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UMA ANÁLISE PSICOLOGIA DE FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE (NATALIA)

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UMA ANÁLISE PSICOLOGIA DE FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE
Desenvolvido por Natacia Santos a Silva, acadêmicas do curso de Psicologia das Faculdades Integradas Da Vitória De Santo Antão-FAINTVISA.
O presente trabalho compreende a um estudo acerca da personalidade do filósofo, músico e escritor alemão do século XIX Friedrich Wilhelm Nietzsche, onde com o auxílio da Teoria Psicanalítica será sintetizado acerca das vivências conflituosas de sua infância, assim como os reflexos dessas experiências na vida adulta do mesmo e na construção de sua personalidade, bem como sua disposição patológica relacionada ao tipo libidinal identificado no decorrer da análise.
Nietzsche foi um dos mais importantes pensadores alemães de todos os tempos. Filho de pais e avós pastores protestantes. Nasceu na cidade de Rocken (Alemanha) em 15 de outubro de 1844. Quando tinha cinco anos seu pai e seu irmão faleceram e Nietzsche mudou-se para Naumburg, onde cresceu na companhia da mãe, duas tias e da avó. Sempre fora visto como aluno modelo, dócil, leal e era chamado pelos colegas de classe de pequeno pastor. Em 1867, foi chamado para prestar o serviço militar mais um acidente em exercício de montaria livro-o dessa obrigação. Volta a estudar em Leipzig e inicia uma amizade com Richard Wagner encanta-se com sua música e seu drama musical. Em 1871, publica o livro “o nascimento da tragédia” nesta obra ele concilia “Apolo o deus da clareza, da harmonia e da ordem e Dionísio, deus da exuberância, da desordem e da música”, e se incorpora deles. Nietzsche foi acusado por alguns por ter sido o fundador de todas as desigualdades e injustiças sociais. Outros por sua vez diziam ser o filosofo um crítico capaz de libertar o ser humano de suas amarras. No entanto ápos ter tido seu pedido de casamento renunciado por Lou Andreas Salomé, Nietzsche fica descepcionado e de Silvaplana retorna a Itália passando o inverno de 1882 a 1883 na Bahía de Rapallo, foi durante o inverno e no meio desse confronto que Nietzsche escreve “zaratustra”. Em1883 voltou para a Alemanha e passou a residir com sua mãe e sua irmã, apesar da companhia das duas sentia-se cada vez mais só. Depois de 1888 começou a escrever cartas estranhas ora assinando Dionisio, ora o crucificado, diante desses acontecimentos acabou sendo internado em Basiléia, onde foi diagnosticada uma “paralisia progressiva”, provavelmente de origem sifílica, a doença progrediu lentamente ate sua apatia e agonia. Nietzsche faleceu em Weimar, em 25 de agosto de 1900.
Ao discorrer acerca da vida de Nietzsche, observam-se indícios de manifestações Psicóticas em decorrências de fatos ocorridos durante a infância do filósofo, e que foram afloradas na sua vida adulta. Todavia sob uma perspectiva Psicanalítica, Nietzsche perdeu o pai aos cinco anos, sendo assim a ocorrência dessa fatalidade se deu em plena fase fálica, fase na qual segundo FREUD (1972), a criança vive um conflito psíquico intenso e angustiante causado pelo medo da castração, além da ambivalência afetiva que circunda esse estágio do desenvolvimento humano. Ainda segundo a perspectiva Psicanalítica é comum que nesta fase a criança deseje a morte do pai, ou, que o mesmo desapareça para ter a mãe só para si, e com isto, se ver livre das ameaças da castração e da forte concorrência entre filho e pai. Sendo assim, além de sofrer com a ambivalência afetiva, isto é o ódio e o amor pela mesma pessoa, neste caso o pai, o filosofo tinha ainda que conviver com o sentimento de culpa pela morte do mesmo, culpa esta que lhe corroeu inconscientemente durante toda sua vida. Segundo ROSNER (2009), sentimo-nos culpados pelo que pensamos, desejamos ou fantasiamos, da mesma forma que nos sentiríamos com a prática e realização de tais pensamentos, devido a uma crença arraigada no ser humano de que o pensamento equivale à ação. 
De acordo com DURANTE (1994), na adolescência Nietzsche começa a expressar sua revolta por meio de críticas em relação às religiões, ao matrimônio, a moral e todas as leis. Recusando-se a adotar e/ou aceitar as regras e princípios sociais. Diante disso, observa-se que o filósofo não tinha um Superego bem estruturado, isto se justifica pelo fato de o pai do mesmo ter morrido antes que o processo de castração fosse, ou pudesse ser concluído naturalmente e sem interferências. No entanto, na ausência do pai a mãe, isto é, o próprio objeto de desejo se encarregaria de dar continuidade ao processo de castração, e como fazendo parte deste, impor a proibição do incesto. Porém, diante da posição autoritária da mãe, Nietzsche se sente rejeitado e frustrado, em razão da mãe ocupar o lugar com o qual a criança do filósofo tanto sonhava e cobiçava, recusando-se ser castrado, o que resultou em um Superego desestruturado e no ódio materno tão presente e explicito em suas obras, principalmente em sua Autobiografia, o livro Ecce Homo, 2002. 
Nietzsche foi um gênio inegável, admirado e igualmente criticado. Utilizava seu talento para expressar de modo inconsciente tudo aquilo que não suportaria que viesse claramente em sua consciência, uma vez que não aceitava seus conflitos internos e sofrimentos. Vivendo de modo ideal, segundo ele, sem vínculos afetivos ou com critérios normativos da sociedade, incorporando personagens, perdendo o contato com a realidade até o momento de seu declínio, onde seu corpo e sua mente foram severamente tomados pelos seus conflitos interiores não solucionados e negados pelo mesmo.
Por fim, diante da análise do filósofo é possível concluir que Nietzsche tinha sérios conflitos referentes à fase fálica principalmente no que diz respeito ao processo de castração. Bem como a presença de perturbações das relações do seu ego com o mundo exterior e eventos de perda de contato com a realidade, uma característica das psicoses. Segundo FREUD (1927), a observação nos ensina que cada ser humano, individualmente, entende o quadro geral da humanidade conforme uma variedade quase infinita de maneiras. Ainda segundo o autor existem tipos libidinais que os indivíduos com sua singularidade e característica físicas e mentais podem apresentar, como; o tipo erótico, o obsessivo e o tipo narcísico, além dos tipos mistos. No entanto, cada tipo libidinal apresentara disposições especificas para determinadas patologias. Se submetermos às características de Nietzsche e a anormalidade psicopatológica, neste caso a psicose, identificada no mesmo através do presente estudo de sua bibliografia, conclui-se que o filósofo era Narcísico, possuindo uma grande quantidade de agressividade a sua disposição e praticamente não havia tensão entre seu ego e seu superego, característica típica desse tipo libidinal. De acordo com FREUD (1927), as pessoas do tipo Narcísico que se expõe a uma frustração do mundo externo, embora sob outros aspectos independentes, estão particularmente dispostas à psicose. Talvez esta pontuação explique o declínio de Nietzsche após sua decepção amorosa em ter seu pedido de casamento recusado por Andreas Salomé, que provavelmente lhe remontou ao passado, o fazendo revivenciar sua angustia em ser rejeitado e frustrado pela mãe durante sua infância na fase fálica, além da rememoração de acontecimentos traumáticos associados a esta fase, como por exemplo, a morte de seu pai.
REFERÊNCIAS 
DURANTE, Will. A filosofia de Nietzsche. Tecnoprint S. A. 1994.
FREUD, S. Publicações Pré-Psicanalítica e Esbolçõs Inéditos. Vol. I. Rio de Janeiro: imago editora LTDA, 1886.
FREUD, S. Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Edição Standard Brasileira, Vol. VII. Rio de Janeiro: imado editora LTDA, 1972
FREUD, S. O futuro de uma ilusão, O mal-estar da civilização e outros trabalhos. Vol. XXI. Rio de Janeiro: imado editora LTDA, 1927.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Ecce Homo. Porto Alegre: L&PM, 2002.
ROSNER, S.; HERME, P. O ciclo da auto sabotagem. Rio de Janeiro: Best Seller LTDA, 2009.

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