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Referências bibliográficas: Magaldi, Cristina. Claves: periódico do programa de pós-graduação de música da Universidade Federal da Paraíba. Disponível em: <www.cchla.ufpb.br/claves/pdf/claves03/claves_3_a_antes %20e_20depois.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2010. TU Department of Music. Apresenta informações eminentes acerca da professora da Towson University, Cristina Magaldi. Disponível em: <http://www.towson.edu/music/bios/magaldi.htm>. Acesso em: 10 nov. 2010. WEG, Rosana Morais. Fichamento. São Paulo: Paulistana, 2006, p. 13-41. Aluno: Marcelo Tavares dos Santos – Nº USP: 5414709. Autor Desde 1998, a autora Cristina Magaldi está na Towson University, onde ministra aulas sobre música latina, em especial, a brasileira. Como estudante, esteve presente na Universidade de Brasília (UNB), na Reading University e na University of California. Dentre seus trabalhos, podemos destacar “Musical in Imperial Rio de Janeiro: European culture in a tropical milieu”. Fichamento Os historiadores costumam classificar o período de 1930 a 1980 como o momento nacional desenvolvimentista. Com diferenças, a participação do Estado é grande e se dá em muitas áreas, inclusive na cultura. Entrementes, a questão estudada aqui, concentra- se no início e final do século passado, apresentando a construção e a desconstrução do samba como elemento de identidade nacional. Na cidade do Rio de Janeiro, então nosso centro político-econômico, a modernidade está em voga. Ideias emergidas, sobretudo no Velho Continente, como republicanismo e industrialização, influenciam um dos símbolos do século XX no Brasil: a urbanização acelerada. A crescente camada citadina tem o fetiche de se tornar cosmopolita, aspecto importante dentro da cultura moderna. Assim, ocorre uma grande busca pelo consumo das emergentes diversões culturais importadas, presentes no teatro, no cinema, na dança e na música. Além da Cidade Luz e de Londres, as urbes norte- americanas começam a participar desse processo de influencia cultural. No admirável mundo novo, a fascinação pelo exotismo também ganha destaque. Uma dança de origem afro estadunidense, chamada “cake walk”, onde em volta dum bolo, pessoas saçaricavam-se, ao som do banjo. O “tango brasileiro”, ou como é mais conhecido, maxixe, criado por nossos negros e que sofreu a mistura da polca d'além-mar, era consumida nos salões da capital tupiniquim. Neste caso especifico, percebe-se a fusão do regional com o cosmopolita. Com “o fim da História”, os nacionalismos pelo mundo perdem a força, onde em nosso caso especifico, a ditadura militar esvaiu-se Nos anos oitenta, a juventude brasileira deseja inserir-se nessa nova ordem global que estava se apresentando, adotando comportamentos e causas globais. O ecologismo e a emergência do rock nacional são dessa época. O centro não é mais a Europa, mas agora metrópoles norte-americanas, como Nova Iorque e Los Angeles. Nessas inchadas urbes, bem como noutras do mundo, o sentimento é de desilusão, de perda de identidade, de injustiça, o que contrasta com a visão otimista do começo do século. A cultura dos desfavorecidos das grandes cidades da América do Norte é, em grande parte, vivida pelos negros, que se veem num ambiente de desespero, pobreza, violência, emergindo a ação de protesto, resistência e luta. Essa realidade também é vivida por aqueles que moram nas áreas periféricas de nossas cidades, muitos também descendentes de ex-escravos. Essa semelhança entre nós e eles, tornou possível a emergência duma cultura transnacional de origem afro norte-americana em nosso solo, que dá visibilidade aos renegados, voz às minorias, através de intervenções que contam suas histórias. O “hip-hop” e o “rap” vão se tornando, ao longo do tempo, globais. Em nosso país, a autora constata que tais culturas tomam espaço do samba, sobretudo em nossas maiores cidades, São Paulo e Rio de Janeiro. Para Júlio César de Tavares, a música de protesto permite a “desconstrução do sonho de um Brasil pacífico, Brasil cordial, Brasil homogêneo e harmônico” (Magaldi apud 2007:37). Como exemplo, cita o “rapper” carioca MV Bill, o qual apresenta a realidade dos favelados brasileiros a fim de sensibilizar pessoas de outros estratos sociais. Ao obter êxito, o cantor é capaz de levar serviços essenciais para a comunidade de sua origem, a Cidade de Deus. Em suas músicas, há a utilização exótica de instrumentos de orquestras sinfônicas, transformando-o num artista global, moderno e urbano. Cristina termina seu texto, refletindo que o exotismo é capaz de tornar uma prática cultural cosmopolita. Duma certa forma, a interpretação pela elite branca do elemento africano trouxe cosmopolitismo à Cidade Maravilhosa, no início do século, donde teve origem o samba, o qual apresenta uma relação de harmonia entre caucasianos e pretos. Muitas décadas depois, a interpretação por parte da juventude periférica dum tipo de música, novamente de origem norte-americana, noutro contexto, traz a ideia de conexão global. Interessante que esse movimento recente, que mostra uma relação contraditória entre classes, deseja desarticular a visão anterior, a qual preconiza o equilíbrio e o respeito entre elas. Crítica A autora no início do texto informa que deseja “oferecer uma perspectiva comparativa global de construções de narrativas de identidade musical.” (Magaldi, 2007:29). Através de tal método surge sua síntese reflexiva. A linguagem usada permite fácil compreensão. Nota-se a importância do texto, pois além de permitir interessantes reflexões, tais como, uma relação com a atualidade, no que tange à ideia duma cultura globalizada, presente, mormente, nas médias e grandes cidades. Ao citar o “rapper” Eminem, de pele branca, e do “branqueamento” da música de origem negra pela famigerada indústria cultural, fez-nos lembrar do espaço fornecido pela grande mídia brasileira, entre, por exemplo, Chico Buarque e Cartola, em tempos de outrora. Pode servir também para início de estudos sobre a música popular brasileira no século XX. Para complementar o texto, é relevante entender a capacidade de influencia dos movimentos socioculturais norte-americanos em relação às demais partes do g lobo. O trecho final “a percepção do que constitui a música local, nacional, exótica, ou cosmopolita depende de qual grupo cria o paradigma e de como cada um se posiciona dentro de cada narrativa” (Magaldi, 2007:39), denotou a nós que a autora percebeu que seu excerto pode levar a pesquisas mais aprofundadas por estudiosos de diferentes áreas, tais como, historiadores, sociólogos, músicos e marquetólogos. Referências bibliográficas: Currículo do sistema de currículos lattes (Elizabeth Travassos Lins). Elaborado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Apresenta importantes informações acerca da aludida professora. Disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4787726E5>. Acesso em: 11 nov. 2010. TRAVASSOS, Elizabeth. Modernismo e música brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. WEG, Rosana Morais. Fichamento. São Paulo: Paulistana, 2006, p. 13-41. Aluno: Marcelo Tavares dos Santos – Nº USP: 5414709. Autor Elizabeth Travassos tem sua vida acadêmica assaz ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde graduou-se em Ciências Sociais e especializou-se na área de Antropologia. Atualmente, está como professora associada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), instituição em que ministra disciplinas e desenvolve pesquisas relacionadas à etnografiadas músicas de tradição oral no Brasil. Fichamento Como questão inicial que nos chamou a atenção é o fato de que a mudança do século no Brasil também apresenta a novidade da possibilidade da produção artística em massa. Atendo-se à música, paulatinamente, há uma divisão de tarefas, onde uma pessoa compõe a obra, uma outra faz o arranjo, outra diversa poderá ser o intérprete, a gravação em estúdio é orquest rada por um outro especialista, permitindo, dessa forma, a reprodução da composição em escalas antes jamais vistas. Essa transformação causa ojeriza a um observador mais sensível à arte no início do século XX. A Semana da Arte Moderna realizada em 1922 é o marco do modernismo por aqui, que possui a primeira fase de combate aos modelos românticos e parnasianos nas artes, capaz de emergir grande desagrado aos críticos. A fase ulterior tem uma preocupação maior em construir a identidade do movimento iconoclasta, associando-se a uma ideia de nação. Villa-Lobos foi o grande nome na área musical a participar do evento e um dos que não sofreu ataque do público. Apresentando “superposições politonais e atonalismo, polirritmias e experiências com novas combinações instrumentais” (Travassos, 2000:29), e por não ter vínculo com nenhuma instituição, despertou o interesse dos organizadores da Semana. Ao ir a Paris, o maestro chamou a atenção dos artistas, dos críticos e do público. Era preciso se libertar duma estética pura ditada pelas nações principais. O autorreconhecimento deveria ocorrer pela diferença. As tradições deveriam ser observadas. O local deveria ser exposto. Sua estética, considerada inovadora no Brasil, estava defasada em relação à Europa. Outro grande destaque é o autor de “Macunaíma”, Mário de Andrade. Ressalta que a verdadeira música brasileira está no meio popular e que deve ser olhada com atenção pelos letrados. Isso vai de encontro aos pensamentos evolucionistas e racialistas, surgidos em meados do século XIX, e que pulularam no final do Império e na República Velha. Na década de 30, ao dirigir o Departamento de Cultura de São Paulo organizou viagens ao Nordeste a fim de registrar as tradições folclóricas da região. Em seus estudos, apresenta a importância da música para os povos primitivos que nela apresentam sua espontaneidade e seu instinto, características valorizadas por críticos e artistas dos países centrais. A arte expressa o inconsciente do artista e do povo. Para os modernistas, a cultura popular distingue-se da cultura de massa. A primeira é fruto intuitivo duma coletividade; a segunda reduz as pessoas à classe consumidora e que se preocupa com a quantidade. Mário foi o grande estudioso da música brasileira. Para ele, as matrizes formadoras do Brasil – índios, europeus e africanos- foram capazes de criar uma força cultura única: a brasileira. Para o escritor devia-se procurar uma estética una de identidade nacional nas artes e não diferenciá- las por matrizes. A questão da identidade nacional foi muito bem usada pela propaganda política-cultural durante a Era Vargas, momento em que pretendeu criar laços afetivos de igualdade entre as diversas classes sociais aqui existentes. Crítica No início do texto, a autora relata que deseja apresentar a relação entre a música e o movimento modernista no Brasil. Observa também que os especialistas geralmente separam a música nas categorias: erudito, popular e folclórico, o que para ela é um erro, visão que talvez seja por causa de sua formação em Ciências Sociais e não em Música. Os modernistas precisaram ir à Europa para descobrirem o Brasil sob essa nova ótica. Muita vez, faz uso de vocábulos não muito comuns. No nosso entender o trecho lido não trouxe grandes revelações, onde esperava-se que o tema entre cultura popular e cultura de massa fosse mais estudado. O texto deve ser lido por aqueles que desejam um estudo inicial para a compreensão do movimento modernista ou da música nacional na primeira metade do século passado.
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