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Aula 8 - Toxicologia dos Biocidas

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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
1 
TOXICOLOGIA DOS BIOCIDAS 
Pragas são tudo aquilo que ataca, lesa, ou transmite enfermidades a animais, plantas e 
humanos, sendo que praguicidas ou pesticidas são substâncias empregadas para matar ou 
repelir essas pragas. São os agrotóxicos, defensivos químicos e agropecuários, biocidas, 
agroquímicos, etc. Quando um produto para de agir sobre as pragas, dizemos que ocorreu a 
criação de resistência. Quando uma dessas substâncias se acumula em um organismo vivo, 
dizemos que ela tem potencial de bioacumulação, sendo a biomagnificação a passagem dessa 
substância acumulada através da cadeia alimentar. 
A formulação dessas substâncias contém o princípio ativo e adjuvantes, que servem para 
melhorar a manipulação, aplicação e transporte, sendo que o rótulo deve conter todas as 
informações do princípio ativo e da formulação. No Brasil existem 300 princípios reconhecidos, 
com 4000 formulações. A fiscalização da produção, distribuição e comercialização fica em cargo 
da ANVISA e do MAPA. 
 Organoclorados 
É o DDT. São inseticidas, atuando sobre os vetores e hospedeiros intermediários da 
malária, dengue, febre amarela, doenças de Chagas, leishmaniose, etc. Tem potencial 
de bioacumulação e pode gerar contaminação ambiental. Tem alta estabilidade e 
lipossolubilidade, além de ser pouco volátil e biodegradável, podendo contaminar o 
meio ambiente e alimentos. As intoxicações geralmente ocorrem por via oral ou 
dérmica, sendo que a substância se acumula em tecido adiposo. A biotransformação é 
feita no fígado de forma lenta, e excreção biliar, com alta meia vida. Ela age no 
organismo alterando a cinética dos canais de sódio nas membranas neuronais, inibindo 
a ligação do GABA aos seus receptores e aumentando a liberação de 
neurotransmissores. Isso causa tremor, ataxia, convulsões e hiperexcitabilidade, sendo 
que o diagnóstico é baseado na anamnese e no exame físico. Podem ser pedidos 
também exames laboratoriais, para diagnóstico da toxina no sangue e no tecido 
adiposo. O tratamento é sintomático e de suporte. 
 Piretróides. 
São compostos naturais, vindos da planta crisântemo, com baixa estabilidade a luz e 
calor. Possuem grande eficácia e alta biodegradabilidade, usado para extermínio de 
ácaros, carrapatos, moscas, pulgas e piolhos. A intoxicação pode ser direta 
(manipulação do praguicida, ingestão e uso incorreto) ou indireta (contaminação de 
ambiente e alimentos), com absorção geralmente oral ou dérmica, sendo que sua 
biotransformação ocorre no intestino. São lipofílicas, podendo se acumular na gordura. 
Existem em tipos I (prolongam o estágio de abertura dos canais de sódio das 
membranas nervosas) e II (diminuem a amplitude do potencial de ação), causando 
salivação, êmese, tremores, convulsões e hiperexcitabilidade. Seu diagnóstico é feito 
através da anamnese e exames físicos, e análise laboratorial de tecido cerebral. O 
tratamento é sintomático e de suporte. 
 Anticolinesterásicos 
São os organofosforados e carbamatos, de uso agrícola, doméstico e veterinário, em 
inseticidas, fungicidas e herbicidas. Possuem alta lipossolubilidade e é rapidemente 
hidrolisado no meio ambiente. Causam intoxicação aguda, que geralmente é acidental, 
criminosa, ou para suicídio. A absorção é rápida, majoritariamente pela pelo, trato 
respiratório e gastrointestinal, com transformação hepática e excreção renal e biliar. 
Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
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Agem inibindo a acetilcolinesterase, sendo que seus sinais clínicos são agitação, 
sialorreia, tremores, etc. Seu diagnóstico é feito pela anamnese e exame físico, aliados 
a análise do conteúdo estomacal, com tratamento sintomático e de suporte.

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