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CIPE ENFERMAGEM - LIVRO

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A CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRÁTICA DE 
ENFERMAGEM - CIPE® NO ENSINO DE GRADUAÇÃO 
 
 
 
Sheila Coelho Ramalho Vasconcelos Morais
1
; Maria Zélia de Araújo Madeira
2
; Ana 
Maria Ribeiro dos Santos
3
 
 
INTRODUÇÃO 
A utilização do processo de enfermagem como instrumento metodológico para 
organizar o cuidado de enfermagem no âmbito hospitalar, ainda é um desafio para o 
enfermeiro e sua equipe, tendo em vista as dificuldades operacionais com que esses 
profissionais se defrontam para a sua aplicabilidade. Este fato é descrito por Campelo et 
al (2008) e Takahashi et al (2008), que mencionam, a sobrecarga de trabalho, déficit de 
profissional, impresso inadequado, falta de tempo e de recursos, como elementos que 
dificultam a implantação do processo de enfermagem na instituição de saúde. 
Assim, o processo de enfermagem é um modelo sistemático para planejar uma 
assistência individualizada com base nas necessidades específicas do paciente. De 
acordo com Horta (1979), o processo de enfermagem compreende uma dinâmica de 
ações sistematizadas e inter-relacionadas em seis etapas: histórico de enfermagem, 
diagnóstico de enfermagem, plano assistencial, plano de cuidados ou prescrição de 
enfermagem, evolução e prognóstico. 
Para Nóbrega e Silva (2008, 2009), a primeira fase do processo de enfermagem, 
a coleta de dados, direciona o cuidado, pois uma vez realizado a aquisição de 
informações do paciente, o enfermeiro identifica os diagnósticos e planeja as 
intervenções de enfermagem. Então, o diagnóstico, segunda etapa do processo, é 
considerado uma etapa complexa por exigir a habilidade cognitiva, experiência e 
conhecimento científico do enfermeiro para fazer o julgamento e interpretações sobre os 
dados objetivos e subjetivos para levantar os diagnósticos de enfermagem. Em seguida, 
vem o planejamento da assistência, em que se estabelecem os objetivos e as estratégias 
para elaborar as ações de enfermagem a serem implementadas. A quarta etapa do 
processo de enfermagem consiste na execução do plano de cuidado estabelecido e 
realizado pelo enfermeiro juntamente com o paciente e os demais profissionais de 
 
1 Mestre em Enfermagem e docente do curso de graduação em enfermagem da UFPI. 
2 Mestre em Educação e docente do curso de graduação em enfermagem da UFPI. 
3 Mestre em Enfermagem e docente do curso de graduação em enfermagem da UFPI e da Faculdade de 
Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí – NOVAFAPI. 
saúde. A última etapa compreende a avaliação da assistência, que tem como finalidade 
avaliar a assistência prestada. 
No intuito de garantir a execução do processo de enfermagem, o Conselho 
Federal de Enfermagem - COFEN, através da Resolução n
o
 272/2002, tornou 
obrigatória a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, em toda instituição 
de saúde pública e privada. Atualmente, esta resolução foi revogada pela Resolução nº 
358/2009, que trata da Sistematização da Assistência de Enfermagem e a 
implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em 
que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem (COFEN, 2002; COFEN, 2009). 
A Resolução nº 358/2009 do COFEN, conceitua o processo de enfermagem em 
cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, sendo elas: Coleta de 
dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnóstico de Enfermagem; 
Planejamento de Enfermagem; Implementação e Avaliação de Enfermagem. Para tanto, 
o processo de enfermagem precisa estar pautado num suporte teórico com a finalidade 
de orientar a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o 
planejamento das ações ou intervenções de enfermagem. 
Desta forma, para implementar o processo de enfermagem, o enfermeiro tem a 
sua disposição os sistemas de classificação, sendo os mais utilizados e conhecidos a 
Taxomonia II da NANDA Internacional; a Classificação das Intervenções de 
Enfermagem - NIC; a Classificação dos Resultados de Enfermagem - NOC; o Sistema 
OMAHA; o Sistema de Classificação de Cuidados Clínicos - CCC, anteriormente 
denominado de Classificação dos Cuidados Domiciliares de Saúde - HHCC; e a 
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem - CIPE®. Os enfermeiros, em 
âmbito mundial, têm utilizado os sistemas de classificação para a prática de 
enfermagem com o desafio de universalizar sua linguagem, evidenciando os elementos 
de sua prática que compreendem os diagnósticos de enfermagem, os resultados 
esperados e as ações de enfermagem (NÓBREGA, GARCIA, 2005). 
A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem é um instrumento 
de informações para descrever a prática de enfermagem e, conseqüentemente, prover 
dados que representem essa prática nos sistemas de informação em saúde. Consiste em 
uma classificação de fenômenos, ações e resultados aos cuidados de enfermagem, que 
descrevem a prática desta profissão, com o propósito de facilitar a comunicação entre 
todos os profissionais, uma vez que passará a existir a uniformização da mesma; 
facilitará a investigação; resultará em dados para a tomada de decisões, (políticas de 
saúde, enfermagem, entre outras); dará visibilidade às práticas dos enfermeiros e 
contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados (SILVA et al, 2008, 2009). 
Nesse sentido, no ano de 2008, a Organização Mundial de Saúde – OMS 
aprovou a inclusão da CIPE® no grupo ou “família” de classificações internacionais da 
OMS, por se tratar de um conjunto de modos de classificação que podem ser utilizadas 
de forma integrada para comparar informações e dados de saúde no plano nacional e 
internacional. 
Em virtude dessa aprovação no âmbito mundial e principalmente o empenho da 
Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) em desenvolver e divulgar estudos 
científicos sobre o uso da CIPE® no cenário brasileiro, emergiu uma inquietação e um 
questionamento, como docentes do Departamento de Enfermagem da Universidade 
Federal do Piauí (UFPI), em como aplicar o processo de enfermagem utilizando a 
CIPE® versão 1.0 para planejar o cuidado nas disciplinas Fundamentação Básica de 
Enfermagem II e Enfermagem nas Cirurgias e Emergências? 
Para responder a tal inquietação, iniciou-se, no primeiro semestre de 2009, a 
experiência de ensinar a aplicação da CIPE® versão 1.0 na disciplina Fundamentação 
Básica de Enfermagem II, concomitantemente com a disciplina Enfermagem nas 
Cirurgias e Emergências. Para aprofundar o conhecimento da utilização desse sistema 
de classificação, elaborou-se em um hospital de ensino, um Projeto de Extensão, 
intitulado “Orientando o paciente em situação cirúrgica para diferenciar o cuidado. Por 
todo este contexto, o objetivo deste capítulo é relatar a experiência da utilização da 
CIPE® - versão 1.0, por docentes de enfermagem, como um elemento facilitador para 
aplicação do processo de enfermagem. 
 
DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA 
A proposta de aplicar a CIPE® versão1.0, no 5
o
 período do Curso de Graduação 
em Enfermagem da UFPI aconteceu na disciplina Fundamentação Básica de 
Enfermagem II. Para tal feito, esse sistema de classificação foi apresentado à 
coordenadora do curso e aos alunos da referida disciplina no início do período letivo do 
ano de 2009, no intuito de uniformizar uma linguagem comum para a prática de 
enfermagem no âmbito hospitalar. Assim, iniciou-se a caminhada com a CIPE® no 
meio acadêmico, pontuando para o corpo discente que seria uma experiência 
compartilhada em que docentes e discentes estariam juntos no mesmo processo de 
aprender a aprender. 
Nesse sentido, a utilização da CIPE® versão 1.0, na disciplina Fundamentação 
Básica de Enfermagem II,foi introduzida no primeiro semestre de março de 2009, 
durante as aulas teóricas e teórico-práticas no laboratório de enfermagem da UFPI, 
assim como na prática assistencial no âmbito hospitalar. Para facilitar o aprendizado, da 
CIPE® versão 1.0, a mesma foi aplicada em dois momentos. Inicialmente, nas aulas 
teórico-práticas, utilizaram-se situações hipotéticas (APÊNDICE A) relacionadas aos 
conteúdos programáticos da disciplina com a finalidade de proporcionar ao aluno o 
raciocínio clínico e a habilidade de planejar a assistência de enfermagem com base nas 
necessidades humanas básicas. 
Os assuntos teóricos explorados nas situações hipotéticas das aulas teórico-
práticas foram: terapia endovenosa, aspiração de secreção das vias aéreas superiores, 
feridas e curativos, sonda nasogástrica, cateterismo vesical, lavagem intestinal e 
cuidados de enfermagem no processo de morte e morrer. No segundo momento, os 
discentes aplicaram a CIPE® versão 1.0 no âmbito hospitalar para o planejamento do 
cuidado ao paciente. 
O material didático adotado foi o livro da CIPE® versão 1.0 (2007), que define 
os sete eixos, sendo: foco, área de atenção relevante para a enfermagem; julgamento, 
opinião clínica ou determinação relacionada ao foco da prática de enfermagem; cliente, 
sujeito ao qual o diagnóstico se refere, sendo o recipiente de uma intervenção; ação, 
processo intencional aplicado a um cliente; meios, método de desempenhar uma 
intervenção; localização, orientação anatômica e espacial de um diagnóstico ou 
intervenção; tempo, duração ou período de uma ocorrência. 
Para compor uma declaração do catálogo CIPE®, utiliza-se os diagnósticos de 
enfermagem, intervenções de enfermagem e resultados de enfermagem. Para compor o 
diagnóstico e resultado de enfermagem, utiliza-se ao menos um termo do eixo foco e 
um do julgamento, podendo incluir outros termos adicionais. Na elaboração das 
intervenções de enfermagem, é recomendada a inclusão de um termo ação e ao menos 
um termo alvo, que pode ser qualquer outro eixo com exceção do julgamento (CIE, 
2007). 
A outra estratégia foi proporcionar ao discente a vivência de aplicar esse sistema 
de classificação durante as aulas práticas no âmbito hospitalar, no período de maio a 
julho de 2009. A partir desse momento, as discussões se aprofundaram, o que resultou 
na elaboração de planos de cuidados pelos acadêmicos de enfermagem, os quais 07 
foram encaminhados e aprovados para apresentação no 61ª Congresso Brasileiro de 
Enfermagem. 
Assim, a experiência de começar com a disciplina Fundamentação Básica de 
Enfermagem II, colaborou de maneira positiva na instrumentalização das docentes em 
como utilizar a CIPE® versão 1.0 na disciplina Enfermagem nas Cirurgias e 
Emergência, entendendo-se que o processo de enfermagem, a partir da Sistematização 
da Assistência de Enfermagem (SAE), permite um cuidado individualizado. Para 
Nóbrega e Garcia (2009), sistematizar significa tornar algo ordenado, metódico e a 
Sistematização da Assistência de Enfermagem, proporciona a organização, orientação 
do cuidado, como também documenta e torna visível a participação da enfermagem na 
atenção à saúde da população. 
Chistóforo e Carvalho (2009), afirmam que a importância da qualidade da 
assistência de enfermagem ao paciente cirúrgico se dá através da utilização do processo 
de enfermagem a partir da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem 
Perioperatório (SAEP). A SAEP é um processo que objetiva a promoção, manutenção e 
recuperação da saúde do paciente e da comunidade, devendo ser desenvolvido pelo 
Enfermeiro com base nos conhecimentos técnicos e científicos inerentes a profissão. 
Esta sistematização requer desse profissional o interesse em conhecer o paciente como 
indivíduo, utilizando para isso seus conhecimentos e habilidades, além de orientação e 
treinamento da equipe de enfermagem para a implementação das ações sistematizadas e 
integradas com a equipe para a realização dos cuidados de enfermagem (SOBECC, 
2009). 
Diante desse contexto, ao final do primeiro semestre de 2009, as docentes 
elaboraram o Projeto de Extensão “Orientando o paciente em situação cirúrgica para 
diferenciar o cuidado”, tendo como fundamentação a CIPE® versão 1.0 e a SAEP. O 
Projeto de Extensão foi aprovado pela UFPI no dia 08 de setembro de 2009 sob 
Registro nº 08-CS-2009 e pela instituição de assistência à saúde sob Protocolo nº 
398609. Para sua execução, as professoras realizaram a seleção dos discentes e um 
treinamento de como aplicar a SAEP (APÊNDICE B) com base na CIPE® versão 1.0. 
No segundo semestre de 2009, iniciou-se o Projeto de Extensão nas Clínicas 
Cirúrgica I, Ginecologia e Urologia do hospital de ensino. Para tanto, os discentes 
juntamente com as professoras realizaram um teste piloto na primeira semana do mês de 
setembro para validar o impresso da visita pré-operatória de enfermagem (APÊNDICE 
C). Em seguida, desenvolveu-se uma discussão científica pautada em artigos científicos 
sobre a assistência de enfermagem perioperatória e a utilização da CIPE® versão 1.0, 
como um sistema de classificação que possibilita uniformizar e estabelecer uma 
linguagem comum que represente a prática de enfermagem. 
Após essa fase de teste piloto, os alunos foram distribuídos em cinco equipes 
com 3 alunos. Cada equipe realiza a sistematização do cuidado de enfermagem aos 
pacientes no pré e pós-operatório da Clínica Cirúrgica I, duas vezes por semana no 
turno da tarde. O grupo decidiu iniciar somente nessa clínica em virtude do maior 
número de internação para tratamento cirúrgico, pois são realizados 08 procedimentos 
cirúrgicos/dia, totalizando 32 cirurgias por semana, sendo as mais freqüentes: 
colecistectomia (laparoscópica e convencional); herniorrafia (inguinal, hiato, umbilical 
e incisional); tireiodectomia; lobectomia pulmonar; gastroenteroanastomose; 
enteroanastomose; pleurostomia e hemorroidectomia. 
A sistematização do cuidado de enfermagem foi realizada aos pacientes 
admitidos na Clínica Cirúrgica I para os mais variados procedimentos cirúrgicos, porém 
será dado a ênfase naqueles em pré-operatório de colecistectomia laparoscópica e 
convencional e herniorrafia. Dessa forma, foram realizadas 34 visitas pré-operatórias 
aos pacientes de colecistectomia no período de setembro a outubro de 2009, com 14 
diagnósticos de enfermagem. Os diagnósticos mais freqüentes foram a Ansiedade atual, 
Hipertensão arterial atual e Sono comprometido. Os de menor freqüência foram: náusea 
atual, padrão de eliminação intestinal comprometido e padrão alimentar diminuído. 
Nos pacientes que se encontravam no pré-operatório de herniorrafia, foram 
realizadas 14 visitas pré-operatória, e identificou-se 13 diagnósticos de enfermagem. 
Em ambas as cirurgias relacionadas, houve coincidências de alguns diagnósticos de 
enfermagem, com maior proporção a Ansiedade atual, Hipertensão arterial atual, Sono 
comprometido e Dor abdominal atual. 
O quadro demonstrativo nº1, ilustra os diagnósticos de enfermagem mais 
encontrados no pré-operatório de colecistectomia e no quadro nº2 são listados os 
diagnósticos de enfermagem de pacientes no pré-operatório de tratamento cirúrgico de 
herniorrafia, seguindo a nomenclatura CIPE, versão 1.0. 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES NO PRÉ-OPERATÓRIO 
DE COLECISTECTOMIA 
Nº % 
Ansiedade atual 13 38,2 
Hipertensão arterial atual 8 23,5 
Sono comprometido 8 23,5 
Dor abdominal atual 8 23,5 
Medo atual 7 20,6 
Dor no estomago atual 3 8,8 
Edema de pernas e pés atual 3 8,8 
Padrão alimentar normal 3 8,8 
Icterícia atual 2 5,9 
Padrão de eliminação urinário comprometido 2 5,9 
Padrão de higienecomprometido 2 5,9 
Náusea atual 1 2,9 
Padrão de eliminação intestinal anormal 1 2,9 
Padrão alimentar diminuído 1 2,9 
Quadro 1 – Diagnóstico de enfermagem de pacientes no período pré-operatório de colecistectomia, set.out., 2009. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES NO PRÉ-OPERATÓRIO 
DE HERNIORRAFIA 
Nº % 
Ansiedade atual 7 38,8 
Hipertensão arterial atual 4 22,2 
Dor atual 4 22,2 
Sono comprometido 3 16,6 
Medo atual 3 16,6 
Padrão de eliminação intestinal anormal 3 16,6 
Disúria atual 2 11,1 
Dor no estomago atual 1 5,5 
Padrão de eliminação urinário comprometido 1 5,5 
Padrão de higiene comprometido 1 5,5 
Dor na articulação das pernas e pés 1 5,5 
Padrão de hidratação comprometida 1 5,5 
Obstipação atual 1 5,5 
Quadro 2 – Diagnóstico de enfermagem de pacientes no período pré-operatório de herniorrafia, set.out., 2009. 
 
Na presente investigação, o diagnóstico de enfermagem Ansiedade atual 
caracterizou-se pelo procedimento cirúrgico. O paciente cirúrgico e a família enfrenta 
uma situação desconfortável pela proximidade da cirurgia, muitas vezes não tem 
conhecimento suficiente sobre o preparo, as rotinas e os cuidados pós-operatórios, 
gerando incertezas. Desse modo, encorajar o paciente verbalizar suas emoções e 
dúvidas a respeito do procedimento poderá melhorar sua compreensão e minimizar seu 
estresse, sua ansiedade. 
De acordo com Spielberger (1981) o estado de ansiedade é uma reação 
emocional percebida pela consciência e caracterizada por sentimentos subjetivos de 
tensão, apreensão nervosismo e preocupação intensificando a atividade do sistema 
nervoso autônomo. Estas respostas incluem alteração da freqüência cardíaca, do padrão 
respiratório e da pressão arterial, inquietação, estremecimentos, tremores e aumento da 
sudorese. 
Ao analisar o diagnóstico, entendemos que o paciente cirúrgico apresenta 
ansiedade devido à situação nova em que se encontra. Compete à enfermagem ajuda-lo 
a desenvolver mecanismos de enfretamento, evidenciando a necessidade de uma 
avaliação e intervenção que sejam embasadas cientificamente. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ao realizar este relato partiu-se do pressuposto de que a utilização do processo 
de enfermagem como instrumento metodológico para organizar o cuidado de 
enfermagem é fundamental para que a profissão conquiste mais visibilidade nos 
diversos campos de atuação profissional. Nesse sentido, compreendeu-se também que 
para acontecer as sonhadas mudanças na prática assistencial do enfermeiro, as 
transformações devem iniciar no processo de formação. Assim sendo, o aprendizado 
constante e a construção contínua de um novo olhar de docentes e discentes são 
elementos que podem facilitar uma visão mais ampliada da profissão. 
Neste panorama, constatou-se que a utilização da CIPE® como um sistema de 
classificação é compatível com o ensino da sistematização da assistência de 
enfermagem. Ressaltando-se, porém, a necessidade de aprofundar estudos de sua 
utilização, com maior especificidade, durante a progressão do Curso de Graduação, 
oportunizando espaços para torná-la um instrumental tecnológico útil à prática nos 
diferentes locais de prestação de cuidados de enfermagem. 
É importante salientar mais uma vez, que no ano de 2008, a CIPE® foi incluída 
no grupo das classificações internacionais da OMS. Portanto, acredita-se que, 
provavelmente, passará a ser utilizada de forma integrada para comparar informações e 
dados de saúde no plano nacional e internacional. 
 
RESUMO: Trata-se de um relato de experiência sobre a Classificação Internacional 
para a Prática de Enfermagem – CIPE®, versão 1.0 nas disciplinas Fundamentação 
Básica de Enfermagem II e Enfermagem nas Cirurgias e Emergências do Curso de 
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí. O objetivo do trabalho é 
relatar a experiência da utilização da CIPE® - versão 1.0, por docentes de enfermagem, 
como um elemento facilitador para aplicação do processo de enfermagem. 
Descritores: Processos de enfermagem. Diagnóstico de enfermagem. Cuidados de 
Enfermagem. Ensino. 
 
PARA REFLEXÃO 
São apresentadas questões didáticas sobre a utilização do processo de enfermagem 
seguindo a nomenclatura CIPE, versão 1.0. Assim, utilize o texto para responder as 
seguintes perguntas: 
1. Qual a importância da aplicação do processo de enfermagem utilizando a CIPE 
®versão 1.0 para a aquisição das habilidades e competências necessárias para a 
formação do enfermeiro? 
 
2. Situação Hipotética. A Srta. D.M.P. de 25 anos entrou no serviço de urgência 
referindo queda de moto. No momento encontra-se consciente, orientada, fásica, 
apresenta ferida traumática em MID com presença de sangramento abundante e 
resíduos de areia resultante do impacto no solo. Observa-se ainda que a usuária 
apresenta expressão facial de dor. 
 
Diante da situação hipotética apresentada, construa os diagnósticos de enfermagem 
de acordo com a CIPE ®versão 1.0. 
 
 
3. Situação Hipotética. O Sr. L.P.O de 53 anos aguarda procedimento cirúrgico de 
colecistectomia com exploração de vias biliares (EVB). No momento segue ansioso 
em relação à cirurgia, evoluindo com hipertensão arterial de 160x110 mmHg, 
normocárdico, afebril e eupnéico. Relata ser esta a segunda intervenção cirúrgica a 
que é submetido, sendo que a primeira faz menos de 02 anos, tendo realizado 
herniorrafia inguinal D. Em relação às eliminações fisiológicas, informa ter 
dificuldade para evacuar e apresenta disúria em algumas micções. Refere ainda ser 
alérgico a medicação ácido acetilsalisílico. 
 
Diante da situação hipotética apresentada, construa os diagnósticos de enfermagem 
de acordo com a CIPE ®versão 1.0. 
 
REFERÊNCIAS 
1. CAMPELO, A.S.S.; CAPUCHO, A.C.M.V.; TORRES, L.S. Conhecimento da 
equipe de enfermagem sobre a Prescrição de Enfermagem em um hospital público 
de Teresina- PI. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Graduação em 
Enfermagem. Teresina: NOVAFAPI, 2008.48p. 
2. CHRISTOFORO, B. E. B.; CARVALHO, D. S. Cuidados de enfermagem realizados 
ao paciente cirúrgico no período pré-operatório. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2009, 
v.43, n.1, pp. 14-22. 
3.CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução 272, de 27 de 
agosto de 2002. Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) nas 
Instituições de Saúde Brasileiras, Rio de Janeiro: COFEN, 2002. Disponível em: 
<http://www.portalcofen.gov.br/2007/. Acesso em: 08 nov. 2009. 
4. ___________. Resolução COFEN nº 358, de 15 de outubro de 2009. Sistematização 
da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em 
ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de 
Enfermagem, e dá outras providências Disponível em: 
<http://www.portalcofen.gov.br/2007/. Acesso em: 08 nov. 2009. 
5. CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM. Classificação 
Internacional para a Prática de Enfermagem: versão 1.0. São Paulo: Algol; 2007 
6. GARCIA, T.R.; NÓBREGA, M. M. L. Processo de enfermagem: da teoria à prática 
assistencial e de pesquisa. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 13, n.1 p. 
188-193, 2009. 
7. HORTA, W.A. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU 1979 
8. NÓBREGA, M. M.L; SILVA, K.L. Fundamentos do cuidar em enfermagem. 2. 
ed. Belo Horizonte: ABEn, 2008/2009. 
9. NÓBREGA, M. M.L., RIBEIRO, T.G. Perspectivas de incorporação da Classificação 
Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) no Brasil. Rev Bras Enferm, v. 
58, n.2, p.227-30, 2005. 
10. SILVA, K.L. et al. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem - 
CIPE®. In: NOBREGA, M.M.L; SILVA, K.L. Fundamentos do Cuidar em 
Enfermagem. 2edição, Belo Horizonte: ABEn, 2008/2009.11. SOBECC. Práticas Recomendadas da SOBECC. Centro Cirúrgico/ Recuperação 
Anestésica/ Central de Material e Esterilização. 5. ed. São Paulo: 2009. 
13. SPIELBERGER, C. Tensão e ansiedade. Nova Deli: Harper e Row do Brasil; 
1981. 
12. TAKAHASHI, A.A. et al. Dificuldades e facades apontadas por enfermeiras de um 
hospital de ensino na execução do processo de enfermagem. Acta Paulista de 
Enfermagem, v.21, n.1, p.32-38, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE A – Resposta da situação hipotética utilizada na aula teórico-prático sobre 
feridas 
 
 
Situação Hipotética. A Srta. D.M.P de 25 anos, deu entrada no serviço de urgência 
referindo queda de moto. No momento encontra-se consciente, orientada, fásica, 
apresenta ferida traumática em MID (com presença de sangramento abundante e 
resíduos de areia resultante do impacto no solo. Observa-se ainda que ela apresenta 
expressão facial de dor. 
 
 Diante da situação hipotética apresentada, construa os diagnósticos de enfermagem de 
acordo com a CIPE ®versão 1.0. 
 
RESPOSTA 
 
 
FOCO JULGAMENTO LOCALIZAÇÃO DIAGNÓSTICO DE 
ENFERMAGEM 
Ferida 
traumática 
atual Perna direita Ferida traumática na 
perna direita 
Dor atual - Dor atual 
Infecção risco Perna direita Risco de infecção na 
perna direita 
 
 
 
 
APÊNDICE B - Situação hipotética utilizada para o treinamento na SAEP seguindo a 
nomenclatura CIPE, versão 1.0 
 
 
 
Situação hipotética. O Sr. L.P.O aguarda procedimento cirúrgico de colecistectomia 
com exploração de vias biliares (EVB), no momento segue ansioso em relação a 
cirurgia, tem 53 anos, evolui com hipertensão arterial de 160x110 mmHg, 
normocárdico, afebril e eupnéico. Relata que é a segunda intervenção cirúrgica, a 
primeira faz menos de 02 anos, quando realizou herniorrafia inguinal D. Quanto às 
eliminações fisiológicas, tem dificuldade para evacuar devido as fezes endurecidas e 
apresenta disúria. Refere ser alérgico a medicação acetilsalisílico. 
 
 
RESPOSTA 
 
 
FOCO JULGAMENTO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
Ansiedade atual Ansiedade atual 
hipertensão arterial atual Hipertensão arterial atual 
Obstipação atual Obstipação atual 
Disúria atual Disúria atual 
Alergia à medicação risco Risco de alergia à medicação acetilsalisílico. 
APÊNDICE - C Roteiro de Visita Pré- Operatória 
 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA - SAEP/ 
CIPE® 
 
01-VISITA PRÉ-OPERATÓRIA Data ____/___/___ Hora: ___:___ 
 
Nome____________________________________ Enf./Leito____ Idade ____ Sexo___ 
Diagnóstico clínico___________________________________________________________ 
 
Cirurgia Proposta______________________________________________________________ 
 
Data da cirurgia prevista: ___/___/_____ Horário: ____:____ 
 
Cirurgia Anterior: () sim () não Qual ________________________________ 
 
Apresentou algum Problema () sim () não Especifique: ________________________________ 
 
Anestesia Anterior: () sim () não Qual ____________________________________ 
 
Apresentou algum Problema () sim () não Especifique:____________________________________ 
 
Orientado sobre o Procedimento Médico-Cirúrgico () sim () não 
 
 
 Utilizar os Anexos 1, 2, 3 e 4. 
Nº DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
– CIPE 
 
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM HORÁRIO 
01 
 
 
 
02 
 
 
 
03 
 
 
 
04 
 
 
 
05 
 
 
 
06 
 
 
 
 
Exames: ECG () sim () não RX () sim () não TC () sim () não 
 US () sim () não RM () sim () não Laboratório () sim () não 
 
Alterações:___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________ 
 
Tipo de sangue e fator Rh _____________ Peso: ________________ Altura: ________________ 
 
Alergia: () sim () não Qual ________________________________________________ 
 
Uso de Medicação contínua: () sim () não Qual: ____________________________________ 
 
Características da Pele: lesões () sim () não Região: __________________________________ 
 
Provável grau de contaminação cirúrgica: () limpa () potencialmente contaminada 
 () contaminada () infectada 
 
 
SSVV: T: ______ºC P: ______bpm R: ______mpm PA: ___X___mmHg 
 
Evolução: 
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________ 
 
__________________________________ 
Docente /Aluno (a)

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