Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OTIMIZAÇÃO DA MATERNIDADE EM GRANJAS DE ALTA PROLIFICIDADE Glauber Machado Patos de Minas - MG EXPLORAR O POTENCIAL GENÉTICO DAS MATRIZES ATUAIS! 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Otimizar: - Criar condições mais favoráveis para... - Tirar o melhor proveito possível de… OTIMIZAÇÃO DA MATERNIDADE • 1.000 matrizes – 28 ou 32 desmamados/fêmea/ano – pode produzir 4.000 leitões a mais/ano com os mesmos custos com energia elétrica, mão-de-obra, ração e vacinas de matrizes, depreciação de instalações, água. Eficiência é uma questão de sustentabilidade e permanência na atividade! O aumento no número de leitões nascidos estaria invariavelmente ligado à perda na qualidade do leitão ao nascimento e na piora do desempenho do leitão na maternidade e após o desmame… (???) Machado, G., 2009 QUESTIONAMENTO O aumento no número de leitões nascidos estaria invariavelmente ligado à perda na qualidade do leitão ao nascimento e na piora do desempenho do leitão na maternidade e após o desmame… (???) É possível “tirar o melhor proveito possível” da hiperprolificidade, sem outros prejuízos à produção? Ou a prolificidade é mesmo um “cobertor curto”? Machado, G., 2009 QUESTIONAMENTO D av id L aw to n, N Z P or k (2 00 6) DESAFIO DOS 35 D/F/A DESAFIO DOS 35 D/F/A DESAFIO DOS 35 D/F/A DESAFIO DOS 35 D/F/A DESAFIO DOS 35 D/F/A VALOR ECONÔMICO DA PROLIFICIDADE • Foco anterior: • + 1 vendido/f/a = 0,051 CA rebanho • Prolificidade = Menor qualidade leitão (IUGR) VALOR ECONÔMICO DA PROLIFICIDADE • Foco anterior: • + 1 vendido/f/a = 0,051 CA rebanho • Prolificidade = Menor qualidade leitão (IUGR) • Foco atual: (R$0,80/kG ração e 120 kG abate): • + 1 vendido/f/a = + R$ 136,60 M.O.F/fêmea/ano • Item reconhecidamente prioritário em TODOS os programas genéticos mundialmente relevantes. • Valor consolidado na indústria: otimização simultânea de CA e Prolificidade 1. Descarte/reposição de matrizes; 2. Manejo reprodutivo para maximizar o número de nascidos; 3. Manejo nutricional da matriz hiperprolífica – condição corporal, peso ao nascer e formação de aparelho mamário; 4. Atendimento ao parto em granjas de alta prolificidade – foco no número de nascidos vivos; PONTOS CRÍTICOS DE MANEJO NAS GRANJAS HIPERPROLÍFICAS (> 30 D/P/A) 5. Desafios da maternidade – como organizar o manejo com um alto número de nascidos 1. Manejo de colostro; 2. Manejo de mães-de-leite “preventivas” e transferência de leitões; 3. Máximo consumo de ração na maternidade; 4. Idade ao desmame; 6. Gestão intensa da equipe; PONTOS CRÍTICOS DE MANEJO NAS GRANJAS HIPERPROLÍFICAS (> 30 D/P/A) 1. Descarte/reposição de matrizes; 2. Manejo reprodutivo para maximizar o número de nascidos; 3. Manejo nutricional da matriz hiperprolífica – condição corporal, peso ao nascer e formação de aparelho mamário; 4. Atendimento ao parto em granjas de alta prolificidade – foco no número de nascidos vivos; 5. Desafios da maternidade – como organizar o manejo com um alto número de nascidos 1. Manejo de colostro; 2. Manejo de mães-de-leite “preventivas” e transferência de leitões; 3. Máximo consumo de ração na maternidade; 4. Idade ao desmame; 6. Gestão intensa da equipe; PONTOS CRÍTICOS DE MANEJO NAS GRANJAS HIPERPROLÍFICAS (> 30 D/P/A) Objetivos: • Condição corporal; • Peso ao nascer; • Uniformidade da leitegada; • Produção de leite; • Desempenho reprodutivo subsequente; • Longevidade IMPORTANTE: MANEJO NUTRICIONAL DA MATRIZ HIPERPROLÍFICA PONTOS CRÍTICOS DE MANEJO NAS GRANJAS HIPERPROLÍFICAS (> 30 D/P/A) 1. Descarte/reposição de matrizes; 2. Manejo reprodutivo para maximizar o número de nascidos; 3. Manejo nutricional da matriz hiperprolífica – condição corporal, peso ao nascer e formação de aparelho mamário; 4. Atendimento ao parto em granjas de alta prolificidade – foco no número de nascidos vivos; 5. Desafios da maternidade – como organizar o manejo com um alto número de nascidos 1. Manejo de colostro; 2. Manejo de mães-de-leite “preventivas” e transferência de leitões; 3. Máximo consumo de ração na maternidade; 4. Idade ao desmame; 6. Gestão intensa da equipe; FOCO NA REDUÇÃO DAS PERDAS DE LEITÕES • Grande incidência de esmagamento! – Durante os primeiros dias – São os menores leitões – São os últimos a nascerem – São os com menor ingestão de colostro • Podemos prever razoavelmente ao nascimento quais leitões irão morrer esmagados! • Podemos prever razoavelmente ao nascimento quais leitões irão sobreviver • A maior parte dos leitões está no meio ! LEITÕES MARCADOS POR ORDEM DE NASCIMENTO ORGANIZAÇÃO DA MAMADA DO COLOSTRO E UNIFORMIZAÇÃO DE LEITEGADAS EM GRANJA HIPERPROLÍFICA Thorup (2011) 0 5 10 15 20 25 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Order of birth Mo rta lity du ring lac tati on, per cen t Efeito da ordem de nascimento sobre a mortalidade na maternidade: ORDEM DE NASCIMENTO X INGESTÃO DE COLOSTRO 20 25 30 35 40 45 50 Ig 12t Ig 24t Ig 48t Ig k on c. (m g/ m l) Nr. 1-7 Nr. 8-12 Nr. 13-18 MANEJO DE COLOSTRO Prioridade absoluta em maternidades de granjas hiperprolíficas OPÇÃO DE FORNECIMENTO DE COLOSTRO AO LEITÃO PEQUENO REGRAS BÁSICAS PARA O USO DA SONDA NO FORNECIMENTO DO COLOSTRO ERRADO CERTO ORGANIZAÇÃO DA MAMADA DO COLOSTRO E UNIFORMIZAÇÃO DE LEITEGADAS NUMEROSAS • Ingestão de colostro: –Organização da mamada durante o parto: • Deixar somente 8 a 10 leitões mamando ao mesmo tempo; • Marcar os leitões que já mamaram colostro; • Atendimento rápido dos leitões abaixo de 0,900 g com colostro da mãe biológica (sonda) e colocação no escamoteador; Fornece 40 mL de colostro em 2 a 3 vezes; • Leitegadas muito grandes, utiliza sonda também nos últimos a nascer; ORGANIZAÇÃO DA MAMADA DO COLOSTRO E UNIFORMIZAÇÃO DE LEITEGADAS NUMEROSAS – Ingestão de colostro após uniformização: • Uniformização – movimentar apenas o número necessário de leitões; • Uniformização rápida para iniciar a mamada do colostro na mãe adotiva – garantir pelo menos 4 mamadas na mãe biológica (pode usar a mamada alternada), depois foca na mamada do colostro nas leitegadas definitivas (65% dos leitões nas mães biológicas e 35% nas mães adotivas); • Uniformizar rápido para evitar que hajam disputas na nova mãe; • Continua sonda nas leitegadas de pequenos durante o primeiro e segundo dia (10 mL/leitão/mamada; TRANSFERÊNCIAS DE LEITÕES Durante as primeiras 8h, as ejeções de leite ocorrem em intervalos mais curtos e com maior variabilidade, de 5 a 40 min. Quando a lactação é estabelecida, toda a leitegada mama ao mesmo tempo em intervalos regulares de 45 a 60 min. Segundo Lewis et al. (1985), as mamadas cíclicas ou regulares iniciam em torno de 10,7 ± 4,5 h após o parto. MOMENTO DA MAMADA • Pré-ejeção: estímulo 1 – 3 minutos liberação de ocitocina (Fraser, 1980; Algers & Jensen, 1985; Algers et al., 1991); • Ejeção: aguda e cíclica – duração: 20 – 30 segundos (Braber et al., 1955; Whittemore et al., 1974; Fraser, 1980) Assim, um atraso de 5 s de um leitão, pode causar uma perda de consumo de leite de 25 a 40% UNIFORMIZAÇÃOX BRIGAS Efeito da uniformização, uma vez a cada três dias, no número de brigas dos leitões durante as primeiras duas horas após a adoção Dias de uniformização 1 4 7 10 13 16 2h1 Brigas por tetos durante as mamadas C 12,2 ± 2,6 3,8 ± 1,0 a 3,9 ± 0,7 a 5,0 ± 1,1 a 3,3 ± 1,1 a 3,6 ± 0,9 a U 19,1 ± 3,2 18,2 ± 2,2 b 20,8 ± 2,8 b 27,2 ± 4,0 b 20,7 ± 1,7 b 18,3 ± 2,6 b * 14 grupos uniformizados (U) e 13 controles (C). 1 Número médio de brigas por tetos durante as mamadas nas primeiras duas horas após a pesagem das leitegadas do grupo C ou pesagem e uniformização das leitegadas U. a, b diferem na coluna (P< 0,001). Adaptado de Robert & Martineau (2001) DILEMA DA HIPERPROLIFICIDADE: NÚMERO DE LEITÕES EXCEDE A CAPACIDADE DE AMAMENTAÇÃO DA FÊMEA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 APARELHO MAMÁRIO DAS FÊMEAS • Paradigma: não adianta ter 18 tetas viáveis. A correlação genética entre número de tetas e produção de leite é nula. MÃES-DE-LEITE Ferramenta IMPORTANTE, mas precisa ser muito bem gerenciada! EVITAR ISTO! Porca com 21 dias de lactação Recém-Nascidos TRANSFERÊNCIA EM 2 ETAPAS 21 dias 7 dias Recém-Nascidos 21 dias 7 dias Recém-Nascidos 14 dias TRANSFERÊNCIA EM 3 ETAPAS TRANSFERÊNCIA DOS PEQUENOS 12 HORAS APÓS NASCIMENTO (6 A 24 H) Porcas com alguns Leitões pequenos Leitões maiores levados para outras porcas Porca 2º. Parto (ideal) Qtd. Mãe-de-leite 0% 1% 2% 5% 10% 15% 20% Número de matrizes 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 média de dias de lact. 21,0 21,2 21,4 22,1 23,1 24,2 25,2 média de dias de gest. 116,0 116,0 116,0 116,0 116,0 116,0 116,0 IDC Médio 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 PFA 2,57 2,567 2,56 2,55 2,53 2,51 2,50 Partos/ano 2570 2567 2563 2552 2533 2515 2497 dias de lactação 53979 54438 54896 56262 58511 60729 62914 Desm/parto 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 DFA 32,13 32,08 32,0 31,9 31,7 31,4 31,2 cada 1% a mais de mãe-de-leite representa 0,15% a menos de partos no ano cada 1% a mais de mãe de leite representa 0,05 DFA a menos • Padronizando Taxa de parto de 100% para todos as ensaios • Considerando que as mães de leite não influenciarão o IDC médio da granja nem o número de desmamado/parto ESTIMATIVA DE IMPACTO DAS MÃES DE LEITE NA PRODUTIVIDADE DA GRANJA • Custo de oportunidade: 0,05 d/f/a para cada 1% a mais de MDL • Custo de Instalação: – R$ 4.440,00 por espaço de maternidade – R$ 1.088,00 por m2 de espaço maternidade – 10,8 giros/cela/ano – 912 kG desmamados/cela/ano – Juros 6% a.a, depreciação em 20 anos ESTIMATIVA DE IMPACTO DAS MÃES DE LEITE NA PRODUTIVIDADE DA GRANJA •Custo: – R$ 0,44/kG desmamado – R$ 2,86/leitão desmamado • Custo da MDL: – R$ 0,57/leitão desmamado para ter 20% MDL – R$ 0,03/leitão para cada 1% a mais de MDL ESTIMATIVA DE IMPACTO DAS MÃES DE LEITE NA PRODUTIVIDADE DA GRANJA DECK DE RESGATE PROTOCOLO ARRAÇOAMENTO NA MATERNIDADE Fases Tipo de ração Quantidade (kg) 2 dias antes do parto Gestação/Pré-lactação/Lactação 2,00 Dia do parto (pós-parto) Lactação 2,00 2° dia Lactação 2,00 – 4,00 3° dia Lactação 4,00 – 6,00 ≥4° dia Lactação (à vontade, considerando as variações individuais) O objetivo é fazer com que a fêmea consuma o máximo, o quanto antes. GESTÃO DE EQUIPES RESULTADOS DE UMA AÇÃO ORQUESTRADA COM FOCO EM MANEJOS DE MATERNIDADE EM GRANJA HIPERPROLÍFICA (33,5 D/P/A) • Meta: redução de mortalidade de maternidade e aumento do peso ao desmame • Resultados do trabalho em período de 120 dias 11,79 11,79 9,44 10,26 8,51 8,32 7,56 5,88 5,99 0 5 10 15 jan fev mar abr mai jun jul ago set Mortalidade de maternidade (2012) Integrall (2013) CONSIDERAÇÕES FINAIS • Certamente teremos menores taxas de ganho para as características de desempenho reprodutivo, no futuro próximo. Mas ainda existem muitas ferramentas de manejo, seleção e tecnologias diversas que permitem explorar com muito mais eficiência os limites biológicos. • Não há dúvidas de que a prolificidade representa um importantíssimo componente da lucratividade, desde que acompanhada pela qualidade dos animais produzidos, o que é plenamente factível no atual momento. CONSIDERAÇÕES FINAIS • No médio-longo prazo, o peso e uniformidade ao nascimento serão continuamente trabalhados pelo viés genético. No curto prazo, manejo e nutrição têm muito a colaborar para a otimização de granjas hiperprolíficas. • As maternidades das granjas hiperprolíficas demandam novas abordagens de manejo. Além disso, os projetos devem ser redimensionados considerando as necessidades específicas geradas pela produção de mais de 30 d/f/a. • O foco total deve ser na gestão da equipe e na garantia das rotinas básicas, pois a margem de erro nessas granjas é muito menor!
Compartilhar