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Conceito para terrorismo ainda não está definido Não existe um conceito único do que seja terrorismo ou ato terrorista. E, justamente por isso, cada país tem a sua forma de entender, classificar e punir os ditos atentados terroristas. As conclusões estão em reportagem especial de Luciana Alvarez, publicada no último domingo (14/7) pelo portal iG. O texto expõe que a ideia de terrorismo começou a aparecer de forma contundente durante a Revolução Francesa, no século XVIII. Segundo o professor Reginaldo Nasser, do Departamento de Relações Internacionais da PUC de São Paulo, o terrorismo apareceu quando os jacobinos tomaram o poder e levaram os adversários políticos à guilhotina, período que ficou conhecido como Terror. Mas naquela época, disse ao iG, os próprios jacobinos usavam o termo terrorismo para definir suas políticas, e não de forma de pejorativa. Hoje, de acordo com o conselheiro de políticas de defesa Jeffrey Record, o conceito dos atos de terror são balizados pelo “discurso dos EUA e de Israel sobre formas de violência contra o Estado que seriam tão criminosas a ponto de tornar aceitáveis quaisquer métodos de retaliação. Seria uma palavra a serviço do status quo. E os Estados, portanto, jamais são vistos como agentes que praticam o terrorismo”, conforme escreveu em seu estudo Bounding the Global War on Terrorism. Por isso é que nas definições atuais nunca é considerada a possibilidade de um Estado cometer um ato terrorista. Essa interpretação, segundo Nasser, decorre dos atentados do 11 de setembro de 2001, quando a facção Al Qaeda derrubou as Torres Gêmeas, em Nova York, nos Estados Unidos. A reportagem também discute a possibilidade, hoje em debate no Congresso com a reforma do Código Penal, de tipificação do crime de terrorismo. Para o professor de Direito Internacional da USP, Geraldo Miniuci, a ideia é “perigosa”. “Rotular alguma ação de terrorista significa abrir a possibilidade de flexibilizar os direitos fundamentais daquelas pessoas envolvidas na ação”, afirma. Ele explica que a intenção de tipificar o crime de terrorismo pretende transformar uma questão puramente política em jurídica. Seria uma decisão política com consequências e implicações graves, para o professor: “Quem faz semelhante proposta deve esclarecer por que a faz: para agravar a pena ou para suspender direitos e garantias fundamentais dos acusados? Ou as duas coisas?” Essa falta de parâmetros legais e a amplitude do conceito, no entanto, é que faz com que cada país tenha o seu próprio conceito de terrorismo. A reportagem do iG mostra como alguns países definem a questão: Estados Unidos: as próprias agências de segurança divergem na definição. Lá, os ataques de 11 de setembro serviram para que o Congresso Nacional aprovasse uma série de medidas que diminuem algumas liberdades individuais em nome da guerra contra o terror. O maior exemplo é o Patriot Act. A definição mais corrente de terrorismo nos EUA é a de “violência premeditada e politicamente motivada contra inocentes perpetrada por grupos subnacionais ou agentes clandestinos”. Reino Unido: foi das nações afetadas, em sua esfera jurídica, pelos ataques do 11 de setembro. Até então, eram os atos do Exército Republicano Irlandês (IRA), grupo paramilitar que luta pela reintegração da Irlanda do Norte à República da Irlanda, que representavam o terrorismo na Grã- Bretanha. Depois dos ataques nos EUA, delimitações cada vez mais amplas foram sendo incluídas no rol de atos terroristas, como “sérios danos a propriedades”. Espanha: o país tem lei antiterrorismo desde 1894, mas durante a ditadura de Francisco Franco (1939-1975) é que a questão ganhou importância no ordenamento jurídico. Naquela época, “grupos ou organizações comunistas, anarquistas, separatistas e outros que preconizem ou empreguem a violência como instrumento de ação política e social” estavam passíveis de serem punidos até com a morte. Depois do regime de Franco, o principal foco do combate ao terror passou a ser o grupo separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade), que prega a separação do País Basco da Espanha e que alguns dos membros foram condenados a mais de 3 mil anos de prisão justamente por atos terroristas. Em 2004, quando a Espanha foi atingida por ataques da Al Qaeda, os atos terroristas passaram a ser classificados como “ameaça à ordem e paz públicas”. Israel: é o país mais sensível à questão. Fundado em 1945 como um Estado para abrigar os judeus que emigraram da Europa por causa da II Guerra, em 1948 já tinha uma lei antiterror, a Portaria de Prevenção ao Terrorismo, que foi diversas vezes expandida. Hoje, há punições específicas para que financia o terrorismo e, se a acusação de terrorismo for feita pelo Estado (por meio de publicação em Diário Oficial, por exemplo), cabe ao acusado provar sua inocência. Colômbia: motivada pela ação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, a lei antiterror colombiana é bastante ampla. Na lista, estão coisas como “provocar estado de terror na população”, “colocar em perigo a vida, a integridade física ou a liberdade de pessoas”, “perturbar os sistemas de transporte coletivo, energia ou comunicações”, “propagar epidemias”, “contaminar águas” e até “provocar inundações”. Na Colômbia, as Farc são consideradas um grupo terrorista, mas a comunidade internacional não é unânime quanto a isso. <http://www.conjur.com.br/2013-jul-15/terrorismo-ainda-conceito-definicao-comunidade- internacional> consultado em 23 de novembro de 2015 às 08:20 Que definição de terrorismo tem sido adotada pelo Brasil? O Grupo de Trabalho (GT) constituído pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), do Conselho de Governo (organismo do Poder Executivo), composta por integrantes de vários ministérios civis e militares, – que tem a atribuição de analisar, estudar e propor soluções de governo para temas de segurança –, elaborou três definições de terrorismo, que ainda estão em estudo. A definição genérica elaborada pelo GT da Creden classifica como terrorismo todo “ato com motivação política ou religiosa, que emprega força ou violência física ou psicológica, para infundir terror, intimidando ou coagindo as instituições nacionais, a população ou um segmento da sociedade”. A Abin segue a definição específica elaborada pela Creden. Nela, define-se terrorismo como: ato de devastar, saquear, explodir bombas, seqüestrar, incendiar, depredar ou praticar atentado pessoal ou sabotagem, causando perigo efetivo ou dano a pessoas ou bens, por indivíduos ou grupos, com emprego da força ou violência, física ou psicológica, por motivo de facciosismo político, religioso, étnico/racial ou ideológico, para infundir terror com o propósito de intimidar ou coagir um governo, a população civil ou um segmento da sociedade, a fim de alcançar objetivos políticos ou sociais. Também é o ato de: Apoderar-se ou exercer o controle, total ou parcialmente, definitiva ou temporariamente, de meios de comunicação ao público ou de transporte, portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, instalações públicas ou estabelecimentos destinados ao abastecimento de água, luz, combustíveis ou alimentos, ou à satisfação de necessidades gerais e impreteríveis da população. Trata-se de ação premeditada, sistemática e imprevisível, de caráter transnacional ou não, que pode ser apoiada por Estados, realizada por grupo político organizado com emprego de violência, não importando a orientação religiosa, a causa ideológica ou a motivação política, geralmente visando destruir a segurança social, intimidar a população ou influir em decisões governamentais. Revista Brasileira de Inteligência / Agência Brasileira de Inteligência. – Vol. 3, n. 4 (set. 2007) Disponível em: http://www.abin.gov.br consultado em 20 de novembro de 2015 às 13:45 Saiba como cinco países definem o terrorismo Termo hoje é usado parajustificar abusos e exceções às leis; especialistas criticam planos de tipificação no Brasil Classificar um ato como “terrorista” confere a ele uma carga pesada, como se fosse algo ainda mais vil do que os outros tipos de delito. No entanto, não existe um consenso sobre a definição do termo, que vem sendo empregado de formas variadas desde a Revolução Francesa (1789-1799). Diferenças históricas, geográficas e ideológicas marcam o uso da palavra, que atualmente se tornou um artifício retórico de governos para justificar perigosas exceções a direitos individuais normalmente garantidos por lei, afirmam especialistas. O conceito de terrorismo, diz o conselheiro de políticas de defesa Jeffrey Record em seu estudo "Bounding the Global War on Terrorism" (Delimitando a Guerra Global contra o Terrorismo, em tradução livre), está hoje fortemente associado ao “discurso dos EUA e de Israel sobre formas de violência contra o Estado que seriam tão criminosas a ponto de tornar aceitáveis quaisquer métodos de retaliação. Seria uma palavra a serviço do status quo. E os Estados, portanto, jamais são vistos como agentes que praticam o terrorismo". Mas nem sempre foi assim. Os primeiros registros do uso da palavra datam do período do Terror na Revolução Francesa (1792- 1794), quando os jacobinos assumiram o poder e levaram à guilhotina dezenas de milhares de adversários. “Veja o paradoxo: o Estado era terrorista, o termo era usado pelos próprios jacobinos e não era pejorativo. Para eles, o terror poderia trazer a liberdade”, afirma o professor Reginaldo Nasser, chefe do Departamento de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Mesmo mais recentemente, lembra Nasser, regimes como o nazismo e o governo de Stalin, na Rússia, foram considerados terroristas. “Mas nas definições dadas pelos agentes políticos hoje, não se menciona a possibilidade de um Estado praticar o terrorismo”, diz. Essa mudança de paradigma tem como marco os ataques do 11 de Setembro, quando a grande potência ocidental foi atacada pela Al-Qaeda, um grupo subnacional, espalhado por diversos países. Saiba mais: Veja o especial do iG sobre o 11 de Setembro AP Segunda bomba explode perto de linha de chegada da Maratona de Boston (15/4) Uma das característas que costumam definir o ato terrorista é a consequência psicológica que traz, o fato de provocar um temor difuso entre a população ou parte dela. “No ataque em Boston, para citar um exemplo recente, foram só três mortos, mas ele teve um impacto de medo bem maior. As pessoas ficam pensando que poderia ter acontecido com elas”, afirma Nasser. O terror têm, portanto, um peso muito mais simbólico do que a capacidade real de enfraquecer o inimigo. Ataque em Boston: Veja cronologia dos principais acontecimentos E é exatamente por essas características que Nasser defende que o terrorismo não deve ser tipificado no Código Penal. “Vai virar uma questão jurídica em vez de política”, afirma. O professor de Direito Internacional da Universidade de São Paulo (USP) Geraldo Miniuci também considera perigoso incluir o crime de terrorismo na lei. “Rotular alguma ação de terrorista significa abrir a possibilidade de flexibilizar os direitos fundamentais daquelas pessoas envolvidas na ação”, afirma. Miniuci lembra que no Brasil não existe até agora nenhuma lei que qualifique certos atos violentos como ação terrorista – e as avaliações são, portanto, pessoais. “Assalto a banco; bomba em estádio de futebol; ataque a postos policiais (por exemplo o que fez o PCC em São Paulo em 2006). Qualquer uma delas pode ser considerada crime comum ou crime de terrorismo”, diz. Segundo ele, introduzir o tipo "crime de terrorismo" na legislação é uma decisão política com graves implicações. “Quem faz semelhante proposta deve esclarecer por que a faz: para agravar a pena ou para suspender direitos e garantias fundamentais dos acusados? Ou as duas coisas?”, questiona. http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-07-14/saiba-como-cinco-paises-definem-o-terrorismo.html consultado em 18 de novembro de 2015 às 23:47 Convenção Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com Bombas Artigo 5 Cada Estado Parte adotará as medidas necessárias, inclusive, quando for o caso, a adoção de legislação interna, para garantir que atos criminosos compreendidos no âmbito desta Convenção, em especial os que pretendam ou tenham o propósito de criar um estado de terror na população em geral, em um grupo de pessoas ou em determinadas pessoas, não se possam, em nenhuma circunstância, justificar por considerações de natureza política, filosófica, ideológica, racial, étnica, religiosa ou de qualquer natureza semelhante e sejam apenados de forma consistente com sua gravidade. ONU <http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de- apoio/legislacao/segurancapublica/conv_int_supressao_terrorismo_bombas.pdf.> consultado em 23 de novembro de 2015 às 09:21 Os trágicos acontecimentos de 11 de setembro também revelaram o perigo potencial das armas de destruição em massa nas mãos de agentes não-estatais. O ataque poderia ter sido ainda mais devastador se os terroristas tivessem acesso a armas químicas, biológicas e nucleares. Refletindo estas preocupações, a Assembleia Geral adotou, em 2002, a Resolução 57/83, primeiro texto contendo medidas para impedir terroristas de conseguirem tais armas e seus meios de lançamento. Infelizmente, grandes ataques terroristas continuaram após o 11 de setembro – incluindo ataques à sede da ONU em Bagdá (agosto de 2003); em quatro trens em Madrid (março de 2004); num escritório e em apartamentos em Al-Khobar, na Arábia Saudita (maio 2004); no metrô de Londres (julho de 2005); numa zona litorânea e num centro comercial em Bali (outubro de 2005); em vários locais de Mumbai (novembro 2008); nos hotéis Marriott e Ritz-Carlton em Jacarta (julho 2009), e no metrô de Moscou (março 2010), para citar apenas alguns. Como parte do esforço internacional para conter esta onda mortal, a Assembleia Geral adotou por unanimidade e lançou, em 2006, a Estratégia Antiterrorista Global da ONU. Baseada na convicção fundamental de que o terrorismo, em todas as suas formas, é inaceitável e não pode nunca ser justificado, a Estratégia define uma série de medidas específicas para combater o terrorismo em todas suas vertentes, em nível nacional, regional e internacional. Senado aprova tipificação do crime de terrorismo com pena de até 30 anos O Plenário aprovou, nesta quarta-feira (28), com 38 votos favoráveis e 18 contrários, substitutivo do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 101/2015, que tipifica o crime de terrorismo. A proposta prevê pena de reclusão de 16 a 24 anos em regime fechado para quem praticar o ato. Mas se o crime resultar em morte, a reclusão será de 24 a 30 anos. O texto voltará a ser analisado pelos deputados por ter sido alterado no Senado. O substitutivo aprovado tipifica o crime de terrorismo como aquele que atenta contra pessoa, “mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado”. De acordo com o texto, é considerado terrorismo político o ato que atentar gravemente contra a estabilidade do Estado democrático, com o fim de subverter o funcionamento das instituições. A alteração defendida por Aloysio Nunes considerava terrorismo político o ato que "atentar gravemente contra as instituições democráticas". O senador Valadares explicou que a mudança define melhor esse tipo de crime, sem abrir brechas para outras interpretações. O substitutivo equipara a ato terrorista causar explosão, incêndio, inundação, desabamento ou usar gás tóxico, veneno, agente químico, biológico, radiológico ou nuclearem prédio ou local de aglomeração ou circulação de pessoas. Também cometem ato terrorista aqueles que destruírem ou apoderarem-se de aeronave, embarcação ou trem de transporte de passageiros ou de carga, instalação de sistema de telecomunicações, de geração ou de distribuição de energia elétrica, porto, aeroporto, ferrovia, rodovia, estação ferroviária, metroviária ou rodoviária, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações militares ou edifício público ou privado. O projeto ainda classifica como terrorismo o ato de interromper ou embaraçar o funcionamento de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública. Aloysio Nunes ressaltou a importância do PLC 101/2015. Ele afirmou que, no Brasil, houve uma abundante produção legislativa sobre terrorismo, mas nunca uma preocupação de definir o que seja terrorismo. Para ele, o crime peca contra a humanidade, mais do que contra os indivíduos que possam vir a ser vítimas de atos terroristas, “porque o ato terrorista é uma negação da individualidade, é uma negação do ser humano, naquilo que ele tem de único, em nome de uma causa geral”. Aumento de penas Se o agente praticar o crime com auxílio de governo estrangeiro ou organização criminosa internacional, a pena aumenta em um terço. Se o crime for praticado contra presidente da República, vice-presidente da República, presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Senado Federal, presidente do Supremo Tribunal Federal, chefe de Estado ou de governo estrangeiro, chefe de missão diplomática ou consular ou de organização intergovernamental, a pena aumenta de um terço à metade. O condenado pelo crime de terrorismo iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, em estabelecimento penal de segurança máxima. O crime será inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. O texto do substitutivo ressalta que todos os crimes previstos no projeto são praticados contra o interesse da União, cabendo à Justiça Federal o seu processamento e julgamento. Em relação ao crime de financiamento do terrorismo, a pena de reclusão proposta é de 12 a 20 anos e multa. Quem fizer, publicamente, apologia de ato de terrorismo ou de autor de ato terrorista cumprirá pena de reclusão de 3 a 8 anos. Já a pena de reclusão para aqueles que recrutarem indivíduos para praticar o ato será de dez a 16 anos. Manifestações sociais A maior polêmica sobre a proposta foi em relação ao parágrafo que exclui da aplicação da lei manifestações políticas e movimentos sociais ou reivindicatórios. Nos termos do proposto inicialmente no PLC 101/2015, estariam excluídas do tipo penal do terrorismo as “pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais”. Aloysio Nunes Ferreira retirou esse parágrafo e destacou que, “em um Estado democrático de direito, as manifestações e reivindicações sociais, sejam elas coletivas ou individuais, não têm outra forma de serem realizadas senão de maneira pacífica e civilizada”. Para diversos senadores, a retirada do parágrafo poderia atacar os movimentos sociais e a liberdade de expressão. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) chegou a afirmar que a proposta aprovada é muito ampla e ambígua e poderá ser usada “para criminalizar movimentos sociais e vozes dissidentes”. Os senadores Antonio Carlos Valadares (PSB-PE), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Telmário Mota (PDT- RR) foram à tribuna para defender a volta do parágrafo como forma de proteção dos movimentos sociais. - Por estar convencida que o projeto pode trazer mais problemas do que soluções é que acho que deveríamos maturar o debate – disse Grazziotin. A polêmica sobre o tema foi tanta que os petistas votaram contra a orientação do líder do governo, Delcídio do Amaral (PT-MS). Equilíbrio Aloysio Nunes ressaltou que buscou compatibilizar a necessidade de reprimir o crime de terrorismo e a necessidade de preservação dos espaços de atuação democrática dos cidadãos, de manifestações pacíficas “ou mesmo de manifestações que venham a descambar para a violência, mas que não são promovidas com o objetivo de destruir o Estado de direito”. - A minha preocupação foi exatamente não abrir brecha para que direitos e garantias que são assegurados pela Constituição fossem vulnerados por uma lei ordinária – disse. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) ressaltou que o projeto de Aloysio Nunes soube muito bem dividir o que é uma manifestação pública ordeira e do Estado democrático de direito e o que é uma manifestação da baderna, do movimento de destruir imóveis públicos e do poder praticar um “terrorismo bolivariano no país”. - Com esse equilíbrio, ele redigiu um texto que é exatamente aquilo que a sociedade brasileira espera do Senado Federal – disse. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) explicou que votar a favor da proposta não significa ser contra os movimentos sociais. O senador disse que os movimentos sociais já estão protegidos pela Constituição, que garante a livre manifestação desses grupos, e ressaltou que o texto aprovado não é de Aloysio, mas sim um trabalho coletivo. Gafi O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) destacou que o argumento utilizado de que o projeto foi elaborado por exigência do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi) é falso. Segundo ele, o que o Gafi pediu foi uma legislação sobre o financiamento do terrorismo e o Brasil já tem três leis que tratam do tema. O senador lembrou ainda que somente cinco países que fazem parte do organismo internacional tipificaram o terrorismo. Lindbergh ressaltou que nem mesmo a ONU conseguiu tipificar o terrorismo, tamanha a complexidade do tema, e defendeu a rejeição da proposta para que o assunto possa ser discutido com mais calma. A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) associou-se a Lindbergh e posicionou-se favorável a um debate mais aprofundado do projeto. http://pt.slideshare.net/profjanaina/apresentao-sobre-o-terrorismo-na-europa. Acessado em 14 nov. 2015 10:51:22 A página atual pode ter sido alterada nesse meio tempo. Saiba mais 1 1. 3. 2. 6. 2. DEFINIÇÃO E ORIGEM DO TERRORISMO. • Não há como fixar uma data na História para o surgimento das primeiras ações terroristas como hoje entendemos. • O que se sabe é que o emprego do terrorismo, no sentido de causar pavor e medo, tanto pode vir dos que se sentem oprimidos ou injustiçados como pode originar-se daqueles que estão por cima e que, com os aparelhos coercitivos do Estado, recorrem a ele como instrumento de intimidação. • O aspecto mais negativo da ação terrorista, de um indivíduo ou do Estado, é o enorme número de vítimas civis que geralmente causam, atingindo indiscriminadamente homens, mulheres e crianças. 3. 7. EXEMPLOS HISTÓRICOS DE AÇÃO TERRORISTA • Reino de Israel dominado pelos romanos (entre os séculos I a.C. e II) Resistência aos romanos pelos zelotes, que tentavam proteger a tradição judaica, e do seu setor mais radical, os sicários, que assassinavam tanto autoridades romanas como hebreus que colaboravam com a ocupação. • Índia sob domínio do Império Britânico (entre 1763 e 1856) Thugs, seita de ladrões e assassinos indianos que atacavam autoridades britânicas e viajantes indianos endinheirados. • França durante o consulado de Bonaparte (1800) Chouans: facção monarquista que preparou um atentando contra Napoleão por meio da “máquina infernal”, uma carroça programada para explodir quando a carruagem dele passasse em direção à Opera. • Na autocracia russa (a partir da décadade 1860 até 1905) Narodniks, movimento populista que cometeu atentados e execuções visando a atingir as autoridades do Czarado, como o assassinato no czar Alexandre II, em 1881, com o objetivo de provocar uma revolução social. 4. 8. • No fim da década de 1960 e durante a década de 1970, o terrorismo era visto como parte de um contexto revolucionário. O uso do termo foi expandido para incluir grupos nacionalistas e étnico-separatistas fora do contexto colonial ou neocolonial, assim como organizações radicais e inteiramente motivadas por ideologia. • A comunidade internacional – inclusive na esfera das Nações Unidas – considerava politicamente legítimas as lutas pela autodeterminação dos povos, legitimando- se portanto o uso da violência política por esses movimentos. 5. 9. • Ações terroristas típicas incluem assassinatos, sequestros, explosões de bombas, matanças indiscriminadas, raptos, aparelhamento e linchamentos. • É uma estratégia política e não militar, e é levada a cabo por grupos que não são fortes o suficiente para efetuar ataques abertos, sendo utilizada em época de paz, conflito e guerra. • A intenção mais comum do terrorismo é causar um estado de medo na população ou em setores específicos da população, com o objetivo de provocar num inimigo (ou seu governo) uma mudança de comportamento. 6. 12. • O Onze de Setembro levou a uma grande transformação no tratamento internacional do terrorismo, que tendeu a institucionalizar-se em um regime internacional. • O Conselho de Segurança, por meio da resolução 1368 de 2001, admitiu a aplicação de medidas de força individual ou coletiva, em nome da legítima defesa, contra os responsáveis pelos atentados. Como estes não são nomeados, houve grande debate jurídico e político em torno das medidas. A invasão do Afeganistão foi lastreada nessa resolução. • Ainda em 2001, a resolução 1373 criou o Comitê de Antiterrorismo (CAT). Os Estados são convocados a colaborarem a prestar informações acerca de medidas antiterroristas. 7. 14. 4. PRINCIPAIS GRUPOS TERRORISTAS NA ATUALIDADE QUE ATUAM NO MUNDO •Al-Qaeda: Com nome que significa “a base” em árabe, essa é a organização terrorista mais conhecida do mundo, sobretudo em razão dos atentados às torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. •Boko Haram: Ela foi fundada em 2002, o significado do seu nome é “a educação não islâmica é pecado”, sendo às vezes traduzido também como “a educação ocidental é pecado”. O Boko Haram é também uma organização antiocidental que objetiva implantar a sharia (lei islâmica) no território da Nigéria. •Hamas: apesar de não ser considerado como um típico grupo terrorista por alguns analistas, o Hamas — sigla em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica” — é temido pela maioria das organizações internacionais e Estados, sendo por isso classificado como tal. •Estado Islâmico (EIIS): o Estado Islâmico no Iraque e na Síria (EIIS) é um grupo terrorista jihadista que age nos dois referidos países, tendo surgido em 2013 como uma dissidência da Al- Qaeda, inspirando-se nesse grupo. 8. 15. •Talibã: o grupo Talibã é um grupo político que atua no Paquistão e no Afeganistão, também preocupado com a aplicação das leis da sharia. O grupo comandou o Afeganistão desde 1996 até 2001, quando os EUA invadiram o país após os atentados de 11 de setembro. •ETA: seu nome é uma abreviação em basco para “Pátria Basca e Liberdade”. Criado em 1959, trata-se de um grupo terrorista separatista que visa à criação de um Estado com a independência do País Basco em relação à Espanha. •IRA: o Exercíto Republicano Irlandês também é um grupo militar separatista que objetiva a separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e sua anexação à República da Irlanda. Surgido no início do século XX e responsável por milhares de mortes por meio de atentados, o grupo depôs armas em 2005 depois de uma negociação firmada na década de 1990. •FARC: as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia é o único entre os grandes grupos terroristas da atualidade a declarar-se de esquerda, tendo surgido em 1964 como um braço informal do Partido Comunista da Colômbia. •Outros grupos: o Emirado do Cáucaso e os Tigres de Liberação do Tâmil Eelam, não constam na lista acima por terem sido recentemente derrotados ou terem perdido seus líderes ou interrompido suas atuações. 9. RASCUNHO PARA UM TRABALHO DE PENAL IV FEITO OR J.G.S EM Ṕ 23/11/2015 PARA O CURSO DE DIREITO IPA Conceito para terrorismo ainda não está definido Saiba como cinco países definem o terrorismo Termo hoje é usado para justificar abusos e exceções às leis; especialistas criticam planos de tipificação no Brasil Senado aprova tipificação do crime de terrorismo com pena de até 30 anos Aumento de penas Manifestações sociais Equilíbrio Gafi
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