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DIREITO ADMINISTRATIVO I - FMU ADAP DP

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DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 1 
ASPECTOS GERAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO: REGIME 
JURÍDICOADMINISTRATIVO 
 
PRESTE ATENÇÃO: 
A divisão da disciplina jurídica em ramo direito público e direito privado foi proposta 
pelo direito romano que já diferenciava disciplinas voltadas a regular relações de 
interesse predominantemente geral e outras voltadas a regular relações de 
interesse predominantemente privado... 
Daí porque o direito penal, por exemplo, ser disciplina pertencente ao ramo do 
direito público, uma vez que o Estado, ao tipificar por exemplo, o delito de furto 
protege, indiretamente a vítima, porém, direta e predominantemente a paz social. 
Não se esqueça apenas que o direito é uno, e tais divisões apenas facilitam o 
estudo! 
 
1- Conceito de Direito Administrativo e sua Evolução Histórica 
O Direito Administrativo, como ramo autônomo do direito público, nasceu 
somente no final do século XVIII e início do século XIX, juntamente com a noção 
de Estado de direito, ou seja, um Estado estruturado sobre o princípio da 
legalidade e não mais sujeito à vontade do Rei, porém agora submetido à vontade 
da lei, em especial à lei fundamental, que é a Constituição. Assim, segundo 
conceito da professora Maria SylviaZanella Di Pietro, o direito administrativo “é um 
ramo do direito público por excelência porque tem por objetivo os órgãos, agentes 
e pessoas jurídicas que integram a Administração pública, a atividade jurídica não 
contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins 
de natureza política”. É, portanto, um conjunto harmônico de princípios jurídicos 
que regem os órgãos, os agentes e as atividades tendentes a realizar concreta, 
direta e imediatamente, os fins desejados pelo Estado. 
 
2- Ramo do direito público por excelência 
O direito administrativo é um ramo do direito público por excelência porque 
dispõe sobre regras destinadas a organizar o serviço público necessário à satisfação 
fundamental da vida em sociedade. Lembre-se que o direito é um só e sua 
divisãosetorizada em ramos ou disciplinas apenas torna mais fácil o seu 
conhecimento. Uma das principais divisões é a classificação doutrinária do direito 
em direito público e direito privado. Uma disciplina pertence a categoria de 
ramo do direito privado quando o interesse tutelado pela norma protege interesses 
particulares e rege relações de coordenações em que as partes se encontram em 
mesmo pé de igualdade. Ex: direito civil. Uma disciplina pertence a categoria de 
ramo do direito público não só quando o interesse tutelado pela norma protege 
imediatamente interesses gerais, da coletividade, mas também porque disciplina 
relações de subordinação, em que as partes não se encontram em pé de igualdade. 
Ex: direito administrativo. Conclusão é que quando o Estado é parte em uma 
relação jurídica, tal relação jurídica só será considerada ramo de direito público se o 
Estado nela se apresentar em posição de supremacia com a outra parte, o que 
ocorre na maioria das situações no direito administrativo. Basta lembrar da 
desapropriação, em que o Poder Público impõe ao proprietário a perda de um bem, 
com todas as prerrogativas de poder estatal. Isso não significa que o Estado não 
possa atuar na mesma posição que o particular em uma relação jurídica, em pé de 
igualdade com o mesmo, o que ocorre em raras situações, que, por sua vez, serão 
regidas pelo direito privado, não em sua totalidade, porque ainda sofrerá o influxo 
de princípios e regras de direito público. Ex: art. 173, § 1º, inciso II da CF que 
excepcionalmente permite a criação de empresas públicas pelo Estado para exercer 
atividade econômica e não serviço público, de modo que elas deverão ter um 
regime jurídico próprio das demais empresas privadas, mas nem por isso se livram 
do dever de licitar e de contratar pessoal mediante concurso público. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO NO SENTIDO OBJETIVO E SUBJETIVO 
 
NÃO ESQUEÇA TAMBÉM QUE: 
ADMINISTRAÇÃO NO SENTIDO OBJETIVO: Compreende a própria atividade 
administrativa. Atualmente, quatro são essas atividades: serviço público, 
poder de polícia, fomento e intervenção no domínio econômico; 
 
ADMINISTRAÇÃO NO SENTIDO SUBJETIVO: Compreende o estudo dos 
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que compõem a estrutura 
administrativa; 
 
3- Administração no sentido objetivo e no sentido subjetivo 
Lembre-se que essa expressão “administração pública” compreende de forma 
preponderante o poder executivo, a quem cabe exercer de forma típica a função 
administrativa, assim como os poderes legislativo e judiciário, mas tão somente 
quando os mesmos estejam no exercício de suas funções atípicas, vale dizer, 
apenas quando taispoderes estiverem exercendo a função administrativa de forma 
atípica e quando autorizados pela Constituição Federal. 
 
No sentido objetivo, a Administração pode ser conceituada como a própria função 
administrativa que incumbe preponderantemente ao Poder Executivo. Assim, no 
sentido objetivo a expressão “administração pública” quer dizer função 
administrativa. Atualmente, a doutrina vislumbra 04 espécies de funções 
administrativas: fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção no 
domínio econômico. 
 
No sentido subjetivo, a Administração pode ser conceituada como um conjunto 
de agentes públicos, órgõas e pessoas jurídicas a quem a lei incumbe o exercício de 
uma atividade administrativa. Logo, a expressão “administração pública” no sentido 
subjetivo compreende os órgãos públicos, as pessoas jurídicas que compõem a 
chamada Administração indireta (autarquias, fundações governamentais, empresas 
públicas, sociedades de economia mista e agências reguladoras e executivas) e 
também todas as categorias de agentes públicos (qualquer pessoa física que presta 
serviços ao Estado, com ou sem vínculo, com ou sem remuneração paga pelos 
cofres públicos, ainda que transitoriamente). 
 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: 
PRERROGATIVAS X RESTRIÇÕES 
 
COMO PODE SER RESUMIDO O REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO? 
 
PRERROGATIVAS X RESTRIÇÕES 
 
4- Regime Jurídico Administrativo 
O que é um regime jurídico? Somente existe uma disciplina jurídica autônoma 
quando esta corresponde a um conjunto sistemático de princípios e de normas que 
lhe dão identidade, diferenciando-a das demais ramificações do direito. Assim 
ocorre, por exemplo, com o direito civil, disciplina autônoma do direito privado, que 
possui princípios e normas que lhe são próprias e que lhe diferenciam das demais, 
tais como, o princípio da autonomia privada, da força obrigatória dos contratos e da 
boa-fé objetiva. A mesma coisa ocorre com o direito administrativo, ramo 
autônomo do direito público, que também tem seu regime jurídico próprio, seu 
conjunto de princípios e de regras que lhe são próprias. No ramo do direito 
administrativo, a doutrina costuma denominar esse regime jurídico de regime 
jurídico administrativo, que se resume em duas palavras aparentemente 
antagônicas: prerrogativas X restrições. 
 
Eis o regime jurídico administrativo. Vale dizer, de um lado, a Administração goza 
de uma série de prerrogativas que não encontramos nas relações entre os 
particulares, tais como, o poder de desapropriar, de ocupar temporariamente o 
imóvel alheio no caso de iminente perigo público, prazos dilatados em juízo, 
processo especial de execução por precatórios... E nem poderia ser diferente, já 
que quando se impõe à Administração determinadas prerrogativas, estar-se-á 
garantindo a melhor satisfação do próprio interesse público. Por outro lado, ao 
mesmo tempo que a Administração goza de privilégios para fazer prevalecer o 
interesse público sobre o privado, sujeita-sea um a série de restrições, cuja 
finalidade é proteger os direitos individuais frente ao Estado, uma vez que não se 
pode esquecer que a administração é função “do que não é senhor absoluto”, mas 
deve plena obediência à lei. Logo, as restrições existem e são impostas à 
Administração, porque os interesses públicos são indisponíveis pelo administrador, 
daí a necessidade de observância de diversos princípios constitucionais, 
necessidade de publicação dos atos administrativos, sujeição à realização de 
concurso público para a contratação de pessoal e licitação para celebração de 
contratos com os particulares, além de fiscalização dos atos administrativos em 
seus aspectos orçamentários feita pelo Tribunal de Contas. A maioria das restrições 
impostas ao Poder Público se apresentamsob a forma de princípios, os quais serão 
melhor apreciados na semana seguinte. 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1- Quais poderes estatais estão compreendidos na expressão 
“administração pública”? 
 
2- Como se caracteriza o regime jurídico administrativo? Explique. 
 
3- Diferencie administração no sentido objetivo e subjetivo. 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
Sites de Pesquisa: 
 
www.conjur.com.br, www.saraivajur.com.br, www.ndj.com;br, www.tce.sp.gov.br, 
www.jusnavigandi.com.br, www.apriori.com.br, www.digitalex.com.br, 
www.direito.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 2 
A Administração e os princípios da CF 
 
 
PRINCÍPIOS INFORMADORES DA ADMINISTRAÇÃO 
 
Quais são os dois princípios informadores de toda a atividade administrativa, 
considerados a base de todo o regime jurídico-administrativo? 
RESPOSTA: PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O 
PRIVADO E O PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE 
PÚBLICO PELO ADMINISTRADOR!!!! 
 
1- Princípios fundamentais e de alicerce do direito administrativo 
 
Princípios são os alicerces da ciência jurídica. E o direito administrativo, como 
ramo autônomo do direito público, também tem seus princípios próprios. Conforme 
ensina Celso Antônio Bandeira de Mello, todo o sistema do direito administrativo se 
constrói sobre dois princípios fundamentais que, apesar de não terem sido previstos 
na Constituição Federal, representam a base de toda a disciplina 
administrativa: princípio da supremacia do interesse público sobre o 
particular e princípio da indisponibilidade do interesse público pela 
Administração. 
 
Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular proclama a 
superioridade do interesse da coletividade firmando a prevalência dele sobre o 
particular. Quando em conflito, o interesse público sempre prevalece sobre o 
particular. Significa que o Poder Público se encontra em situação de autoridade 
relativamente aos particulares como condição indispensável para gerir os interesses 
públicos postos em confronto. 
 
Princípio da indisponibilidade dos interesses públicos pela 
Administraçãosignifica que sendo qualificados como próprios da coletividade os 
interesses públicos não se encontram à livre disposição de quem quer que seja, por 
serem inapropriáveis. Na administração pública não há liberdade pessoal de modo 
que o administrador não pode dispor dos interesses públicos como bem quiser, mas 
deve sempre obedecer a vontade da lei. 
 
PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: ARTIGO 37, CAPUT 
 
PRESTE ATENÇÃO: 
Após a emenda 19/98, são princípios constitucionais que informam a 
atividadeadministrativa 
 
LEGALIDADE 
IMPESSOALIDADE 
MORALIDADE ADMINISTRATIVA 
PUBLICIDADE 
EFICIÊNCIA 
 
2- Princípios constitucionais aplicáveis a toda administração direta e 
indireta. – art. 37 “caput” 
A Constituição Federal de 1988 inovou ao fazer menção a alguns princípios a que se 
submete toda a Administração Pública direta, indireta e fundacional, de qualquer 
dos poderes estatais, federal, estadual e municipal: legalidade, impessoalidade, 
moralidade administrativa, publicidade e eficiência (“LIMPE”) 
 
Legalidade 
Na relação administrativa a vontade do Estado é a que decorre da lei. Enquanto ao 
particular é permitido fazer tudo que a lei não proíbe, em razão do princípio da 
autonomia privada, a administração pública só pode fazer o que a lei determina. Se 
a lei não autoriza, o administrador não pode agir. É a observância estrita da 
Administração Pública aos ditames da lei. 
 
Impessoalidade 
A impessoalidade abrange dois sentidos: impessoalidade em relação aos 
administrados, de modo que a administração não pode agir com vistas a beneficiar 
uns ou prejudicar outros, mas deve sempre ser impessoal, vale dizer, agir com 
vistas apenas a atingir o interesse público; impessoalidade em relação à própria 
Administração uma vez que os atos administrativos são imputáveis não ao 
funcionário que o exerce, mas ao órgão ou pessoa jurídica a qual o agente público 
esteja vinculado. Enfim, em última análise, é irrelevante a pessoa física que pratica 
o ato administrativo, o que importa é o cargo e não a pessoa. 
 
Moralidade Administrativa 
O administrador público não deve apenas cumprir a lei em sua frieza, devendo unir 
ao cumprimento da lei o que é justo e honesto. Em resumo, pelo princípio exige-se 
do administrador um atuar conforme o senso de honestidade, ética e bons 
costumes. Ex: agente que cumpre de forma imoral a lei para prejudicar ou 
favorecer deliberadamente alguém. Não basta cumprir a lei, deve-se buscar o 
senso de moral. 
 
Publicidade 
Tal princípio exige ampla divulgação dos atos praticados pela administração pública, 
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição Federal. É a 
transparência dos atos administrativos, já que quanto maior a publicidade, maior o 
controle dos atos da Administração. 
 
Eficiência 
Princípio introduzido pela Emenda Constitucional 19/98. O atuar da administração 
deve ser rápido e ágil para buscar as necessidades da população. Por ele, visa-se 
“otimizar” a prestação do serviço público, diminuindo gastos, reduzindo o tempo e 
melhorando a qualidade do resultado final. 
 
3- Outros princípios aplicáveis 
 
Motivação 
É a obrigatoriedade da demonstração dos fundamentos de fato e de direito que 
levaram o Administrador a editar o ato administrativo. Regra geral todo ato 
administrativo deve ser motivado, seja vinculado, seja discricionário, salvo quando 
a própria Constituição ou a lei dispensar. 
Razoabilidade 
É a proporção razoável entre meios de que a Administração se utiliza e os fins que 
ela pretende alcançar para que o comportamento do agente não se apresente como 
excessivo ou insuficiente à satisfação do interesse público. Também denominado 
por alguns doutrinadores de princípio da proporcionalidade. 
 
Finalidade Pública 
É uma decorrência lógica do princípio da supremacia do interesse público, segundo 
o qual a administração pública sempre deve buscar uma finalidade pública, não 
podendo dela se desviar, sob pena de vício do ato administrativo. 
 
Continuidade 
De acordo com este princípio, as atividades realizadas pela Administração devem 
ser ininterruptas, para que o atendimento do interesse da coletividade não seja 
prejudicado. O princípio se coaduna com a idéia de greve uma vez que exige-
se durante ela a manutenção de um percentual defuncionamento das atividades. 
 
Autotutela 
Princípio consagrado na Súmula 473 do STF, segunda a qual “a administração 
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência 
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial”. Veja que a atuação da Administração ocorre de ofício 
ou mediante a provocação do prejudicado, consistindo em anular atos ilegais, com 
efeitos retroativos (“ex tunc”) e ,revogar atos legais, porém, inconvenientes ou 
inoportunos, respeitando-se, neste último caso os direitos adquiridos, já que o ato 
revogado era legal e produziu efeitos válidos, levando-se a conclusão que na 
revogação os efeitos não retroagem (são “ex nunc”) 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1. Explique quais os dois sentido de impessoalidade previstos no art. 37, “caput” da 
CF. 
 
2. Qual o princípio introduzido pela Emenda Constitucional 19/98 e discorra sobre 
sua significância no direito administrativo. 
 
3. Qual a abrangência do princípio da legalidade para o direito administrativo? 
 
4. No que consiste o princípio da autotutela da Administração pública? 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
Sites de Pesquisa: 
 
www.conjur.com.br, www.saraivajur.com.br, www.ndj.com;br, www.tce.sp.gov.br, 
www.jusnavigandi.com.br, www.apriori.com.br, www.digitalex.com.br, 
www.direito.com.br. 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 3 
O ESTUDO DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
 
ATO ADMINISTRATIVO X ATO DA ADMINISTRAÇÃO 
 
PRESTE ATENÇÃO: 
ATO DA ADMINISTRAÇÃO = GÊNERO 
(qualquer ato praticado pela Administração no exercício de sua função). 
ATO ADMINISTRATIVO = ESPÉCIE DE ATO DA ADMINISTRAÇÃO 
(apenas os atos que consistem em declaração unilateral de vontade do Estado ou 
de quem lhe façam às vezes, que tem aptidão para criar, extinguir ou modificar 
direitos e obrigações, editado com a égide da lei, regido por um regime jurídico 
público, uma vez que a Administração Pública, ao editá-lo, encontra-se em posição 
de supremacia em relação ao administrado, estando sempre sujeito à controle pelo 
Poder Judiciário, no que tange seus aspectos de legalidade e moralidade). 
 
1- Conceito de ato administrativo e diferença com atos da administração 
 
Ato administrativo é uma declaração unilateral do Estado ou de quem lhe faça às 
vezes, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime 
jurídico público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário, conforme preceitua a 
professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Assim, nem todo ato que a 
administração pratica consiste em verdadeiro ato administrativo, daí a importância 
de se diferenciar ato administrativo de ato da administração. Ato administrativo é 
todo ato praticado no exercício da função administrativa sob um regime jurídico 
necessariamente público (lembre-se que este representa o binômio prerrogativas 
X restrições). Exemplo: uma licença para construir, uma autorização para porte de 
arma, apreensão de mercadorias fora do prazo de validade e impróprias para o 
consumo, embargo de uma obra que não obedece as posturas municipais... 
 
Ato da Administração é todo ato praticado no exercício da função administrativa 
seja qual for o regime jurídico. Ex: a simples pavimentação de uma via pública. 
Veja que a imagem de simples pavimentação de uma via pública é um ato material 
e de pura execução da Administração Pública, ato este ao qual falta um dos 
elementos constitutivos do conceito de ato administrativo, que é a necessidade de 
manifestar uma declaração unilateral de vontade do Estado. É um simples ato 
executivo que não contém essa declaração exigida para todo ato administrativo. 
Não é um ato capaz de criar, extinguir ou modificar direitos e obrigações, aptidões 
que só o ato administrativo tem. 
 
Dessa forma, pode-se dizer que: 
a - O ato administrativo é perfeito quando esgotadas as fases necessárias à sua 
produção, portanto, ato perfeito é o que completou o ciclo necessário à sua 
formação. Perfeição pois, é a situação do ato cujo processo formativo está 
concluído. 
b – O ato administrativo é válido quando foi expedido em absoluta 
conformidade com as exigências do sistema normativo. Vale dizer, quando se 
encontra adequado aos requisitos estabelecidos pela ordem jurídica. Validade, por 
isto, é a adequação do ato às exigências normativas. 
c – O ato administrativo é eficaz quando está disponível para a produção de 
seus efeitos próprios; ou seja, quando o desencadear de seus efeitos típicos não se 
encontra dependente de qualquer evento posterior, como uma condição 
suspensiva, termo inicial ou ato controlador a cargo de outra autoridade. Eficácia, 
então, é a situação atual de disponibilidade para produção dos efeitos típicos, isto 
é, próprios do ato. 
 
2- Elementos ou Pressupostos dos Atos Administrativos 
 
Todo ato administrativo tem 05 elementos, quais sejam: 
AGENTE CAPAZ E COMPETENTE 
FORMA LEGAL 
OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL, CERTO E MORAL 
MOTIVOS 
FINALIDADE 
 
Todo ato jurídico, seja qual for o regime que se lhe aplica, possui sempre três 
elementos: agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei. 
No direito administrativo não é diferente. Também tem os três elementos já citados 
com uma diferença: todo ato administrativo possui mais dois elementos que 
somente são encontrados nele e em nenhum outro ato jurídico. Conclusão: os atos 
administrativos têm sempre 05 elementos, pois além dos 03 elementos já 
conhecidos de qualquer ato, agente capaz, forma e objeto lícito, 
também possui motivos e finalidade. Assim, 05 são os elementos de qualquer ato 
administrativo: agente, forma, objeto, motivos e finalidade. Vejamos cada um 
deles. 
 
Agente: além de capaz (aptidão de exercer por si só os direitos e obrigações 
legais), o agente no direito administrativo ainda deve ser competente. Lembrando 
que a competência (conjunto de atribuições legais) decorre de lei. Vale dizer, é a lei 
que define o agente competente. 
 
Objeto: no direito administrativo o objeto também deve ser lícito (conforme a lei), 
possível (é impossível fazer licitação para venda de terrenos na lua, p.ex.), certo 
(ou pelo menos determinável) e ainda moral (em razão do princípio constitucional 
da moralidade administrativa). 
 
Forma: o ato administrativo ao ser praticado também deve respeitar a forma 
prevista em lei, sob pena de nulidade do ato. Normalmente será escrita para 
facilitar o controle, mas poderá ser por verbais (tais como ordens de um superior 
ao subordinado), por sinais ou gestos (basta pensar em um guarda de trânsito 
coordenando o tráfego), consistindo em exceções. 
 
Motivos: estes são os pressupostos de fato ( situação fática) e de direito 
(dispositivo legal) que levaram o administrador a editar determinado ato 
administrativo. Todo ato administrativo terá uma situação de fato e um dispositivo 
legal que autoriza o agente a agir. Não confundir com motivação. Motivo é 
elemento do ato, ao passo que motivação é a demonstração por escrito de tais 
pressupostos de fato e de direito, consistindo num princípio fundamental. O motivo 
da interdição de uma fábrica poluidora da atmosfera é a existência real da poluição 
causada por ela e o dispositivo legal que autoriza a interdição. 
 
Finalidade:é o resultado jurídico específico que o ato administrativo pretende 
alcançar e que está previsto implícita ou explicitamente na lei e que em última 
análise sempre deve coincidir com o interesse público, sob pena de vício do ato 
administrativo conhecido como desvio de poder ou de finalidade, que gera 
nulidade absoluta do ato. Assim, o administrador não pode editar ato para 
beneficiar terceiros ou prejudicar perseguidos, pois neste caso estria desviando-se 
da finalidade pública prevista em lei. A finalidade do ato que interdita fábrica 
poluidora da atmosfera é a proteção da salubridade pública. 
 
3-Atributos dos atos administrativos 
 
São suas principais características: 
Presunção de legitimidade ou legalidade 
Presunção de veracidade 
Imperatividade 
Auto-executoriedade 
Tipicidade 
 
A doutrina costuma indicar 05 atributos ou características dos atos administrativos, 
embora seja importante lembrar ao aluno que não há unanimidade quanto a eles, 
já que variam de doutrina em doutrina. Colocamos a seguir aqueles considerados 
pela doutrina majoritários como principais atributos do ato 
administrativo: presunção de legalidade ou legitimidade, presunção de 
veracidade, imperatividade, auto-executoriedadee tipicidade. 
 
Presunção de legitimidade ou legalidade. É uma decorrência lógica do princípio 
constitucional da legalidade. Se a Administração deve estrita obediência à lei, 
significa que, em princípio, os atos administrativos por ela praticados se presumem 
legais, sendo tal presunção apenas relativa (“iuris tantum”), que obviamente 
admite prova em contrário. 
 
Presunção de veracidade. Agora a presunção diz respeito aos fatos alegados pelo 
administrador para a prática de um ato administrativo. Em princípio também se 
presume que os fatos alegados pelo administrador para realizar um ato 
administrativo são verídicos, verdadeiros, sendo tal presunção também relativa 
(“iuris tantum”), pois admite prova em contrário. Fala-se que esta presunção de 
veracidade inverte o ônus da prova. Até porque, como regra geral, somente se 
provam fatos e esta presunção refere-se a fatos. 
 
Imperatividade. É o atributo segundo o qual todo ato administrativo se torna 
obrigatório ao administrado, independente de sua concordância. É o poder que a 
Administração tem de impor com fulcro na lei um ato administrativo, ainda que 
contra a vontade do administrado. Ex: ato administrativo que elege determinada 
rua para realização de feira livre. Ato imperativo. 
 
Auto-executoriedade. É o poder que a Administração tem de executar suas 
próprias decisões com a utilização de meios de coação sem necessitar de prévia 
autorização do Poder Judiciário. Ex: ato que destrói alimentos impróprios ao 
consumo público, ou o embargo de uma obra irregular. E a auto-executoriedade só 
existe quando houver previsão legal. Assim, ela só pode ser usada pela 
Administração sem que haja previsão legal e sem prévia autorização pelo Poder 
Judiciário para atender situações emergenciais, que põem em risco a saúde, 
segurança e salubridade pública, caso contrário, a Administração pública dela só 
pode lançar mão quando a lei assim determinar. Ex: demolição de um prédio em 
ruína. 
 
Tipicidade. Para cada finalidade pública que a Administração pretende alcançar 
existe um tipo próprio de ato administrativo definido em lei. Este atributo veda que 
a Administração pratique atos inominados ou atípicos. Ex: se a Administração 
pretende preservar um bem por seu valor histórico ou cultural de referência à 
memória da sociedade brasileira deve-se valer do tombamento, porque para cada 
finalidade existe um ato próprio previsto em lei. 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1. Quais os elementos de todo ato administrativo? Explique cada um deles. 
 
2. No que consiste o atributo da auto-executoriedade dos atos administrativos e 
quando é possível? 
 
3. Diferencie presunção de legalidade e de veracidade dos atos administrativos. 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
Sites de Pesquisa: 
 
www.conjur.com.br, www.saraivajur.com.br, www.ndj.com;br, www.tce.sp.gov.br, 
www.jusnavigandi.com.br, www.apriori.com.br, www.digitalex.com.br, 
www.direito.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 4 
OS ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Quanto à formação da vontade para a edição dos atos administrativos, eles podem 
ser: 
 Atos simples 
 Atos complexos 
 Atos compostos 
 
Quanto ao grau de liberdade, eles podem ser: 
 Atos vinculados 
 Atos discricionários 
 
1- Classificação dos atos administrativos. 
 
A doutrina costuma indicar duas classificações em que se dividem os atos 
administrativos: classificação quanto à formação da vontade (em que os atos 
administrativos podem ser simples, complexos e compostos) e classificação 
quanto ao grau de liberdade (em que os atos administrativos classificam-se em 
vinculados e discricionários). Vejamos cada uma delas. 
 
Classificação quanto à formação da vontade. Aqui os atos podem ser simples, 
complexos e compostos. 
 
 Simples são os que decorrem da manifestação de vontade de um único órgão, 
seja singular ou colegiado. Ex: nomeação de um agente público pelo Presidente 
da República. 
 
 Complexos são aqueles que decorrem da manifestação de vontade de dois ou 
mais órgãos, sejam eles singulares ou colegiados. Ex: decreto regulamentar é 
assinado pelo Chefe do Executivo e ainda referendado pelo Ministro de Estado. 
 
 Compostos são aqueles formados por dois atos diferentes, um principal e outro 
acessório. Ex: a dispensa de licitação depende em certas situações de 
homologação pela autoridade superior competente para que possa produzir 
efeitos. Os atos em geral que dependem de aprovação, homologação e vistos 
normalmente são tidos por compostos. 
 
Classificação quanto ao grau de liberdade. Importantíssima classificação que 
pretende diferenciar atos que possibilitam ou não uma certa margem de escolha 
pelo administrador, sempre com fulcro na lei. Aqui fala-se em atos vinculados e 
discricionários. 
 
ATO VINCULADO E ATO DISCRICIONÁRIO 
 
NO ATO VINCULADO TODOS OS ELEMENTOS ESTÃO PREVISTOS EM LEI: 
 Agente competente 
 Objeto 
 Forma 
 Finalidade 
 Motivos 
 
NO ATO DISCRICIONÁRIO 03 ELEMENTOS ESTÃO PREVISTOS EM LEI, MAS 02 
DELES PODEM NÃO ESTAR PREVIAMENTE DEFINIDOS: 
 Agente competente (sempre previsto em lei) 
 Objeto (pode não estar previsto) = aqui está a margem de escolha 
 Forma (sempre prevista em lei) 
 Finalidade (sempre prevista em lei) 
 Motivos ( podem não estar previstos) = aqui está a margem de escolha 
 
2. Atos vinculados são aqueles atos que não dão nenhuma margem de escolha ao 
administrador. Neste caso, o administrador terá sempre um único caminho a 
seguir, pois a lei assim determina. Na verdade, quando o ato administrativo é 
vinculado fala-se que todos os seus elementos (agente, objeto, forma, motivos e 
finalidade) estão já previamente definidos na lei, de modo que o administrador não 
tem espaços para escolhas, devendo editar o atos conforme já definido em lei. 
Exemplo: a licença é sempre um ato vinculado (seja licença para construir, seja 
licença para dirigirou licença para prática de certas atividades). Tanto é verdade 
que cabe ao administrador verificar se o administrado cumpriu todas as condições 
legais e, em caso positivo, concede a licença por meio de um instrumento 
denominado alvará. Não há margem de escolha. 
 
3. Atos discricionários são aqueles em que a lei fornece uma certa margem de 
escolha ao administrador. A lei, que não consegue prever todas as situações 
possíveis, às vezes faz uso da discricionariedade, fornecendo alguns caminhos que 
poderão ser escolhidos pelo administrador ao editar um ato administrativo. Veja 
que o fundamento da discricionariedade também é a lei, porque é ela e tão 
somente ela que fornece os caminhos que poderão ser escolhidos pelo 
administrador e, qualquer caminho por ele escolhido será legítimo, eis que previsto 
pela própria lei. Logo, discricionariedade não é arbitrariedade, já que é a lei que a 
prevê. Na verdade, quando o ato administrativo é discricionário fala-se que dois dos 
cinco elementos podem não estar previstos na lei (existem, porque todo ato tem 05 
elementos, mas 02 deles podem não estar previstos na lei) e a margem de escolha 
do administrador recai exatamente nestes elementos não previstos em lei. 
Os elementos que podem não estar previstos em lei são os motivos e objeto (já 
que o agente, forma e finalidade sempre terão previsão legal), denominadospelo 
doutrina de mérito administrativo, porque a escolha do administrador em relação 
aos motivos e objeto do ato se dará sempre com base em critérios 
de conveniência e oportunidade do interesse público. Ex: a autorização no 
direito administrativo é considerada um ato discricionário, seja ela para porte de 
arma, seja ela para produção de material bélico ou para circulação de veículos 
acima de determinada altura. De fato, a autorização para porte de arma somente 
será concedida pela administrador se tal ato for conveniente ou oportuno ao 
interesse público, ainda que o administrado preencha todas as condições legais. O 
alvará de autorização de porte de arma somente será concedido se for conveniente 
ou oportuno ao próprio interesse público, permitindo uma certaescolha do 
administrador na prática do ato, baseados em critérios de mérito administrativo. 
 
 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 
 
Os atos administrativos em espécie são: 
 Admissão 
 Permissão 
 Autorização 
 Aprovação 
 Homologação 
 Licença 
 Concessão 
 Dispensa 
 Adjudicação 
 
4- Atos administrativos em espécie. São eles pela doutrina administrativa: 
admissão, permissão, autorização, aprovação, homologação, licença, delegação, 
concessão, dispensa e adjudicação. 
 
-admissão. Ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao 
particular, que preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço 
público. Ex: admissão nos hospitais e escolas públicas. 
 
-permissão. É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou 
oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a execução de um 
serviço ou a utilização de um bem público. 
 
-autorização. É o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração faculta 
ao particular o desempenho de atividade material ou a prática de ato que, sem esse 
consentimento, seriam legalmente proibidos. 
 
-aprovação. É o ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a 
priori oua posteriori do ato administrativo. Ex: Compete ao Congresso Nacional 
aprovar o estado de defesa e a intervenção federal; Cabe ao Senado Federal 
aprovação prévia para a escolha de Governadores do Território. 
 
-homologação. É ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece a 
legalidade de um ato jurídico. Ex: ato da autoridade competente que homologa o 
procedimento licitatório. 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1. Quais as principais diferenças entre um ato administrativo vinculado e 
discricionário? 
2. Indique no que consiste o mérito administrativo do ato discricionário. 
3. Diferencie atos administrativos simples e compostos. 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
Sites de Pesquisa: 
 
www.conjur.com.br, www.saraivajur.com.br, www.ndj.com;br, www.tce.sp.gov.br, 
www.jusnavigandi.com.br, www.apriori.com.br, www.digitalex.com.br, 
www.direito.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 5 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS - ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO 
 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Principais formas de extinção dos atos administrativos: 
 Pela produção dos seus efeitos jurídicos; 
 Pela cassação; 
 Pela contraposição; 
 Pelo desaparecimento do agente 
 Pelo desaparecimento do objeto 
 
1- Extinção dos Atos administrativos. 
 
Várias são as modalidades de extinção dos atos administrativos. Fala-se que a 
forma normal de extinção ocorre quando o ato produz os efeitos jurídicos imediatos 
a que estava apto. Outra forma ocorre com a chamada cassação, vale dizer, que é 
a retirada de um ato vinculado ilegal quando o administrado deixa de cumprir as 
condições que se faziam necessárias para continuar desfrutando de uma 
determinada situação jurídica (p.ex. cassação da licença para construir). Também 
se extingue um ato administrativo pela contraposição, ou seja, quando a 
Administração pratica um ato com efeitos contrários ao ato anteriormente praticado 
(p.ex. ato de nomeação seguido de ato de exoneração). Extingue-se, ainda, com o 
desaparecimento do agente beneficiado pelo ato (p.ex. morre o beneficiado da 
licença) ou pelo desaparecimento do objeto do ato administrativo (p.ex. incêndio do 
bem a ser desapropriado). 
 
Vamos nos ater mais apenas a duas dessas modalidades de extinção dos atos, 
consideradas mais importantes em matéria administrativa. Um ato administrativo 
pode extinguir-se também pela anulação (ou também chamada de invalidação) e 
arevogação, compreendendo seus efeitos, natureza, limites e órgãos competentes 
para tal extinção. Começamos, assim, pela anulação ou invalidação dos atos 
administrativos. 
 
DIFERENÇA ENTRE ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO 
 
Preste atenção: 
 
ANULAÇÃO = ATO ILEGAL = EFEITOS “EX TUNC” = CABE PARA ATO 
VINCULADO E DISCRICIONÁRIO = PODE SER DECRETADA PELO 
JUDICIÁRIO E PELA ADMINISTRAÇÃO 
 
REVOGAÇÃO = ATO LEGAL = EFEITOS “EX NUNC” = CABE SOMENTE PARA ATO 
DISCRICIONÁRIO = PODE SER DECRETADA APENAS PELA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
 
 
2- A anulação ou invalidação dos atos administrativos é uma forma de 
extinção pela qual a Administração ou o Poder Judiciário retira um ato 
administrativo ilegal com efeitos “ex tunc”, que retroagem à data de sua edição. 
Atente-se, portanto, para as seguintes características da anulação ou invalidação: 
refere-se à extinção de ato ilegal, que foi editado em desconformidade com a lei; 
sua retirada produz efeitos retroativos, uma vez que o ato nulo é considerado nulo 
desde sua edição; pode ser decretada pela própria administração, de ofício ou por 
provocação do interessado; pode ser decretada pelo Poder Judiciário, mas 
dependerá sempre de provocação; refere-se tanto a ato vinculado, como a ato 
discricionário. 
 
Dessa forma, não se pode esquecer que tanto o ato vinculado como o atodiscricionário possuem elementos previstos em lei e, se algum deles for praticado 
em desconformidade com a lei, será considerado ilegal e poderá ser invalidado ou 
anulado. Conclusão é que a invalidação serve tanto para ato vinculado como 
ato discricionário ilegal e pode ser decretada tanto pela Administração 
como pelo Poder Judiciário. 
 
3- Revogação dos atos administrativos é uma forma de extinção do ato pela 
qual a Administração retira um ato administrativo legal, conforme a lei, porém 
que não é mais conveniente ou oportuno ao interesse público, com efeitos que não 
retroagem, portanto, “ex nunc”, uma vez que se trata de retirada de ato legal e 
deve-se, assim, respeitar os direitos até então adquiridos. Veja-se que a revogação 
é forma de extinção de um ato legal, daí a necessidade de respeito aos direitos 
adquiridos e de efeitos, portanto, que não retroagem, mas que são produzidos a 
partir da revogação. Ademais, a revogação é forma de extinção que somente e tão 
somente é utilizada para atos administrativos discricionários, por que somente 
estes possuem mérito de conveniência e oportunidade do interesse público, já que 
apenas estes permitem escolha pelo administrador baseada nestes critérios de 
conveniência e oportunidade. A conclusão importante é que ato administrativo 
vinculado nunca poderá ser revogado, pois este não tem mérito 
administrativo de escolha por critério de conveniência e oportunidade. 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1- Quais as diferenças entre anulação e revogação dos atos administrativos e quais 
os poderes competentes para decretá-las? 
 
2- Diga se um ato administrativo discricionário está sujeito a controle pelo 
Judiciário e sob quais aspectos. 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
Sites de Pesquisa: 
 
www.conjur.com.br, www.saraivajur.com.br, www.ndj.com;br, www.tce.sp.gov.br, 
www.jusnavigandi.com.br, www.apriori.com.br, www.digitalex.com.br, 
www.direito.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 6 
VÍCIOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Somente atos administrativos discricionários podem ser revogados. Além 
disso, o único órgão competente para a revogação de um ato administrativo é a 
própria Administração, já que o Poder Judiciário não poderá analisar o mérito 
administrativo do ato, espaço reservado com exclusividade ao administrador, sob 
pena de violação da separação de poderes. Assim, somente a Administração pode 
revogar ato administrativo discricionário. Poder Judiciário não revoga ato 
administrativo. Mas isso não significa que o Poder Judiciário não possa apreciar 
um ato administrativo discricionário. Este poderá perfeitamente ser objeto de 
controle pelo Judiciário, mas apenas sob os aspectos de legalidade e jamais sob os 
aspectos de mérito administrativo, pois, repita-se, o mérito é um espaço reservado 
ao administrador que não cabe ao Judiciário invadir. 
 
PRINCIPAIS VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
ABUSO DE PODER (VÍCIO GÊNERO) QUE TEM DUAS ESPÉCIES: 
 
EXCESSO DE PODER – O abuso na modalidade excesso de poder é vício que incide 
sobre a competência do agente; 
 
DESVIO DE PODER OU DE FINALIDADE – O abuso na modalidade desvio de 
finalidade ou de poder é vício que incide sobre a finalidade do ato; 
 
1- Teoria do desvio de poder. Vícios do ato administrativo. Espécies: abuso 
de poder, excesso de poder e desvio de finalidade ou de poder. 
 
A teoria do desvio de poder, cuja origem é francesa, é hoje aceita e consagrada 
pelos países democráticos, permanecendo a idéia central do desvio de poder: típico 
vício de legalidade, suficiente para anulação do procedimento administrativo. A 
doutrina brasileira aceita o instituto como capaz de provocar a anulação do ato 
administrativo, cabendo o seu desfazimento ao Judiciário ou à própria 
Administração. 
 
Dentre os principais vícios que podem recair sobre um ato administrativo, 
encontramos o abuso de poder. O abuso de poder é um vício do ato administrativo 
considerado gênero do qual existem duas espécies: excesso de poder e desvio de 
poder ou de finalidade. O abuso de poder é, assim, o vício do ato administrativo 
que ocorre quando o agente público ultrapassa os limites de sua competência 
(excesso de poder) ou desvia-se da finalidade pública prevista na lei (desvio de 
poder ou de finalidade). 
 
Em qualquer dos casos ter-se-á presente o chamado abuso de poder. Assim, 
haverá abuso de poder quando o agente competente vai além da competência 
prevista em lei na prática do ato, cometendo um excesso de poder (vício que incide 
sobre a competência) ou quando o agente pratica um ato administrativo sem 
buscar o interesse público previsto em lei, cometendo um desvio de poder ou de 
finalidade (vício que incide sobre a finalidade do ato). Exemplo do primeiro 
(excesso de poder) é o agente que tinha competência na lei para aplicar 
penalidades até suspensão e acaba aplicando a penalidade de demissão, que não é 
de sua competência. Exemplo do segundo é o agente que pratica um ato 
administrativo para beneficiar um amigo ou prejudicar um inimigo político, sem se 
atentar para a finalidade pública prevista em lei. Em qualquer caso, o ato 
administrativo assim praticado é absolutamente nulo. 
 
Por fim, é importante falar da Teoria dos Motivos determinantes. Por ela, os 
motivos determinam a validade de todo ato administrativo. De fato, se os motivos 
eleitos pelo administrador para a prática de certo ato administrativo forem falsos ou 
inexistentes, o ato administrativo será igualmente falso ou inexistente, já que os 
seus motivos determinam sua validade. Ex: se um agente público pune um 
subordinado valendo-se de um motivo que nunca existiu ou que seja falso, o ato de 
punição será igualmente inexistente ou falso, o que levará, fatalmente, à nulidade 
do próprio ato administrativo. 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1- Explique a diferença entre abuso de poder, excesso de poder e desvio de 
finalidade. 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
Sites de Pesquisa: 
 
www.conjur.com.br, www.saraivajur.com.br, www.ndj.com;br, www.tce.sp.gov.br, 
www.jusnavigandi.com.br, www.apriori.com.br, www.digitalex.com.br, 
www.direito.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 7 
O PODER DE POLÍCIA DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
CONCEITO DE PODER DE POLÍCIA 
 
A POLÍCIA ADMINISTRATIVA É UMA ATIVIDADE EXISTENTE NUM CENÁRIO 
DE TENSÃO, QUAL SEJA: 
 
De um lado os cidadãos querem exercer livremente seus direitos 
individuais e o direito de propriedade... 
 
De outro lado encontramos a Administração Pública restringindo o 
exercício de alguns direitos em atenção ao bem-estar social. 
 
1-Conceito de poder de polícia ou polícia administrativa. 
 
Conceito legal de poder de polícia (art. 78 do CTN): considera-se poder de polícia 
atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesseou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse 
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Exercício do poder de polícia 
constitui um dos fatos geradores da taxa (art.145, II da CF e art.77 do CTN). 
 
Assim, o poder de polícia ou a polícia administrativa é toda atividade de restrição 
imposta pela Administração ao exercício de certos direitos individuais ou ao 
exercício do direito de propriedade, em atenção ao bem-estar social, manifestando-
se nas mais diversas áreas da sociedade, tais como, segurança, moral, saúde, 
meio-ambiente, defesa do consumidor, patrimônio cultural, trânsito, propriedade e 
outros. 
 
FUNDAMENTO DA POLÍCIA ADMINISTRATIVA 
 
Se à Administração Pública é lícito restringir o exercício de direitos, esta 
restrição só se justifica se for para atingir um bem – estar social, caso 
contrário, nada justificaria tal limitação!!! 
 
2- Fundamento da polícia administrativa. 
 
O direito administrativo coloca em cheque temas de tensão sobre dois aspectos 
opostos: a autoridade da Administração pública e a liberdade do indivíduo. E o 
poder de polícia está inserido exatamente neste contexto de tensão. De um lado, o 
cidadão quer exercer plenamente os seus direitos e, de outro lado, cabe à 
Administração condicionar o exercício desses direitos ao bem-estar coletivo. 
 
Dessa maneira, o fundamento da polícia administrativa é o próprio princípio da 
supremacia do interesse público sobre o particular, que confere à 
Administração uma posição de supremacia sobre os próprios administrados. 
 
-Princípio da proporcionalidade. Da proporcionalidade: É a medida da 
discricionariedade das medidas de polícia. Em matéria de polícia administrativa, diz-
se que o administrador deve ser razoável, devendo demonstrar uma proporção 
entre os meios de que se vale para atingir os fins que pretende preservar, de modo 
que não poderá nem ir além, nem ficar aquém do necessário ao dano que se visa 
impedir. Se faltar a proporcionalidade, o ato não deixa de ser 
administrativo entretanto, configurar-se-á o abuso. A proporcionalidade é a medida 
do poder de polícia! 
 
CARACTERÍSTICAS DO PODER DE POLÍCIA 
 
SÃO CARACTERÍTICAS DO PODER DE POLÍCIA: 
 
1- EM REGRA AS MEDIDAS DE POLÍCIA SÃO DISCRICIONÁRIAS (atentar 
para a diferença entre licença e autorização em matéria de polícia 
administrativa) 
 
2- AUTO-EXECUTORIEDADE 
 
3- COERCIBILIDADE 
 
3-Características dos poder de polícia. 
 
Características ou Atributos do poder de polícia: discricionariedade, auto-
executoriedadee coercibilidade. Vamos ver cada uma delas. 
 
- Discricionariedade. Fala-se que a discricionariedade está presente na grande 
maioria dos casos, mas nem sempre isso ocorre. Na grande maioria dos casos em 
matéria de polícia administrativa, a lei deixará uma certa margem de liberdade de 
atuação ao administrador para decidir qual o melhor momento de agir, e qual o 
meio mais adequado ao caso concreto, ou até mesmo qual a punição mais 
adequada para reverter a situação fática. Aí nestes casos o poder de polícia será 
discricionário, porque dará margem de escolha ao administrador. 
 
Porém, em alguns casos, a lei não confere margem de escolha ao administrador 
que terá que adotar uma situação já previamente estabelecida em lei. Aqui não há 
qualquer margem de escolha ao administrador, que deve total vinculação à lei. Aí o 
poder de polícia será vinculado. 
 
Neste ponto, cabe estabelecer a diferença entre licença e autorização, medidas 
de polícia comumente adotadas para certas atividades pela Administração, dentro 
do seu poder de polícia. 
 
Licença é considerada em matéria de polícia administrativa como ato 
administrativo sempre vinculado, de modo que cabe à Administração conceder a 
licença ao administrado sempre que forem preenchidas as condições previstas em 
lei. Não há margem de escolha ao administrador. Preenchidos os pressupostos 
legais, o administrador deve conceder a licença. EX: licença para construir, licença 
para dirigir e licença para o exercício de certas atividades. 
 
Já, autorização em matéria de polícia administrativa é sempre um ato 
administrativodiscricionário. Aqui a lei admite que a Administração opte em 
conceder ou não a autorização diante da situação concreta, diante do interesse 
público que está em jogo. Ainda que o administrado preencha as condições legais, 
pode o administrador escolher em conceder ou não a autorização, levando sempre 
em conta a melhor conveniência e oportunidade do interesse público que está em 
jogo. EX: autorização para porte de arma, autorização para produção de materiais 
bélicos e autorização para circulação de veículos com peso ou altura excessivos. 
 
-Auto-executoriedade. Outra característica das medidas de polícia. É a 
possibilidade que o administrador tem de executar suas próprias decisões e 
medidas, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário. Ex: o embargo de 
uma obra, a apreensão de mercadorias impróprias ao consumo e a imposição de 
multas são medidas de polícia que a Administração executa imediatamente sem 
necessitar de prévia autorização do Poder Judiciário. 
 
Preste atenção: A auto-executoriedade só pode ser utilizada pela 
Administração se a lei prevê-la expressamente. Assim, a conclusão que se 
extrai é que a auto-executoriedade é característica que depende sempre de 
previsão legal. Autorizada por lei a Administração executa suas decisões 
sem precisar de autorização do Judiciário. A Administração somente pode 
se valer da auto-executoriedade sem previsão em lei e agir diretamente 
sem prévia autorização judicial quando se tratar de medida urgente, sem a 
qual poderá gerar grave prejuízo ao interesse público. Ex: demolição de 
prédio prestes a ruir. 
 
-Coercibilidade. Está ligada a própria idéia de auto-executoriedade. O ato de 
polícia é dotado de força coercitiva. Para fazer valer as medidas de polícia a 
Administração utiliza-se de força coercitiva. Impõe, portanto, de forma coativa as 
medidas de polícia, dispensando qualquer anuência do particular, permitindo-se até 
utilização de força para garantir seu cumprimento. 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1- Qual o fundamento do poder de polícia? 
 
2- Explique a diferença entre licença e autorização em matéria de polícia 
administrativa. 
 
3- No que consiste a auto-executoriedade das medidas de polícia? 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 8 
POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA 
 
 
PODERES QUE EXERCEM A POLÍCIA ADMINISTRATIVA 
PERGUNTA-SE: QUAIS PODERES ESTATAIS DESENVOLVEM A ATIVIDADE DE 
PODER DE POLÍCIA? 
 
PODER LEGISLATIVO = cria por lei as limitações administrativas 
 
PODER EXECUTIVO = controla e executa as medidas de polícia 
 
PODER JUDICIÁRIO = não exerce poder de polícia 
 
1- Poderes que exercem a polícia administrativa. 
Diz-se que o poder de polícia reparte-se entre o Poder Legislativo e o Poder 
Executivo. Poder Judiciário não pratica atos de polícia. 
 
De fato, é sabido que a Administração pode editar atos normativos veiculando 
condutasgerais e abstratas, tais como, portarias, instruções, regulamentos, porém, 
ela não pode, em regra, criar obrigações ou proibições, inovando na ordem jurídica, 
porque ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei. 
 
Por isso que ao Poder Legislativo cabe criar, por lei, as limitações administrativas 
de polícia, que restringem o exercício das liberdades individuais, cabendo apenas à 
Administração pública regulamentar as leis e controlar a aplicação das medidas de 
polícia na prática, por meio de ordens, notificações, licenças, autorizações ou com a 
imposição de medidas coercitivas e multas. 
 
Assim, o Legislativo cria a lei que contém a medida de polícia administrativa e a 
Administração executa-a. Logo, o poder de polícia da administração deve ser 
exercido sem ultrapassar os horizontes legais. 
 
A atividade que eventualmente decorre de atos do Poder Judiciário refere-
se a chamada polícia judiciária, que não se confunde com a polícia administrativa 
aqui tratada. Enfim, pode-se dizer que Poder Judiciário não exerce polícia 
administrativa. 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA 
POLÍCIA ADMINISTRATIVA 
 Preventiva ou Repressiva 
 Incide sobre o exercício de direitos, atividades e bens 
 Exercida preponderantemente por órgãos específicos 
POLÍCIA JUDICIÁRIA 
 Sempre repressiva 
 Incide sobre pessoas 
 Exercida preponderantemente pela polícia civil 
 
2-Diferenças entre a chamada polícia judiciária e a polícia administrativa 
(ou simplesmente poder de polícia). 
 
Veja que foi dito acima que o Poder Judiciário não exerce atos de polícia 
administrativa, sendo esta um poder que se divide entre o Legislativo (que cria a lei 
contendo a medida restritiva) e o Executivo (que controla e aplica na prática tais 
medidas). 
 
O que pode decorrer de atos do Poder Judiciário são atividades decorrentes da 
polícia judiciária, que não pode ser confundida com a polícia administrativa. 
 
De fato, a polícia judiciária não é regida pelo direito administrativo, mas sim 
pelodireito processual penal. Incide sobre pessoas, porque atua após a prática 
de um delito penal, para auxiliar o Judiciário na apuração da infração e na punição 
dos infratores da lei penal. Conclusão é que a polícia judiciário será 
sempre repressiva, já que entra em cena após a prática de um delito penal. 
Lembre-se, por fim, que a chamada polícia judiciária é exercida 
preponderantemente pela polícia civil ou por algumas corporações específicas da 
polícia militar. 
 
Por outro lado, a polícia administrativa ou poder de polícia é regida pelo direito 
administrativo. Incide sobre o exercício de certos direitos individuais e 
oexercício do direito de propriedade, porque tem por finalidade adequá-los ao 
bem estar social. A polícia administrativa pode agir, portanto, de forma preventiva 
(p.ex. proibindo um porte de armas ou concedendo licença para dirigir ao 
motorista)ou de forma repressiva (p.ex. cassando a licença do motorista 
infrator ou apreendendo mercadorias impróprias para o consumo) e atua 
normalmente pela própria polícia militar e por diversos outros órgãos de 
fiscalização aos quais a lei atribui essa atividade de controle, nos mais variados 
setores da sociedade, tais como, na educação, trabalho, assistência social, saúde, 
consumidor, trânsito e muitos outros. 
 
LIMITES DO PODER DE POLÍCIA 
 
OS LIMITES DO PODER DE POLÍCIA PODEM SER CLASSIFICADOS EM: 
a) Quanto aos fins = interesse público 
b) Quanto à competência e procedimento = obediência das regras legais 
c) Quanto aos meios de atuação = necessidade, proporcionalidade 
eeficácia 
 
3-Limites ao exercício do poder de polícia pela Administração Pública. 
 
Lembre-se que o poder de polícia deve sempre ser exercido pelo administrador 
dentro dos limites impostos pela lei que cria a medida limitativa. A polícia 
administrativa não se confunde com atividade arbitrária. Por isso, a doutrina 
vislumbra alguns limites impostos ao seu exercício pela Administração, que são 
considerados em 03 grupos, limites quanto aos fins, limites quanto à competência e 
procedimento e limites quanto ao objeto. Vejamos cada um desses limites. 
-limites quanto aos fins. Fala-se que o poder de polícia só pode ser exercido para 
atender ao interesse público. É uma decorrência do princípio da supremacia do 
interesse público sobre o particular. As restrições de polícia só se justificam para 
atender o bem-estar social, sob pena de caracterização de desvio de poder, ato 
absolutamente nulo. 
 
-limites quanto à competência e procedimento. Diz-se que a medida de polícia 
deve ser aplicada pela autoridade competente prevista na lei e seguir o 
procedimento previsto para sua aplicação. 
 
-limites quanto ao objeto (ou meios de atuação). Neste caso, a autoridade 
administrativa sofre limitações de 03 ordens: 
 
Necessidade. A medida de polícia só deve ser adotada para impedir ameaças 
reais ao interesse coletivo, caso contrário, não se justificaria a onerosidade e o 
sacrifício do particular. 
 
Proporcionalidade. É uma decorrência direta do princípio da proporcionalidade 
previsto no art. 111 da Constituição Estadual Paulista. É a relação razoável de 
proporção que se exige entre a medida de polícia e o dano que se pretende 
evitar. A medida de polícia não pode ir além do necessário a ponto de impedir a 
fruição do próprio direito, nem ficar aquém do exigido pelo caso concreto. Enfim, 
dever ser proporcional. 
 
Eficácia. A medida de polícia deve ser adequada para impedir o dano 
ao interesse pública, caso contrário, ela não produz eficácia. 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1- Quais poderes estatais realizam atos decorrentes do poder de polícia? 
2- Faça uma diferença entre polícia judiciária e polícia administrativa. 
3- Quais são os limites quanto aos meios de atuação (objeto) do poder de 
polícia? Explique. 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 9 
A ADMINISTRAÇÃO DIRETA E OS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
CONCEITO DE ÓRGÃO PÚBLICO 
 
PRESTE ATENÇÃO: 
ÓRGÃO PÚBICO NÃO SE CONFUNDE COM PESSOA JURÍDICA... 
OS ÓRGÃOS PÚBLICOS SÃO DESTITUÍDOS DE PERSONALIDADE JURÍDICA! 
 
1-Conceito de órgão público. 
 
Órgãos públicos ou órgãos administrativos são unidades de atuação, centros de 
competências do Estado, que englobam um conjunto de pessoas e meios materiais 
ordenados para realizar uma atribuição predeterminada. Odete Medauar explica 
que p.ex: uma secretaria municipal de Educação é um órgão público municipal 
formado por um conjunto de servidores e meios materiais, destinados a colocar em 
prática as atribuições do Município no tocante ao ensino. Os órgãos públicos 
não são pessoa, mas centros de competências criados pelo direito público. Assim, 
são partes da estrutura do Estado e por isso dele não se distinguem. Vale afirmar: 
não tem personalidade jurídica. 
 
Dessa forma, na relação entre a vontade do órgãos e do agente público existe uma 
relação de imputação, uma vez que a vontade do agente é imputada diretamente 
ao Estado. Aquilo que o agente público que compõe o órgão quer ou faz deve ser 
entendida como a própria vontade do Estado, ainda que o agentetenha querido ou 
agido mal. 
 
O Estado, por ser uma ficção jurídica, assim como o órgão, que não tem 
personalidade jurídica, não tem outra vontade senão a do próprio agente público, 
daí dizer que a relação entre a vontade do órgãos e do agente que o compõe é de 
imputação e não de representação, que exige duas vontades distintas: a do 
representante e do representado. 
 
QUAL A RELAÇÃO ENTRE O ÓRGÃO E A ADMINISTRAÇÃO DIRETA? 
A ADMINISTRAÇÃO DIRETA COMPÕE-SE DE ÓRGÃOS PÚBLICOS, QUAIS 
SEJAM: 
 Ministérios 
 Secretarias 
 Departamentos 
 Diretorias 
 Delegacias 
 Coordenadorias 
 Setores... 
 
2-Relação do órgão com a chamada Administração direta. 
 
Diz a doutrina que o conjunto de órgãos que compõem a pessoa jurídica estatal 
corresponde à chamada “administração direta”. Realmente, o Estado, por ser 
pessoa criada pelo direito, não tem vontade nem ações próprias. É uma ficção legal 
a qual a lei atribui uma série de prerrogativas e de responsabilidades pelas 
atividades que desempenha. Uma das formas que o Estado (entenda-se União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios) tem para exercer diretamente a função 
administrativa que a lei lhe incumbe é através dos seus órgãos. Esse conjunto de 
órgãos que compõem a União, os Estados, DF e Municípios é denominado pela 
doutrina de “administração direta”, por representar a Administração exercendo 
diretamente uma função administrativa. 
 
Assim, são os ministérios, secretariais, departamentos, setores, diretorias, 
delegacias, coordenadorias e outras que consistem em centros de atribuições, sem 
personalidade jurídica e que fazem parte do próprio corpo da pessoa política que o 
criou. Na chamada administração direta a própria União, os Estados, DF e 
Municípios exercem diretamente a atividade administrativa através de seus órgãos, 
ou seja, departamentos, ministérios, diretorias, secretarias, etc. Quando isso 
acontece temos a chamada administração direta, que não se confunde com a 
administração indireta, que ocorre quando o Poder público, autorizado por lei, cria 
uma pessoa jurídica com personalidade própria a quem atribui a titularidade e o 
exercício de uma atividade administrativa. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
OS ÓRGÃOS PÚBLICOS PODEM SER ASSIM CLASSIFICADOS: 
a) Quanto à esfera de ação: 
• Independentes; 
• Autônomos; 
• Superiores; 
• Subalternos 
 
b) Quanto à estrutura: 
• Simples; 
• Compostos 
 
c) Quanto à composição: 
• singulares; 
• Colegiados 
 
3-classificação dos órgãos públicos. 
 
Os órgãos públicos classificam-se em: 
 
-quanto à esfera de ação: 
Órgãos independentes. São os órgãos representativos dos poderes do Estado. Ex: 
Câmara, Senado, Assembléia Legislativa, Presidência, Supremo Tribunal Federal 
etc. 
Órgãos autônomos. São os imediatamente subordinados aos órgãos independentes 
e que detêm autonomia administrativa, técnica e financeira. Ex: Ministérios, 
Secretarias de Estado, Secretarias Municipais, Tribunal de Contas da União e 
Ministério Público. 
 
Órgãos superiores. São aqueles que não gozam de autonomia administrativa, 
financeira, nem técnica, mas possuem poder de comando e de direção. Ex: 
departamentos, polícia civil, gabinetes, coordenadorias, divisões, delegacias, 
secretarias gerais e procuradorias. 
 
Órgãos subalternos. Não gozam de autonomia, nem têm poder de comando. 
Exercem função meramente de execução. Ex: seções de expedientes, zeladorias, 
portarias eserviços 
 
-quanto à estrutura: 
Órgãos simples. Constituídos por um único centro de atribuições que não permite 
subdivisões internas, nem há outros órgãos para auxiliar seu desempenho. Ex: 
seções que são as últimas repartições na estrutura administrativa. 
 
Órgãos compostos. Formados por vários outros órgãos na sua estrutura, ou seja, 
são órgãos integrados por outros órgãos públicos. Ex: Ministérios no âmbito federal 
e secretarias no âmbito estadual e municipal. 
 
-quanto à composição: 
Órgãos singulares. Compostos por um único agente. Ex: Presidência da república, 
diretoria de uma escola pública. 
 
Órgãos colegiados. Compostos por vários agentes. Ex: Tribunal de Contas da União, 
Conselho da República, Tribunal de Impostos e Taxas. 
 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1- Qual o conceito de órgão público e qual a relação entre sua vontade e a 
do agente público, de imputação ou de representação? Explique. 
 
2- No que consiste a classificação dos órgãos públicos quanto à sua 
composição? 
 
3- Diga o que são órgãos públicos superiores e forneça alguns exemplos 
deles. 
 
4- Supondo que a Secretaria Estadual dos Esportes tenha descumprido um 
contrato por ela celebrado, em face de quem deverá ser proposta a 
demanda competente? Explique. 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
Sites de Pesquisa: 
 
www.conjur.com.br, www.saraivajur.com.br, www.ndj.com;br, www.tce.sp.gov.br, 
www.jusnavigandi.com.br, www.apriori.com.br, www.digitalex.com.br, 
www.direito.com.br. 
 
 
 
DISCIPLINA: Direito Administrativo I 
 
 
Semana 10 
A DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
DESCENTRALIZAÇÃO E SUAS ESPÉCIES: DIFERENÇA ENTRE 
DESCENTRALIZAR E DESCONCENTRAR 
 
LEMBRE-SE QUE: 
 
•Descentralizar (ligada à Administração indireta) não se confunde com 
desconcentrar (ligada com a Administração Direta). A descentralização 
pode ser: 
•DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO 
•DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇO, FUNCIONAL OU TÉCNICA 
 
1- Descentralização administrativa. 
 
Já se falou que ora a Administração presta diretamente uma função administrativa, 
através de seus órgãos, cujo conjunto deles dá origem a chamada administração 
direta, ora a Administração opta por criar uma pessoa jurídica própria, quando 
autorizada por lei, para atribuir-lhe a titularidade e execução de um serviço público, 
dando ensejo achamada administração indireta. 
 
Na administração direta existe uma centralização administrativa, isto é fácil de 
perceber por que a Adm. presta diretamente um serviço público ou atividade 
administrativa através de seus órgãos. O fenômeno que pode haver aqui é o 
da “desconcentração”, que não se confunde com 
descentralização. Desconcentração é uma distribuição interna de competências 
entre os diversos órgãos da Administração que estão estruturados sob a forma de 
pirâmide. 
 
O que se pretende estudar nesta aula é propriamente a descentralização, que 
pode ser de duas principais ordens: descentralização por colaboração e por 
serviço, ou técnica ou funcional. 
 
2-Descentralização por colaboração. É a que se verifica quando por meio de 
contrato ou ato administrativo unilateral se transfere a execução de um serviço 
público a uma pessoa, conservando o Poder Público a titularidade do serviço. Isso 
se faz por concessão, permissão ou autorização de serviço público. 
 
3-Descentralização por serviço, funcional ou técnica. É a forma mais 
importante para esta aula. Possui íntima relação com a chamada Administração 
indireta. Ocorre quando a União, os Estados, DF e Municípios criam por lei ou 
quando autorizados por ela uma pessoa jurídica de direito público ou privado e 
atribui a ela a titularidade e a execuçãode um serviço público, dando origem ao 
que se denomina Administração indireta. 
 
PESSOAS JURÍDICAS QUE COMPÕEM A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
São elas: 
•1- autarquias 
•2- empresas públicas 
•3- sociedade de economia mista 
 
4-Entidades que compõem a Administração Indireta. 
 
Pode-se dizer que integram a administração indireta no direito brasileiro as 
seguintes entidades: 
 
Autarquias. Autarquia é o serviço público autônomo, criado por lei, com 
personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para 
executar atividades típicas da Administração, que requeiram, para seu 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Deste conceito 
podemos retirar as principais características das autarquias que são: criação ou 
extinção por lei, personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio, 
capacidade de auto-administração e responsabilidade por seus 
atos, submetimento a controle do Poder Público, seus patrimônio são considerados 
bens públicos (impossibilitando a execução sobre eles) e desempenho de funções 
tipicamente públicas. São exemplos de autarquias: Banco Central do Brasil 
(BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Instituto Nacional da Propriedade 
Industrial (INPI), Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Departamento 
Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), USP (Universidade de São Paulo), 
Hospital das Clínicas. 
 
Empresa pública. Estas entidades devem ser criadas por lei, com controle 
exclusivo do poder público, mas com personalidade de direito privado, regendo-se 
suas atividades pelos preceitos comerciais. Veja que o Decreto-Lei 200/67 (art. 5° - 
II) define a Empresa Pública como a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei 
para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por 
força de contingência ou conveniência administrativa, podendo revestir-se de 
qualquer das formas admitidas em direito. São Empresas Públicas: Serviço Federal 
de Processamento de Dados (SERPRO), Caixa Econômica Federal (CEF), Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). 
 
Sociedades de Economia Mista. São pessoas jurídicas de direito privado, de 
que participa o Poder Público, associando-se a particulares (por isso que é mista), 
para juntos explorarem alguma atividade econômica ou serviço de interesse 
coletivo. Atividade ou serviço este que será outorgado ou delegado pelo Poder 
Público. 
 
O Decreto Lei 900/69, define a Sociedade de Economia Mista, com a entidade 
dotada de personalidade jurídica de direito privado, criado por lei para a exploração 
de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com 
direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração 
Indireta. 
 
Observe-se que, em função do conceito retro transcrito, a União, ao constituir uma 
Sociedade de Economia Mista deverá, obrigatoriamente, observar a forma de 
umasociedade anônima (S/A). E poderá fazê-lo se houver lei autorizando a 
criação, devendo o capital social ser constituído por bens públicos e subscrições de 
particulares. 
 
Importante, ainda, é que a União, Estados ou Municípios instituidores, deverão 
manter a maioria das ações com direito a voto, naturalmente deverão deter o 
controle acionário da entidade, podendo escolher sua presidência, diretoria, enfim, 
exercer sua administração. São Sociedades de Economia Mista: Banco do Brasil 
(BB), Banco Meridional do Brasil (BMB), Rede Ferroviária Federal (REFSA), 
Petróleos Brasileiros S/A (PETROBRAS). 
 
CONTINUAÇÃO DAS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
Ainda compõem a administração indireta: 
•4- fundações governamentais 
•5- agências reguladoras 
•6- agências executivas 
 
5- Fundações Públicas. 
 
Uma Fundação é um conjunto de bens, uma universalidade ou complexo destes, 
que são dados para que sejam explorados e, com o rendimento auferido, 
seja cumprido uma determinada finalidade, que não objetiva lucro. Por sua vez, a 
Fundação Pública é um conjunto de bens Públicos dados pelo Estado, devendo 
esses bens ser explorados, e com o rendimento auferido, ser realizado um interesse 
público pré definido por lei. 
 
Hodiernamente, o Poder Público vem constituindo Fundações para realização de 
certos interesses coletivos, como na área de educação, ensino, pesquisa, 
assistência social, etc. 
 
Em diversas decisões judiciais já se manifestou a jurisprudência de que as 
fundações governamentais poderão adotar tanto personalidade de direito privado, 
como de direito público. Nesse sentido, vejamos: Fundações Públicas. 
Conceitos. Como públicas são conceituadas pela atual Constituição Federal 
todas as fundações criadas e mantidas pelo Poder Público, qualquer que 
seja a personalidade jurídica de que é dotada pelo ato da sua constituição. 
(Valdete do Rosário Alves X Fundação Hospitalar de Santa Catarina - 
Maternidade Darcy Vargas, Acórdão - 1ª T - n° 2898/92, TRT/SC/AG-PET 
6860/91). São exemplos de Fundações Públicas: a Fundação Getúlio Vargas, a 
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ,a Universidade de 
Brasília (UnB), Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA). 
 
Agências. São Autarquias em regime especial. Por vezes a diferença de regime 
delas para as demais autarquias está no modo de escolha ou nomeação do 
dirigente. Outras vezes está na existência de mandato fixo de seus dirigentes, 
insuscetível de cessação por ato do Chefe do Executivo. Por vezes está no grau 
menos intenso dos controles ou no tocante à autonomia de gestão financeira. O que 
importa é que o que as agências fazem as demais autarquias não poderão fazê-lo. 
São elas de duas espécies: agências reguladoras e agências executivas. 
 
Agências reguladoras. São autarquias especiais integrantes da Administração 
indireta federal e são vinculadas ao Ministério competente para tratar da respectiva 
matéria. Os dirigentes são nomeados pelo Presidente da República após aprovação 
do Senado para cumprir mandato. Algumas foram criadas para exercer a 
fiscalização de atividades exploradas mediante concessões, permissões e 
autorizações. São exemplos delas a ANATEL (Agência Nacional de 
telecomunicações), ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), sendo que outras 
foram criadas por lei para exercem verdadeiro poder de polícia relativamente a 
certos setores da sociedade. São exemplos a ANVISA (Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária) e ANS (Agência Nacional de Saúde Pública Suplementar). 
 
Agências executivas. É uma autarquia ou fundação que pode ser qualificada 
comoagência executiva por ato do Presidente da República se tiverem um plano 
estratégico de desenvolvimento institucional em andamento e firmarem contrato de 
gestão com o Ministério supervisor. Ser uma agência executiva confere a autarquia 
ou a fundação um regime diferenciado no tocante à autonomia de gestão. 
 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA 
 
1- No que consiste a chamada administração indireta? 
 
2- Diferencie desconcentração e descentralização. 
 
3- Estabeleça uma distinção entre autarquias e agências reguladoras. 
 
4- Estabeleça uma distinção entre empresa pública e sociedade de 
economia mista. 
 
INDICAÇÕES DE LEITURAS BÁSICAS 
 
1. Direito Administrativo – Maria Sylvia Zanella Di Pietro – Ed. Atlas; 
2. Direito Administrativo – Diogenes Gasparini – Ed. Saraiva; 
3. Direito Administrativo Moderno – Odete Medauar – Ed. Revista dos Tribunais; 
4. Curso de Direito Administrativo – Celso Antônio Bandeira de Mello – Ed. 
Malheiros; 
5. Constituição Federal; 
 
 
Sites de Pesquisa: 
 
www.conjur.com.br, www.saraivajur.com.br,

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