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Conceito para terrorismo ainda não está definido
Não existe um conceito único do que seja terrorismo ou ato terrorista. E, justamente por isso, cada 
país tem a sua forma de entender, classificar e punir os ditos atentados terroristas. As conclusões 
estão em reportagem especial de Luciana Alvarez, publicada no último domingo (14/7) pelo portal 
iG.
O texto expõe que a ideia de terrorismo começou a aparecer de forma contundente durante a 
Revolução Francesa, no século XVIII. Segundo o professor Reginaldo Nasser, do Departamento de 
Relações Internacionais da PUC de São Paulo, o terrorismo apareceu quando os jacobinos tomaram 
o poder e levaram os adversários políticos à guilhotina, período que ficou conhecido como Terror. 
Mas naquela época, disse ao iG, os próprios jacobinos usavam o termo terrorismo para definir suas 
políticas, e não de forma de pejorativa.
Hoje, de acordo com o conselheiro de políticas de defesa Jeffrey Record, o conceito dos atos de 
terror são balizados pelo “discurso dos EUA e de Israel sobre formas de violência contra o Estado 
que seriam tão criminosas a ponto de tornar aceitáveis quaisquer métodos de retaliação. Seria uma 
palavra a serviço do status quo. E os Estados, portanto, jamais são vistos como agentes que 
praticam o terrorismo”, conforme escreveu em seu estudo Bounding the Global War on Terrorism.
Por isso é que nas definições atuais nunca é considerada a possibilidade de um Estado cometer um 
ato terrorista. Essa interpretação, segundo Nasser, decorre dos atentados do 11 de setembro de 2001, 
quando a facção Al Qaeda derrubou as Torres Gêmeas, em Nova York, nos Estados Unidos.
A reportagem também discute a possibilidade, hoje em debate no Congresso com a reforma do 
Código Penal, de tipificação do crime de terrorismo. Para o professor de Direito Internacional da 
USP, Geraldo Miniuci, a ideia é “perigosa”. “Rotular alguma ação de terrorista significa abrir a 
possibilidade de flexibilizar os direitos fundamentais daquelas pessoas envolvidas na ação”, afirma. 
Ele explica que a intenção de tipificar o crime de terrorismo pretende transformar uma questão 
puramente política em jurídica. Seria uma decisão política com consequências e implicações graves, 
para o professor: “Quem faz semelhante proposta deve esclarecer por que a faz: para agravar a pena 
ou para suspender direitos e garantias fundamentais dos acusados? Ou as duas coisas?”
Essa falta de parâmetros legais e a amplitude do conceito, no entanto, é que faz com que cada país 
tenha o seu próprio conceito de terrorismo. A reportagem do iG mostra como alguns países definem 
a questão:
Estados Unidos: as próprias agências de segurança divergem na definição. Lá, os ataques de 11 de 
setembro serviram para que o Congresso Nacional aprovasse uma série de medidas que diminuem 
algumas liberdades individuais em nome da guerra contra o terror. O maior exemplo é o Patriot Act. 
A definição mais corrente de terrorismo nos EUA é a de “violência premeditada e politicamente 
motivada contra inocentes perpetrada por grupos subnacionais ou agentes clandestinos”.
Reino Unido: foi das nações afetadas, em sua esfera jurídica, pelos ataques do 11 de setembro. Até 
então, eram os atos do Exército Republicano Irlandês (IRA), grupo paramilitar que luta pela 
reintegração da Irlanda do Norte à República da Irlanda, que representavam o terrorismo na Grã-
Bretanha. Depois dos ataques nos EUA, delimitações cada vez mais amplas foram sendo incluídas 
no rol de atos terroristas, como “sérios danos a propriedades”. 
Espanha: o país tem lei antiterrorismo desde 1894, mas durante a ditadura de Francisco Franco 
(1939-1975) é que a questão ganhou importância no ordenamento jurídico. Naquela época, “grupos 
ou organizações comunistas, anarquistas, separatistas e outros que preconizem ou empreguem a 
violência como instrumento de ação política e social” estavam passíveis de serem punidos até com a 
morte. Depois do regime de Franco, o principal foco do combate ao terror passou a ser o grupo 
separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade), que prega a separação do País Basco da Espanha e que 
alguns dos membros foram condenados a mais de 3 mil anos de prisão justamente por atos 
terroristas. Em 2004, quando a Espanha foi atingida por ataques da Al Qaeda, os atos terroristas 
passaram a ser classificados como “ameaça à ordem e paz públicas”.
Israel: é o país mais sensível à questão. Fundado em 1945 como um Estado para abrigar os judeus 
que emigraram da Europa por causa da II Guerra, em 1948 já tinha uma lei antiterror, a Portaria de 
Prevenção ao Terrorismo, que foi diversas vezes expandida. Hoje, há punições específicas para que 
financia o terrorismo e, se a acusação de terrorismo for feita pelo Estado (por meio de publicação 
em Diário Oficial, por exemplo), cabe ao acusado provar sua inocência.
Colômbia: motivada pela ação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, a lei 
antiterror colombiana é bastante ampla. Na lista, estão coisas como “provocar estado de terror na 
população”, “colocar em perigo a vida, a integridade física ou a liberdade de pessoas”, “perturbar os 
sistemas de transporte coletivo, energia ou comunicações”, “propagar epidemias”, “contaminar 
águas” e até “provocar inundações”. Na Colômbia, as Farc são consideradas um grupo terrorista, 
mas a comunidade internacional não é unânime quanto a isso.
<http://www.conjur.com.br/2013-jul-15/terrorismo-ainda-conceito-definicao-comunidade-
internacional> consultado em 23 de novembro de 2015 às 08:20
Que definição de terrorismo tem sido adotada pelo Brasil?
O Grupo de Trabalho (GT) constituído pela Comissão de
Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), do Conselho de
Governo (organismo do Poder Executivo), composta por integrantes
de vários ministérios civis e militares, – que tem a atribuição de
analisar, estudar e propor soluções de governo para temas de segurança
–, elaborou três definições de terrorismo, que ainda estão
em estudo. A definição genérica elaborada pelo GT da Creden classifica
como terrorismo todo “ato com motivação política ou religiosa,
que emprega força ou violência física ou psicológica, para infundir
terror, intimidando ou coagindo as instituições nacionais, a
população ou um segmento da sociedade”.
A Abin segue a definição específica elaborada pela Creden.
Nela, define-se terrorismo como:
ato de devastar, saquear, explodir bombas, seqüestrar, incendiar,
depredar ou praticar atentado pessoal ou sabotagem, causando
perigo efetivo ou dano a pessoas ou bens, por indivíduos ou
grupos, com emprego da força ou violência, física ou psicológica,
por motivo de facciosismo político, religioso, étnico/racial ou
ideológico, para infundir terror com o propósito de intimidar ou
coagir um governo, a população civil ou um segmento da
sociedade, a fim de alcançar objetivos políticos ou sociais.
Também é o ato de:
Apoderar-se ou exercer o controle, total ou parcialmente, definitiva
ou temporariamente, de meios de comunicação ao público ou
de transporte, portos, aeroportos, estações ferroviárias ou
rodoviárias, instalações públicas ou estabelecimentos destinados
ao abastecimento de água, luz, combustíveis ou alimentos, ou à
satisfação de necessidades gerais e impreteríveis da população.
Trata-se de ação premeditada, sistemática e imprevisível, de
caráter transnacional ou não, que pode ser apoiada por Estados,
realizada por grupo político organizado com emprego de
violência, não importando a orientação religiosa, a causa
ideológica ou a motivação política, geralmente visando destruir
a segurança social, intimidar a população ou influir em decisões
governamentais.
Revista Brasileira de Inteligência / Agência Brasileira de Inteligência. – Vol. 3, n. 4 (set. 2007)
Disponível em: http://www.abin.gov.br consultado em 20 de novembro de 2015 às 13:45
Saiba como cinco países definem o terrorismo
Termo hoje é usado parajustificar abusos e exceções às leis; especialistas criticam planos de 
tipificação no Brasil
Classificar um ato como “terrorista” confere a ele uma carga pesada, como se fosse algo ainda mais 
vil do que os outros tipos de delito. No entanto, não existe um consenso sobre a definição do termo, 
que vem sendo empregado de formas variadas desde a Revolução Francesa (1789-1799).
Diferenças históricas, geográficas e ideológicas marcam o uso da palavra, que atualmente se tornou 
um artifício retórico de governos para justificar perigosas exceções a direitos individuais 
normalmente garantidos por lei, afirmam especialistas.
O conceito de terrorismo, diz o conselheiro de políticas de defesa Jeffrey Record em seu estudo 
"Bounding the Global War on Terrorism" (Delimitando a Guerra Global contra o Terrorismo, em 
tradução livre), está hoje fortemente associado ao “discurso dos EUA e de Israel sobre formas de 
violência contra o Estado que seriam tão criminosas a ponto de tornar aceitáveis quaisquer métodos 
de retaliação. Seria uma palavra a serviço do status quo. E os Estados, portanto, jamais são vistos 
como agentes que praticam o terrorismo". Mas nem sempre foi assim.
Os primeiros registros do uso da palavra datam do período do Terror na Revolução Francesa (1792-
1794), quando os jacobinos assumiram o poder e levaram à guilhotina dezenas de milhares de 
adversários. “Veja o paradoxo: o Estado era terrorista, o termo era usado pelos próprios jacobinos e 
não era pejorativo. Para eles, o terror poderia trazer a liberdade”, afirma o professor Reginaldo 
Nasser, chefe do Departamento de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de 
São Paulo (PUC/SP).
Mesmo mais recentemente, lembra Nasser, regimes como o nazismo e o governo de Stalin, na 
Rússia, foram considerados terroristas. “Mas nas definições dadas pelos agentes políticos hoje, não 
se menciona a possibilidade de um Estado praticar o terrorismo”, diz. Essa mudança de paradigma 
tem como marco os ataques do 11 de Setembro, quando a grande potência ocidental foi atacada pela 
Al-Qaeda, um grupo subnacional, espalhado por diversos países.
Saiba mais: Veja o especial do iG sobre o 11 de Setembro
AP 
Segunda bomba explode perto de linha de chegada da Maratona de Boston (15/4)
Uma das característas que costumam definir o ato terrorista é a consequência psicológica que traz, o 
fato de provocar um temor difuso entre a população ou parte dela. “No ataque em Boston, para citar 
um exemplo recente, foram só três mortos, mas ele teve um impacto de medo bem maior. As 
pessoas ficam pensando que poderia ter acontecido com elas”, afirma Nasser. O terror têm, 
portanto, um peso muito mais simbólico do que a capacidade real de enfraquecer o inimigo.
Ataque em Boston: Veja cronologia dos principais acontecimentos
E é exatamente por essas características que Nasser defende que o terrorismo não deve ser 
tipificado no Código Penal. “Vai virar uma questão jurídica em vez de política”, afirma.
O professor de Direito Internacional da Universidade de São Paulo (USP) Geraldo Miniuci também 
considera perigoso incluir o crime de terrorismo na lei. “Rotular alguma ação de terrorista significa 
abrir a possibilidade de flexibilizar os direitos fundamentais daquelas pessoas envolvidas na ação”, 
afirma.
Miniuci lembra que no Brasil não existe até agora nenhuma lei que qualifique certos atos violentos 
como ação terrorista – e as avaliações são, portanto, pessoais. “Assalto a banco; bomba em estádio 
de futebol; ataque a postos policiais (por exemplo o que fez o PCC em São Paulo em 2006). 
Qualquer uma delas pode ser considerada crime comum ou crime de terrorismo”, diz. 
Segundo ele, introduzir o tipo "crime de terrorismo" na legislação é uma decisão política com 
graves implicações. “Quem faz semelhante proposta deve esclarecer por que a faz: para agravar a 
pena ou para suspender direitos e garantias fundamentais dos acusados? Ou as duas coisas?”, 
questiona.
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-07-14/saiba-como-cinco-paises-definem-o-terrorismo.html
consultado em 18 de novembro de 2015 às 23:47
Convenção Internacional sobre a Supressão
de Atentados Terroristas com Bombas
Artigo 5
Cada Estado Parte adotará as medidas necessárias, inclusive, quando for o caso, a adoção de
legislação interna, para garantir que atos criminosos compreendidos no âmbito desta Convenção, em
especial os que pretendam ou tenham o propósito de criar um estado de terror na população em geral, em
um grupo de pessoas ou em determinadas pessoas, não se possam, em nenhuma circunstância, justificar
por considerações de natureza política, filosófica, ideológica, racial, étnica, religiosa ou de qualquer
natureza semelhante e sejam apenados de forma consistente com sua gravidade. ONU
<http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-
apoio/legislacao/segurancapublica/conv_int_supressao_terrorismo_bombas.pdf.>
consultado em 23 de novembro de 2015 às 09:21
Os trágicos acontecimentos de 11 de setembro também revelaram o perigo potencial das armas de 
destruição em massa nas mãos de agentes não-estatais. O ataque poderia ter sido ainda mais devastador 
se os terroristas tivessem acesso a armas químicas, biológicas e nucleares. Refletindo estas 
preocupações, a Assembleia Geral adotou, em 2002, a Resolução 57/83, primeiro texto contendo medidas 
para impedir terroristas de conseguirem tais armas e seus meios de lançamento.
Infelizmente, grandes ataques terroristas continuaram após o 11 de setembro – incluindo ataques à sede 
da ONU em Bagdá (agosto de 2003); em quatro trens em Madrid (março de 2004); num escritório e em 
apartamentos em Al-Khobar, na Arábia Saudita (maio 2004); no metrô de Londres (julho de 2005); numa 
zona litorânea e num centro comercial em Bali (outubro de 2005); em vários locais de Mumbai (novembro 
2008); nos hotéis Marriott e Ritz-Carlton em Jacarta (julho 2009), e no metrô de Moscou (março 2010), 
para citar apenas alguns.
Como parte do esforço internacional para conter esta onda mortal, a Assembleia Geral adotou por 
unanimidade e lançou, em 2006, a Estratégia Antiterrorista Global da ONU. Baseada na convicção 
fundamental de que o terrorismo, em todas as suas formas, é inaceitável e não pode nunca ser 
justificado, a Estratégia define uma série de medidas específicas para combater o terrorismo em todas 
suas vertentes, em nível nacional, regional e internacional.
Senado aprova tipificação do crime de terrorismo com pena de até 30 anos
O Plenário aprovou, nesta quarta-feira (28), com 38 votos favoráveis e 18 contrários, substitutivo do 
senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 101/2015, que tipifica o 
crime de terrorismo. A proposta prevê pena de reclusão de 16 a 24 anos em regime fechado para quem 
praticar o ato. Mas se o crime resultar em morte, a reclusão será de 24 a 30 anos. O texto voltará a ser 
analisado pelos deputados por ter sido alterado no Senado.
O substitutivo aprovado tipifica o crime de terrorismo como aquele que atenta contra pessoa, 
“mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou 
preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado”. 
De acordo com o texto, é considerado terrorismo político o ato que atentar gravemente contra a 
estabilidade do Estado democrático, com o fim de subverter o funcionamento das instituições.
A alteração defendida por Aloysio Nunes considerava terrorismo político o ato que "atentar 
gravemente contra as instituições democráticas". O senador Valadares explicou que a mudança 
define melhor esse tipo de crime, sem abrir brechas para outras interpretações.
O substitutivo equipara a ato terrorista causar explosão, incêndio, inundação, desabamento ou usar 
gás tóxico, veneno, agente químico, biológico, radiológico ou nuclearem prédio ou local de 
aglomeração ou circulação de pessoas.
Também cometem ato terrorista aqueles que destruírem ou apoderarem-se de aeronave, embarcação 
ou trem de transporte de passageiros ou de carga, instalação de sistema de telecomunicações, de 
geração ou de distribuição de energia elétrica, porto, aeroporto, ferrovia, rodovia, estação 
ferroviária, metroviária ou rodoviária, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, 
instalações onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações militares ou edifício público 
ou privado.
O projeto ainda classifica como terrorismo o ato de interromper ou embaraçar o funcionamento de 
serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública.
Aloysio Nunes ressaltou a importância do PLC 101/2015. Ele afirmou que, no Brasil, houve uma 
abundante produção legislativa sobre terrorismo, mas nunca uma preocupação de definir o que seja 
terrorismo.
Para ele, o crime peca contra a humanidade, mais do que contra os indivíduos que possam vir a ser 
vítimas de atos terroristas, “porque o ato terrorista é uma negação da individualidade, é uma 
negação do ser humano, naquilo que ele tem de único, em nome de uma causa geral”.
Aumento de penas
Se o agente praticar o crime com auxílio de governo estrangeiro ou organização criminosa 
internacional, a pena aumenta em um terço. Se o crime for praticado contra presidente da 
República, vice-presidente da República, presidente da Câmara dos Deputados, presidente do 
Senado Federal, presidente do Supremo Tribunal Federal, chefe de Estado ou de governo 
estrangeiro, chefe de missão diplomática ou consular ou de organização intergovernamental, a pena 
aumenta de um terço à metade.
O condenado pelo crime de terrorismo iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, em 
estabelecimento penal de segurança máxima. O crime será inafiançável e insuscetível de graça ou 
anistia.
O texto do substitutivo ressalta que todos os crimes previstos no projeto são praticados contra o 
interesse da União, cabendo à Justiça Federal o seu processamento e julgamento. 
Em relação ao crime de financiamento do terrorismo, a pena de reclusão proposta é de 12 a 20 anos 
e multa. Quem fizer, publicamente, apologia de ato de terrorismo ou de autor de ato terrorista 
cumprirá pena de reclusão de 3 a 8 anos. Já a pena de reclusão para aqueles que recrutarem 
indivíduos para praticar o ato será de dez a 16 anos.
Manifestações sociais
A maior polêmica sobre a proposta foi em relação ao parágrafo que exclui da aplicação da lei 
manifestações políticas e movimentos sociais ou reivindicatórios. Nos termos do proposto 
inicialmente no PLC 101/2015, estariam excluídas do tipo penal do terrorismo as “pessoas em 
manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria 
profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, 
protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais”.
Aloysio Nunes Ferreira retirou esse parágrafo e destacou que, “em um Estado democrático de 
direito, as manifestações e reivindicações sociais, sejam elas coletivas ou individuais, não têm outra 
forma de serem realizadas senão de maneira pacífica e civilizada”.
Para diversos senadores, a retirada do parágrafo poderia atacar os movimentos sociais e a liberdade 
de expressão. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) chegou a afirmar que a proposta aprovada é 
muito ampla e ambígua e poderá ser usada “para criminalizar movimentos sociais e vozes 
dissidentes”.
Os senadores Antonio Carlos Valadares (PSB-PE), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Randolfe 
Rodrigues (Rede-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Telmário Mota (PDT-
RR) foram à tribuna para defender a volta do parágrafo como forma de proteção dos movimentos 
sociais.
- Por estar convencida que o projeto pode trazer mais problemas do que soluções é que acho que 
deveríamos maturar o debate – disse Grazziotin.
A polêmica sobre o tema foi tanta que os petistas votaram contra a orientação do líder do governo, 
Delcídio do Amaral (PT-MS).
Equilíbrio
Aloysio Nunes ressaltou que buscou compatibilizar a necessidade de reprimir o crime de terrorismo 
e a necessidade de preservação dos espaços de atuação democrática dos cidadãos, de manifestações 
pacíficas “ou mesmo de manifestações que venham a descambar para a violência, mas que não são 
promovidas com o objetivo de destruir o Estado de direito”.
- A minha preocupação foi exatamente não abrir brecha para que direitos e garantias que são 
assegurados pela Constituição fossem vulnerados por uma lei ordinária – disse.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) ressaltou que o projeto de Aloysio Nunes soube muito bem 
dividir o que é uma manifestação pública ordeira e do Estado democrático de direito e o que é uma 
manifestação da baderna, do movimento de destruir imóveis públicos e do poder praticar um 
“terrorismo bolivariano no país”.
- Com esse equilíbrio, ele redigiu um texto que é exatamente aquilo que a sociedade brasileira 
espera do Senado Federal – disse.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) explicou que votar a favor da proposta não significa ser 
contra os movimentos sociais. O senador disse que os movimentos sociais já estão protegidos pela 
Constituição, que garante a livre manifestação desses grupos, e ressaltou que o texto aprovado não é 
de Aloysio, mas sim um trabalho coletivo.
Gafi 
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) destacou que o argumento utilizado de que o projeto foi 
elaborado por exigência do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi) é falso. Segundo ele, o 
que o Gafi pediu foi uma legislação sobre o financiamento do terrorismo e o Brasil já tem três leis 
que tratam do tema. O senador lembrou ainda que somente cinco países que fazem parte do 
organismo internacional tipificaram o terrorismo.
Lindbergh ressaltou que nem mesmo a ONU conseguiu tipificar o terrorismo, tamanha a 
complexidade do tema, e defendeu a rejeição da proposta para que o assunto possa ser discutido 
com mais calma.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) associou-se a Lindbergh e posicionou-se favorável a um debate 
mais aprofundado do projeto.
 http://pt.slideshare.net/profjanaina/apresentao-sobre-o-terrorismo-na-europa. Acessado em 14 nov. 2015 
10:51:22 
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1
1. 3. 
2. 6. 2. DEFINIÇÃO E ORIGEM DO TERRORISMO. • Não há como fixar uma data na 
História para o surgimento das primeiras ações terroristas como hoje entendemos. • O que se 
sabe é que o emprego do terrorismo, no sentido de causar pavor e medo, tanto pode vir dos 
que se sentem oprimidos ou injustiçados como pode originar-se daqueles que estão por cima 
e que, com os aparelhos coercitivos do Estado, recorrem a ele como instrumento de 
intimidação. • O aspecto mais negativo da ação terrorista, de um indivíduo ou do Estado, é o 
enorme número de vítimas civis que geralmente causam, atingindo indiscriminadamente 
homens, mulheres e crianças. 
3. 7. EXEMPLOS HISTÓRICOS DE AÇÃO TERRORISTA • Reino de Israel dominado pelos 
romanos (entre os séculos I a.C. e II) Resistência aos romanos pelos zelotes, que tentavam 
proteger a tradição judaica, e do seu setor mais radical, os sicários, que assassinavam tanto 
autoridades romanas como hebreus que colaboravam com a ocupação. • Índia sob domínio 
do Império Britânico (entre 1763 e 1856) Thugs, seita de ladrões e assassinos indianos que 
atacavam autoridades britânicas e viajantes indianos endinheirados. • França durante o 
consulado de Bonaparte (1800) Chouans: facção monarquista que preparou um atentando 
contra Napoleão por meio da “máquina infernal”, uma carroça programada para explodir 
quando a carruagem dele passasse em direção à Opera. • Na autocracia russa (a partir da 
décadade 1860 até 1905) Narodniks, movimento populista que cometeu atentados e 
execuções visando a atingir as autoridades do Czarado, como o assassinato no czar 
Alexandre II, em 1881, com o objetivo de provocar uma revolução social. 
4. 8. • No fim da década de 1960 e durante a década de 1970, o terrorismo era visto como parte 
de um contexto revolucionário. O uso do termo foi expandido para incluir grupos 
nacionalistas e étnico-separatistas fora do contexto colonial ou neocolonial, assim como 
organizações radicais e inteiramente motivadas por ideologia. • A comunidade internacional 
– inclusive na esfera das Nações Unidas – considerava politicamente legítimas as lutas pela 
autodeterminação dos povos, legitimando- se portanto o uso da violência política por esses 
movimentos. 
5. 9. • Ações terroristas típicas incluem assassinatos, sequestros, explosões de bombas, 
matanças indiscriminadas, raptos, aparelhamento e linchamentos. • É uma estratégia política 
e não militar, e é levada a cabo por grupos que não são fortes o suficiente para efetuar 
ataques abertos, sendo utilizada em época de paz, conflito e guerra. • A intenção mais 
comum do terrorismo é causar um estado de medo na população ou em setores específicos 
da população, com o objetivo de provocar num inimigo (ou seu governo) uma mudança de 
comportamento. 
6. 12. • O Onze de Setembro levou a uma grande transformação no tratamento internacional do 
terrorismo, que tendeu a institucionalizar-se em um regime internacional. • O Conselho de 
Segurança, por meio da resolução 1368 de 2001, admitiu a aplicação de medidas de força 
individual ou coletiva, em nome da legítima defesa, contra os responsáveis pelos atentados. 
Como estes não são nomeados, houve grande debate jurídico e político em torno das 
medidas. A invasão do Afeganistão foi lastreada nessa resolução. • Ainda em 2001, a 
resolução 1373 criou o Comitê de Antiterrorismo (CAT). Os Estados são convocados a 
colaborarem a prestar informações acerca de medidas antiterroristas. 
 
7. 14. 4. PRINCIPAIS GRUPOS TERRORISTAS NA ATUALIDADE QUE ATUAM NO 
MUNDO •Al-Qaeda: Com nome que significa “a base” em árabe, essa é a organização 
terrorista mais conhecida do mundo, sobretudo em razão dos atentados às torres do World 
Trade Center, em 11 de setembro de 2001. •Boko Haram: Ela foi fundada em 2002, o 
significado do seu nome é “a educação não islâmica é pecado”, sendo às vezes traduzido 
também como “a educação ocidental é pecado”. O Boko Haram é também uma organização 
antiocidental que objetiva implantar a sharia (lei islâmica) no território da Nigéria. •Hamas: 
apesar de não ser considerado como um típico grupo terrorista por alguns analistas, o Hamas 
— sigla em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica” — é temido pela maioria das 
organizações internacionais e Estados, sendo por isso classificado como tal. •Estado 
Islâmico (EIIS): o Estado Islâmico no Iraque e na Síria (EIIS) é um grupo terrorista jihadista 
que age nos dois referidos países, tendo surgido em 2013 como uma dissidência da Al-
Qaeda, inspirando-se nesse grupo. 
8. 15. •Talibã: o grupo Talibã é um grupo político que atua no Paquistão e no Afeganistão, 
também preocupado com a aplicação das leis da sharia. O grupo comandou o Afeganistão 
desde 1996 até 2001, quando os EUA invadiram o país após os atentados de 11 de setembro. 
•ETA: seu nome é uma abreviação em basco para “Pátria Basca e Liberdade”. Criado em 
1959, trata-se de um grupo terrorista separatista que visa à criação de um Estado com a 
independência do País Basco em relação à Espanha. •IRA: o Exercíto Republicano Irlandês 
também é um grupo militar separatista que objetiva a separação da Irlanda do Norte do 
Reino Unido e sua anexação à República da Irlanda. Surgido no início do século XX e 
responsável por milhares de mortes por meio de atentados, o grupo depôs armas em 2005 
depois de uma negociação firmada na década de 1990. •FARC: as Forças Armadas 
Revolucionárias da Colômbia é o único entre os grandes grupos terroristas da atualidade a 
declarar-se de esquerda, tendo surgido em 1964 como um braço informal do Partido 
Comunista da Colômbia. •Outros grupos: o Emirado do Cáucaso e os Tigres de Liberação do 
Tâmil Eelam, não constam na lista acima por terem sido recentemente derrotados ou terem 
perdido seus líderes ou interrompido suas atuações. 
9.
RASCUNHO PARA UM TRABALHO DE PENAL IV FEITO OR J.G.S EM Ṕ
23/11/2015 PARA O CURSO DE DIREITO IPA
	Conceito para terrorismo ainda não está definido
	Saiba como cinco países definem o terrorismo
	Termo hoje é usado para justificar abusos e exceções às leis; especialistas criticam planos de tipificação no Brasil
	Senado aprova tipificação do crime de terrorismo com pena de até 30 anos
	Aumento de penas
	Manifestações sociais
	Equilíbrio
	Gafi

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