Buscar

penal

Prévia do material em texto

Respostas: Natalia
Questões 1 
1.                  Quais são as espécies de pena existentes?
	         O art. 32, CP prevê as seguintes espécies de pena: privativas de liberdade; restritivas de direitos; multa.
2.                  Diferencie reclusão de detenção?
	 A reclusão tem três regimes, o fechado, o semi-aberto e o aberto, já a detenção tem apenas dois: o semi-aberto e o aberto, salvo a necessidade de transferência para o fechado.
3.                  O que se entende por progressão e regressão de regime?
		Progressão: ele poderá progredir do regime em que se encontra para um menos grave. Regressão: ele pode regredir para um regime mais grave do que se encontra seguindo os termos do artigo 118 da Lei de Execução Penal.
4.                  Diferencie remissão de pena de detração de pena.
	 	Remissão, ou seja, a cada três dias trabalhados um dia de pena será remido. Detração: o tempo que permaneceu preso antes da condenação será descontado do tempo de pena.
5.                  Quais os requisitos para a progressão de regime?
		se houver mérito do condenado e cumprido o requisito temporal, cumprimento de mais de 1/6 da pena, ele poderá progredir do regime em que se encontra para um menos grave.
Questões 2
Quais as penas restritivas de direitos?
a) prestação pecuniária, que consiste no pagamento de dinheiro à vitima; b) perda de bens e valores do condenado, que é destinada ao Fundo Penitenciário Nacional; c) prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; d) interdição temporária de direitos, que pode ser: proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública ou de mandato eletivo, proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício de que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público, suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo, proibição de freqüentar determinados lugares; e) limitação de fim de semana, que consiste na obrigação de o condenado permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Como se dá a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos?
arts. 44 a 46 e 60 - Penas privativas de liberdade podem ser substituídas por restritivas de direitos se o crime for culposo, independente do quanto de pena; ou se o crime for doloso e a pena não superior a 4 anos e o crime não tenha sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. o réu não pode ser reincidente específico em crime doloso (ver se) culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, os motivos e as circunstâncias indicam ser a substituição suficiente
A substituição ocorre das seguintes formas:
a) pena igual ou inferior a 1 ano: substituição por multa ou por uma pena restritiva de direitos;
b) pena superior a 1 ano: substituição por duas penas restritivas de direitos ou por uma pena restritiva de direitos e multa.
Como se dá o cálculo da pena de multa?
Seu cálculo se dá em dias-multa, no mínimo de 10 e no máximo de 360. O valor do dia-multa não pode ser inferior a 1/30 nem superior a 5 vezes o salário mínimo vigente no tempo do fato. Ao fixar o valor da multa, o juiz deve atender à situação econômica do réu, sendo que pode aumentá-la até o triplo se considerar que, embora aplicada ao máximo, é ineficaz diante de sua situação econômica.
A tentativa é considerada em qual fase do cálculo da pena privativa de liberdade?
 Terceira fase
Diferencie prestação pecuniária da perda de bens e valores?
Prestação pecuniária, que consiste no pagamento de dinheiro à vítima, seus dependentes ou a entidades pública ou privada com destinação social. Perda de bens e valores é destinada ao Fundo Penitenciário Nacional, salvo disposição diversa em lei especial, sendo o teto o montante do prejuízo causado ou o provento obtido pelo agente ou terceiro em conseqüência do crime, o que for maior;
 
Questões 3
Como saber se a pena a ser aplicada é de detenção ou reclusão?
 	O preceito secundário traz o limite mínimo é máximo da pena privativa de liberdade, bem como se se trata de reclusão ou detenção. Exs: art. 121, CP – pena – reclusão de 6 a 20 anos; art. 123, CP – penal – detenção de 2 a 6 anos.
Em que hipóteses de dá a condenação a pena de multa?
 	A pena de multa pode estar prevista no preceito secundário do tipo penal, alternativa (ex: art. 140, CP – pena – detenção de 1 a 6 meses ou multa) ou cumulativamente (ex: art. 155, CP – pena – reclusão de 1 a 4 anos e multa) à pena privativa de liberdade, ou pode ser aplicada em substituição à pena privativa de liberdade.
Quais os critérios a serem considerados pelo juiz na fixação da pena, substituição e regime inicial de cumprimento?
Deve ser observada a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, os motivos e as circunstâncias conseqüências do crime e o comportamento da vítima de modo que a pena fixada seja necessária e suficiente para a reprovação e prevenção do crime. Assim, cabe ao juiz verificar qual pena deve ser aplicada entre as cominadas (multa ou privativa de liberdade), bem como a quantidade aplicável de acordo com o parâmetro legal, o regime inicial de cumprimento de pena e se é caso de substituição.
Quais os regimes prisionais?
		Fechado, semi-aberto e aberto.
Questões 4 
Quais as circunstâncias agravantes?
As circunstâncias agravantes são as seguintes: Circunstâncias agravantes – art. 61 e 62
Reincidência (será analisada adiante); ter o agente cometido o crime; Por motivo fútil ou torpe. Fútil é o motivo desproporcionado, insignificante. Torpe é o motivo vil, abjeto; Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. Pressupõe a existência de outro crime, ou seja, o crime que se pretende executar, ocultar ou ficar impune; À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum. Veneno é meio insidioso, os demais são meios cruéis. São apenas meios exemplificativos, pois qualquer outro meio insidioso (capaz de iludir a atenção da vítima) ou cruel (que causa, desnecessariamente, maior sofrimento à vítima) utilizado pelo agente para a prática do delito é circunstância agravante; ENTRE OUTRAS.
O que se entende por reincidência?
Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. O agente será considerado reincidente se praticar novo crime no período entre o trânsito em julgado da sentença penal condenatória e até cinco anos contados a partir da data do cumprimento ou extinção da pena.
Qual o prazo de duração da reincidência?
 O agente será considerado reincidente se praticar novo crime no período entre o trânsito em julgado da sentença penal condenatória e até cinco anos contados a partir da data do cumprimento ou extinção da pena.
Quais as circunstâncias atenuantes?
 Circunstâncias atenuantes – art. 65
Havendo concurso entre circunstâncias agravantes e atenuantes, qual deverá prevalecer?
          Se houver concurso entre atenuantes e agravantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, que são aquelas resultantes dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
         Assim, as circunstâncias subjetivas prevalecem sobre as objetivas. Ex: o motivo de relevante valor moral prevalece sobre a prática do crime a partir da emboscada.
Aponte três circunstâncias agravantes?
Crime praticado contra descendentes ou antecedentes, o uso de fogo e motivo fútil e ou torpe e emboscada.
Questões: 5 
Como se dá o cálculo dosimétrico da pena privativa de liberdade?
 A pena privativa de liberdade é calculadapor meio do critério trifásico:
Primeira fase) Fixação da pena-base, de acordo com o artigo 59 do CP.
         Nesta fase a pena não poderá ir além do máximo, nem aquém do mínimo.
         A lei não estabelece o quantum de aumento ou diminuição, o quantum fica a critério do Juiz.
Segunda fase) Cômputo das circunstâncias agravantes (artigos 61 e 62 do CP) e atenuantes genéricas (artigos 65 e 66 do CP).
         Nesta fase, como na anterior, a pena não poderá ir além do máximo, nem aquém do mínimo.
         A lei não estabelece o quantum de aumento ou diminuição, o quantum fica a critério do Juiz, também como na fase anterior.
         No concurso de agravantes e atenuantes deve-se observar o disposto no artigo 67 do CP, são preponderantes as relativas a personalidade, motivos e reincidência.
Terceira fase) Cômputo das causas gerais e especiais de aumento ou de diminuição de pena.
         As causas gerais de aumento e as de diminuição estão espalhadas pela parte geral do Código Penal, sendo que a lei estabelece o quantum de aumento ou de diminuição. A tentativa é um exemplo de causa geral de diminução de pena, conforme descreve o artigo 14 do CP.
         As causas especiais de aumento ou de diminuição, em geral, estão previstas no tipo penal que descreve o crime.
         Esta é a única fase em que a pena pode extrapolar os limites legais.
A Tentativa deve ser considerada em qual fase do cálculo dosimétrico da pena privativa de liberdade?
 Terceira fase
Diferencie concurso material do formal imperfeito.
   Concurso material é a prática de mais de um crime, mediante mais de uma conduta, por um só agente. Já o formal imperfeito se o agente, mediante uma só conduta, produz dois ou mais crimes provenientes de desígnios autônomos, ou seja, querendo produzir todos os crimes. O sistema de aplicação da pena será o do acúmulo material.
Diferencie concurso material do crime continuado.
 O crime continuado consiste na prática por um só agente, mediante duas ou mais condutas, de dois ou mais crimes de mesma espécie, nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo. Concurso material é a prática de mais de um crime, mediante mais de uma conduta, por um só agente. Ou seja o crime continuado se repete. O concurso material é residual em relação ao crime continuado. Se não estiverem preenchidos todos os requisitos do crime continuado aplica-se o concurso material.
É possível aplicar crime continuado se os crimes são dolosos contra vítimas diferentes?
 Se os crimes produzidos forem dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa o sistema também será o da exasperação, mas o aumento será até o triplo. Ressalte-se que nesse caso também há um requisito adicional, o Juiz deve considerar a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias. ART 71
Questões 6 
O que se entende por aberratio ictus?
Aberratio ictus = erro na execução.
Nos termos do art. 73, CP, ocorre o erro na execução quando por acidente ou erro no uso dos meios empregados o agente não atinge a pessoa que pretendia, mas pessoa diversa. Nessa hipótese, responderá como se tivesse praticado o crime contra a pessoa que pretendia, atendendo-se o disposto no art. 20, § 3º, CP. Caso atinja tanto a pessoa pretendia como também outra pessoa, responderá na forma do concurso formal de crimes.
O que se entende por aberratio criminis?
 Ocorre a aberratio delitio quando ( crime diverso do pretendido) fora dos casos de aberratio ictus, por acidente ou erro na execução sobrevém resultado diverso do pretendido pelo agente. Nesse caso o agente responderá pelo resultado a título de culpa, se houver previsão da modalidade culposa do crime. Entretanto, se ocorre também o resultado pretendido, ele responderá por ambos, na forma do concurso material de crimes.
3.                   Qual a finalidade da unificação de penas?
	Nos termos do § 1º do artigo em questão, as condenações do sujeito a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 anos devem ser unificadas para atender ao limite máximo. Ex: A tem três condenações, uma de 15 anos, outra de 5 anos e outra de 40 anos. Somando-se essas penas, ele fica com 60 anos de pena privativa de liberdade. Após a unificação, cumpridos 30 anos de pena, ele deverá ser posto em liberdade.
Questões 7 
Quais os requisitos do sursis?
o condenado não seja reincidente em crime doloso
 a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício
não seja indicada ou cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Como a substituição é mais benéfica para o acusado, é preferível à suspensão condicional da pena.
Quais as condições legais e judiciais do sursis?
Durante o prazo de suspensão da pena o condenado deve cumprir as condições legais (estabelecidas na lei) e as judiciais (estabelecidas pelo juiz, de acordo com o fato e as condições pessoais do condenado), sob pena de revogação.
Nos termos do § 1º, no primeiro ano da suspensão o condenado deve prestar serviços à comunidade ou submeter-se à limitação de fim de semana. Caso o condenado tenha reparado o dano ou não tenha possibilidade de fazê-lo, e as circunstâncias do art. 59, CP lhe sejam favoráveis, o juiz pode substituir essa exigência pelas seguintes condições, que devem ser cumuladas:
a) proibição de freqüentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização judicial;
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
3.                  Quando caberá a revogação do sursis?
	A revogação da suspensão condicional da pena é obrigatória quando o beneficiário:
a) é condenado irrecorrivelmente por crime doloso;
b) frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua sem motivo justificado a reparação do dano;
c) descumpre a condição do art. 78, § 1º (prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana no primeiro ano do período ou as outras condições do § 2º, caso haja a substituição daquela pelo juiz).
         Será facultativa ao juiz a revogação se o beneficiário descumpre as condições judiciais (estabelecidas pelo juiz) ou se é condenado irrecorrivelmente por crime culposo ou contravenção a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
É possível a prorrogação do período de prova?
Sim, Se está em curso contra o beneficiário processo por outro crime ou contravenção o prazo da suspensão condicional da pena fica prorrogado até o julgamento definitivo. Sobrevindo condenação, pode ser revogado o benefício, a depender do caso.
 Quando a revogação do benefício for facultativa, ao invés de revogá-lo, o juiz pode prorrogar o período de prova até o máximo (4 anos), se este não foi o fixado. Se o juiz fixou o prazo no máximo, não poderá prorrogado, sendo o caso de revogação.
5.                  No que consiste o sursis etário?
	o condenado for maior de 70 anos
Questões 8 
Qual o requisito temporal para a concessão do livramento condicional?
 Livramento condicional é uma antecipação da liberdade do condenado, ou seja, ele estava cumprindo pena privativa de liberdade e foi posto em liberdade, retornando ao convívio social por ter cumprido determinados requisitos. O assunto é tratado com mais detalhes na Lei de Execução Penal (LEP – Lei n. 7.210/84, arts. 131 a 146)
         Para que seja concedido o livramento condicional a condenação tem que ser a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos e ainda:
 o condenado deve ter cumprido mais de um terço da pena, não ser reincidente em crime doloso e ter bons antecedentes
2 Em que hipóteses ocorre a revogação do livramento condicional?
É causa de revogação obrigatória do livramento condicional se o liberado é condenado a pena privativa de liberdade em sentença irrecorrível por crimecometido durante a vigência do benefício (se a condenação for a pena de multa ou se a privativa de liberdade foi substituída por restritiva de direitos não ocorre a revogação) ou por crime cometido antes do livramento
Na hipótese de crime cometido antes da concessão do livramento condicional, devem ser somadas as penas da nova condenação e da anterior. Se o liberado tiver cumprido quantidade de pena igual ou superior ou mínimo exigido no total das penas (incluído o período que esteve solto), continuará beneficiado pelo livramento condicional, ou voltará a cumprir pena privativa de liberdade por tempo suficiente à obtenção do livramento condicional.
         A revogação do benefício é facultativa nas hipóteses de descumprimento pelo liberado das obrigações constantes na sentença ou de condenação irrecorrível por crime ou contravenção, cuja pena não seja privativa de liberdade.
         Uma vez revogado, o livramento condicional não poderá mais ser concedido e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. As situações são as seguintes:
condenação irrecorrível por crime praticado antes do livramento condicional;
condenação irrecorrível por crime praticado durante a vigência do livramento condicional
condenação por contravenção penal
descumprimento das condições
É possível a prorrogação do livramento condicional?
Como a lei não fala expressamente como fica o livramento condicional nessa situação, a doutrina entende que ocorre a prorrogação do período de prova, a exemplo do que acontece com o sursis. Se a sentença for condenatória, ocorrerá a revogação do livramento condicional, por isso o período de prova deve ser prorrogado. A prorrogação é apenas com relação ao período de prova, não subsistindo as condições impostas na sentença que concedeu o livramento.
Diferencie livramento condicional de sursis?
 
5.                    Quando deve haver revogação obrigatória do livramento condicional?
         É causa de revogação obrigatória do livramento condicional se o liberado é condenado a pena privativa de liberdade em sentença irrecorrível por crime cometido durante a vigência do benefício (se a condenação for a pena de multa ou se a privativa de liberdade foi substituída por restritiva de direitos não ocorre a revogação) ou por crime cometido antes do livramento.
Questões 9 
Quais os efeitos genéricos da condenação? Eles são automáticos ou devem ser declarados pelo juiz?
Efeitos da condenação
         A sentença penal condenatória produz como efeito principal a aplicação da sanção penal, essa é conseqüência jurídica direta e imediata da condenação. A condenação produz, ainda, outros efeitos, secundários, de natureza penal (pressuposto de reincidência, impedimento e revogação do sursis, revogação do livramento condicional, aumento do prazo de prescrição executória, revogação da reabilitação etc.) e extrapenal (civil e administrativa), estes trazidos nos arts. 91 e 92, CP.
Efeitos genéricos da condenação – art. 91
         Os efeitos genéricos da condenação são automáticos, não havendo necessidade de serem expressos na sentença. São eles:
tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
perda em favor da União (confisco permitido), ressalvado o direito do lesado ou de terceiro do boa-fé;
2.                  Quais os efeitos específicos da condenação? Eles são automáticos ou devem ser declarados pelo juiz?
	Os efeitos específicos da condenação, ao contrário dos genéricos, não são automáticos, sendo que sua aplicação, cumpridos os requisitos especificados, é faculdade do juiz, que deve motivar e fundamentar sua aplicação. São eles:
perda do cargo, função pública ou mandato eletivo
a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curaletado.
c) s inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. Aqui o veículo é meio para a execução de um crime doloso (lesão corporal, homicídio, tráfico de drogas etc.
Quais os requisitos necessários à reabilitação?
 A reabilitação assegura ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação. A reabilitação atinge os efeitos específicos da condenação, com exceção da perda de cargo, função pública ou mandato eletivo e da incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela.
         A reabilitação pode ser requerida depois de 2 anos da extinção da pena, computando-se o período de prova da suspensão da pena e do livramento condicional se não forem revogados.
         São requisitos para a reabilitação:
a) que o condenado tenha tido domicílio no país no prazo dos dois anos;
b) durante esse tempo o condenado deve ter demonstrado, de forma efetiva e constante, bom comportamento público e privado;
c) até a data do pedido o condenado deve ter ressarcido o dano causado pelo crime, ou demonstrar a absoluta impossibilidade de fazê-lo ou exibir documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.
         Se a reabilitação for negada, poderá haver novo pedido, mas desde que o condenado instrua-o com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.
         A reabilitação é revogada de ofício ou a pedido do Ministério Público se o reabilitado for condenado irrecorrivelmente, como reincidente, a pena que não seja a de multa (a condenação à pena de multa não revoga a reabilitação).
Questões 10
Medida de segurança é pena?
 A medida de segurança é espécie de sanção. Submete-se à medida de segurança o inimputável (aquele não que não possui capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento em razão de doença mental – art. 26, CP). O inimputável por doença mental é absolvido, mas a ele se aplica a medida de segurança, por essa razão a sentença é chamada de absolutória imprópria, pois apesar de ser abolsvido, ele sofrerá uma sanção penal.
         Também se aplica a medida de segurança ao semi-imputável, cuja capacidade de entendimento ou determinação é reduzida (art. 26, parágrafo único, CP). Nesta hipótese ele sofrerá uma condenação e sua pena será substituída pela medida de segurança, nos termos do art. 98, CP.
Quais as espécies de medida de segurança?
a) detentiva ou internativa, que ocorre com a internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado. Se o crime for punido com reclusão a medida de segurança deve ser a de internação. Em qualquer fase do tratamento ambulatorial o juiz pode determinar a internação do agente caso essa providência seja necessária para fins curativos;
b) restritiva, que se dá a partir da sujeição a tratamento ambulatorial. Se o crime foi punido com detenção o agente poderá ser submetido a tratamento ambulatorial, mas o juiz pode determinar a sua internação.
Qual o prazo de duração da medida de segurança?
 A medida de segurança é aplicada sem um prazo determinado, cessando apenas quando comprovada a ausência de periculosidade, o que deve ser averiguado mediante perícia médica.
Quais os requisitos para a aplicação da medida de segurança?
Os pressupostos para a aplicação da medida de segurança são os seguintes:
a) prática de fato típico punível. O agente deve ter praticado um fato definido como crime, que não esteja acobertado por nenhuma causa excludente da antijuridicidade ou da culpabilidade, pois qualquer situação que isente de pena ou exclua o crime que se aplica ao imputável aplica-se também ao inimputável;
b) periculosidade do agente: que deve ser constatada a partir de um laudo técnico. Trata-se de um juízo de probabilidade, o indivíduo dotado de periculosidade provavelmente voltará a delinqüir;
c) ausência de imputabilidade plena.
 A extinção da punibilidade, por qualquer motivo que seja, impede a imposição de medida de segurança, e se esta já foi imposta, nãopoderá subsistir.
Quando ocorre a desinternação?
A desinternação (no caso de medida de segurança internativa) ou a liberação (no caso de tratamento ambulatorial) sempre é condicional, pois se no prazo de 1 ano o agente pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade a medida de segurança se restabelece.
    Pouco importa que o fato praticado pelo agente seja tipificado criminalmente ou não, basta que seja um fato que demonstre sua periculosidade.
Questões 11
Quais as espécies de ação penal?
         Existem dois tipos de ação penal, a pública e a privada, sendo que elas se subdividem em subespécies:
Quais as espécies de ação penal pública?
a) ação penal pública, cuja titularidade é do Ministério Público e a peça acusatória que dá início à ação é a denúncia. A ação penal pública pode ser:
a.1) ação penal pública incondicionada: é a regra no Direito Penal, pois sempre que a ação não for pública incondicionada haverá menção expressa no próprio tipo, no final do capítulo ou do título em que o crime se acha inserido. O titular da ação deve a ela dar início sem qualquer outro requisito especial. Assim, quando o Ministério Público toma conhecimento da ocorrência de um crime dessa espécie, tem o dever de denunciar (desde que haja prova da materialidade do crime e indícios de autoria). Exs: homicídio, roubo, furto, extorsão, seqüestro e cárcere privado etc.;
a.1) ação penal pública condicionada à representação do ofendido: a titularidade da ação continua sendo do Ministério Público, mas o oferecimento da denúncia fica condicionado à representação da vítima. O prazo para a representação, salvo disposição em contrário, é de 6 meses, contados da data em que a vítima tomar conhecimento da autoria do delito. Trata-se de prazo decadencial. A representação do ofendido admite a retratação até o oferecimento da denúncia. A representação é condição objetiva de procedibilidade, pois ainda que a titularidade da ação seja do Ministério Público, o promotor de justiça não pode oferecer a denúncia sem a autorização expressa da vítima nesse sentido. Exs: ameaça, crimes contra os costumes quando a vítima for pobre etc. Os crimes de ação pública condicionada à representação trazem a expressão “somente se procede mediante representação do ofendido”, no tipo penal, ao final do capítulo ou do título em que o crime se acha inserido;
a.3) ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça: também é condição objetiva de procedibilidade, sem essa requisição o titular da ação penal não pode oferecer denúncia. O Ministro da Justiça faz um juízo político sobre a conveniência de propor a ação penal. Ex: crime contra a honra do presidente da república. Se o crime for de ação pública condicionada à requisição, constará a expressão “somente se procede mediante requisição do ministro da justiça” no tipo, no final do capítulo ou do título em que está o crime;
Quais as espécies de ação penal privada?
b) ação penal privada: aqui a titularidade da ação é o ofendido ou de seu representante legal e a peça acusatória que dá início à ação é a queixa-crime. O ofendido tem mais interesse nesses crimes que o Estado, fica a cargo do ofendido processar o agente ou não, pois o crime atinge sua esfera privada e a ação penal pode causar ainda mais danos à vítima. O prazo para o oferecimento da queixa é decadencial, e de 6 meses, salvo exceções, contados a partir da data em que a vítima tem conhecimento da autoria. A ação penal privada pode ser:
b.1) ação penal privada propriamente dita ou exclusivamente privada: o ofendido ou seu representante é o titular da ação. Se ocorrer a morte do querelante (vítima no pólo ativo do processo) seus sucessores podem assumir o pólo ativo da ação. Exs: crimes contra a honra, salvo as exceções; como regra, crimes contra os costumes etc. Em crimes de ação penal privada sempre haverá a expressão “somente se procede mediante queixa” no próprio tipo penal, no final do capítulo ou no final do título em que o que se encontra;
b.2) ação penal privada personalíssima: somente o ofendido pode propor a ação penal, se ele morrer não haverá sucessores. Ex: induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento (art. 236, CP);
b.3) ação penal privada subsidiária da pública: nos crimes de ação penal pública, se o Ministério Público não oferece a denúncia no prazo legal (5 dias se o réu estiver preso e 15 se estiver solto), surge para o ofendido a possibilidade de oferecer queixa-crime, no prazo decadencial de 6 meses, contados a partir da data em que a denúncia deveria ter sido oferecida.
Qual o prazo para oferecimento de representação e de queixa? Trata-se de prazo decadencial ou prescricional?
Diferencie renúncia ao direito de queixa de perdão do ofendido.
Renúncia é manifestação de desinteresse no oferecimento da queixa. O ofendido pode renunciar ao direito de queixa de forma expressa ou tácita, mas deve ser anterior ao recebimento da queixa pelo juiz. Já o perdão do ofendido ocorre depois de instaurada a ação penal privada, mas antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, e pode ocorrer no processo ou fora dele
Questões 12
Diferencie anistia, graça e indulto.
Anistia: é ato do Congresso Nacional submetido à sanção do presidente da república. É o esquecimento jurídico do crime, desaparecendo todos os efeitos penais. Seu objeto são os fatos, e não as pessoas. Pode ser concedida antes ou depois da condenação. Via de regra, refere-se aos crimes políticos, militares e eleitorais
graça: tem por objeto crimes comuns e dirigi-se a um indivíduo determinado, já condenado irrecorrivelmente. A iniciativa do pedido de graça pode ser do condenado, do Ministério Público, do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa. É ato privativo do presidente da república
indulto: destina-se a um grupo determinado de condenados e é delimitado pela natureza do crime e quantidade da pena aplicada. É ato privativo do presidente da república
Diferencie renúncia de perdão e indique a ação penal em que são admitidos.
Pela renúncia ao direito de queixa: o ofendido renuncia ao direito de queixa de forma expressa ou tácita antes do recebimento da queixa;
Pelo perdão aceito pelo ofendido: somente para os crimes de ação penal privada. O perdão ocorre no curso da ação penal, podendo ser processual ou extraprocessual, expresso ou tácito;
RENÚNCIA CONCEITO
A renúncia a qual nos referimos é a renúncia do direito de queixa. A renúncia é qualificada como causa de extinção da punibilidade pelo disposto no Art. 107, inciso V, Primeira parte do Código Penal.
E o ato unilateral, é a desistência, a dedicação do ofendido ou seu representante legal do direito de originar a ação penal privada. Por isso, "não cabe a renúncia quando se trata de ação pública condicionada a representação, já que se refere a lei apenas à ação privada".(Mirabete, p. 373). A "renúncia é a desistência de exercer o direito de queixa".(Delmanto, p. 161).
2.3.2 OPORTUNIDADE DE RENÚNCIA
"O direito de queixa só pode ser renunciado antes de proposta a ação penal".(Führer, p. 121)."Isto é, iniciada a ação penal, já não haverá lugar para a renúncia"(Mirabete, p. 374). Nos termos do Art. 103, CP, "salvo disposição expressa em contrario, o ofendido decai o direito de queixa ou de representação se não o exercer dentro do prazo de 6(seis) meses, contados do dia em que veio a saber quem é o autor do crime".
Observado o disposto no Art. 29, do CPP, cabe a renúncia nos casos de ação penal privada subsidiaria da pública. "Após a propositura da queixa, poderá ocorrer apenas a perempção e o perdão do ofendido".(Mirabete, p. 374).
PERDÃO CONCEITO
O querelante pode perdoar o querelado, desistindo da ação penal privada, de modo expresso ou tácito".(Führer, p.121). "perdão é a desistência do querelante de prosseguir na ação penal privada que iniciou".(Delmanto, p. 162). Segundo o Art. 107, V, CP, trata-se de causa de extinção de punibilidade.
"O perdão do ofendido não se confude com o perdão judicial, caso em que o CPpermite ao juiz deixar de aplicar a pena, tomando em consideração determinadas circunstâncias".(Jesus, p. 611).
"O perdão só é cabível na ação penal privada subsidiária da pública, nem à ação penal pública condicionada ou incondicionada(Delmanto, p. 162).
2.4.2 OPORTUNIDADE DO PERDÃO
O perdão só pode ser concedido depois de iniciada a ação penal pública e, de acordo com Art. 106, II, 2º, CP, até o trânsito em julgado da sentença condenatória. "Portanto, mesmo na pendência de recurso extraordinário, ainda há ocasião para o perdão. Antes do inicio da ação penal não poderá existir perdão, mas renúncia(CP, Art. 104), pois o perdão só é cabível após a instauração da ação".(Delmanto, p. 162).
Quais as espécies de prescrição?
a) prescrição da pretensão punitiva: o Estado perde o direito de punir, processar o agente, que se subdivide em prescrição da pretensão punitiva em abstrato, prescrição da pretensão punitiva retroativa a prescrição da pretensão punitiva intercorrente;
b) prescrição da pretensão executória: aqui o sujeito já foi condenado e o Estado tem um determinado prazo para iniciar a execução da pena, sob pena de perder esse direito em razão da prescrição.
Quais as espécies de prescrição da pretensão punitiva e em que momento devem ser verificadas?
Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita ou em abstrato:
Calcula-se o prazo da prescrição punitiva em abstrato de acordo com a pena máxima do crime praticado, conforme a tabela do art. 109, CP.
O termo inicial vem previsto no art. 111, CP. Começa a contagem do prazo prescricional: do dia em que o crime se consumo, se for crime tentado, do dia em que cessou a atividade criminosa; se for crime permanente, do dia em que cessou a permanência; nos crimes de bigamia e falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato tornou-se conhecido.
Ex: o agente praticou um crime de furto simples consumado, cuja pena máxima é de 4 anos. O prazo prescricional será de 8 anos, a contar da data do crime, ainda que só se torne conhecido posteriormente.
Há causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva em abstrato, que serão analisadas mais adiante.
 
Prescrição da pretensão punitiva retroativa:
     A prescrição da pretensão punitiva retroativa é calculada com base na pena fixada na sentença, não se considera mais a pena em abstrato. Assim, é a pena em concreto que deve ser submetida à tabela do art. 109, CP.
  É chamada de retroativa porque é contada para trás. Seria a mesma coisa que recalcular a prescrição da pretensão punitiva em abstrato, mas agora considerando a pena concreta, tanto que se submete às mesmas causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva em abstrato.
 
Prescrição da pretensão punitiva intercorrente ou superveniente:
Aqui também se considera a pena fixada na sentença para o cálculo do prazo prescricional. Assim, a pena em concreto deve ser submetida à tabela do art. 109, CP, para que se verifique o prazo prescricional.
   A prescrição intercorrente tem início a partir da data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação ou depois de improvido seu recurso, pois nestes casos a pena fixada na sentença não poderá ser aumentada, e o prazo prescricional não poderá ser ampliado.
    A partir do trânsito em julgado para a acusação ou do improvimento de seu recurso inicia-se a contagem do prazo da prescrição punitiva intercorrente até o trânsito em julgado da decisão para a acusação e para a defesa.
  Ex: o réu foi condenado pelo crime de furto à pena de 2 anos. A acusção não recorreu da sentença, mas a defesa sim. O prazo da prescrição da pretensão punitiva intercorrente é de 4 anos. Ou seja, até o trânsito em julgado para ambas as partes conta-se 4 anos. Se o tribunal proferir acórdão cinco anos depois, terá se consumado a prescrição punitiva intercorrente e estará extinta a punibilidade do agente.
Quais as causas interruptivas e suspensivas da prescrição? Aponte a principal diferença entre elas.
 O prazo da prescrição da pretensão punitiva interrompe-se (começando a correr por inteiro novamente) nas seguintes situações:
a) início ou continuação do cumprimento da pena, ou seja, quando o condenado inicia o cumprimento de sua pena, ou quando retoma o cumprimento de sua pena, que foi interrompido (em razão de fuga, por ex.);
b) reincidência: há duas correntes: a reincidência ocorre quando o sujeito pratica o segundo delito, sendo aí interrompida a prescrição; para a segunda corrente a prescrição só se interrompe quando há o trânsito em julgado da sentença condenatória, pois é aí que se verifica a reincidência.
         Fica suspenso o prazo da prescrição da pretensão executória durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.
         O prazo da prescrição da pretensão executória é aumentado em um terço de o condenado é reincidente. O prazo que se aumenta aqui é o do art. 109, CP, de acordo com a pena em concreto.
 
Qual a natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial?
Prevê o art. 120, CP que a sentença concessiva do perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência. Assim, a natureza jurídica da decisão que concede o perdão judicial é declaratória. É o entendimento do STJ (súmula 18): “a sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”.
  Entretanto, existe uma posição doutrinária que entende ser condenatória sua natureza jurídica, pois primeiro o juiz deve condenar o acusado para depois conceder o perdão. Além disso, se fosse declaratória, para essa corrente, não poderia ser executada no cível. Não é a posição que prevalece, tanto é que a lei e o STJ entendem que não subsiste qualquer efeito da condenação, daí a sua natureza declaratória.

Continue navegando