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As culturas são trabalhadas em lotes, como a maternidade, onde as matrizes ficam presas em lotes e sem bem-estar animal. Importante: Hoje em dia a tendência é que os animais fiquem soltos expressando seu comportamento natural (fuçar). Quatro fases gerais 1) Reprodução/gestação – fêmeas (matrizes e marrãs) são cobertas Gestação de aproximadamente três meses, três semanas e três dias. 2) Próximo ao parto as fêmeas são transferidas para a sala de maternidade por cerca de quatro semanas. Os leitões nascem e são criados em ambiente protegido; 3) Após desmamados, os leitões são colocados na creche até aproximadamente 8 a 10 semanas de vida; 4) Última fase – crescimento/terminação ou engorda Os animais são alimentados até atingirem o peso de mercado (cinco e seis meses de idade). Tipo de produção Produção de ciclo completo abrange todas as fases de produção e tem como produto final o suíno terminado; Produção de leitões envolve a fase de reprodução e tem como produto final os leitões – desmamados ou para terminação; Produção de terminados envolve somente a fase de terminação; Produção de reprodutores visa obter futuros reprodutores, machos e fêmeas. Doença infectocontagiosa do trato respiratório superior de evolução progressiva e crônica, caracterizada por atrofia dos cornetos nasais, desvio do septo nasal e deformidades do focinho. Acomete somente nariz; Deficiência de Ca+2; Osteodistrofia fibrosa generalizada; Doença infectocontagiosa crônica; Enfermidade insidiosa (silenciosa) Significância econômica; Dificuldade respiratória Diminui o consumo O animal fica mais tempo em cada fase para ganhar peso; Os cornetos nasais são responsáveis pelo aquecimento do ar, segurar partículas e MO. Além disso, são eles que sustentam o nariz. ETIOLOGIA Bordetella bronchiseptica e Pasteurella multocida tipo D e tipo A (sorotipada em a, b, c e d) – há outros sorotipos de Pasteurella multocida, mas nem todos causam a doença, pois podem ter ou não os fatores de virulência. Bordetella bronchiseptica Cepas virulentas Pili (adesão), adenilato ciclase (equilíbrio eletrolítico) e toxinas Promove atrofia dos cornetos (tabela 26.3). Importante: quando há a presença apenas desse agente a rinite atrófica é não progressiva, pois a sua toxina não é tão intensa. Pasteurella multocida tipo D (AR+) Produz dermonecrotoxina termolábil e cápsula (Ag). Tem sua colonização facilitada pela Bordetella – não consegue aderir em superfícies normais (íntegras), por isso, precisa que um agente destrua aquela porção do nariz para conseguir atuar. Importante: essa lesão pode ser mecânica, urina, fezes, mas geralmente é pela causada pela Bordetella; Importante: quando há a presença apenas dessa bactéria a rinite atrófica é não progressiva. Tipos de rinite atrófica o Rinite Atrófica Progressiva Pasteurella multocida tipo D (A) com ou sem combinação com Bordetella bronchiseptica Severas deformações cornetos. o Rinite Atrófica Regressiva Bordetella bronchiseptica Hipoplasia dos cornetos (benigno). EPIDEMIOLOGIA Fatores predisponentes (por exemplo compostos voláteis tóxicos) Fezes e urina; Animais 4-12 semanas de idade ou mais; Animal carreador Trato respiratório e tonsilas; Disseminação (contato direto e indireto): A principal via de disseminação é a aérea através do contato direto entre animal doente e sadio; Contaminação no canal do parto; Animais de reposição. Gases sulfídricos e amônia, poeira e diversos alérgenos. Importante: em suínos ocorrem ppt doenças respiratórias e digestórias. DOENÇAS DE SUÍNOS RINITE ATRÓFICA PATOFISIOLOGIA Bordetella bronchiseptica Adere a mucosa nasal Fixa-se a células epiteliais ciliadas e se liga a IgA Se multiplica na superfície da mucosa e produz toxinas Mudanças degenerativas/proliferativas no epitélio nasal com perdas dos cílios Toxinas se difundem Hipoplasia dos cornetos. Pasteurella multocida Coloniza pobremente a mucosa do trato respiratório superior Bordetella bronchiseptica causa lesão e leva a produção de muco Pasteurella multocida produz dermonecrotoxina Hiperplasia do epitélio nasal, atrofia de glândulas da mucosa, aumento de volume dos vasos sanguíneos e osteólise. SINAIS CLÍNICOS 4-12 semanas de idade: Espirros, catarro nasal - aumentam lentamente; Braquignatismo (encurtamento excessivo da mandíbula); Atraso no desenvolvimento corporal; Área abaixo dos olhos fica escura pois líquido começa a ser drenado pelo canal lacrimal; Pulmões com áreas de hepatização e edemas, com complicações secundárias; Atrofia dos cornetos uni ou bilateral no nariz; Estrias de sangue, secreção nasal e hemorragias. ↓ Evolui de 2 formas: Não progressiva (regressiva); Progressiva. DIAGNÓSTICO Clínico, radiografia e necropsia (corte entre o 1º e o 2º pré-molares – atrofia dos cornetos); Cultivo e caracterização do agente; Detecção da toxina; Sorologia. Verificar se os isolados são toxigênicos. Coletar cabeça, swab de focinho, pulmão, baço (plaqueamento em ágar sangue). Importante: através dessa tabela o rebanho será observado e haverá ou não intervenção Fórmula da Embrapa: IRA = (nº0) = (nº 1) + (nº 2) + (nº3) n = número de animais em cada categoria de lesão; N = número total de animais avaliados. TRATAMENTO Leitões desmamados Antibiótico na ração; 3-10 dias idade e desmame Amoxicilina ou antibióticos injetáveis de longa ação (Penicilina, trimetoprim/sulfa (TMS) Tilosina e Enrofloxacina); Fêmeas Ração contendo TMS +/- 1 semana antes do parto, durante o parto e na lactação. CONTROLE E PROFILAXIA Vacinas Comerciais e autógenas. Aplicação SC se o adjuvante for hidróxido de alumínio ou IM (oleosa). Programa mínimo de vacinação para um rebanho suíno: Controle Adquirir animais fontes (-); Monitorar nariz; Ingestão de colostro; Vacinação de porcas; Uso de divisões sólidas por maternidade; Ventilação e baixa umidade; Evitar aglomerações e flutuações de temperatura. Doença infectocontagiosa que pode causar lesões severas nos pulmões e adesões de pleura em animais infectados. Superaguda e aguda – pleuropneumonia exsudativa fibrohemorrágica e necrótica, não purulenta; Crônica – aderência da pleura e pericárdio e focos capsulados de necrose pulmonar. ETIOLOGIA Actinobacillus pleuropneumoniae (APP) Era chamado de Haemophilus pleuropneumoniae; Cocobacilo gram negativo (0,5-1x1-2 μm), pleomórfico (sem forma definida), imóvel, não esporulado; Possui 15 sorotipos: Cápsula: 12 sorotipos (reação antígeno anticorpo); Somático: 6 sorotipos. Importante: o sorotipo 5 tem o 5a e 5b. Dois biótipos (I e II): Biótipo I, NAD-dependentes; Biótipo II, NAD-independentes (13 e 14). Importante: alguns biotipos não são dependentes dos fatores V ou X de coagulação para crescer, por isso, eram chamados de Haemophilus pleuropneumoniae. Fatores de virulência Cápsula (define o sorotipo), siderófilo (precisa de ferro livre para crescer, porém, o ferro está ligado a hemoglobina do hospedeiro proteínas captadoras de ferro IROMPs membrana), fímbrias, proteases (destruição das Igs), LPS, porinas (OMPs) e exotoxinas (APX – principal determinante de virulência). o Três níveis de virulência Sorotipos 1, 5, 9 e 11 Mais severos; Sorotipos 2, 4, 6, 7, 8, 12 e 15 Moderados; Sorotipo 3 Leve. ↓ Os sorotipos são definidos pela produção de uma ou mais toxinas RTXs (“repeat in toxin”), sendo elas ApxI, ApxII, ApxIII a ApxIV. Cultivo de Actinobacillus pleuropneumoniae em meios sólidos Multiplica bem a 37ºC, na presença de CO2 (5%); Colônias pequenas 0,5 a 1 mm, redondas, lisas e brilhantes; Crescimento em 24h. EPIDEMIOLOGIA Distribuição mundial; Primeiros isolamentos: 1957 nos EUA por Pattison e 1964 por Shope na Argentina; Brasil – 1981; Foi proposto o nome Haemophilus pleuropneumoniae ou Haemophilus parahaemolyticus; A partir de 1983 obteve-se os resultados dos estudos genéticos e houve a proposta de transferência de H. pleuropneumoniae para o gênero Actinobacillus; Sorotipos identificados no Brasil (1, 3, 5, 7, 8, 9 e 11) Surtos severos com 5, 7 e 11 em MG, SC e SP (estados com grandes suinoculturas); Agente – tonsilas, abcessos e em nódulos pulmonares dos suínos, transformando-os em portadores assintomáticos; Fêmeas contaminadas/infectadas ou vacinadas desenvolvem imunidade sorotipo específica – colostro protege os leitões nas primeiras semanas de vida; Bactéria possui alta especificidade de hospedeiros para suínos; Bactéria localizada trato respiratório, em lesões necróticas dos pulmões, nas amígdalas e em baixa frequência na cavidade nasal; Em infecções muito agudas e agudas pode ser encontrado em alta quantidade nas descargas nasais; Disseminação por contato direto suíno-suíno, gotículas em distâncias curtas, transmissão indireta de exsudato contaminado do pessoal da granja; A sobrevivência no ambiente possui duração curta, por isso o problema está no animal; Todas as faixas etárias são suscetíveis, mas há pico da mortalidade nos animais de aproximadamente 3 meses de idade, pois a imunidade maternal é zero 10 semanas após o nascimento Deve-se vacinar antes; PI varia consideravelmente. PATOGENIA SINAIS CLÍNICOS Variam com: Imunidade do animal – estresse de condições ambientais, grau de exposição ao agente infeccioso e a virulência da bactéria influenciam; Curso da doença Super agudo: aparecimento repentino de animais gravemente doentes em 1 ou + baias, febre alta (41,5 ºC), sintomas respiratórios, dispneia, respiração pela boca, posição sentada, descargas espumosas com sangue através da boca e narinas e pele cianótica; Crônico: tosse espontânea ou intermitente, perda de apetite e queda na taxa de crescimento. PLEUROPNEUMONIA SUÍNA Achados patológicos Pleuropneumonia exsudativa fibrohemorrágica e necrótica, não purulenta; Aderência da pleura e pericárdio e focos capsulados de necrose pulmonar; Flanco fica aprofundado; Em rebanhos com infecções crônicas muitas vezes há animais doentes subclinicamente, com tosse, perda de crescimento e pleurite na linha de abate. DIAGNÓSTICO Anamnese, lesões macro e microscópicas e confirmação por isolamento do agente e identificação; Isolamento nas amígdalas (cuidado com interpretação, pois existem cepas não virulentas); PCR: detecta quer os genes de virulência e genes do sorotipo; Sorologia (ELISA): identifica os Ac específicos, mas não detecta o potencial de virulência. TRATAMENTO Administração precoce de antibiótico é essencial para reduzir a mortalidade, mas deve-se tomar cuidado, pois gera pressão seletiva; Os suínos muito afetados devem receber tratamento parenteral com antibióticos, tais como Cefalosporinas, Fluorquinolonas, Tulatromicina ou Ampicilina; Foi reportada resistência antimicrobiana às Tetraciclinas – importante selecionar antibiótico com base em testes de sensibilidade ao APP presente no surto. PROFILAXIA E CONTROLE Vacinação Uso de vacinas comerciais e autógenas (com sorotipo específico); Dose de 2 e 3 mL; Evitar flutuações de temperatura excessiva; Desinfecção das baias; Evitar mistura de lotes; All in/all out. Esquema de vacinação para Pleuropneumonia (Embrapa aves – suínos) Leitões: 1ª dose aos 28 dias de idade e 2ª dose aos 50 dias de idade; Leitoas e porcas em gestação: 1ª dose aos 70 dias de gestação e 2ª dose aos 90 dias de gestação; Machos de reposição: 2 doses, com intervalo de 3 semanas, na época de seleção e após revacinar semestralmente. INTRODUÇÃO Pneumonia micoplásmica suína; Doença crônica infecciosa, muito contagiosa Mycoplasma hyopneumoniae (bactéria sem parede celular); Broncopneumonia catarral Tosse seca, atraso no ganho de peso, complicações broncopulmonares purulentas; Alta morbidade, baixa mortalidade; Animal não faz boa conversão alimentar, por isso fica muito tempo nos estágios de desenvolvimento. Complexo da doença respiratória dos suínos: Vírus da síndrome respiratória e reprodutiva dos suínos; Circovírus suíno tipo 2; Vírus da influenza suína. ETIOLOGIA Mycoplasma hyopneumoniae: Ausência de parede celular Antimicrobianos não tem onde agir; Membrana possui parte hidrofóbica que auxilia sua aderência nas células da mucosa; Colesterol; Isolamento e cultivo difíceis; Coloniza trato respiratório causando danos aos cílios e ao epitélio; Localização superficial; Complicações secundárias devido a outras bactérias e vírus; Genoma – faz todas as três fases (replicação, transcrição e tradução) e é 5x menor do que o padrão das bactérias. EPIDEMIOLOGIA Perdas econômicas: Diminuição do ganho de peso diário em até 30% 6 a 25 dias de atraso; Morte de animais; Despesas com medicamentos; Indústria (paga menos). Pneumonia enzoótica: Estado portador; Disseminação pelo ar. TRANSMISSÃO O ambiente contribui, mas o principal são os animais: Contato direto com as secreções; Aerossóis Acessos de tosse.; Indireta; A granja contaminada é a principal fonte MATRIZ; Atinge todas as idades; Forma clínica presente no crescimento e terminação. Mycoplasma hyopneumoniae é um agente IMUNODEPRESSOR que “prepara os pulmões” para outros agentes entrarem. Ou seja, age como agente primário Sinais “desaparecem” Diagnóstico alterado (outros agentes presentes). FATORES DE RISCO Alta densidade e baixa disponibilidade de área; Ausência de vazio sanitário; Disponibilidade insuficiente de comedouros; Ausência de controle de ventilação e temperatura; Desuniformidade de peso na fase de crescimento; PNEUMONIA ENZOÓTICA Maior quantidade de moscas; Níveis inadequados de minerais na ração. ↓ Distúrbios na regulação dos mecanismos fisiológicos e imunológicos SEVERIDADE Variabilidade da bactéria; Mistura de animais de diferentes procedências; Variações nos níveis de imunidade; Resistência em investir em produtos biológicos ou farmacêuticos eficazes; Resistência em investir em diagnóstico; Manejo inadequado. PATOGENIA PI variável de acordo com a idade, desafio e virulência Pode durar até 5 semanas; Epitélio ciliado ADESINAS P97, P146 e P102 Cilioestase ou ciliostase; Destruição dos cílios, redução da eficiência do sistema mucociliar (células caliciformes), diminuição da resistência imunológica HIPERPLASIA. SINAIS CLÍNICOS Necessidade de observação atenta parai identificação de quadros subclínicos; Grupo de animais; TOSSE SECA, NÃO PRODUTIVA E CRÔNICA; Agentes secundários Tosse produtiva; DESUNIFORMIDADE NO LOTE DE ANIMAIS; CERDAS ARREPIADAS. Intensidade do quadro clínico geral Depende de: Extensão da lesão pulmonar; Condições ambientais inadequadas; Ocorrência de infecções secundárias. Importante: não há presença de fibrina nos pulmões quando é feita a necropsia. Infecção nas fases de creche, recria e inicial de terminação em relação à presença de lesões pulmonares detectáveis em matadouros Importante: lesões cicatrizadas são um sinal de que houve a cura do animal. DIAGNÓSTICO Sinais clínicos; Índices produtivos; Isolamento; Exame histopatológico; Imunohistoquímica; Imunofluorescência direta; Biologia molecular; Sorologia; Índice para pneumonia (IPP). IPP 𝑰𝑷𝑷 = Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑵ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒂𝒏𝒊𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒆𝒙𝒂𝒎𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐𝒔 IPP Índicepara pneumonia INTERPRETAÇÃO ≤ 0,55 Rebanhos livres de pneumonia. 0,56 a 0,89 Rebanhos onde a pneumonia está presente, porém não constitui uma ameaça; Fica evidenciado que existem fatores de risco e, caso não forem corrigidos, a pneumonia pode evoluir e o índice atingir valores maiores. ≥ 0,90 Representa uma situação ruim, com ocorrência grave de pneumonia, tanto maior quanto mais elevado for o índice. Importante: seu resultado deve ser comparado com a tabela abaixo. Exemplo: CONTROLE Identificação e correção dos fatores de risco – localizar os locais e fases acometidas Tratamento terapêutico; Uso de vacinas. Importante: dados como período de incubação, período de infecção e manifestação da doença antes da soroconversão são necessários, por isso, é preciso saber quando o animal foi contaminado para determinar a melhor data de vacinação dos animais. Programa mínimo de vacinação para um rebanho suíno TRATAMENTO Antibióticos – para tratamento e prevenção, embora o timing (tempo) seja o verdadeiro problema; Tratamento demasiado tardio ou precoce é ineficaz, muitas vezes deve-se prolongar durante mais algum tempo; Diterpenos, licosamidas, macrolídeos, quinolonas, triamilideos e tetraciclinas entre outros; Suínos não comem ou não bebem – por isso, tem que administrar via injetável; Impossível eliminar a infecção em um rebanho, mas pode-se conviver com ela; Aplicação medidas terapêuticas e imunoprofiláticas, e correção dos fatores de risco. Antes de qualquer atitude deve-se conhecer a gravidade da doença no rebanho – realizar exame de lotes de suínos no matadouro. Enfermidade do tipo hemorrágica, causada pela bactéria Erysipelothrix rhusiopathiae, que resulta em septicemia aguda (multiplicação da bactéria no corpo do animal) ou subaguda (doença clássica), quando aparecem lesões cutâneas (formato de diamante), artrite crônica e claudicação. ↓ Zoonose (Ruiva) Veterinários mais susceptíveis ETIOLOGIA Erysipelothrix rhusiopathiae Bastonete delgado, gram +, anaeróbio facultativo, imóvel, não formadora de endósporos, encapsulado; 28 sorotipos: 1 (a, b) e 2 os mais comuns; Esfregaço: aparece aos pares ou em grupos e assume forma de V, curva ou filamentosa. EPIDEMIOLOGIA Distribuição mundial; Descrita pela 1ª vez no Brasil em 1931, por Melo e Souza; Afeta mamíferos domésticos/selvagens, pássaro, répteis, anfíbios, peixes Possui filia por suínos (foco); 3 meses e < 3 anos Mais susceptíveis; Entrada Boca, ferimentos na pele; Principal reservatório Suíno doméstico; 30-50% sadios Bactéria nas tonsilas e outros tecidos linfoides; Suínos portadores ou doentes eliminam o agente via Fezes, secreções oronasais, urina Contaminam solo, água, cama e alimentos. Bovinos também podem se tornar portadores assintomáticos; Roedores e aves silvestres são considerados fontes de contaminação (vetores biológicos e mecânicos) para suínos Locais onde ficam alojados devem ser protegidos; Sobrevive nas fezes de 1-6 meses abaixo de 12 ºC; PI 1-7 dias. Desenvolvimento depende Virulência – cápsula e neuramidase; Infecção concorrente; Colostro – a colostragem dos animais de uma granja não fornece proteção para outros ambientes; Vacinação; Contaminação ambiental. PATOGENIA Entrada Ingestão de alimentos e água contaminados, tonsilas e tecido linfoide, pele, membranas mucosas e picadas de artrópodes Fatores de virulência: cápsula (enzima) e neuramidase Infecções crônicas e subagudas (predileção por órgãos e articulações). ERISIPELA Importante: - Pode causar êmbolo bacteriano nas válvulas cardíacas, levando a morte súbita; - Muitas vezes não tem sinais de pele, ou passam desapercebidos; - Lesão isquêmica na pele em formato de losango muitas vezes necrosa e a pele cai. SINAIS CLÍNICOS Em relação a manifestação clínica dos sinais: Forma aguda (septicêmica) PI 2-3 dias; Febre alta, prostração, incoordenação, anorexia, vômito, mortes, aborto ou fetos mumificados. Forma subaguda Febre branda, poucas lesões cutâneas (pode passar despercebida). Forma cutânea (clássica) Manchas na pele, febre, prostração, conjuntivite; Sinal clássico: lesões vermelhas na pele em forma de losango, 2,5-5,0 cm2; Sinais aparecem no 3º dia de infecção De 4 a 7 dias o animal se recupera ou formam-se placas de necrose (caso grave) Placas espalham e se ligam Soltam- se Carne viva. Forma crônica o Artrite Animais + velhos; Lesões articulares: Início: áreas maiores, quentes, sensíveis palpação Depois: edema diminui, áreas endurecidas e frias Alopecia, esfacelo da cauda e hiperqueratose de orelha. o Endocardite vegetativa Menos comum: massas trombóticas nas válvulas (trombos hialinos de fibrina); Morte súbita: incapacidade realizar exercícios. Importante: a forma cutânea (clássica) e crônica podem aparecer de forma aguda ou subaguda. DIAGNÓSTICO Sinais clínicos; Bacteriologia; Histologia; Material: biópsias, sangue, fezes, solo. Diferencial Peste suína clássica (septicemia), Salmonella choleraesuis (septicemia), Actinobacillus suis (septicemia), Streptococcus suis (artrite, endocardite) e Epidermite exsudativa (cutânea). TRATAMENTO Penicilina e Tetraciclina; Soro antierisipela + Antibiótico; Penicilina procaína 50.000UI/kg IM por 3 dias; Importante: casos crônicos não respondem bem. Estudo no Brasil (63 amostras): 19% resistente – Oxitetraciclina e Tiamulina; 20% resistente – Cloranfenicol e Doxiciclina; Sensíveis: Penicilina, Amoxicilina, Ceftiofur, Cefalexina, Florfenicol, Clindamicina. ↓ Realizar antibiograma CONTROLE E PROFILAXIA Controle Desinfeção com produtos fenólicos ou cresóis – ação residual e atividade presença de matéria orgânica. Importante: a higienização é o manejo sanitário mais eficaz. Quarentena; Vacinação. Importante: Se houver dificuldade de erradicação, utilizar soro hiperimune + vacina. Esquema soro hiperimune: Via parenteral: 5-20 ml Protege por +/- 2 semanas; Leitões 10ml 1ª semana de vida e depois mensalmente até vacinação. Vacinação Ocorrência de casos: Bacterinas, vacinas atenuadas ou culturas vivas avirulentas. o Vacinas 80-100 dias de gestação (porca); 180 e 200 dias idade (marrã); 90 dias de idade e 6/6 meses (cachaço). SAÚDE PÚBLICA Lesão erisipelóide; Doença ocupacional; Endocardite, septicemia (casos raros); Via de entrada: ferimentos pele. Doença infecciosa e septicêmica caracterizada por inflamação serofibrinosa das serosas resultando em pleurite, pericardite, peritonite e artrite (várias combinações). ETIOLOGIA Haemophilus parasuis Bastonete (na maioria dos casos), imóvel, pleomórfico, gram (-), NAD (fator V e fator sangue); Fatores de virulência: LPS, cápsula, fímbrias; Tropismo pelas serosas; 15 sorotipos e isolados não sorotipados; DOENÇA DE GLASSER No Brasil, os mais predominantes são 1, 4, 5 e 12, mas já foram encontrados todos (os sorotipados e os não sorotipados). EPIDEMIOLOGIA Distribuição mundial; Comensal do trato respiratório superior; Alta variabilidade – dificuldade para estruturação de vacinas completas e do animal produzir anticorpos; Coloniza animais sadios – estresse; PI: 1-5 dias Surtos associados com estresse e infecções virais associadas: Desmame, transporte, mistura de animais; PCV2, Influenza, PRRS (exótico). Animais de 2 semanas a 4 meses (5-8 semanas e logo após desmame; Mortalidade – variável (50%); Sobreviventes podem ser tornar refugos; Perdas econômicas – mortalidade de leitões, refugos e depreciação das carcaças. PATOGENIA SINAIS CLÍNICOS E LESÕES Adoecem de forma súbita, apresentando patia, febre (40–42°C), inapetência e anorexia. 3 principais quadros clínicos: Poliserosite: forma clássica de Glasser; Septicêmica: sem poliserosite, morte súbita, e hemorragia renal; Pneumonia: isola-se H. parasuis como agente primário ou secundário em infecções pelos PCV2, SRRS ou influenza. DIAGNÓSTICO Histórico, sinais clínicos e lesões de necropsia; Isolamento/Identificação: Difícil: maiores chances de encontrar em pulmão, cérebro, meninge, líquido pericárdico e sinovial No estágio inicial da doença e sem antibioticoterapia. ELISA, IF, imuno-histoquímica, hibridização e PCR. Bacteriologia: Coleta com swab; NAD-dependente; Isolamento em ágar sangue + estria de S. aureus, 37°C, 24-48 h, 5% CO2; Identificação em ágar chocolate; Identificação bioquímica. Importante: O H. parasuis é facilmente isolado em casos clínicos, como infecções agudas, início da doença e animais sacrificados. Porém, ocorrem dificuldades de isolamento quando os animais foram tratados com antimicrobianos, em animais mortos e infecções crônicas. TRATAMENTO E CONTROLE Ocorrência esporádica – antimicrobianos; Surtos severos Vacina: vacina comercial x autógenas. Antimicrobianos (via parenteral – repetir em 24h): Ampicilina, Cefalosporinas, Quinolonas, Gentamicina, Espectinomicina e Sulfa/Trimetropim; Resistentes: Penicilina, Tetraciclina, alguns Aminoglicosídeos e Lincomicina. Imunidade induzida (infecção) pode não proteger contra: Cepas diferentes do mesmo sorovar; Cepas homólogas. ↓ Antígenos pode não ser idênticos para os fatores de virulência ou são tipo-específicos. Vacinação Vacinas comerciais inativadas: Porcilis Glasser (Merk), Ingelvac HP1 (BI); Vacinas comerciais vivas: ParaSail - Newport Laboratories; Vacinas autógenas (bacterinas) Resultados melhores que a vacina comercial (campo e experimental); Tipar cepas prevalentes. Em geral: - Proteção homologa completa; - Proteção heteróloga incompleta ou inexistente. Em alguns casos também há falha: - Seleção errada da(s) amostra(s) vacinal(is); - Programa de vacinação incorreto; - Capacidade limitada de algumas amostras de induzir imunidade. o Calendário de vacinação ENTEROPATIA PROLIFERATIVA DOS SUÍNOS (EPS)/ILEITE Importante: esquema baseado na mortalidade dos leitões. Doença entérica que afeta suínos pós desmame de todas as idades, caracterizada por hiperplasia das células epiteliais das criptas intestinas. Pode afetar outras espécies animais. Duas formas: Clínica Aguda ou hemorrágica: animais de reposição e fase de terminação – diarreia sanguinolenta e morte súbita; Crônica (leitões em crescimento): redução do ganho de peso, diarreia transitória. Subclínica Animais em crescimento, infectados sem diarreia, mas com prejuízo. ETIOLOGIA Lawsonia intracellularis Bastonete G (-), curvos, intracelulares obrigatórios; Principal hospedeiro: suíno doméstico; 1993 Achado em enterócitos de ratos (forma experimental). EPIDEMIOLOGIA Qualquer tipo criação Padrão sanitário; Forma aguda Sistemas modernos e genética; Surtos 4-12 meses de idade, relacionados as práticas manejo: transporte, mistura de lotes, reagrupamento, variações na formulação de rações, tipos de antimicrobianos nas rações, falta de higiene, manejo (coleta de sangue, vacinações) e condições climáticas; Fonte Suínos assintomáticos eliminam fezes: Principal fonte: introdução de suínos infectados; Roedores e pássaros: sem comprovações. Transmissão Matriz/leitão e suíno/suíno; Via oro-fecal (108/grama de fezes) Não precisa de uma dose infectante maior; Viável ambiente de 1 a 2 semanas à 5ºC. PATOGENIA PI: 2 a 3 semanas. Via oral Atinge o ápice células epiteliais (endocitose) Citoplasma Se multiplica Células rompem Liberação do microrganismo Outras células e fezes Reação inflamatória Proliferação células epiteliais imaturas Células infectadas não amadurecem (continuam a mitose) e não descamam formando criptas hiperplásicas. Não se conhece o mecanismo de crise hemorrágica: E. coli, Clostridiume e Bacteroides Reduzem a tensão de O2 Diarreia devido à má absorção SINAIS CLÍNICOS Adultos jovens 4-12 meses de idade; Fezes sanguinolentas, sem muco, passando a marrom; Alguns morrem sem anormalidade fezes; Morrem com forte palidez; Observa-se que metade dos animais morre e os demais podem se recuperar; Aborto após 6 dias dos sinais clínicos. Formas da doença o Subclínica Sinais não visíveis, redução do ganho de peso; Piora conversão alimentar. o Crônica (leitões 2-4 meses idade) Diarreia transitória; Redução do consumo ração e redução do peso. o Aguda (4-12 meses idade, reposição, próximo abate) Morte Sangue digerido (parcial) intestino; Aborto. Lesões Maiores no íleo e menores no cólon (deve checar todo o jejuno também); Intestino espesso e túrgido, edema nas serosas; Lúmen íleo e cólon Hemorragias, coágulo de sangue; Superfície de mucosas afetadas no intestino Espessamento adenomatoso. DIAGNÓSTICO PCR Fezes, mucosa (muito feito); Fezes nas baias (quantidade, idade etc.). Cultivo IEC-18 (enterócitos ratos); INT-407 (derivado intestino feto humano); McCoy (células de camundongo – fibroblastos). Necropsia/Histologia Hiperplasia, criptas alongadas, vilosidades curtas com redução de células caliciformes, placas de Peyer multinucleadas e aumento no número de células epiteliais imaturas com aumento do número mitótico; Bactéria na parte apical do enterócitos imaturos; Demonstração do microrganismo Impregnação por prata, imunohistoquímica. Sorologia Diferencial Disenteria suína, Úlcera gástrica, Torção do mesentério e Síndrome Hemorrágica Intestinal. TRATAMENTO, CONTROLE E PROFILAXIA Várias abordagens Dependendo da idade e da forma; Surtos Água ou ração com Clortetraciclina 300ppm, Lincomicina 100ppm, Tiamulina 120ppm, Tilosina 100ppm por 14 dias; Suíno doente Injetável: Tilosina, Tiamulina, Penicilina, Espectinomicina; Forma endêmica crônica Tratar animais 4-8 semanas: Clortetraciclina 200ppm, Lincomicina 110ppm, Tiamulina 50ppm, Tilosina 1200ppm, Carbadox 50ppm Importante: a escolha depende também do custo, idade, outras doenças, troca de bases; MO resistente Neomicina, Gentamicina, Apramicina; Desmame precoce segregado 14 dias Não é eficaz; Bacitracina de zinco no alimento Redução da prevalência; Limpeza e desinfecção Final cada ciclo de produção; Vacinação: identificar período de infecção – perfil sorológico plantel Vacinar 5-6 semanas antes da soroconversão; Programas de erradicação no Brasil sem êxito Reinfecção em até 2 anos. ENTERISOL ILEITIS Lawsonia intracellularis BOEHRINGER INGELHEIM DO BRASIL Vacinação de suínos saudáveis e susceptíveis com 3 semanas ou mais de idade; Dosagem: 2 mL da vacina via oral por animal Vacinação via água de bebida. ↓ Segura e eficaz experimentalmente, melhora ganho de peso e conversão alimentar e reduz mortalidade. Pleuropneumonia contagiosa caprina, Pleuropneumonia contagiosa bovina, Brucella melitensis, Metrite puerperal e Rinotraqueíte do Peru. De forma geral: Saber por que é importante se preocupar com a prevenção, mesmo que não estejam presentes no país Nenhuma criação animal do mundo está imune a doenças (Mendes, 2005). Além de que uma doença exótica altamente transmissível pode se espalhar rapidamente se não for detectada ou relatada com rapidez. Veterinários possuem papel muito importante devido a serem as primeiras pessoas a entrarem em contato ou suspeitarem de um surto de doença exótica. A desinformação contribui para a disseminação de doenças por um simples descuido nas práticas de biossegurança. O reconhecimento de casos suspeitos e a subsequente comunicação rápida para as autoridades estaduais e/ou federais é o passo mais crítico de um programa de controle de doenças(Tokarnia et al, 2004). Saber sobre medidas de manejo para prevenção e controle A medicina veterinária do coletivo abrange 3 áreas: a saúde pública, a medicina de abrigos e a medicina veterinária forense. Saúde pública (área de atuação) x Saúde coletiva (área de estudo). O QUE É UM ABRIGO PARA ANIMAIS? Todo local onde pode juntar população de animais de companhia. O abrigo tem caráter temporário, e é o que o diferencia de um canil, gatil, CCZ ou UVZ (unidade de vigilância de zoonose). No Centro de Controle de Zoonose (CCZ) deve haver um laboratório para identificação de zoonoses, além de um centro cirúrgico e de entomologia. A Unidade de Vigilância de Zoonose (UVZ) é parecida com o CCZ e faz tudo que o mesmo faz, porém, além disso, faz a vigilância de zoonoses 24h por dia. Importante: no Brasil tem mais canil/gatil CCZ UVZ. Área do abrigo Área dos animais: 65%; Área do público/apoio: 35%. o Recinto primário Um recinto primário é definido como uma área de confinamento, como gaiola, cercado/viveiro, canil, baia/barraca ou curral, onde um animal come, dorme e, na maioria das situações de alojamento em abrigo, passa a maior parte de seu tempo. Importante: no caso dos gatos ele precisam enxergar ao redor e ter uma área onde possam se esconder para evitar estresse. DOENÇAS EXÓTICAS MEDICINA VETERINÁRIA DE ABRIGO
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