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DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Patos de Minas – MG Bruno Zinato Carraro DOENÇAS RESPIRATÓRIAS 1) Bacterianas: caráter enzoótico. “Todas granjas têm leitões portadores de potenciais patógenos respiratórios” (Stevenson, 1998); 2) Virais: apresentação específica. CONTATO NASAL 1) Bacterianas: primárias (via respiratória); secundárias (imunossupressão); sistêmicas (via hematógena). Primárias: Mycoplasma hyopneumoniae, B. bronchiseptica e A.pleuropneumoniae; Secundárias: P. multocida, H. parasuis, S.suis e M. hyorhinis; Sistêmicas: A. suis e Salmonella choleraesuis. (Stevenson, 1998) DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Infecções múltiplas CDRS – Complexo de doenças respiratórias do suíno Mycoplasma hyopneumoniae e P. multocida; A. pleuropneumoniae e S.suis; H. parasuis e A. pleuropneumoniae. (Fonseca et al., 1999) DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCORRÊNCIA POR FASE E SITUAÇÃO ATUAL Agente Creche Recria Terminação Situação M. Hyop +++ +++ +++ Crescente App o ++ +++ Crescente Pm pneumo. ++ +++ +++ Crescente Pm rinite +++ ++ o Crescente Bb ++ ++ o Estável Hps ++ +++ o Crescente PCV 2 ++ +++ +++ Crescente PNEUMONIA ENZÓOTICA • Agente: Mycoplasma hyopneumoniae; • Transmissão: suíno p/ suíno; • Principais sintomas: tosse seca e queda de desempenho; • Prevenção: vacinas • Tratamento: medicação via oral antimicrobianos. PNEUMONIA ENZOÓTICA • A tosse ocorre em média quatro semanas após o rebanho ser infectado pelo M. hyopneumoniae; • A soroconversão ocorre em média 10-14 dias após a observação de tosse nos animais; • A tosse e a soroconversão são bons indicadores do momento da infecção pelo M. hyopneumoniae. (Soronsen et al., 1994 ). PNEUMONIA ENZOÓTICA • Principal problema respiratório • Morbidade e mortalidade • Virulência X Cepas – Crescimento vitro – Aderência epitélio (adesinas) 5000 bp RAPD – Lesão de epitélio – Citocinas inflamatórias – Evasão PNEUMONIA ENZOÓTICA 7 A 28 DPI 7 A 28 DPI 29 A 50 DPI 51 A 90 DPI 51 A 90 DPI 51 A 90 DPI • Infecções experimentais – 14 dias infecções experimentais – 2-3 semanas soroconversão • Infecções de campo – 5 semanas soroconversão – 9 semanas todo o plantel • 10 semanas fim sintomas • 8-12 semanas lesões pulmonares • Apical, Cardíaco e intermediário • Amônia (secundário) PNEUMONIA ENZOÓTICA LIMPEZA TRATO RESPIRATÓRIO Cílios são mecanismo de defesa mais efetivo do TRS: O ar inspirado 1. Filtrado de poeira e outras partículas 2. Aquecido 3. Umidecido Cilios Mycoplasma T ha ck er , 2 00 6 PNEUMONIA ENZOÓTICA MYCOPLASMA DESTRÓI O MECANISMO DE PROTEÇÃO MYCOPLASMA ABRE PORTAS PARA INFECÇÕES SECUNDÁRIAS ... como Bordetella, Pasteurella, App, Streptococus, PCV2, PRRSV... A MATRIZ É A FONTE DE INFECÇÃO Prevalência de M. hyopneumoniae em leitões desmamados é crucial para doenças respiratórias na terminação Esta correlação é estatisticamente significativa DOENÇAS RESPIRATÓRIAS NA TERMINAÇÃO Fano et al (2006), IPVS, p95 INFECÇÃO PRECOCE 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Po rce nta ge m M.Hyom M.Hyop. Infl. PRCV PCV2 PCMV PRRSV- EUA PRRSV - EU M. hyopneumoniae Lactante Creche Cresc Term INFECÇÃO MICOPLASMA- IMPACTO ECONÔMICO • M. hyopneumoniae-prevalência desmame: 2,5 - 51,8 % • M. hyopneumoniae grau de infecção em leitões independe do título de anticorpos da mãe. Fano et al (2004), CRWAD annual meeting, p139 • Maior prevalência de M. Hyopneumoniae em filhos de Leitoa se comparado com matrizes mais velhas. Fano et al (2006), IPVS, p96 Iowa State University - Reduzir a prevalência no plantel de reprodução; - estabilidade imunológica; - vacinação da reposição; - Imunidade dos leitões; - manejo de colostro; - vacinação dos leitões; - idade de desmama ESTRATÉGIAS DE REDUÇÃO DE PREVALÊNCIA DE MHYO PLEUROPNEUMONIA • Agente: Actinobacillus pleuropneumoniae (sorotipos predominantes 3, 5 e 7); • Transmissão: suíno p/ suíno e aerógena; • Principais sintomas: anorexia, prostração e dispnéia; • Prevenção: vacinas (leitões de creche); • Tratamento: medicação via oral (antibiótico injetável em casos individuais); • Erradicação: repopulação com animais livres. PLEUROPNEUMONIA (APP) PLEUROPNEUMONIA (APP) DOENÇA DE GLÄSSER • Agente: Haemophilus parasuis (sorotipos predominantes 1, 4, 5 e 12); • Transmissão: aerossóis; • Principais sintomas: curso súbito, associado a estresse; • Prevenção: vacinas (porcas e ou leitões); • Tratamento: medicação via oral; • Agravou após a circovirose. GLASSER GLASSER RINITE ATRÓFICA • Agente: bactérias (Pasteurella multocida tipo A ou D + Bordetella bronchiseptica); • Transmissão: suíno p/ suíno e aerossóis; • Principais sintomas: espirros, secreção nasal e ocular, desvio de septo; • Prevenção: vacinas (porcas e ou leitões); • Tratamento: medicação via oral; • Erradicação: repopulação com animais livres. RINITE ATRÓFICA GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3 GRAU 3 RINITE ATRÓFICA PASTEURELOSE PNEUMÔNICA • Tem aumentado sua ocorrência e impacto no Brasil; • É principalmente causada pelo sorotipo A, mas casos esporádicos pelo sorotipo D podem ocorrer. Podendo ser ou não toxigênica; • No Brasil a predominância é da tipo A, sendo não toxigênica (Santos, J. L.). PASTEURELLA MULTOCIDA • Tipo A: Agente complicador processos pneumônicos (98% dos casos) • Tipo D: envolvimento recente em pneumonias (30-35%) PASTEURELLA MULTOCIDA • Comensal da nasofaringe de animais aparentemente sadios • Patógeno primário ou secundário em várias espécies animais • Habitante normal da cavidade nasal • Agente etiológico da rinite atrófica progressiva (cepas toxigênicas tipo D) • Pneumonias e pleurites no final de recria e terminação PASTEURELLA MULTOCIDA • Formas de apresentação: Aguda: (mortalidade 5-40%) Subaguda: Pleurite Crônica:Tosse 10-16 semanas, geralmente continuação e exacerbação do micoplasma primário PASTEURELLA MULTOCIDA Pleurite- Prevalência RS (Stepan, 1995) • Examinados 5987 animais em 4 frigoríficos RS • Lesões de pleurite em 112 (1,87%) • Pasteurella multocida isolada de 59/112 amostras (52,7%) • Outras bactérias: 8(7,1%) / A. pleuropneumoniae / S. suis • Pasteurella multocida: tipo capsular A (91,38%) e tipo D (8,6%) PASTEURELLA MULTOCIDA Variabilidade de 22 cepas Pasteurella Multocida – Frigoríficos-RS Isolados agrupados em 5 padrões bioquímicos distintos 21 cepas sorotipo capsular A e uma sorotipo D Sensibilidade aos antimicrobianos Grande variação Nenhum antimicrobiano foi capaz de inibir todos isolados Melhor eficiência Amoxicilina (73%) e menor Espectinomicina (45%) Borowski,S. et al., 2002 PASTEURELLA MULTOCIDA PASTEURELLA MULTOCIDA PASTEURELLA MULTOCIDA PASTEURELLA MULTOCIDA PASTEURELLA MULTOCIDA PASTEURELLA MULTOCIDA CIRCOVIROSE CIRCOVIROSE •1990: Refugagem na creche, Canadá •1991: 1996: Espanha, USA •2001: Brasil •2005: Doença “global” A circovirose é caracterizada por uma constelaçãode sintomas: incluindo perda de peso progressiva, diarréia, pneumonia, palidez e icterícia, com mortalidade variável (alta). •Vírus na granja, pouca importância- Repercussão clínica •Problema: “tudo de ruim na granja ” passa a ser circovírus” •Refugos sempre ocorreram – novo é a forma epidêmica CIRCOVIROSE SRM: Síndrome da refugagem multissistêmica SDN: Síndrome da dermatite e nefropatia • Pneumonias associadas ao PCV2 • Enterites associadas ao PCV2 CIRCOVIROSE Pneumonias associadas ao PCV2 M. hyopneumoniae P. Multocida H. Parasuis A.Pleuropneumoniae PCV2 como agente exclusivo CIRCOVIROSE PNEUMONIAS CIRCOVIROSE Agente Frequência Escherichia coli 11 9,9% Salmonella sp 7 6,3% Brachyspira sp 9 8,1% Sem identificação 84 75,7% Total 111 100% Enterites associadas ao PCV2 Asanome,W. 2005. DIARRÉIAS E FEZES MOLES CIRCOVIROSE CIRCOVIROSE ÚLCERA GÁSTRICA LINFONODOS MESENTÉRICOS CIRCOVIROSE • Impacto e curso da doença – variável • Medidas de controle reduz mortalidade - índices não voltam ao normal • Relaxamento das medidas de controle – recidivas IMPACTO ECONÔMICO • Aumento na mortalidade • Redução no ganho de peso • Piora na conversão alimentar • Desuniformidade e refugagem • Aumento no custo com medicamentos DESUNIFORMIDADE DESUNIFORMIDADE MEDICAÇÃO Modos de uso ? Resultados ? Perspectivas ? CIRCOVIRUS VACCINES HAVE HELPED TREMENDOUSLY. 95% or more of the pigs are now vaccinated. Estados Unidos - 2008 Medidas de Controle dos Problemas Sanitários DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO 3.1 2.7 2.6 2.8 4.9 7.9 7.4 8.5 10.7 8.4 5.8 5.2 4.7 3.3 3.9 4.6 5.6 6.7 1.3 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 SEM 1 SEM 2 SEM 3 SEM 4 SEM 5 SEM 6 SEM 7 SEM 8 SEM 9 SEM 10SEM 11SEM 12SEM 13SEM 14SEM 15SEM 16SEM 17SEM 18SEM 19 % D E M OR TO S MORTALIDADE 3.1 2.7 2.6 2.8 4.9 7.9 7.4 8.5 10.7 8.4 5.8 5.2 4.7 3.3 3.9 4.6 5.6 6.7 1.3 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 SEM 1 SEM 2 SEM 3 SEM 4 SEM 5 SEM 6 SEM 7 SEM 8 SEM 9 SEM 10SEM 11SEM 12SEM 13SEM 14SEM 15SEM 16SEM 17SEM 18SEM 19 % D E M OR TO S MORTALIDADE DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO DIARRÉIA E REFUGAGEM? PNEUMONIA? PRINCIPAIS LIÇÕES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO • Qualidade de matéria-prima • Estabilidade imunológica • Ambiência; • Manejo/Procedimentos; • Fluxo das instalações; • Planejamento da reposição; • Biossegurança • A interação entre estes segmentos ! A QUALIDADE DO PROGRAMA DE BIOSSEGURANÇA NEM SEMPRE É O QUE PARECE !!!! FATORES PREDISPONENTES “É muito freqüente frustrarmos nossas expectativas com muitas das medidas tradicionais de controle, tais como vacinas e antibióticos para prevenção/tratamento, quando aplicadas isoladamente” (Baker, R.B., 2003) CONCLUSÕES • Atitudes isoladas normalmente não resolvem problemas sanitários. Na melhor das hipóteses, postergam o problema. • A interação entre diferentes áreas do conhecimento é o único caminho para a crescente complexidade dos problemas. • Ferramentas simples como manejo de colostro e respeito ao fluxo de produção são decisivas no controle e melhoria da sanidade. ESCOLHA A FERRAMENTA MAIS ADEQUADA PARA CADA SITUAÇÃO! Atrasado Bêbado Batom Aplicação do conhecimento técnico gerado! Tenha senso crítico! Agradecemos sua atenção! bruno@integrall.org integrall.org
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