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Tipos de iluminação

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É impossível falar de fotografia sem pensar em luz. O próprio 
nome dessa arte (fotografia quer dizer “escrever com a luz”) já 
adianta qual é o cuidado mais importante que deve ser tomado ao 
capturar uma cena. 
Porém, não é simplesmente a quantidade de luz que importa. 
Aprenda essa semana quais são os principais tipos de iluminação, 
como eles interferem no resultado final e como você pode 
posicionar as suas fontes de luz para conseguir melhores 
fotografias. 
 
Diferentes fontes de iluminação 
Praticamente tudo que emite luz pode ser uma fonte de iluminação para a 
fotografia, mas existem algumas principais, que iremos abordar neste artigo. A 
primeira divisão que se deve ter em mente é que existem três tipos de fontes 
de luz: naturais, artificiais e ambientes. Saber aproveitá-las em conjunto é 
muito importante. 
 
Fontes de iluminação naturais são as luzes que estão no ambiente e fazem 
parte dele. O sol, claro, é a principal fonte de iluminação natural e pode se 
comportar de diversas formas, como veremos mais para frente. Das fontes de 
iluminação, ela é a que mais se modifica. 
 
Outras fontes naturais são mais difíceis de serem observadas, principalmente 
nas cidades, já que à noite existe a iluminação dos postes e das casas. Porém, 
em um local completamente livre de luzes artificiais é possível conseguir 
fotografias lindíssimas utilizando a luz da lua, das estrelas e ocasionalmente de 
raios e auroras boreais. 
 
Já as luzes artificiais, estão em todos os lugares. Lâmpadas caseiras, 
postes de luz, faróis dos carros, refletores, holofotes, lanternas etc... 
Praticamente em todos os lugares é possível encontrar uma fonte 
assim. Elas podem ter diferentes temperaturas e intensidades, 
portanto, combinar duas ou mais fontes artificiais pode ser um 
desafio. 
 
Por último, o terceiro tipo de iluminação é aquele que une os dois primeiros, e 
que nós dificilmente conseguimos controlar. A iluminação ambiente é tudo 
aquilo que faz parte do local, seja por meio de fontes naturais ou artificiais. Um 
poste de luz, apesar de ser configurado como fonte artificial, geralmente se 
enquadra também nesse terceiro tipo de iluminação, já que não podemos 
simplesmente apagá-lo se estiver atrapalhando. 
 
A menos que você fotografe em um estúdio, a luz ambiente sempre vai estar 
presente, então o melhor a fazer é pensar em soluções criativas para aproveitá-
la na cena. Porém, antes disso, é preciso entender e conhecer duas 
características básicas de qualquer fonte de luz. 
Luz dura e luz suave: o que é isso? 
Quando se fala em dureza da luz, este nome pode não fazer o menor 
sentido, a princípio. Porém, o conceito é algo simples de se entender e 
ajuda muito o fotógrafo a conseguir o resultado desejado. Luz dura é 
aquela que incide diretamente sobre o objeto fotografado, causando uma 
sombra bem marcada e nítida. 
O sol, em um dia sem nuvens, projeta exatamente esse tipo de 
iluminação. 
 
Já a luz suave é aquela que gera sombras sem contornos nítidos e não é 
possível dizer exatamente em que ponto essa sombra começa ou 
termina. Em um dia nublado, a luz do sol se comporta dessa forma. Veja 
nas imagens a seguir (as duas fotografias foram feitas utilizando-se 
apenas da luz do sol) a diferença entre os dois tipos de iluminação: 
Agora que você já sabe o que significa esses dois 
conceitos, é hora de entender como usá-los nas 
suas imagens e como simular um efeito de luz 
dura ou suave. 
 
Nenhuma das iluminações é errada, ou pior que a 
outra, tudo depende do propósito da imagem e do 
efeito que você deseja causar. 
 
Quando usar a luz dura 
 
Esse tipo de iluminação é ótimo para mostrar o contraste entre o claro 
e escuro, dando uma ideia de mistério, de que há algo escondido nas 
sombras. É só pensar em cenas de suspense nos filmes, que também 
utilizam esses conceitos, na maior parte das vezes a iluminação é dura e 
com bastante variação entre luz e sombra. 
A sombra dura causa sempre uma impressão mais forte do que a luz suave. 
Isso não quer dizer que a luz mais difusa é ruim, mas se você pretende criar 
um impacto, é bom optar pela luz direta. Em fotos sensuais, é comum utilizar 
esse tipo de iluminação, principalmente quando se pretende realçar as curvas 
da modelo. 
 
Por mostrar contornos mais nítidos, a luz dura realça muitas vezes 
imperfeições e defeitos, portanto retratos feitos com esse tipo de iluminação 
devem ser bem produzidos, para que a fotografia não desfavoreça o modelo. 
 
Na fotografia do dia a dia, isso é bem nítido com o uso do flash, 
principalmente aquele embutido na câmera. Se você quiser uma pele mais 
bonita, experimente fotografar com uma iluminação mais suave (o flash é 
extremamente duro) e veja a diferença. 
 
 
 
Os efeitos da luz suave 
Se uma iluminação direta dá a ideia de mistério e força, a luz 
difusa é ótima para passar a impressão de delicadeza, 
fragilidade e calma. 
 
Aquele efeito de pele lisinha das revistas (além de uma 
ajudinha do Photoshop, é claro) é conseguido com a ajuda de 
difusores, que tornam a iluminação menos dura. 
 
É comum vermos fotografias com cores em tons claros e cenas 
que mostrem pessoas felizes utilizando esse tipo de luz. 
 
Não quer dizer que a luz dura seja proibida em ambientes felizes, 
mas a iluminação suave pode funcionar melhor. 
Como criar esses efeitos nas imagens 
 
Todo o segredo da diferença entre luz dura e suave está no tamanho aparente 
da fonte de luz em relação ao objeto ou pessoa fotografada. Quanto maior for 
essa fonte de luz, mais suave é o efeito, e quanto menor, mais dura é a 
iluminação. 
 
Mas como isso é possível, se nós falamos que o sol pode ser fonte de luz dura 
e luz suave, e o tamanho dele é um só? Ou ainda, se o tamanho é que importa, 
por que os holofotes de um campo de futebol à noite formam sombras bem 
marcadas (luz dura) se eles são enormes? 
A resposta disso é que o tamanho da fonte de luz é relativo, isto é, depende 
do ponto de referência. Apesar de ser imenso, o sol está muito distante da 
terra, portanto do nosso ponto de vista ele é pequeno. Fontes de luz 
pequenas causam iluminação dura, com sombras marcadas. A mesma coisa 
para os holofotes de estádio, apesar de serem grandes, estão distantes do 
campo e se tornam aparentemente pequenos. 
 
Já em um dia nublado, as nuvens agem como difusores, espalhando a luz do sol 
e tornando-a suave. É como se elas se tornassem uma extensa fonte única de 
luz, e isso faz com que o seu tamanho aparente seja grande. 
É por isso que em dias nublados nós vemos poucas sombras. 
Para conseguir a luz dura, é fácil. Posicione a fonte de iluminação perto do 
modelo, ou objeto, e crie o efeito de sombras. Já para se conseguir uma luz 
suave, é preciso conhecer alguns truques adicionais. Nada complicado. 
Uso de difusores 
 
Apesar de ser fácil falar que, colocando a luz longe do modelo, ela se torna 
suave, na prática isso não acontece da forma ideal. Isso por que se você 
afastar demais a iluminação, ela pode se tornar fraca demais para fazer 
diferença na imagem! 
 
Ai é que entram os difusores e refletores. Existem duas maneiras de 
“suavizar” a luz: filtrando-a ou rebatendo-a. Isto é, você pode usar um 
difusor, que age como se fosse uma nuvem para o sol, ou pode rebater a 
luz utilizando uma superfície clara e grande, como uma folha de cartolina 
ou a própria parede. 
Materiais translúcidos, como uma folha de papel vegetal ou um 
difusor profissional, funcionam bem para filtrar a luz. Já para rebater, 
podem ser usados outros materiais caseiros, como folhas de cartolina 
brancas, lâminas de isopor, paredes brancas etc... 
 
Para filtrar a iluminação, posicione o difusor entre a fonte de luz e o 
modelo ou objeto. Já para rebater, vire a luz de costas para o modelo 
e utilize o rebatedor para refleti-la. 
 
O uso de difusores pode ser feito em dias de sol,ao ar livre, para 
simular efeitos mais delicados. 
 
Luz Principal (Key Light) 
 
 
Esta é sempre a primeira luz a 
ser colocada em uma cena, 
pois é responsável por fatores 
importantes à fotografia como 
a dramaticidade, a 
estrutura da iluminação e a 
exposição. 
É esta a luz que define a 
existência ou não das sombras 
e o seu possível 
direcionamento. Essa luz pode 
ser suave, dura, frontal ou 
lateral, de acordo com a 
intenção do fotógrafo. 
Luz de Preenchimento (Fill Light) 
 
Esta é a luz responsável por determinar o contraste da cena (através 
da sua intensidade amenizando ou não o contraste causado pela luz 
principal) e por iluminar as áreas que a mesma não alcança. 
 
A luz de preenchimento deve partir do eixo da câmera em relação ao 
objeto, no sentido contrário da luz principal. Essa luz deve ser uma luz 
suave, para evitar a criação de novas sombras na imagem. 
Contra Luz (Back Light) 
 
Esta é a luz responsável por destacar o objeto do fundo e por separar 
zonas de um mesmo tom. Esta luz deve ser dura, iluminando o objeto no 
eixo oposto da câmera, sempre o mais baixo possível (no limite do 
quadro). Caso não seja possível posicioná-la atrás do objeto, deve-se 
colocá-la ao lado da luz de preenchimento (onde temos a zona mais escura 
do objeto). 
 
É importante lembrar que essa não é uma luz que existe no cotidiano, 
logo devemos ficar atentos a ela, ou corremos o risco de conferir à cena 
uma artificialidade ímpar. 
Luz de Fundo 
 
Está é a luz responsável por iluminar ou destacar o fundo de uma cena. É esta 
a luz também responsável por dar profundidade à cena. 
 
A partir do momento em que conseguimos diferenciar os diferentes planos 
da composição através da luz, temos a sensação de profundidade. 
 
Se em um esquema de luz temos somente a luz de fundo, podemos 
observar que o objeto principal estará numa silhueta. 
Luz frontal a 45° com 
rebatedor + Luz de 
fundo a 1/2 ponto mais 
forte. 
Luz frontal a 45° com 
rebatedor + Luz de Cabelo 1 
ponto mais forte + Luz de 
fundo a 1/2 ponto mais forte

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