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QUESTIONÁRIO DIREITO ADMINISTRATIVO I - FMU ADAP DP

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QUESTIONÁRIO DIREITO ADMINISTRATIVO I (003044016)
D.ADM é um ramo do direito público por excelência porque tem por objetivo os órgãos, agentes e pessoas jurídicas que integram a Administração pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins de natureza política”. É, portanto, um conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente, os fins desejados pelo Estado.
1- Quais poderes estatais estão compreendidos na expressão “administração pública”?
.Poder Vinculado e Discricionário;
.Poder Hierárquico;
.Poder Normativo ou regulamentar;
.Poder Disciplinar;
.Poder de Polícia.
 
2- Como se caracteriza o regime jurídico administrativo? Explique.
Se resume em duas palavras aparentemente antagônicas: prerrogativas X restrições. Vale dizer, de um lado, a Administração goza de uma série de prerrogativas que não encontramos nas relações entre os particulares, tais como, o poder de desapropriar, de ocupar temporariamente o imóvel alheio no caso de iminente perigo público, prazos dilatados em juízo, processo especial de execução por precatórios... E nem poderia ser diferente, já que quando se impõe à Administração determinadas prerrogativas, estar-se-á garantindo a melhor satisfação do próprio interesse público. Por outro lado, ao mesmo tempo que a Administração goza de privilégios para fazer prevalecer o interesse público sobre o privado, sujeita-se a um a série de restrições, cuja finalidade é proteger os direitos individuais frente ao Estado, uma vez que não se pode esquecer que a administração é função “do que não é senhor absoluto”, mas deve plena obediência à lei. Logo, as restrições existem e são impostas à Administração, porque os interesses públicos são indisponíveis pelo administrador, daí a necessidade de observância de diversos princípios constitucionais, necessidade de publicação dos atos administrativos, sujeição à realização de concurso público para a contratação de pessoal e licitação para celebração de contratos com os particulares, além de fiscalização dos atos administrativos em seus aspectos orçamentários feita pelo Tribunal de Contas. A maioria das restrições impostas ao Poder Público se apresentam sob a forma de princípios.
3- Diferencie administração no sentido objetivo e subjetivo.
A- No sentido objetivo, a Administração pode ser conceituada como a própria função administrativa que incumbe preponderantemente ao Poder Executivo. Assim, no sentido objetivo a expressão “administração pública” quer dizer função administrativa. Atualmente, a doutrina vislumbra 04 espécies de funções administrativas: fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção no domínio econômico. Compreende a própria atividade administrativa. Atualmente, quatro são essas atividades: serviço público, poder de polícia, fomento e intervenção no domínio econômico.
B- No sentido subjetivo, a Administração pode ser conceituada como um conjunto de agentes públicos, órgõas e pessoas jurídicas a quem a lei incumbe o exercício de uma atividade administrativa. Logo, a expressão “administração pública” no sentido subjetivo compreende os órgãos públicos, as pessoas jurídicas que compõem a chamada Administração indireta (autarquias, fundações governamentais, empresas públicas, sociedades de economia mista e agências reguladoras e executivas) e também todas as categorias de agentes públicos (qualquer pessoa física que presta serviços ao Estado, com ou sem vínculo, com ou sem remuneração paga pelos cofres públicos, ainda que transitoriamente). Compreende o estudo dos órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que compõem a estrutura administrativa.
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4. Explique quais os dois sentido de impessoalidade previstos no art. 37, “caput” da CF.
A impessoalidade abrange dois sentidos: impessoalidade em relação aos administrados, de modo que a administração não pode agir com vistas a beneficiar uns ou prejudicar outros, mas deve sempre ser impessoal, vale dizer, agir com vistas apenas a atingir o interesse público; impessoalidade em relação à própria Administração uma vez que os atos administrativos são imputáveis não ao funcionário que o exerce, mas ao órgão ou pessoa jurídica a qual o agente público esteja vinculado. Enfim, em última análise, é irrelevante a pessoa física que pratica o ato administrativo, o que importa é o cargo e não a pessoa.
 
5. Qual o princípio introduzido pela Emenda Constitucional 19/98 e discorra sobre sua significância no direito administrativo.
Após a emenda 19/98, são princípios constitucionais que informam a atividade administrativa: LIMPE.
6. Quais são os dois princípios informadores de toda a atividade administrativa, considerados a base de todo o regime jurídico-administrativo?
O PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO E O PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO PELO ADMINISTRADOR!!!!
7. Qual a abrangência do princípio da legalidade para o direito administrativo?
Na relação administrativa a vontade do Estado é a que decorre da lei. Enquanto ao particular é permitido fazer tudo que a lei não proíbe, em razão do princípio da autonomia privada, a administração pública só pode fazer o que a lei determina. Se a lei não autoriza, o administrador não pode agir. É a observância estrita da Administração Pública aos ditames da lei.
 
8. No que consiste o princípio da autotutela da Administração pública?
O princípio da autotutela é princípio consagrado na Súmula 473 do STF, segunda a qual “a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Veja que a atuação da Administração ocorre de ofício ou mediante a provocação do prejudicado, consistindo em anular atos ilegais, com efeitos retroativos (“ex tunc”) e ,revogar atos legais, porém, inconvenientes ou inoportunos, respeitando-se, neste último caso os direitos adquiridos, já que o ato revogado era legal e produziu efeitos válidos, levando-se a conclusão que na revogação os efeitos não retroagem (são “ex nunc”)
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9. Quais os elementos de todo ato administrativo? Explique cada um deles.
São os elementos de qualquer ato administrativo: agente, forma, objeto, motivos e finalidade. Vejamos cada um deles.
.Agente: além de capaz (aptidão de exercer por si só os direitos e obrigações legais), o agente no direito administrativo ainda deve ser competente. Lembrando que a competência (conjunto de atribuições legais) decorre de lei. Vale dizer, é a lei que define o agente competente.
.Objeto: no direito administrativo o objeto também deve ser lícito (conforme a lei), possível (é impossível fazer licitação para venda de terrenos na lua, p.ex.), certo (ou pelo menos determinável) e ainda moral (em razão do princípio constitucional da moralidade administrativa).
.Forma: o ato administrativo ao ser praticado também deve respeitar a forma prevista em lei, sob pena de nulidade do ato. Normalmente será escrita para facilitar o controle, mas poderá ser por verbais (tais como ordens de um superior ao subordinado), por sinais ou gestos (basta pensar em um guarda de trânsito coordenando o tráfego), consistindo em exceções.
.Motivos: estes são os pressupostos de fato ( situação fática) e de direito (dispositivo legal) que levaram o administrador a editar determinado ato administrativo. Todo ato administrativo terá uma situação de fato e um dispositivo legal que autoriza o agente a agir. Não confundir com motivação. Motivo é elemento do ato, ao passo que motivação é a demonstração por escrito de tais pressupostos de fato e de direito, consistindo num princípio fundamental. O motivo da interdição de uma fábrica poluidora da atmosfera é a existência real da poluição causada por ela e o dispositivo legal que autorizaa interdição.
.Finalidade: é o resultado jurídico específico que o ato administrativo pretende alcançar e que está previsto implícita ou explicitamente na lei e que em última análise sempre deve coincidir com o interesse público, sob pena de vício do ato administrativo conhecido como desvio de poder ou de finalidade, que gera nulidade absoluta do ato. Assim, o administrador não pode editar ato para beneficiar terceiros ou prejudicar perseguidos, pois neste caso estria desviando-se da finalidade pública prevista em lei. A finalidade do ato que interdita fábrica poluidora da atmosfera é a proteção da salubridade pública
 
10. No que consiste o atributo da autoexecutoriedade dos atos administrativos e quando é possível?
É o poder que a Administração tem de executar suas próprias decisões com a utilização de meios de coação sem necessitar de prévia autorização do Poder Judiciário. Ex: ato que destrói alimentos impróprios ao consumo público, ou o embargo de uma obra irregular. E a auto-executoriedade só existe quando houver previsão legal. Assim, ela só pode ser usada pela Administração sem que haja previsão legal e sem prévia autorização pelo Poder Judiciário para atender situações emergenciais, que põem em risco a saúde, segurança e salubridade pública, caso contrário, a Administração pública dela só pode lançar mão quando a lei assim determinar. Ex: demolição de um prédio em ruína.
 
11. Diferencie presunção de legalidade e de veracidade dos atos administrativos.
Presunção de legitimidade ou legalidade: é uma decorrência lógica do princípio constitucional da legalidade. Se a Administração deve estrita obediência à lei, significa que, em princípio, os atos administrativos por ela praticados se presumem legais, sendo tal presunção apenas relativa (“iuris tantum”), que obviamente admite prova em contrário. Vs Presunção de veracidade: agora a presunção diz respeito aos fatos alegados pelo administrador para a prática de um ato administrativo. Em princípio também se presume que os fatos alegados pelo administrador para realizar um ato administrativo são verídicos, verdadeiros, sendo tal presunção também relativa (“iuris tantum”), pois admite prova em contrário. Fala-se que esta presunção de veracidade inverte o ônus da prova. Até porque, como regra geral, somente se provam fatos e esta presunção refere-se a fatos.
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12. Quais as principais diferenças entre um ato administrativo vinculado e discricionário?
Atos vinculados são aqueles atos que não dão nenhuma margem de escolha ao administrador. Neste caso, o administrador terá sempre um único caminho a seguir, pois a lei assim determina. Na verdade, quando o ato administrativo é vinculado fala-se que todos os seus elementos (agente, objeto, forma, motivos e finalidade) estão já previamente definidos na lei, de modo que o administrador não tem espaços para escolhas, devendo editar o atos conforme já definido em lei. Exemplo: a licença é sempre um ato vinculado (seja licença para construir, seja licença para dirigir ou licença para prática de certas atividades). Tanto é verdade que cabe ao administrador verificar se o administrado cumpriu todas as condições legais e, em caso positivo, concede a licença por meio de um instrumento denominado alvará. Não há margem de escolha.
Atos discricionários são aqueles em que a lei fornece uma certa margem de escolha ao administrador. A lei, que não consegue prever todas as situações possíveis, às vezes faz uso da discricionariedade, fornecendo alguns caminhos que poderão ser escolhidos pelo administrador ao editar um ato administrativo. Veja que o fundamento da discricionariedade também é a lei, porque é ela e tão somente ela que fornece os caminhos que poderão ser escolhidos pelo administrador e, qualquer caminho por ele escolhido será legítimo, eis que previsto pela própria lei. Logo, discricionariedade não é arbitrariedade, já que é a lei que a prevê. 
13. Indique no que consiste o mérito administrativo do ato discricionário.
Quando o ato administrativo é discricionário fala-se que dois dos cinco elementos podem não estar previstos na lei (existem, porque todo ato tem 05 elementos, mas 02 deles podem não estar previstos na lei) e a margem de escolha do administrador recai exatamente nestes elementos não previstos em lei. Os elementos que podem não estar previstos em lei são os motivos e objeto (já que o agente, forma e finalidade sempre terão previsão legal), denominados pelo doutrina de mérito administrativo, porque a escolha do administrador em relação aos motivos e objeto do ato se dará sempre com base em critérios de conveniência e oportunidade do interesse público. Ex: a autorização no direito administrativo é considerada um ato discricionário, seja ela para porte de arma, seja ela para produção de material bélico ou para circulação de veículos acima de determinada altura. De fato, a autorização para porte de arma somente será concedida pela administrador se tal ato for conveniente ou oportuno ao interesse público, ainda que o administrado preencha todas as condições legais. O alvará de autorização de porte de arma somente será concedido se for conveniente ou oportuno ao próprio interesse público, permitindo uma certaescolha do administrador na prática do ato, baseados em critérios de mérito administrativo.
14. Diferencie atos administrativos simples e compostos.
Simples são os que decorrem da manifestação de vontade de um único órgão, seja singular ou colegiado. Ex: nomeação de um agente público pelo Presidente da República.
Compostos são aqueles formados por dois atos diferentes, um principal e outro acessório. Ex: a dispensa de licitação depende em certas situações de homologação pela autoridade superior competente para que possa produzir efeitos. Os atos em geral que dependem de aprovação, homologação e vistos normalmente são tidos por compostos.
Obs. Complexos são aqueles que decorrem da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, sejam eles singulares ou colegiados.
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15- Quais as diferenças entre anulação e revogação dos atos administrativos e quais os poderes competentes para decretá-las?
Anulação = ato ilegal = efeitos “ex tunc” = cabe para ato vinculado e discricionário = pode ser decretada pelo judiciário e pela administração.
Revogação = ato legal = efeitos “ex nunc” = cabe somente para ato discricionário = pode ser decretada apenas pela administração pública
 
16- Diga se um ato administrativo discricionário está sujeito a controle pelo Judiciário e sob quais aspectos.
Tanto o ato vinculado como o ato discricionário possuem elementos previstos em lei e, se algum deles for praticado em desconformidade com a lei, será considerado ilegal e poderá ser invalidado ou anulado. Conclusão é que a invalidação serve tanto para ato vinculado como ato discricionário ilegal e pode ser decretada tanto pela Administração como pelo Poder Judiciário.
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17- Explique a diferença entre abuso de poder, excesso de poder e desvio de finalidade.
O abuso de poder é gênero que comporta duas espécies: excesso de poder e desvio de finalidade. Todos são considerados vícios do ato administrativo. 
EXCESSO DE PODER – O abuso na modalidade excesso de poder é vício que incide sobre a competência do agente.
DESVIO DE PODER OU DE FINALIDADE – O abuso na modalidade desvio de finalidade ou de poder é vício que incide sobre a finalidade do ato.
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18- Qual o fundamento do poder de polícia?
Se à Administração Pública é lícito restringir o exercício de direitos, esta restrição só se justifica se for para atingir um bem – estar social, caso contrário, nada justificaria tal limitação.
O direito administrativo coloca em cheque temas de tensão sobre dois aspectos opostos: a autoridade da Administração pública e a liberdade do indivíduo. E o poder de polícia está inserido exatamente neste contexto de tensão. De um lado, o cidadão quer exercer plenamente os seus direitos e, de outro lado, cabe à Administração condicionar o exercício desses direitos ao bem-estar coletivo.19- Explique a diferença entre licença e autorização em matéria de polícia administrativa.
Licença é considerada em matéria de polícia administrativa como ato administrativo sempre vinculado, de modo que cabe à Administração conceder a licença ao administrado sempre que forem preenchidas as condições previstas em lei. Não há margem de escolha ao administrador. Preenchidos os pressupostos legais, o administrador deve conceder a licença. EX: licença para construir, licença para dirigir e licença para o exercício de certas atividades.
Já, autorização em matéria de polícia administrativa é sempre um ato administrativodiscricionário. Aqui a lei admite que a Administração opte em conceder ou não a autorização diante da situação concreta, diante do interesse público que está em jogo. Ainda que o administrado preencha as condições legais, pode o administrador escolher em conceder ou não a autorização, levando sempre em conta a melhor conveniência e oportunidade do interesse público que está em jogo. EX: autorização para porte de arma, autorização para produção de materiais bélicos e autorização para circulação de veículos com peso ou altura excessivos.
 
20- No que consiste a autoexecutoriedade das medidas de polícia?
Outra característica das medidas de polícia. É a possibilidade que o administrador tem de executar suas próprias decisões e medidas, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário. Ex: o embargo de uma obra, a apreensão de mercadorias impróprias ao consumo e a imposição de multas são medidas de polícia que a Administração executa imediatamente sem necessitar de prévia autorização do Poder Judiciário.
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21- Quais poderes estatais realizam atos decorrentes do poder de polícia?
Diz-se que o poder de polícia se reparte entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. Poder Judiciário não pratica atos de polícia. A Administração pode editar atos normativos veiculando condutas gerais e abstratas. Poder Legislativo cabe criar, por lei, as limitações administrativas de polícia, que restringem o exercício das liberdades individuais, cabendo apenas à Administração pública regulamentar as leis e controlar a aplicação das medidas de polícia na prática. Assim, o Legislativo cria a lei que contém a medida de polícia administrativa e a Administração executa-a. Logo, o poder de polícia da administração deve ser exercido sem ultrapassar os horizontes legais.
22- Faça uma diferença entre polícia judiciária e polícia administrativa.
POLÍCIA ADMINISTRATIVA
                Preventiva ou Repressiva;
                Incide sobre o exercício de direitos, atividades e bens;
                Exercida preponderantemente por órgãos específicos.
POLÍCIA JUDICIÁRIA
                Sempre repressiva;
                Incide sobre pessoas;
                Exercida preponderantemente pela polícia civil.
23- Quais são os limites quanto aos meios de atuação (objeto) do poder de polícia? Explique.
Limites quanto ao objeto (ou meios de atuação). Neste caso, a autoridade administrativa sofre limitações de 03 ordens:
Necessidade. A medida de polícia só deve ser adotada para impedir ameaças reais ao interesse coletivo, caso contrário, não se justificaria a onerosidade e o sacrifício do particular.
Proporcionalidade. É uma decorrência direta do princípio da proporcionalidade previsto no art. 111 da Constituição Estadual Paulista. É a relação razoável de proporção que se exige entre a medida de polícia e o dano que se pretende evitar. A medida de polícia não pode ir além do necessário a ponto de impedir a fruição do próprio direito, nem ficar aquém do exigido pelo caso concreto. Enfim, dever ser proporcional.
Eficácia. A medida de polícia deve ser adequada para impedir o dano ao interesse pública, caso contrário, ela não produz eficácia.
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23- Qual o conceito de órgão público e qual a relação entre sua vontade e a do agente público, de imputação ou de representação? Explique.  
Órgãos públicos ou órgãos administrativos são unidades de atuação, centros de competências do Estado, que englobam um conjunto de pessoas e meios materiais ordenados para realizar uma atribuição predeterminada.  Os órgãos públicos não são pessoa, mas centros de competências criados pelo direito público. Assim, são partes da estrutura do Estado e por isso dele não se distinguem. Dessa forma, na relação entre a vontade do órgãos e do agente público existe uma relação de imputação, uma vez que a vontade do agente é imputada diretamente ao Estado. Aquilo que o agente público que compõe o órgão quer ou faz deve ser entendida como a própria vontade do Estado, ainda que o agente tenha querido ou agido mal. O Estado, por ser uma ficção jurídica, assim como o órgão, que não tem personalidade jurídica, não tem outra vontade senão a do próprio agente público, daí dizer que a relação entre a vontade do órgãose do agente que o compõe é de imputação e não de representação, que exige duas vontades distintas: a do representante e do representado.
24- No que consiste a classificação dos órgãos públicos quanto à sua composição?
Quanto à composição: A- Órgãos singulares: compostos por um único agente. Ex: Presidência da república, diretoria de uma escola pública.
B- Órgãos colegiados: compostos por vários agentes. Ex: Tribunal de Contas da União, Conselho da República, Tribunal de Impostos e Taxas.
 
25- Diga o que são órgãos públicos superiores e forneça alguns exemplos deles.
Órgãos superiores são aqueles que não gozam de autonomia administrativa, financeira, nem técnica, mas possuem poder de comando e de direção. Ex: departamentos, polícia civil, gabinetes, coordenadorias, divisões, delegacias, secretarias gerais e procuradorias.
 
26- Supondo que a Secretaria Estadual dos Esportes tenha descumprido um contrato por ela celebrado, em face de quem deverá ser proposta a demanda competente? Explique.
O Estado.  Uma das formas que o Estado (entenda-se União, Estados, Distrito Federal e Municípios) tem para exercer diretamente a função administrativa que a lei lhe incumbe é através dos seus órgãos. Na chamada administração direta a própria União, os Estados, DF e Municípios exercem diretamente a atividade administrativa através de seus órgãos, ou seja, departamentos, ministérios, diretorias, secretarias, etc.
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27- No que consiste a chamada administração indireta?
Já se falou que ora a Administração presta diretamente uma função administrativa, através de seus órgãos, cujo conjunto deles dá origem a chamada administração direta, ora a Administração opta por criar uma pessoa jurídica própria, quando autorizada por lei, para atribuir-lhe a titularidade e execução de um serviço público, dando ensejo achamada administração indireta. A administração pública indireta corresponde às pessoas jurídicas constituídas para o desempenho especializado de um serviço público. São vinculadas à administração pública direta, mas gozam de autonomia de gestão. Como exemplo, tem-se as autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e os consórcios públicos. Frise: é das entidades que, vinculadas a um ministério, prestam serviços públicos ou de interesse público.
 
28- Diferencie desconcentração e descentralização.
Descentralização consiste na Administração Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a Administração a Indireta ou para o particular. Note-se que, a nova Pessoa Jurídica não ficará subordinada à Administração Direta, pois não há relação de hierarquia, mas esta manterá o controle e fiscalização sobre o serviço descentralizado. Por outro lado, a desconcentração é a distribuição do serviço dentro da mesma Pessoa Jurídica, no mesmo núcleo, razão pela qual será uma transferência com hierarquia. 
29- Estabeleça uma distinção entre autarquias e agências reguladoras.
Autarquias. Autarquia é o serviço público autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração,que requeiram, para seu funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Deste conceito podemos retirar as principais características das autarquias que são: criação ou extinção por lei, personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio, capacidade de auto-administração e responsabilidade por seus atos, submetimento a controle do Poder Público, seus patrimônio são considerados bens públicos (impossibilitando a execução sobre eles) e desempenho de funções tipicamente públicas. São exemplos de autarquias: Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), USP (Universidade de São Paulo), Hospital das Clínicas.
Agências reguladoras. São autarquias especiais integrantes da Administração indireta federal e são vinculadas ao Ministério competente para tratar da respectiva matéria. Os dirigentes são nomeados pelo Presidente da República após aprovação do Senado para cumprir mandato. Algumas foram criadas para exercer a fiscalização de atividades exploradas mediante concessões, permissões e autorizações. São exemplos delas a ANATEL (Agência Nacional de telecomunicações), ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), sendo que outras foram criadas por lei para exercem verdadeiro poder de polícia relativamente a certos setores da sociedade. São exemplos a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ANS (Agência Nacional de Saúde Pública Suplementar).
 
30- Estabeleça uma distinção entre empresa pública e sociedade de economia mista.
Empresa pública. Estas entidades devem ser criadas por lei, com controle exclusivo do poder público, mas com personalidade de direito privado, regendo-se suas atividades pelos preceitos comerciais. Veja que o Decreto-Lei 200/67 (art. 5° - II) define a Empresa Pública como a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. São Empresas Públicas: Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), Caixa Econômica Federal (CEF), Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Sociedades de Economia Mista. São pessoas jurídicas de direito privado, de que participa o Poder Público, associando-se a particulares (por isso que é mista), para juntos explorarem alguma atividade econômica ou serviço de interesse coletivo. Atividade ou serviço este que será outorgado ou delegado pelo Poder Público.
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31- O que é responsabilidade extracontratual do Estado?
É a responsabilidade do Estado por atos de ação, omissão, lícitos ou ilícitos, praticados pro seus agentes, nessa qualidade, pelos danos causados a terceiros. Assim, a responsabilidade no direito administrativo decorre não só de atos ilícitos, como ocorre no direito privado, mas de atos que, embora lícitos, causem a certas pessoas um ônus maior do que o imposto aos demais membros da sociedade. Ex: o exercício da atividade nuclear pelo Estado. Outro aspecto é responsabilidade do “Estado”, como pessoa jurídica de direito público ou de direito privado quando prestadora de serviço público, compreendendo as três funções estatais, quais sejam, executiva, legislativa e judiciária, embora como mais adiante veremos, para esses dois últimos poderes a responsabilidade existe e somente incide em casos muito excepcionais.
 
32- Explique a teoria do risco. 
É chamada teoria do risco porque parte da ideia de que a atuação estatal envolve um risco de dano, que lhe é naturalmente inerente. Causado o prejuízo, o estado responde como se fosse uma empresa de seguro em que os segurados são os cidadãos contribuintes. Diz-se objetiva porque a ideia de culpa é substituída pelo nexo de causalidade entre a atividade estatal e o prejuízo sofrido pelo administrado. Basta, portanto, que a atividade do Estado tenha sido a causa do dano. É indiferente que o serviço tenha ou não funcionado, ou que o funcionário tenha ou não agido com culpa.
 
33- Quais as principais implicações que decorrem do art. 37, § 6º da CF?
A reparação do dano pode ser feita no âmbito administrativo, desde que a Administração reconheça desde logo a sua responsabilidade e as partes estejam de acordo com o valor indenizatório. Caso contrário, o prejudicado deverá propor ação de indenização contra a pessoa jurídica a que o agente público pertença e que causou o dano. Perante o administrado lesado quem responde é a pessoa jurídica responsável, conforme art. 37, §6º, independente de culpa e esta pessoa jurídica, por sua vez, tem o direito de regresso contra o funcionário que agiu com dolo ou culpa e, aí a responsabilidade é subjetiva.
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33-    Quando o Estado responde por atos do Poder Legislativo? Explique.
A regra é da irresponsabilidade porque o Estado no exercício da atividade legislativa elabora atos gerais e abstratos, de modo que eventual ônus decorrente deve ser suportado por toda a coletividade. Exceção: lei de efeito concreto. Materialmente é verdadeiro ato administrativo já que gera efeitos concretos e atinge pessoas determinadas. E aí ocorrendo dano específico surge a possibilidade de indenização. Alguns doutrinadores ainda defendem que também é possível responsabilizar o Estado por leis inconstitucionais aprovadas pelo Legislativo. Os que defendem a tese exigem, contudo, que haja prévia declaração de inconstitucionalidade pelo STF.
 
34-    Quando o Estado responde por atos do Poder Judiciário?
A regra é a responsabilidade do estado por atos do executivo, sendo que por atos do legislativo e do judiciário, a responsabilidade estatal é excepcional. No Poder Judiciário, a regra é da irresponsabilidade  porque o juiz deve agir e decidir com independência no exercício de sua função, sem o temor de que suas decisões possam ensejar responsabilidade do Estado. Isso prejudicaria inclusive o chamado poder geral de cautela do juiz. Porém, excepcionalmente o Estado poderá responder por atos do Poder Judiciário, como, por exemplo, alguém ficar preso além do tempo fixado na sentença.
Além dessa hipótese de responsabilidade do Estado aplicável em matéria de revisão criminal, é bom lembrar também que o art. 133 do CPC, ainda prevê a regra da responsabilidade pessoal do magistrado por perdas e danos que é dependente de prova de má-fé nos casos de “dolo, fraude, recusa, omissão ou retardamento injustificado de providências por parte do juiz.”
 
35-    Há responsabilidade do Estado quando alguém ficar preso além do
tempo fixado na sentença?  
Sim, a CF prevê uma hipótese de responsabilidade do Judiciário aplicada em matéria penal: “O Estado indenizará o condenado por erros judiciários, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.”

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