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A língua no ambiente profissional
Vamos conhecer as principais qualidades da linguagem no ambiente profissional e os vícios que devem ser
evitados.
Prof. Luís Cláudio Dallier Saldanha
1. Itens iniciais
Propósito
Ao compreender as características da linguagem em contextos de atividade profissional, você ampliará sua
competência comunicacional.
Objetivos
Identificar as características da linguagem na comunicação profissional e oficial.
Reconhecer os vícios de linguagem comuns no ambiente profissional.
Introdução
Saber usar a língua portuguesa no contexto das relações profissionais é um dos principais fatores que
contribuem para uma boa comunicação e para se alcançar resultados favoráveis no mundo do trabalho 
Por isso, é fundamental conhecer os aspectos da linguagem que são próprios da comunicação organizacional
ou empresarial, além de ficar atento às incorreções gramaticais e aos vícios de linguagem mais comuns no
âmbito profissional. 
Vamos, então, ao estudo deste interessante assunto! 
• 
• 
1. Linguagem e comunicação profissional
Falhas na comunicação
Você já teve dificuldades em compreender uma mensagem? No ambiente profissional o uso adequado da
língua é fundamental. Por isso, vamos conhecer algumas experiências de falha na comunicação assistindo ao
vídeo a seguir.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Percebeu como a linguagem adequada é importante no contexto organizacional?
O estilo e a linguagem do texto, nesse contexto, devem seguir padrões de modernidade, otimizando o uso do
tempo e do espaço na troca de mensagens. Um texto bem escrito, adequado às normas gramaticais e aos
padrões da moderna redação empresarial, pode reforçar a credibilidade e a qualidade de uma organização.
O texto comercial ou institucional deve ser caracterizado pela sua eficácia. O destinatário desse texto, o
cliente ou um parceiro, deve responder à mensagem que recebeu da forma que o emissor espera. Quanto
mais próxima da intenção ou do objetivo estiver a resposta, mais eficaz será o texto.
Profissionalmente, você se comunica para fazer com que as coisas
aconteçam, obter e passar informação, tomar decisões, chegar a
consensos e se relacionar com as pessoas.
(HELLER, 2000)
Saiba mais
Robert Heller (1932-1912) foi fundador e o primeiro editor da revista Management Today, a mais
prestigiada publicação britânica na área gerencial. Autor de diversos livros na área de Gestão, Robert
Heller também escreveu sobre comunicação no contexto organizacional. 
No ambiente profissional, a linguagem deve estar a serviço da comunicação eficiente, a qual consiste em fazer
as pessoas entenderem a mensagem e a responderem provocando novas trocas – de preferência na direção
tencionada. A comunicação sempre é uma via de duas mãos. Por isso, a seguir, vamos conhecer algumas
dicas para uma comunicação eficiente no contexto profissional.
A concisão
Será que em qualquer situação um texto deve ser conciso? No vídeo a seguir, Luís Cláudio Dallier e Roberto
Paes explicam quando usar essas técnicas de redução de texto.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Os textos que cumprem a função de promover e facilitar a comunicação no contexto organizacional devem
conter qualidades que lhes garantam ter sua mensagem decodificada e apreendida sem grandes esforços ou
perda de tempo. 
De acordo com Gold (2005, p. 6), deve-se evitar a linguagem prolixa e difícil, pois tanto o vocabulário
sofisticado quanto as frases longas e rebuscadas não contribuem para um rápido entendimento da
mensagem, levando o leitor a um desperdício de tempo, quando não a uma desmotivação progressiva que
causará, inconscientemente, a rejeição da mensagem.
Um texto mal escrito pode até acarretar perda de prestígio para uma instituição. Por isso, os textos
devem ser concisos, claros, objetivos e formais. 
No contexto organizacional, os textos devem promover e facilitar a comunicação, por isso não podem faltar
neles as qualidades que garantem a compreensão da mensagem sem grandes esforços ou perda de tempo.
Uma dessas qualidades é exatamente a concisão.
Devemos evitar a linguagem prolixa e difícil, pois tanto o vocabulário sofisticado quanto as frases longas e
rebuscadas não contribuem para um rápido entendimento da mensagem, levando o leitor a um desperdício de
tempo ou a uma desmotivação progressiva que causará, inconscientemente, a rejeição da mensagem (Gold,
2005, p. 6).
Veja esse exemplo:
Percebeu que a mesma mensagem foi passada com menos palavras? Chamamos isso de concisão: a
capacidade de comunicar o máximo de informação com o mínimo de palavras, evitando pretextos e clichês
que tornam o texto antiquado e rebuscado. 
O texto conciso é aquele em que todas as palavras e informações utilizadas têm uma função significativa
(Gold, 2005, p. 7).
As palavras devem estar impregnadas de sentido, dispensando-se os elementos que são desnecessários, e a
técnica da redução precisa ser aplicada eficazmente. Por isso, é importante observar que a concisão do texto
está relacionada com uma ideia utilitarista da mensagem, mas, ainda assim, não deve significar um
empobrecimento. De acordo com Gold (2005, p. 51-52), ela deve ser entendida como uma forma mais enxuta
e condensada, na qual se valoriza cada informação.
Como criar textos concisos?
Procure maximizar a informação com um mínimo de palavras.
Elimine os clichês.
Saiba mais
Você deve usar o “Atenciosamente”, quando se dirigir a uma autoridade de mesmo nível hierárquico ou
inferior; ou o “Respeitosamente”, quando se dirigir a uma autoridade superior. 
Retire as redundâncias e corte ideias ou informações excessivas, identificando tudo que não é
necessário para a compreensão da mensagem ou que incorre em repetições desnecessárias.
Algumas técnicas de redução podem auxiliar no enxugamento do texto. Vamos conhecê-las a seguir.
Redução do excesso de quês, o queísmo
A primeira técnica de redução de queísmo (Termo que designa o exagero no uso do pronome relativo
“que”) é a substituição de orações introduzidas pela palavra “que” por substantivos abstratos, verbo
no infinitivo e particípios. Exemplo:
Espero que me telefone a fim de que se esclareçam as questões que dizem respeito ao tema que foi
debatido na reunião.
Veja como fica a redução do excesso de “quês”:
Espero que me telefone → telefonema → Espero seu telefonema
A fim de que se esclareçam → esclarecer → A fim de esclarecer
As questões que dizem respeito → a respeito → As questões a respeito do
Tema que foi debatido → discutido → Tema discutido na reunião
• 
Em vez de: 
Esta tem o objetivo de comunicar.
Você pode escrever: 
Comunicamos.
• 
Em vez de: 
Nada mais havendo a declarar,
subscrevemo-nos.
Você pode escrever: 
Atenciosamente ou
Respeitosamente.
• 
Em vez de: 
A posição da diretoria da empresa é de que
sejam esgotadas todas as possibilidades
para se alcançar uma saída negociada.
Você pode escrever: 
A diretoria é a favor de uma saída
negociada.
Substituição da oração adjetiva usando um adjetivo equivalente
Veja um exemplo para essa substituição:
O profissional que não se prepara será facilmente superado.
Substituição:
O profissional despreparado será facilmente superado.
Substituição da oração adjetiva usando um substantivo e complemento
Veja um exemplo para essa substituição:
Um diretor, que comprava muitas ações, obteve grandes lucros.
Substituição:
Um diretor, comprador de muitas ações, obteve grandes lucros.
Substituição da oração desenvolvida por substantivo abstrato ou verbo no infinitivo
Veja dois exemplos para essa substituição:
Exemplo 1
Espero que saibam que sairei na próxima semana.
Substituição:
Espero que saibam da minha saída na próxima semana.
Exemplo 2
É preciso que se estabeleça um novo marco regulatório.
Substituição:
É preciso estabelecer um novo marco regulatório.
Substituição da forma composta pelo verbo no particípio
Veja um exemplo para essa substituição:
O Departamento Financeiro já enviou o relatórioque foi solicitado pela Diretoria.
Substituição:
O Departamento Financeiro já enviou o relatório solicitado pela Diretoria.
• 
• 
Transformação de orações de voz passiva para a voz ativa
Esta é outra técnica interessante em textos que apresentam excesso de frases na voz passiva. Voz
ativa e voz passiva estão relacionadas com o conceito de voz verbal, ou seja, o modo como o sujeito
se relaciona com o verbo e seus complementos. A voz ativa indica que o sujeito participa da ação
denotada pelo verbo ou a pratica. A voz passiva indica que a ação expressada pelo verbo é recebida
pelo sujeito. Vejamos um exemplo:
Voz passiva: A compra das novas impressoras foi aprovada pela diretoria.
Voz ativa: A diretoria aprovou a compra das novas impressoras.
Essa técnica não é recomendada quando há intenção de enfatizar um dos termos da sentença.
Observe que, no exemplo, a voz passiva destaca a compra das novas impressoras e a voz ativa
enfatiza a aprovação da diretoria.
Substituição das locuções adjetivas por um adjetivo
Veja um exemplo para essa substituição:
As áreas das cidades não devem receber o mesmo tratamento conferido às regiões do campo.
Substituição:
As áreas urbanas não devem receber o mesmo tratamento conferido às regiões rurais.
Objetividade, clareza, precisão e linguagem formal
Objetividade
O que é um texto objetivo? Como transmitir uma informação de forma objetiva? Vamos buscar essas respostas
observando as duas situações a seguir:
• 
• 
O texto objetivo se caracteriza pela centralidade das informações que realmente são importantes, não se
acrescentando detalhes ou palavras que distraiam o leitor ou não contribuam para a finalidade da
comunicação ou do documento elaborado. Por isso, a objetividade será alcançada quando o leitor for
conduzido mais diretamente ao assunto que se quer tratar. Um texto objetivo não apresenta excesso de
palavras ou ideias.
Confira algumas dicas para elaborar um texto ou fala objetivos.
Identifique o que você quer dizer ao seu leitor.
Foque na informação ou ideia central, destacando o mais importante.
Identifique outras informações que ajudem na assimilação da sua mensagem.
Acrescente ideias secundárias ou informações que podem ser úteis, mas que não comprometam o
resultado esperado.
Identifique o que atrapalha na assimilação da ideia central.
Aproveite as informações que possam ser interessantes e agregam valor ao seu texto, mas descarte
as ideias e detalhes que não atendem ao propósito da mensagem ou do documento.
A objetividade pode contribuir para a concisão do texto, principalmente nas correspondências e documentos.
Clareza e precisão
Veja a seguir um exemplo de como podemos transmitir uma informação com clareza.
Percebeu como a clareza na transmissão das ideias contribui para a correta compreensão de um texto? Esse é
um fator primordial em toda comunicação. É preciso ter clareza sobre o que você quer comunicar e
transcrever adequadamente essa organização mental, considerando que outra pessoa lerá o que você
escrever. Quanto mais clareza no texto, mais chances de um leitor não familiarizado com o tema ser capaz de
compreender as ideias presentes sem grandes problemas.
Quando escrever um texto ou documento que será lido por pessoas de outras áreas, tenha cuidado
com o uso de vocabulário técnico, evitando o excesso desses termos e oferecendo explicações
quando julgar adequado. Evite parágrafos muito longos, frases invertidas, ambiguidades e termos
que careçam de precisão.
O exemplo anterior é um caso de frases invertidas, ou seja, frases que foram colocadas na ordem indireta.
Essa forma de escrita pode prejudicar a clareza do texto, pois a ordem indireta leva o leitor a um maior esforço
para compreender a mensagem, tentando mentalmente colocar a frase na ordem direta. Quando o texto do
nosso exemplo foi colocado na ordem direta, a compreensão da mensagem se tornou mais fácil. Lembre-se de
que no português a ordem direta se caracteriza por:
Sujeito Verbo
Complemento
Para complementar a clareza de um texto, precisamos estar atentos, também, à precisão. Ela pode ser
caracterizada pelos seguintes elementos:
Articulação 
Da linguagem comum ou técnica para a perfeita
compreensão da ideia veiculada no texto.
Manifestação 
Do pensamento ou da ideia com as mesmas
palavras, evitando o emprego de sinonímia com
propósito meramente estilístico.
Escolha 
De expressão ou palavra que não confira duplo
sentido ao texto.
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2018, p. 17) traz algumas
recomendações para se obter clareza nas comunicações e textos oficiais. Aperte o play para conhecê-las.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Linguagem formal
Você acha adequado escrever ou falar no seu local de trabalho do mesmo modo que se comunica numa roda
de amigos ou nas redes sociais? A linguagem utilizada nas relações profissionais deve ter algum grau de
formalidade. Vamos entender isso melhor conferindo as duas situações a seguir: 
Diferentemente da linguagem coloquial, a linguagem formal possibilita a compreensão dos termos utilizados
de modo mais universal. A padronização da linguagem harmoniza-se com o caráter mais impessoal dos
documentos e de parte das relações profissionais, favorecendo a imparcialidade e evitando uma linguagem
mais emotiva. 
A linguagem formal está mais adequada às normas gramaticais e pode fortalecer uma imagem de
credibilidade e competência. No entanto, há situações e espaços na vida organizacional nos quais a
linguagem não precisa de tanta formalidade. Observe algumas sugestões:
Evite palavras rebuscadas, difíceis ou complicadas, tornando o texto pedante.
Evite, principalmente nas comunicações, chavões ou expressões antiquadas.
Tenha cuidado com os pleonasmos.
Nas comunicações oficiais ou nas interações formais no ambiente de trabalho, leve em consideração que
devemos usar a língua culta, a linguagem formal, a fim de evitar uma pobreza de expressão ou uma linguagem
simplória, imprópria. Mas não confunda a linguagem formal com falta de simplicidade na comunicação. Se
falamos e escrevemos de forma simples, clara e objetiva, temos mais chances de sermos compreendidos.
O uso da norma culta não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem
próprias do estilo literário. Você não escreve um e-mail ou documento como se estivesse escrevendo uma
crônica ou texto literário. Sempre consulte o dicionário e a gramática nos casos de dúvidas ao redigir um texto
ou preparar sua fala para alguma apresentação.
Objetividade, clareza, precisão e linguagem formal
Aplicação dos conceitos de objetividade, clareza, precisão e linguagem formal na elaboração de textos
escritos e falados. 
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Algumas qualidades devem caracterizar as mensagens que transmitimos no ambiente de trabalho, evitando
falhas que comprometem a comunicação. Essas características são imprescindíveis porque
A
• 
Em vez de: 
Pedir-vos-ei que atenteis para...
Você pode escrever: 
Peço que considere...
• 
Em vez de: 
“Debalde”, “outrossim”, “destarte” ...
Você pode escrever: 
“Inutilmente”, “também”, “deste
modo”...
• 
Em vez de: 
A seu critério pessoal...
Você pode escrever: 
A seu critério...
contribuem para a comunicação se tornar eficiente.
B
conferem beleza e erudição ao texto profissional.
C
assemelham-se à linguagem coloquial ou informal.
D
tornam o texto escrito semelhante ao texto falado.
E
ajudam as pessoas a impressionarem as outras pela linguagem rebuscada.
A alternativa A está correta.
A comunicação eficiente consiste em fazer as pessoas entenderem sua mensagem e responder de forma a
provocar novas trocas, de preferência na direção do que você gostaria. A comunicação sempre é uma via
de duas mãos. Profissionalmente, você se comunica para fazer com que as coisas aconteçam, obter e
passar informação, tomar decisões, chegara consensos e se relacionar com as pessoas.
Questão 2
Leia o texto a seguir:
 
Fernando, que é o novo secretário, que vem a ser ex-aluno do diretor, que é muito querido, sabe bem o que
nossa instituição precisa para que melhore sua comunicação.
 
Assinale a opção que apresenta uma versão concisa e clara do texto, mantendo seu sentido original.
A
Fernando, o novo secretário e também ex-aluno do nosso querido diretor, sabe bem o que nossa instituição
precisa para melhorar a comunicação.
B
Fernando, que é o novo secretário, que vem a ser ex-aluno do querido diretor, sabe bem o que nossa
instituição precisa para sua comunicação.
C
Fernando, novo secretário, que é ex-aluno do diretor querido, sabe bem que nossa instituição precisa
melhorar sua comunicação.
D
Fernando, secretário, ex-aluno do diretor, que é muito querido, sabe bem o que nossa instituição precisa para
que melhore sua comunicação.
E
Fernando, que vem a ser ex-aluno do diretor, que é muito querido, é o novo secretário e sabe bem o que nossa
instituição precisa para que melhore sua comunicação.
A alternativa A está correta.
A opção A apresenta uma versão do texto sem queísmo (excesso de "quês"), mais concisa e clara. As
demais alternativas apresentam ou a permanência do queísmo ou problemas em sua estrutura que alteram
o sentido original do texto.
2. Vícios de linguagem no ambiente profissional
Barbarismo, pleonasmo e cacofonia
Impactos dos vícios de linguagem na comunicação
Você sabe o que são os vícios de linguagem? No vídeo a seguir, o professor Luís Cláudio Dallier nos ajuda a
entender o que são e quais os impactos deles na comunicação.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Os principais vícios de linguagem são erros ou desvios que comprometem a clareza, a objetividade e a
correção do texto. Esses vícios podem ocorrer em diversos níveis, como na pronúncia e na escrita das
palavras ou na construção das frases.
Além de prejudicarem uma comunicação eficaz no contexto profissional, os vícios de linguagem podem
comprometer a imagem do profissional, lançando dúvidas sobre sua competência. Por isso, a partir de agora,
vamos examinar alguns tipos e buscar formas de corrigi-los ou evitá-los.
Barbarismo
O barbarismo é um vício que consiste em escrever ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma
gramatical, de forma frequente e habitual. Muitas vezes, ele está relacionado com o baixo grau de
escolaridade ou com um certo descuido ao usar a língua. A palavra pobrema, no diálogo a seguir, ilustra esse
descuido.
Vejamos alguns exemplos de barbarismo:
Na fala
“Peneu” em vez de “Pneu”;
“Menas” no lugar de “menos”;
“Esteje” no lugar de “esteja”.
Na escrita
“Ancioso” em vez de “ansioso”;
“Adevogado” no lugar de “advogado”;
“Acessor” em vez de “assessor”.
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Pleonasmo ou tautologia
O pleonasmo, também chamado de tautologia ou redundância, consiste na repetição de palavras diferentes
para expressar uma mesma ideia. É a repetição desnecessária de uma palavra, ideia ou informação já contida
na frase. Veja o exemplo a seguir:
Na comunicação objetiva, concisa e clara essas redundâncias devem ser evitadas. 
Vejamos mais alguns exemplos de pleonasmo:
Elo de ligação;
Empréstimo temporário;
Outra alternativa;
Todos foram unânimes;
Continua a permanecer;
Retornar de novo;
Há anos atrás;
Detalhes minuciosos;
Abertura inaugural;
A seu critério pessoal.
Há situações em que as redundâncias são usadas intencionalmente. Aperte o play para conhecê-las.
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Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Cacofonia
Consiste na repetição de sons semelhantes, geralmente em palavras próximas, criando um efeito sonoro
desagradável ou inadequado. O resultado da cacofonia é, portanto, o cacófato: palavra que produz um efeito
desagradável.
Na primeira fala do diálogo a seguir, há um exemplo de cacofonia: união de sílabas vizinhas resultando em
palavra inconveniente, ridícula ou obscena.
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Veja mais alguns exemplos:
Gerundismo, ambiguidade e clichês
Gerundismo
Consiste no uso excessivo do gerúndio (-ndo) associado a outras formas verbais para expressar ações em
andamento. Vamos nos lembrar de que o gerúndio é uma forma verbal que expressa uma ação em curso,
simultânea a outra, ou uma ideia de progressão indefinida. O gerundismo se dá quando o uso do gerúndio não
corresponde a uma ação em curso ou processo que se prolonga no tempo.
Veja um exemplo no primeiro balão deste diálogo:
O gerundismo é comumente associado a uma falta de comprometimento na mensagem. Pode ser entendido
também como uma tentativa de simular a formalidade. Há situações em que ele estaria relacionado ao
Cacófatos 
Boca dela
Quero a mala
Vou-me já
Ele falou pela dona
Alternativa 
Sua boca
Preciso da mala
Vou agora
Ele falou em nome da dona
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artificialismo nas relações socais. Uma hipótese para a origem do gerundismo é a tradução para o português
do futuro contínuo, tempo verbal da língua inglesa.
Confira outros exemplos de gerundismo e a sugestão para a sua correção:
O gerundismo pode indicar uma falta de comprometimento na mensagem. Roberto Paes nos ajuda a entender
melhor essa interpretação. Aperte o play a seguir.
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Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Ambiguidade
Corresponde à duplicidade de sentido em uma sentença, gerando mais de uma interpretação possível. Pode
ocorrer devido a construções sintáticas ambíguas ou escolhas de palavras inadequadas.
No exemplo, a seguir, você perceberá como é importante o cuidado com as ambiguidades. Precisamos estar
atentos às palavras e às frases que dão margem a interpretações ou entendimentos confusos e duplos. 
Veja mais um exemplo:
Gerundismo 
Você pode estar respondendo ao
questionário?
Nossa empresa vai estar informando
sobre o contrato.
Você vai estar pagando diretamente no
banco.
Alternativa 
Você pode responder ao
questionário?
Nossa empresa informará sobre o
contrato.
Você pagará diretamente no
banco.
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Se alguém diz: 
O cachorro do seu pai avançou na minha
amiga.
Podemos entender que: 
O cachorro pode ser o animal (cão), ou
uma qualidade (vagabundo,
assanhado) para pai.
Atividade discursiva 1
Reescreva as frases eliminando as ambiguidades.
 
a) A prefeita conversou com o chefe de gabinete em sua sala.
 
b) O cliente quer participar da reunião, mas o diretor não quer.
Chave de resposta
a) A prefeita conversou com o chefe de gabinete na sala dela.
ou
A prefeita conversou com o chefe de gabinete na sala dele.
b) O cliente quer participar da reunião, mas o diretor não quer participar.
ou
O cliente quer participar da reunião, mas o diretor não quer que ele participe.
Uso de clichês e vocabulário sofisticado
Os clichês são expressões ou frases feitas, que se tornaram desgastadas pelo uso frequente, perdendo sua
originalidade e impacto. Eles também são antiquados e vícios de estilo incorporados à linguagem empresarial.
Já o vocabulário sofisticado se caracteriza pelo uso desnecessário de palavras rebuscadas ou de difícil
compreensão, tornando o texto pedante e inadequado.
Confira algumas expressões desnecessárias ou ultrapassadas para o estilo moderno de comunicação escrita.
Expressão evitável 
Vimos por meio desta
missiva informar...
Expressão simplificada 
Informamos que...
A seguir, você poderá saber um pouco mais sobre as expressões desnecessárias.
Saiba mais
Expressões evitáveis e suas possíveis substituições.
Venho através desta solicitar - Solicito
Levamos a seu conhecimento - Informamos
Causou-nos espécie a decisão - Causou-nos estranheza, estranhamos, fomos surpreendidos
Consternou-nos profundamente - Lamentamos profundamente
Devido ao fato de que - Devido a, por causa de
Precípua - Principal
Destarte - Dessa forma, dessa maneira
Referenciado - Referido
Aprazada - Dentro do prazo
Datas aprazadas - Datas agendadas
Aproveitando o ensejo,anexamos - Anexamos
As palestras já estão inseridas no contexto da programação - As palestras já estão na
programação
Via de regra, os procedimentos - Geralmente, os procedimentos
Datas aprazadas - Datas agendadas
Devemos concluir, de acordo com o que dissemos acima - Concluímos que
Sem mais para o momento - Atenciosamente/respeitosamente
Debalde - Em vão, inutilmente
Outrossim - Igualmente, do mesmo modo
Gerundismo, ambiguidade e clichês
Apresentação dos vícios de linguagem gerundismo,
ambiguidade e clichês com exemplos de como evitá-los.
Expressões evitáveis 
Supracitado
Acima citado
Encarecemos a V. Sa
Somos de opinião que
Temos em nosso poder
Temos a informar que
Substituir por: 
Citado
Citado
Solicitamos
Acreditamos, consideramos
Recebemos
Informamos
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Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Atividade discursiva 2
Reescreva o texto a seguir substituindo os chavões ou expressões que devem ser evitadas na comunicação
oficial ou empresarial.
 
Vimos por meio desta missiva informar que a matrícula deverá ser efetuada até a data aprazada. Destarte,
encarecemos aos pais e responsáveis que evitem prejudicar o início das atividades letivas.
Chave de resposta
Informamos que a matrícula deverá ser efetuada dentro do prazo. Assim, solicitamos aos pais e
responsáveis que evitem prejudicar o início das atividades letivas.
Uso inadequado do particípio
Veja o diálogo a seguir.
Na primeira fala, temos um equívoco com a forma verbal “chego”, pois ela deveria estar na forma regular do
particípio “chegado”. O particípio é uma forma nominal do verbo, assim como o infinitivo. Geralmente, a
dificuldade no emprego do particípio se deve ao fato de vários verbos apresentarem duas formas: uma regular
e outra irregular. Veja o exemplo das duas formas possíveis do particípio do verbo entregar:
Particípio irregular
O documento foi entregue.
Particípio regular
Ele deve ter entregado o documento.
Usa-se a terminação –ado ou –ido para a forma regular com os verbos auxiliares ter e haver. Veja o esquema:
O particípio irregular, antecedido pelos verbos auxiliares ser, estar e ficar, tem uma terminação distinta.
Confira alguns exemplos:
Fiquei feliz porque o jogo foi ganho pelo meu time.
Fiquei feliz depois de meu time ter ganhado o jogo.
 
O público reclamou depois de o evento ser suspenso.
O público reclamou depois de os organizadores terem suspendido o evento.
Há particípios que possuem apenas uma forma, como no caso do verbo chegar, que somente admite o
particípio “chegado”; e do verbo trazer, que aceita apenas o particípio “trazido”.
O gerente havia chegado atrasado à reunião.
 
A professora havia trazido as provas corrigidas.
Uso inadequado do particípio
Explicação e exemplos do uso do particípio passado dos verbos na comunicação em ambientes de trabalho.
Conteúdo interativo
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Verificando o aprendizado
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Questão 1
O gerundismo é um vício de linguagem bastante comum no contexto do telemarketing. Assinale a alternativa
na qual foi evitado o gerundismo:
A
Estamos precisando de estar atualizando os procedimentos.
B
Vou estar verificando a documentação necessária.
C
Estou pensando em estar participando do curso de capacitação.
D
Ele está pretendendo realizar uma reunião com a equipe.
E
Vamos estar discutindo os detalhes do projeto na próxima semana.
A alternativa D está correta.
O uso do gerúndio é legítimo, tal como o encontramos em Ele está pretendendo realizar uma reunião com a
equipe. Nos demais casos, no entanto, existe uma soma de formas verbais desnecessárias. Essas, sim,
caracterizam o uso do gerúndio de forma viciada.
Questão 2
Na linguagem organizacional, deve haver um esforço para garantir a concisão, a clareza e a objetividade. Os
clichês, jargões e outros vícios de linguagem vão contra essas características desejáveis. Nas alternativas a
seguir, assinale aquela em que os vícios de linguagem e clichês são evitados no texto.
A
Vimos por meio desta acusar o recebimento de sua carta referente à cessão de nosso Salão Nobre.
B
Venho por meio desta informar que a reunião de professores que foi marcada para que se discutam as normas
que foram aprovadas está confirmada para amanhã.
C
Nada mais havendo a tratar neste ofício, ficamos no aguardo e nos despedimos com renovados votos de
estima e apreço.
D
Comunicamos o cancelamento das aulas de reposição marcadas para a próxima semana.
E
Destarte, esclarecemos, outrossim, que todos foram unânimes em aprovar a verba para o acabamento final do
novo prédio da escola.
A alternativa D está correta.
A alternativa A apresenta o clichê e jargão "Vimos por meio desta acusar o recebimento".A alternativa B,
além de conter o jargão "Venho por meio desta", apresenta queísmo (excesso de quês). A alternativa C
apresenta inadequação na forma de finalizar uma correspondência ou ofício, que deveria usar como fecho
apenas "Atenciosamente" ou "Respeitosamente". A opção E apresenta o uso inadequado de palavras como
"destarte" e "outrossim", além dos pleonasmos "todos foram unânimes" e "acabamento final".
3. Conclusão
Considerações finais
Vimos que a comunicação eficiente no ambiente de trabalho apresenta características como a clareza, a
objetividade, a concisão e o uso adequado da língua de acordo com a norma culta. Essas qualidades da
linguagem no ambiente profissional aumentam a chance de termos nossas mensagens alcançando seus
propósitos. 
Também constatamos que, se quisermos priorizar mensagens objetivas e concisas no ambiente profissional,
teremos de elaborar nosso texto livre de vícios de linguagem como gerundismo, pleonasmo e clichês. Se
nosso objetivo é tornar o texto claro, teremos cuidado para evitar vícios como ambiguidade, barbarismo e
cacofonia. 
Tenha sempre em mente as características desejáveis da linguagem no ambiente profissional e os vícios de
linguagem que deverão ser evitados.
Podcast
Luís Cláudio Dallier, Rafael Iorio e Roberto Paes encerram o tópico falando sobre as características da
linguagem no ambiente profissional.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
Para conhecer as normas e o padrão da comunicação oficial no Brasil, consulte a última edição do Manual de
Redação da Presidência da República, disponível no site do Planalto (Governo Federal).
 
Assista ao vídeo A Importância da Comunicação no Ambiente de Trabalho, no canal do TRT Goiás no YouTube.
 
Consulte o artigo 15 vícios de linguagem que você deve evitar em provas e no dia a dia, disponível no portal
Terra.
Referências
BARONA, R. L. Gerundismo: problema de participação urbana. Gazeta Digital, s/d. Acesso em: 27 jan. 2020.
 
BRASIL. Manual de redação da presidência da república. 3. ed. Brasília: Presidência da República, 2018.
 
GOLD, M. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. 3. ed. São Paulo: Pearson
Education, 2005.
 
HELLER, R. Como se comunicar bem. Série Sucesso Profissional. São Paulo: Publifolha, 2000.
	A língua no ambiente profissional
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Linguagem e comunicação profissional
	Falhas na comunicação
	Conteúdo interativo
	Saiba mais
	A concisão
	Conteúdo interativo
	Saiba mais
	Redução do excesso de quês, o queísmo
	Substituição da oração adjetiva usando um adjetivo equivalente
	Substituição da oração adjetiva usando um substantivo e complemento
	Substituição da oração desenvolvida por substantivo abstrato ou verbo no infinitivo
	Substituição da forma composta pelo verbo no particípio
	Transformação de orações de voz passiva para a voz ativa
	Substituição das locuções adjetivas por um adjetivo
	Objetividade, clareza, precisão e linguagem formal
	Objetividade
	Identifique o que você quer dizer ao seu leitor.
	Identifique outras informações que ajudem na assimilaçãoda sua mensagem.
	Identifique o que atrapalha na assimilação da ideia central.
	Clareza e precisão
	Sujeito
	Verbo
	Complemento
	Articulação
	Manifestação
	Escolha
	Conteúdo interativo
	Linguagem formal
	Objetividade, clareza, precisão e linguagem formal
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Vícios de linguagem no ambiente profissional
	Barbarismo, pleonasmo e cacofonia
	Impactos dos vícios de linguagem na comunicação
	Conteúdo interativo
	Barbarismo
	Na fala
	Na escrita
	Pleonasmo ou tautologia
	Conteúdo interativo
	Cacofonia
	Gerundismo, ambiguidade e clichês
	Gerundismo
	Conteúdo interativo
	Ambiguidade
	Atividade discursiva 1
	Uso de clichês e vocabulário sofisticado
	Vimos por meio desta missiva informar...
	Informamos que...
	Saiba mais
	Gerundismo, ambiguidade e clichês
	Apresentação dos vícios de linguagem gerundismo, ambiguidade e clichês com exemplos de como evitá-los.
	Conteúdo interativo
	Atividade discursiva 2
	Uso inadequado do particípio
	Particípio irregular
	Particípio regular
	Uso inadequado do particípio
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

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