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Sociologia- Grandes pensadores classicos

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ACADÊMICA: Amélia Aparecida Alarcon Faria.
 Grandes pensadores clássicos.
                           
 Abril/2021
    Amélia Aparecida Alarcon Faria
                                                               
 
           
    Sociologia
  
PROFESSOR: Fernando Gomes Barbosa
 (3¨ período noturno)
	
Abril/2021
Sumário
Introdução...............................................................04
Karl Marx:..............................................................05
Durkheim:..............................................................10
Weber:....................................................................13
Referências bibliográficas......................................19
Introdução:
O presente trabalho sobre os principais pensadores clássicos da sociologia. O objetivo e mostrar as principais ideias, teorias, conceitos desenvolvidos e suas influências. 
Karl Marx:
Karl Marx foi um filósofo, sociólogo, economista, jornalista e teórico político alemão. Junto a Friedrich Engels, elaborou uma teoria política que embasou o chamado socialismo científico. Suas contribuições para a Filosofia Contemporânea incluem, além da análise social e econômica, um novo conceito de dialética, baseado na produção material da humanidade.
Seu conceito dialético, chamado de materialismo histórico dialético, proporciona uma nova visão para a análise social e científica sobre a história da sociedade. Ao analisar a produção material da Europa, no século XIX, Marx identificou a marcante desigualdade e a exploração de uma classe detentora dos meios de produção (burguesia) sobre a classe explorada (proletariado), o que marcou profundamente a sua carreira.
Biografia:
Karl Marx nasceu em 1818, na cidade de Tréveris, então território da Prússia. Apesar de ser um dos maiores críticos do capitalismo e da divisão de classes sociais, ele nasceu no seio de uma família de classe alta alemã. Seu pai foi um bem-sucedido advogado e conselheiro de governo. Marx estudou no Liceu Friedrich Wilhelm, tendo uma formação, desde cedo, condizente com a sua classe social.
Aos dezessete anos de idade, Marx ingressou no curso de Direito da Universidade de Bonn, seguindo os passos do pai. Porém, o jovem universitário encontrou as festas e a vida boêmia. A fim de cortar o estilo de vida que o filho levava, Heinrich Marx, seu pai, transferiu-o para a Universidade de Berlim. Lá, o contestador e desafiador Marx conheceu o curso de Filosofia, área de estudo em que se formaria.
Na Faculdade de Filosofia da Universidade de Berlim, Marx foi aluno e discípulo do grande filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, pessoa que influenciou a sua produção teórica, principalmente com o conceito de dialética. Nos seus anos em Berlim, Marx mostrou-se um grande crítico de governos e governantes, com inclinações para a crítica social.
Aos 23 anos de idade, Marx defendeu sua tese em Filosofia, obtendo o título de doutor, o que lhe proporcionou o ingresso na carreira acadêmica. No entanto, por conta de sua ávida crítica ao governo prussiano, o filósofo foi vetado nas universidades, o que o obrigou a trabalhar como jornalista. Pouco mais de um ano que Marx entrou para a redação de um jornal prussiano, de cunho socialista, a censura fechou a publicação.
No mesmo ano em que Marx perdeu o emprego no jornal, 1843, casou-se em segredo com Jenny von Westphalen. No mesmo ano, mudou-se para Paris, tendo contato com os ideais socialistas que influenciaram fortemente a sua produção intelectual.
O casal Karl Marx e Jenny von Westphalen teve sete filhos e quatro deles morreram ainda na infância, por conta da situação precária em que viveram durante muito tempo, causada pela falta de dinheiro. Com a recusa de empregos para Marx e sua carreira instável no jornalismo, o casal viveu por muito tempo apenas de partes que receberam das heranças de seus pais.
As posições radicais de Marx legaram-lhe diversas expulsões de territórios prussianos, alemães e franceses, sendo expulso de vez de Colônia, na Alemanha, em 1848. Também em 1848, publicou o Manifesto Comunista, junto a Engels, o que deu início à obra marxista, que compôs o que chamamos hoje de socialismo científico. Marx estabeleceu-se na Inglaterra, em 1849. Desde 1843 até o fim de sua vida, Marx sobreviveu dos restos de heranças, da ajuda de Friedrich Engels e de artigos que escrevia vez ou outra para jornais.
A partir de sua estada em Londres, o filósofo passou a desenvolver a sua obra mais importante, O Capital, além de livros que se tornaram referências para os estudos de Sociologia, de Economia e sobre o socialismo. O filósofo faleceu no ano de 1883, dois anos após o falecimento de sua esposa, em virtude de complicações respiratórias causadas pelo uso excessivo de tabaco.
Teoria de Karl Marx:
Marx desenvolveu uma densa e extensa obra que abarca importantes conceitos filosóficos, econômicos e históricos, além de abrir caminho para uma ampliação do método sociológico. Porém, o filósofo ficou mais conhecido por sua teoria de análise e crítica social, que reconhecia uma divisão de classes sociais e a exploração de uma classe privilegiada e detentora dos meios de produção sobre uma classe dominada.
O conjunto de seus conceitos importantes compõe o que Marx denominou de materialismo histórico dialético, um método de análise social e histórica baseado na luta de classes.
Logo no início do Manifesto Comunista, Marx e Engels afirmam que "a história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes|1|". Essa frase icônica representa o cerne do que é o marxismo: o reconhecimento de que diferentes classes sociais são transpassadas por relações de dominação.
Dentro da teoria geral marxista, alguns conceitos sobressaem-se por sua ampla importância dentro do próprio sistema marxista. São eles:
· Infraestrutura: pautada na economia e por sua centralidade na esfera produtiva, que é o principal eixo compositor do materialismo histórico. A infraestrutura envolve a divisão do trabalho, a produção e suas relações, a compra, o comércio etc.
· Superestrutura: é um conjunto de instituições e normas que mantém a ideologia social e a lógica de exploração funcionando. São elementos da superestrutura o Estado, as leis, a religião e a cultura.
· Mais-valia: é a diferença entre o preço de matéria-prima e produção de uma mercadoria e o preço do trabalho e o custo dos meios de produção da mesma mercadoria.
· Alienação: há uma separação evidente entre o trabalhador e o fruto de seu trabalho. A mais-valia, que nos processos de produção manufaturados beneficiava os artesãos, no processo de produção capitalista, beneficia o dono dos meios de produção e tira dos trabalhadores a capacidade de se reconhecer no seu próprio trabalho.
· Burguesia: é a classe detentora dos meios de produção.
· Proletariado: é a classe operária.
Após a constatação do processo de dominação, Marx apresentou como possível solução a Revolução do Proletariado, que seria uma revolta da classe operária que tomaria consciência de sua classe, de sua força e das injustiças vividas. Essa revolução derrubaria o Estado e implantaria uma ditadura do proletariado, que teria como missão acabar com a propriedade privada e minar, aos poucos, a diferença de classes sociais. O fim disso seria, supostamente, o comunismo, ou seja, a forma perfeita do socialismo, de acordo com o teórico.
Karl Marx e a Sociologia:
As contribuições de Marx para a História, para a Filosofia e a formulação de um novo modo de análise social, voltada para a crítica do capitalismo, foram fundamentais para a disseminação da Sociologia e para sustentar um método sociológico mais sólido. A teoria crítica do capitalismo fundada por Marx e Engels esclareceu alguns fatores que a análise de Durkheim (Junto a Karl Marx e Max Weber, Durkheim compõe a tríade dos pensadores clássicosda Sociologia) sobre as sociedades capitalistas industriais não aborda.
Na juventude de Marx, a Sociologia ainda não tinha surgido como uma ciência metódica e acadêmica, pois o responsável pela formulação do método sociológico foi o francês Émile Durkheim. Porém, os conceitos presentes na obra de Marx, não somente os que dizem respeito à teoria marxista ou ao socialismo, deixaram para os sociólogos posteriores respostas sobre uma lógica capitalista de um sistema de privilégios, em que uma classe sobre põe se à outra e sobre o funcionamento interno do mercado e da produção.
Obras de Karl Marx:
As principais obras de Karl Marx, produzidas para a publicação, são:
· Manifesto do Partido Comunista: escrita a quatro mãos, com Friedrich Engels, o manifesto fundou um novo pensamento socialista-comunista.
· A Ideologia Alemã: um dos mais importantes trabalhos de Marx. Esse livro, escrito e publicado entre 1845 e 1846, traz à tona uma primeira formulação precisa do conceito de materialismo histórico dialético, demonstrando que a tese dialética de Marx tomou um rumo totalmente diferente da dialética de seu professor, Hegel. Aliás, o livro de Marx é escrito quase que todo para criticar Hegel e os idealistas alemães, que se distanciavam da prática e da vida material, que é a única possibilidade concreta de uma revolução.
· Contribuição para uma Crítica da Economia Política: nesse escrito, Marx faz uma espécie de "preparação do terreno" para a obra magna que viria alguns anos depois. Nessa obra, Marx fala de algumas noções relacionadas ao valor, à moeda e à mercadoria.
· O Capital:
Tida como a mais densa e completa produção marxista, O Capital é o ápice da produção do filósofo e consagrou de vez a sua teoria social sobre a divisão de classes sociais, a burguesia e a exploração do trabalho. Nessa obra, Marx faz uma espécie de genealogia do capitalismo e estuda as contradições geradas por esse sistema. Segundo o filósofo, o capitalismo seria derrubado por suas contradições, tomado pela classe operária e substituído pelo comunismo.
Frases:
· "Até agora os filósofos ficam preocupados na interpretação do mundo de várias maneiras. O que importa é transformá-lo."
· "As oposições teóricas só podem ser resolvidas de uma maneira prática, pela energia prática do homem. Sua solução não é de nenhum modo tarefa exclusiva do conhecimento, mas uma tarefa real da vida que a filosofia não poderia resolver porque ela só a reconhece como uma tarefa puramente teórica."
· "A religião é o ópio do povo."
· "A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes.
Durkheim:
Biografia de Émile Durkheim
Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo francês. É considerado o pai da Sociologia Moderna e chefe da chamada Escola Sociológica Francesa. É o criador da teoria da coesão social. Junto com Karl Marx e Max Weber, formam um dos pilares dos estudos sociológicos.
Infância e Formação:
Émile Durkheim nasceu em Épinal, região de Lorena, na França, no dia 15 de abril de 1858. Descendente de família judia, filho e neto de rabinos, desde cedo foi preparado para seguir o mesmo caminho, mas rejeitou sua herança judaica.
Estudou no Colégio d’Epinal e no Liceu, em Paris. Interessou-se inicialmente por filosofia e estudou na Escola Normal Superior de Paris. Terminado seus estudos, lecionou em diversos liceus provinciais franceses.
Entre 1885 e 1886, Durkheim realizou uma viagem de estudo na Alemanha, especializando-se em Sociologia. Dentro da Sociologia educacional filiou-se à corrente denominada Pedagogia Social. Foi fortemente influenciado pelos métodos de psicologia experimental de Wilhelm Wundt.
Em 1887, Durkheim foi nomeado professor da primeira cadeira de Ciências Sociais, associada à educação, na Universidade de Bordeaux. Em 1896 fundou a revista “L’Année Sociologique”, quando reuniu um eminente grupo de estudiosos. Em 1902, foi convidado para lecionar Sociologia e Pedagogia na Sorbonne, onde permaneceu até sua morte.
Divisão do Trabalho Social:
No âmbito das investigações, Émile Durkheim deixou um dos principais trabalhos de contribuição à sociologia, com a publicação da obra “Divisão do Trabalho Social” (1893), onde analisa as funções sociais do trabalho e procura mostrar a excessiva especialização e a desumanização do trabalho, que ascendeu com a Revolução Industrial.
Durkheim sublinhava, em seus estudos, os grandes riscos que tal evolução significava para o bem e o interesse comum da sociedade.
Método Sociológico:
Em 1895, Émile Durkheim publicou sua obra fundamental, “As Regras do Método Sociológico”, que constitui uma síntese da Sociologia como uma nova ciência social. Nele, Durkheim delimita o campo da nova ciência e propõe uma metodologia de estudo, condição indispensável ao estabelecimento da legitimidade de qualquer ciência.
Para ele, o objetivo do estudo da Sociologia não pode ser baseado em uma soma de indivíduos e sim em um fato social. Dentro de sua perspectiva, os fatos sociais devem ser considerados como “coisas”, com existência própria, exteriores às consciências individuais.
É necessário respeitar e aplicar um método científico, aproximado, dentro do possível, das outras ciências exatas. Devendo-se evitar preconceitos e julgamentos subjetivos.
O Suicídio:
Em seus estudos sobre personalidade, Durkheim tentou mostrar que as causas do autoextermínio têm fundamentos em causas sociais e não individuais.
Descreveu três tipos de suicídio; “o suicídio egoísta”, aquele em que o indivíduo se afasta do conjunto dos outros seres humanos, “o suicídio anômico”, originado da crença de que todo um mundo social, com seus valores, normas e regras, desmoronam-se em torno de si, e “o suicídio altruísta”, o realizado por extrema lealdade a dada causa.
Teoria da Religião:
Sobre os fenômenos religiosos, Durkheim escreveu uma de suas obras mais significativas, “As Formas Elementares da Vida Religiosa” (1912), baseada em diversas observações antropológicas, buscando mostrar as origens sociais e cerimoniais, como também as bases da religião, especialmente do totemismo.
Afirmou que não existem religiões falsas, que todas são essencialmente sociais. Definiu religião como “Um sistema universal de crenças e práticas relativas às coisas sagradas”, que unem os indivíduos que dela compartilham em uma única comunidade moral, denominada igreja.
Émile Durkheim faleceu em Paris, França, no dia 15 de novembro de 1917. Seus restos mortais encontram-se no cemitério de Montparnasse, em Paris.
Obras de Émile Durkheim:
· Da Divisão do Trabalho Social, 1893
· As Regras do Método Sociológico, 1895
· O Suicídio: Um Estudo de Sociologia, 1897
· As Formas Elementares da Vida Religiosa, 1912
· A Educação e a Sociologia, 1922 (obra póstuma)
· A Educação Moral, 1925 (obra póstuma)
· Sociologia e Filosofia, 1929 (obra póstuma)
Weber:
O sociólogo alemão Max Weber é um dos principais teóricos da sociologia e ocupa, junto a Émile Durkheim e Karl Marx, uma das bases da chamada tríade da sociologia clássica. Weber fundou um método de estudo sociológico baseado no que ele chamou de ação social e produziu estudos profícuos para a compreensão da formação do capitalismo. O livro mais difundido de Weber é A ética protestante e o espírito do capitalismo, em que ele analisa a proximidade da formação do capitalismo com a disseminação do protestantismo.
 
Biografia de Max Weber:
Karl Emil Maximilian Weber (1864 – 1920) foi um sociólogo, jurista e economista alemão. Nascido em uma família de posses liderada por um advogado, Weber foi educado com a rigidez da religião protestante e com o despertar do gosto pelo estudo e pelo trabalho. Quando ainda jovem, ele presenciou a unificação da Alemanha promovida pelo estadista Otto von Bismarck. (O Estado alemão ainda não existia. Existiam vários reinos de origem germânica independentes, e Bismarck promoveu uma política de integração desses reinos, formando a Alemanha tal como a conhecemos hoje.)
Em 1882, Weber ingressa no curso de Direito da Universidade de Heidelberg, onde, para além das ciênciasjurídicas, aprofundou seus estudos em economia e teologia. Em 1889 concluiu o seu doutorado em Direito, na Universidade de Berlim, e, em 1893, foi nomeado professor na Universidade de Freiburg.
Entre os anos de 1882 e 1897, além da carreira acadêmica, Weber atuou no cenário político alemão, não obtendo muito sucesso. O sociólogo era um homem muito rígido consigo, e a sua idealização do trabalho e do sucesso financeiro como realização de um homem digno (ideia que aparece na obra citada) parecia acompanhar a sua vida.
O sociólogo e historiador austríaco Michael Polak, que desenvolveu um trabalho biográfico sobre Weber, afirma que o sociólogo alemão odiava a ideia de depender financeiramente de seu pai, primeiro por ter algumas diferenças familiares com o progenitor e também por cobrar de si um sucesso profissional e financeiro, sucesso esse que geralmente é demorado para quem está iniciando uma carreira de pesquisador acadêmico.
Sabe-se que, para tornar-se um professor universitário e pesquisador, é necessário estudar muito antes de conseguir êxito. Um reflexo disso foi o casamento de Weber com a escritora feminista Marianne Schnitger, o qual foi adiado por anos, tendo sido realizado apenas em 1894, quando o sociólogo conseguiu um emprego. Nesse período de espera, antes do noivado definitivo, um amigo de Weber havia pedido Marianne em casamento (quando Weber e ela já trocavam intensões de um relacionamento), o que causou ainda mais desgosto em Weber com a sua própria vida, afirma Polak.
Em 1887, a mãe de Weber decide viajar para visitá-lo. O seu pai não permite que a esposa vá sozinha e Weber não gosta da ideia de recebê-lo em casa, expulsando-o na sua chegada. Algum tempo depois, o pai morre e Weber tem um colapso mental, entrando em profunda depressão, a qual o impediu de trabalhar.
O sociólogo conseguiu uma licença da universidade e decidiu viajar, percorrendo vários lugares da Europa (a Itália era o seu destino preferido) e conhecendo os Estados Unidos. Nesse período ele tenta voltar a lecionar, não obtendo êxito, no entanto, por conta de sua doença. A sua situação mental atormentava-o, principalmente pela vergonha que ele sentia da depressão e de não conseguir trabalhar. Ser sustentado por uma licença era ainda mais vergonhoso para o pensador.
Em 1903, Weber pede demissão da universidade, o que lhe foi negado por sua competência. A administração pública entra em acordo com ele concedendo-o uma aposentadoria, e, em troca, torna-o professor honorário da Universidade de Heidelberg, direcionando a ele uma carga horária mínima de trabalho, o que deu certo para que o sociólogo voltasse a trabalhar e recuperasse a sua saúde mental.
Nesse período de retorno, Weber volta a escrever com intensidade, redigindo inclusive a sua obra magna — A ética protestante e o espírito do capitalismo. Ele havia deixado a atuação no campo político há algum tempo, o que também o ajudou a recuperar-se mentalmente.
Max Weber vivenciou a Primeira Guerra Mundial e, em 1919, foi conselheiro da delegação alemã nas conferências que antecederam o Tratado de Versalhes. A Alemanha perdeu muito com o acordo, pois teve seu exército reduzido, perdeu território e teve que pagar uma indenização pelos estragos causados pela guerra.
Entre 1919 e 1920, Weber também atuou como membro da comissão que formulou a Constituição de Weimar — documento que oficializou a chamada República de Weimar, período republicano da Alemanha que iniciou com o fim do Segundo Reich (segundo império que começou em 1871 com a unificação de Bismarck) e terminou com o início do Terceiro Reich (terceiro império que se iniciou com a chegada de Hitler ao poder em 1933).
Em 1920 uma pneumonia severa acamou Weber e levou-o à morte aos 56 anos de idade. Até então, o sociólogo havia publicado apenas os livros A ética protestante e o espírito do capitalismo (1905), Economia e sociedade (1910) e A ciência como vocação (1917). Após a sua morte, Marianne Schnitger Weber, sua esposa, realizou uma curadoria de sua obra e foi responsável pela publicação póstuma de um segundo volume de Economia e sociedade (1921), A metodologia das ciências sociais (1922) e História econômica geral (1923).
Teoria, pensamentos e principais ideias de Max Weber:
Os principais objetos de estudo de Weber na sociologia foram o capitalismo e o protestantismo, levando o sociólogo a desenvolver uma sociologia da teologia. A visão weberiana do capitalismo era diferente da visão marxista. Enquanto Marx via no capitalismo a exploração do proletariado pela burguesia, Weber encara-o como o fruto de um ideal, o ideal do capitalismo. Como um ideal, o capitalismo promovia uma espécie de racionalização do trabalho e do dinheiro, sendo sustentado pela prosperidade e pela capacidade cada vez maior de gerar dinheiro.
Max Weber foi profundamente influenciado pela filosofia de Immanuel Kant sustentada pelo idealismo. Para Kant, o plano das ideias e conceitos deveria pautar todo o trabalho filosófico, que partiria da prática para chegar aos conceitos mais puros e a priori (anteriores a qualquer vivência material). Weber acreditava que o capitalismo originava se com um ideal, com um espírito, e a partir disso, esse sistema ia sendo construído na prática. Com base nesse ideal, surgiu a noção de administração como ciência capaz de promover o crescimento do capital.
Para escrever A ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber leu o texto Conselho a um jovem comerciante, de Benjamin Franklin. Com base nesse texto, que expressa a noção que ficou conhecida como um bordão de Franklin, time is money (tempo é dinheiro), e da observação de nações europeias e dos Estados Unidos, Weber elaborou a teoria que dizia que o capitalismo teria sido aprimorado com o protestantismo, em especial o calvinista (em nações como a Inglaterra e os Estados Unidos). Para Franklin, o dinheiro deveria ser movimentado e ampliado, e essa ampliação dava-se como ensinava a tradição calvinista, por meio do trabalho.
Para os calvinistas, havia uma noção de predestinação (trabalhada por Weber como hipótese a ser considerada) que dizia que o homem já nascia predestinado ao paraíso ou ao inferno. A maneira de saber se determinada pessoa iria para o céu era medir o seu sucesso no trabalho e a sua resistência ao pecado. Como pecado, os calvinistas incluíam as diversões fúteis, como festas e luxo, além do ócio e da preguiça.
O homem de valor para os calvinistas era aquele que trabalhava muito, o máximo que o seu corpo aguentasse, e não se entregava aos prazeres da vida, acumulando assim cada vez mais dinheiro. Para as outras vertentes protestantes, há uma ideia geral bem semelhante a essa de valorização do trabalho e de fuga dos prazeres.
Isso fez com que Weber enxergasse a diferença de desenvolvimento econômico entre nações predominantemente protestantes que se tornaram as maiores potências econômicas (Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos) e nações predominantemente católicas que não tiveram tanto crescimento econômico, como Espanha, Portugal e Itália.
A ideia do teórico político e estadista estadunidense Benjamin Franklin estava sustentada no ideal calvinista, e o aumento do dinheiro por meio do trabalho e da fuga do ócio e dos prazeres parecia ser uma hipótese bem plausível para Weber, no sentido de medir o sucesso de uma pessoa. Era esperado de alguém que conseguisse ganhar dinheiro multiplicá-lo para mostrar o seu valor pessoal e moral.
A ética, nesse sentido, era uma prática voltada para um modo de agir que fugisse de qualquer distração e de qualquer pecado e que procurasse no trabalho o maior meio de chegar-se a Deus. Por isso Weber ficou tão frustrado durante um tempo de sua vida em que não conseguia obter sua sustentação financeira e sentiu vergonha do tempo em que foi acometido pela depressão e não conseguiu trabalhar.
Ação social de Max Weber:
Para a metodologia sociológica, Weber contribuiu formulando a sua teoria da ação social. Segundo o sociólogo, era necessário que o pesquisador fosse dotado de uma neutralidade axiológica, ou seja, deuma neutralidade em relação ao seu objeto de estudo. Com base em uma análise neutra e imparcial, o sociólogo deveria identificar as ações sociais dos sujeitos e classificá-las. Nisso, Weber discorda do método de Durkheim, que visa buscar fatos sociais que se repetem em todas as sociedades e são invariáveis.
Para Weber, as ações individuais é que forneciam o material necessário para chegar-se a um estudo válido. No entanto, por serem as ações sociais tão vastas e diversas, o sociólogo deveria buscar um padrão de correção para que o seu trabalho tivesse uma validade científica e um respaldo metodológico.
Esse padrão de correção estava localizado no que Weber chamou de tipos ideais, que eram balizas para estabelecer-se qualquer comportamento padrão. Como ideais, esses tipos são perfeitos e imutáveis, não existindo na prática. Nessa se encontram as ações que poderiam afastar-se ou aproximar-se dos tipos ideais.
Weber separa e classifica as ações sociais em quatro tipos. São eles:
1. Ação social racional com relação a fins: é um tipo de ação pensada e calculada para atingir alguma finalidade. Por exemplo, casar-se para constituir uma família. A ação social é o matrimônio e a finalidade dessa ação é a constituição da família.
2. Ação social racional com relação a valores: é um tipo de ação social pensada e calculada para atingir algum tipo de valor moral, ou visando como fundo a moralidade. Por exemplo, fazer o que a moral considera certo, como não roubar.
3. Ação social tradicional: não é racional e nem calculada. Consiste numa forma de agir de acordo com a tradição, respeitando o que a sociedade considera como o que deve ser feito. Retomando o exemplo do matrimônio, seria casar-se porque a sociedade impõe o casamento como uma tradição que deve ser seguida.
4. Ação social afetiva: não é racional. Ela segue os afetos e as paixões, os sentimentos e as afecções. É o tipo de ação motivada por sentimentos, como amor, paixão, medo.
No campo da teoria da sociologia política, Weber contribuiu com uma teoria da dominação, que fala dos modos de poder existentes. Para o pensador, existem três tipos de poder ou dominação exercidos que lhes conferem alguma legitimidade:
1. A dominação legal: ocorre por meio das leis. É o poder exercido por aqueles que a lei permitiu exercê-lo, como os representantes dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, no caso de nossa República.
2. A dominação tradicional: justifica-se pela tradição. Por exemplo, em uma sociedade patriarcal, o pai exerce o poder autoritário dentro da família e respalda-se na tradição para exercitá-lo.
3. A dominação carismática: é exercida por lideranças carismáticas, que têm o dom de atrair o apoio das massas com seus discursos, como de maneira mágica. Temos vários exemplos desse tipo de liderança na história mundial, como Hitler, Mussolini, Getúlio Vargas e Fidel Castro.
Influências de Max Weber:
Vários são os pensadores que influenciaram a sociologia de Max Weber. Por ser um grande estudioso, dedicado à leitura e à pesquisa, Weber pegou de empréstimo várias ideias para seus trabalhos. Podemos destacar como centrais para sua obra os seguintes pensadores:
· Friedrich Nietzsche: Embora a relação e a leitura de Weber e do filósofo alemão Nietzsche sobre o cristianismo e a religião sejam completamente opostas, o sociólogo adotou uma noção de ciência e de história muito próxima da filosofia nietzschiana, que não aceitava a história defendida pelos positivistas (baseada no fato histórico simples e cru), mas buscava compreender as interpretações de pessoas na história e levava em consideração a perspectiva sobre a verdade científica.
· Immanuel Kant: O filósofo idealista alemão foi um dos principais influenciadores de Weber para a compreensão da existência de ideias que se situam em um campo imutável, que apresentam as formas sobre as coisas, os conceitos, os significados etc.
· John Stuart Mill: O filósofo inglês criou a teoria da moral utilitarista, que é um tipo de ética baseada em ações úteis para as pessoas, causando maior benefício a um maior número dessas. Essa teoria fez Weber enxergar no capitalismo uma justificativa utilitária: promover o benefício por meio do trabalho e da multiplicação do dinheiro.
· Alexis de Tocqueville: O filósofo francês foi um grande defensor do liberalismo, teoria econômica alinhada com o capitalismo que previa a liberdade econômica para empreender-se sem a interferência do Estado. Weber colheu noções do liberalismo clássico para compor a sua análise do capitalismo.
Referencias:
 https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/karl-marx.htm.
https://www.ebiografia.com/emile_durkheim/#:~:text=%C3%89mile%20Durkheim%20(1858-1917),dos%20pilares%20dos%20estudos%20sociol%C3%B3gicos.
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/max-weber.htm.
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