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Suicídio: Causas e Dados Epidemiológicos

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SUICÍDIO 
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SUICÍDIO 
Considerado como uma autoeliminação consciente, voluntária e intencional. Num sentido mais amplo, o suicídio inclui processos autodestrutivos inconscientes, lentos e crônicos. (Levy, 1979).
Ato voluntário pelo qual uma pessoa tem a intenção e provoca a sua própria morte. 
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Pode ser realizado por atos (tiro ou envenenamento) ou por omissão (greve de fome). 
A palavra suicídio (sui = si mesmo; -caedes = ação de matar) foi utilizada pela primeira vez por Desfontaines, em 1737 e significa morte intencional autoinflingida, isto é, quando a pessoa, por desejo de escapar de uma situação de sofrimento intenso, decide tirar sua própria vida. 
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HISTÓRIA DO SUICÍDIO
Na Antiguidade greco-romana o suicídio era um ato clandestino, patológico, solitário. Os suicidas não tinham direito a uma sepultura, e as mãos eram enterradas separadamente.
Em Roma, o indivíduo deveria submeter ao Senado as suas razões para desejar morrer.
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Na Índia, as viúvas eram incentivadas a morrer após a morte do marido.
Na Idade Média, a pessoa e sua vida pertenciam a Deus, e o suicida que não morria era castigado por ter tentado se apoderar da vida que não lhe pertencia.
Hoje não existe mais castigo imposto pelo Estado.
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No Ocidente, a maior causa de suicídio é relacionada à solidão e o sentimento de irrelevância social provocada pelo desmonoramento dos três pilares básicos da sociedade (família, Estado e religião).
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No Oriente, alguns suicídios são considerados autossacrifício ou autopurificação. No Japão, o grande número de suicídios entre jovens está ligado à questão de honra (no fracasso escolar, são considerados indignos).
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DADOS EPIDEMIOLÓGICOS:
A taxa de suicídio é maior entre pessoas com mais de 70 anos.
Tentativas dos homens são quase sempre mais graves, mais brutais e mais bem sucedidas do que das mulheres. Nos países ricos, a taxa de suicídio entre homens é três vezes maior que a de mulheres. (OMS, 2014)
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Estima-se que as tentativas sejam 20 vezes mais frequentes que os suicídios consumados. Os homens cometem mais suicídio, e as mulheres fazem mais tentativas.
A morte por suicídio ocupa a terceira posição entre as causas mais frequentes de falecimento na população de 14 a 44 anos em alguns países.
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Isolamento social, falta de amigos, não ser casado (viúvo, solteiro ou separado), não morar com uma outra pessoa, não ter filhos, não ser religioso aumentam o risco de suicídio.
O suicídio é maior entre os portadores de melancolia - 70% dos suicídios ocorrem em decorrência de uma fase depressiva.
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Os transtornos mentais estão associados com cerca de 90 por cento dos casos de suicídio, sendo de maior incidência os transtornos do humor, relacionados a substâncias, da personalidade e esquizofrênicos.
Histórias de violência física e/ou sexual, negligência, rejeição e luto são eventos adversos de vida muito associados ao suicídio.
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Quanto mais planejado, mais perigoso porque indica a possibilidade de haver novas tentativas. Quem fez uma tentativa tem 30% a mais de chances de repetir do quem nunca tentou.
No Brasil, 5.000 adolescentes suicidam-se por ano. Jovens suicidas entre 12 e 27 anos são de famílias com história de separação dos pais, alcoolismo, envolvimento com a polícia e a justiça. 
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O suicídio é a terceira causa de mortes de jovens no país. A maioria usa métodos violentos, como armas de fogo, forcas ou facas.
90% das pessoas que tentam suicídio, avisou antes.
Nas psicoses agudas com pensamentos suicidas, ou depressões com ideias de suicídio, se a pessoa não puder ser internada, deve ser vigiada o tempo todo. 
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Determinadas faixas de idade e determinados grupos étnicos são mais vulneráveis aos transtornos; experiências de desemprego, queda no padrão vida, excesso de competitividade ou de alienação são outros fatores predisponentes, assim como o estresse cumulativo, a disponibilidade de arma de fogo; o consumo de drogas ilícitas; e o consumo de drogas lícitas que provocam depressão (OMS). 
 
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A taxa de suicídios entre os alcoolistas é aumentada em 12 a 75 vezes, segundo a OMS. Um dos estados de pré-disposição do suicida é a depressão, que pode ser provocada ou agravada pelo uso drogas. 
Doenças incapacitantes e potencialmente mortais tais como as do sistema nervoso central, os cânceres e a AIDS têm impacto importante na saúde mental, provocando angústias, ansiedades e depressão que podem levar ao estado de ideação suicida. (OMS). 
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Estudos realizados pela OMS e pela Rede Internacional de Epidemiologia Clínica sobre saúde da mulher e violência doméstica em vários países (Brasil, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Filipinas, Peru e Tailândia), revelaram que as mulheres, devido ao fato de estarem submetidas a mais pressões e violências, pensam em suicidar-se ou tentam fazê-lo com mais frequência que os homens. (OMS) 
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No Brasil, de um universo de 940 mulheres entrevistadas, 48% afirmaram já terem pensado alguma vez em suicidar-se contra 28% que afirmaram nunca terem tentado. A relação é de uma morte para cada 25 ou 30 tentativas de suicídios. (MELLO JORGE, 2001). 
Os eventos precipitadores do comportamento suicida mais comuns são a existência de graves conflitos relacionais e perdas interpessoais significativas. 
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No mundo, o suicídio é uma das três principais causas de morte entre adultos jovens, na ampla faixa de idade que vai de 15 a 34 anos e representa a primeira e segunda causas para ambos os sexos. A partir de dados encontrados em alguns países estima-se que o número de tentativas é até 20 vezes maior que o número de suicídios consumados (OMS). 
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Pelos números da OMS, a taxa de suicídio no Brasil é relativamente baixa se comparada a outros países. Os brasileiros ficam em 113º no ranking mundial de suicídios. (2014)
Os índices mais altos se concentram no sul do País, com o Rio Grande do Sul na liderança, com 10 casos por 100 mil habitantes. Proporcionalmente, a faixa etária que reúne as maiores taxas é a partir dos 70 anos, com 7,3 casos por 100 mil habitantes.
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Proporcionalmente, os suicídios têm representado 0,6% do total de óbitos e 5,6% das mortes por causas externas.
O suicídio assistido ocorre quando uma pessoa, que não consegue concretizar sozinha sua intenção de morrer, solicita o auxílio de outra. A assistência (prescrição de doses altas de medicação e indicação de uso) ou, de forma mais passiva, através de persuasão ou de encorajamento. 
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SITUAÇÕES QUE PODEM APONTAR PARA O SUICÍDIO
Uso de termos como: “eu desisto”, “já não me importo mais” ou “estou pensando em terminar tudo”, devem ser levados à sério.
Depressão, melancolia, grande tristeza, desesperança e pessimismo (falar muito na morte, tudo parecer negativo, perdido). 
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Pôr os negócios em ordem e dar as coisas de estimação.
Mudar de comportamento, atitude ou aparência. 
Abuso de drogas e bebidas alcoólicas 
Sofrer muito prejuízo ou alteração no modo de vida 
Automutilação
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Escrever sobre a morte e o suicídio
Tentativa de suicídio anterior
Apatia pouco usual, letargia, falta de apetite. 
Insônia persistente, ansiedade ou angústia permanente. 
Grande impulsividade, agressividade. 
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Dificuldades de relacionamento e integração na família ou no grupo. 
Afastamento ou isolamento social. 
Dizer adeus, como se não fosse voltar a vê-lo. 
Outras ações que fujam completamente ao cotidiano e despertem suspeita... 
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SITUAÇÕES QUE PODEM LEVAR A PESSOA A TENTAR O SUICÍDIO:
Abuso físico ou sexual
História familiar de violência e suicídio
Morte de um amigo ou de um familiar
Mau aproveitamento escolar, notas baixas.
Desemprego, problemas no trabalho.
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Fim de relacionamento afetivo 
Conflitos familiares 
Depressão e doença psiquiátrica 
Mudança nas condições de saúde ou de estado físico 
Problemas econômicos e de desemprego 
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REPRESENTAÇÕES DE MORTE
NO SUICIDA:
Possibilidades de se livrar de conflitos.
Busca de uma vida que não tinha antes.
Fantasia de reencontro com outras pessoas.
Busca de um elemento de beleza na morte.
Fuga de uma situação intolerável.
Satisfação de tendências masoquistas, com autocastigo 
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PREVENÇÃO DO SUICÍDIO: (temas que devem ser investigados)
História de alcoolismo
Notas, mensagens e cartas do suicida
Livros (que lia ou gostava de ler)
Avaliação dos relacionamentos (familiares, conjugais, filiais, empregos, amizade)
Estado de ânimo (depressão, doenças clínicas)
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Estressores psicossociais (perdas, separações, situação financeira e legal)
Linguagem (dados verbalizados)
Uso de drogas
História de morte na família
Familiaridade com instrumentos que provocam morte
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ATUAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE
É necessário observar e cuidar do indivíduo que pede ajuda
As tentativas de suicídio são muitas vezes taxadas pejorativamente de ato histérico, e tende-se a não levar estas pessoas a sério.
A pessoa que tenta o suicídio tem alto risco de repetir o ato, se não receber a ajuda que necessita.
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É importante cuidar de questões como: defesas enfraquecidas, apoio dos valores pessoais, possibilidade de expressão de sentimentos, ênfase em novas relações e elevação da autoestima.
Profissionais de saúde tentem a tratar estes pacientes com desprezo, agressão, chegando a maltratá-los. O desprezo neste momento pode ser extremamente letal.
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ÍNDICES DE SUICÍDIO PELO MUNDO
No mundo, 804 mil pessoas cometem suicídio por ano, o que perfaz 11,4 mortes por 100 mil habitantes (uma morte a cada 40 segundos). 
De acordo com as Nações Unidas, 75% dos casos envolvem pessoas de países onde a renda é considerada baixa ou média.(2014)
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Dez maiores taxas de suicídio em 2012 pelo mundo:
1ª Guiana: 44,2%
2ª Coreia do Norte: 38,5%
3ª Coreia do Sul: 28,9%
4ª Sri Lanka: 28,8%
5ª Lituânia: 28,2%
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6ª Suriname: 27,8%
7ª Moçambique: 27,4%
8ª Tanzânia: 24,9%
9ª Nepal: 24,9%
10ª Cazaquistão: 23,8%
113ª Brasil: 5,8%
Média mundial: 11,4% 
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Dez maiores variações da taxa de suicídio entre 2000 e 2012:
1ª Chipre: 270%
2ª Coreia do Sul: 109%
3ª Marrocos: 97,8%
4ª Lesoto: 53,7%
5ª Angola: 50,3%
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6ª Suriname: 40,4%
7ª Montenegro: 35%
8ª Turcomenistão: 28,9%
9ª República Dominicana do Congo: 26,3%
10ª EUA: 24,2%
29ª Brasil: 10,4%
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Taxas de suicídios a cada 100 mil habitantes no Brasil:
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Apenas 28 países do mundo possuem planos estratégicos de prevenção. 
Em países desenvolvidos a prática tem relação com desordens mentais provocadas especialmente por abuso de álcool e depressão. Nos países mais pobres, as principais causas das mortes são a pressão e o estresse por problemas socioeconômicos.
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Muitos casos envolvem ainda pessoas que tentam superar traumas vividos durante conflitos bélicos, desastres naturais, violência física ou mental, abuso ou isolamento.
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Mortalidade proporcional por causas específicas de Suicídio. Brasil.

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