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Prof. Thiago Leite, Prof. Matthaus Marçal Pavanini Cardoso 20 Biossegurança Direito Ambiental Carreiras Jurídicas Documento última vez atualizado em 21/11/2024 às 18:03. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 1/51 3 6 10 12 16 24 41 42 50 Índice 20.1) Biossegurança 20.2) Protocolo de Cartagena 20.3) Lei de Biossegurança. Lei 11.105/2005 20.3.1) De�nições Fundamentais 20.3.2) Atividades Vedadas e Permitidas 20.3.3) Órgão e Entidades Responsáveis pela Fiscalização e Controle de OGM 20.3.4) Sistema de Informações em Biossegurança - SIB 20.3.5) Responsabilidade Civil, Penal e Administrativa 20.4) Lista de Questões 20. Biossegurança 20. Biossegurança 2/51 Biossegurança Biotecnologia, Biossegurança Patrimônio Genético e Organismos Geneticamente Modificados Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. Biotecnologia e Biossegurança Talvez uma das maiores descobertas da humanidade tenha sido a possibilidade de desenvolver processos produtivos e novos produtos com a utilização de microrganismos. Isso remonta a mais de 6.000 anos a.C em que os sumérios e os babilônicos utilizavam-se da fermentação de cereais para produção de bebidas alcoólicas, sendo posteriormente aperfeiçoada para produção do pão. Essa técnica é conhecida hodiernamente por biotecnologia configurando um conjunto de conhecimentos técnicos e de métodos, de base científica ou prática, que permite a utilização de seres vivos como parte integrante e ativa do processo de produção industrial de bens e serviços. Para fins de concurso, e dentro de uma visão mais prática do instituto, podemos vislumbrar a Biotecnologia como sendo o uso das tecnologias que utilizam organismos vivos, ou produtos elaborados a partir deles, para criar ou modificar produtos para fins específicos. A Convenção da Diversidade Biológica-CDB foi estabelecida durante a Rio-92 e é hoje o principal fórum mundial para questões relacionadas com o tema da diversidade biológica. Essa normativo internacional definiu biotecnologia, em seu art. 2º, como sendo qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica. Assim, se há manipulação dos organismos vivos para a obtenção de produtos e serviços que viabilizem uma melhor qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente, se torna fundamental que se crie um arcabouço de normas jurídicas para regulamentar a manipulação desses organismos. É nesse sentido que surge a biossegurança, que, dentro de uma concepção das ciências jurídicas, corresponde a um conjunto de normas legais e regulamentares que fixam técnicas e procedimentos a serem seguidos no processo de manipulação do patrimônio genético dos organismos vivos, com a finalidade de evitar danos à saúde humana e ao meio ambiente. Essas normas de biossegurança estão previstas essencialmente na Lei 11.105/2005, regulamentada pelo Decreto 5.591/2005. Esse marco legal estabeleceu normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados. Isso demonstra a importância para o país e para a segurança da biodiversidade nacional com a edição da referida norma. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 3/51 A Lei 11.105/2005 cria um arcabouço normativo voltado para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos que possam comprometer a saúde do homem, dos animais e do meio ambiente, atuando na regulamentação e fiscalização das atividades de manipulação de organismos vivos para fins de melhoria genética. Até porque a manipulação genética desses organismos poderá acarretar danos ao meio ambiente com a criação de novos organismos geneticamente modificados por processos de engenharia genética. Nessa linha, o objetivo é diminuir ou mesmo evitar os riscos que são inerentes à manipulação genética. Patrimônio Genético e Organismos Geneticamente Modificados 20. Biossegurança 20. Biossegurança 4/51 O objeto de tutela das normas de biossegurança é o patrimônio genético que corresponde a um conjunto de todos os seres vivos existentes em nosso planeta, constituído pelo sistema biótico como os seres humanos, animais, vegetais e os micro-organismos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o patrimônio genético é o conjunto de informações genéticas contidas nas plantas, nos animais e nos microrganismos, no todo ou em suas partes estejam eles vivos ou mortos. Também está contido em substâncias produzidas por eles como resinas, látex de plantas ou veneno de animais e substâncias químicas produzidas por microrganismos. O patrimônio genético está nos organismos que ocorrem de forma natural no Brasil, ou seja, de seres vivos nativos ou daqueles que adquiriram características específicas no território nacional. Assim, qualquer informação de origem genética de organismos seja de quaisquer dos reinos do sistema biológico (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia) corresponderá ao patrimônio genético. Como veremos, esse patrimônio genético tem proteção especial na Carta Política, especialmente no art. 225, §1º, II e IV, da CF/88 que foi regulamentado pela Lei 11.105/2005. O Organismo Geneticamente Modificado - OGM é qualquer organismo cujo material genético, seja do tipo ácido desoxirribonucléico – ADN ou ácido ribonucléico – ARN, tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética. Nessa linha, toda entidade biológica capaz de sofrer alteração no ADN e/ou ARN por atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante é considerado um OGM. Isso ocorre pela modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético de moléculas manipuladas fora das células vivas e que possam multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação. Além do conceito de OGMs é importante conhecer o conceito de seus derivados. Assim, são considerados derivados de OGMs, nos termos do art. 3º, VI, da Lei 11.105/2005, o produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de replicação ou que não contenha forma viável de OGM. Cumpre destacar que o OGM não é sinônimo de organismo transgênico. Este é caracterizado quando há a inserção de parte do material genético de outra espécie. Um organismo transgênico é submetido a uma técnica específica de inserção de parte de DNA de outra espécie. Os OGMs são organismos em que há mudança do próprio material genético do organismo sem ter, necessariamente, a introdução de um novo material genético de uma espécie diferente. Podemos então concluir que, tecnicamente, todo transgênico é um OGM, mas nem todo OGM é um transgênico. O OGM é gênero, transgênico é espécie. Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 5/51 Protocolo de Cartagena Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. Protocolo de Cartagena e a Convenção da Diversidade Biológica A diversidade biológica pode ser conceituada como a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, abarcando ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. A Convenção da Diversidade Biológica-CDB é um tratado internacional celebrado no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 – sendo hodiernamente o principal fórum mundial para debate sobre o tema da biodiversidade. Assim, toda discussão sobre a diversidade biológica e consequentemente do patrimônio genético deve ser adequada as diretrizes ventiladas na CDB. A CDB foi promulgada no Brasil peloagrícola, comercialização ou transporte de produto geneticamente modificado que tenham obtido a liberação para uso comercial estão dispensadas de apresentação do CQB e constituição de CIBio, salvo decisão em contrário da CTNBio. Por fim, a CTNBio poderá realizar audiências públicas, garantida participação da sociedade civil. Em casos de liberação comercial, a audiência pública poderá ser requerida por partes interessadas, incluindo-se entre estas organizações da sociedade civil que comprovem interesse relacionado à matéria, na forma do regulamento. O Decreto no Decreto 5.591/2005, em seu art. 43, disciplinou a audiência pública fixando a regra de que a CTNBio poderá realizá-la, garantida a participação da sociedade civil, que será requerida: por um de seus membros e aprovada por maioria absoluta, em qualquer hipótese; 20. Biossegurança 20. Biossegurança 37/51 por parte comprovadamente interessada na matéria objeto de deliberação e aprovada por maioria absoluta, no caso de liberação comercial. Cabe a CTNBio publicar no SIB e no Diário Oficial da União, com antecedência mínima de trinta dias, a convocação para audiência pública, dela fazendo constar a matéria, a data, o horário e o local dos trabalhos. Considera-se parte interessada, o requerente do processo ou pessoa jurídica cujo objetivo social seja relacionado às áreas de atuação previstas na Lei de Biossegurança. Órgãos e Entidades de Registro e Fiscalização São os demais órgãos e entidades que são responsáveis pelo registro e fiscalização, aplicando as penalidades pelo descumprimento das normas de biossegurança, vinculados ou subordinados ao Ministério da Saúde, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao Ministério do Meio Ambiente, e à Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República. Dentre eles podemos citar o IBAMA, ANVISA, Secretaria de Defesa Agropecuária, dentre outros órgãos federais. Compete a esses órgãos/entidades entre outras atribuições, no campo de suas competências, observadas a decisão técnica da CTNBio, as deliberações do CNBS e os mecanismos estabelecidos na legislação de regência: fiscalizar as atividades de pesquisa de OGM e seus derivados; registrar e fiscalizar a liberação comercial de OGM e seus derivados; emitir autorização para a importação de OGM e seus derivados para uso comercial; manter atualizado no SIB o cadastro das instituições e responsáveis técnicos que realizam atividades e projetos relacionados a OGM e seus derivados; tornar públicos, inclusive no SIB, os registros e autorizações concedidas; aplicar as penalidades de que trata a Lei de Biossegurança; subsidiar a CTNBio na definição de quesitos de avaliação de biossegurança de OGM e seus derivados. Após manifestação favorável da CTNBio, ou do CNBS, em caso de avocação ou recurso, em decorrência de análise específica e decisão pertinente, caberá: ao MAPA emitir as autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades que utilizem OGM e seus derivados destinados a uso animal, na agricultura, pecuária, agroindústria e áreas afins, de acordo com a legislação em vigor; ao órgão competente do Ministério da Saúde emitir as autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades com OGM e seus derivados destinados a uso humano, farmacológico, domissanitário e áreas afins, de acordo com a legislação em vigor; 20. Biossegurança 20. Biossegurança 38/51 ao órgão competente do Ministério do Meio Ambiente emitir as autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades que envolvam OGM e seus derivados a serem liberados nos ecossistemas naturais, de acordo com a legislação em vigor e segundo o regulamento desta Lei, bem como o licenciamento, nos casos em que a CTNBio deliberar, na forma da Lei de Biossegurança, que o OGM é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente; à SEAP emitir as autorizações e registros de produtos e atividades com OGM e seus derivados destinados ao uso na pesca e aquicultura, de acordo com a legislação em vigor. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental, bem como da deliberação da CTNBio de que o OGM é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente. Assim, a CTNBio delibera, em última e definitiva instância, sobre os casos em que a atividade é potencial ou efetivamente causadora de degradação ambiental, como também sobre a necessidade do licenciamento ambiental. A emissão dos registros, das autorizações e do licenciamento ambiental referidos nesta Lei deverá ocorrer no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, ficando a contagem do prazo suspensa, por até 180 (cento e oitenta) dias, durante a elaboração, pelo requerente, dos estudos ou esclarecimentos necessários. Essas autorizações e registros estarão vinculados à decisão técnica da CTNBio correspondente, sendo vedadas exigências técnicas que extrapolem as condições estabelecidas naquela decisão, nos aspectos relacionados à biossegurança. Em caso de divergência quanto à decisão técnica da CTNBio sobre a liberação comercial de OGM e derivados, os órgãos e entidades de registro e fiscalização, no âmbito de suas competências, poderão apresentar recurso ao CNBS, no prazo de até 30 (trinta) dias, a contar da data de publicação da decisão técnica da CTNBio. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 39/51 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. Comissão Interna de Biossegurança - CIBio Toda instituição que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética ou realizar pesquisas com OGM e seus derivados deverá criar uma Comissão Interna de Biossegurança - CIBio, além de indicar um técnico principal responsável para cada projeto específico. A CIBio é uma comissão criada no âmbito da instituição que tem a função primordial de prevenir acidentes com OGM e derivados, informar os trabalhadores sobre os riscos de manipulação dos OGM, 20. Biossegurança 20. Biossegurança 40/51 Sistema de Informações em Biossegurança - SIB bem como informar a CTNBio sobre eventuais acidentes e investigá-los. São competências da CIBio: manter informados os trabalhadores e demais membros da coletividade, quando suscetíveis de serem afetados pela atividade, sobre as questões relacionadas com a saúde e a segurança, bem como sobre os procedimentos em caso de acidentes; estabelecer programas preventivos e de inspeção para garantir o funcionamento das instalações sob sua responsabilidade, dentro dos padrões e normas de biossegurança, definidos pela CTNBio; encaminhar à CTNBio os documentos cuja relação será por esta estabelecida, para os fins de análise, registro ou autorização do órgão competente, quando couber; manter registro do acompanhamento individual de cada atividade ou projeto em desenvolvimento que envolva OGM e seus derivados; notificar a CTNBio, aos órgãos e entidades de registro e fiscalização e às entidades de trabalhadores o resultado de avaliações de risco a que estão submetidas as pessoas expostas, bem como qualquer acidente ou incidente que possa provocar a disseminação de agente biológico; investigar a ocorrência de acidentes e enfermidades possivelmente relacionados a OGM e seus derivados e notificar suas conclusões e providencias à CTNBio. Assim, a CIBio é responsável pelo credenciamento, monitoramento, informação e medidas a serem adotadas em caso de acidentes com OGM e derivados no âmbito da empresa que pratica engenharia genética ou realiza pesquisa com OGM e derivados. A Lei de Biossegurança, em seu art. 19, criou, no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Sistema de Informações em Biossegurança – SIB, destinado à gestão das informações decorrentes das atividades de análise, autorização, registro, monitoramento e acompanhamento das atividades que envolvam OGMe seus derivados. Nessa linha todos os atos legais, regulamentares e administrativos que alterem, complementem ou produzam efeitos sobre a legislação de biossegurança de OGM e seus derivados deverão ser divulgadas no SIB concomitantemente com a entrada em vigor desses atos. Essa obrigação também fica a cargo dos órgãos e entidades de registro e fiscalização, que também alimentarão o SIB com as informações relativas às atividades por eles desenvolvidas, processadas no âmbito de sua competência. A CTNBio dará ampla publicidade a suas atividades por intermédio do SIB, entre as quais, sua agenda de trabalho, calendário de reuniões, processos em tramitação e seus respectivos relatores, relatórios anuais, atas das reuniões e demais informações sobre suas atividades, 20. Biossegurança 20. Biossegurança 41/51 Responsabilidade Civil, Penal e Administrativa excluídas apenas as informações sigilosas, de interesse comercial, assim por ela consideradas. O SIB permitirá a interação eletrônica entre o CNBS, a CTNBio e os órgãos e entidades federais responsáveis pelo registro e fiscalização de OGM. Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. Responsabilidade Civil e Administrativa A responsabilidade civil foi disciplinada no art. 20, da Lei 11.505/2005, fixando a regra de que os responsáveis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros pelo manejo de OGM e derivados responderão, solidariamente, por sua indenização ou reparação integral, independentemente da existência de culpa. A norma estabelece a mesma regra já ventilada no art. 14, §1º, da Lei 6.938/98, de que é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. Essa regra caracteriza a responsabilidade civil objetiva, não tendo que se perquirir sobre os elementos subjetivos da conduta, lastreada pela teoria do risco integral, não se admitindo as causas de exclusão do nexo causal. Quanto à responsabilidade administrativa, é sempre subjetiva, havendo que se perquirir sobre os elementos subjetivos da conduta dolo e culpa. A infração administrativa é toda ação ou omissão que viole as normas previstas na Lei de Biossegurança e demais disposições legais pertinentes. Assim, aquele que provocar danos ao meio ambiente ou a saúde pública pelo manejo de OGMs e derivados comete, em tese, infração administrativa sujeita a penalidades específicas. Cumpre advertir que a Lei de Biossegurança não tipificou as infrações administrativas. Coube ao Decreto 5.591/2005 elencar os tipos administrativos, em seu art. 69, Vejamos: realizar atividade ou projeto que envolva OGM e seus derivados, relacionado ao ensino com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial como pessoa física em atuação autônoma; realizar atividades de pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados sem autorização da CTNBio ou em desacordo com as normas por ela expedidas; deixar de exigir a apresentação do CQB emitido pela CTNBio a pessoa jurídica que financie ou patrocine atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados; utilizar, para fins de pesquisa e terapia, células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro sem o consentimento dos genitores; 20. Biossegurança 20. Biossegurança 42/51 realizar atividades de pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas sem aprovação do respectivo comitê de ética em pesquisa, conforme norma do Conselho Nacional de Saúde; comercializar células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro; utilizar, para fins de pesquisa e terapia, células tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro sem atender às disposições previstas no Capítulo VII; deixar de manter registro do acompanhamento individual de cada atividade ou projeto em desenvolvimento que envolva OGM e seus derivados; realizar engenharia genética em organismo vivo em desacordo com as normas deste Decreto; realizar o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou recombinante em desacordo com as normas previstas realizar engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano; realizar clonagem humana; destruir ou descartar no meio ambiente OGM e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização e neste Decreto; liberar no meio ambiente OGM e seus derivados, no âmbito de atividades de pesquisa, sem a decisão técnica favorável da CTNBio, ou em desacordo com as normas desta; liberar no meio ambiente OGM e seus derivados, no âmbito de atividade comercial, sem o licenciamento do órgão ou entidade ambiental responsável, quando a CTNBio considerar a atividade como potencialmente causadora de degradação ambiental; liberar no meio ambiente OGM e seus derivados, no âmbito de atividade comercial, sem a aprovação do CNBS, quando o processo tenha sido por ele avocado; utilizar, comercializar, registrar, patentear ou licenciar tecnologias genéticas de restrição do uso; deixar a instituição de enviar relatório de investigação de acidente ocorrido no curso de pesquisas e projetos na área de engenharia genética no prazo máximo de cinco dias a contar da data do evento; 20. Biossegurança 20. Biossegurança 43/51 deixar a instituição de notificar imediatamente a CTNBio e as autoridades da saúde pública, da defesa agropecuária e do meio ambiente sobre acidente que possa provocar a disseminação de OGM e seus derivados; deixar a instituição de adotar meios necessários para plenamente informar à CTNBio, às autoridades da saúde pública, do meio ambiente, da defesa agropecuária, à coletividade e aos demais empregados da instituição ou empresa sobre os riscos a que possam estar submetidos, bem como os procedimentos a serem tomados no caso de acidentes com OGM e seus derivados; deixar de criar CIBio, conforme as normas da CTNBio, a instituição que utiliza técnicas e métodos de engenharia genética ou realiza pesquisa com OGM e seus derivados; manter em funcionamento a CIBio em desacordo com as normas da CTNBio; deixar a instituição de manter informados, por meio da CIBio, os trabalhadores e demais membros da coletividade, quando suscetíveis de serem afetados pela atividade, sobre as questões relacionadas com a saúde e a segurança, bem como sobre os procedimentos em caso de acidentes; deixar a instituição de estabelecer programas preventivos e de inspeção, por meio da CIBio, para garantir o funcionamento das instalações sob sua responsabilidade, dentro dos padrões e normas de biossegurança, definidos pela CTNBio; deixar a instituição de notificar a CTNBio, os órgãos e entidades de registro e fiscalização, e as entidades de trabalhadores, por meio da CIBio, do resultado de avaliações de risco a que estão submetidas as pessoas expostas, bem como qualquer acidente ou incidente que possa provocar a disseminação de agente biológico; deixar a instituição de investigar a ocorrência de acidentes e as enfermidades possivelmente relacionados a OGM e seus derivados e notificar suas conclusões e providências à CTNBio; produzir, armazenar, transportar, comercializar, importar ou exportar OGM e seus derivados, sem autorização ou em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização. As infrações administrativas são punidas na forma estabelecida no Decreto 5.591/2005, independentemente das medidas cautelares de apreensão de produtos, suspensão de venda de produto e embargos de atividades, com as seguintes sanções: advertência; multa; apreensão de OGM e seus derivados; 20. Biossegurança 20. Biossegurança 44/51 suspensão da venda de OGM e seus derivados; embargo da atividade; interdição parcial ou total do estabelecimento, atividadeou empreendimento; suspensão de registro, licença ou autorização; cancelamento de registro, licença ou autorização; perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal concedidos pelo governo; perda ou suspensão da participação em linha de financiamento em estabelecimento oficial de crédito; intervenção no estabelecimento; proibição de contratar com a administração pública, por período de até 5 (cinco) anos. Para a imposição da pena e sua gradação, os órgãos e entidades de registro e fiscalização levarão em conta: a gravidade da infração; os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento das normas agrícolas, sanitárias, ambientais e de biossegurança; a vantagem econômica auferida pelo infrator; a situação econômica do infrator. Quanto a gravidade da infração, elas devem ser classificadas, para fins de gradação da multa em leves, graves e gravíssimas, segundo os seguintes critérios: a classificação de risco do OGM; os meios utilizados para consecução da infração; as consequências, efetivas ou potenciais, para a dignidade humana, a saúde humana, animal e das plantas e para o meio ambiente; a culpabilidade do infrator. A pena de advertência será aplicada somente nas infrações de natureza leve. Ao seu turno, a multa poderá ser aplicada cumulativamente com as demais sanções obedecendo a seguinte gradação: variando de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), proporcionalmente à gravidade da infração, conforme esquema abaixo: Multa e natureza da Infração natureza leve natureza grave natureza gravíssima 20. Biossegurança 20. Biossegurança 45/51 de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) de R$ 60.001,00 (sessenta mil e um reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) de R$ 500.001,00 (quinhentos mil e um reais) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) A multa será aplicada em dobro nos casos de reincidência. As multas serão aplicadas pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização, de acordo com suas respectivas competências. Os recursos arrecadados com a aplicação de multas serão destinados aos órgãos e entidades de registro e fiscalização que aplicarem a multa. Os órgãos e entidades fiscalizadores da administração pública federal poderão celebrar convênios com os Estados, Distrito Federal e Municípios, para a execução de serviços relacionados à atividade de fiscalização, facultado o repasse de parcela da receita obtida com a aplicação de multas. As demais sanções são aplicadas de acordo com a seguinte gradação da infração: Natureza grave ou gravíssima apreensão de OGM e seus derivados; suspensão da venda de OGM e seus derivados embargo da atividade; interdição parcial ou total do estabelecimento, atividade ou empreendimento; suspensão de registro, licença ou autorização; perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal concedidos pelo governo; perda ou suspensão da participação em linha de financiamento em estabelecimento oficial de crédito; Natureza gravíssima cancelamento de registro, licença ou autorização; perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal concedidos pelo governo; proibição de contratar com a administração pública, por período de até cinco anos. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 46/51 Por fim, os órgãos e entidades de registro e fiscalização poderão, independentemente da aplicação das sanções administrativas, impor medidas cautelares de apreensão de produtos, suspensão de venda de produto e embargos de atividades sempre que se verificar risco iminente de dano à dignidade humana, à saúde humana, animal e das plantas e ao meio ambiente. Responsabilidade Penal Algumas das infrações administrativas foram tipificadas pelo legislador como infração penal, criando um duplo grau de proteção do bem jurídico. O primeiro crime é o de utilizar embrião humano em desacordo com o estabelecido na Lei de Biossegurança. Vejamos: Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5º desta Lei: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. O crime só se configura se a utilização for em desacordo com a previsão do art.5º, da norma. Assim, não haverá o crime se o embrião for utilizado para fins de pesquisa e terapia, produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições de ser inviável, ter autorização dos genitores e estar congelado, no mínimo, 3 anos. Outro delito é o de praticar engenharia genética em célula germinativa humana. Vejamos o normativo: Art. 25. Praticar engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano ou embrião humano: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Será configurado o crime do art. 25, da Lei de Biossegurança, toda atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante realizados em célula-mãe (célula germinativa humana) responsável pela formação de gametas presentes nas glândulas sexuais femininas e masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau de ploidia. Também caracteriza o crime a engenharia genética em zigoto, ou também denominada de célula-ovo, 20. Biossegurança 20. Biossegurança 47/51 sendo formada após a união do espermatozoide (gameta masculino) com o ovócito (gameta feminino). Ao seu turno, caracteriza também o crime a engenharia genética em embrião entendido como o produto da concepção do momento da fecundação até 8 semanas de vida embrionária. Outro crime previsto na norma consiste na realização de clonagem humana. Vejamos a norma do art. 26, da Lei de Biossegurança: Art. 26. Realizar clonagem humana: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Nos termos do art. 6º, da Lei de Biossegurança veda a clonagem humana. Melhor dizendo, qualquer processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um único patrimônio genético humano, com ou sem utilização de técnicas de engenharia genética é crime. Mas frise-se, só será crime se for a clonagem para fins reprodutivos que tem a finalidade de obtenção de um indivíduo. Se for para fins terapêutico com a finalidade de produção de células-tronco embrionárias para utilização terapêutica não há crime. Assim, a clonagem não reprodutiva tem fins terapêuticos e foi prevista no art. 5º, da Lei de Biossegurança, que autorizou a utilização das células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas condições específicas previstas no normativo, como a inviabilidade do embrião, ou o prazo temporal de congelamento de 3 anos, sendo obrigatório, em ambos os casos o consentimento dos genitores. O art. 27 previu o crime de liberar ou descartar OGM no meio ambiente em desacordo com as normas regulamentares, vejamos: Art. 27. Liberar ou descartar OGM no meio ambiente, em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2º Agrava-se a pena: I – de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se resultar dano à propriedade alheia; II – de 1/3 (um terço) até a metade, se resultar dano ao meio ambiente; III – da metade até 2/3 (dois terços), se resultar lesão corporal de natureza grave em outrem; IV – de 2/3 (dois terços) até o dobro, se resultar a morte de outrem. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 48/51 Nesse sentido, qualquer liberação ou descarte de OGM no meio ambiente em desacordo com as normas estabelecidas na Lei de Biossegurança e nas normas regulamentares, será caracterizado não apenas como uma infração administrativa, como também um crime ambiental. A norma previu as causas de aumento de pena que devem ser aplicadas na terceira fase de dosimetria da pena. Vejamos o quadro abaixo para fins de fixação: Causa de aumento Plus na pena 1/6 até 1/3 se resultar dano à propriedade alheia. 1/3 até 1/2 se resultar dano ao meio ambiente. 1/2 até 2/3 se resultarlesão corporal de natureza grave em outrem. 2/3 até dobro se resultar a morte de outrem. Por fim, em face do princípio da taxatividade que regem as normas penais, não caracteriza o crime se a liberação ou o descarte for de um derivado de OGM por falta de previsão legal. O art. 28 previu o crime de utilizar, comercializar, registrar, patentear e licenciar tecnologias genéticas de restrição do uso. Vejamos o normativo: Art. 28. Utilizar, comercializar, registrar, patentear e licenciar tecnologias genéticas de restrição do uso: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. O desenvolvimento de tecnologias de restrição de uso é considerado crime, bem como qualquer tentativa de comercializar ou licenciar qualquer tipo dessa tecnologia. Assim, qualquer processo de intervenção humana para geração ou multiplicação de plantas geneticamente modificadas para produzir estruturas reprodutivas estéreis, bem como qualquer forma de manipulação genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à fertilidade das plantas por indutores químicos externos é considerado crime ambiental. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 49/51 Lista de Questões Referências e links deste capítulo 1 2 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21- 4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7- c7f0eb7b1873/ Por fim, temos o crime do art. 29 que visa punir aquele que manipula comercialmente o OGM e seus derivados sem autorização ou em desacordo com as normas de biossegurança. Vejamos: Art. 29. Produzir, armazenar, transportar, comercializar, importar ou exportar OGM ou seus derivados, sem autorização ou em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização: Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Assim, a conduta de transportar, armazenar ou mesmo produzir OGM ou seus derivados, caracteriza o crime do art. 29, desde que atendido o elemento normativo do tipo, qual seja, sem autorização ou em desacordo com as normas estabelecidas. Esse crime de múltipla conduta admite a transação penal se preenchido os demais requisitos previstos na Lei 9.099/95, tendo em vista que a pena máxima em abstrato é de 2 anos. Adite- se também a suspensão condicional do processo tendo em vista que a pena mínima é de 1 ano, desde que preenchido os demais requisitos previsto no art. 89, da Lei 9.099/95. [1] [2] [3] 20. Biossegurança 20. Biossegurança 50/51 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/25f4b2ef-0b23-445f-bb21-4b2bd2422bd0/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c15f10a-4314-41d6-adf7-c7f0eb7b1873/ https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc-906d00fb8599 3 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/ca2a5cc7-dd9c-486a-90cc- 906d00fb8599 20. Biossegurança 20. Biossegurança 51/51Decreto n 2.519/1988 devendo ser executada tão inteiramente como nela se contém. O art. 19 da CDB trata da Gestão da Biotecnologia e Distribuição de seus Benefícios previu em seu item 3 que as Partes devem examinar a necessidade e as modalidades de um protocolo que estabeleça procedimentos adequados, inclusive, em especial, a concordância prévia fundamentada, no que respeita à transferência, manipulação e utilização seguras de todo organismo vivo modificado pela biotecnologia, que possa ter efeito negativo para a conservação e utilização sustentável da diversidade biológica Regulamentado o dispositivo, o órgão supremo decisório no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB (Conferência das Partes – COP), no ano de 2000, decidiu por um acordo complementar sobre biossegurança. Foi elaborado o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança objetivando assegurar um melhor nível de proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos vivos modificados - OVMs resultantes da biotecnologia moderna que possam ter efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando em conta os riscos para a saúde humana, decorrentes do movimento transfronteiriço. O órgão responsável pelas discussões sobre o tema da transfer6encia de OVMs é a Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança denominada simplesmente de MOP (Meeting of Parties). O MOP é órgão integrante da CDB em que os Países Membros analisam documentos e tomam decisões sobre as medidas necessárias ao cumprimento do Protocolo. Objetivo do Protocolo de Cartagena O Protocolo de Cartagena deve ser interpretado e aplicado com a abordagem de precaução já definida no Princípio 15 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esse 20. Biossegurança 20. Biossegurança 6/51 Protocolo rememora o princípio da precaução devendo nortear todas as ações e políticas públicas voltadas as normas de biossegurança, tendo em vista a incerteza científica dos supostos danos que os OVMs podem causar ao meio ambiente e a saúde humana. O objetivo geral do Protocolo de Cartagena é contribuir para assegurar um nível adequado de proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos vivos modificados resultantes da biotecnologia moderna que possam ter efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando em conta os riscos para a saúde humana, e enfocando especificamente os movimentos transfronteiriços. O Protocolo de Cartagena foi ratificado pelo Brasil em 24 de novembro de 2003 e promulgado, em 2006, pelo Decreto 5.705/2006. Isso porque a obrigatoriedade do Protocolo, embora dentro do sistema normativo da Convenção da Diversidade Biológica, não é uma espécie de legally binding treaty (protocolo vinculante), só passando a ter esse atributo, com natureza jurídica de lei ordinária no País que a ele aderir. Cada um dos países que ratificaram o Protocolo de Cartagena deve selar para que o desenvolvimento, a manipulação, o transporte, a utilização, a transferência e a liberação de todos organismos vivos modificados se realizem de maneira a evitar ou a reduzir os riscos para a diversidade biológica, levando também em consideração os riscos para a saúde humana. Nessa linha, o Protocolo de Cartagena deve ser aplicado ao movimento transfronteiriço, ao trânsito, à manipulação e à utilização de todos os organismos vivos modificados que possam ter efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana, não se aplicando ao movimento transfronteiriço de organismos vivos modificados que sejam fármacos para seres humanos e que estejam contemplados por outras organizações ou outros acordos internacionais relevantes. O Protocolo de Cartagena permite que os países importadores tomem decisão quanto à importação de um OVM que será intencionalmente liberado no meio ambiente, por meio do Acordo Prévio Informado e pela realização de Avaliação de Risco. No Acordo, o exportador busca o consentimento do país importador antes da primeira exportação de OVMs para liberação intencional no meio ambiente. Nessa linha, o Acordo Prévio Informado aplica-se ao primeiro movimento transfronteiriço intencional de organismos vivos modificados destinados à introdução deliberada no meio ambiente da Parte importadora. Essa introdução deliberada no meio ambiente não se refere aos organismos vivos modificados destinados ao seu uso direto como alimento humano ou animal ou ao beneficiamento. O procedimento de Acordo Prévio Informado não se aplicará ao movimento transfronteiriço intencional de organismos vivos modificados incluídos numa decisão adotada pela Conferência das Partes atuando na qualidade de reunião das Partes do Protocolo, na qual se declare não ser provável que tenham efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando em consideração os riscos para a saúde humana. Avaliação de Risco A Avaliação de Risco visa identificar e avaliar potenciais efeitos adversos dos OVMs na conservação e no uso sustentável da biodiversidade, levando em consideração os riscos à 20. Biossegurança 20. Biossegurança 7/51 saúde humana. Assim, essas avaliações de risco devem ser baseadas, no mínimo, em informações fornecidas pela parte exportadora (através da notificação da autoridade nacional do país importador antes do movimento transfronteiriço) e em outras evidências científicas a fim de identificar e avaliar os possíveis efeitos adversos dos organismos vivos modificados na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana. Nos termos do Anexo do Protocolo de Cartagena, o objetivo da avaliação de risco é identificar e avaliar os efeitos adversos potenciais dos organismos vivos modificados na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica no provável meio receptor, levando também em conta os riscos para a saúde humana. A avaliação de risco é, entre outros, usada pelas autoridades competentes para tomar decisões informadas sobre os organismos vivos modificados, podendo essa avaliação ser feita pela parte exportadora e apresentada à autoridade competente que promoverá a decisão. Esta deve ser proferida em até 270 dias contados da data de notificação para realização do movimento transfronteiriço A avaliação de risco deverá realizar-se de maneira transparente e cientificamente sólida e poderá levar em conta o assessoramento especializado de organizações internacionais relevantes e diretrizes por elas elaboradas. Por fim, com base no princípio da precaução, a falta de conhecimentos científicos ou de consenso científico não será necessariamente interpretada como indicativo de um nível determinado de risco, uma ausência de risco ou de um risco aceitável. Movimentos Transfronteiriços Não-Intencionais e Medidas de Emergência O Protocolo de Cartagena estabelece as regras gerais para os movimentos transfronteiriços intencionais ou não. Os movimentos transfronteiriços não-intencionais, também denominados de involuntários, ocorrem quando há liberação de um organismo vivo modificado em um Estado-Parte que seja provável que tenha efeitos adversos significativos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana. É obrigação dos Estados-Partes em que tenha ocorrido o movimento involuntário dos OVMs adotar as medidas apropriadas para notificar os Estados afetados ou potencialmente afetados, o Mecanismo de Intermediação de Informação sobre Biossegurança e, conforme o caso, as organizações internacionais relevantes, devendo notificar os demais Estados-Partes tão logo tenha conhecimento dessa situação. Toda notificação emitida pelo Estado-Parte deverá incluir: a) as informações disponíveis relevantes sobre as quantidades estimadas e características e/outraços relevantes do organismo vivo modificado; b) as informações sobre as circunstâncias e data estimada da liberação, assim como sobre o uso do organismo vivo modificado na Parte de origem; c) todas informações disponíveis sobre os possíveis efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana, bem como as informações disponíveis sobre possíveis medidas de manejo de risco; d) qualquer outra informação relevante; e e) um ponto de contato para maiores informações. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 8/51 A fim de minimizar qualquer efeito adverso na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana, cada Estado-Parte em cuja jurisdição tenha ocorrido a liberação do organismo vivo modificado consultará imediatamente os Estados afetados ou potencialmente afetados para lhes permitir determinar as intervenções apropriadas e dar início às ações necessárias, inclusive medidas de emergência. Mecanismo de Intermediação de Informações sobre Biossegurança O art. 20, do Protocolo de Cartagena criou o intercâmbio de informações sobre o os organismos vivos modificados por meio do Mecanismo de Intermediação de Informações sobre Biossegurança-MIIB. Os objetivos do MIIB é facilitar o intercâmbio de informações científicas, técnicas, ambientais e jurídicas sobre organismos vivos modificados e experiências com os mesmos, bem como auxiliar os Estados-Partes a implementar o Protocolo de Cartagena, levando em consideração as necessidades especiais dos países em desenvolvimento, em particular as de menor desenvolvimento econômico relativo e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento entre elas, e os países com economias em transição, como também os países que sejam centros de origem e centros de diversidade genética. O MIIB servirá como um meio de tornar informações disponíveis facilitando o acesso a elas proporcionado pelos Estados-Partes de interesse para a implementação do Protocolo, podendo também facilitar o acesso, quando possível, a outros mecanismos internacionais de intercâmbio de informações sobre biossegurança. Nessa cadência, cada Estado-Parte tem o dever de inserir no MIIB qualquer informação sobre os OVMs, todas as leis, regulamentos e diretrizes nacionais existentes para a implementação do Protocolo, como também as informações exigidas pelos Estados-Partes para o procedimento de acordo prévio informado e todos acordos e ajustes bilaterais, regionais e multilaterais existentes. Esses acordos sobre movimentos transfronteiriços intencionais de organismos vivos modificados devem ser compatíveis com o objetivo do Protocolo de Cartagena e desde que não resultem em um nível de proteção inferior àquele provido no normativo. Devem ser informados ainda os resumos de suas avaliações de risco ou avaliações ambientais de organismos vivos modificados que tenham sido realizadas como parte de sua regulamentação e, inclusive, quando apropriado, informações relevantes sobre produtos deles derivados, a saber, materiais beneficiados que têm como origem um organismo vivo modificado, contendo combinações novas detectáveis de material genético replicável obtido por meio do uso de biotecnologia moderna, bem como suas decisões definitivas sobre a importação ou a liberação de organismos vivos modificados. Por fim, em casos de movimentos transfronteiriços ilícitos, entendidos como todo movimento em que são realizados em contravenção das medidas internas que regem a implementação do Protocolo de Cartagena, cada Estado-Parte tornará disponível ao Mecanismo de Intermediação de Informação sobre Biossegurança as informações referentes a estes movimentos que lhe digam respeito. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 9/51 Lei de Biossegurança. Lei 11.105/2005 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. A Lei 11.105/2005 conhecida por Lei da Biossegurança estabelece as normas de segurança e mecanismo de fiscalização de atividades que envolvam Organismos Geneticamente Modificados – OGM e seus derivados. Fixa também normas para o uso mediante autorização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, para fins de pesquisa e terapia. A Lei de Biossegurança previu os órgãos envolvidos no processo de autorização e fiscalização quanto ao manejo de organismos geneticamente modificados, como, a título de exemplo, o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, Comissão Interna de Biossegurança – CIBio, bem como os órgãos e entidades de registro e fiscalização. A Lei também fixou a responsabilidade administrativa por infração de suas normas, com aplicação de sanções específicas como advertência, multa, apreensão de OGM e seus derivados. Ademais disso, no que tange a responsabilidade civil, é dever do responsável pelos danos acarretados ao meio ambiente e a terceiros indenizar e reparar integralmente o dano perpetrado independentemente da existência de culpa. Por fim, a Lei de Biossegurança traz a responsabilidade criminal pelas infrações de suas normas. Assim, elenca crimes específicos, como o de realizar clonagem humana resultando em pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. O Decreto 5.591/2005 regulamentou a Lei de Biossegurança, disciplinando as normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados - OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente, bem como normas para o uso mediante autorização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, para fins de pesquisa e terapia. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 10/51 Diretrizes da Lei de Biossegurança A Lei 11.105/2005, em seu art. 1º, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. Nesse sentido, a Lei se aplica a todas as atividades que envolva organismo cujo material genético, seja do tipo ADN ou ARN, tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética, caracterizados como Organismos Geneticamente Modificados e seus derivados. A Lei de Biossegurança definiu como diretrizes essenciais para o controle das atividades com OGMs e derivados: 20. Biossegurança 20. Biossegurança 11/51 De�nições Fundamentais o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia: A inovação tecnológica tem sido uma constante no desenvolvimento das sociedades desempenhando importante papel na construção de uma sociedade mais inclusiva e integrada com as diversas formas de pensar e agir de cada indivíduo. A importância em fomentar o desenvolvimento científico para área de biotecnologia e biossegurança objetiva proporcionar novos benefícios a proteção à vida e à saúde humana: o controle das atividades envolvendo os OGMs e seus derivados pelo Poder Público tem como diretriz a proteção da vida e a saúde pública tendoem vista que esses organismos podem provocar danos genéticos irreversíveis em outros seres vivos, principalmente no ser humano, bem como gerar alterações na cadeia alimentar de outras espécies. a observância do princípio da precaução: a aplicação do princípio da precaução às atividades de OGMs visa evitar a redução ou perda substancial da diversidade biológica. Lembrando que não deve ser invocada a falta de completa certeza científica como razão para adiar a tomada de medidas destinadas a evitar ou minimizar essa ameaça que o OGM possa trazer para à proteção da vida e saúde púbica. Assim, a ausência de certeza científica devida à insuficiência das informações e dos conhecimentos científicos relevantes sobre a dimensão dos efeitos adversos potenciais de OGMs na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, não impedirá que sejam adotadas medidas mitigadoras ou preventivas quanto ao desenvolvimento de atividades com eles, cabendo ao empreendedor o ônus de provar que o organismo não acarreta danos ao meio ambiente. O Princípio da Precaução tem quatro componentes básicos que podem ser assim resumidos: (i) a incerteza passa a ser considerada na avaliação de risco; (ii) o ônus da prova cabe ao proponente da atividade; (iii) na avaliação de risco, um número razoável de alternativas ao produto ou processo, devem ser estudadas e comparadas; (iv) para ser precaucionária, a decisão deve ser democrática, transparente e ter a participação dos interessados no produto ou processo. A Lei de Biossegurança trouxe definições específicas quanto aos organismos geneticamente modificados de forma a determinar o alcance e aplicação de suas normas. Nesse sentido, elencou, nos arts. 1º, 2º e 3º, conceitos fundamentais que norteiam a escorreita interpretação das regras de biossegurança. O primeiro deles é diferenciarmos atividade de pesquisa de atividade de uso comercial, prevista nos §§ 1º e 2º, do art.1º, da Lei 11.105/2005. Será considerada atividade de pesquisa de OGM e seus derivados a realizada em laboratório, regime de contenção ou campo, como parte do processo de obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegurança de OGM e seus derivados, o que engloba, no âmbito experimental, a construção, o cultivo, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 12/51 Ao seu turno, a atividade de uso comercial de OGM e seus derivados é a que não se enquadra como atividade de pesquisa, e que trata do cultivo, da produção, da manipulação, do transporte, da transferência, da comercialização, da importação, da exportação, do armazenamento, do consumo, da liberação e do descarte de OGM e seus derivados para fins comerciais. Assim, a atividade de uso comercial é residual, sendo considerada toda aquela que não se enquadra como de pesquisa. Entende-se por atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados os conduzidos em instalações próprias ou sob a responsabilidade administrativa, técnica ou científica de uma entidade. Cumpre destacar que essas atividades e projetos relacionados ao ensino com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial, ficam restritos ao âmbito de entidades de direito público ou privado, que serão responsáveis pela obediência aos preceitos da Lei nº 11.105/2005, do Decreto 5.591/2005 e de normas complementares, bem como pelas eventuais consequências ou efeitos advindos de seu descumprimento. Essas atividades e projetos não podem ser conduzidas por pessoas físicas que atuem de forma autônoma e independente, ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas. Nesse sentido, somente pessoas jurídicas, sejam de direito público ou de direito privado podem desenvolver atividades e projetos que envolvam OGM e derivados. Cabe ao interessado em realizar essas atividades e projetos requerer autorização à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, que se manifestará no prazo fixado em regulamento. É função dessas entidades o credenciamento junto à CTNBio para que seja emitido o Certificado de Qualidade em Biossegurança-CQB para que possam desenvolver projetos e atividades com Organismos Geneticamente Modificados e seus derivados. Se essas atividades e projetos forem financiadas ou patrocinadas por organizações públicas ou privadas, sejam nacionais, estrangeiras ou internacionais, é obrigatória a exigência da apresentação do CQB, sob pena de se tornarem corresponsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento das normas de biossegurança. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 13/51 O art. 3º, da Lei de Biossegurança apresenta diversos conceitos que apresentamos abaixo: Organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive vírus e outras classes que venham a ser conhecidas; Ácido desoxirribonucléico - ADN, ácido ribonucléico - ARN: material genético que contém informações determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis à descendência; Moléculas de ADN/ARN recombinante: as moléculas manipuladas fora das células vivas mediante a modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação; consideram-se também os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN natural; Engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante; 20. Biossegurança 20. Biossegurança 14/51 Organismo geneticamente modificado - OGM: organismo cujo material genético – ADN/ARN tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética; Derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de replicação ou que não contenha forma viável de OGM; Célula germinal humana: célula-mãe responsável pela formação de gametas presentes nas glândulas sexuais femininas e masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau de ploidia; Clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um único patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas de engenharia genética; Clonagem para fins reprodutivos: clonagem com a finalidade de obtenção de um indivíduo; Clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade de produção de células-tronco embrionárias para utilização terapêutica; Células-tronco embrionárias: células de embrião que apresentam a capacidade de se transformar em células de qualquer tecido de um organismo. O Decreto 5.591/2005, em seu art. 2º, trouxe outros conceitos fundamentais tais como: embriões inviáveis: aqueles com alterações genéticas comprovadas por diagnóstico pré-implantacional, conforme normas específicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, que tiveram seu desenvolvimento interrompido por ausência espontânea de clivagem após período superior a vinte e quatro horas a partir da fertilização in vitro, ou com alterações morfológicas que comprometam o pleno desenvolvimento do embrião; embriões congelados disponíveis: aqueles congelados até o dia 28 de março de 2005, depois de completados três anos contados a partir da data do seu congelamento; genitores: usuários finais da fertilização in vitro; tecnologias genéticas de restrição do uso: qualquer processo de intervenção humana para geração ou multiplicação de plantas geneticamente modificadas para produzir estruturas reprodutivas estéreis, bem como qualquer forma de manipulação genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à fertilidade das plantas por indutores químicos externos. Cumpre assinalar que os OGM são organismos cujo material genético – ADN/ARN tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética, mas não são considerados como tais, aqueles organismos resultantesda introdução direta, num organismo, de material hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN recombinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução, transformação, indução 20. Biossegurança 20. Biossegurança 15/51 Atividades Vedadas e Permitidas poliploide e qualquer outro processo natural. Também não se consideram OGM a substância pura, quimicamente definida, obtida por meio de processos biológicos e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante. OGM - são organismos cujo material genético – ADN/ARN tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética. Critério para identificação de material que não é OGM - não envolva a utilização de ADN/ARN recombinante ou OGM; - substância pura obtida por processos biológicos (não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante). Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. Inaplicabilidade da Lei de Biossegurança A Lei de Biossegurança previu expressamente os casos em que suas normas não são aplicadas em determinadas atividades que não utilizam OGM como receptor ou doador, bem como proibiu outras por questões éticas. O art. 4º, elencou as técnicas de modificação genética que não incidem as normas da Lei de Biossegurança desde que não utilizem OGM como receptor ou doador. São os casos de: mutagênese; formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal; fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos tradicionais de cultivo; bem como autoclonagem de organismos não- patogênicos que se processe de maneira natural. Esses processos ocorrem constantemente na natureza independentemente de interferência humana pelo uso de engenharia genética. Não se aplica aos OGM e seus derivados o disposto na Lei nº 7.802/1989, e suas alterações, ressalvados os casos em que eles sejam desenvolvidos para servir de matéria-prima para a produção de agrotóxicos, nos termos do art. 39, da Lei de Biossegurança. Utilização de células-tronco embrionárias As células-tronco embrionárias são células de embrião que apresentam a capacidade de se transformar em células de qualquer tecido de um organismo. São células capazes de autorrenovação e diferenciação em muitas categorias de células. Elas também podem se dividir 20. Biossegurança 20. Biossegurança 16/51 e se transformar em outros tipos de células. Além disso, as células-tronco podem ser programadas para desenvolver funções específicas, tendo em vista que ainda não possuem uma especialização. Elas podem se autorreplicar, ou seja, se duplicar, gerando outras células- tronco. Ou ainda se transformar em outros tipos de células. Segundo o Instituto de Pesquisa com Células-Tronco elas podem ser embrionárias, adultas (oriundas de fontes naturais – cordão umbilical e medula óssea) e as pluripotentes induzidas, que são produzidas em laboratório. As células-tronco embrionárias são naturalmente pluripotentes, considerando que a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. Elas são encontradas no embrião, apenas quando este se encontra no estágio de blastocisto, que corresponde a fase gestacional de 4 a 5 dias da fecundação (STF ADI 3510/DF considerou também a fase gestacional de 14 dias). Superado o período, as células-tronco não são mais classificadas como embrionárias apresentando uma significativa especialização. Alguns cientistas chamam essas células de totipotentes quando atinge terceiro dia de vida da fecundação. As células-tronco adultas são denominadas de multipotentes por apresentarem uma capacidade bem menor de se diferenciar em novas células, sendo encontradas principalmente na medula óssea e no sangue do cordão umbilical. Ao seu turno, as células-tronco induzidas são também pluripotentes, pois podem se diferenciar em vários tipos de outras células. Mas, são obtidas por processo de induzimento para que a célula volte ao seu estágio embrionário, tendo propriedades muito parecidas com as embrionárias. A Lei de Biossegurança, em seu art. 5º, permitiu, apenas para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições: (1) sejam embriões inviáveis; ou (2) sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, da data da publicação da Lei de Biossegurança (03/2005), ou depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento. As células-tronco embrionárias não podem ser objeto de transações comerciais sendo que o desenvolvimento dessa prática constitui o crime previsto no art. 15, da Lei 9.434/1997 (lei da remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento), que tem como figura típica a conduta de comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano, com pena de reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa, apresentando como forma equiparada ao referido delito a conduta de promover, intermediar, facilitar ou auferir qualquer vantagem com a transação. Cuidado, esse crime não está previsto na Lei de Biossegurança. Cumpre ainda lembrar que, em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores. É obrigação das instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas submeterem seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa, nos termos do §2º, do art. 5º, da Lei 11.105/2005. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 17/51 O autorizativo do art. 5º, da Lei de Biossegurança, foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3510/DF, que teve como relator o Ministro Ayres Brito. O Supremo Tribunal Federal - STF decidiu que as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida, tampouco a dignidade da pessoa humana, como assentado pela Procuradoria da República. O STF entendeu pela constitucionalidade das normas que autorizam a pesquisa em células- tronco seja elas de natureza embrionárias ou adultas, pois, conforme a Suprema Corte, não cabe ao STF decidir sobre qual das duas formas de pesquisa básica é a mais promissora: a pesquisa com células-tronco adultas e aquela incidente sobre células-tronco embrionárias. A certeza científico-tecnológica está em que um tipo de pesquisa não invalida o outro, pois ambos são mutuamente complementares. Segundo o Suprema Corte, a pesquisa científica com células-tronco embrionárias, autorizada pela Lei n° 11.105/2005, objetiva o enfrentamento e cura de patologias e traumatismos que severamente limitam, atormentam, infelicitam, desesperam e não raras vezes degradam a vida de expressivo contingente populacional. A escolha feita pela Lei de Biossegurança não significou um desprezo ou desapreço pelo embrião "in vitro", porém uma mais firme disposição para encurtar caminhos que possam levar à superação do infortúnio alheio. Isto no âmbito de um ordenamento constitucional que desde o seu preâmbulo qualifica "a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça" como valores supremos de uma sociedade mais que tudo "fraterna". O que já significa incorporar o advento do constitucionalismo fraternal às relações humanas, a traduzir verdadeira comunhão de vida ou vida social em clima de transbordante solidariedade em benefício da saúde e contra eventuais tramas do acaso e até dos golpes da própria natureza. Contexto de solidária, compassiva ou fraternal legalidade que, longe de traduzir desprezo ou desrespeito aos congelados embriões "in vitro", significa apreço e reverência a criaturas humanas que sofrem e se desesperam. Inexistência de ofensas ao direito à vida e da dignidade da pessoa humana, pois a pesquisa com células-tronco embrionárias (inviáveis biologicamente ou para os fins a que se destinam)significa a celebração solidária da vida e alento aos que se acham à margem do exercício concreto e inalienável dos direitos à felicidade e do viver com dignidade. Para o STF a CF/88 não dispõe sobre o início da vida humana ou o preciso instante em que ela começa. Não faz de todo e qualquer estádio da vida humana um autonomizado bem jurídico, mas da vida que já é própria de uma concreta pessoa, porque nativiva (teoria "natalista", em contraposição às teorias "concepcionista" ou da "personalidade condicional"). E quando se reporta a "direitos da pessoa humana" e até dos "direitos e garantias individuais" como cláusula pétrea está falando de direitos e garantias do indivíduo-pessoa, que se faz destinatário dos direitos fundamentais "à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade", entre outros direitos e garantias igualmente distinguidos com o timbre da fundamentalidade (como direito à saúde e ao planejamento familiar). Aduz ainda que a potencialidade de algo para se tornar pessoa humana já é meritória o bastante para acobertá-la, infraconstitucionalmente, contra tentativas levianas ou frívolas de obstar sua natural continuidade fisiológica. Mas as três realidades não se confundem: o embrião é o embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a pessoa humana. Donde não existir pessoa humana embrionária, mas embrião de pessoa humana. O embrião referido na Lei 20. Biossegurança 20. Biossegurança 18/51 de Biossegurança ("in vitro" apenas) não é uma vida a caminho de outra vida virginalmente nova, porquanto lhe faltam possibilidades de ganhar as primeiras terminações nervosas, sem as quais o ser humano não tem factibilidade como projeto de vida autônoma e irrepetível. O Direito infraconstitucional protege por modo variado cada etapa do desenvolvimento biológico do ser humano. Os momentos da vida humana anteriores ao nascimento devem ser objeto de proteção pelo direito comum. O embrião pré-implanto é um bem a ser protegido, mas não uma pessoa no sentido biográfico a que se refere a Constituição. Destacou ainda o STF que nem todo embrião humano desencadeia uma gestação igualmente humana, em se tratando de experimento "in vitro". Situação em que deixam de coincidir concepção e nascituro, pelo menos enquanto o ovócito (óvulo já fecundado) não for introduzido no colo do útero feminino. O modo de irromper em laboratório e permanecer confinado "in vitro" é, para o embrião, insuscetível de progressão reprodutiva. Isto sem prejuízo do reconhecimento de que o zigoto assim extra-corporalmente produzido e também extra- corporalmente cultivado e armazenado é entidade embrionária do ser humano. Não, porém, ser humano em estado de embrião. A Lei de Biossegurança não veicula autorização para extirpar do corpo feminino esse ou aquele embrião. Não se cuida de interromper gravidez humana, pois dela aqui não se pode cogitar. A controvérsia constitucional em exame não guarda qualquer vinculação com o problema do aborto. O STF assentou também que a Lei de Biossegurança fortalece os direitos fundamentais à autonomia da vontade, ao planejamento familiar e à maternidade. Ressaltou ainda a importância do direito à saúde como corolário do direito fundamental à vida digna. A Lei de Biossegurança é um instrumento de encontro do direito à saúde com a própria Ciência, diretamente postas pela Constituição a serviço desse bem inestimável do indivíduo que é a sua própria higidez físico-mental. Destacou também que o direito constitucional à liberdade de expressão científica e densificado pela Lei de Biossegurança. Por fim, o STF assentou a suficiência das cautelas e restrições impostas pela Lei de Biossegurança na condução das pesquisas com células-tronco embrionárias. Isso porque a Lei de Biossegurança é um conjunto normativo que parte do pressuposto da intrínseca dignidade de toda forma de vida humana, ou que tenha potencialidade para tanto. A norma não conceitua as categorias mentais ou entidades biomédicas a que se refere, mas nem por isso impede a facilitada exegese dos seus textos, pois é de se presumir que recepcionou tais categorias e as que lhe são correlatas. Vedações na Lei de Biossegurança A Lei 11.105/2005, em seu art. 6º, vedou determinadas atividades com OGM. Dentre elas podemos citar: clonagem humana, e a engenharia genética em célula germinativa humana, zigoto humano e embrião humano. Há dois tipos de clonagem, a reprodutiva e a não reprodutiva. A Lei de Biossegurança proíbe apenas a clonagem humana reprodutiva por não está em consonância com os direitos fundamentais à vida, à saúde à identidade genética e pessoal, e principalmente a dignidade da pessoa humana. Conforme assenta Maria Helena Diniz, o ser humano tem direito a ser geneticamente único e irrepetível, sendo que essa prática macula o princípio da dignidade da pessoa humana, tendo 20. Biossegurança 20. Biossegurança 19/51 em vista que o ser humano é o proprietário e responsável pela sua origem genética por processos naturais, sendo vedada as formas de formação genética programada em laboratório. Ressalta ainda a doutrinadora que a pessoa humana e a sua dignidade constituem fundamento e fim da sociedade e do Estado, sendo o valor que prevalecerá sobre qualquer tipo de avanço científico e tecnológico. Consequentemente, não poderão a bioética e o biodireito admitir conduta que venha a reduzir a pessoa humana à condição de coisa, retirando dela sua dignidade e o direito a uma vida digna. A clonagem não reprodutiva tem fins terapêuticos e foi prevista no art. 5º, da Lei de Biossegurança, que autorizou a utilização das células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas condições específicas previstas no normativo, como a inviabilidade do embrião, ou o prazo temporal de congelamento de 3 anos, mas, em qualquer deles, deve haver o consentimento dos genitores. Por fim, a clonagem humana foi tipificada como crime, nos termos do art. 26 da Lei de Biossegurança. Assim, a Lei além de prevê a responsabilidade civil e administrativa, aumentou a proteção do bem jurídico ao prevê também a responsabilidade penal para aquele que realiza clonagem humana, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. A Lei também proibiu a possibilidade a implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu acompanhamento individual ou mesmo a realização de engenharia genética em organismo vivo ou mesmo o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou recombinante em desacordo com as normas previstas na Lei de Biossegurança e em suas normas regulamentares. Outras condutas vedadas pela norma refletem a preocupação do legislador com o descarte dos OGM e as supostas consequências danosas ao meio ambiente e à saúde pública. Nessa linha, são vedadas as condutas de destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização e as constantes previstas na Lei de Biossegurança e sua regulamentação. No memso diapasão, é vedada a liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, no âmbito de atividades de pesquisa, sem a decisão técnica favorável da CTNBio e, nos casos de liberação comercial, sem o parecer técnico favorável da CTNBio, ou sem o licenciamento do órgão ou entidade ambiental responsável, quando a CTNBio considerar a atividade como potencialmente causadora de degradação ambiental, ou sem a aprovação do Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, quando o processo tenha sido por ele avocado. Outra proibição ventilada pela Lei de Biossegurança é a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso. Essas tecnologias genéticas de restrição do uso são caracterizadas por qualquer processo de intervenção humana para geração ou multiplicação de plantas geneticamente modificadas para produzir estruturasreprodutivas estéreis, bem como qualquer forma de manipulação genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à fertilidade das plantas por indutores químicos externos. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 20/51 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. Obrigações na Lei de Biossegurança A Lei de Biossegurança, em seu art. 7º, elencou as obrigações de fazer e de informar em caso de acidentes com OGM e seus derivados pelos responsáveis na sua manipulação, depósito, transporte, pesquisa e comercialização. Nessa quadratura, é obrigatória a investigação de acidentes ocorridos no curso de pesquisas e projetos na área de engenharia genética e o envio de relatório respectivo à autoridade competente no prazo máximo de 5 (cinco) dias a contar da data do evento, bem como a notificação imediata à CTNBio e às autoridades da saúde pública, da defesa agropecuária e do meio ambiente sobre acidente que possa provocar a disseminação de OGM e seus derivados. Outra obrigação é a adoção de meios necessários para plenamente informar à CTNBio, às autoridades da saúde pública, do meio ambiente, da defesa agropecuária, à coletividade e aos 20. Biossegurança 20. Biossegurança 21/51 demais empregados da instituição ou empresa sobre os riscos a que possam estar submetidos, bem como os procedimentos a serem tomados no caso de acidentes com OGM. Nessa linha, o procedimento geral adotado pelas entidades que manipulam OGM e derivados, se processa da seguinte forma: a ocorrência de acidente ou liberação acidental de OGM e seus derivados deverá ser imediatamente comunicada, formalmente por escrito, à Comissão Interna de Biossegurança-CIBio da entidade pelo seu técnico responsável e a CIBio, no prazo máximo de cinco dias, a contar da data do evento, comunica à CTNBio e aos órgãos e entidades de registro e fiscalização pertinentes (meio ambiente, sanidade agropecuária), apresentando relatório das ações corretivas já tomadas contendo os nomes das pessoas e autoridades que tenham sido notificadas. A CTNBio, ao tomar conhecimento de qualquer acidente ou incidente que tenha provocado efeitos adversos à saúde humana e animal, aos vegetais ou ao meio ambiente, fará imediata comunicação ao Ministério Público Federal para fins de possível responsabilização do infrator. Cabe ainda a CIBio informar aos trabalhadores e demais membros da coletividade sobre os riscos decorrentes do acidente ou da liberação acidental de OGM e seus derivados e instaurar imediatamente investigação sobre a ocorrência enviando as conclusões à CTNBio. Por fim, no art. 40, da Lei de Biossegurança, há obrigação para que os alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou derivados deverão conter informação nesse sentido em seus rótulos, conforme regulamento. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 22/51 Questão 2022 | 4000814502 (ITEP – RN/Perito Criminal/AOCP – 2018) Sobre a Lei Federal nº 11.105/2005 e suas alterações, assinale a alternativa correta. A) O Art. 6º proíbe a clonagem humana e de animais. B) Realizar clonagem humana é penalidade punível com reclusão de 3 a 10 anos e multa. C) O Art. 5º permite a utilização de células-tronco embrionárias humanas para �ns de pesquisa. D) A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) será composta por membros designados pelo governador dos Estados. E) Não compete ao CTNBio estabelecer normas para as pesquisas com OGM e seus derivados. Solução Gabarito: C) O Art. 5º permite a utilização de células-tronco embrionárias humanas para �ns de pesquisa. O Item A está incorreto porque não há vedação para clonagem de animais. O item B está incorreto, pois a pena é de 2 a 5 anos e multa. O item C está correto, tendo em vista que a clonagem terapêutica é permitida pelo art. 5º, da Lei de Biossegurança desde que atendidos alguns requisitos. O item D está incorreto, considerando que, nos termos do art. 11, da Lei 11.105/2005, a CTNBio, composta de membros titulares e suplentes, designados pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, será constituída por 27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica, de notória atuação e saber cientí�cos, com grau acadêmico de doutor e com destacada atividade pro�ssional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 23/51 O item E está incorreto porque é atribuição da CTNBio estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados (art. 14, I, da Lei 11.105/2005). Órgão e Entidades Responsáveis pela Fiscalização e Controle de OGM Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI. Para escorreita normatização, fiscalização e controle do manejo com OGM e derivados, a Lei de Biossegurança previu um arcabouço de órgãos e entidades. Dentre eles podemos citar o Conselho Nacional de Biossegurança-CNBS, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio e a Comissão Interna de Biossegurança-CIBio, dentre outros. Vejamos, resumidamente, as atribuições de cada um deles. Conselho Nacional de Biossegurança-CNBS A Lei de Biossegurança criou, em seu art. 8º, o Conselho Nacional de Biossegurança-CNBS órgão de assessoramento superior do Presidente da República que tem como objetivo geral formular e implementar a Política Nacional de Biossegurança – PNB. Dentro dessa finalidade essencial de elaborar a PNB, compete ao CNBS fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais com competências sobre a matéria; bem como analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados. Compete ainda a CNBS avocar e decidir, em última e definitiva instância, com base em manifestação da CTNBio e, quando julgar necessário, dos órgãos e entidades, no âmbito de suas competências, sobre os processos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados. Quando o CNBS deliberar favoravelmente à realização da atividade analisada, encaminhará sua manifestação aos órgãos e entidades de registro e fiscalização e caso delibere contrariamente à atividade analisada, encaminhará sua manifestação à CTNBio para informação ao requerente. O CNBS é composto 11 membros todos integrantes dos Ministérios do governo federal, vejamos: Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que o presidirá (CC); Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia (MCT); Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário (MDS); Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); 20. Biossegurança 20. Biossegurança 24/51 Ministro de Estado da Justiça (MJ); Ministro de Estado da Saúde (MS); Ministro de Estado do Meio Ambiente (MMA); Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); Ministro de Estado das Relações Exteriores (MRE); Ministro de Estado da Defesa (MD); Secretário Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP). As reuniões do CNBS não são realizadas em periodicidade regular, mas são designadas pelo seu presidente ou mediante provocação da maioria de seus membros. Nessas reuniões poderão ser convidados a participar, em caráter excepcional, representantes do setor público e de entidades da sociedade civil. Para instalação da seção na reunião são necessários a presença de seis membros e as decisões serão tomadas com votos favoráveis da maioria absoluta. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 25/51 Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, é instância colegiada multidisciplinar de caráter consultivo e deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da PNB de OGM e seus derivados,bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à autorização para atividades que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 26/51 Para isso a CTNBio deverá acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico e científico nas áreas de biossegurança, biotecnologia, bioética e afins, com o objetivo de aumentar sua capacitação para a proteção da saúde humana, dos animais e das plantas e do meio ambiente. A Lei 11.105/2005, em seu art.11, ventilou a composição da CTNBio, que é composta de membros titulares e suplentes, designados pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, será constituída por 27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica, de notória atuação e saber científicos, com grau acadêmico de doutor e com destacada atividade profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente, sendo: 12 (doze) especialistas de notório saber científico e técnico, em efetivo exercício profissional, escolhidos em lista tríplice elaborada com a participação das sociedades científicas, sendo: 3 (três) da área de saúde humana; 3 (três) da área animal; 3 (três) da área vegetal; 3 (três) da área de meio ambiente. 01 representante de cada um dos seguintes órgãos, indicados pelos respectivos titulares (09 representantes): Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério da Saúde; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério da Defesa; Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores. 01 especialista em defesa do consumidor, indicado pelo Ministro da Justiça (05 representantes). É escolhido a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da sociedade civil. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 27/51 01 especialista na área de saúde, indicado pelo Ministro da Saúde. É escolhido a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da sociedade civil. 01 especialista em meio ambiente, indicado pelo Ministro do Meio Ambiente. É escolhido a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da sociedade civil. 01 especialista em biotecnologia, indicado pelo Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É escolhido a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da sociedade civil. 01 especialista em agricultura familiar, indicado pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário. É escolhido a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da sociedade civil. 01 especialista em saúde do trabalhador, indicado pelo Ministro do Trabalho e Emprego. É escolhido a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da sociedade civil. Cumpre destacar que cada membro efetivo terá um suplente, que participará dos trabalhos na ausência do titular. O mandato será de 2 (dois) anos, renovável por até mais 2 (dois) períodos consecutivos, sendo o presidente da CTNBio será designado, entre seus membros, pelo Ministro da Ciência e Tecnologia para um mandato de 2 (dois) anos, renovável por igual período. Nessa linha, um membro (titular ou suplente) pode ter até 3 mandatos. Os membros da CTNBio devem pautar a sua atuação pela observância estrita dos conceitos ético-profissionais, sendo vedado participar do julgamento de questões com as quais tenham algum envolvimento de ordem profissional ou pessoal, sob pena de perda de mandato, na forma do regulamento. Quanto às reuniões, a CTNBio poderá ser instalada com a presença de 14 (catorze) de seus membros (maioria dos membros), devendo conter pelo menos um representante de cada uma das áreas de saúde humana, animal, vegetal e de meio ambiente. A ausência de pelo menos um dos representantes das quatro áreas referidas, inviabiliza a seção da CTNBio. Ao seu turno, as decisões da CTNBio serão tomadas com votos favoráveis da maioria absoluta de seus membros. Os órgãos e entidades integrantes da administração pública federal poderão solicitar participação nas reuniões da CTNBio para tratar de assuntos de seu especial interesse, sem direito a voto. Poderão ainda ser convidados a participar das reuniões, em caráter excepcional, representantes da comunidade científica e do setor público e entidades da sociedade civil, sem direito a voto. Para melhor visualizar a estrutura da CTNBio, eis a composição em dezembro de 2022 de seus membros: Especialista Área de Saúde Humana Nome Posição Mandato Vigência 20. Biossegurança 20. Biossegurança 28/51 Ana Lúcia Tabet Oller do Nascimento Titular 3º 26.01.2021 a 25/01/2023 Sang Won Han Suplente 2º 28.10.2020 a 27.10.2024 Sérgio Akira Uyemura Titular 2º 28.10.2020 a 27.10.2024 Guilherme Baldo Suplente 2º 28.10.2020 a 27.10.2024 Ana Lucia Brunialti Godard Titular 2º 18.03.2022 a 17.03.2024 Rodrigo Guerino Stabeli Suplente 2º 20.11.2021 a 19.11.2023 Especialista Área de Saúde Animal Nome Posição Mandato Vigência Odir Antonio Dellagostin Titular 2º 20.11.2021 a 19.11.2023 Edson Luiz Durigon Suplente 3º 26.01.2021 a 25.01.2023 Erna Geessien Kroon Titular 2º 28.10.2020 a 27.10.2024 Luiz Sérgio de Almeida Camargo Suplente 2º 28.10.2020 a 27.10.2024 Heidge Fukumasu Titular 1º 18.05.2021 a 17.05.2023 Renato de Lima Santos Suplente 2º 18.03.2022 a 17.03.2024 Especialista Área Vegetal Nome Posição Mandato Vigência Isabel Rodrigues Gerhardt Titular 2º 27.12.2020 a 26.12.2022 Antônio Costa de Oliveira Suplente 2º 28.10.2020 a 27.10.2024 Jesus Aparecido Ferro Titular 2º 28.10.2020 a 27.10.2024 20. Biossegurança 20. Biossegurança 29/51 Galdino Andrade Filho Suplente 1º 15.07.2022 a 14.07.2024 Maria José Vilaça de vasconcelos Titular 2º 20.11.2021 a 19.11.2023 Hilton Thadeu Zarate do Couto Suplente 1º 15.07.2022 a 14.07.2024 Especialista Área de Meio Ambiente Nome Posição Mandato Vigência Leandro Vieira Astarita Titular 2º 20.11.2021 a 19.11.2023 Sandra Regina Ceccato Antonini Suplente 3º 26.01.2021 a 25/01/2023 Maria Helena Bodanese Zanettini Titular 2º 20.11.2021 a 19.11.2023 Antônio Alberto da Silva Suplente 3º 26.01.2021 a 25/01/2023 Antônio Euzébio Goulart Santana Titular 2º 18.03.2022 a 17.03.2024 Fernando Hercos Valicente Suplente 2º 28.10.2020 a 27.10.2024 Representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Nome Posição Mandato Vigência Sérgio Paulo Bydlowski Titular 3º 27.08.2022 a 26.08.2024 Maria Lúcia Zaidan Dagli Suplente 1º 25.03.2022 a 24.03.2024 Representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Nome Posição Mandato Vigência Gisele Ventura Garcia Grilli Titular 3º 18.03.2022 a 17.03.2024 Eder Victor Braganti Toppa Suplente 1º 07.07.2021 a 06.07.2023 20. Biossegurança 20. Biossegurança 30/51 Representante do Ministério da Saúde Nome Posição Mandato Vigência Nínive Aguiar Colonello Titular 1° 24.05.2022 a 23.05.2024 Mariana Emerenciano Cavalcanti de Sá Suplente 1° 24.05.2022 a 23.05.2024 Representante do Ministério do Meio Ambiente Nome Posição Mandato Vigência José Fernando Garcia Titular 2º 19.12.2021 a 18.12.2023 Hetiene Pereira Marques Suplente 1º 23.07.2021 a 22.07.2023 Representante da Área de Desenvolvimento Agrário Nome Posição Mandato Vigência Paulo Augusto Vianna Barroso Presidente da CTNBio 2º 07.06.2021 a 06.06.2023 Luiz Filipe Protasio Pereira Suplente 2º 07.06.2021 a 06.06.2023 Representante do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Nome Posição Mandato Vigência Zaira Bruna Hoffmam Titular 3º 30.05.2022 a 29.05.2024 Tito Lívio Moitinho Alves Suplente 2º 18.07.2021 a 17.07.2023 Representante do Ministério da Defesa Nome Posição Mandato Vigência 20. Biossegurança 20. Biossegurança 31/51 Marcos Dornelas Ribeiro Titular 2° 18.03.2022a 17.03.2024 Caleb Guedes Miranda dos Santos Suplente 3º 26.03.2022 a 25.03.2024 Representante do Ministério das Relações Exteriores Nome Posição Mandato Vigência Marcelo Henrique Aguiar de Freitas Titular 2° 22.05.2021 a 21.05.2023 Janette Palma Fett Suplente 1° 30.08.2022 a 29.08.2024 Representante da Secretaria de Aquicultura e Pesca Nome Posição Mandato Vigência Rivetla Édipo Araújo Cruz Titular 1º 16.12.2021 a 15.12.2023 Mauricio Nogueira de Cruz Pessôa Suplente 2º 19.03.2022 a 18.03.2024 Especialista em Agricultura Familiar Nome Posição Mandato Vigência Abel Rebouças São José Titular 1º 05.11.2021 a 04.11.2023 Almy Junior Cordeiro de Carvalho Suplente 2º 10.11.2020 a 09.11.2024 Especialista em Biotecnologia Nome Posição Mandato Vigência Alexandre Lima Nepomuceno Titular 1º 01.09.2022 a 31.08/2024 Mário Tyago Murakami Suplente 1º 19.04.2021 a 18.04.2023 20. Biossegurança 20. Biossegurança 32/51 Especialista em Defesa do Consumidor Nome Posição Mandato Vigência Vago Titular Vago Suplente Especialista em Meio Ambiente Nome Posição Mandato Vigência Emanuel Maltempi de Souza Titular 1º 22.09.2022 a 21.09.2024 Alexandre Wagner Silva Hilsdorf Suplente 1º 22.09.2022 a 21.09.2024 Especialista em Saúde do Trabalhador Nome Posição Mandato Vigência Fernando Gallego Dias Titular 2º 27.07.2021 a 26.07.2023 Vera Lucia Zaher Rutherford Suplente 2º 27.07.2021 a 26.07.2023 Especialista na Área de Saúde Nome Posição Mandato Vigência Maria Luiza Saraiva Pereira Titular 1º 10.03.2021 a 09.03.2023 VAGO Suplente A CTNBio constituirá subcomissões setoriais permanentes na área de saúde humana, na área animal, na área vegetal e na área ambiental, e poderá constituir subcomissões extraordinárias, para análise prévia dos temas a serem submetidos ao plenário da Comissão. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 33/51 Tanto os membros titulares quanto os suplentes participarão das subcomissões setoriais e caberá a todos a distribuição dos processos para análise. No mais, o funcionamento e a coordenação dos trabalhos nas subcomissões setoriais e extraordinárias foram definidos no Decreto 5.591/2005 e no regimento interno da CTNBio. 20. Biossegurança 20. Biossegurança 34/51 As competências da CTNBio foram definidas no art. 14, da Lei de Biossegurança, vejamos: estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados de OGM; estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos relacionados a OGM e seus derivados; estabelecer, no âmbito de suas competências, critérios de avaliação e monitoramento de risco de OGM e seus derivados; proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente a atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados; estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comissões Internas de Biossegurança – CIBio, no âmbito de cada instituição que se dedique ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial que envolvam OGM ou seus derivados; estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de funcionamento de laboratório, instituição ou empresa que desenvolverá atividades relacionadas a OGM e seus derivados; 20. Biossegurança 20. Biossegurança 35/51 relacionar-se com instituições voltadas para a biossegurança de OGM e seus derivados, em âmbito nacional e internacional; autorizar, cadastrar e acompanhar as atividades de pesquisa com OGM ou derivado de OGM, nos termos da legislação em vigor; autorizar a importação de OGM e seus derivados para atividade de pesquisa; prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na formulação da PNB de OGM e seus derivados; emitir Certificado de Qualidade em Biossegurança – CQB para o desenvolvimento de atividades com OGM e seus derivados em laboratório, instituição ou empresa e enviar cópia do processo aos órgãos de registro e fiscalização referidos no art. 16 desta Lei; emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a biossegurança de OGM e seus derivados no âmbito das atividades de pesquisa e de uso comercial de OGM e seus derivados, inclusive a classificação quanto ao grau de risco e nível de biossegurança exigido, bem como medidas de segurança exigidas e restrições ao uso; definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao OGM e seus usos, e os respectivos procedimentos e medidas de segurança quanto ao seu uso, conforme as normas estabelecidas na regulamentação desta Lei, bem como quanto aos seus derivados; classificar os OGM segundo a classe de risco, observados os critérios estabelecidos no regulamento desta Lei; acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico-científico na biossegurança de OGM e seus derivados; emitir resoluções, de natureza normativa, sobre as matérias de sua competência; apoiar tecnicamente os órgãos competentes no processo de prevenção e investigação de acidentes e de enfermidades, verificados no curso dos projetos e das atividades com técnicas de ADN/ARN recombinante; apoiar tecnicamente os órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, no exercício de suas atividades relacionadas a OGM e seus derivados; divulgar no Diário Oficial da União, previamente à análise, os extratos dos pleitos e, posteriormente, dos pareceres dos processos que lhe forem submetidos, bem como dar ampla publicidade no Sistema de Informações em Biossegurança – SIB a sua agenda, processos em trâmite, relatórios anuais, atas das reuniões e demais informações sobre suas atividades, excluídas as informações sigilosas, de interesse comercial, apontadas pelo proponente e assim consideradas pela CTNBio; 20. Biossegurança 20. Biossegurança 36/51 identificar atividades e produtos decorrentes do uso de OGM e seus derivados potencialmente causadores de degradação do meio ambiente ou que possam causar riscos à saúde humana; reavaliar suas decisões técnicas por solicitação de seus membros ou por recurso dos órgãos e entidades de registro e fiscalização, fundamentado em fatos ou conhecimentos científicos novos, que sejam relevantes quanto à biossegurança do OGM ou derivado, na forma desta Lei e seu regulamento; propor a realização de pesquisas e estudos científicos no campo da biossegurança de OGM e seus derivados; apresentar proposta de regimento interno ao Ministro da Ciência e Tecnologia. Das competências listadas é notório observar que a CTNBio é órgão técnico-normativo. Visa de um modo geral o estabelecimento de normas técnicas na área de biossegurança no manejo dos OGM e seus derivados, seja para pesquisa ou uso comercial, abarcando diversos campos de atuação como a classificação, análise e avaliação de risco, importação, certificação, bem como o acompanhamento e registro das atividades de pesquisa com OGM ou derivado. Regra importante ventilada na Lei de Biossegurança, prevista no §1º, do art.14, refere-se ao fato de a decisão técnica emitida pela CTNBio ter caráter vinculativo quanto aos demais órgãos e entidades da administração. Melhor dizendo, todos os aspectos de biossegurança do OGM e seus derivados analisados pela CTNBio não podem ser questionados pelos demais entidades, estando vinculadas unicamente quanto aos referidos aspectos. Conforme já assentado nesta obra, em caso de decisão técnica favorável sobre a biossegurança no âmbito da atividade de pesquisa, a CTNBio remeterá o processo respectivo aos órgãos e entidades de registro e fiscalização, para o exercício de suas atribuições. A decisão deverá conter resumo de sua fundamentação técnica, explicitar as medidas de segurança e restrições ao uso do OGM e seus derivados e considerar as particularidades das diferentes regiões do País, com o objetivo de orientar e subsidiar os órgãos e entidades de registro e fiscalização no exercício de suas atribuições. Não se submeterá a análise e emissão de parecer técnico da CTNBio o derivado cujo OGM já tenha sido por ela aprovado. As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em qualquer das fases do processo de produção