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HIDROLOGIA AULA 1 Prof.ª Stéphanie Meyer Piazza 2 CONVERSA INICIAL A hidrologia estuda a água com relação à sua ocorrência, circulação e distribuição. Também estuda as características físico-químicas da água e sua relação com o meio ambiente, envolvendo aspectos de ecologia, poluição e até mesmo a sua descontaminação. Nesta abordagem, aprenderemos sobre o ciclo hidrológico, a bacia hidrográfica e o balanço hídrico. Reforçaremos ainda a importância da água e seu impacto na sociedade e no meio ambiente. TEMA 1 – HIDROLOGIA E CICLO HIDROLÓGICO Segundo Tucci (2015, p. 25), “a Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua reação com o meio ambiente, incluindo sua relação com as formas vivas”. De maneira geral, a hidrologia é a ciência que estuda a água e está diretamente relacionada com o estudo do ciclo da água, ou também chamado de ciclo hidrológico. Já outros termos podem ser utilizados quando se estudam pontos mais específicos, por exemplo, o estudo da água na superfície chama-se hidrografia, e a medição da água é a hidrometria. Assim, a hidrologia pode ainda ser subdividida conforme apresentado na Figura 1. Figura 1 – Subdivisões da hidrologia Crédito: Stéphanie Meyer Piazza, 2023. Podemos afirmar que a hidrologia é uma ferramenta fundamental no processo de planejamento ambiental de uma região. H id ro m et eo ro lo gi a •trata da água na atmosfera Li m no lo gi a • refere-se ao estudo dos lagos e reservatórios Po ta m ol og ia ou flu vi ol og ia • trata do estudo dos rios G la ci ol og ia ou cr io lo gi a • relacionada com a neve e o gelo na natureza H id ro ge ol og ia • trata das águas subterrâneas 3 1.1 Ciclo hidrológico Grimm (S.d.) salienta que “a circulação incessante da água entre seus reservatórios oceânico, terrestre e atmosférico é chamada ciclo hidrológico. É um sistema gigantesco, alimentado com a energia do Sol, no qual a atmosfera funciona como um elo vital que une os reservatórios oceânico e terrestre”. A fonte de energia neste ciclo é proveniente do sol, o qual faz a água evaporar nos oceanos e dos continentes, este último em menor quantidade. A umidade é carregada pelos ventos a grandes distâncias antes de gerar as nuvens e promover nova precipitação. Quando a chuva cai no oceano, temos o fim do ciclo, porém se a precipitação cair sobre os continentes, pode ainda passar por uma série de etapas antes de finalizar o seu ciclo (Grimm, S.d.). Grimm (S.d.) aponta que “uma porção se infiltra no solo como água subterrânea, parte da qual deságua em lagos e rios ou diretamente no oceano. Quando a taxa de precipitação é maior que a capacidade de absorção da terra, outra porção escorre sobre a superfície, para rios e lagos”. Uma boa parte da água infiltrada ou que escoou irá evaporar. Além da evaporação provinda do solo, rios e lagos, existe a infiltração que ocorre nas plantas e voltará para a atmosfera através da transpiração das plantas. Por fim, a soma de processos de evaporação direta e transpiração é denominada evapotranspiração (Grimm, S.d.). Resumidamente, o ciclo hidrológico representa o contínuo movimento da água dos oceanos para a atmosfera, da atmosfera para a terra e da terra de volta para os oceanos, conforme se verifica na Figura 2. Figura 2 – Ciclo hidrológico Crédito: GraphicsRF.com/Shutterstock. 4 TEMA 2 – BACIA HIDROGRÁFICA Segundo O Eco (2015), sabe-se que a bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso d’água [Figura 3] é a área onde, devido ao relevo e geografia, a água da chuva escorre para um rio principal e seus afluentes. A forma das terras na região da bacia faz com que a água corra por riachos e rios menores para um mesmo rio principal, localizado num ponto mais baixo da paisagem. Figura 3 – Bacia hidrográfica Crédito: Stihii/Shutterstock. A diferença dos níveis do terreno indicará qual será a orientação dos cursos d’água, e assim delimitarão a área da bacia hidrográfica. Tem-se conhecimento ainda que, conforme a água pluvial faz o seu trajeto, serão formados os vales e planícies em função da maneira como a água esculpe o relevo do terreno (O Eco, 2015). O dicionário ambiental O Eco (2015) indica que são quatro principais bacias hidrográficas do Brasil: “a bacia Amazônica, do Tocantins, a Platina (Paraná, Paraguai e Uruguai) e a do rio São Francisco que, juntas, cobrem cerca de 80% do território brasileiro”. A delimitação da bacia hidrográfica chama-se divisor, o qual separa as precipitações que caem nas bacias vizinhas e encaminha o escoamento superficial para um ou outro sistema pluvial. Villela e Mattos (1975) afirmam ainda que “o divisor segue uma linha rígida em torno da bacia, atravessando o curso d'água somente no ponto de saída [Figura 4]. O divisor une os pontos de 5 máxima cota entre bacias, o que não impede que no interior de uma bacia existam picos isolados com cota superior a qualquer ponto do divisor”. Figura 4 – Divisor de águas de uma bacia hidrográfica Fonte: Villela; Mattos, 1975. Crédito: Jefferson Schnaider. De acordo com Lisboa (2023), Sabendo que o deflúvio é a quantidade de água que atinge os álveos depois de ter escoado superficialmente e atinge os cursos d'água, depois de ter percorrido caminhos subsuperficiais e subterrâneos, podemos classificar os divisores em topográficos ou freáticos. Os divisores topográficos são condicionados pela topografia e limitam a área de onde provém o deflúvio superficial da bacia. O divisor de águas freático determinado, geralmente, pela estrutura geológica do terreno, estabelece os limites dos reservatórios de água subterrânea, de onde se pode determinar o deflúvio básico da bacia. Apesar de ambas medidas estabelecerem pontos de divisão de bacias, a área de drenagem é determinada pelo divisor topográfico. A bacia hidrográfica é muito importante quando utilizada como base para o planejamento urbano e a busca pelo equilíbrio do tripé da sustentabilidade (social, econômico e ambiental). A bacia é delimitada pelos divisores da água, possibilitando estudos específicos referentes aos elementos que o compõem e a verificação da sua relação com outros fatores, como demandas e ofertas de que tanto a sociedade quanto o meio ambiente necessitam. Nesse sentido, esse tipo de recorte espacial tem sido adotado na gestão hídrica como “unidades 6 físicas de reconhecimento, caracterização e avaliação, a fim de facilitar a abordagem sobre os recursos hídricos” (Vilaça et al., 2009). Carvalho (2020) destaca que, “para que a gestão desses recursos hídricos seja efetiva, esta deve ser desenvolvida de forma integrada, considerando todos os aspectos físicos, sociais e econômicos localizados na área de sua bacia hidrográfica”. Porém, observa-se que, apesar dessa visão sistêmica, os recursos hídricos, como parte importante do meio físico, “são facilmente comprometidos, sejam no âmbito da qualidade e/ou quantidade, sejam por características como alteração de cursos d’água ou diminuição dos canais de drenagem, tornando o atual cenário de degradação e descaso preocupante” (Silva, 2003). TEMA 3 – BALANÇO HÍDRICO Segundo a IFSUL (2021), o balanço hídrico é “a contabilização das quantidades de água que entram e que saem de uma camada de solo de sua superfície até uma determinada profundidade, durante um certo período de tempo”. Lembre-se de que essa profundidade dependerá do tamanho das raízes das plantas, sendo considerado o limite inferior do volume do solo. Assim, o balanço hídrico é a relação da entrada e da saída da água, sendo muito importante para indicar quantitativamente o armazenamento de água no solo. De acordo com Pereira, Angelocci e Sentelhas (2002), os principaiscomponentes do balanço hídrico para definir a demanda e disponibilidade hídrica é a precipitação (P), evapotranspiração real (ETR), evapotranspiração potencial (ETP), armazenamento de água no solo (ARM), deficiência hídrica (DEF) e excedente hídrico (EXC). A principal fórmula de cálculo do balanço entre entradas e saídas de água em uma bacia hidrográfica é: ∆𝑉𝑉 ∆𝑡𝑡 = 𝑃𝑃 − 𝐸𝐸 − 𝑄𝑄 (Equação 1 ) Onde: ∆V = Variação do volume de água armazenado na bacia (m³) ∆t = Variação de tempo considerado (s) P = Precipitação (m³/s) E = Evapotranspiração (m³/s) 7 Q = Escoamento ou deflúvio (m³/s) Segundo Campos e Silva (2010), por meio do balanço hídrico (BH) é possível determinar as regiões que apresentam déficit ou excesso hídrico, utilizando variáveis como a precipitação e evapotranspiração. Silva et al. (2006) afirmam que balanços hídricos são importantes para acompanhar a dinâmica da água em ecossistemas agrícolas e naturais. Vestena e Lange (2008) apontam que o balanço hídrico pode ser utilizado para resolver inúmeros problemas, tais como o intervalo de irrigação, o planejamento dos recursos hídricos, a previsão de rendimentos das culturas, a classificação climática, definir o uso da terra e de práticas agrícolas, bem como estudos ambientais e caracterização hidrológica para gestão da água. Matos, Silva e Medeiros (2014) afirmam que “o uso do balanço hídrico climatológico para uma região é de suma importância, pois o mesmo considera o solo, sua textura física, profundidade efetiva do sistema radicular das culturas e o movimento de água no solo durante todo o ano”. UFSC (2021) aponta que “os estudos hidrológicos têm por finalidade avaliar a disponibilidade dos recursos hídricos de uma região para os processos de planejamento e manejo destes recursos, ou ainda, atender a requisitos específicos em projetos de engenharia”. Nos estudos de disponibilidade de recursos hídricos, o balanço hídrico deve ser elaborado a intervalos de tempo longos (anuais, bianuais), considerando-se os processos sob a forma de totais mensais (UFSC, 2021). Cabe destacar que os estudos em intervalos curtos, como a infiltração, não entram no cálculo do balanço hidrológico. Os processos mais importantes são a precipitação, a evapotranspiração, o escoamento superficial e os armazenamentos superficial e subterrâneo. Dessa forma, resumidamente é possível dizer que o balanço hídrico de uma bacia hidrográfica representa a quantificação de entradas e saídas da água presente nas fases do ciclo, para um intervalo de tempo escolhido. TEMA 4 – IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NA SOCIEDADE O Projeto Brasil das Águas (A importância..., 2021) aponta que a água é um recurso natural essencial, seja como componente bioquímico de seres vivos, como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como elemento representativo de valores sociais e 8 culturais e até como fator de produção de vários bens de consumo final e intermediário. De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA), no Brasil, a água é utilizada principalmente para irrigação de lavouras, abastecimento público, atividades industriais, geração de energia, extração mineral, aquicultura, navegação, turismo e lazer. Cada uso depende e pode afetar condições específicas de quantidade e de qualidade das águas” (Usos..., 2019). Logo, de maneira geral, os sete principais usos da água são: usos potáveis; usos urbanos; irrigação na agricultura; usos industriais; geração de energia; finalidades ambientais e recreação. Vale destacar a respeito do seu uso que o consumo de água é muito variável ao redor do mundo. Além da disponibilidade do local, o consumo médio desse recurso está associado ao nível de desenvolvimento do país e ao nível de renda da população. De modo geral, o Brasil é um país privilegiado quanto ao volume de água, pois abriga 13,7% da água doce do mundo, incluindo as superficiais e as subterrâneas. Estima-se, no entanto, que cerca de 60% da água tratada para o consumo seja perdida na distribuição, além do desperdício de água no consumo nas residências e da poluição do recurso hídrico. Conforme Camargo (2012), muitas consequências negativas que estão sendo observadas poderão ser reduzidas se ocorrerem mudanças comportamentais e se a sociedade priorizar e adotar novas tecnologias mais eficazes, possível de poupar água nos setores mais sensíveis à sua oferta, mas não apenas neles, pois a água é, afinal, a matriz da vida no planeta. No Brasil, em 8 de janeiro de 1997, foi criada a Lei n. 9.433, mais conhecida como Lei das Águas, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) (Dicionário Ambiental, 2014). O conjunto de diretrizes, metas e programas que constituem o PNRH foi construído em amplo processo de mobilização e participação social. O documento final foi aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) em 30 de janeiro de 2006. A Lei das Águas ou Lei n. 9.433 (Brasil, 1997) surgiu em um contexto em que a água se torna cada vez mais escassa, com a preocupação de que a sua distribuição seja equitativa (Dicionário Ambiental, 2014). Logo, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) estabelece instrumentos para a gestão dos recursos hídricos de domínio federal (aqueles 9 que atravessam mais de um estado ou fazem fronteira). O objetivo geral do Plano é “estabelecer um pacto nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas para a melhoria da oferta de água, em quantidade e qualidade, gerenciando as demandas e considerando ser a água um elemento estruturante para a implementação das políticas setoriais, sob a ótica do desenvolvimento sustentável e da inclusão social”. Os objetivos específicos são assegurar: 1. a melhoria das disponibilidades hídricas, superficiais e subterrâneas, em qualidade e quantidade; 2. a redução dos conflitos reais e potenciais de uso da água, bem como dos eventos hidrológicos críticos e 3. a percepção da conservação da água como valor socioambiental relevante. (Brasil, 1997) TEMA 5 – IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NO MEIO AMBIENTE Conforme apresentado na Figura 5, a Prefeitura Municipal de Coxilha (Qual a importância..., 2021) afirma que a água está relacionada não só com o surgimento de vida na Terra, mas também com a sua evolução. Quando o planeta é visto do espaço, o azul se sobressai pela enorme quantidade de água no planeta, já que cerca de 70% da superfície é coberta por água. Entretanto, a maior parte da água no planeta é salgada. Há apenas 2,7% de água doce e, desse percentual, apenas 0,1% correspondem à água doce disponível para utilização. Figura 5 – Distribuição da água Fonte: Prefeitura Municipal de Coxilha, 2021/ Crédito: Jefferson Schnaider. A importância da água para o meio ambiente pode ser demonstrada por permitir a existência de vida na Terra e a consequente sobrevivência dos seres vivos; equilibrar e conservar a biodiversidade e regular o clima do planeta. 10 Os seres vivos dependem de água para sua sobrevivência, uma vez que ela faz parte da composição do corpo de todos os organismos vivos, além de participar de uma série de reações químicas. Nos seres humanos, por exemplo, além de compor nossas células e participar das reações químicas que ocorrem em nosso corpo, ela atua no transporte de substâncias, sendo o principal componente do plasma sanguíneo; atua na regulação da temperatura por meio do suor; faz parte da composição das lágrimas; faz parte do fluído presente nas articulações e do líquido amniótico, além de vários outros processos. O problema da água está inserido no contexto da crise ambiental contemporânea. Sua proteção e conservação fazem parte da noção de sustentabilidade, que se afirmou comonovo paradigma do desenvolvimento. (Viegas, 2008, p. 43). O Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum (Comissão Mundial sobre o Desenvolvimento e o Meio Ambiente, 1987), Cuidando da Terra (Relatório de 1991 da União Conservacionista Mundial, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e do Fundo Mundial para a Natureza), bem como a Agenda 21 (Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e o Meio Ambiente – RJ, 1992) pontuaram uma importante mudança na maneira como pensamos sobre a água e os ecossistemas, emergindo um princípio fundamental o de que a vida das pessoas e o meio ambiente estão profundamente interligados (Selborne, 2001, p. 46). O aumento da demanda por água, somado ao crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos, à degradação da capacidade produtiva dos mananciais, à contaminação das águas e ao desperdício conduzem a um quadro preocupante em relação à sustentabilidade do abastecimento público. A redução da quantidade e a degradação da qualidade da água não afetam a sociedade de forma homogênea e atingem a população residente nas periferias dos grandes centros urbanos e nas comunidades de agricultores de baixa renda. Além disso, a água, quando não tratada corretamente, é responsável por transportar doenças, e igualmente a população de menor renda é a mais afetada. De acordo com Vasco (2022), quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada, e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto, resultando em doenças que poderiam ser evitadas, e que podem levar à morte por contaminação. Esse cenário ocorre mesmo com pouco tempo depois que o Novo Marco Legal do Saneamento entrou em vigor, sancionado na Lei 14.026 11 de 2020, quando os investimentos no setor atingiram R$ 13,7 bilhões, mas o valor não foi suficiente para que sejam cumpridas as metas da legislação atualizada. Somente 50% do volume de esgoto do país recebe tratamento, o que equivale a mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto in natura sendo despejadas diariamente na natureza. Municípios dos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais ocupam as primeiras posições do ranking, liderados por Santos (SP). Entre os 20 piores estão municípios da região Norte, alguns do Nordeste e Rio de Janeiro. A última posição é ocupada por Macapá (AP) (Vasco, 2022). NA PRÁTICA O saneamento aponta para a importância da qualidade da água, visto que esta, por ser meio de veiculação de doenças quando não tratada de maneira adequada, está intimamente vinculada à saúde pública Assim, o correto tratamento realizado pelas empresas de saneamento básico permite diminuir consideravelmente as chances de a água estar contaminada por microrganismos nocivos e ser consumida pela população. Dentre as doenças que são transmitidas através da água contaminada estão: amebíase, giardíase, gastroenterite, febre tifoide e paratifoide, hepatite infecciosa (Hepatite A e E) e cólera. O tratamento da água pode ser realizado para atender diversos aspectos: a. Higiênicos – remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros microrganismos, de substâncias nocivas, redução do excesso de impurezas e dos teores elevados de compostos orgânicos; b. Estéticos – correção da cor, sabor e odor; c. Econômicos – redução de corrosividade, cor, turbidez, ferro e manganês. Os serviços públicos de abastecimento devem fornecer água sempre saudável e de boa qualidade. Portanto, o seu tratamento apenas deverá ser adotado e realizado depois de demonstrada sua necessidade e, sempre que for aplicado, deverá compreender apenas os processos imprescindíveis à obtenção da qualidade da água que se deseja. 12 FINALIZANDO Nesta abordagem, aprendemos que a Hidrologia estuda todo o ciclo da água, a qual atua nas esferas sólida, líquida e gasosa. Vimos que a água é essencial para a vida no planeta e indispensável para as atividades humanas. Frente aos impactos de poluição e dificuldade de recuperação verificamos a necessidade de cuidar desse bem precioso. Como apresentado no item Na prática deste material, a água tem um impacto significativo tanto na sociedade quanto no meio ambiente. A água deve ser tratada a fim de evitar a veiculação hídrica de doenças que, por sua vez, acabam afetando a saúde pública. Por fim, o saneamento básico contribui com a saúde, a educação, o meio ambiente e a economia. A modernização e ampliação do sistema de saneamento básico beneficia, em qualquer lugar do mundo, a sociedade como um todo: as empresas, o país, as cidades e o desenvolvimento social e econômico. 13 REFERÊNCIAS A IMPORTÂNCIA da água. Projeto Brasil das Águas, 2021. Disponível em: . BRASIL. Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 9 jan. 1997. CAMARGO, A. Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, 2012. CAMPOS, C. R. J.; SILVA, M. V. Impacto de sistemas meteorológicos no regime hídrico do Rio Grande do Sul em 2006. Revista Brasileira de Geofísica, v. 28, n. 1, p. 121-136, 2010. CARVALHO, A. T. F. Bacia hidrográfica como unidade de planejamento: discussão sobre os impactos da produção social na gestão de recursos hídricos no Brasil. Caderno Prudentino de Geografia, v. 1, n. 42, p. 140-161, 2020. COLLISCHONN, W. Hidrologia para engenharia e ciências ambientais. Porto Alegre: ABRH, 2015. 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