural ou provocado, cumpra papel ecológico em suas funções e seus 
processos;
Prevenção de incêndios florestais 
Medidas contínuas realizadas no manejo integrado do fogo com o objetivo de reduzir a 
ocorrência e a propagação de incêndios florestais e seus impactos negativos;
Combate aos incêndios florestais 
Conjunto de atividades relacionadas com o controle e a extinção de incêndios desde a sua 
detecção até a sua extinção completa;
Plano operativo de prevenção e combate aos incêndios florestais
Documento de ordem prático-operacional para gestão de recursos humanos, materiais e de 
apoio para a tomada de decisão no desenvolvimento de ações de prevenção e de combate aos 
incêndios florestais, que tem como propósito definir, objetivamente, estratégias e medidas 
eficientes, aplicáveis anualmente, que minimizem o risco de ocorrência de incêndios florestais 
e seus impactos em uma área definida;
Manejo integrado do fogo 
Modelo de planejamento e gestão que associa aspectos ecológicos, culturais, socioeconômicos 
e técnicos na execução, na integração, no monitoramento, na avaliação e na adaptação de 
ações relacionadas com o uso de queimas prescritas e controladas e a prevenção e o combate 
aos incêndios florestais, com vistas à redução de emissões de material particulado e gases de 
efeito estufa, à conservação da biodiversidade e à redução da severidade dos incêndios 
florestais, respeitado o uso tradicional e adaptativo do fogo;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 60/113
Autorização por adesão e compromisso
Autorização para queima controlada mediante declaração de adesão e compromisso com os 
requisitos preestabelecidos pelo órgão competente.
Temos ainda seus princípios, diretrizes e objetivos:
Princípios Diretrizes Objetivos
I - a responsabilidade comum 
da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos 
Municípios, em articulação 
com a sociedade civil 
organizada e com 
representantes dos setores 
produtivos, na criação de 
políticas, programas e planos 
que promovam o manejo 
integrado do fogo;
II - a função social da 
propriedade;
III - a promoção da 
sustentabilidade dos recursos 
naturais;
IV - a proteção da 
biodiversidade e dos serviços 
ecossistêmicos;
V - a promoção da 
abordagem integrada, 
intercultural e adaptativa do 
uso do fogo;
VI - a percepção do fogo 
como parte integrante de 
sistemas ecológicos, 
econômicos e socioculturais;
VII - a substituição do uso do 
fogo em ambientes sensíveis 
a esse tipo de ação, sempre 
que possível;
I - a integração e a 
coordenação de instituições 
públicas e privadas e da 
sociedade civil e de políticas 
públicas e privadas na 
promoção do manejo 
integrado do fogo;
II - a gestão participativa e 
compartilhada entre os entes 
federativos, a sociedade civil 
organizada, os povos 
indígenas, as comunidades 
quilombolas, outras 
comunidades tradicionais e a 
iniciativa privada;
III - a implementação de 
ações, de métodos e de 
técnicas de manejo 
integrado do fogo;
IV - a priorização de 
investimentos em estudos, 
pesquisas e projetos 
científicos e tecnológicos 
destinados ao manejo 
integrado do fogo, à 
recuperação de áreas 
atingidas por incêndios 
florestais e às técnicas 
sustentáveis de substituição 
gradativa do uso do fogo 
como prática 
agrossilvipastoril, 
consideradas as pertinências 
ecológica e socioeconômica;
I - prevenir a ocorrência e 
reduzir os impactos dos 
incêndios florestais e do uso 
não autorizado e indevido do 
fogo, por meio do 
estabelecimento do manejo 
integrado do fogo;
II - promover a utilização do 
fogo de forma controlada, 
prescrita ou tradicional, de 
maneira a respeitar a 
diversidade ambiental e 
sociocultural e a sazonalidade 
em ecossistemas associados 
ao fogo;
III - reduzir a incidência, a 
intensidade e a severidade de 
incêndios florestais;
IV - promover a 
diversificação das práticas 
agrossilvipastoris de maneira 
a incluir, quando viável, a 
substituição gradativa do uso 
do fogo ou a integração de 
práticas de manejo do fogo, 
por meio de assistência 
técnica e extensão rural;
V - aumentar a capacidade 
de enfrentamento dos 
incêndios florestais no 
momento dos incidentes, de 
maneira a melhorar o 
planejamento e a eficácia do 
combate ao fogo;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 61/113
VIII - a substituição do uso do 
fogo como prática 
agrossilvipastoril por práticas 
sustentáveis, sempre que 
possível;
IX - a redução das ameaças à 
vidae à saúde humana e à 
propriedade;
X - o reconhecimento e o 
respeito à autonomia 
sociocultural, à valorização 
do protagonismo, à proteção 
e ao fortalecimento dos 
saberes, das práticas, dos 
conhecimentos e dos 
sistemas de uso sagrado, 
tradicional e adaptativo do 
fogo e às formas próprias de 
conservação dos recursos 
naturais por povos indígenas, 
comunidades quilombolas e 
outras comunidades 
tradicionais;
XI - a promoção de ações 
para o enfrentamento das 
mudanças climáticas.
V - a avaliação de cenários 
de mudança do clima e de 
potencial aumento do risco 
de ocorrência de incêndios 
florestais e de sua 
severidade;
VI - a valorização das 
práticas de uso tradicional e 
adaptativo do fogo e de 
conservação dos recursos 
naturais por povos indígenas, 
comunidades quilombolas e 
outras comunidades 
tradicionais, de forma a 
promover o diálogo e a troca 
entre os conhecimentos 
tradicionais, científicos e 
técnicos;
VII - a implementação de 
ações de conscientização e 
educação ambiental sobre os 
impactos ambientais e de 
saúde pública decorrentes 
do uso indiscriminado do 
fogo.
VI - promover o processo de 
educação ambiental, com 
foco na prevenção, nas 
causas e nas consequências 
ambientais e 
socioeconômicas dos 
incêndios florestais e nas 
alternativas para a redução da 
vulnerabilidade 
socioambiental;
VII - promover a conservação 
e a recuperação da 
vegetação nativa e das suas 
funções ecológicas e sociais 
nas áreas urbanas e rurais 
atingidas pelo fogo;
VIII - promover ações de 
responsabilização sobre o uso 
não autorizado e indevido do 
fogo, em conformidade com 
a legislação;
IX - considerar a queima 
prescrita como ferramenta 
para o controle de espécies 
exóticas ou invasoras, sempre 
observados os aspectos 
técnicos e científicos;
X - contribuir para a 
implementação de diretrizes 
de manejo integrado do fogo 
nas ações de gestão 
ambiental e territorial;
XI - reconhecer, respeitar e 
fomentar o uso tradicional e 
adaptativo do fogo por povos 
indígenas, comunidades 
quilombolas e outras 
comunidades tradicionais e 
definir, de forma participativa 
e de acordo com as 
especificidades de cada povo 
e comunidade tradicional, as 
estratégias de prevenção e 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 62/113
A lei institui uma instância interinstitucional de caráter consultivo e deliberativo da Política 
Nacional de Manejo Integrado do Fogo, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança 
do Clima, o Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo. O Comitê tem como atribuições:
de combate aos incêndios 
florestais em seus territórios.
I - facilitar a articulação institucional para a promoção do manejo integrado do fogo;
II - propor ao órgão competente do Poder Executivo federal normas para a implementação da 
Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo;
III - propor medidas para a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo e 
monitorá-las periodicamente;
IV - apreciar o relatório anual sobre os incêndios florestais no território nacional elaborado pelo 
Centro Integrado Multiagência de Coordenação Operacional Federal (Ciman Federal) e dar 
publicidade a ele;
V - propor mecanismos de coordenação para detecção e controle dos incêndios florestais a 
serem aplicados por instituições de resposta ao fogo, tais como os centros integrados 
multiagências de coordenação operacional;
VI - estabelecer as diretrizes acerca da geração, da coleta, do registro, da análise, da 
sistematização, do compartilhamento e da divulgação de informações sobre os incêndios 
florestais e o manejo integrado do fogo;
VII - estabelecer as diretrizes para a captação de recursos físicos e financeiros nas diferentes 
esferas governamentais;
VIII - estabelecer as diretrizes para a capacitação de recursos humanos que atuarão na 
prevenção e no combate aos incêndios florestais e nas atividades relacionadas com o manejo 
integrado do fogo;
IX - acompanhar as ações de cooperação técnica internacional no âmbito dos acordos, dos 
convênios, das declarações e dos tratados internacionais que tenham interface com o manejo 
integrado do fogo e dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária;
X - propor instrumentos de análise de impactos dos incêndios e do manejo integrado do fogo 
sobre a mudança no uso da terra, a conservação dos ecossistemas, a saúde pública, a flora, a 
fauna e a mudança do clima.
O Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo contará com representantes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil, com direito a voz e a voto. 
Sendo os representantes da sociedade civil eleitos por seus pares e incluirão, pelo menos, 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 63/113
representantes das entidades de defesa do meio ambiente, representantes do setor 
agropecuário, representantes de povos indígenas e representantes de comunidades 
quilombolas e outras comunidades tradicionais. A representação da sociedade civil deverá 
ocupar pelo menos 1/3 (um terço) da composição do Comitê Nacional de Manejo Integrado 
do Fogo, garantida a proporcionalidade na representação dos setores interessados.
Poderão ainda participar das reuniões do Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo 
especialistas e representantes de órgãos ou entidades públicos ou privados que exerçam 
atividades relacionadas com o manejo integrado do fogo.
Além disso, os Estados e o Distrito Federal poderão instituir instâncias interinstitucionais de 
manejo integrado do fogo com a atribuição de propor ao Poder Executivo do Estado ou do 
Distrito Federal diretrizes sobre o controle de queimadas e a prevenção e o combate aos 
incêndios florestais.
Instrumentos da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo
São instrumentos da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, sem prejuízo de outros 
que vierem a ser constituídos:
I - os planos de manejo integrado do fogo;
II - os programas de brigadas florestais;
III - o Sistema Nacional de Informações sobre Fogo (Sisfogo);
IV - os instrumentos financeiros;
V - as ferramentas de gerenciamento de incidentes;
VI - o Ciman Federal;
VII - a educação ambiental.
Vejamos cada um deles:
Planos de manejo integrado do fogo
O plano de manejo integrado do fogo é o instrumento de planejamento e gestão elaborado por 
pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, de maneira participativa, para a execução das 
ações de manejo integrado do fogo e em conformidade com os objetivos estabelecidos pelo 
órgão gestor da área a ser manejada.
Os planos conterão, no mínimo, informações sobre áreas de recorrência de incêndios 
florestais, tipo de vegetação e áreas prioritárias para conservação, bem como outras 
informações a serem estabelecidas pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 64/113
Poderão compor o plano de manejo integrado do fogo:
I - as seguintes atividades:
a) queima prescrita;
b) queima controlada;
c) uso tradicional e adaptativo do fogo;
II - os planos operativos de prevenção e combate aos incêndios florestais.
Os planos de manejo integrado do fogo elaborados pelos órgãos e pelas entidades da 
administração pública responsáveis pela gestão de áreas com vegetação, nativa ou 
plantada, não dependem de aprovação dos órgãos ambientais competentes.
Quando elaborados por pessoas físicas ou jurídicas privadas, os planos de manejo 
integrado do fogo deverão ser submetidos ao órgão ambiental competente para aprovação, 
com informações sobre as áreas de preservação permanente e de reserva legal presentes 
no imóvel.
Programas de brigadas florestais
Os programas de brigadas florestais consistem em conjunto de ações necessárias à formação 
de recursos humanos capacitados, equipados e organizados para a implementação dos planos 
de manejo integrado do fogo e dos planos operativos de prevenção e combate aos incêndios 
florestais e para a execução de atividades operacionais de proteção ambiental.
A implementação de brigadas florestais paraquando se analisam as normas constantes na 
referida lei.
A Constituição Federal de 1988 criou um microssistema protetivo da fauna brasileira 
expandindo as atribuições dos entes federativos quanto ao dever de preservar as florestas e 
demais formas de vegetação. Nesse sentido, definiu o sistema de repartição de competências 
em duas frentes, legislativa e material. Na frente legislativa, definiu a todos os entes 
federativos, por força do art. 24, VI, da CF/88, a competência legislativa concorrente para 
legislarem sobre florestas. Na outra, imputou aos entes a competência material comum para 
preservarem não apenas as florestas, mas também toda a flora.  Rememorando os normativos:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos 
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
Cumpre lembrar que no âmbito da competência legislativa concorrente cabe à União a edição 
de normas gerais em matéria ambiental, restando aos Estados e ao Distrito Federal a 
competência para suplementar a legislação ambiental federal na busca da completude do 
sistema normativo, seja pelo atendimento às peculiaridades locais, seja para cobrir as lacunas 
deixadas pela legislação federal.
A Constituição Federal criou um verdadeiro condomínio vertical de competências, mas sem 
qualquer relação de superioridade hierárquica entre os entes federativos, considerando que 
estes guardam relação de autonomia. A competência legislativa concorrente, portanto, deve 
ser sempre exercida de forma coordenada e conjunta entre os entes políticos.
A Lei 12.651/2012 é, portanto, a norma geral editada pela União em matéria de proteção da 
flora, cabendo aos Estados/DF legislarem de forma a suplementar a legislação federal, 
naquilo que seja necessário para preencher os vazios ou para complementar a norma da União, 
como exemplo da Lei 12.488/95 protetiva das Florestas do Estado do Ceará.
Na competência material comum, todos os entes poderão atuar na defesa do meio ambiente 
sem exclusão de um em relação à atuação do outro. Há uma verdadeira isonomia de 
participação e uma efetiva solidariedade entre os entes políticos. O exercício dessa 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 5/113
Normas Gerais CFlor
competência, em sua essência, está relacionado com o dever de cuidado, de zelo e de 
proteção com os bens ambientais. Nesse sentido, é dever de todos preservar as florestas e 
demais formas de vegetação.
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
Objetivos e Princípios do CFlor
O Código Florestal- CFlor é norma geral editada pela União para proteção das florestas e 
demais formas de vegetação, não se limitando unicamente à tutela das florestas. O CFlor 
não tem o objetivo de conservar as florestas por si só. Busca fomentar sua proteção e utilização 
de forma sustentável induzindo condutas positivas em busca da compatibilização do uso dos 
recursos florestais com o desenvolvimento sustentável, bem como gerar diversos benefícios 
para a coletividade de ordem socioambiental e econômica.
A Lei 12.651/2012 é norma limitadora do direito de propriedade, impondo limites ao uso e 
gozo por seu proprietário/possuidor para atender ao princípio constitucional da função 
socioambiental da propriedade estabelecendo áreas a serem protegidas tendo o uso 
condicionado a regras específicas de manejo florestal.
Nesse cenário, o CFlor estabeleceu, em seu art. 1º-A, as normas gerais sobre a proteção da 
vegetação, das áreas de Preservação Permanente e das áreas de Reserva Legal, bem como 
regras básicas para exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da 
origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, prevendo 
ainda instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de suas finalidades.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 6/113
O objetivo principal do CFlor é o alcance do desenvolvimento sustentável buscando um 
equilíbrio entre o uso recursos florestais e a proteção ambiental de forma a permitir que as 
presentes e futuras gerações possam também usufruir dos benefícios gerados pelas diversas 
formas de vegetação. Para isso, estabeleceu princípios ou ações governamentais que devem 
ser observadas quando da elaboração de políticas públicas ou mesmo na interpretação de suas 
normas.
Muitos deles foram inspirações da Declaração dos Princípios sobre Florestas produzida na 
Rio-92, afirmando o compromisso do Brasil com a preservação e utilização racional das 
florestas com reforço da importância ecológica delas e de outras formas de vegetação para os 
demais ecossistemas existentes. Isso corrobora a tese de que não temos apenas uma norma 
protetiva das florestas, mas de todos os ecossistemas que mantêm uma relação simbiótica com 
a vegetação, com o solo, os recursos hídricos e a biodiversidade. Seria um “Código de 
Proteção Ambiental”.
Os princípios que regem o CFlor, por força do parágrafo único do art. 1º-A, são:
afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e 
demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos 
hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem-estar das gerações presentes e 
futuras;
reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do 
papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no 
crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na 
presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia;
ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o 
compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da 
terra e a preservação da água, do solo e da vegetação;
responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em 
colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e 
restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas 
urbanas e rurais;
fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável 
do solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas e demais formas de 
vegetação nativa; e
criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a 
recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades 
produtivas sustentáveis.
 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 7/113
Natureza Propter Rem das Obrigações Ambientais
A natureza jurídica das florestas e demais formas de vegetação, como os bens ambientais em 
geral, é de interesse difuso de propriedade de todos os integrantes da sociedade brasileira, 
devendo ser preservado em face de seu caráter transindividual, cabendo aos entes federativos, 
enquanto meros gestores desses interesses, o dever de cuidado e zelo com esses bens 
ambientais. Desde o Decreto 23.793/34 as florestas são consideradas bens de interesse de 
todos. Eis o normativo do art. 2º do CFlor:
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 8/113
Art. 2º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, 
reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os 
habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a 
legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.
§ 1º Na utilização e exploração da vegetação, as ações ou omissões contrárias às disposições 
desta Lei são consideradas uso irregular da propriedade, aplicando-se o procedimento sumário 
previsto no inciso II do art. 275 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo 
Civil, sem prejuízo da responsabilidade civil, nos termos do § 1º do art.atuar em terras indígenas, em territórios 
quilombolas e em unidades de conservação será realizada de maneira articulada entre o 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou o órgão 
estadual competente, os povos indígenas e as comunidades quilombolas envolvidas e os 
respectivos órgãos competentes para a proteção dessas áreas e comunidades.
As brigadas florestais voluntárias ou particulares deverão cadastrar-se e ter sua aprovação 
perante o Corpo de Bombeiros Militar da unidade da Federação em que atuarão quando a 
referida atuação não corresponder a ações que visem à proteção de unidades de conservação 
federais, terras indígenas, territórios quilombolas e outras áreas sob gestão federal. O Corpo de 
Bombeiros Militar do respectivo Estado ou do Distrito Federal estabelecerá normas para 
regulamentar as brigadas florestais voluntárias ou particulares quanto ao seu credenciamento e 
à sua atuação, bem como requisitos de segurança, como a padronização de uniformes e a 
identificação dos veículos utilizados nas operações.
Cabe ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por sua vez, a organização de 
um cadastro nacional de brigadas florestais.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 65/113
Nas situações em que o Corpo de Bombeiros Militar atuar em conjunto com as brigadas 
florestais, a coordenação e a direção das ações caberão à corporação militar, ressalvada a 
atuação do Corpo de Bombeiros Militar em terras indígenas, em territórios quilombolas, em 
unidades de conservação e em outras áreas sob gestão federal, que ocorrerá de forma 
coordenada com os respectivos órgãos competentes para a proteção ambiental dessas áreas, 
aos quais caberá, no caso de áreas federais, a coordenação e a direção das ações.
Nas áreas críticas para a conservação ambiental ou com recorrência de incêndios 
florestais será priorizada a atuação continuada da brigada florestal ao longo de todo o 
ano, com a realização de ações de prevenção e de manejo.
Os  programas de brigadas florestais federais serão instituídos pela União, com vistas à 
implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, podendo os Estados e o 
Distrito Federal instituir programas de brigadas florestais estaduais e distrital com o mesmo 
objetivo.
Os membros das brigadas (trazidos como recursos humanos pela lei) serão denominados 
brigadistas florestais e deverão estar aptos a executar as seguintes atividades relacionadas 
com o manejo integrado do fogo:
prevenção, controle e combate aos incêndios florestais;
coleta e sistematização de dados relacionados com incêndios florestais e manejo 
integrado do fogo;
ações de sensibilização, de educação e de conservação ambiental;
atividades para implementação dos planos de manejo integrado do fogo e dos planos 
operativos de prevenção e combate aos incêndios florestais;
apoio operacional, em caráter auxiliar, à gestão de áreas protegidas que tenham plano 
de manejo integrado do fogo ou plano operativo de prevenção e combate aos 
incêndios florestais.
Serão assegurados ao brigadista florestal, no exercício de suas atribuições previstas no plano de 
manejo integrado do fogo e nos planos operativos de prevenção e combate aos incêndios 
florestais condições adequadas de segurança e saúde no exercício de suas funções, observadas 
as normas técnicas nacionais ou, caso essas não existam, as normas técnicas internacionais 
que disponham sobre medidas de mitigação da exposição aos riscos e utilização de 
equipamentos de proteção coletiva ou individual; e seguro de vida.
Sistema Nacional de Informações sobre Fogo (Sisfogo)
6. Proteção Florestal
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O Sistema Nacional de Informações sobre Fogo (Sisfogo) é uma ferramenta de gerenciamento 
das informações sobre incêndios florestais, queimas controladas e queimas prescritas no 
território nacional, informações que serão divulgadas periodicamente no sítio eletrônico do 
Sisfogo, com amplo acesso à população.
O Sisfogo integra o Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente  (Sinima), e tem 
os seguintes objetivos:
I - armazenar, tratar e integrar dados e informações e disponibilizar estudos, estatísticas e 
indicadores para auxiliar na formulação, na implementação, na execução, no acompanhamento 
e na avaliação das políticas públicas relacionadas com o manejo integrado do fogo;
II - promover a integração de redes e sistemas de dados e informações sobre o manejo 
integrado do fogo;
III - garantir a interoperabilidade dos sistemas de dados e informações, conforme os padrões 
definidos pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo.
Constarão do Sisfogo informações e dados relativos a:
registros de ocorrências de incêndios florestais;
registros de autorizações e de realização de queimas controladas e prescritas;
alertas de ocorrência de incêndios florestais;
recursos humanos e materiais dos órgãos e das entidades que atuem na prevenção e 
no combate aos incêndios florestais;
espacialização das queimadas ou dos incêndios com a inserção de coordenadas em 
forma de pontos, linhas ou polígonos;
outros dados e informações definidos pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do 
Fogo.
Compete ao Ibama, por meio de seus centros especializados, disponibilizar sistema 
padronizado, informatizado e seguro que permita o intercâmbio de informações entre as 
instituições que integram o Sisfogo.
Instrumentos financeiros
6. Proteção Florestal
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Os instrumentos financeiros da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo têm o objetivo 
de promover o manejo integrado do fogo, a recuperação de áreas atingidas por incêndios 
florestais e as técnicas sustentáveis para substituição gradativa do uso do fogo como prática 
agrossilvipastoril, por meio de incentivos e investimentos em ações, estudos, pesquisas e 
projetos científicos e tecnológicos.
São instrumentos financeiros da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo:
as dotações orçamentárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
destinadas ao manejo integrado do fogo;
os recursos oriundos de fundos públicos para o financiamento reembolsável e não 
reembolsável;
os pagamentos por serviços ambientais e redução das emissões provenientes do 
desmatamento e da degradação florestal, conservação dos estoques de carbono 
florestal, manejo sustentável de florestas e aumento de estoques de carbono florestal 
(REDD+);
os recursos provenientes de incentivos fiscais e tributários, como isenções, alíquotas 
diferenciadas e compensações, a serem estabelecidos em lei específica;
as linhas de crédito e de financiamento específico por agentes financeiros públicos e 
privados;
os recursos provenientes de cooperação internacional.
Os recursos da União, ou por ela controlados, destinados ao manejo integrado do fogo serão 
distribuídos, prioritariamente, aos entes federativos que:
I - possuam instância interinstitucional de manejo integrado do fogo;
II - implementem programa de brigadas florestais;
III - possuam centro integrado multiagência de coordenação operacional; e
IV - utilizem o Sisfogo ou sistema próprio a ele integrado, para emissão e gerenciamento de 
autorizações de queima controlada e de ocorrência de incêndios florestais.
Ferramentas de gerenciamento de incidentes
Para a implementação dos planos de manejo integrado do fogo, será utilizada ferramenta de 
gerenciamento de incidentes, padronizada em âmbito nacional, para atuação operacional 
multiagencial aplicável a todos os tipos de sinistros e eventos de qualquer natureza que exijam 
estrutura organizacional integrada para suprir as demandas de resposta.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 68/113
A ferramenta de gerenciamento de incidentes deve observar os seguintes princípios, de forma 
a assegurar a coordenação e a efetivação das ações de resposta:
terminologia comum;
alcance de controle;
organização modular;
interoperabilidade e comunicações integradas;
plano de ação do evento;
estruturaorganizacional por funções;
atuação coordenada e unificada;
instalações padronizadas;
gestão integrada dos recursos.
Ciman Federal
O Centro Integrado Multiagência de Coordenação Operacional Federal (Ciman Federal) é 
órgão de caráter operacional, vinculado ao Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo, 
com a função de monitorar e de articular as ações de controle e de combate aos incêndios 
florestais, sendo coordenado pelo Ibama.
O Ciman Federal executará as seguintes atividades, sem prejuízo de outras designadas pelo 
Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo:
I - monitorar a situação dos incêndios florestais no território nacional;
II - promover, em sala de situação única e a partir de comando unificado, o compartilhamento 
de informações sobre as operações em andamento;
III - integrar o trabalho das instituições envolvidas no monitoramento e no combate aos 
incêndios florestais no território nacional;
IV - coordenar e planejar as ações de combate aos incêndios florestais que extrapolem o poder 
de resposta das instituições estaduais, de maneira a promover a criação de protocolos de apoio 
mútuo e de colaboração técnica e financeira entre as instituições participantes;
V - dar publicidade e transparência às grandes operações de combate aos incêndios florestais 
no território nacional;
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6. Proteção Florestal 69/113
VI - apresentar relatório anual sobre a situação dos incêndios florestais no território nacional, 
de maneira a indicar o aperfeiçoamento das ações de prevenção e de combate.
Os Estados e o Distrito Federal podem instituir centros integrados multiagências de 
coordenação operacional estaduais e distrital com o objetivo de promover, em sala de situação 
única e a partir de comando unificado, a busca de soluções conjuntas, por meio do 
compartilhamento de informações sobre as operações em andamento em áreas sob a sua 
jurisdição. Os centros estaduais e distrital devem ser articulados com o Ciman Federal e serão 
compostos, preferencialmente, pelos órgãos estaduais e distritais de meio ambiente e de 
proteção e defesa civil e pelas instituições estaduais e distritais de resposta aos incêndios 
florestais, incluído o Corpo de Bombeiros Militar dos Estados e do Distrito Federal.
Educação ambiental
A educação ambiental é componente essencial e permanente da Política Nacional de Manejo 
Integrado do Fogo e deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e 
modalidades da governança e instrumentos de gestão dessa política, em caráter formal e não 
formal.
Do Uso do Fogo
A Lei n° 14.944/2024 determina que o uso do fogo na vegetação será permitido nas seguintes 
hipóteses:
I - nos locais ou nas regiões cujas peculiaridades justifiquem o uso do fogo em práticas 
agrossilvipastoris, mediante prévia autorização de queima controlada do órgão ambiental 
competente para cada imóvel rural ou de forma regionalizada;
II - nas queimas prescritas, com o procedimento regulado pelo órgão ambiental 
competente e de acordo com o plano de manejo integrado do fogo, observadas as 
diretrizes estabelecidas pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo;
III - nas atividades de pesquisa científica devidamente aprovadas pelos órgãos 
competentes e realizadas por instituições de pesquisa reconhecidas, mediante prévia 
autorização de queima prescrita pelo órgão ambiental competente;
IV - nas práticas de prevenção e de combate aos incêndios florestais e nas capacitações 
associadas;
V - nas práticas culturais e de agricultura de subsistência exercidas por povos indígenas, 
comunidades quilombolas, outras comunidades tradicionais e agricultores familiares, 
conforme seus usos e costumes;
VI - na capacitação e na formação de brigadistas florestais;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 70/113
VII - no corte de cana-de-açúcar, como método despalhador e facilitador, em áreas que 
não sejam passíveis de mecanização, conforme regulamento do órgão estadual competente.
Ademais, cabe destacar que as queimas prescritas realizadas pelos órgãos da administração 
pública responsáveis pela gestão de áreas com vegetação, nativa ou plantada, não 
dependem da aprovação dos órgãos ambientais competentes. Por outro lado, as queimas 
prescritas realizadas por pessoas físicas ou jurídicas privadas deverão constar de planos 
de manejo integrado do fogo e dependerão de prévia autorização do órgão ambiental 
competente para aprovação.
Na hipótese de uso do fogo de forma solidária, a autorização de queima controlada 
contemplará as pequenas propriedades ou as posses rurais contíguas envolvidas, sendo limitado 
a 500 ha (quinhentos hectares) de área a ser queimada.
Para fins de capacitação em manejo integrado do fogo, é dispensada a autorização de queima 
controlada pelo órgão ambiental competente, desde que a área a ser queimada não ultrapasse 
10 ha (dez hectares) e a queima seja realizada de acordo com as diretrizes do Comitê Nacional 
de Manejo Integrado do Fogo.
Nas faixas de domínio de rodovias e de ferrovias, é facultado o uso do fogo como 
ferramenta para a redução de material combustível vegetal e para a prevenção de 
incêndios florestais, desde que medidas adequadas de contenção sejam aplicadas, de acordo 
com as resoluções editadas pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo.
É proibido, contudo, o uso do fogo como método de supressão de vegetação nativa para 
uso alternativo do solo, ressalvada a queima controlada dos resíduos de vegetação.
Previamente à solicitação de autorização de queima controlada, quando necessária, o 
interessado deverá:
definir técnicas, equipamentos e mão de obra a serem utilizados;
preparar aceiros com largura condizente com as condições ambientais, topográficas e 
climáticas e com o tipo de material combustível presente;
providenciar treinamento e equipamentos apropriados para a equipe que atuará no local da 
queima controlada, de forma a evitar a propagação do fogo fora dos limites estabelecidos;
comunicar aos confrontantes a intenção de realizar a queima controlada, com o 
esclarecimento de que, oportunamente, e com a antecedência necessária, serão 
confirmados data, hora do início e local onde será realizada a queima;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 71/113
prever a realização da queima em dia e horário apropriados, evitando os períodos de 
temperatura mais elevada e respeitando as condições dos ventos predominantes no 
momento da operação;
providenciar o oportuno acompanhamento de toda a operação de queima, até sua 
extinção, com vistas à adoção de medidas adequadas de contenção do fogo;
promover o enleiramento dos resíduos de vegetação, de forma a limitar a ação do fogo.
Além disso, a solicitação de autorização de queima controlada conterá comprovante de 
posse, propriedade ou domínio útil do imóvel onde será realizada a queima; e cópia da 
autorização de supressão de vegetação, quando legalmente exigida.
O uso do fogo na vegetação nas práticas culturais e de agricultura de subsistência 
exercidas por povos indígenas, comunidades quilombolas, outras comunidades tradicionais 
e agricultores familiares independe de autorização e é permitido na hipótese de uso 
tradicional e adaptativo do fogo, observados os seguintes procedimentos:
I - executar a queima em época, dia e horário apropriados, de maneira a evitar condições 
inadequadas do tempo, como temperatura e vento elevados e baixa umidade relativa, e a 
respeitar as condições dos ventos predominantes no momento da operação;
II - realizar acordo prévio com a comunidade residente, de acordo com as formas de 
organização social e política de cada população ou comunidade;
III - comunicar aos brigadistas florestais responsáveis pela área, quando houver;
IV - confeccionar aceiros ou adotar medida preventiva culturalmente adequada, conforme as 
condições ambientais, topográficas, meteorológicas e de material combustível, a serem 
determinadas em regulamento;
V - incluir planejamento da queima no calendário de manejo integrado do fogo, quandohouver.
O cumprimento do disposto nos incisos III e V por povos indígenas e comunidades 
quilombolas poderá ser dispensado quando tais providências forem incompatíveis com seus 
usos, costumes e tradições.
Compete ao Ibama, em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), com a 
Fundação Cultural Palmares, com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
(Incra) e com a Secretaria do Patrimônio da União do Ministério da Gestão e da Inovação em 
Serviços Públicos, a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo no 
âmbito das terras indígenas, das comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais, 
de assentamentos federais, além de outras áreas de sua competência estabelecidas em lei.
Por fim, a autorização de queima controlada ou de queima prescrita poderá ser suspensa ou 
cancelada pelo órgão autorizador nas hipóteses:
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 72/113
em que se comprovar risco de morte, danos ambientais ou condições meteorológicas 
desfavoráveis;
em que houver interesse de segurança pública;
em que houver descumprimento da lei;
em que a qualidade do ar atingir índices de poluentes superiores àqueles 
estabelecidos nas normas em vigor;
em que os níveis de fumaça originados de queimadas atingirem limites de visibilidade 
que comprometam e coloquem em risco as operações aeronáuticas, rodoviárias e de 
outros meios de transporte;
em que se comprovar ameaça a práticas culturais de povos indígenas, comunidades 
quilombolas e outras comunidades tradicionais.
Manejo Integrado do Fogo em Unidades de Conservação
O manejo integrado do fogo em unidades de conservação colaborará para o cumprimento dos 
objetivos de criação, de reconhecimento e de conservação de cada área protegida, com vistas 
ao manejo conservacionista da vegetação nativa e de sua biodiversidade e à manutenção da 
cultura das populações residentes, sendo definido em plano de manejo integrado do fogo, a ser 
elaborado pelo órgão gestor competente, com a participação das comunidades envolvidas, que 
contemplará as estratégias e as técnicas a serem aplicadas, o regime do fogo, as áreas 
geográficas ou fitofisionomias consideradas alvo e os métodos de monitoramento e avaliação.
Os planos de manejo integrado do fogo de terras indígenas ou de territórios  ocupados por 
povos e comunidades tradicionais, por sua vez, serão elaborados e implementados com a 
participação e a anuência dos povos indígenas, das comunidades quilombolas e de outras 
comunidades tradicionais, observados os protocolos comunitários, de maneira a respeitar as 
práticas tradicionais dos referidos povos e a garantir sua participação.
Os planos de manejo integrado do fogo considerarão os conhecimentos e as práticas 
locais sobre o uso tradicional e adaptativo do fogo e as necessidades socioculturais, 
econômicas e ambientais dos povos indígenas, das comunidades quilombolas e de outras 
comunidades tradicionais envolvidas.
O planejamento e a execução do manejo integrado do fogo em terras indígenas ou em 
territórios ocupados por povos e comunidades tradicionais devem considerar os 
saberes científicos, técnicos e tradicionais.
Assim, os órgãos e as entidades competentes devem trabalhar em sistema de cooperação 
técnica e operacional com os povos indígenas, as comunidades quilombolas, as comunidades 
tradicionais e as populações do entorno.
Nas áreas de sobreposição de terras indígenas, territórios quilombolas e unidades de 
conservação, o manejo integrado do fogo deverá ser planejado de forma integrada, sob a 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 73/113
perspectiva da gestão compartilhada, a fim de compatibilizar os objetivos, a natureza e a 
finalidade de cada área protegida, hipótese em que caberá aos órgãos competentes, em 
parceria com os povos indígenas, as comunidades quilombolas e outras comunidades 
tradicionais, a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo.
Substituição Gradativa do Uso do Fogo no Meio Rural
A Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo incentivará a substituição gradativa do uso do 
fogo por meio da identificação e da promoção das seguintes tecnologias alternativas:
I - adubação verde;
II - plantio direto;
III - agricultura orgânica e agroecológica;
IV - permacultura;
V - consorciação de culturas;
VI - carbono social;
VII - pastagem ecológica;
VIII - pastejo misto;
IX - reflorestamento social;
X - rotação de culturas;
XI - sistemas agroflorestais;
XII - extrativismo vegetal;
XIII - silagem;
XIV - compostagem;
XV - sistema agrossilvipastoril;
XVI - plantio direto sobre a capoeira e sua biomassa triturada; e
XVII - outras tecnologias alternativas ao uso do fogo que vierem a ser implementadas.
Além das tecnologias apontadas, a lei determina que as atividades de extrativismo de 
produtos não madeireiros, a apicultura, a meliponicultura, o ecoturismo, entre outras 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 74/113
atividades alternativas ao uso do fogo, serão promovidas como alternativa de renda às 
comunidades rurais, com o objetivo de reduzir o uso do fogo.
Tanto as tecnologias alternativas ao uso do fogo quanto as alternativas de renda serão 
adequadas às necessidades, aos interesses e às realidades locais e deverão integrar os 
programas de assistência técnica e extensão rural, comercialização, cooperativismo e 
associativismo, pesquisa, educação e capacitação, crédito, infraestrutura e serviços. As 
instituições federais, estaduais, distritais e municipais de assistência técnica e extensão rural 
poderão prestar apoio técnico ao produtor rural, com prioridade de atendimento ao pequeno 
produtor e à sua família para a substituição gradativa do uso do fogo como ferramenta de 
manejo rural e para a condução do uso de queima controlada, quando autorizada.
Responsabilização pelo Uso Irregular do Fogo
O uso irregular do fogo será passível de responsabilização administrativa, civil e criminal, 
conforme definido no Código Florestal.
O responsável pelo imóvel rural deverá implementar ações de prevenção e de combate aos 
incêndios florestais em sua propriedade de acordo com as normas estabelecidas pelo Comitê 
Nacional de Manejo Integrado do Fogo e pelos órgãos competentes do Sisnama.
Qualquer cidadão poderá ser responsabilizado na esfera civil pelos custos públicos ou 
privados das ações de combate aos incêndios florestais e dos danos materiais, sociais e 
ambientais causados por sua ação ou omissão, desde que a responsabilidade seja 
tecnicamente estabelecida por meio de comprovação de nexo causal.
O descumprimento das atividades estabelecidas nos planos de manejo integrado do fogo que 
resultar em incêndios florestais e causar prejuízos ambientais, socioculturais ou econômicos 
sujeita os responsáveis às penalidades previstas nos  arts. 14  e  15 da Lei nº 6.938, de 31 de 
agosto de 1981, e na  Lei dos Crimes Ambientais.
Lei n° 6.938/81
Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o 
não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e 
danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, 
a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de 
reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União 
se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios.
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 75/113
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos 
oficiais de crédito;
IV - à suspensão de sua atividade.
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, 
independentemente da existência de culpa, a indenizar oureparar os danos causados ao meio 
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados 
terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao 
meio ambiente.
§ 2º - No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao Secretário do Meio 
Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias previstas neste artigo.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda, restrição 
ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os 
benefícios, incentivos ou financiamento, cumprindo resolução do CONAMA.
§ 5° A execução das garantias exigidas do poluidor não impede a aplicação das obrigações de 
indenização e reparação de danos previstas no § 1o deste artigo.       
Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver 
tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 
(três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR.                        
§ 1º A pena e aumentada até o dobro se:                           
I - resultar:               
a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente;                           
b) lesão corporal grave;                         
II - a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte;                           
III - o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado.   
Demais Disposições
Ainda que não seja tema de prova, é interessante saber que a lei instituiu o tamanduá-bandeira, 
da espécie  Myrmecophaga tridactyla,  como símbolo nacional das ações de manejo integrado 
do fogo em sua versão de mascote com o nome fantasia Labareda, que poderá ser usada nos 
planos, nos programas e nas ações estabelecidos por qualquer ente federativo em atendimento 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 76/113
Programa de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio
Ambiente
ao disposto na Lei. 
A Lei 6.938/81 previu expressamente como um dos princípios da Política Nacional do Meio 
Ambiente - PNMA incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais, na busca pela a preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições ao 
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana. 
Definiu ainda os instrumentos para consecução desse mister, nos termos do art. 9º, da PNMA, 
os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, 
voltados para a melhoria da qualidade ambiental, bem como os instrumentos econômicos, 
como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.  
Nesse sentido, o CFlor, tutelando as florestas e demais formas de vegetação para dar mais 
concretude aos mandamentos estatuídos na Lei da PNMA, autorizou, em seu art. 41, o Poder 
Executivo federal a instituir o programa de apoio e incentivo à conservação do meio 
ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a 
produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma de 
promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de 
progressividade, abrangendo linhas de ação específicas que devem ser buscadas pelo 
governo. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 77/113
Esse programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente consiste em viabilizar 
mecanismos econômicos de proteção ambiental, gerando benefícios, financeiros ou não, para 
todo aquele que prestes serviços de proteção ambiental. Busca-se com esse programa 
desenvolver e dar mais efetividade ao princípio da educação ambiental e do desenvolvimento 
sustentável, tendo em vista que o fato de preservar o meio ambiente pode gerar um 
“pagamento” pelos serviços ambientais prestados.  
Nessa quadra, o CFlor, em rol exemplificativo, previu as linhas de ação que devem ser seguidas 
pelos entes públicos para fins de consolidação dos instrumentos econômicos de proteção ao 
meio ambiente. Essas linhas de ação são:  
Prestação pecuniária direta ou indireta: consiste no pagamento ou incentivo a serviços 
ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos 
ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente (rol 
exemplificativo):  
o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do 
fluxo de carbono; 
a conservação da beleza cênica natural; 
a conservação da biodiversidade; 
a conservação das águas e dos serviços hídricos; 
a regulação do clima; 
a valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico;  
a conservação e o melhoramento do solo; 
a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito; 
Esse programa deverá integrar os sistemas em âmbito nacional e estadual, objetivando a 
criação de um mercado de serviços ambientais, sendo o pagamento relativos aos serviços 
ambientais ser prioritariamente destinados aos agricultores familiares. 
Compensação pelos serviços ambientais: compensação pelas medidas de conservação 
ambiental necessárias para o cumprimento dos objetivos do CFlor, utilizando-se dos seguintes 
instrumentos, dentre outros (rol exemplificativo): 
obtenção de crédito agrícola, em todas as suas modalidades, com taxas de juros menores, 
bem como limites e prazos maiores que os praticados no mercado; 
contratação do seguro agrícola em condições melhores que as praticadas no mercado; 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 78/113
dedução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR das 
Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito da, gerando créditos 
tributários; 
destinação de parte dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água, na 
forma da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, para a manutenção, recuperação ou 
recomposição das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito 
na bacia de geração da receita; 
linhas de financiamento para atender iniciativas de preservação voluntária de vegetação 
nativa, proteção de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção, manejo florestal e 
agroflorestal sustentável realizados na propriedade ou posse rural, ou recuperação de 
áreas degradadas; e 
isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos, tais como: fios de 
arame, postes de madeira tratada, bombas d’água, trado de perfuração de solo, dentre 
outros utilizados para os processos de recuperação e manutenção das Áreas de 
Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. 
Por outro lado, não poderão ser elegíveis para os incentivos de compensação pelos serviços 
ambientais os proprietários ou possuidores de imóveis rurais inscritos no Cadastro 
Ambiental Rural - CAR, inadimplentes em relação ao cumprimento do termo de 
compromisso ou Programa de Regularização Ambiental-PRA ou mesmo que estejam 
sujeitos a sanções por infrações, até a sua extinção, ao disposto no Código Florestal, exceto 
aquelas suspensas, podendo ainda receberem os incentivos de isenção de impostos para 
insumos e equipamentos e os outros referente aos demais  benefícios previstos no CFlor. 
Incentivos a comercialização inovação e aceleração dos serviços ambientais para a fauna 
nativa: incentivos para comercialização, inovação e aceleração das ações de recuperação, 
conservação e uso sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa, tais como: 
participação preferencial nos programas de apoio à comercialização da produção 
agrícola; 
destinação de recursos para a pesquisa científica e tecnológica e a extensão rural 
relacionadas à melhoria da qualidade ambiental.  
Ademais disso, os proprietários localizados nas zonas de amortecimento de Unidadesde 
Conservação de Proteção Integral são elegíveis para receber apoio técnico-financeiro da 
compensação prevista no art. 36 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 (compensação 
ambiental pelo uso do bem ambiental por empreendimentos que afetem unidades de 
conservação), com a finalidade de recuperação e manutenção de áreas prioritárias para a 
gestão da unidade. 
Destaque-se ainda a possibilidade de as atividades de manutenção das Áreas de Preservação 
Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito serem elegíveis para quaisquer pagamentos 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 79/113
ou incentivos por serviços ambientais, configurando adicionalidade para fins de mercados 
nacionais e internacionais de reduções de emissões certificadas de gases de efeito estufa. 
Previu ainda o CFlor que o programa de incentivo deve desenvolver métodos de apoio à 
regularização ambiental das propriedades rurais que se encontram em débito com o meio 
ambiente (necessidade de recuperar área desmatada, recompor a vegetação de reserva legal 
ou de área de preservação permanente), com desmatamento seja anterior a 22 de julho de 
2008, podendo o programa prevê dedução da base de cálculo do imposto de renda do 
proprietário ou possuidor de imóvel rural, pessoa física ou jurídica, de parte dos gastos 
efetuados com a recomposição das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e 
de uso restrito, bem como a utilização de fundos públicos para concessão de créditos 
reembolsáveis e não reembolsáveis destinados à compensação, recuperação ou recomposição 
das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. 
Poderá ainda o programa estabelecer diferenciação tributária para empresas que 
industrializem ou comercializem produtos originários de propriedades ou posses rurais que 
cumpram os padrões e limites estabelecidos no CFlor, ou que estejam em processo de cumpri-
los. 
Por fim, o Governo Federal implantará programa para conversão da multa prevista no art. 50 
do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, destinado a imóveis rurais, referente a 
autuações vinculadas a desmatamentos em áreas onde não era vedada a supressão, que 
foram promovidos sem autorização ou licença, em data anterior a 22 de julho de 2008 (data da 
publicação do Decreto 6.514/2008). 
Um dos pontos relevantes para fins de concurso é a isenção do Imposto Territorial Rural – 
ITR sobre as áreas de preservação permanente, de reserva legal e de uso restrito. Dois 
instrumentos normativos previram a dedução na base de cálculo do ITR, que usa a área total da 
terra nua, quais sejam a Lei 8.171/91 (Lei da Política Agrícola) e a Lei 9.393/96 (Lei do ITR). 
Vejamos abaixo as áreas que devem ser decotadas da base de cálculo:
Lei 8.171/91 (art. 104): 
APPs; 
RL; 
Lei 9.393/96 (art. 10, §1º, II, a) 
APPs; 
RL; 
de interesse ecológico para proteção de ecossistemas (desde que amplie a restrição de 
uso das APPs e RL); 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 80/113
Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais - PNPSA
comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, 
aquícola ou florestal declaradas de interesse ecológico por ato do poder público; 
área sob regime de servidão ambiental; 
cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de 
regeneração; 
alagadas para fins de constituição de reservatórios de usinas hidrelétricas autorizada pelo 
Poder Público. 
O uso desse instrumento econômico objetiva o desenvolvimento de comportamentos 
positivos pelos proprietários ou possuidores de imóveis rurais com o fim de se tutelar de 
forma mais efetiva esses importantes territórios especialmente protegidos pelo Código 
Florestal. A isenção do ITR tem nítida característica extrafiscal do tributo buscando induzir 
comportamentos que visem a prestação de serviços ambientais. 
Cumpre destacar que o usufruto desse benefício econômico, no que tange à reserva legal, 
exige a comprovação do registro da área no CAR ou a averbação no registro de imóvel 
competente. Por outro lado, esse benefício não se aplica ao Imposto Predial e Territorial 
Urbano - IPTU, mesmo apresentando área de preservação permanente, por falta de previsão 
legal, considerando que somente a lei específica poderá isentar o pagamento de determinados 
tributos (princípio da legalidade). Vejamos o posicionamento do STJ:
TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. 
ISENÇÃO. NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NO REGISTRO DE IMÓVEIS. AGRAVO INTERNO 
DA FAZENDA CONDADO S.A. A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
1. É assente nesta Corte de Justiça ser imprescindível a averbação da área de reserva legal no 
registro do imóvel para gozo do benefício fiscal do ITR. Precedentes: REsp. 1.668.718/SE, Rel. 
Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 13.9.2017; AgInt no AREsp. 666.122/RN, Rel. Min. BENEDITO 
GONÇALVES, DJe 10.10.2016 e AgRg no REsp.1.429.300/SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, 
DJe 25.6.2015. (AgInt no REsp 1611167/PE, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira 
Turma, DJe 26/03/2019. 
O art. 41, I, do CFlor, exigiu do Poder Público a necessidade de retribuir os provedores de 
serviços ambientais, de forma monetária ou não, na busca de fomentar a pratica de 
condutas que visem a melhoria da qualidade do meio ambiente.  
Vejamos o teor da norma: 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 81/113
Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da 
legislação ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem 
como para adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária 
e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do 
desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de 
progressividade, abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação:  
I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às 
atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais 
como, isolada ou cumulativamente: 
a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do fluxo 
de carbono; 
b) a conservação da beleza cênica natural; 
c) a conservação da biodiversidade; 
d) a conservação das águas e dos serviços hídricos; 
e) a regulação do clima; 
f) a valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico; 
g) a conservação e o melhoramento do solo; 
h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito; 
Dando concretude a esse dispositivo e ao princípio do protetor - recebedor, foi editada a 
Lei 14.119/2021 que definiu os critérios para implementação da Política Nacional de 
Pagamento por Serviços Ambientais – PNPSA, instituindo o Cadastro Nacional de 
Pagamentos por Serviços Ambientais – CNPSA e o Programa Federal de Pagamento por 
Serviços Ambientais – PFPSA. 
Art. 1º Esta Lei define conceitos, objetivos, diretrizes, ações e critérios de implantação da 
Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA), institui o Cadastro Nacional 
de Pagamento por Serviços Ambientais (CNPSA) e o Programa Federal de Pagamento por 
Serviços Ambientais (PFPSA), dispõe sobre os contratos de pagamento por serviços ambientais 
e altera as Leis nº 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e 6.015, de 
31 de dezembro de 1973. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 82/113
A norma, dentre as mais variadas definições apresentadas em seu art. 2º, elencou o que deve 
ser entendido por serviços ambientais seu pagamento e os provedores desses serviços. 
Vejamos o esquema abaixo: 
A norma também definiu as modalidades de pagamento pela prestação dos serviços ambientais 
pelos provedores em seu art.3º, destacando- se como um rol meramente exemplificativo, 
tendo em vista que outras modalidades de pagamento poderão ser estabelecidas por atos 
normativos do órgão gestor daPNPSA.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 83/113
A Lei 14.119/2021 definiu os objetivos e diretrizes para implementação da Política Nacional de 
Pagamento por Serviços Ambientais. São objetivos da PNPSA, elencados no art. 4º, da referida 
norma:
orientar a atuação do poder público, das organizações da sociedade civil e dos agentes 
privados em relação ao pagamento por serviços ambientais, de forma a manter, recuperar 
ou melhorar os serviços ecossistêmicos em todo o território nacional; 
estimular a conservação dos ecossistemas, dos recursos hídricos, do solo, da 
biodiversidade, do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado; 
valorizar econômica, social e culturalmente os serviços ecossistêmicos; 
evitar a perda de vegetação nativa, a fragmentação dehabitats, a desertificação e outros 
processos de degradação dos ecossistemas nativos e fomentar a conservação sistêmica da 
paisagem; 
incentivar medidas para garantir a segurança hídrica em regiões submetidas a escassez de 
água para consumo humano e a processos de desertificação; 
contribuir para a regulação do clima e a redução de emissões advindas de desmatamento 
e degradação florestal; 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 84/113
reconhecer as iniciativas individuais ou coletivas que favoreçam a manutenção, a 
recuperação ou a melhoria dos serviços ecossistêmicos, por meio de retribuição monetária 
ou não monetária, prestação de serviços ou outra forma de recompensa, como o 
fornecimento de produtos ou equipamentos; 
estimular a elaboração e a execução de projetos privados voluntários de provimento e 
pagamento por serviços ambientais, que envolvam iniciativas de empresas, de 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e de outras organizações 
não governamentais; 
estimular a pesquisa científica relativa à valoração dos serviços ecossistêmicos e ao 
desenvolvimento de metodologias de execução, de monitoramento, de verificação e de 
certificação de projetos de pagamento por serviços ambientais; 
assegurar a transparência das informações relativas à prestação de serviços ambientais, 
permitindo a participação da sociedade; 
estabelecer mecanismos de gestão de dados e informações necessários à implantação e 
ao monitoramento de ações para a plena execução dos serviços ambientais; 
incentivar o setor privado a incorporar a medição das perdas ou ganhos dos serviços 
ecossistêmicos nas cadeias produtivas vinculadas aos seus negócios; 
incentivar a criação de um mercado de serviços ambientais; 
fomentar o desenvolvimento sustentável. 
Cabe ao Ministério do Meio Ambiente, órgão central do SISNAMA, gerir a Política Nacional 
do Meio Ambiente. A PNPSA deverá integrar-se às demais políticas setoriais e ambientais, em 
especial à Política Nacional do Meio Ambiente, à Política Nacional da Biodiversidade, à Política 
Nacional de Recursos Hídricos, à Política Nacional sobre Mudança do Clima, à Política 
Nacional de Educação Ambiental, às normas sobre acesso ao patrimônio genético, sobre a 
proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios 
para conservação e uso sustentável da biodiversidade e, ainda, ao Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação da Natureza e aos serviços de assistência técnica e extensão rural. 
A norma federal também criou e disciplinou o Programa Federal de Pagamento por Serviços 
Ambientais (PFPSA), que tem o objetivo de efetivar a PNPSA relativamente ao pagamento 
desses serviços pela União, nas ações de manutenção, de recuperação ou de melhoria da 
cobertura vegetal nas áreas prioritárias para a conservação, de combate à fragmentação de 
habitats, de formação de corredores de biodiversidade e de conservação dos recursos hídricos. 
A contratação do pagamento por serviços ambientais no âmbito do PFPSA, observada a 
importância ecológica da área, terá como prioridade os serviços providos por comunidades 
tradicionais, povos indígenas, agricultores familiares e empreendedores familiares rurais 
definidos nos termos da Lei nº 11.326/2006. São requisitos gerais para participação no PFPSA: 
enquadramento em uma das ações definidas para o Programa; nos imóveis privados, 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 85/113
Cota de Reserva Ambiental - CRA
comprovação de uso ou ocupação regular do imóvel, por meio de inscrição no Cadastro 
Ambiental Rural (CAR); formalização de contrato específico; outros estabelecidos em 
regulamento.  
O financiamento do PFPSA poderá ser por meio da captação de recursos de pessoas físicas e 
de pessoas jurídicas de direito privado e perante as agências multilaterais e bilaterais de 
cooperação internacional, preferencialmente sob a forma de doações ou sem ônus para o 
Tesouro Nacional, exceto nos casos de contrapartidas de interesse das partes. 
A norma também vedou o pagamento por serviços ambientais em seu art. 10, a pessoas físicas 
e jurídicas inadimplentes em relação a termo de ajustamento de conduta ou de 
compromisso firmado com os órgãos competentes com base nas Leis 7.347/1985 (Lei de ACP) 
e 12.651/ 2012 (CFlor), bem como referente a áreas embargadas pelos órgãos do Sisnama, 
conforme disposições da Lei nº 12.651/2012 (CFlor). 
As Cotas de Reserva Ambiental - CRA são títulos nominativos equivalentes a áreas com 
cobertura de vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação, de uma 
propriedade e que podem ser usadas para compensar o déficit de reserva legal de outra.  
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
Cada cota representa um hectare e as CRAs estarão disponíveis para aquisição na bolsa de 
mercadorias. É um mecanismo de compensação ambiental das áreas de reserva legal. 
A CRA foi prevista na Lei 12.651/2012 (CFlor) que definiu as áreas que podem ser objeto de 
emissão desse título, nos termos do art. 44, sendo o Decreto nº 9.640/2018 a norma 
regulamentadora dos procedimentos de emissão, registro, transferência, utilização e 
cancelamento da Cota de Reserva Ambiental – CRA. 
O órgão federal responsável pela emissão da CRA é o Serviço Florestal Brasileiro - SFB, 
órgão integrante da estrutura organizacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (antes era do Ministério do Meio Ambiente). 
São áreas que podem ser utilizadas para emissão da CRA: (1) sob regime de servidão 
ambiental, instituída na forma do art. 9º-A da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; (2) 
correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que 
exceder os percentuais exigidos pelo CFlor; (3) protegida na forma de Reserva Particular do 
Patrimônio Natural - RPPN, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; e (4) 
existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio 
público que ainda não tenha sido desapropriada. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 86/113
Cumpre lembrar que esse permissivo legal não autoriza que a área de reserva legal, nos 
percentuais previstos no CFlor, seja utilizada para fins de emissão da CRA. Assim, a CRA não 
pode ser emitida com base em vegetação nativa localizada em área de RPPN instituída em 
sobreposição à Reserva Legal do imóvel. Só poderão ser utilizadas para fins de emissão da CRA 
as áreas não previstas legalmente como obrigações do proprietário ou possuidor. É nesse 
sentido que mesmo sendo possível emitir a CRA para a área da RPPN, deverá o proprietário 
decotar o valor correspondente a reserva legal, considerando que o CFlor, em seu art. 44, 
§2º, pontifica que a CRA não pode ser emitida com base em vegetação nativa localizada em 
área de RPPN instituída em sobreposição à Reserva Legal do imóvel. Mas a norma, para 
fomentar o pleno desenvolvimento da pequena propriedade ou posse rural familiar, permite 
que essas propriedades emitam CRA mesmo com base na área objeto da reserva legal da 
propriedade. 
O proprietário interessado na emissão da CRA deverá apresentar junto ao órgão estadual ou 
distrital competente,por meio do módulo CRA do Sistema de Cadastro Ambiental Rural – 
Sicar (sistema eletrônico nacional destinado ao gerenciamento de informações ambientais dos 
imóveis rurais); ou por sistema próprio e integrado ao Sicar, proposta acompanhada de:
���certidão atualizada da matrícula do imóvel expedida pelo registro de imóveis competente;  
���cédula de identidade do proprietário, na hipótese de pessoa física;  
���ato de designação de responsável e sua cédula de identidade, na hipótese de pessoa 
jurídica; 
���certidão negativa de débitos do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR;  
���polígonos com informações geográficas do imóvel e da área vinculada ao título, inscrito e 
em conformidade com os critérios estabelecidos no Sicar, sem prejuízo da correção de 
dados já contidos no CAR;  
���áreas vetorizadas das matrículas e de eventuais posses existentes no imóvel;  
���documento que comprove a instituição e a vigência de servidão ambiental, na hipótese de 
emissão de CRA nos termos do disposto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 12.651, de 
2012;  
���documento que comprove a instituição de Reserva Particular do Patrimônio Natural, na 
hipótese de emissão de CRA nos termos do disposto no inciso III do caput do art. 44 da Lei 
nº 12.651, de 2012; e  
���número de inscrição do imóvel no CAR constante do recibo de inscrição emitido pelo 
Sicar, nos termos do disposto no § 1º do art. 3º do Decreto nº 8.235, de 2014. 
Essas documentações devem ser apresentadas ao órgão ambiental estadual competente, 
cabendo ao Serviço Florestal Brasileiro - SFB, após o órgão estadual emitir o laudo 
comprobatório de que as cotas requeridas podem ser emitidas, levar o título a registro em 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 87/113
bolsas de mercadorias de âmbito nacional ou em sistemas de registro e de liquidação 
financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil, no prazo de 30 dias, contado 
da data de emissão da CRA. 
É fundamental que o candidato lembre que a utilização da CRA para compensação da Reserva 
Legal deverá ser averbada na matrícula do imóvel no qual se situa a área vinculada ao título e 
na do imóvel beneficiário da compensação. 
Cada CRA equivale a 1 hectare de área com vegetação nativa primária ou com vegetação 
secundária em qualquer estágio de regeneração ou recomposição; ou de área de 
recomposição com reflorestamento com espécies nativas. O estágio sucessional ou o tempo 
de recomposição ou regeneração da vegetação nativa será avaliado pelo órgão estadual ou 
distrital competente, de acordo com a declaração do proprietário e a vistoria de campo, não 
podendo ser emitida quando a regeneração ou a recomposição da área for considerada 
improvável ou inviável pelo órgão estadual ou distrital competente. 
Quanto à transferência, a CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física 
ou a pessoa jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da 
CRA e pelo adquirente. A transferência da CRA só produz efeito uma vez registrado o termo 
de transferência no sistema único de controle (Sicar). A CRA só pode ser utilizada para 
compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma da área à qual o título está 
vinculado. Nesse ponto, devemos lembrar que o STF julgou que além de pertencerem ao 
mesmo bioma, devem apresentar identidade ecológica, dando interpretação conforme ao art. 
48, §2º, da Lei 12.651/2012. 
A responsabilidade plena pela manutenção das condições de conservação da vegetação 
nativa da área que deu origem ao título cabe ao proprietário do imóvel rural em que se situa a 
área vinculada à CRA, podendo ser utilizada em Plano de Manejo Florestal Sustentável, 
aprovado pelo órgão ambiental competente. Destaque-se ainda que a transmissão inter vivos 
ou causa mortis do imóvel não elimina nem altera o vínculo de área contida no imóvel à CRA.  
A vigência da CRA remanescerá enquanto o título não for cancelado. A CRA somente poderá 
ser cancelada nos seguintes casos: (1) por solicitação do proprietário rural, em caso de 
desistência de manter áreas nas condições previstas nos incisos I e II do art. 44, do CFlor; (2) 
automaticamente, em razão de término do prazo da servidão ambiental; (3) por decisão do 
órgão competente do Sisnama, no caso de degradação da vegetação nativa da área vinculada à 
CRA cujos custos e prazo de recuperação ambiental inviabilizem a continuidade do vínculo 
entre a área e o título. O cancelamento da CRA deve ser averbado na matrícula do imóvel no 
qual se situa a área vinculada ao título e do imóvel no qual a compensação foi aplicada. 
Cumpre assinalar que o cancelamento da CRA utilizada para fins de compensação de reserva 
legal poderá ser efetivado somente se o requerente assegurar a reserva legal para o imóvel 
no qual a compensação foi aplicada, em conformidade com o disposto no § 1º do art. 50 da Lei 
nº 12.651, de 2012 [6]. O cancelamento da CRA nos termos do disposto nos incisos III a V do 
caput não afastará a incidência das sanções administrativas e penais previstas na Lei nº 
9.605, de 12 de fevereiro de 1998 [7]. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 88/113
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 89/113
Questão 2018 | 62061312
A Constituição brasileira prevê no art. 225 o direito fundamental ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. De modo a concretizar tal
direito fundamental, o legislador infraconstitucional é competente para editar normas
gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e áreas de
Reserva Legal. Levando em consideração as informações apresentadas e a Lei Federal nº
12.651/2012, assinale a alternativa correta. 
A)
O registro de reserva legal de imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR) não desobriga o
proprietário de realizar a averbação no Cartório de Registro de Imóveis. 
B)
A Cota de Reserva Ambiental (CRA) é título nominativo representativo de área com
vegetação nativa que será emitido após apresentação de proposta ao órgão competente,
acompanhada de certidão atualizada da matrícula do imóvel expedida pelo registro de
imóveis competente.
C)
É desnecessária a averbação do vínculo de área à Cota de Reserva Ambiental (CRA) na
matrícula do imóvel no registro de imóveis competente. 
D)
As servidões ambientais instituídas para limitar o uso total ou parcial de propriedade para
�ns de preservação, conservação ou recuperação dos recursos ambientais existentes
poderão, mediante requerimento do Poder Público, sofrer averbação na matrícula do
imóvel no registro de imóveis competente. 
E)
A inscrição de imóveis rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR) é obrigatória para todas
as propriedades e posses rurais, sendo de incumbência dos o�ciais de registro de
imóveis, sob pena de responsabilização civil e funcional. 
Solução
Gabarito: B)
A Cota de Reserva Ambiental (CRA) é título nominativo representativo de área
com vegetação nativa que será emitido após apresentação de proposta ao
órgão competente, acompanhada de certidão atualizada da matrícula do
imóvel expedida pelo registro de imóveis competente.O  meio ambiente é um bem de uso comum do povo, sendo considerado indispensável
para a sadia qualidade de vida;
Para assegurar tal direito, conta-se com a intervenção do poder público, com criação
de normas de proteção e de políticas públicas para evitar danos ao meio ambiente, e
com a coletividade, estando estampado, neste cenário, o princípio da preservação,
exempli�cado pelo art. 225 da Constituição Federal:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 90/113
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
A CF/88 traz, com este dispositivo, um direito de terceira geração (direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado), que tem alicerce na "fraternidade" ou na
"solidariedade". São “direitos que não se destinam especi�camente à proteção dos
interesses de um indivíduo, de um grupo ou de um determinado Estado. Têm primeiro por
destinatário o gênero humano mesmo, num momento expressivo de sua a�rmação como
valor supremo em termos de existência concreta” (BONAVIDES, p. 523). 
Para assegurar tal direito, cumpre ao legislador estabelecer medidas de proteção e
preservação ao meio ambiente, como as previstas na Lei 12.651/2012. 
A resolução da questão, portanto, demanda conhecimento da referida lei, que é
denominada de Código Florestal Brasileiro. 
Vejamos.
Referência:  BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 5. ed. São Paulo:
Malheiros.
A letra A está incorreta. ERRADA. 
"O registro de reserva legal de imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR) não desobriga o
proprietário de realizar a averbação no Cartório de Registro de Imóveis."
Veja: 
Art. 18. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por
meio de inscrição no CAR de que trata o art. 29, sendo vedada a alteração de sua
destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as
exceções previstas nesta Lei.
[...]
§4º O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de
Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta Lei e o registro no CAR, o
proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste
ato.
"O CAR - Cadastro Ambiental Rural é um registro público eletrônico de âmbito nacional,
obrigatório para todos os imóveis rurais, com a �nalidade de integrar as informações
ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle,
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Após a
sua implantação, somente". O registro da reserva legal de imóvel no referido cadastro,
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 91/113
desobriga o proprietário, tornando facultativa a averbação no Cartório de Registro de
Imóveis competente e, se decidir fazê-la, o ato será isento de custas e emolumentos. 
A letra B está correta. CORRETA. 
A resolução da alternativa demanda conhecimento dos Arts. 44 e 45 da Lei 12.651/2012.
Vejamos: 
"Art. 44. É instituída a Cota de Reserva Ambiental - CRA, título nominativo representativo
de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação: 
I - sob regime de servidão ambiental, instituída na forma do art. 9º-A da Lei nº 6.938, de 31
de agosto de 1981;
II - correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a vegetação
que exceder os percentuais exigidos no art. 12 desta Lei;
III - protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, nos termos do
art. 21 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000;
IV - existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação de
domínio público que ainda não tenha sido desapropriada.
§ 1º A emissão de CRA será feita mediante requerimento do proprietário, após inclusão do
imóvel no CAR e laudo comprobatório emitido pelo próprio órgão ambiental ou por entidade
credenciada, assegurado o controle do órgão federal competente do Sisnama, na forma de
ato do Chefe do Poder Executivo."
"Art. 45. A CRA será emitida pelo órgão competente do Sisnama em favor de proprietário
de imóvel incluído no CAR que mantenha área nas condições previstas no art. 44.
§ 1º O proprietário interessado na emissão da CRA deve apresentar ao órgão referido no
caput proposta acompanhada de:
I - certidão atualizada da matrícula do imóvel expedida pelo registro de imóveis
competente;"
"O Código Florestal instituiu, em seu art. 44, a Cota de Reserva Ambiental (CRA), título
representativo de áreas de vegetação nativa existente ou em processo de recuperação que,
como declara expressamente o § 3º [...]. O objetivo da CRA é servir como título que poderá
ser negociado no mercado, para atender a compensações exigidas em lei. O raciocínio é
simples: aquele que, não sendo obrigado por lei, optar por um benefício ao meio ambiente,
recebe um título que lhe reconhece um “crédito ambiental”." (2015, p. 258).
O proprietário (não o possuidor, por questões de segurança jurídica), que pretender o título,
deverá expor sua proposta ao órgão competente, apresentando os documentos elencados
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 92/113
nos incisos do art. 44. 
Referência: LEHFELD, Lucas de Souza. CARVALHO, Nathan Castelo Branco de. BALBIM,
Leonardo Isper Nassif. Código �orestal comentado e anotado (artigo por artigo) – 3.ª ed.
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015.
A letra C está incorreta.
ERRADA. 
A a�rmativa afronta o determinado no §3º do Art. 45, da Lei 12.651/2012. 
"É desnecessária a averbação do vínculo de área à Cota de Reserva Ambiental (CRA) na
matrícula do imóvel no registro de imóveis competente." 
Art. 45. A CRA será emitida pelo órgão competente do Sisnama em favor de proprietário de
imóvel incluído no CAR que mantenha área nas condições previstas no art. 44.
[...]
§ 3º O vínculo de área à CRA será averbado na matrícula do respectivo imóvel no registro
de imóveis competente.
"Emitida a CRA, seu vínculo com a área deverá ser averbado na matrícula do respectivo
imóvel no registro de imóveis competente. Nesse ponto o legislador não se contentou com
o Cadastro Ambiental Rural do imóvel, exigindo também a averbação do título na matrícula,
visando garantir a segurança e o bom uso do título." (2015, p. 264). 
Referência: LEHFELD, Lucas de Souza. CARVALHO, Nathan Castelo Branco de. BALBIM,
Leonardo Isper Nassif. Código �orestal comentado e anotado (artigo por artigo) – 3.ª ed.
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015.
A letra D está incorreta. ERRADA. 
"As servidões ambientais instituídas para limitar o uso total ou parcial de propriedade para
�ns de preservação, conservação ou recuperação dos recursos ambientais existentes
poderão, mediante requerimento do Poder Público, sofrer averbação na matrícula do
imóvel no registro de imóveis competente."
A averbação da servidão ambiental na matrícula do imóvel é obrigatória, não sendo mera
faculdade do proprietário, conforme determina o Art. 9º-A, §4º, da Lei 6938/81. Veja: 
Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por
instrumento público ou particular ou por termo administrativo �rmado perante órgão
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 93/113
integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para
preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão
ambiental.
[...]
§ 4º Devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel no registro de imóveis
competente: 
I - o instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental;
II - o contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambiental. 
Art. 9º-C. O contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambiental deve ser
averbado na matrícula do imóvel.
"Trata-se de importante instituto ambiental destinado principalmenteà compensação
ambiental de áreas de Reserva Legal que estejam, em sua extensão, em desacordo com as
normas previstas no Código Florestal." (2015, p. 355)
Uma vez instituída a servidão ambiental, esta deverá ser averbada na matrícula do imóvel,
conforme determina o artigo supramencionado. Portanto, a alternativa está incorreta, uma
vez que ilustra situação em que a averbação é uma mera faculdade do poder público.
Referência: LEHFELD, Lucas de Souza. CARVALHO, Nathan Castelo Branco de. BALBIM,
Leonardo Isper Nassif. Código �orestal comentado e anotado (artigo por artigo) – 3.ª ed.
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015.
A letra E está incorreta. ERRADA. 
"A inscrição de imóveis rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR) é obrigatória para todas as
propriedades e posses rurais, sendo de incumbência dos o�ciais de registro de imóveis,
sob pena de responsabilização civil e funcional."
A inscrição do imóvel rural no CAR é de incumbência exclusiva do proprietário ou possuidor
do imóvel, conforme determina o art. 29, §1º, da Lei 12.651/2012: 
Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de
Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional,
obrigatório para todos os imóveis rurais, com a �nalidade de integrar as informações
ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle,
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 94/113
§ 1º A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, preferencialmente, no órgão
ambiental municipal ou estadual, que, nos termos do regulamento, exigirá do proprietário ou
possuidor rural:
I - identi�cação do proprietário ou possuidor rural;
II - comprovação da propriedade ou posse;
III - identi�cação do imóvel por meio de planta e memorial descritivo, contendo a indicação
das coordenadas geográ�cas com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do
imóvel, informando a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de
Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso
existente, também da localização da Reserva Legal.
As informações são declaradas pelo responsável pelo imóvel, motivo pelo qual a sua
veracidade e legitimidade são de inteira responsabilidade deste, podendo, inclusive, sofrer
sansões em caso de informações falsas, enganosas ou omissas.
Programa de Regularização Ambiental e Áreas Consolidadas
O Código Florestal determinou, em seu art. 59, a obrigatoriedade de implementação pela 
União, Estados e Distrito Federal, dos Programas de Regularização Ambiental (PRAs) de 
posses e propriedades rurais, compreendendo um conjunto de ações ou iniciativas a serem 
desenvolvidas por proprietários e posseiros rurais com o objetivo de adequar e promover a 
regularização ambiental das áreas rurais com antropização consolidadas até 22 de julho de 
2008, data de publicação do Decreto 6.514/2008. Caso os Estados e o Distrito Federal não 
tenham implantado o PRA até 31 de dezembro de 2020, o proprietário ou possuidor de 
imóvel rural poderia aderir ao PRA implantado pela União.
Nesse sentido, a instituição do PRA visa beneficiar os produtores rurais que acarretaram danos 
ao meio ambiente até a data de 22 de julho de 2008 criando normas mais benéficas para 
aquele que aderi ao PRA. Assim, temos dois sistemas jurídicos distintos: um atinente às 
infrações ambientais cometidas antes da data fatídica de 22 de julho de 2008; e outro 
referente às infrações praticadas após a referida data. 
O Programa de Regularização ambiental – PRA só aplica para as infrações cometidas até o dia 
22 de julho de 2008. São instrumentos do Programa de Regularização Ambiental: o Cadastro 
Ambiental Rural - CAR, o termo de compromisso, o Projeto de Recomposição de Áreas 
Degradadas e Alteradas, bem como as Cotas de Reserva Ambiental - CRA, quando couber. 
A inscrição do imóvel rural no CAR é condição obrigatória para a adesão ao PRA, a que 
deverá ser requerida pelo interessado no prazo de um ano, contado da notificação pelo órgão 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 95/113
competente, que realizará previamente a validação do cadastro e a identificação de passivos 
ambientais.
No período entre a publicação da Lei nº 14.595/2023, e a implantação do PRA em cada Estado 
e no Distrito Federal, e após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo 
cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por 
infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de 
vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. 
A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes das 
infrações mencionadas no art. 12, e cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no 
termo de compromisso para a regularização ambiental. As multas decorrentes das infrações 
serão consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação 
da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme 
definido no PRA. O STF deu interpretação conforme ao art. 59, §5º, de modo a afastar, no 
decurso da execução do termo de compromisso subscritos nos programas de regularização 
ambiental, o risco de decadência e prescrição, seja dos ilícitos ambientais praticados antes de 
22/07/2008, sejam das sanções deles decorrentes, aplicando-se extensivamente o disposto no 
§1º, do art. 60 do CFlor, segundo o qual a prescrição ficará interrompida durante o período de 
suspensão da pretensão punitiva.
Além disso, a partir da assinatura do termo de compromisso e durante o seu cumprimento na 
vigência do PRA, o proprietário ou possuidor de imóvel rural estará em processo de 
regularização ambiental e não poderá ter o financiamento de sua atividade negado em face do 
descumprimento desta Lei ou dos  arts. 38,  39  e  48 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 
1998,  devendo as instituições financeiras embasar suas decisões em informações de órgãos 
oficiais.      
Assim, os órgãos ambientais competentes devem garantir o acesso de instituições financeiras a 
dados do CAR e do PRA que permitam verificar a regularidade ambiental do proprietário ou 
possuidor de imóvel rural, devendo ainda manter atualizado e disponível em sítio eletrônico 
demonstrativo sobre a situação da regularização ambiental dos imóveis rurais, indicando, no 
mínimo, a quantidade de imóveis inscritos no CAR, os cadastros em processo de validação, os 
requerimentos de adesão ao PRA recebidos e os termos de compromisso assinados. 
Por fim, a assinatura de termo de compromisso para regularização de imóvel ou posse rural 
perante o órgão ambiental competente, suspende também a punibilidade dos crimes 
previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o termo 
estiver sendo cumprido, ficando a prescrição interrompida durante o período de suspensão da 
pretensão punitiva. Será extinta a punibilidade com o efetivo cumprimento do termo de 
compromisso.
Áreas Consolidadas em Áreas de Preservação Permanente 
O Código Florestal deu um tratamento diferenciado (mais benéfico) para as áreas rurais 
consolidadas. Estas são entendidas como área de imóvel rural com ocupação antrópica 
preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades 
agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 96/113
O CFlor autoriza, nas Áreas de Preservação Permanente, exclusivamente, a continuidade das 
atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas 
até 22 de julho de 2008 desde que inscritas no Programa de Regularização Ambiental-PRA e 
que recupere parte da área antropizada em valores menores que os previstos para as APPs 
previstas no art. 4 e seguintes do CFlor. Assim,as únicas atividades que poderão ser 
desenvolvidas em áreas consolidadas de APPs são as atividades agrossilvipastoris, de 
ecoturismo e de turismo rural, não podendo o proprietário ou o possuidor valer-se da 
conversão de novas áreas de APP para uso alternativo do solo.  
Por outro lado, nos termos do § 16, do at. 61-A, do CFlor, as Áreas de Preservação Permanente 
localizadas em imóveis inseridos nos limites de Unidades de Conservação de Proteção 
Integral criadas por ato do poder público até a data de publicação do CFlor (28/05/2012) não 
são passíveis de ter quaisquer atividades consideradas como consolidadas, ressalvado o 
que dispuser o Plano de Manejo elaborado e aprovado de acordo com as orientações emitidas 
pelo órgão competente do Sisnama, devendo o proprietário, possuidor rural ou ocupante a 
qualquer título adotar todas as medidas indicadas.  
Recomposição de APPs de cursos d’água naturais em áreas consolidadas 
O CFlor utiliza como parâmetro para definir a quantidade de recomposição das áreas de 
APPs o Módulo Fiscal - MF que consiste numa unidade de medida de área (em hectares) 
atribuída aos Municípios, tomando como base diversas características do ente federativo como 
o tipo de exploração predominante, a renda obtida com esta exploração predominante; outras 
explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam expressivas em 
função da renda ou da área utilizada; e o conceito de propriedade familiar. Seu disciplinamento 
está previsto na Lei 4.504/64 (Estatuto da Terra). 
Nessa cadência, o valor do módulo fiscal é único para cada Município. Vejamos o exemplo 
do Estado de Pernambuco. O Município de Águas Belas tem como módulo fiscal o valor de 40 
hectares para 1 MF. Por outro lado, Alagoinha cada MF equivale a uma área de 20 hectares.  
Para sistematizar as informações, vejamos a tabela abaixo em que, a depender do módulo 
fiscal, caberá ao proprietário possuidor efetivar a recomposição da área de APP nos valores 
previstos no art. 61-A do CFlor. Vejamos: 
Recomposição de APPs de cursos d’água naturais em áreas rurais consolidadas 
Área da Propriedade  Recomposição 
Até 1MF  5 metros 
1MF até 2MF  8 metros 
2 MF até 4 MF  15 metros 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 97/113
Lembrando apenas que para áreas antropizadas após 22/07/2008, a extensão da 
recomposição da APP está relacionada com a largura do curso d’água, e não com o módulo 
fiscal, podendo chegar até 500m de extensão (art. 4º, I, do CFlor). 
Recomposição de APPs do entorno das nascentes e olhos d’água em áreas consolidadas 
A regra é a necessidade de manutenção mínima de um raio de 50 m nas áreas no entorno 
das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica. Ocorre 
que para áreas antropizadas até a data de 22/07/2008, independentemente do módulo fiscal 
ou qualquer outro parâmetro de referência, deve ser recomposta apenas um raio de 15 
metros.  
Cumpre assinalar que será possível a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de 
ecoturismo e de turismo rural nessas áreas. 
Recomposição do entorno de lagos e lagoas em áreas consolidadas 
O CFlor permite a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo 
rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008 desde que seja recomposta parte 
da área do imóvel no entorno de lagos e lagoas em valores a depender da área do imóvel 
tomando como referência o módulo fiscal. Vejamos o quadro abaixo: 
de 4MF até 10 MF (curso d’água até 10 
metros de largura) 
20 metros 
Demais casos  Metade da largura do curso d’água (mínimo de 
30 e máximo de 100) 
Recomposição de APPs do entorno das nascentes e olhos d’água em áreas rurais 
consolidadas 
Área da Propriedade   Recomposição  
----------  15 metros 
Recomposição de APPs do entorno de lagos e lagoas em áreas rurais consolidadas 
Área da Propriedade  Recomposição 
Até 1MF  5 metros 
1MF até 2MF  8 metros 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 98/113
Lembramos que para áreas antropizadas em data posterior a 22/07/2008 a área de APP do 
entorno de lagos e lagoas, se na zona urbana, será de 30m, se na zona rural, de 100m, sendo 
desnecessária sua constituição, nos casos em que a área da superfície do lago/lagoa não 
ultrapasse                                 1 hectare (art. 4º, II, da Lei 12.651/2008). 
No caso em tela, independentemente de o imóvel se encontrar em zona urbana ou rural os 
valores de recomposição serão os apresentados na tabela acima. 
Recomposição de veredas em áreas consolidadas 
As veredas são fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a 
palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a 
agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas que necessitam ser protegidas numa faixa 
obrigatória fixada pelo CFlor em 50m a partir do espaço permanente brejoso e encharcado. 
Para áreas rurais consolidadas o CFlor previu duas faixas de proteção a depender do tamanho 
da propriedade rural, tomando como referência o módulo fiscal. Assim, é obrigado o 
proprietário ou possuidor a recompor de 30m a                    50 m de área de APP em veredas a 
depender do tamanho do imóvel. Eis o quadro comparativo abaixo: 
Ressaltamos que a recomposição para qualquer uma das APPs aqui mencionadas, nos termos 
do §13, do art. 61-A, do CFlor, poderá ser feita, isolada ou conjuntamente, pelos seguintes 
métodos: (1) condução de regeneração natural de espécies nativas; (2) plantio de espécies 
nativas; (3) plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de 
espécies nativas; e (4) plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, 
exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% (cinquenta por cento) da área total a 
ser recomposta, no caso dos imóveis de pequena propriedade rural familiar. 
Outro ponto relevante é a responsabilidade do proprietário ou do possuidor para adoção de 
técnicas de conservação do solo e da água que visem à mitigação dos eventuais impactos 
acarretados pela continuidade das atividades que serão desenvolvidas nas APPs 
(agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural), bem como a necessidade de registro dessas 
atividades no CAR para fins de monitoramento pelo órgão integrante do Sisnama. 
2 MF até 4 MF  15 metros 
Maior que 4MF   30 metros 
Recomposição de APPs de veredas em áreas rurais consolidadas 
Área da Propriedade  Recomposição 
Até 4 MF  30 metros 
Maior que 4 MF  50 metros (já é a regra geral) 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 99/113
Questão 2018 | 546697819
Assinale a alternativa correta acerca do que prevê a Lei nº 12.651/12 ao tratar das Áreas
Consolidadas em Áreas de Preservação Permanente. 
Áreas de encostas, bordas de tabuleiros e em topos de morro em áreas consolidadas 
O art. 63, da Lei 12.651/2008 admitiu que nas áreas de encostas, bordas de tabuleiros ou 
chapadas, ou mesmo em topos de morro a possibilidade de ser admitida a manutenção de 
atividades florestais, culturas de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, bem como 
da infraestrutura física associada ao desenvolvimento de atividades agrossilvipastoris, 
vedando a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo. Assinale-se que a 
manutenção das culturas e da infraestrutura é condicionada à adoção de práticas 
conservacionistas do solo e da água indicadas pelos órgãos de assistência técnica rural. 
Admite-se ainda, nas Áreas de Preservação Permanente, referente as bordas dos tabuleiros e 
chapadas, a consolidação de outras atividades agrossilvipastoris, dos imóveis rurais de até 4 
MF, no âmbito do PRA, a partir de boas práticas agronômicas e de conservação do solo e da 
água, mediante deliberação dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente ou órgãos colegiados 
estaduais equivalentes, ressalvadas as situações de risco de vida. 
Tratamento diferenciado para imóveis rurais de até 10 módulos fiscais 
O CFlor previu ainda benefícios para as propriedades14 da Lei nº 6.938, de 31 
de agosto de 1981, e das sanções administrativas, civis e penais.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de 
qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
Qualquer atividade desenvolvida em desacordo com as normas da Lei 12.651/2012, são 
consideradas atentatórias ao uso sustentável das florestas e demais formas de vegetação, 
devendo responder o transgressor nas esferas penal, civil e administrativa.
Importante salientar que as obrigações civis decorrentes dessas atividades lesivas as 
florestas têm natureza real, também denominada de propter rem, sendo transmitidas aos 
sucessores de qualquer natureza caso haja transferência de domínio ou posse do imóvel, nos 
termos do §2º, do art. 2º, do CFlor. Assim, as obrigações de natureza ambiental se vinculam ao 
título do domínio ou posse sendo transferidas do proprietário/possuidor independentemente 
de os sucessores não terem relação com o ilícito ambiental perpetrado.
O Superior Tribunal de Justiça – STJ editou, em 17/12/2018, a Súmula 623 que tem como 
enunciado: as obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível 
cobrá-las do proprietário ou possuidor e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Nesse 
sentido, fica ao alvedrio do credor cobrar as obrigações ambientais do proprietário/possuidor 
anterior, do atual, ou mesmo de ambos, havendo uma verdadeira solidariedade entre eles.
Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo 
admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor e/ou dos anteriores, à escolha do credor.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 9/113
Conceitos Fundamentais previstos no CFlor  
O Código Florestal, em seu art. 3º, apresentou uma interpretação autêntica, delineando os 
conceitos fundamentais de alguns institutos jurídicos para o escorreito entendimento de seus 
regramentos:
Amazônia Legal
Os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões 
situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano 
de 44º W, do Estado do Maranhão;
Área de Preservação Permanente – APP
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os 
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo 
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
Reserva Legal
Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, 
com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do 
imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a 
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora 
nativa;
Área rural consolidada
Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com 
edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção 
do regime de pousio;
Pequena propriedade ou posse rural familiar
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 10/113
Aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar 
rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto 
no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006;
Estende-se o tratamento dispensado às pequenas propriedades ou posses rurais familiares às 
propriedades e posses rurais com até 4 (quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades 
agrossilvipastoris, bem como às terras indígenas  demarcadas  e às demais áreas  tituladas  de 
povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo do seu território.
Uso alternativo do solo
Alguns desses conceitos foram objeto de questionamento quanto à sua constitucionalidade 
no Supremo Tribunal Federal – STF nas ADI 4903 e ADC 42.  
Substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como 
atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de 
transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana;
Manejo sustentável
Administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e 
ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e 
considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies 
madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de 
outros bens e serviços;
Utilidade pública 
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, 
sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos 
Municípios, saneamento,  energia, telecomunicações, radiodifusão,  bem como mineração, 
exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; 
c) atividades e obras de defesa civil;
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções 
ambientais referidas no inciso II deste artigo;
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento 
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento 
proposto, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
Interesse social
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como 
prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e 
proteção de plantios com espécies nativas;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 11/113
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural 
familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura 
vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área;
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais 
e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições 
estabelecidas nesta Lei;
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por 
população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições 
estabelecidas na Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009;
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes 
tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade;
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela 
autoridade competente;
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento 
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, 
definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias 
à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à 
retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável;
b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, 
desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber;
c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;
d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;
e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades 
quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o 
abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores;
f) construção e manutenção de cercas na propriedade;
g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos narurais com até 10 módulos fiscais que 
desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de Preservação 
Permanente garantindo que a exigência de recomposição, somadas todas as Áreas de 
Preservação Permanente do imóvel, não ultrapassará 10% (dez por cento) da área total do 
imóvel, para imóveis rurais com área de até 2 (dois) módulos fiscais; ou de 20% (vinte por 
cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) e de até 4 
(quatro) módulos fiscais. 
Assim, por exemplo, se a soma das áreas de APPs de uma propriedade que apresenta 3MF é 
de 18% da área total do imóvel rural, terá o proprietário que recompor apenas 2% da APP que 
se encontra antropizada até a data de 22/07/2008. Essa regra não se aplica para 
propriedades que tenham valores acima de 4MF, considerando que o inciso III, do § art. 61-
B, foi vetado pelo Poder Executivo federal. 
Recomposição de APPs para imóveis até 10 mf 
Área da Propriedade  Soma de todas as APPs do imóvel (da área total) 
Até 2 MF  10% 
2 MF até 4 MF  20% 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 100/113
A)
Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a continuidade das
atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais
consolidadas até 22 de julho de 2008. 
B)
Nos casos de áreas rurais consolidadas em veredas, será facultado ao proprietário a
recomposição das faixas marginais, em projeção horizontal, delimitadas a partir do
espaço brejoso e encharcado, independentemente das suas dimensões. 
C)
Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que detêm até 10 (dez) módulos
�scais e desenvolvem atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de
Preservação Permanente, independentemente da data de aquisição da propriedade, é
garantido que a exigência de recomposição nunca ultrapassará 10% (dez por cento) da
área total do imóvel. 
D)
Qualquer manutenção das culturas e da infraestrutura nas áreas de preservação
permanente, seja urbana ou rural, estão condicionadas à adoção de práticas
conservacionistas do solo e da água indicadas pelos órgãos de assistência técnica rural. 
E)
Para �ns da regularização ambiental de projetos de reurbanização ao longo dos rios ou
de qualquer curso d’água, será mantida faixa não edi�cável com largura mínima de 20
(vinte) metros de cada lado.
Solução
Gabarito: A)
Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a
continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo
rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. 
A questão exige o conhecimento das Áreas Consolidadas, preexistentes antes de 22 de
julho de 2008, em Áreas de Preservação Permanente e seu regime transitório conforme o
Código Florestal.
A letra A está correta. CORRETA.
Conforme o art. 61-A, nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada,
exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de
turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008.
"Art. 61-A. Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a
continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas
rurais consolidadas até 22 de julho de 2008."
Lembrando que a de�nição de área rural consolidada é exatamente o seu uso anterior a 22
de julho de 2008.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 101/113
Art. 3º "IV - área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica
preexistente a 22 de julho de 2008, com edi�cações, benfeitorias ou atividades
agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio; "
Essas áreas terão APPs em regime diferenciado com limitação total da área que necessita
ser recuperada e também com seu tamanho condicionado ao tamanho da propriedade.
A letra B está incorreta. INCORRETA.
Conforme o art. 61-A, §7º, em áreas rurais consolidadas em veredas é OBRIGATÓRIA a
recomposição das faixas marginais em largura conforme a dimensão do terreno.
"Art. 61-A. Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a
continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas
rurais consolidadas até 22 de julho de 2008.
§ 7º Nos casos de áreas rurais consolidadas em veredas, será obrigatória a recomposição
das faixas marginais, em projeção horizontal, delimitadas a partir do espaço brejoso e
encharcado, de largura mínima de:
I - 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área de até 4 (quatro) módulos �scais; e
II - 50 (cinquenta) metros, para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos
�scais."
A letra C está incorreta. INCORRETA.
Conforme o art. 61-B, imóveis rurais de até 10 módulos �scais em áreas consolidadas em
APPs, a recomposição poderá ser de 10% para imóveis com até 2 módulos �scais e de
20% da área total do imóvel para imóveis entre 2 e 4 módulos �scais.
"Art. 61-B. Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008,
detinham até 10 (dez) módulos �scais e desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas áreas
consolidadas em Áreas de Preservação Permanente é garantido que a exigência de
recomposição, nos termos desta Lei, somadas todas as Áreas de Preservação Permanente do
imóvel, não ultrapassará: 
I - 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com área de até 2 (dois)
módulos �scais;
II - 20% (vinte por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com área superior a
2 (dois) e de até 4 (quatro) módulos �scais;"
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 102/113
A letra D está incorreta. INCORRETA.
Conforme o art. 63, §2º, apenas a manutenção das culturas e da infraestrutura  das APPs
de encostas, bordas dos tabuleiros ou chapadas, topo de morros, montes, montanhas e
serras, com altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25º e em áreas em
altitude superior a 1.800 metros consolidadas que há a condicionante de adoção de
práticas conservacionistas do solo e da água indicadas pelos órgãos de assistência
técnica rural.
 "Art. 63. Nas áreas rurais consolidadas nos locais de que tratam os incisos V, VIII, IX e X do
art. 4º , será admitida a manutenção de atividades �orestais, culturas de espécies lenhosas,
perenes ou de ciclo longo, bem como da infraestrutura física associada ao desenvolvimento
de atividades agrossilvipastoris, vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do
solo.
§ 2º A manutenção das culturas e da infraestrutura de que trata o caput é condicionada à
adoção de práticas conservacionistas do solo e da água indicadas pelos órgãos de
assistência técnica rural."
A letra E está incorreta. INCORRETA.
Conforme o art. 65, §2º, para �ns da regularização ambiental de projetos de
reurbanização ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, será mantida faixa não
edi�cável com largura mínima de 15 metros de cada lado.
 "Art. 65. Na Reurb-E dos núcleos urbanos informais que ocupam Áreas de Preservação
Permanente não identi�cadas como áreas de risco, a regularização fundiária será admitida
por meio da aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma da lei especí�ca de
regularização fundiária urbana. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2º Para �ns da regularização ambiental prevista no caput , ao longo dos rios ou de
qualquer curso d’água, será mantida faixa não edi�cável com largura mínima de 15 (quinze)
metros de cada lado."
Áreas Consolidadas em Áreas de Reserva Legal 
Recomposição, Compensação e Regeneração de área de reserva legal 
Os percentuais de áreas das propriedades rurais que devem ser objeto de afetação para 
constituição da reserva legal estão previstos no art. 12, conforme tabela abaixo:   
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 103/113
O CFlor permitiu a regularização das áreas de reserva legal de imóveis rurais que tinham 
percentuais inferiores ao permitidos em 22/07/2008, sem a necessidade de se vincular ao 
PRA, podendo o proprietário ou possuidor adotar asseguintes medidas, isolada ou 
cumulativamente: recompor a Reserva Legal; permitir a regeneração natural da vegetação na 
área de Reserva Legal; e compensar a Reserva Legal.  
São três os institutos permitidos para reposição da área de reserva legal, a recomposição, a 
regeneração e a compensação. Cumpre lembrar que a obrigação de recuperar a área degrada 
é de natureza real, do tipo propter rem (recai sobre o imóvel) transmitindo-se aos sucessores 
a qualquer título, nos termos da Súmula 623 do STJ: 
Biomas  Percentual 
Amazônia Legal  Área de Floresta  80% 
Área de Cerrado  35% 
Área de Campos Gerais  20% 
Outros Biomas  20% 
Súmula 623 do STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo 
admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do 
credor. 
Recomposição 
Existem regras específicas para recomposição da área de reserva legal. A recomposição 
deverá atender os critérios estipulados pelo órgão competente do Sisnama e ser concluída em 
até 20 (vinte) anos, abrangendo, a cada 2 (dois) anos, no mínimo 1/10 (um décimo) da área total 
necessária à sua complementação, podendo ser realizada mediante o plantio intercalado de 
espécies nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes 
parâmetros: o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies nativas de 
ocorrência regional; a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50% da 
área total a ser recuperada. 
O proprietário que optar pela recomposição da área de reserva legal, terá direito a sua 
exploração econômica, nos termos delineados no CFlor. 
Compensação 
Poderá o proprietário optar pela compensação de reserva legal objetivando sanear o 
percentual da área a ser recuperada. Melhor dizendo, o proprietário ou possuidor não 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 104/113
precisará praticar atos de recomposição da área podendo utilizar-se de outras áreas existentes 
no mesmo bioma para fins de cumprir com sua responsabilidade civil.  
Para isso, será necessário que a propriedade esteja inscrita no CAR e ser realizada mediante 
um dos instrumentos previstos no art. 66, §5º, da Lei 12.651/2012. São eles: aquisição de Cota 
de Reserva Legal – CRA; ou Arrendamento de área por servidão ambiental; ou doação ao 
poder público de área localizada em unidade de conservação de domínio público pendente de 
regularização fundiária; e cadastramento de outra área equivalente e excedente à reserva legal, 
em imóvel da mesma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa 
estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde que localizada no mesmo bioma. 
Essas áreas, objeto da compensação de reserva legal, devem ser equivalentes em extensão e 
estar localizada no mesmo bioma da área da reserva legal a ser compensada. Se a área a ser 
compensada estiver fora do Estado, a compensação ainda será possível desde que esteja 
localizada em áreas consideradas prioritárias pelos Estados ou pela União. 
Destaque-se ainda que essas hipóteses de compensação não podem ser utilizadas como 
forma de viabilizar a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo. 
Regeneração 
Poderá o proprietário ou possuidor para cumprir sua obrigação de recuperação da área de 
reserva legal permitir a regeneração da vegetação nativa, podendo para isso adotar medidas 
protetivas da área com o intuito de permitir que, naturalmente, ocorra a reestruturação do 
ecossistema na área degradada.  
Desnecessidade de recomposição da Área de Reserva Legal em área consolidada 
Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4 módulos fiscais e 
que possuam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao previsto no 
art. 12 do CFlor, a Reserva Legal será constituída com a área ocupada com a vegetação 
nativa existente naquela data, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo. Assim, o 
CFlor consolidou, para essas propriedades, a desnecessidade de recomposição dos percentuais 
de reserva legal, mesmo que inferiores àqueles fixados no art. 12. 
Outra regra foi a possibilidade de os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que 
realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Legal 
previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão são dispensados de 
promover a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais atualmente 
exigidos pelo CFlor. Nesse sentido, não terá o proprietário que recompor uma área de reserva 
legal após a edição do CFlor se na regência do Código revogado (Lei 4.771/65) estava em 
consonância com os percentuais nele admitidos.  
Cabe aos proprietários ou possuidores dos imóveis rurais provar essas situações consolidadas 
por meio de documentos tais como a descrição de fatos históricos de ocupação da região, 
registros de comercialização, dados agropecuários da atividade, contratos e documentos 
bancários relativos à produção, e por todos os outros meios de prova em direito admitidos. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 105/113
Questão 2018 | 363159028
O Direito Ambiental revela mecanismos compensatórios que buscam a substituição de
um bem ambiental por outro de valor equivalente e, em tal dimensão, é possível cogitar
de uma compensação ambiental lato sensu. Dentre as espécies de compensação
ambiental admitidas no Direito brasileiro há a compensação de Reserva Legal que
consiste:
A)
na supressão da vegetação em área de preservação permanente, autorizada em caso de
utilidade pública ou de interesse social, quando não houver alternativa técnica ao
empreendimento proposto.
B)
na compensação da reserva legal por outra área equivalente em importância ecológica e
extensão, pertencente ao mesmo ecossistema e localizada na mesma microbacia em
conformidade com os critérios previstos em regulamento.
C)
na restauração natural do dano ambiental em área distinta da área degradada, com a
�nalidade de assegurar a conservação das funções ecológicas equivalentes.
D)
na destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, na mesma bacia
hidrográ�ca do Bioma Mata Atlântica, em áreas localizadas no mesmo Município ou
região metropolitana.
E)
no apoio à implantação e manutenção de unidades de conservação do Grupo de
Proteção Integral como meio de compensar a instalação de empreendimentos
causadores de signi�cativo impacto ambiental.
Solução
Gabarito: B)
na compensação da reserva legal por outra área equivalente em importância
ecológica e extensão, pertencente ao mesmo ecossistema e localizada na
mesma microbacia em conformidade com os critérios previstos em
regulamento.
A questão exigiu conhecimentos em relação a  compensação ambiental, especi�camente
no que toca  a compensação de Reserva Legal. Foi exigido conhecimento dos dispositivos
legais da Lei  12.651/12 do denominado Código Florestal.
Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais, na Amazônia Legal, e seus herdeiros 
necessários que possuam índice de Reserva Legal maior que 50% (cinquenta por cento) de 
cobertura florestal e não realizaram a supressão da vegetação nos percentuais previstos pela 
legislação em vigor à época poderão utilizar a área excedente de Reserva Legal também para 
fins de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva Ambiental - CRA e outros 
instrumentos congêneres previstos nesta Lei. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 106/113
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
VIII - utilidade pública:
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacionalao
empreendimento proposto, de�nidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
IX - interesse social:
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade
proposta, de�nidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
Art. 48. A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a
pessoa jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da
CRA e pelo adquirente.
§ 2o A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado
no mesmo bioma da área à qual o título está vinculado.
Art. 66. O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008,
área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido no art. 12, poderá regularizar
sua situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas,
isolada ou conjuntamente: 
III - compensar a Reserva Legal. 
§ 5o - A compensação de que trata o inciso III do caput deverá ser precedida pela
inscrição da propriedade no CAR e poderá ser feita mediante: 
IV - cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Legal, em imóvel de
mesma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa
estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde que localizada no mesmo bioma. 
§ 6o As áreas a serem utilizadas para compensação na forma do § 5º deverão: 
I - ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada; 
II - estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser compensada;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 107/113
OBS: Supremo Tribunal Federal entendeu que deve-se dar interpretação conforme a
Constituição ao art. 48, § 2º, do referido Código Florestal para permitir compensação
apenas entre áreas com identidade ecológica. ( INFORMATIVO 892 -STF) Fonte :
dizerodireito
A letra A está incorreta. ERRADA.
Nos termos do art. 3º, II, VIII, "e", IX, "g" d lei 12651/12 (Código Florestal), não existe respaldo
legal para a a�rmação de que a compensação de Reserva Legal que consistiria na supressão
da vegetação em área de preservação permanente, autorizada em caso de utilidade pública
ou de interesse social, quando não houver alternativa técnica ao empreendimento proposto.
Senão vejamos:
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas;
VIII - utilidade pública:
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento
proposto, de�nidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
IX - interesse social:
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta,
de�nidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
A letra B está correta. CERTA.
Nos termos do art. 48, §. 2º combinado com o art. 66, III, § 5º, IV, § 6º, I e II do Código
Florestal, a compensação da Reserva Legal deverá ser precedida pela inscrição da
propriedade no CAR e poderá ser feita mediante cadastramento de outra área equivalente e
excedente à Reserva Legal, em imóvel de mesma titularidade ou adquirida em imóvel de
terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde que
localizada no mesmo bioma.
Obs: CRA é a sigla para Cota de Reserva Ambiental. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 108/113
Art. 48. A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa
jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo
adquirente.
§ 2o A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no
mesmo bioma da área à qual o título está vinculado.
Art. 66. O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008,
área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido no art. 12, poderá regularizar sua
situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada
ou conjuntamente: 
III - compensar a Reserva Legal. 
§ 5o - A compensação de que trata o inciso III do caput deverá ser precedida pela inscrição
da propriedade no CAR e poderá ser feita mediante: 
IV - cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Legal, em imóvel de
mesma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa estabelecida,
em regeneração ou recomposição, desde que localizada no mesmo bioma. 
§ 6o As áreas a serem utilizadas para compensação na forma do § 5º deverão: 
I - ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada; 
II - estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser compensada;
OBS: Supremo Tribunal Federal entendeu que deve-se dar interpretação conforme a
Constituição ao art. 48, § 2º, do referido Código Florestal para permitir compensação
apenas entre áreas com identidade ecológica. ( INFORMATIVO 892 -STF) Fonte :
dizerodireito
O novo Código Florestal adotou o critério do bioma para �ns de compensação da Reserva
Legal. Assim, o § 2º do art. 48 previu que a CRA pode ser utilizada para compensar Reserva
Legal de imóvel situado no mesmo bioma da área à qual o título está vinculado. Em outras
palavras, o proprietário que quiser adquirir CRA deverá comprar de imóveis rurais situados
no “mesmo bioma”.
O STF entendeu que a aquisição de uma área no mesmo bioma é insu�ciente como
mecanismo de compensação. Isso porque pode acontecer de, dentro de um mesmo bioma,
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 109/113
existir uma alta heterogeneidade de formações vegetais. Assim, pela redação legal, o
proprietário poderia, dentro de um mesmo bioma, “compensar” áreas com formações
vegetais completamente diferentes, já que, como dito, existe essa grande heterogeneidade.
Desse modo, o STF acolheu os argumentos técnicos no sentido de que as compensações
devem ser realizadas somente em áreas ecologicamente equivalentes, considerando-se não
apenas o mesmo bioma, mas também as diferenças de composição de espécies e estrutura
dos ecossistemas que ocorrem dentro de cada bioma.
Em outras palavras, não basta que a área seja do mesmo bioma, é necessário também que
haja identidade ecológica entre elas.
A letra C está incorreta. ERRADA.
Nos termos do art. 225, §2º da Constituição Federal, observa-se que na  restauração natural 
impera a ideia de que não basta o pagamento de uma quantia em dinheiro para afastar o
prejuízo experimentado pelo meio, o ideal é a interrupção da atividade lesiva e a
recomposição da área prejudicada.
A compensação ambiental, por outro lado, deve ser a opção quando a reparação in natura
for impossível ou desproporcional e a satisfação do interesse ecológico precise de novas
soluções que, ao menos, impeçam a ausência total de reparação.
 Ela é uma forma de restauração natural do dano ambiental voltada para uma área diferente
da degradada, mas com a maior proximidade possível de equivalência ecológica. O seu
objetivo não é a restauração ou reabilitação dos bens naturais afetados, mas sim a
substituição por bens equivalentes, de modo que o patrimônio natural na sua integralidade
permaneça quantitativa e qualitativamente inalterado.
A letra D está incorreta. ERRADA.
Nos termos do art.66 da Lei 12.651/12 ( Código Florestal) , trata do instituto da compensação
de Reserva Legal, que nada tem a ver com a destinação de área equivalente à extensão da
área desmatada, na mesma bacia hidrográ�ca do Bioma Mata Atlântica, em áreas localizadas
no mesmo Município ou região metropolitana.
Das Áreas Consolidadasem Áreas de Reserva Legal
Art. 66. O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008,
área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido no art. 12, poderá regularizar sua
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 110/113
situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada
ou conjuntamente:
I - recompor a Reserva Legal;
II - permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal;
III - compensar a Reserva Legal.
§ 1º A obrigação prevista no caput tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de
transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
A letra E está incorreta. ERRADA.
Nos termos do art. 36 da lei 9.985/00 que regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII
da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza ,  o apoio à implantação e manutenção de unidades de conservação do Grupo de
Proteção Integral como meio de compensar a instalação de empreendimentos causadores
de signi�cativo impacto ambiental trata-se de hipótese de compensação ambiental por
dano causado em unidade de conservação da natureza.
Art. 36.Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de signi�cativo impacto
ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo
de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a
apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção
Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.(Regulamento)
§ 1o O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta �nalidade não
pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do
empreendimento, sendo o percentual �xado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo
com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. (Vide ADIN nº 3.378-6, de
2008)
§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete de�nir as unidades de conservação a serem
bene�ciadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o
empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de
conservação.
§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação especí�ca ou sua zona de
amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser
concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 111/113
afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das
bene�ciárias da compensação de�nida neste artigo.
§ 4º A obrigação de que trata o caput deste artigo poderá, em virtude do interesse público,
ser cumprida em unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso
Sustentável, especialmente as localizadas na Amazônia Legal. (Incluído pela Lei nº 13.668,
de 2018)
Lista de Questões
Referências e links deste capítulo
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2021/Lei/L14285.htm%22%20/l%20%22art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm
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[12]
[13]
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 112/113
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/b9425fea-448f-4501-ae86-
b66bd9c53472
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/0fe8a3c9-c4dd-4b2d-b185-
b9651425fc0f
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30a2484709ed
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720cac0f0cf5
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8ea84f5a346d
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7f8f67eb1e8c
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 113/113legislação aplicável;
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como 
sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos;
i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos 
vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função 
ambiental da área;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 12/113
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a 
extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura 
vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da área;
j-A) atividades com o objetivo de recompor a vegetação nativa no entorno de nascentes ou 
outras áreas degradadas, conforme norma expedida pelo órgão competente do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama); 
k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto 
ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos 
Estaduais de Meio Ambiente;
Vereda
fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a palmeira 
arbórea  Mauritia  flexuosa  - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de 
espécies arbustivo-herbáceas;
Manguezal
Ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por 
vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação 
natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de 
regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados 
do Amapá e de Santa Catarina;
Salgado ou marismas tropicais hipersalinos
Áreas situadas em regiões com frequências de inundações intermediárias entre marés de 
sizígias e de quadratura, com solos cuja salinidade varia entre 100 (cem) e 150 (cento e 
cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde pode ocorrer a presença de vegetação herbácea 
específica;
Apicum
Áreas de solos hipersalinos situadas nas regiões entre marés superiores, inundadas apenas 
pelas marés de sizígias, que apresentam salinidade superior a 150 (cento e cinquenta) partes 
por 1.000 (mil), desprovidas de vegetação vascular;
Restinga
Depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por 
processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem 
influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões 
arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato 
herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado;
Olho d’água
Afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente;
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 13/113
Leito regular
A calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano;
Área verde urbana
Espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação, preferencialmente nativa, natural 
ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do 
Município, indisponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de recreação, 
lazer, melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou 
melhoria paisagística, proteção de bens e manifestações culturais;
Várzea de inundação ou planície de inundação
Áreas marginais a cursos d’água sujeitas a enchentes e inundações periódicas;
Faixa de passagem de inundação
Área de várzea ou planície de inundação adjacente a cursos d’água que permite o escoamento 
da enchente;
Relevo ondulado
Expressão geomorfológica usada para designar área caracterizada por movimentações do 
terreno que geram depressões, cuja intensidade permite sua classificação como relevo suave 
ondulado, ondulado, fortemente ondulado e montanhoso.
Pousio
Prática de interrupção temporária de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais, 
por no máximo 5 (cinco) anos, para possibilitar a recuperação da capacidade de uso ou da 
estrutura física do solo;  
Áreas úmidas
Pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma periódica por águas, cobertas 
originalmente por florestas ou outras formas de vegetação adaptadas à inundação; 
Área urbana consolidada
Aquela que atende os seguintes critérios: 
a) estar incluída no perímetro urbano ou em zona urbana pelo plano diretor ou por lei 
municipal específica;    
b) dispor de sistema viário implantado;    
c) estar organizada em quadras e lotes predominantemente edificados;    
d) apresentar uso predominantemente urbano, caracterizado pela existência de edificações 
residenciais, comerciais, industriais, institucionais, mistas ou direcionadas à prestação de 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 14/113
serviços;    
e) dispor de, no mínimo, 2 (dois) dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana 
implantados:    
1. drenagem de águas pluviais;    
2. esgotamento sanitário;    
3. abastecimento de água potável;    
4. distribuição de energia elétrica e iluminação pública; e   
5. limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos;
Crédito de carbono    
Título de direito sobre bem intangível e incorpóreo transacionável.  
Alguns desses conceitos foram objeto de questionamento quanto à sua constitucionalidade 
no Supremo Tribunal Federal – STF nas ADI 4903 e ADC 42. 
Eis os incisos questionados do art. 3º: VIII (utilidade pública, alínea b); IX (interesse social); XVII 
(nascentes) e o parágrafo único sobre a extensão do conceito de propriedade rural. Foram 
julgados inconstitucionais apenas alguns termos utilizados pelo CFlor. Vejamos cada um 
deles:  
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: 
VIII – utilidade pública:  
IX- Interesse social: 
De início, esclareço que o objetivo do CFlor em definir o conceito de utilidade pública e 
interesse social é excepcionar, em alguns casos, as regras nele contidas sobre as áreas de 
preservação permanentes e de uso restrito.   
O STF deu interpretação conforme aos dispositivos para declarar sua constitucionalidade 
devendo ser interpretados de modo a se condicionar a intervenção excepcional em APP, por 
interesse social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à 
atividade proposta.  
Nesse sentido, qualquer obra/atividade prevista no art. 3º, incisos VIII e IX, que se configure 
como de utilidade pública ou de interesse social, deve ser acompanhada da justificativa que 
comprove inicialmente a inexistência de alternativa técnica ou locacional para o 
empreendimento proposto.
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 15/113
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: 
VIII - utilidade pública:
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, 
sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos 
Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, 
instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou 
internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, 
saibro e cascalho; 
A regra é a necessidade de comprovar a inexistência de alternativa técnica ou locacional para 
o empreendimento proposto para qualquer uma das alíneas dos incisos VIII e IX. Mas o STF 
reconheceu a inconstitucionalidade de termos da alínea “b”, em relação à gestão de 
resíduos (aterro, lixões e outros) e a possibilidade de instalações para prática desportiva, ao 
fundamento de não ser razoável que se conceba a gestão de resíduos e o lazer como 
hipóteses de intervenção e supressão de vegetação em áreas de preservação permanente e 
em áreas de uso restrito, por ofensa ao art. 225, da CF/88, que não autoriza tal mitigação na 
defesa do meio ambiente.
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: 
XVII- nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a 
um curso d’água; 
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os 
efeitos desta Lei: 
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua 
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
O STF deu interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, fixando 
como correta a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água 
intermitentes configuram área de preservação permanente. Entendeu o STF que a proteção 
aos olhos d’água deve ser efetivada para qualquer uma das formas, perenes ou intermitentes, 
não sendo razoável a proteção ser unicamente para a forma perene. 
São APPs = os entornos dos olhos d’água e nascentes sejam intermitentes ou perenes. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 16/113
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: 
V - pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal 
do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de 
reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006; 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, estende-se o tratamento dispensado aos imóveis a que 
se refere o inciso V deste artigo às propriedades e posses rurais com até 4 (quatro) módulos 
fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris, bem como às terras indígenas 
demarcadas e às demais áreas tituladas de povos e comunidades tradicionais que façam uso 
coletivo do seu território.
A pequena propriedade rural tem um tratamento diferenciado no CFlor de forma a favorecer 
esse tipo de prática da agricultura familiar e outras atividades a serem desenvolvidas na zona 
rural. 
O STF entendeu que os termos “demarcadas” (referente às terras indígenas) e “tituladas” 
(referente às áreas de povos e comunidades tradicionais), da norma extensiva do parágrafo 
único do art. 3º, são inconstitucionais. Segundo o STF a demarcação ou titularização dessas 
áreas é mera formalidade revestindo-se de um ato de caráter declaratório do poder público, 
considerando que esses territórios tradicionalmente ocupados por eles são preexistentes ao 
ato.  
Terra Indígena / Área de População Tradicional titulada/demarcada/ou não = deve ter 
tratamento diferenciado pelo CFlor equivalente a pequena propriedade rural (até 4 MF). 
Há ainda que se falar que outras normas também foram julgadas pelo STF: 
Art. 48.  A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa 
jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo 
adquirente. 
§ 2º A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no 
mesmo bioma da área à qual o título está vinculado. 
A CRA é a Cota de Reserva Ambiental que corresponde a um título nominativo 
representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação 
que pode ser utilizada para compensação de reserva legal daquele proprietário que não 
consegue cumprir os limites estabelecidos no Código. Ocorre que o CFlor exige que a 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 17/113
compensação ocorra para áreas equivalentes, devendo guardar identidades em relação ao 
mesmo bioma.  
O STF entendeu que uso do indicativo do bioma era insuficiente como critério para 
legitimar a compensação pelo uso da CRA. A Corte aceitou os argumentos técnicos no 
sentido de que as compensações devem ser realizadas somente em áreas ecologicamente 
equivalentes, considerando-se não apenas o mesmo bioma, mas também as diferenças de 
composição de espécies e estrutura dos ecossistemas que ocorrem dentro de cada bioma. 
Assim, além das áreas estarem inseridas no mesmo bioma, deve ficar comprovado que essas 
áreas terão que ser ecologicamente equivalentes (identidade ecológica).
Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão, no prazo de 1 (um) ano, contado a 
partir da data da publicação desta Lei, prorrogável por uma única vez, por igual período, por 
ato do Chefe do Poder Executivo, implantar Programas de Regularização Ambiental - PRAs de 
posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-las aos termos deste Capítulo. 
§ 4º No período entre a publicação desta Lei e a implantação do PRA em cada Estado e no 
Distrito Federal, bem como após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo 
cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por 
infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação 
em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. 
§ 5º A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes 
das infrações mencionadas no § 4º deste artigo e, cumpridas as obrigações estabelecidas no 
PRA ou no termo de compromisso para a regularização ambiental das exigências desta Lei, nos 
prazos e condições neles estabelecidos, as multas referidas neste artigo serão consideradas 
como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio 
ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA. 
As normas do art. 59, §§ 4º e 5º previram a possiblidade das infrações administrativas 
anteriores a edição do Decreto 6.514/2008 serem abonadas se atendidos determinados 
requisitos impostos na norma, como a assinatura e execução do termo de compromisso de 
adesão ao Programa de Regularização Ambiental – PRA. 
Segundo o STF, embora trate-se de norma desonerativa de sanção perfeitamente possível, 
deve-se dar interpretação conforme a Constituição de modo a afastar, no decurso da 
execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de regularização ambiental, 
o risco de decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais praticados antes de 22.7.2008, 
seja das demais sanções deles decorrentes, aplicando-se o disposto no § 1º do art. 60 da Lei 
12.651/2012. Esta norma prevê que a prescrição ficará interrompida durante o período de 
suspensão da pretensão punitiva.
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6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 18/113
Áreas de Preservação Permanente - APPs
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Conceito de APPs e Natureza Jurídica 
As Áreas de Preservação Permanente- APPs são territórios especialmente protegidas com 
o fim de preservação e manutenção dos ecossistemas naturais, nos termos do inciso III, do 
§1º, da CF/88. Definiu o CFlor, em seu art. 3º, II, como sendo as áreas protegidas, cobertas ou 
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a 
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, 
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. 
Ressaltamos a importância de que não há necessidade de cobertura vegetal para que a área 
seja considerada APP, podendo ser desprovida de vegetação arbórea (há dever de recompor), 
bem como está situada em zona rural. Previu o CFlor que as APPs podem estar localizadas em 
zonas urbanas ou rurais, devendo receber a mesma proteção e qualificação 
independentemente de suas localizações. 
Essas APPs por constituírem espaços de relevante interesse ecológico, não são passíveis, em 
regra, de exploração econômica. Nesse sentido, tem natureza jurídica de limitação ao direito 
de propriedade, buscando dar efetividade ao princípio da função socioambiental da 
propriedade. É nesse sentido que o STJ entende que a área de preservação permanente se 
amolda no conceito de espaço territorialmente protegido, nos termos do art. 225, § 1º, III, da 
Constituição da República, possuindo natureza de limitação administrativa.  
As APPs podem ser criadas por lei ou instituídas por ato do Poder Executivo dos entes 
federativos. O CódigoFlorestal enumerou as APPs no art. 4º criando as hipóteses legais 
dessas áreas. Ao seu turno, o art. 6º permitiu que outras APPs fossem criadas quando 
declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo desde que destinadas a 
algumas finalidades elencadas na referida norma. Vejamos: 
Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse 
social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas 
de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades: 
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; 
II - proteger as restingas ou veredas; 
III - proteger várzeas; 
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; 
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 19/113
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; 
VII - assegurar condições de bem-estar público; 
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares. 
IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.
Há discussão sobre a possibilidade de indenização ao particular em face das limitações ao 
uso da propriedade resultante da existência de uma APP. Segundo doutrina majoritária, não 
cabe indenização nas hipóteses legais previstas no art. 6º. Nesse sentido, não poderá o 
proprietário/possuidor invocar a limitação administrativa como limitadora do seu direito de 
usufruto em face dos prejuízos advindos pela sua não exploração econômica, tendo em vista a 
função ecológica que tem essas áreas em prol de todos e a necessidade de atendimento da 
função socioambiental da propriedade. Por outro lado, entende também que sendo as APPs 
criadas por ato do Chefe do Poder Executivo, haveria possibilidade de indenização a 
depender da comprovação da extensão da limitação administrativa acarretada que inviabilizou 
o uso da propriedade.   
Cumpre destacar que existem dois regimes jurídicos para as APPs. A regra geral estabelecida 
nos arts. 4º ao 9º com forte caráter protetivo e com vedações a exploração econômica direta; 
e a regra específica autorizativa de continuidade da exploração econômica em áreas rurais 
consolidadas (anteriores a 22/07/2008) para atividades agropastoris, de ecoturismo e de 
turismo rural, nos termos do art. 61-A, do CFlor. 
Vejamos as hipóteses legais de áreas de preservação permanente nominadas pelo CFlor em 
seu art. 4º: 
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os 
efeitos desta Lei: 
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os 
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:  
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; 
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) 
metros de largura; 
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) 
metros de largura; 
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 
(seiscentos) metros de largura; 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 20/113
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 
(seiscentos) metros; 
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: 
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares 
de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; 
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; 
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou 
represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do 
empreendimento;         
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua 
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;                
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º , equivalente a 100% (cem 
por cento) na linha de maior declive; 
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
VII - os manguezais, em toda a sua extensão; 
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca 
inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; 
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros 
e inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas a partir da curva de nível 
correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, 
sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente 
ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; 
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a 
vegetação; 
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 
(cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.  
O art. 4º, §10, incluído pela Lei nº 14.285/2021 traz a possibilidade de modulação das 
faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, trazidas no 
inciso I, em se tratando de áreas urbanas consolidadas:
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 21/113
§ 10. Em áreas urbanas consolidadas, ouvidos os conselhos estaduais, municipais ou distrital de 
meio ambiente, lei municipal ou distrital poderá definir faixas marginais distintas daquelas 
estabelecidas no inciso I do caput deste artigo, com regras que estabeleçam: (Incluído pela Lei 
nº 14.285, de 2021) [1] 
I – a não ocupação de áreas com risco de desastres; (Incluído pela Lei nº 14.285, de 2021) [2] 
II – a observância das diretrizes do plano de recursos hídricos, do plano de bacia, do plano de 
drenagem ou do plano de saneamento básico, se houver; e (Incluído pela Lei nº 14.285, de 
2021) [3] 
III – a previsão de que as atividades ou os empreendimentos a serem instalados nas áreas de 
preservação permanente urbanas devem observar os casos de utilidade pública, de interesse 
social ou de baixo impacto ambiental fixados nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.285, de 2021) [4] 
Contudo, como se vê, há que se respeitar alguns requisitos para a concretização da modulação 
pretendida. 
Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente – APPs 
O regime de proteção das APPs foi disciplinado originariamente no art. 225, §1º, III, da CF/88, 
bem como pelos arts. 7º a 9º, da Lei 12.651/2012. 
A criação de APPs, como visto, pode ocorrer tanto por meio de Lei (art. 4º, do CFlor) como 
por ato do Chefe do Poder Executivo (art. 6º, do CFlor). Por outro lado, a diminuição da 
proteção dessas áreas já criadas, tem regramento constitucional próprio, que só autoriza a 
alteração por meio de Lei em sentido estrito, não cabendo, inclusive, Medida Provisória para 
supressão/alteração de APP. Vejamos o normativo: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a 
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente 
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção; 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 22/113
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14285.htm#art2
A Constituição Federal não tornou imutáveis as áreas de preservação permanente exigindo 
apenas dois requisitos para a supressão/alteração: (1) Lei do Parlamento e (2) utilização que 
não comprometa a integridade dos atributos que justificam a proteção. 
Nesse sentido, a Lei 12.651/2012 (lei do CFlor) regulamentou a previsão constitucional e fixou a 
regra geral de que as vegetações das APPs devem ser mantidas pelos 
proprietários/possuidores, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Essa 
obrigação ambiental tem natureza real e adere ao imóvel, sendo transmitidas aos sucessores, 
obrigando o proprietário/possuidor a promover a recomposição da vegetação em caso de 
supressão indevida. 
O Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 623 reforçando a tese de que as obrigações 
ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou 
possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor.  
O CFlor autorizou a possibilidade de intervenção ou a supressão de vegetação nativa em 
APPs em caso de utilidade pública, interesse social e atividades de baixo impacto 
ambiental havendo situações em que só serão admitidas a supressão em casos de utilidade 
pública, como das vegetações de nascentes, dunas e restingas.  
O CFlor autoriza também a execução em APPs de atividades de segurança nacional e 
obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em 
áreas urbanas. No caso de restingas e mangues, poderá ser autorizada a 
intervenção/supressão de vegetação em locais onde a função ecológica do manguezal esteja 
comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em 
projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas 
ocupadas por população de baixa renda. O CFlor autoriza ainda o acesso de pessoas e animais 
às APPs para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental. 
O Supremo Tribunal Federal na ADI 3540 MC/DF, de Relatoria do Ministro Celso de Melo, 
fixou a tese de que somente a alteração e a supressão do regime jurídico pertinente aos 
espaços territoriais especialmente protegidos qualificam-se, por efeito da cláusula inscrita 
no art. 225, § 1º, III, da Constituição, como matérias sujeitas ao princípio da reserva legal,  
sendo lícito ao Poder Público autorizar, licenciar  ou  permitir a  execução  de  obras e/ou  a  
realização  de serviços    no    âmbito    dos    espaços    territoriais    especialmente protegidos, 
desde que, além de observadas as restrições, limitações e  exigências abstratamente  
estabelecidas  em  lei, não  resulte comprometida a integridade dos atributos que justificaram, 
quanto a tais  territórios,  a  instituição  de  regime  jurídico de  proteção especial (CF, art. 225, 
§ 1º, III). 
Assim, na visão do STF, a CF/88 protege a supressão da área dos espaços especialmente 
protegidos, exigindo lei para tanto. Ato do Poder Executivo, como a autorização de órgão 
ambiental para supressão de vegetação, é perfeitamente possível, pois não se está alterando as 
dimensões da área protegida pela expedição do ato, mas sim, autorizando a intervenção em 
APPs previstas em lei que rege a matéria. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 23/113
É importante termos uma noção geral das atividades caracterizadas como de utilidade 
pública, interesse social e de baixo impacto ambiental, para fins de reconhecermos os 
casos que autorizam a intervenção em APPs. 
Utilidade Pública - Autorizam intervenção e supressão de vegetação em todas as APPs 
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;  
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, 
sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos 
Municípios, saneamento, energia, telecomunicações, radiodifusão, bem como mineração, 
exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho;  
c) atividades e obras de defesa civil;  
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções 
ambientais;  
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento 
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento 
proposto, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal; 
Interesse Social - Autorizam intervenção e supressão de vegetação em todas as APPs, 
ressalvados nascentes, dunas e restingas. 
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como 
prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e 
proteção de plantios com espécies nativas;  
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural 
familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura 
vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área;  
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades 
educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as 
condições estabelecidas nesta Lei;  
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por 
população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições 
estabelecidas na Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009;  
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes 
tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade;  
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela 
autoridade competente;  
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento 
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, 
definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 24/113
Atividade de baixo impacto ambiental - Autorizam intervenção e supressão de vegetação 
em todas as APPs, ressalvados nascentes, dunas e restingas. 
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando 
necessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a 
obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal 
sustentável;  
b) implantação de instalações necessáriasà captação e condução de água e efluentes 
tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber;  
c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;  
d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;  
e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades 
quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o 
abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores;  
f) construção e manutenção de cercas na propriedade;  
g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na 
legislação aplicável;  
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como 
sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos 
genéticos;  
i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos 
vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função 
ambiental da área;  
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a 
extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura 
vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da área;  
k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto 
ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos 
Estaduais de Meio Ambiente; 
Não se deve negar, portanto, que a regra geral ventilada no CFlor é a proteção da 
integridade da vegetação e das áreas de APPs, sendo a intervenção e supressão de sua 
vegetação só admitida em raríssimas exceções previstas em lei, notadamente no CFlor. 
Corroborando ainda esse entendimento de caráter protetivo geral das APPs, o Superior 
Tribunal de Justiça editou a Súmula 613 em que não se admite a aplicação da teoria do fato 
consumado em temas de direito ambiental.  
Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de 
Direito Ambiental. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 25/113
Nesse sentido, é perfeitamente possível exigir de um empreendedor que construiu uma 
residência em área de APP, a obrigação de recompor a área protegida, mesmo que 
inicialmente amparado por decisão judicial posteriormente anulada, considerando que não se 
pode reconhecer o direito de poluir ou de degradar o meio ambiente, em face da consolidação 
do dano. Não se admite a convalidação da situação de degradação ambiental pelo decurso 
do tempo.  Vejamos exemplo de jurisprudência hodierna do STJ sobre o tema: 
3. A jurisprudência desta Corte entende que a teoria do fato consumado em matéria 
ambiental equivale a perpetuar, a perenizar um suposto direito de poluir que vai de 
encontro, no entanto, ao postulado do meio ambiente equilibrado como bem de uso comum 
do povo essencial à sadia qualidade de vida. Dessa forma, tal teoria é repelida pela 
incidência da Súmula 613 do STJ, que preceitua: Não se admite a aplicação da teoria do fato 
consumado em tema de Direito Ambiental. 
Importante destacar que a Súmula 613 – STJ pode entrar em antinomia com algumas situações 
em que a própria norma legal reconhece a consolidação de determinados danos, 
dispensando o proprietário de reparação integral da área anteriormente degradada, casos 
inclusives, previsto no CFlor, já declarados constitucionais pelo STF quando da análise das 
ADINs 4901, 4902, 4903 e ADC 42. 
Outro ponto relevante sobre o regime das APPs está relacionado com o instituto jurídico da 
desapropriação. A proteção legal às áreas de preservação permanente não importa em 
vedação absoluta ao direito de propriedade e, por consequência, não resulta em hipótese de 
desapropriação, mas, como já sedimentado nesta obra, configura mera limitação administrativa. 
Mas a questão que gera grandes discussões na doutrina e na jurisprudência está atrelada a 
possibilidade de indenização das áreas de APPs quando da desapropriação do imóvel por 
parte do Poder Público. 
Em caso de desapropriação por utilidade pública para fins de reforma agrária, por exemplo, é 
cabível a indenização de toda a área da propriedade, incluindo as áreas referente às APPs, pois, 
em nenhum momento, deixou de ser patrimônio do proprietário, por se tratar de mera 
limitação administrativa. Por outro lado, a indenização das áreas de APPs limita-se ao valor da 
terra nua, não se estendendo a cobertura vegetal. Isso porque, em regra, as áreas de 
preservação permanente não são passíveis de exploração econômica lícita da área. Nesse 
sentido, é incabível a indenização da cobertura florística componente de APP em valor 
separado do imóvel rural, tendo em vista a impossibilidade de ser objeto de exploração 
econômica pelo proprietário. Isso porque uma coisa é a indenização da área, outra é a 
indenização da cobertura florística. Eis o entendimento do STJ: 
4. No que concerne ao combate à concessão de indenização da cobertura vegetal 
componente de área de preservação permanente, socorre razão à recorrente, haja vista o 
seu não cabimento. Ora, não se pode indenizar, em separado, a área de preservação 
permanente onde não é possível haver exploração econômica do manancial vegetal pelo 
6. Proteção Florestal
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Questão 2019 | 268974104
Assinale a alternativa que traz um exemplo de área de preservação permanente, nos
termos da Lei nº 12.651/12.
A)
Faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 (trinta)
metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura.
B)
Faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 100 (cem)
metros, para os cursos d’água que tenham de 100 (cem) a 300 (trezentos) metros de
largura.
C)
As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de 40
(quarenta) metros, em zonas urbanas.
D)
As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua
situação topográ�ca, no raio mínimo de 100 (cem) metros.
E)
As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca
inferior a 50 (cinquenta) metros em projeções horizontais.
Solução
Gabarito: A)
Faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura
mínima de 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez)
metros de largura.
A questão exige do candidato conhecimento sobre a expressa previsão de artigos do
Código Florestal (Lei Federal nº 12.651/2012).
O art. 1º-A, de�ne o objeto de proteção da referida Lei:
expropriado. Portanto, a indenização deve ser limitada à terra nua, não se estendendo à 
cobertura vegetal. 
Alertamos que os tribunais têm reconhecido o direito ao decote do valor a ser indenizado em 
face dos custos com a recuperação ambiental de áreas comprovadamente degradadas, em 
face da natureza real das obrigações ambientais, bem como a impossibilidade de indenização 
de benfeitorias edificadas em APP sem o devido licenciamento do órgão ambiental 
competente. 
6. Proteção Florestal
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Segundo o art. 1º-A. da Lei n. 12.651/2012,   "estabelece normas gerais sobre a proteção da
vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração
�orestal, o suprimento de matéria-prima �orestal, o controle da origem dos produtos
�orestais e o controle e prevenção dos incêndios �orestais, e prevê instrumentos
econômicos e �nanceiros para o alcance de seus objetivos."
A letra A está correta.
CERTA
A Lei nº 12.651/2012 (Código Florestal)  de�ne Área de Preservação Permanente (APP):
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(...)
II - Área de Preservação Permanente -APP: área protegida, coberta ou não por vegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas;
O art. 4°, traz quais são consideradas áreas de proteção permanente, detre as quais, "Faixas
marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros,
desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 (trinta) metros, para os
cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura", vejamos a expressa previsão da legal:
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os
efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
A letra B está incorreta. ERRADO.
Conforme art. 4º, inciso I, alínea "c", da Lei n. 12.651/2012, a largura mínima é de 100 metros,
nos cursos de água de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura.
Vejamos a expressa previsão legal:
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os
efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 28/113
(...)
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos)
metros de largura;
A letra C está incorreta.
ERRADO.
Conforme art. 4º, inciso II, alínea "b", da Lei n. 12.651/2012, a largura mínima será de 30
metros, em zonas urbanas.
Vejamos a expressa previsão legal:
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os
efeitos desta Lei:
(...)
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
(...)
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
A letra D está incorreta.
ERRADO.
Conforme art. 4º, inciso IV, da Lei nº 12.651/2012, para ser APP, o raio mínimo será de
50(cinquenta) metros.
Vejamos a expressa previsão normativa:
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os
efeitos desta Lei:
(...)
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua
situação topográ�ca, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
A letra E está incorreta. ERRADO.
Conforme art. 4º, inciso VIII, da Lei nº 12.651/2012, para ser APP, a faixa nunca será inferior
a 100 (cem) metros em projeções horizontais.
Vejamos a expressa previsão legal:
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os
efeitos desta Lei:
(...)
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 29/113
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca
inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
Área de Reserva Legal
 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.
Conceito e Natureza Jurídica da Reserva Legal 
As áreas de reserva legal são espécies do gênero espaços territoriais especialmente 
protegidos previstos no inciso III, do §1º, do art. 225, da CF/88. Dando concretude ao 
mandamento constitucional, a Lei 12.651/2012 (CFlor) definiu, em seu art. 3º, III, a reserva legal 
como a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos 
do art. 12, do CFlor, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos 
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos 
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de 
fauna silvestre e da flora nativa. 
A área de reserva legal é uma medida limitativa do direito de propriedade rural que tem por 
finalidade proteger os ecossistemas naturais existente em uma propriedade consistente em um 
percentual do total da área da propriedade cujo valor dependerá do bioma em que se 
localiza.
Só há obrigação de instituição de Reserva Legal para propriedades rurais, não se aplicando 
às urbanas. Por outro lado, as regras da Áreas de Preservação Permanente, se aplicam a áreas 
urbanas ou rurais, com ou sem vegetação nativa. 
O art. 12, do CFlor determina que todo imóvel rural deve manter área com cobertura de 
vegetação nativa, a título de reserva legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as 
Áreas de Preservação Permanente. Desse normativo, é possível defluir a natureza jurídica da 
reserva legal como uma limitação ao direito de propriedade, buscando dar maior efetividade 
ao princípio da função socioambiental da propriedade. Isso porque a área de reserva legal se 
amolda no conceito de espaço territorialmente protegido, nos termos do art. 225, § 1º, III, da 
Constituição da República, possuindo natureza de limitação administrativa. Diferentemente 
das APPs, admite-se, nos termos do §1º, do art. 17, do Cflor, a exploração econômica da 
reserva legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do 
Sisnama. 
Limites Mínimos legais de Reserva Legal. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 30/113
Questão 2019 | 62129307
Rafael é proprietário de um imóvel rural com vegetação de �oresta no estado do Pará.
Esse imóvel deixou de ter área de reserva legal porque o proprietário anterior a suprimiu.
Nessa situação, Rafael
A)
não tem obrigação de re�orestar a referida área, porque não foi ele quem causou a
degradação.
B) deve re�orestar 50% de sua propriedade.
C) deve re�orestar 30% de sua propriedade.
D) deve re�orestar 80% de sua propriedade.
E) deve re�orestar 20% de sua propriedade.
Solução
Gabarito: D) deve re�orestar 80% de sua propriedade.
A questão exige, do candidato, conhecimentos sobre a Lei nº 12.651/12 (Código Florestal),
que institui, dentre outras, normas de proteção de vegetação em determinadas áreas
territoriais, dentre as quais, "Área de Reserva Legal", assim de�nida:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(...)
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo
O CFlor define os percentuais mínimos que cada proprietário ou possuidor devem salvaguardar 
a título de reserva legal. O legislador utilizou como referência a Amazônia Legal dividindo, 
para fins de definição dos percentuais de reserva legal, fixando o mínimo de 20% da 
propriedade para regiões do território nacional fora da Amazônia Legal. Dentro da 
Amazônia Legal, considerando a diversidade de biomas nela existentes, definiu o 
percentual mínimo de 80% para regiões em que as propriedades se situam em florestas, de 
35% se localizadas em área de cerrado ou de 20% se em áreas de campos gerais. Por outro 
lado, caso exista um imóvel que abarque esses três ecossistemas, o percentual de reserva legal 
deverá ser definido considerando separadamente os referidos percentuais.   
O CFlor objetivando proteger tentativas de burlar esses percentuais de reserva legal, fixou a 
regra de que em caso de fracionamento do imóvel rural, deve o proprietário/possuidor 
considerar a área do total do imóvel antes do fracionamento, mesmo que seja para projetos 
abarcados pelo Programa de Reforma Agrária. 
6. Proteção Florestal
6. Proteção Florestal 31/113
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação
dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o
abrigo e a proteção de fauna silvestre e da �ora nativa;
A letra A está incorreta. ERRADO.
O dever de re�orestar a área constitui obrigação de natureza jurídica "propter rem", isto é,
transfere-se automaticamente ao proprietário ou possuidor do imóvel, ainda que não tenha
sido ele o perpetrador do desmatamento.
Nesse

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