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Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO (andreroberto@smga.com.br) 
MATÉRIA: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
Indicações de bibliográficas: 
 “Direito Civil Esquematizado”, do PEDRO LENZA e CARLOS ROBERTO GONÇALVES. 
 “Manual de Direito Civil”, do FLÁVIO TARTUCE. 
 Acompanhar os informativos do STJ e do STF. 
 Cursos Completos (“coleções”) do CARLOS ROBERTO GONÇALVES, PABLO STOLZE, 
NELSON ROSENVALD, FLÁVIO TARTUCE. 
 Livro do FÁBIO AZEVEDO (bem aprofundado na Parte Geral do Direito Civil). 
 “Código Civil interpretado conforme a Constituição”, coordenado por TEPEDINO (Editora 
Renovar). 
 
Leis e artigos importantes: 
 Artigos 456; 608; 685; 2.035, todos do CC/02. 
 Enunciado 21, do CJF. 
 
Palavras-chave: 
 VISÃO GERAL: CC/1916 E CC/2002. VISÃO TRADICIONAL. CONCEITO TRADICIONAL 
DE CONTRATO. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS TRADICIONAIS. VISÃO DA OBRIGAÇÃO 
DO CC/2002. CONCEITO CONTEMPORÂNEO DE CONTRATO. PRINCÍPIOS 
CONTRATUAIS NO CC/02. NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO. ELEMENTOS 
ESSENCIAIS DO CONTRATO. PLURALIDADE DE PARTES. 
 
TEMA: VISÃO TRADICIONAL E CONTEMPORÂNEA DO CONCEITO E PRINCÍPIOS 
CONTRATUAIS. NATUREZA JURÍDICA E ELEMENTOS ESSENCIAS DO CONTRATO. 
 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
 
 
 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
(artigos 421 a 480, do CC/02) 
 
 VISÃO GERAL: CC/1916 e CC/02 
 O CC/1916 refletia um pensamento que era do século XIX e permaneceu sendo o 
pensamento prevalente até boa parte do século XX (até quase o final). 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 Nas últimas 02 décadas do século XX (anos 80 e 90) houveram algumas mudanças de 
pensamentos. 
Apesar do CC/02 ser datado de 2002, o seu projeto é mais antigo que o CDC, que é de 
1980. Assim o pensamento acerca do direito contratual no CDC, muitas vezes é mais atual e 
coaduna mais com o pensamento contemporâneo do que o que foi dito no CC/02. Assim, em 
alguns aspectos do direito contratual o CC/02 não diz o que a doutrina e entendimento majoritário 
gostariam que dissesse. 
 
 VISÃO TRADICIONAL (séculos XIX e parte do XX) 
 O contrato, como principal fonte de obrigações, tinha a obrigação como um vínculo 
jurídico estático e abstrato, unindo credor e devedor em torno de prestações de conteúdo 
patrimonial. Ou seja, o contrato era uma verdadeira Lei entre as partes (segurança jurídica). 
 
## Mas o que significaria vínculo jurídico estático e abstrato? 
R: A ideia era a seguinte: imagine a relação jurídica obrigacional como se fosse uma 
fotografia. As partes contratantes ajustaram as suas vontades, estabeleceram as obrigações de 
cada um e, a partir daí se exigissem que aquele conteúdo se mantivesse inalterado como se 
fosse uma fotografia. 
Assim, qualquer modificação, dentro dessa estrutura, seria resultado de um acordo entre as 
partes. O juiz era apenas um observador. Ele somente observava se aquele contrato era ou não 
válido, se ele era apto ou não a produzir os seus efeitos. 
 
 Estático  Porque tenho um vínculo obrigacional que se estabelece, que se exige 
inalterado durante todo o contrato. Qualquer modificação dependeria de acordo entre os 
contratantes. 
 Abstrato  Porque a relação contratual e o direito privado, de um modo geral se 
pautavam na figura genérica do homem médio. Assim, todo direito contratual era 
dirigido abstratamente para todos, como se todos fossem um “homem médio” 
(teriam a mesma posição numa relação jurídica). 
 
 Conceito tradicional de contrato 
 “Contrato é o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir um direito” 
(MONTEIRO, Washington de Barros; RODRIGUES, Silvio; DINIZ, Maria Helena) 
 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 Princípios Contratuais Tradicionais 
 
(1) Liberdade Contratual e ampla autonomia da vontade; 
(2) Presunção de paridade (igualdade meramente formal); 
(3) Conteúdo Normativo predominantemente dispositivo; 
(4) Obrigatoriedade dos pactos (pacta sunt servanda); 
(5) Princípio da Relatividade dos efeitos do contrato (res inter allios); 
(6) Proibição da má-fé e tolerância ao comportamento neutro; 
(7) Intangibilidade do contrato. 
(8) Irretroatividade da Lei nova em relação ao ato jurídico perfeito. 
 
(1) Liberdade contratual = tudo posso, salvo o que é proibido. Então, no âmbito do direito 
contratual basta que não houvesse vedação legal para as partes contratarem livremente os seus 
interesses. 
 
(2) Presunção de paridade = a igualdade era meramente formal. 
 
(3) Conteúdo normativo dispositivo = Direito privado, especialmente o direito dos contratos, 
em que o conteúdo é patrimonial e, portanto, em regra, disponível, significaria que as partes 
poderiam ajustar os seus interesses com maior liberdade. 
 
(4) Se eu contratei livremente, eu não posso imputar ao outro as consequências do meu 
descuido. 
 
(5) E tudo isso levava à relatividade dos contratos. 
 Ou seja, se eu sou livre para contratar e me vinculo ao que está escrito no contrato, então, 
os direitos e obrigações originadas em um contrato, são, ordinariamente, eficazes aos 
contratantes (partes na relação negocial). Assim, apenas de forma muito excepcional, um 
contrato gerará efeitos para terceiros. 
 
(6) Tratava-se da boa-fé subjetiva: assim sendo, proíbe-se a má-fé e exigia-se um 
comportamento neutro. 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
(7) O Princípio da Intangibilidade do Contrato pode ser entendido como a proibição da 
revisão judicial do contrato. Ou seja, o juiz não pode revisar o contrato. 
 
(8) De acordo com esse princípio, também não poderia o Estado-Legislador editar normas que 
retroagissem para afetar um contrato celebrado na vigência da Lei anterior. 
 
Todavia, esse modelo de Direito Contratual mostrou-se irreal, utópico. 
 
 A liberdade contratual se dividia em: 
 Liberdade contratual stricto sensu *. 
 Liberdade contratual de contratar. 
* Significa que tenho ampla autonomia, para decidir pela contratação, bem como decidir pelo 
conteúdo do contrato. No entanto, no contrato de adesão, somente o estipulante tem essa 
liberdade (o aderente não escolhe nada, não tem autonomia para dispor sobre as cláusulas do 
contrato). 
 
1º movimento >> Liberdade Contratual 
 
 Mitigação da liberdade contratual e da autonomia privada: 
 “Entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre, é a liberdade que escraviza, é a Lei que 
liberta”. (Lacordaire). 
 
2º movimento >> Busca da Igualdade Substancial 
 
 Reconhecimento das desigualdades e proteção do vulnerável: 
 Alguns confundem essa mitigação com a “infantilização do vulnerável”. No entanto, ao dizer 
que é como se a parte contratante fosse absolutamente incapaz (vulnerável), não significa que ele 
é um imbecil, mas sim que é preciso estabelecer conteúdos mínimos de ordem pública, pois 
aquela parte não conseguirá se defender de uma imposição contratual da outra parte. 
Rompe-se com a igualdade formal e passam a buscar uma igualdade substancial, com o 
reconhecimento da vulnerabilidade (das desigualdades) de uma das partes, cabendo ao 
ordenamento jurídico (através de seus princípios, valores e regras) buscar equilibrar essa relação 
desigual. 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
3º movimento >> Solidariedade (a fraternidade como solidariedade) 
 
 Solidariedade 
 Solidariedade inter partes  Boa-fé objetiva (a boa-fé como dever); 
 Solidariedade erga omnes  FunçãoSocial do Contrato. 
 
Diante de todas essas transformações, o conceito de contrato e a visão de obrigações 
sofreram algumas modificações. 
 
 VISÃO DA OBRIGAÇÃO NO CC/2002 
 
 Visão atual (dinâmica) 
 Obrigação como um processo dinâmico e sequenciado de atos que objetivam o 
adimplemento e que devem ser interpretados considerando a situação concreta. 
 “Obrigação como processo” (expressão utilizada por Clóvis do Couto e Silva) = o autor 
comparou a Relação Jurídica Obrigacional com a Relação Jurídica Processual. 
 
 Portanto, o contrato deixa de ser aquela fotografia inalterada e passa a ser visto como 
um vídeo em movimento. 
 Da mesma forma fatores externos podem repercutir na esfera contratual. Portanto a 
Teoria da Imprevisão ressalta que os fatores externos podem sim interferir naquilo que havia sido 
previsto no contrato. 
 
 Conceito Contemporâneo de contrato á luz do CC/2002 
 Negócio jurídico pelo qual as partes coordenam suas vontades com o fim de ver satisfeitas 
as suas legítimas expectativas, nos limites e em razão de uma função social. 
 
 Princípios Contratuais no CC/2002 
 
(1) Mitigação da Liberdade contratual e da autonomia privada; 
(2) Reconhecimento das desigualdades e proteção do vulnerável; 
(3) Normas dispositivas e normas de ordem pública; 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
(4) Mitigação da obrigatoriedade do contrato, em razão da função social, da boa-fé e da 
comutatividade. 
(5) Mitigação do princípio da relatividade – tutela externa do crédito. 
(6) Exigência de comportamento objetivo (boa-fé como dever) e rejeição ao 
comportamento neutro. 
(7) Revisão judicial do contrato e princípio da conservação. 
(8) Lei nova de ordem pública e contratos de execução continuada. Art. 2035, do CC/02. 
 
(1) “Entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre, é a liberdade que escraviza, é a Lei que 
liberta”. (Lacordaire). 
 
(2) A busca pela igualdade substancial. Reconhecer quando há paridade e quando não há. 
 
(3) As normas dispositivas seguem o mesmo caminho das normas de ordem pública. 
 
(4) O contrato continuará sendo obrigatório, mas se ele se afastar da sua função social, da 
boa-fé objetiva ou do equilíbrio contratual = deixará de ser um contrato obrigatório! 
 
(5) Os efeitos dos contratos passam a atingir terceiros. Surge, então, a figura da Tutela 
Externa do Crédito (é possível também exigir responsabilidade do terceiro não contratante, mas 
que tenha atuado contra a função social do contrato). 
 
:: Obs :: Comparando com a “Responsabilidade civil por adultério, que o STJ vem enfrentando 
atualmente”  O terceiro (amante) não pode ser responsabilizado pelos danos causados, porque 
o dever de fidelidade era do cônjuge adúltero (só ele será responsabilizado). 
 Esse pensamento também era aplicado na visão tradicional do direito contratual. Assim 
ainda que houvesse um 3º que tivesse estimulado o contratante, nenhum dever poderia ser 
imputado ao terceiro, pois ele não tinha nenhum dever com o contratante credor. 
 Mas a Tutela Externa do Crédito não permite que se faça essa interpretação. Assim, em 
nome da FSC se permite que o terceiro seja responsabilizado se ele, dolosamente, 
participou da conduta lesiva, ao influenciar o devedor contratante. 
 Portanto, hoje em dia se admite responsabilizar terceiros. 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
Exemplo de mitigação do princípio da relatividade: Zeca Pagodinho fazendo propaganda para a 
Skin Cariol e Brahma. 
 
O nosso CC/2002 trouxe essa relativização: 
 Art. 456, do CC/2002. 
 Art. 608, do CC/02. 
 
Tutela Externa do crédito (T.E.C.): 
 Doutrina minoritária (Tepedino)  Associa a T.E.C. à Boa-Fé. 
 Doutrina majoritária (HTJr Tartuce Nelson Rosenvald)  Associam a T.E.C. à Função 
Social do contrato. Enunciado 21, CJF. Justifica a TEC na FSC. Assim, o terceiro não 
contratante também pode ser responsabilizado. 
 
(6) “Os lugares mais sombrios do inferno são reservados àqueles que se mantiveram neutros 
em tempos de crise moral”. Dante Alighieri 
 
(7) O juiz pode rever o conteúdo do contrato, modificando, se necessário for. 
 
(8) A Lei nova de ordem pública passa a prevalecer em relação ás convenção, no plano de 
eficácia (e não no plano de existência e validade). Art. 2035, do CC/02. 
 
 NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO 
Todo contrato é um negócio jurídico. 
 Trata-se de negócio jurídico bilateral ou plurilateral, sendo exigível pluralidade de partes 
contratantes. 
 Trata-se de um negócio jurídico patrimonial. 
 
 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO 
 
 Pluralidade de partes: todo contrato seria um acordo entre partes. 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
:: Obs :: Partes (representa um polo de interesse no contrato) é diferente de sujeito de direito. 
 
Os interesses das partes contratantes são diferentes, mas existe um consenso entre elas, 
de modo que elas convergem os seus interesses. 
 
## QUESTÃO DE DELEGADO DE POLÍCIA/ RJ ## E o autocontrato ou contrato 
consigo mesmo? 
O contrato é fonte de obrigação. E a obrigação se extingue pela confusão (quando devedor 
e credor são as mesmas pessoas). Assim, contratar consigo mesmo violaria 02 coisas: (1) a 
pluralidade de partes e (2) o objeto seria juridicamente impossível (obrigação nati morta). 
 Por isso há quem diga que o autocontrato NÃO EXISTE, juridicamente falando. 
 E há quem diga que é NULO, porque embora possa existir não teria validade. 
 
Essa pluralidade de partes exige que as partes sejam: 
 Capazes (quando se tratar de sujeito de direito)*, 
 Legitimadas **. 
* Mas e os incapazes, eles não pode contratar? Podem, desde que devidamente representados. 
:: Obs:: Responsabilidade civil contratual dos incapazes (recai sobre os bens do incapaz – ou 
seja, uma vez que o contrato seja válido, recairá sobre o incapaz- mas e se o representante fez 
besteira? Cabe ao incapaz o direito de regresso contra o seu representante pelos prejuízos que a 
representação lhe trouxe) ≠ Responsabilidade civil extracontratual dos incapazes (recai sobre o 
seu representante e somente subsidiariamente sobre o incapaz). 
 
** certo e determinado contrato pode exigir uma legitimidade própria, uma capacidade específica. 
Ex.01: Venda de ascendente para descendente – exige a participação dos demais descendentes 
e do cônjuge. 
Ex.02: Comodato. O representante legal do incapaz não pode dar a coisa em comodato. Ele não 
pode emprestar pela via do comodato, porque ele não está legitimado para aquele ato. 
Ex.03: Comodato. Na compra e venda, ele não pode ser o comprador do bem do incapaz. Ele 
pode levar à venda o bem, mas não pode ser o comprador. Ele não é legitimado. A lei proíbe. 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO (andreroberto@smga.com.br) 
MATÉRIA: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
Indicações de bibliográficas: 
 “Direito Civil Esquematizado”, do PEDRO LENZA e CARLOS ROBERTO GONÇALVES. 
 “Manual de Direito Civil”, do FLÁVIO TARTUCE. 
 Acompanhar os informativos do STJ e do STF. 
 Cursos Completos (“coleções”) do CARLOS ROBERTO GONÇALVES, PABLO STOLZE, 
NELSON ROSENVALD, FLÁVIO TARTUCE. 
 Livro do FÁBIO AZEVEDO (bem aprofundado na Parte Geral do Direito Civil). 
 “Código Civil interpretado conforme a Constituição”, coordenado por TEPEDINO (Editora 
Renovar). 
 
Leis e artigos importantes: 
 Artigos 108; 114; 392; 422; 423; 424; 425; 426; 447; 458; 459; 462; 478; 480; 539;541; 
547; 579, todos do CC/02. 
 Enunciados 29; 170 e 440, do CJF. 
 Súmula 145, do STJ. 
 
Palavras-chave: 
 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO: PLURALIDADE DE PARTES, OBJETO, 
FORMA, CONSENSO. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS. 
 
TEMA: ELEMENTOS ESSENCIAIS E CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
 
 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
(artigos 421 a 480, do CC/02) 
 
1. VISÃO GERAL: CC/1916 e CC/02 
2. VISÃO TRADICIONAL (séculos XIX e parte do XX) 
2.1. Introdução 
2.2. Conceito tradicional de contrato 
2.3. Princípios Contratuais Tradicionais 
3. VISÃO DA OBRIGAÇÃO NO CC/2002 
3.1. Visão atual (dinâmica) 
3.2. Conceito Contemporâneo de contrato á luz do CC/2002 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
3.3. Princípios Contratuais no CC/2002 
4. NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO 
5. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO 
5.1. Pluralidade de partes. 
(continuação) 
 
5.2. Objeto 
 O objeto deve ser lícito *, possível, determinado ou determinável e deve ter 
conteúdo substancialmente patrimonial. 
 
* Objeto lícito é aquele que não contraria norma expressa, bem como não colidam nem com 
princípios normativos e nem com a ordem pública. 
Ex: Art. 426, do CC/02: teremos um objeto ilícito. 
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
 Trata-se do PACTO CORVINA, em que se estaria criando direito contratual, cujo objeto 
seria herança de pessoa ainda viva. 
 O Testamento não se coaduna com o Pacto Corvina, porque não haveria direito adquirido 
sobre herança de pessoa viva. 
 
## E se fosse uma doação causa mortis? 
R: Primeiro tem que ver se não vai colidir com o art. 426, do CC/02. Isso porque a doação é 
um contrato (depende do acordo de vontades), e não ato unilateral. 
 Segundo, a doação com condição não gera mera expectativa de direito, mas sim cria 
direito condicional. 
 Então, a revogação do doador não seria possível, somente nas hipóteses de 
descumprimento de encargo ou ingratidão. 
 Daí se estaria contratando e criando direito para donatário sobre herança de pessoa 
ainda viva, o que caracterizaria Pacto Corvina. Por esse motivo, a doutrina aponta a 
doação causa mortis como Pacto Corvina (objeto ilícito), sendo nula essa doação. 
 
:: Obs :: No direito português, há previsão expressa de que a doação causa mortis será 
considerada como se fosse um testamento. 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 
Ex.02: Art. 547, do CC/02: Cláusula de Reversão – Teremos um objeto ilícito. 
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver 
ao donatário. 
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. 
 
5.3. Forma 
 A forma, prescrita ou não defesa em Lei, é também uma exigência para os contratos. 
 Contrato solene ou formais = dependerão de forma especial para a sua validade. Ou 
seja, os contratos só existirão se tiver forma determinada em Lei. 
 Os demais contratos = manifestação de vontade de forma livre. 
 
:: Obs :: Em determinadas circunstâncias, o silêncio será admitido como presunção de consenso. 
 
5.4. Consenso. 
 Sem o consenso, estaria desnaturando o contrato. A natureza jurídica do contrato é de 
um acordo de vontades. Se não houver consenso, perderia a característica do contrato. 
 
6. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
6.1. Quanto à reciprocidade ou não de obrigações 
 Contratos Bilaterais ou sinalagmáticos ** 
 Contratos Unilaterais *** 
 Contratos Bilaterais imperfeitos **** 
 
** São aqueles contratos em que haja a reciprocidade de prestações. 
Exemplos: Compra e venda; troca ou permuta; locação de coisas; prestação de serviços, a 
empreitada; o depósito remunerado, a representação comercial, e etc. 
 
:: Obs.01 :: Os contratos bilaterais (sinalagmáticos) geram responsabilidades diferentes dos 
contratos unilaterais. Isso porque nos contratos bilaterais, se eu não cumprir a minha parte, não 
posso obrigar a prestação do outro. 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 
- Artigos 476 e 477, do CC/02 
 
:: Obs.02 :: Contratos Bilaterais é ≠ de Negócios Bilaterais. 
 A pluralidade de partes que determina que o negócio seja bilateral. Enquanto que o que 
determina que o contrato seja bilateral é a reciprocidade de prestações. 
 
*** São negócios jurídicos bilaterais, mas só geram prestações para uma das partes. Ou seja, 
somente uma parte assume a obrigação a ser paga, enquanto que a outra parte ocupa a posição 
de credora dessa prestação. 
 Por isso, não há que se falar em “Exceção de contrato não cumprido” num contrato 
unilateral. Isso porque, se só eu estou obrigado a cumprir algo, como posso dizer que não 
cumpro a minha parte alegando o descumprimento da outra parte? Não tem como. 
 
**** São justamente aqueles contratos que nascem unilaterais, mas que no curso da sua 
execução, tornam-se bilaterais. 
Ex: O depósito era gratuito. Mas o depositário acabou tendo despesas para a conservação da 
coisa e, na hora que vou buscar de volta a coisa depositada, o depositário me apresenta a conta 
com as despesas que ele teve com a minha coisa. 
 Esse exemplo também pode ocorrer com o comodato. 
 
- Artigos 478 **** e 480, do CC/02 ****. 
**** Significa que dessa troca resultou um desequilíbrio 
 
**** Fala do contrato unilateral. Nesse caso, o desequilíbrio não está na troca (que deixou de ser 
justa), mas sim no fato de que o ônus se tornou demasiado para quem assumiu sozinho a 
obrigação. 
 
6.2. Quanto à onerosidade 
 Contratos Onerosos **; 
 Contratos Gratuitos ou benéficos ***. 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
** O contrato é oneroso quando, para todas as partes, houver sacrifício patrimonial. 
 
*** Será considerado gratuito ou benéfico, aquele contrato que só impuser sacrifício para uma 
das partes, enquanto que a outra é apenas beneficiada. Assumir uma obrigação não significa 
que o sacrifício seja meu, embora pareça. 
Exemplos de contratos gratuitos ou benéficos: Depósito gratuito; Mandato gratuito; comodato 
Puro; mútuo gratuito; a doação pura. 
 
 Responsabilidade civil contratual é diferente quando o contrato é oneroso e 
quando é gratuito 
 
- Art. 114, do CC/02: Significa que não posso ampliar os atos de liberalidade contra a 
vontade do autor da liberalidade. 
 
- Art. 392, do CC/02: o beneficiário responde por culpa simples (omissão, ação, negligência, 
imprudência, imperícia). Já, o autor da liberalidade só responde se agir com dolo. Equiparando-se 
ao dolo, a culpa grave. 
 
- Súmula 145, do STJ: Diz que quem transporta por mera cortesia ou amizade, só responde 
se causar culpa grave ou dolo ao carona (se não tiver, estarei isento de responsabilidade). 
 
- Art. 447, do CC/02: Nos contratos onerosos existe a garantia pelos riscos da evicção. 
 
6.3. Quanto à distribuição do ônus entre as partes 
 Contratos Comutativos; 
 Contratos Aleatórios. 
 O modo como esse ônus será distribuído poderá ser: comutativo (presumem-se 
equivalentes os sacrifícios) ou aleatório (admitindo-se que seja mais oneroso para um do que 
para o outro, em função dos riscos assumidos). 
 
- Art. 458, CC/02: O risco assumido inclui a existência ou inexistência da coisa. Esse contrato 
é chamado de Emptio Spei. 
- Art. 459 e p.ú, CC/02: O risco assumido não era o da existência, mas sim apenas o risco da 
quantidade. Esse contrato é chamado de Emptio Rei Speratae. 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geraldos Contratos – Prof: André Roberto 
 
## Se admite ou não, nos contratos aleatórios, a aplicação da Teoria da Imprevisão? 
R: Enunciado 440, CJF (desde que se trate de um fortuito externo). 
Enunciado 440. Art. 478. É possível a revisão ou resolução por excessiva onerosidade em 
contratos aleatórios, desde que o evento superveniente, extraordinário e imprevisível não se 
relacione com a álea assumida no contrato. 
 Mesmo nos contratos aleatórios existe um risco interno assumido, mas quando ocorre uma 
situação de imprevisão (fora do risco, que não estava contemplada no risco contratado), é 
possível falar em resolução do contrato por excessiva onerosidade! 
 Ou seja, desde que aquele fator de risco não estivesse previsto no contrato aleatório = 
caberia a resolução do contrato, por excessiva onerosidade. 
 
 Nos contratos comutativos, é elemento natural a garantia contra o vício redibitório. Art. 
441, do CC/02. 
 Num contrato aleatório, isso não aconteceria (pois a alea se baseia justamente nesse 
risco de variação, eu não poderia reclamar do vício). Ex: Uma safra futura de baixa qualidade que 
comprei no risco = eu não posso reclamar. Todavia, uma safra com vício oculto, que eu adquiri já 
colhida, sem assumir o risco da sua variação = se houver vício oculto nela, eu posso reclamar! 
 
6.4. Quanto ao momento de aperfeiçoamento 
 
 Contratos consensuais * 
 Contratos formais ** 
 Contratos reais ***. 
 
 A relação contratual posse ser vista em 03 momentos: 
 
1ª Fase  Fase Pré-contratual  Tem início no momento em que ocorre as tratativas 
(puntuação). 
 
2ª Fase  Fase contratual  Tem início no momento em que ocorre a formação do contrato, 
em que o contrato se mostra perfeito/ concluído. E é aqui que entra a nossa classificação: 
 
* Há contratos meramente consensuais (o contrato se aperfeiçoa com o simples consenso); 
o Se entre presentes, o contrato se aperfeiçoaria com a aceitação imediata (quando a 
proposta for imediatamente aceita); 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
o Ou se o contrato for entre ausentes, o contrato se aperfeiçoa com a aceitação 
expedida e desde que a aceitação chegue ao consentimento. 
 
 
** Se o contrato for formal, não basta a simples aceitação, é preciso que a declaração de 
vontade seja por forma especial. 
 
:: Obs :: Mas quando for contrato preliminar, ou promessa de contratar, o art. 462, do CC/02, 
diz que eles são meramente consensuais. 
 
*** Contratos reais  São aqueles que só se aperfeiçoam pela tradição do objeto. 
 
 Vejamos 02 exemplos de contratos meramente consensuais. 
 
- Art. 462, do CC/02: O contrato preliminar não exige forma especial. 
 
- Art. 482, do CC/02: Significa que a compra e venda, quando pura, em regra, será 
meramente consensual. Só será solene no caso de imóveis e com valor superior a 30 salários 
mínimos. 
 
 Art. 541 ≠ art. 646, ambos do CC/02: 
 
- Art. 541 e p.ú., do CC/02: A validade da doação depende da forma escrita. Esse 
dispositivo trata da forma ad solemnitatem. 
 
- Art. 646, do CC/02: Trata da forma ad probationem. Neste caso, a forma só é exigida 
para fins de juízo, mas o contrato é válido. 
 
- Art. 579, do CC/02: É um exemplo de contrato real. Esse contrato só existe com a entrega 
da coisa, porque não há empréstimo se eu não emprestar (da mesma forma, só há depósito 
depois que deposito). 
 
3ª Fase  Fase Pós-contratual  Tudo que vier após a execução (após a execução do 
contrato) será considerado Fase pós Contratual. 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
- Art. 422, do CC/02: 
 
- Enunciados 29 e 170, do CJF: O art. 422, CC/02, não deve ser interpretado de forma a 
restringir a Boa-Fé apenas à 2ª Fase. 
 
6.5. Quanto à formalidade 
 
 Contratos solenes (dependem de forma especial para ter validade) 
 
 Contratos não solenes 
 
- Art. 108, do CC/02: se é essencial à validade, significa que não é mera questão probatória. 
Embora essa norma seja cogente, ela abre espaço para que a lei excepcione. E, de fato, existem 
hipóteses em que a Lei DISPENSA a escritura pública, como por exemplo, no contrato de 
compra e venda de imóvel com alienação fiduciária em garantia (a lei 9.514/97 diz que esse 
contrato pode ser por instrumento particular). 
 
6.6. Quanto aos contratos reciprocamente considerados 
 
 Contratos Principais (quando existem por si mesmos) 
 
 Contratos Acessórios (quando o contrato depende ou pressupõe a existência de outro). 
Ex: Todos os contratos que envolvam mera garantia, como por exemplo, a fiança. 
 Vale observar o art. 824, do CC/02, que diz que a fiança pressupõe que a obrigação 
principal seja válida (então, a invalidade da obrigação principal invalida a fiança), exceto quando a 
invalidade da obrigação principal decorre apenas de incapacidade do devedor principal. 
 
6.7. Quanto à previsão normativa 
 
 Contratos Típicos (são todos contratos que o legislador expressamente previu e regulou. 
Ex: a compra e venda, a permuta, a locação, a empreitada, o mútuo, o comodato). 
 
 Contratos Atípicos (art. 425, CC/02) 
 No direito dos contratos, admite-se os contratos atípicos, enquanto que no caso dos 
direitos reais, a tipicidade é indispensável. 
 Os contratos atípicos podem ser atípicos a partir da mistura de conteúdos de contratos 
diversos, criando uma coisa nova. 
 Isso acontecia com o contrato estimatório, antes deste ser previsto em lei (o CC/16 não 
havia previsão expressa do contrato estimatório, que era a mistura de uma compra e venda 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
com a guarda/ consignação, de modo que o propósito era vender, mas o consignatário 
poderia restituir, como se ele fosse apenas o depositário da coisa naquele período – então, 
era um contrato com características mistas, não era uma compra e venda comum, mas 
também não era empréstimo e nem depósito). 
 
 O contrato atípico, além de ser atípico pela mistura de conteúdo de diversos contratos, 
pode ser, também, coligado. O contrato coligado cria uma cadeia de contratos que só existem 
se reunidos, são vários contratos típicos cuja causa de sua existência é o desenvolvimento de um 
único objetivo econômico. E no caso desses contratos coligados, a quebra de um repercute em 
todos, já que a causa de todos é a mesma. 
Ex: Você procura uma agência de turismos e compra um pacote fechado, que engloba um 
transporte de avião e outros terrestres, envolve alguns contratos de hospedagens e serviços de 
guias turísticos. 
 A quebra de um dos contratos repercute na quebra dos demais, permitindo o 
inadimplemento cruzado. 
 Mas a quem vai responsabilizar? Aquela empresa que juntou todos os contratos em um só 
(no pacote turístico). 
 
6.8. Quanto à liberdade contratual na sua formação 
 
 Contratos Paritários (existe a simetria entre os contratantes). 
 
 Contratos de adesão (são considerados contratos assimétricos, em que o aderente é 
vulnerável em relação ao estipulante, mas essa vulnerabilidade pode não ser total). 
 
 Nos contratos simétricos, a liberdade das partes é um pouco maior, podem dispor mais 
livremente dos seus interesses. 
 Nos contratos assimétricos, a liberdade das partes é mais restrita/ limitada: para o 
aderentes, resume-se à liberdade de contratar, enquanto que para o estipulante impõe restrição 
quanto ao conteúdo, conforme preveem os artigos 423 e 424, do CC/02. 
Ex: cláusula que retira elemento essencial do contato. Como por exemplo: cláusula no Contrato 
de estacionamento (que é um contrato de guarda),que diz que não se responsabiliza pelo veículo 
guardado. Então, o contrato está esvaziado na sua própria essência. 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
MATÉRIA: INTRODUÇÃO 
 
Indicações de bibliográficas: 
 Direito esquematizado do Pedro Lenza e Carlos Roberto Gonçalves. Vol. 1. Editora saraiva. 
 Manual de direito civil, do Cristiano Sobral. 
 Manual de direito civil, da editora Gen. 
 Código civil interpretado conforme a constituição. Gustavo Tepedino, edi, tora renovar, vol. 1. Obra para 
completar o estudo. 
 Direito civil parte geral, prof. Fabio Azevedo, editora Lumen iuris. 
 Nelson Rosenvald, editora Juspodium 
 
Leis e artigos importantes: 
 ARTS. 112, 113, 187, 421, 422, 473 do CC/02. 
 Sumula 153 do STF. 
 Enunciados V do CJF. 
 
Palavras Chaves: 
 Teoria Geral dos Contratos, boa-fé, supressio, surrectio. 
 
 
TEMA: INTRODUÇÃO 
 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
 
andreroberto@smga.com.br 
Facebook: facebook.com/prof.andreroberto. 
 
 
 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS. 
 
 
Artigo 421 do CC/02. 
 
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. 
 
A função social passou a ser exigido como limitadora dos direitos subjetivos e como norte 
para os direitos. 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 A CRFB/88 ao exigir do proprietário uma função social, passa a exigir os titulares de 
direitos patrimoniais passem a exercer sua propriedade de acordo com os parâmetros, colocando 
seu direito patrimonial submetido aos direitos meta-individuais. 
 
O CC/02 ratifica a função social já estabelecida pela constituição federal, aplicável as 
relações particulares. 
 
Em relação à função social, o CC/02 só está a garantir que a função social legitimaria 
direitos. A repressão ao abuso de direito, com previsão no artigo 187 do CC/02, embora não 
tenha equivalente no CC/16 não passou a ser aplicada com o novo código, já vinha sendo 
aplicado. Esse modelo preso a normas infraconstitucionais já se encontrava superado. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
O STF, embora tenha demorado um tempo para se pronunciar estava por reconhecer a 
eficácia dos direitos fundamentais, como confirmação do que já era e não como algo novo. 
 
A função social é aberta, de modo que aquilo que é conteúdo da função social hoje, não 
era o que se exigia do direito subjetivo ontem e nem é necessariamente o que será exigido 
amanhã. 
 
A ideia de função social se mostra aberta quanto ao preenchimento de seu conteúdo. 
Assim não pode haver julgamento de algo que ocorreu há 20 anos, é preciso que o julgador 
analise o momento histórico em que o fato ocorreu (tempus regit actum). 
 
O valor da função social é um valor da sociedade e por isso não pode o individuo renunciar 
há este valor. 
 
Surge aí discussão doutrinária, uma vez considerada a função social como a tutela de 
valores meta-individuais, seria possível um contratante invocar a função social para interesse 
interno contra outro contratante? Um contratante buscando seu interesse de crédito estaria a 
fundamentar a sua pretensão na função social enquanto princípio de eficácia interna. 
 
Os contratantes não podem invocar efeitos inter partes para resguardar interesses 
meramente individuais, devendo neste caso as partes se valerem de outros recursos como a boa-
fé. 
Outra corrente entende que sendo a função social matéria de ordem pública não poderia o 
juiz deixar de analisar a questão, mesmo quando invocada internamente pelo contratante e que 
por isso embora não sirva a função social a preservação de interesses meramente individuais, 
uma vez invocada a violação da função social por uma das partes, teria que o juiz sobre isso 
decidir. 
 
Ex.: Art. 473, PU do CC/02. 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera 
mediante denúncia notificada à outra parte. 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido 
prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
 
Jurisprudencialmente tem se admitido que o particular traga a discussão da função social 
dentro do contrato, todavia a questão não é pacífica. 
 
 A função do contrato é elemento essencial do contrato? Como conteúdo? A redação do 
artigo 421 afirma que sim, assim toda manifestação de vontade deveria trazer um valor, uma 
expectativa social para efeito de certos contratos. Os contratantes deveriam objetivar e respeitar 
aos fins coletivos em torno daquela atividade econômica. 
 
 Gustavo Tepedino defende que a função social é elemento do contrato, levando em 
consideração o artigo 421 do CC/02. 
 
 Outra corrente entende que isso contraria a essência do contrato como negócio jurídico, 
que no direito brasileiro teria como fundamento para contratar seria a autonomia privada. 
 
O que motivaria as partes na contratação é o interesse particular e não a função. 
 
Os críticos afirmam que se manter o artigo 421 levaria todo contrato particular a nulidade, o 
que traria insegurança jurídica quando a eficácia dos contratos celebrados. 
 
Outra crítica ao artigo 421 é o uso da expressão liberdade de contratar, pois a liberdade de 
contratar é permitir aderir ao modelo, a expressão deveria ser compreendida como liberdade 
contratual. O próprio conteúdo contratual deve se dispor. 
 
 
Artigo 422 do CC/02. 
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
O artigo 422 trás a boa-fé como padrão de comportamento, a boa-fé aparece como dever. 
Mas ela já passou a ser dever muito antes do CC/02. O CDC já previa, assim como o dever de 
solidariedade já vinha na constituição. 
 
O primeiro caso de referencia de boa-fé fora das relações de consumo na década de 90, e 
neste julgado o Ministro Aguiar aplicava a teoria dos atos próprios para afirmar que esposa por 7 
anos havia ficado inerte acerca de compra e venda que não havia anuído, mesmo estando dentro 
do prazo estava impedida de arguir nulidade, pois ela não poderia se voltar contra seus atos com 
prova inequívoca quanto ao seu conhecimento do negócio, por não ter ficado inerte não poderia 
ser anulado o contrato. 
 
 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
Funções da Boa-fé: 
 
1. Menezes Cordeiro fala da tríplice função da boa-fé objetiva – na preocupação de evitar 
o esvaziamento da boa-fé objetiva, procuram delimitar a 3 situações específicas, como 
fundamento de questões que seriam resolvidas a luz de outro instituto. É preciso dar a 
função correta ao instituto. 
 
a. Função interpretativa → artigo 113 do CC/02. A natureza jurídica do contrato é 
de negócio jurídico. 
 
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração. 
 
A vontade interna dos agentes deve prevalecer sobre a vontade declarada quando restar 
claro que a intenção era outra. Artigo 112 do CC/02. 
 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao 
sentido literal da linguagem. 
 
 Mas neste caso é possívelextrair do negócio a real intenção das partes, quando isso não 
for possível o respeito a declaração é importante como proteção ao negócio jurídico. 
 
Ex.: uma das partes não queria aquilo que declarou no contrato, não adianta o contratante 
afirmar que não queria aquilo, quando a outra pessoa acreditou na vontade declarada. Esse 
contrato será mantido, prevalecendo a vontade declarada se não era possível extrair dos atos que 
a vontade era outra. 
 
Sempre tendo em vista a segurança jurídica e a boa-fé, sendo fundamental a função 
interpretativa do artigo 113 do CC/02. As partes se comportaram de forma a criar no outra a 
conclusão de que o negócio era outro. 
 
Os contratos devem ser interpretados pela boa-fé objetiva a depender do padrão de 
comportamento. 
 
Ex.: Uma pessoa quando faz um plano de saúde, ela procura saber quais os serviços estão 
cobertos, inclusive com cirurgia cardíaca, acreditando que estará coberta não precisando de 
recursos próprios. E quando necessita e informada que o Marca-passo não está incluído no plano 
devendo ele custear os serviços por fora. Daí a jurisprudência afirmar que esta clausula é 
abusiva, por retirar elementos que seriam indispensáveis. 
 
b. Função limitativa de condutas abusivas → artigo 187 do CC/02. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
É nesta função que está à teoria dos atos próprios, ninguém está obrigado a ser incoerente 
e contraditório nas relações contratuais. 
 
Na jurisprudência e nos concurso é o item mais presente em relação à boa-fé subjetiva. 
Figuras parcelares da boa-fé são formas de repressão condutas abusivas como fundamento na 
boa-fé objetiva. 
 
 Nemo poteste venire contra factum proprium → é essência da teoria dos atos 
próprios, é a proibição de que a pessoa se volte aos seus próprios atos. Não pode 
se conduzir de uma maneira e depois se reconduzir para outra para negar aquilo 
que o outro legitimamente esperava. 
 
Ex.: Mesmo individuo adota duas condutas, isoladamente lícitas, de modo que de 
fato esse indivíduo poderia se portar por qualquer uma delas, o abuso ocorre 
quando a segunda conduta contradiz a primeira em prejuízo da outra parte. Não era, 
portanto, o que a outra parte esperava em razão de um comportamento anterior. 
 
 Supressio e Surrectio → essas expressões traduzem o que dizem, supressão e 
surgimento. 
 
o A supressio é efeito limitativo do exercício do direito em nome da boa-fé, 
significa que torna vedado o exercício de um direito em razão da inércia 
reiterada anteriormente adotado. Fazer crer a outra parte de que tal direito 
não é mais do interesse do particular. 
 
O STJ tem um julgado sobre o tema, em que um advogado contrato para serviços mensais 
com previsão de reajuste anual. Mais nunca reajustou, ele entrou com ação executando o cliente 
por todo esse reajuste não pago pelo cliente. O STJ negou esse direito como fundamento de que 
o reajuste não era necessário, pois ele não cobrou antes, continuou trabalhando, emitindo recibos 
nos valores que estava recebendo. 
 
o A surrectio cria direito que não estava previsto, cria a possibilidade de exercer 
direito que não estava previsto. A outra parte reconhece reiteradamente esse 
direito e depois quer retirar, após ter percebido que não estava previsto. Isso 
significa inclusive que a surrectio pode criar situação de vantagem até onde 
era ilícito. 
 
Ex.: Dois sócios celebram contrato para desenvolver atividade em curso onde irão abrir. 
Fica estabelecido que eles não poderão dar aulas em outros lugares, um dos sócios continua 
dando aula em outra instituição, e isso permanece e perdura sem nenhuma ressalva do outro 
sócio, esta conduta não pode ser tida como irregular. 
 
o Tu quoque → extraído da expressão “até tu brutos” e que representa a 
aplicação da boa-fé em comportamento que neste caso é de dois pesos e 
duas medidas. Ninguém é autorizado a fazer uma coisa e exigir coisa 
diferente. Há duas condutas semelhantes ou idênticas adotadas por 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
diferentes sujeitos e a violação da boa-fé está em dar-se pesos e medidas 
diferentes para essas condutas. 
 
Ex.: Dois sócios celebram contrato para desenvolver atividade em curso onde irão abrir. 
Fica estabelecido que eles não poderão dar aulas em outros lugares, um dos sócios continua 
dando aula em outra instituição, e isso permanece e perdura sem nenhuma ressalva do outro 
sócio, o 2º sócio começa a dar aulas em outra instituição também. Assim um não poderá reclamar 
do outro. 
 
Dever que te o credor de mitigar as próprias perdas. Agindo de forma a minimizar o 
prejuízo e não aumenta-lo. Quando não se comporta assim, parte a concorrer para o prejuízo, 
quando ele não é observado é entendido como concausa do dano. 
 
 
Ex.: O STJ entendeu como sendo abusiva cláusula que determinava que o devedor no dia 
seguinte da dívida o pagamento do mesmo somente poderia ocorrer por meio de advogado, 
devendo a parte que pagar os honorários do advogado. 
 
 
Exceptio doli → Objeção à pretensão autoral, de defesa no réu com fundamento da 
obtenção de vantagem dolosa do credor. Em contrato previsto que a rescisão só será admitida de 
após não pagamento de 3 parcelas. 
 
 
c. Função criadora dos deveres anexos ou laterais → prevista no artigo 422 do 
CC/02. 
 
i. Deveres que a boa-fé impõe as partes: 
 
1. Dever de coerência 
2. Dever de colaboração 
3. Dever de informar 
4. Dever de lealdade 
5. Dever de mitigar as próprias perdas 
 
Passou a ser reconhecido que todas as partes contratantes têm dever de boa-fé, que são 
recíprocos. As partes devem se comportar de forma a respeitar a legitima expectativa do outro. 
Surgindo a figura da possibilidade de violação positiva do contrato, quando as partes celebram 
contrato, uma delas ou de ambas era a execução do contrato de forma devida. 
 
Aquele que culposamente não prestasse o que lhe cabia era responsável, com a 
introdução da boa-fé pode acontecer de prestação ser executada, mas como inobservância dos 
deveres de boa-fé. 
 
Ex.: Médico que realiza tratamento em paciente sem avisar da possível sequela 
permanente em razão do tratamento. 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
MATÉRIA: INTRODUÇÃO 
 
Indicações de bibliográficas: 
 Direito esquematizado do Pedro Lenza e Carlos Roberto Gonçalves. Vol. 1. Editora saraiva. 
 Manual de direito civil, do Cristiano Sobral. 
 Manual de direito civil, da editora Gen. 
 Código civil interpretado conforme a constituição. Gustavo Tepedino, edi, tora renovar, vol. 1. Obra para 
completar o estudo. 
 Direito civil parte geral, prof. Fabio Azevedo, editora Lumen iuris. 
 Nelson Rosenvald, editora Juspodium 
 
Leis e artigos importantes: 
 ARTS. 427, 436, 437, 438, 463, 464, 465, 466, 468, 469, 470 do CC/02. 
 Sumula 239 do STJ. 
 Enunciado 165 do CJF. 
 
Palavras Chaves: 
 Teoria geral dos contratos, princípio da relativização. 
 
 
TEMA: INTRODUÇÃO 
 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
 
andreroberto@smga.com.br 
Facebook: facebook.com/prof.andreroberto. 
 
 
 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS (continuação). 
 
 
Princípio da relativização o contrato - As relações obrigacionais são aquelas que nascem 
do contrato, com efeitos inter partes. Não pode, portanto, a priori terceiro sofrer efeitosdo contrato 
que não participou. 
 
Todavia, se o contrato tem função social a seguir, seus efeitos podem chegar a terceiros, 
mitigando o principio da relatividade do contrato. 
 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
Art. 436 do CC/02. 
 
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, 
ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar 
nos termos doart. 438. 
 
Podem as partes contratantes estabelecerem que sejam beneficiadas pessoas que não 
fazem parte do contrato. Adquirindo direitos a partir do direito do contrato sem ser parte 
contratante. 
 
 
 
Neste caso temos efeito contratual que foram além das partes, permitida pelo ordenamento 
desde o CC/16. 
 
O próprio prazo prescricional pode ser diferente entre os contratantes e o 3º beneficiário. 
 
Artigo 437 do CC/02. 
 
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a 
execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. 
 
Artigo 438 do CC/02. 
 
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, 
independentemente da sua anuência e da do outro contratante. 
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. 
 
Promessa de fato de terceiro – as partes contratantes ajustam como sendo obrigação de 
uma delas que um terceiro execute a tarefa. 
 
 Pode haver promessa de terceiro, se esse aceita ou não. Quem contratou a depender das 
normas irá se responsabilizar pelo não cumprimento. 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
Aplicando-se a regra gera do CC/02 – artigo 440 do CC/02. 
 
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter 
obrigado, faltar à prestação. 
 
 Se é uma obrigação de resultado, se o terceiro não anuiu irá responder por isso. 
 
Ex.: um grupo lançava financiamento imobiliário, que poderia ser financiado pela caixa 
econômica através de oferta originária, e a caixa não havia se manifestado. Quando o 
empreendimento foi lançado, por não se enquadrar a caixa não iria financiar. O STJ Condenou o 
grupo a suportar a obrigação nos mesmos moldes da caixa. 
 
Art. 439 do CC/02. 
 
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não 
executar. 
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo 
da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum 
modo, venha a recair sobre os seus bens 
 
Ex.: Marido celebra contrato com outra parte contratante prometendo vender determinado 
bem imóvel, se comprometendo em clausula específica a anuência da esposa, ficando previsto 
que se ela não anuir haverá multa prevista na restituição em dobro o preço contratado. 
 
A esposa não anui, significa que ele terá que restituir o preço contratado em dobro, e o 
negócio será anulado. Mas se o regime de bens todos os bens forem comum à responsabilização 
do marido seria responsabilização dela também, assim o artigo 439, PU do CC/02 retira a 
responsabilidade do marido quando isso vier causar prejuízo para o cônjuge não anuente. 
 
Contrato com pessoa a declarar - Art. 467 do CC/02. 
 
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar 
a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. 
 
Não é contrato específico, mas sim uma cláusula típica que se pode convencionar em 
contratos. Passou a ser uma cláusula típica. 
 
Neste caso se nomeia quem será o contratante. 
 
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do 
contrato, se outro não tiver sido estipulado. 
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma 
que as partes usaram para o contrato 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
O prazo de 5 dias é decadencial, assim, ultrapassado o prazo não terá mais o direito de 
nomear. 
Identidade de forma entre contrato e aceitação. 
 
Artigo 469 do CC/02 
 
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e 
assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado. 
 
O efeito é ex tunc como se o contratante originário nunca tivesse contratado nada. Se não 
fosse isso, estaria diante de cessão de contrato. A cessão do contrato é ex nunc, os direitos foram 
assumidos pelo contratante originário (cedente), e este transmite os direitos ao novo contratante 
(cessionário). 
 
 E quando esse terceiro assume existe a transmissão de direitos. Por outro lado, no contrato 
com pessoa nomeada, quando a pessoa aceita ser nomeada possui efeito ex tunc. E quem 
contratou sai desse contrato sem sofrer efeitos, neste sentido a possibilidade de nomeação desde 
que o nomeado tenha condições de solvência para cumprir. 
 
Um produz efeito da cessão e outro desde o início. 
 
Artigo 470 do CC/02. 
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: 
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; 
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação. 
 
A nomeação precisa ser eficaz para retroagir a data da celebração do contrato. 
 
Formação do contrato → artigo 427 do CC/02. Se forma tendo inicio através de tratativas a 
principio não obrigam, mas a partir que é feita uma proposta, que uma vez aceita se reputa 
celebrado o contrato. 
 
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da 
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
 
 Diferentemente ocorre no âmbito do CDC, toda forma de oferta suficiente precisa obriga o 
fornecedor que não poderá revogar a oferta senão em situações especiais que venham a constar 
nesta oferta. 
 
 A proposta no CDC normalmente pode ser revogada. 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
A oferta é publica e, portanto, tem destinatários indeterminado, a retratação desta oferta já 
teria que constar e somente teria efeito depois de publicada no mesmo meio que foi utilizado para 
dar a oferta. 
 
Ex.: Recentemente com empresa aérea fez circular oferta com valor em real, quando na 
verdade seria dólar, assim seria razoável o consumidor acreditar na oferta. 
 
Artigo 35 do CDC. 
 
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou 
publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; 
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente 
atualizada, e a perdas e danos. 
 
Se depois de encerrada a tratativa não houver o aceite, o proponente não está obrigado, 
desde que este não tenha se comprometido a aguardar. 
 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: 
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente 
a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; 
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficientepara chegar a resposta ao 
conhecimento do proponente; 
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; 
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente. 
 
 
Só vira contrato com a aceitação. 
 
Quanto ao momento de formação o código teria adotado a teoria da expedição – artigo 434 
do CC/02. 
 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: 
I - no caso do artigo antecedente; 
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
III - se ela não chegar no prazo convencionado. 
 
A doutrina contesta, pois ele precisa ser recebido. 
Ex.: Recebo proposta de contrato, aceito expedindo a resposta. Este contrato não precisa 
de aceite especial. Tenho comprovante de que a reposta foi expedida em 10/12/2014. No dia 
12/12/14 entra em vigor de lei nova, que altera as condições daquele tipo de mercadoria. A 
aceitação só foi recebida em 18/12/2014. O contrato será considerado celebrado no dia 
10/12/2014, aplicando a lei vigente a época. 
 
 
Contrato Preliminar 
 
Inicia-se nas tratativas e evolui-se na efetiva contratação, que só depois se confirma, se 
conferindo prazo mais elástico para que se permita as tratativas. 
 
Contrato preliminar já é contrato que cria obrigações efetivas para os contratantes, 
diferenciando-se das tratativas. 
 
O contrato preliminar é não solene, se aperfeiçoa pelo simples aceite. Artigo 463 do CC/02. 
 
 
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde 
que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a 
celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. 
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. 
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte 
inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da 
obrigação. 
 
 Pelo CC/16 um contrato preliminar somente poderia gerar perdas e danos. O direito de 
arrependimento era regra, não precisava de clausula expressa neste sentido. Pelo CC/02 o 
contrato passou a ter tutela específica, o direito de arrependimento passa a exigir clausula 
expressa nesse sentido. O contrato preliminar ganha importância que nunca havia tido antes. 
 
Mesmo assim, ainda quando haja clausula expressa em algumas situações ela será nula. 
 
 Ex.: Oferta que permita o arrependimento do fornecedor diante do consumidor. 
 
 O registro do contrato preliminar se justifica, pois no momento histórico esse contrato só 
existia no coso de compra e venda de imóvel que para ter força precisava ser registrado. 
 
 Anos mais tarde, na década de 90 o STJ afirma que o registro não é indispensável desde 
que os efeitos que queiram extrair seja inter partes. 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
Súmula 239 do STJ. 
 
STJ Súmula nº 239 - 28/06/2000 - DJ 30.08.2000 
Adjudicação Compulsória - Registro do Compromisso de Compra e Venda 
O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda 
no cartório de imóveis. 
 
 
Arts. 465 e 466 do CC/02. 
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo 
desfeito, e pedir perdas e danos. 
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, 
deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado 
pelo devedor. 
 
Pergunta-se: É admissível promessa de contrato gratuito? Por razões históricas em que a 
promessa não tinha força, entendia-se que o ato gratuito só seria válido e eficaz quando 
contratado em definitivo. Promoter doar e não doar, não traria consequências. 
 
A promessa de mera liberalidade não teria força como contrato. 
 
A doutrina se dividia, Caio Mario entendia que o contrato era válido, mas sem força 
executiva. Enquanto outra parte entendia que esse contrato era nulo. 
 
Na visão contemporânea a boa-fé cria deveres para o que se promete, criando 
responsabilidade pelo que diz, podendo haver responsabilização por quebra da boa-fé. 
 
Uma dizendo que é possível responsabilizar por perdas e danos quem promete e 
liberalidade, mas não cumpre. 
 
Outra corrente afirma que a liberalidade foi quando prometeu, dali para frente não seria 
mais liberalidade e sim obrigação. 
 
A jurisprudência adota aposição de que se considera válido, mas sem eficácia. O que vem 
sendo aos poucos mitigado, pois se o ato de liberalidade é aparentemente gratuito, o ato será 
vinculado e haverá responsabilidade. 
 
O contrato preliminar ganha contornos de segurança jurídica de que eu posso prometer e 
depois voltar a atrás. 
 
Artigo 417 do CC/02. 
 
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou 
outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação 
devida, se do mesmo gênero da principal. 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
As arras via de regra confirmam o negócio, não havendo direito de arrependimento. 
 
 
Art. 418 do CC/02. 
 
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-
as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e 
exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
 
Art. 419 do CC/02 
 
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as 
arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas 
e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização 
 
Quando se opta pela execução as arras ganham contorno compensação pela demora no 
caso do artigo 419, e no art. 418 pela resolução do contrato. A rescisão cabe à parte inocente. 
 
Art. 420 do CC/02. 
 
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou 
sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra 
parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a 
indenização suplementar. 
 
 Discute-se se este raciocínio se mostrar muito onerosa, essa questão não é pacífica, mas 
para fim de prova deve ser considerado os enunciados do CJF, em particular aquele que diz que 
as arras também poderão ser reduzidas por aplicação analógica do artigo 413 ao artigo 417 e 
seguintes. 
 
Enunciado 165 do CJF 
 
165 – Art. 413: Em caso de penalidade, aplica-se a regra do art. 413 ao sinal, sejam as arras 
confirmatórias ou penitenciais. 
 
 
 Não significa que o valor dado a título de sinal se parte inadimplente é aquela que recebeu 
o sinal. A ação do artigo 413 é minimizar a dobra. Restituir na forma simples é sempre garantido. 
Eventual controle estará sobre o equivalente. 
 
Arnaldo Rizzardo → em contrato preliminar o direito de arrependimento a ser exercido 
tardiamente pode ser considerado abuso de direito. Ainda que haja o exercício tardio do direito de 
arrependimento pode trazer danos, se mostrando contraditório a boa-fé. 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
 
 
DISCIPLINA:DIREITO CIVIL – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
MATÉRIA: INTRODUÇÃO 
 
Indicações de bibliográficas: 
 Direito esquematizado do Pedro Lenza e Carlos Roberto Gonçalves. Vol. 1. Editora saraiva. 
 Manual de direito civil, do Cristiano Sobral. 
 Manual de direito civil, da editora Gen. 
 Código civil interpretado conforme a constituição. Gustavo Tepedino, edi, tora renovar, vol. 1. Obra para 
completar o estudo. 
 Direito civil parte geral, prof. Fabio Azevedo, editora Lumen iuris. 
 Nelson Rosenvald, editora Juspodium 
 
Leis e artigos importantes: 
 ARTS. 199, 441, 442, 443, 444, 445, 446, 447, 455, 457 do CC/02. 
 Sumula 239 do STJ. 
 Enunciado 174 do CJF. 
 
Palavras Chaves: 
 Teoria geral dos contratos, elementos, evicção. 
 
 
TEMA: ELEMENTOS NATURAIS DO CONTRATO E EVICÇÃO 
 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
 
andreroberto@smga.com.br 
Facebook: facebook.com/prof.andreroberto. 
 
 
 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS (continuação). 
 
 
Elementos Naturais do Contrato: 
 
 Contrato comutativo e aleatório – contrato comutativo é oneroso, em que as 
prestações se equivalem presumidamente. 
 Vícios redibitórios no CC/02 – arts. 441 a 446. 
 
Vicio oculto – exigência de comportamento de boa-fé e diligente de ambas as partes. 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
Direito potestativo – redibição ou abatimento do preço. Arts. 441 e 442 do CC/02. 
 
O pedido pode ser cumulado com a perda e danos se houve má-fé do alienante (art. 443) 
 
No contrato gratuito não pode o beneficiário do contrato alegar que a coisa não 
corresponda com aquilo que esperava, pois ainda sim ele terá benefício, pois auferiu a coisa de 
forma gratuita. Se for estabelecido algum tipo de encargo poderá haver reclamação, caso 
contrário não. 
 
Artigo 445, §1º do CC/02. 
 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta 
dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, 
o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. 
§ 1
o
 Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do 
momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens 
móveis; e de um ano, para os imóveis. 
Artigo 443 do CC/02. Está sujeito a prazo decadencial e não precisa se verificar qualquer 
intenção do alienante, este está sujeito ao desfazimento do negócio. 
 
Se o pedido é de indenização por perdas e danos, significa que aquele vício foi capaz de 
gerar prejuízo intrínseco, o dano não é apenas o fato de ter pago coisa que não valia aquilo, mas 
sim que causou prejuízos extrapola os limites da coisa e atinge outros bens jurídicos do 
adquirente. 
 
Será preciso demonstrar que o alienante sabia do vicio e não alertou para que caiba perdas 
e danos. 
 
No CDC, como a responsabilidade do fornecedor é objetiva, o dever de indenizar por fato 
do produto decorre de responsabilidade objetiva, independe de culpa até para os fatos que 
extrapolam o preço da coisa. 
 
Artigo 444 do CC/02. 
 
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se 
perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
 
 Traditio brevi mano – se a coisa já está na posse do agente, não pode considerar a 
tradição real como termo inicial e sim a data da celebração do contrato. Nos demais casos levar 
em consideração a posse efetiva. 
 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta 
dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, 
o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 Após a tradição, poderá se ocorrer à descoberta do vício oculto, a natureza do prazo está 
no tipo de vício. Fato é que enquanto não descoberto o vício não se iniciará prazo para possível 
reclamação. 
 
Se o vicio não foi descoberto antes por negligência do adquirente haverá um prazo, não 
poderá mais reclamar. Se o vício não podia ser descoberto antes, o prazo iniciará com a 
descoberta do vício, que será um direito potestativo. Este direito confere a possibilidade de redibir 
o negócio ou de obter o abatimento proporcional do preço. 
 
Para cada um dos pedidos cabe uma ação edilícia, utilizada para vícios ocultos. Se o 
pedido na ação for para redibir a ação será a redibitória (desconstitutiva), enquanto se o pedido 
for de abatimento do preço a ação será estimatória ou quanti minoris (modificativa ou 
condenatória). 
 
Alguns autores entendem que a hipótese seria neste último caso haveria pedido 
indenizatório proporcional ao vício, cujo prazo seria decadencial a uma pretensão indenizatória. 
 
 O consumidor antes de propor a ação deve comunicar ao fornecedor a verificação do vício 
oportunizando ao fornecedor o reparo, e a propositura da ação só se dará se o vício não é 
reparado. Durante o período que o consumidor estiver aguardando o prazo fica suspenso. 
 
 No CC/02 não se estabeleceu esta lógica, pois nos contratos civis o alienante não tem 
estoque de peças, normalmente está ali fazendo uma alienação impar. A hipótese já seria de 
redibir o negócio ou de abater o preço. Assim, a comunicação ao alienante do vício não obsta a 
decadência. 
 
 Desta forma, se não propor a ação dentro do prazo legal irá perder o direito. existe 
somente uma hipótese em que a comunicação prévia se faz importante, no caso do artigo 446 do 
CC/02. 
 
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o 
adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob 
pena de decadência. 
 
 Se o vício for mínimo não caberá redibição, só é cabível quando a frustração é substancial, 
caso contrário só poderá acarretar o abatimento. 
 
 Prazo para a propositura da ação é decadencial, previsto no artigo 445, caput do CC/02: 
 
1. 30 dias para bens móveis. 
2. 1 ano para bens imóveis. 
 
Este prazo começa a contar, pela regra do caput, da tradição se o vício pode ser 
descoberto de imediato. Mas se o vício só possa percebido mais tarde, tal prazo só pode ser 
contado da descoberta. 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
O prazo de garantia → é de 180 dias para bens móveis e 1 ano para bens imóveis. Garante 
os vícios que se manifestarem nas relações civis. 
 
 Em que pese haver controvérsia a posição majoritária é de que o prazo decadencial 
precisa ter inicio na garantia, mas não precisa ficar dentro do prazo de garantia. 
 
Enunciado 174 do CJF da III Jornada de Direito civil. 
 
174 – Art. 445: Em se tratando de vício oculto, o adquirente tem os prazos do caput do art. 445 para 
obter redibição ou abatimento de preço, desde que os vícios se revelem nos prazos estabelecidos no 
parágrafo primeiro, fluindo, entretanto, a partir do conhecimento do defeito. 
 
 Se o adquirente for absolutamente capaz os prazos decadências não correm até que ele se 
torne maior, mas o prazo de garantia corre normalmente. 
 
Havendo garantia contratual, a legal só começa a correr quando a garantia contratual 
acabar. 
 
A garantia contratual obsta a garantia legal, o prazo para demandar não está correndo. 
Ainda sim a ação poderá ser proposta. 
 
Em se tratando de animal o prazo de garantia será estabelecido por lei especial, artigo 445, 
§2º do CC/02. Não havendo lei, o juiz atenderá primeiro do costume e na falta desteo uso da 
analogia. Isso ocorre pela tutela da confiança. 
 
No CDC se diferencia vício e defeito, diferentemente do CC/02 que os usa como 
sinônimos. 
 
No CDC a expressão vício se encontra atrelado ao dano intrínseco da coisa, enquanto a 
palavra defeito aparece como causa do acidente de consumo estando associado ao fato gerador 
do dano extrínseco. 
 
O defeito aparecer no fato do produto ou do serviço. 
 
 
EVICÇÃO 
 
Chama-se evicção a perda da coisa, por força da sentença judicial, que a atribua a outrem, 
por direito anterior ao contrato aquisitivo (Clóvis Boviláqua). 
 
Art. 447 do CC/02. 
 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a 
aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
 
 
 
 
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Concepção clássica: Caio Mário sustenta que evicção somente ocorre quando em virtude 
de decisão judicial que determina ao adquirente a entrega da coisa a terceiro em virtude de direito 
anterior à alienação. 
 
Divergentemente: Orlando Gomes e Arnaldo Rizzardo, apontam para a concepção mais 
ampla da expressão evicção, que contemplaria a garantia pela perda administrativa da coisa 
adquirida, respeitando-se a expectativa natural da contratação onerosa. 
 
 Ex.: Antônio adquiriu de boa-fé imóvel de Pedro. Aparentemente Pedro é dono da coisa, 
Pelo menos Antônio está convicto disso. Pedro em contrato se compromete a transferir o domínio 
do imóvel com o pagamento do preço. Pedro possui risco proveito, em razão deste haverá 
responsabilidade objetiva pelo proveito que auferiu. 
 
Tempos mais tarde aparece um terceiro (não há prazo máximo, desde que a evicção 
decorra de defeito na transferência do direito1 (só prescreve depois de transcorrido o prazo legal 
respectivo a contar da evicção, ou seja, depois de perder a coisa em juízo ou 
administrativamente)) e entra com ação reivindicatória. 
 
Quando o Antônio for citado pelo terceiro, ele deixa de ser possuidor de boa-fé. Vencendo 
o terceiro, ocorrerá a evicção, desde que não ocorra a usucapião. 
 
Art. 199, III do CC/02. 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
III - pendendo ação de evicção 
 
 Art. 450 do CC/02. 
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das 
quantias que pagou: 
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da 
evicção; 
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se 
evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 
 
 Nova MP as questões relativas a fraude, causas jurídicas de evicção deverão em parte na 
matricula do imóvel diminuiu a possibilidade de evicção. 
 
 
1
 Desde que não ocorra usucapião. 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 Artigo 457 do CC/02. 
 
 
 
 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
MATÉRIA: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
Indicações de bibliográficas: 
 Direito esquematizado do Pedro Lenza e Carlos Roberto Gonçalves. Vol. 1. Editora saraiva. 
 Manual de direito civil, do Cristiano Sobral. 
 Manual de direito civil, da editora Gen. 
 Código civil interpretado conforme a constituição. Gustavo Tepedino, edi, tora renovar, vol. 1. Obra para 
completar o estudo. 
 Direito civil parte geral, prof. Fabio Azevedo, editora Lumen iuris. 
 Nelson Rosenvald, editora Juspodium 
 
Leis e artigos importantes: 
 ARTS. 424, 448, 449, 455, 456, 457, 472 do CC/02. 
 Sumula 293 do STJ. 
 Enunciado 29 do CJF. 
 Art. 51 do CDC. 
 
Palavras Chaves: 
 Teoria geral dos contratos, evicção, denunciação, cessão. 
 
 
TEMA: EVICÇÃO 
 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
 
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 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS (continuação). 
 
EVICÇÃO 
 
(continuação) 
 
Requisitos: 
 
 Perda total ou parcial da coisa (propriedade ou posse); 
 Sentença judicial (ou ato administrativo); 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 Onerosidade da aquisição (contratos onerosos); 
 Vício do direito transmitido, anterior à alienação; 
 Denunciação da lide (art. 456 do CC/02). 
 
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e 
a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá 
somente direito a indenização. 
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o 
alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. 
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da 
evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos. 
 
 
Se a cessão do direito é onerosa o adquirente tem direito a responsabilizar o alienante 
ainda que ele não tenha culpa. Se a cessão for gratuita, só haverá responsabilidade do cedente 
se a cessão for dolosa. 
 
Aquisição onerosa em hasta pública, o fato precisa ser anterior a alienação. Se o fato que 
gerou o enfraquecimento do direito for superveniente não tem como responsabilizar o alienante. 
 
Para o STJ atualmente o a denunciação da lide seria um requisito acidental e não 
essencial. A denunciação da lide não tem sido considerada como obrigatória pelo STJ. 
 
A denunciação da lide neste caso, permite que o adquirente com base no mesmo título 
judicial regresse contra o alienante. Se ele não aceitou a denunciação não poderá questionar o 
título que deu origem a eventual regresso. 
 
Se o alienante não tiver sido chamado em denunciação haverá garantia, mas o titulo não 
será oponível ao alienante, devendo haver outro processo. 
 
A doutrina defendia que a denunciação da lide neste caso seria obrigatória sob pena de 
caducidade, sob pena de ocorrer a perda da garantia. Neste sentido Caio Mário, Alexandre 
Câmara. 
 
Artigo 456 do CC/02. 
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o 
alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. 
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da 
evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos. 
 
Denunciação da lide – importaria decadência ou somente obrigaria a propor ação 
autônoma a fim de obter a respectiva indenização? 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
 
Ação de Locupletamento indevido visa apenas rever aquilo que se pagou para outro tipo de 
responsabilidade haveria a necessidade de demonstrar dolo ou culpa. Haveria ação com 
parâmetros indenizatório diferentes. 
 
Autores contemporâneos entendem que é a denunciação da lide é indispensável (Arnaldo 
Rizzardo). 
 
O STJ segue outra corrente, que a ausência de denunciação somente traria ineficácia da 
coisa julgada ao alienante. Como a sentença não tem efeito contra o alienante, exigiria-se ação 
nova, quando o resultado não seja igual. 
 
Possibilidade de denunciação de qualquer dos alienantes anteriores (art. 456 do CC/02).Inova o legislador ao permitir que o evicto denuncie a lide ao alienante anterior ou a 
qualquer dos anteriores, evitando a necessidade de que se estabeleça a regra do art. 73 do CPC, 
que importa intimação sucessiva de alienantes até que se chegue ao responsável pela aquisição 
viciada. 
 
O CDC responsabiliza todos que estão na cadeia de consumo, assim como havendo 
evicção, os que estão na cadeia de transmissão, pode haver denunciação a qualquer um da 
cadeia. 
 
1ª Corrente: vislumbra uma denunciação per salto, excepcionalmente introduzida pelo 
direito brasileiro pelo artigo 456, que teria conteúdo misto de direito material e 
processual ao mesmo tempo. Cujo fundamento seria a celeridade e economia 
processual, a fim de aumentar margem de segurança; 
2ª Corrente: por outro lado parte da doutrina entende que o disposto no artigo 456 não 
seria autoaplicável, esse dispositivo ficaria dependente de alteração na legislação 
processual, sem este teria de haver denunciação sucessiva. (não usar em prova 
objetiva). 
3ª Corrente: Fundamenta o artigo 456 na função social do contrato e considera uma 
hipótese de tutela externa, em que o adquirente de boa-fé pode responsabilizar 
qualquer um que participou da cadeia anteriormente. Desta forma, estabelecendo a 
solidariedade com fulcro na função social, poderia haver a denunciação direta a 
qualquer um deles. 
 
Enunciado 29 da I Jornada de Direito Civil. 
 
29 - Art. 456: a interpretação do art. 456 do novo Código Civil permite ao evicto a denunciação direta de 
qualquer dos responsáveis pelo vício. 
 
 
Tem-se entendido na jurisprudência que embora a alienação forçada se dê por uma 
decisão do estado, a responsabilidade não será do Estado. Esta responsabilidade deve ser 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
auferida a quem tirou proveito, exequente, credor, e eventualmente o devedor executado quando 
houver saldo remanescente. 
 
Na hipótese de credor com garantia real e promove a venda forçada da coisa, nestas 
situações ficará caracterizada a responsabilidade de quem promoveu os atos alienatórios. 
 
 
 
 
Cláusulas Especiais: 
 
 Cláusula de reforço 
 Diminuição 
 Exclusão da garantia. 
 
Art. 448 do CC/02. 
 
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela 
evicção. 
 
Nos contratos de consumo não se pode obrigar o vulnerável a renunciar o direito de 
evicção. Assim é nula esta cláusula retirando, impondo renuncia antecipada de garantia. 
 
 
Artigo 51, I do CDC e art. 424 do CC/02. 
 
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do 
aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
 
 
 Para evitar que o vulnerável seja obrigado a renunciar, é nula esta cláusula, que pode ser 
declarada em tese a qualquer momento. 
 
Se o contrato é simétrico, paritário, essa clausula é permitida, aceitando o risco de eventual 
evicção, o que é abusivo é que isso seja imposto ao vulnerável, mas não é em contratos 
paritários. 
 
Cláusula de exclusão Geral - A questão é saber se havia conhecimento dos vícios, ou dos 
riscos. Esta cláusula não informa qual o risco, não diz qual é a causa jurídica ao qual está exposto 
o adquirente. Assim qualquer causa de evicção serviria. 
 
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o 
evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele 
informado, não o assumiu. 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
Cláusula de exclusão especial - exclui risco específico. Neste caso o alienante está 
informando ao adquirente que existe risco específico. Se ele aceitar, não será ele adquirente de 
boa-fé para fins de responsabilidade. O contrato para o adquirente será de risco. 
 
Ex.: Venda de terreno invadido por algum tempo, vende o bem informando que está 
acontecendo. O adquirente só perde tudo com relação ao risco que foi informado. 
 
Quando se tratar de contratos de consumo ou adesão, esta cláusula poderá ser nula, a não 
ser que o consumidor seja pessoa jurídica e esta cláusula se justifique. 
 
Uma clausula que reforça garantia, mesmo sendo incluída em contrato de consumo, por 
ser benéfica não trás polemica, já que admitida em ambas as relações. 
 
Art. 457 do CC/02. 
 
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
 
 
 Extinção do Contrato 
 
 
 
Sendo o contrato fonte de obrigações de forma normal de extinção do contrato é a mesma 
da extinção das obrigações, ou seja, com o adimplemento. Satisfeita as obrigações o contrato 
estará extinto. 
 
A boa-fé passou a reger a relação de credor e devedor, o adimplemento passou a significar 
a satisfação das expectativas legitimas. Podendo ser feito inclusive de forma diversa do 
estipulado no contrato. 
 
 Mesmo havendo cumprimento do contrato, pode haver quebra contratual, quando não 
houver cumprimento das legitimas expectativas. 
 
 
 
Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
Artigo 472 do CC/02. Trata das formas anormais de extinção, das situações em que antes 
do contrato ter sido completamente adimplido ele foi extinto. 
 
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. 
 
 Contrato de duração → A execução se dá no momento diverso da contratação. 
 Contratos de execução imediata → são contratos que se extinguem em ato continuo 
a contratação. As duas partes realizam as suas prestações no momento em que 
realizam, celebram o contrato. 
 Contrato de duração diferida → a prestação será paga de uma vez em momento 
futuro. 
 Contrato de prestação continuada → haverá a necessidade como devedor de 
realizar vários pagamentos. Até que alcance o integral adimplemento. 
 Contratos de execução parcelada/fracionada → a prestação é única, mas por ser 
divisível é licito as partes ajustarem cumprimento parcelado. A sinalagma contratual 
é a coisa como um todo que equivale a um preço como um todo. 
 
Diferente da relação de trato sucessivo → neste trato significa que serão devidas 
várias prestações sucessivas, mas cada qual é uma prestação. A sinalagma nos 
contratos de trato sucessivo, se dá prestação a prestação, e não pelo todo do 
contrato. Há satisfação periódica e cumprimento de obrigação. Periodicamente deve 
uma nova prestação. 
 
Ex.: Contrato de aluguel. 
 
Qualquer efeito resolutório operará para o futuro e não para o passado. A ruptura ocorre 
deste momento para frente. 
 
No caso de leasing (arrendamento mercantil), pois arrendamento é locação, mas o 
arrendamento mercantil é locação com opção de compra. Assim existe para o arrendatário a 
opção de substituir pela coisa nova, exercer o direito de compra pagando resíduo. 
 
No caso de leasing financeiro a instituição financeira atua como intermediária da obrigação, 
ela não é a dona da coisa. A questão é que ela visa o lucro com a operação. 
 
Quando o mercado brasileiro passou a adotar o VRG (valor residual garantido) que seria 
pago antecipada, não há mais a opção de compra, já estaria sendo exercido a compra e venda. 
Assim deveria se observar o todo no caso de não cumprimento. O STJ em primeiro momento 
entendeu que o pagamento antecipado pelo VRG desnaturaria o leasing e se transformaria em 
compra e venda a prazo. 
 
Tempo depois o STJ cancelou a súmula, passando a dizer que o simples pagamento 
antecipado do VRG não desnaturaria o leasing contanto que ainda se conservasse a opção de 
compra. 
 
 
Matéria: DIREITOCIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 
O que se paga mensalmente a titulo de arrendamento não se confunde com as parcelas a 
titulo de VRG, que deveriam ser restituídas no caso do não exercício da opção do compra, ou 
ainda pelo descumprimento do contrato. 
 
Súmula 293 do STJ. 
A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento 
mercantil. 
 
O STJ passou a entender que o VRG é valor de retorno garantido, seria o valor mínimo de 
retorno garantido. De modo que se rescindido o contrato o valor do bem auferido com a sua 
revenda em caso de rescisão, este valor é somado às parcelas de VRG já pagas, se este total for 
igual ao VRG contratado não será devolvido. Se o valor for maior que o VRG contratado haverá 
devolução do saldo. 
 
Resilição → causa imotivada 
Resolução → causas motivadas, existe justa causa para resolução. Pode ser o 
inadimplemento, desequilíbrio contratual irrecuperável. 
 
 
 
 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO (andreroberto@smga.com.br) 
MATÉRIA: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
Indicações de bibliográficas: 
 “Direito Civil Esquematizado”, do PEDRO LENZA e CARLOS ROBERTO GONÇALVES. 
 “Manual de Direito Civil”, do FLÁVIO TARTUCE. 
 Acompanhar os informativos do STJ e do STF. 
 Cursos Completos (“coleções”) do CARLOS ROBERTO GONÇALVES, PABLO STOLZE, 
NELSON ROSENVALD, FLÁVIO TARTUCE. 
 Livro do FÁBIO AZEVEDO (bem aprofundado na Parte Geral do Direito Civil). 
 “Código Civil interpretado conforme a Constituição”, coordenado por TEPEDINO (Editora 
Renovar). 
 
Leis e artigos importantes: 
 Artigos 395; 472; 473, 474; 475; 685, 927, p.ú., todos do CC/02. 
 Art. 4º, da Lei 8.245/91 
 Súmula 335, do STJ. 
 
Palavras-chave: 
 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS. 
 
TEMA: EXTINÇÃO DOS CONTRATOS 
 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
 
 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
 
 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS 
 
 A extinção dos contratos (artigos 472 até 480, do CC/02) é um tema que concentra o foco 
nas hipóteses anormais de extinção dos contratos, pois a forma normal de extinção do contrato é 
o adimplemento – extingue-se o contrato de maneira natural/ normal. 
 
 Extinção Normal  Ocorre com o pagamento (execução). 
 Vale lembrar que, dependendo do tipo de contratação, essa extinção pode ser: 
 Instantânea (ou imediata) ou, 
 De duração diferida (ou retardada) ou, 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 De duração continuada (ou de trato sucessivo). 
Ex: contratos de prestação a prazo ≠ dos contratos que são de trato sucessivo e que 
importam em prestações que podem ser consideradas de forma independente. 
 
 Extinções Anormais 
(1) Causa anterior: anulação, redibição. 
(2) Causa superveniente: resilição, resolução. 
 
- Extinção anormal do contrato por causas anteriores à contratação: 
 Além das extinções anormais que tenham como fundamento uma causa anterior à 
contratação (causa originária da formação do contrato), como: erro, dolo, estado de perigo, 
coação, fraude contra credor, lesão ou vício redibitório, existem também as extinções 
supervenientes à contratação. 
 
- Extinção anormal do contrato por causas supervenientes à contratação: 
 Ocorre após a contratação: 
 Ou porque invoquei uma causa jurídica originária; 
 Ou eu estou extinguindo o contrato agora, já no curso de sua duração, e olhando para 
uma causa nova, uma causa que surgiu durante a sua execução (são as causas 
supervenientes, que vão motivar a extinção). 
 
- Resilição  Quando não existir justa causa. Ou seja, a decisão superveniente, de 
ambas as partes ou de uma delas, sem a necessidade de justa causa, opta pelo fim do 
contrato. 
 
- Resolução em sentido estrito  Vai significar a extinção motivada, isto é, aquela que 
exige, como requisito lega, justa causa. 
 
 RESILIÇÃO 
 
 Resilição Bilateral: 
 Distrato – art. 472, do CC/02. 
 
 
 
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 Resilição Unilateral: 
 Denúncia – art. 473, do CC/02 
 Revogação 
 Renúncia 
 Resgate. 
 
 DISTRATO 
- Art. 472, do CC/02: 
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. 
 A resilição bilateral é fruto do consenso. 
 Assim sendo, aquele mesmo consenso que uniu as partes no contrato, é o consenso que 
agora orienta as partes ao fim antecipado do contrato. 
 PORTANTO, no caso do art. 472, do CC/02 exige-se os mesmos requisitos para a 
formação do contrato, tais como a função social do contrato e a boa-fé objetiva, por exemplo. 
 
:: Obs :: Pegadinha do art. 472, do CC/02. 
 
 Pegadinha  Se lermos esse dispositivo rapidamente, podemos chegar à equivocada 
conclusão de que o distrato tem que se fazer pela mesma forma do contrato. Mas não é isso 
que o legislador disse! 
 Mas sim que o distrato se faz pela mesma forma exigida para contratar. Logo, se a Lei 
não exige forma especial para contratar, a Lei também não exige forma especial para 
distratar. 
 
 DENÚNCIA – art. 473, do CC/02 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera 
mediante denúncia notificada à outra parte. 
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido 
prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos 
 
 Enquanto que no distrato, ambas as partes concordam que o contrato não mais lhe 
interessam e tomam essa decisão consensual, na resilição unilateral, é direito potestativo de 
 
 
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uma delas decidir pelo fim do contrato e sujeitar a outra parte, ainda que contra a sua vontade, ao 
término desta relação. 
 
 Em alguns tipos de contratos, essa denúncia recebe outra denominação, tais como: 
 Revogação (de mandato), 
 Renúncia de poderes, 
 Resgate da garantia. 
 
 Como não precisa de motivação expressa, muitas vezes essa denúncia é chamada de 
denúncia vazia (Ex: no contrato de locação). 
 
- Art. 473, do CC/02: 
Art. 473. A RESILIÇÃO UNILATERAL, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, 
opera mediante denúncia notificada à outra parte. 
 Qual é a regra? A regra é não permitir. 
 Se a Lei não disser nada e se o contrato também não mencionar e se a natureza da 
relação não for compatível com a denúncia (para se dizer que é implícita) = não cabe 
denúncia (porque a regra é não caber). 
 
# Em que situações seria implícita a denúncia? Qual o tipo de contrato que, por sua natureza, 
considera implícita a possibilidade de resilição unilateral? 
R: Contratos de trato sucessivo por prazo indeterminado. 
 
:: Obs :: Nem todo contrato de trato sucessivo por prazo indeterminado permitirá denúncia, 
embora esta seja uma característica normal deste tipo de contratação. 
 Isso porque em alguns casos, a ordem pública reclama a continuidade da contratação, 
à revelia da vontade do contratante. E, nestes casos, a Lei cogente veda a denúncia. 
 
Ex.01: Contrato de Plano de saúde individual ou familiar. 
 
Ex.02: Lei de Locação de imóveis urbanos (Lei 8.245/91) prevê a renovação automática por prazo 
indeterminado das locações que, tendo chegado ao fim do prazo inicial, não sejam imediatamente 
rescindidas (então, vai prorrogar automaticamente por prazo indeterminado). 
 
 
 
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 Além dos contratos de trato sucessivo por prazo indeterminado, também é implícito 
(natural) ao contrato que seja baseado na confiança (caráter intuito personae), que possa 
ocorrer a denúncia, salvo quando a Lei ou o próprio contrato estabeleça em contrário. 
 
Ex.01: O mandato, em que o mandatário passa a defender os interesses do mandante, é um 
contrato baseado na confiança e é naturalmente implícito ao mandato, o poder de revogar, bem 
como, por parte do mandatário, a oportunidade de denúncia. 
 Ali, no art. 685, a Lei expressamente diz que, em que pese o contrato de mandato 
admitir, normalmente e implicitamente, a revogação, neste caso do art. 685, a 
revogação não surtirá nenhum efeito! 
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá 
eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado 
de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, 
obedecidas as formalidades legais. 
 
Ex.02: Contrato de sociedade de pessoas, que tenha como elemento essencial a affectio 
societatis (a necessidade de ter uma afeição entre os sócios, a manutenção de um estado de 
confiança entre os sócios, que permitiria a continuidade desta sociedade). 
 
## O fato de ser direito potestativo de extinguir a relação contratual, expressamente previsto em 
Lei, ou implicitamente permitido por ela, isso significa que não terá nenhuma consequência 
patrimonial para quem denuncia? 
 
Ex.01: O art. 4º, da Lei 8.245/91 prevê que o locatário pode, a qualquer tempo, denunciar a 
locação. Ele pode, porque é o mais vulnerável na relação (porque precisa mais do bem, enquanto 
o locador tem interesse apenas econômico, e ele pode lucrar com outro locatário). 
 O locatário pode denunciar até o prazo determinado do contrato. Só que se ele denunciar a 
locação no prazo do contrato, ele prejudica o locador, quanto às suas expectativas de fruição dos 
aluguéis e o próprio art. 4º, prevê multas! 
 
Ex.02: Representação Comercial. 
 
Ex.03: Contrato de Trabalho, permite denúncia (tanto do empregador quanto do empregado). E 
o empregador, quando denuncia sem justa causa, ele estará sujeito à multa (40% sobre o valor 
depositado no FGTS). 
 
:: Obs :: O problema são os contratos que não têm Lei regulando expressamente a existência 
de uma penalidade e onde as partes tenham convencionado que a denúncia poderia se dar a 
qualquer momento sem nenhuma penalidade ao denunciante. 
 
 
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Ex.01: Contrato de Distribuição. 
 Caso concreto de jurisprudência >> Uma empresa brasileira é contratada para ser 
distribuidora exclusiva, no Brasil, de um produto estrangeiro. O Mercado Nacional não tem aquele 
produto sendo comercializado, o que obriga o distribuidor nacional a construir um mercado, a 
investir em marketing, a investir em logística, para construir um mercado para o produto. 
 Acontece que o Fabricante estrangeiro denunciou este contrato, pelo prazo de 60 dias. 
 Denunciou o contrato dizendo que, a partir do dia tal o distribuidor não estaria mais 
autorizado a vender os seus produtos e a distribuição estaria encerrada, e dizendo que 
eles venderiam diretamente no mercado nacional. 
 Então, a empresa distribuidora brasileira ingressou em Juízo (ajuizou ação judicial) 
dizendo que, apesar do contrato não prever a possibilidade de multa ou de uma 
antecedência maior de aviso, fato é que a relação entre as partes justificava o 
grande investimento que a empresa nacional fez. 
 E o Poder Judiciário (STJ) reconheceu o direito a esta indenização, mesmo não 
estando prevista no contrato e mesmo não sendo previsão expressa na Lei. 
 Art. 473, parágrafo único, do CC/02: Fala disso de forma genérica. 
Art. 473, Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito 
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois 
de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
 
Ex.02: Contrato de Locação não residencial por prazo indeterminado. 
 O locatário sabia que existia essa cláusula de renúncia antecipada pelas benfeitorias que 
ele fizesse no imóvel e sabia também que o locador poderia rescindir unilateralmente o contrato a 
qualquer tempo. TODAVIA, por já estar há mais de 10 anos no imóvel e por ter uma ótima relação 
com o locador, o locatário confia de fazer uma reforma ampla e profunda no imóvel, para 
melhoria do ponto comercial. E o locador, consultado previamente, autoriza a obra. 
 Depois que o locatário acaba as obras, o locador denuncia o contrato e dá o prazo de 30 
dias para o locatário sair do imóvel. 
 Em que pese o contrato prever essa denúncia e em que pese não existir direito de 
indenização pelas benfeitorias, houve violação à boa-fé e exercício abusivo do direito (não 
poderia, o locador, ter autorizado a obra, se o propósito era denunciar o contrato). 
 Portanto, ainda que não tivesse má-fé pelo locador (no momento em que autorizou a obra), 
a denúncia feita neste momento é colidente com a boa-fé, porque não respeita o que o outro fez 
de boa-fé. Então, a locação deveria continuar por um prazo maior ou deveria indenizar a 
benfeitoria, pelo menos com base no art. 473, p.ú., do CC/02. 
 
 
 
 
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 RESOLUÇÃO 
É a chamada Resolução por justa causa, resolução motivada. 
 A resolução pode ser motivada por (i) fatos externos ou por (ii) fatos internos do 
contrato. 
 
- Resolução por fatos externos (caso fortuito ou força maior) 
 Normalmente, a resolução por fatos externos isentam de responsabilidade os contratantes, 
cabendo tão somente a restituição de valores, a fim de se evitar enriquecimento sem causa. 
 O fato externo (caso fortuito ou força maior) pode se tornar fato interno e gerar 
responsabilidade nos casos em que a Lei, o contrato ou a natureza da obrigação assumida 
ensejar. 
 
[ 1ª hipótese ] A Lei expressamente atribuiu responsabilidade pelo risco do 
empreendimento, independente de vontade: Ex: Contrato de consumo. 
[ 2ª hipótese ] O contrato prevê: Ex: Contrato de comodato entre 02 particulares, 
não empresários. 
 Se o comodatário aceita a cláusula contratual que o responsabiliza pelo perecimento do 
bem, independente de culpa, o roubo do carro, por exemplo, será de responsabilidade do 
comodatário, que deverá responder pelas perdas e danos, ainda que não houvesse culpa. 
 Isso é possível? Sim, art. 393, do CC/02. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos 
não era possível evitar ou impedir. 
## ATENÇÃO: Não confundir com os outros comodatos que são inerentes a outros 
tipos de negócios econômicos, fornecidos no âmbito das relações de consumo, que seria 
abusivo! 
 
[ 3ª hipótese ] Natureza da obrigação assumida importar numa solução 
contrária: 
 O art. 927, p.ú., do CC/02: fala das atividades que impõem riscos para os direitos de 
outrem, sem dizer se a relação seria ou não contratual, e coloca nas mãos do juiz definir, no caso 
concreto, se a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
Art. 927, Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do 
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
- ENTÃO: 
Existe a resolução por impossibilidade não culposa e não inserida (inerente) no 
risco  acarretando uma resolução sem perdas e danos. 
 
Ao contrário, existe a resolução por inadimplemento, que decorre da inutilidade 
ou da impossibilidade da obrigação (que devem estar fundadas em culpa, no 
caso de ser subjetiva a responsabilidade/ ou fundadas no risco, no caso de fortuito 
interno, no caso de responsabilidade objetiva – seja por força de Lei, do contrato ou 
em razão da natureza da atividade)  acarretando a Resolução com a conversão 
em perdas e danos. 
 
 Resolução por inadimplemento, que decorre da inutilidade ou da impossibilidade da 
obrigação (art. 474, do CC/02): 
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação 
judicial. 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir 
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
 
- Art. 475, do CC/02: 
 Caberá perdas e danos, porém em situações distintas: 
 Porque se eu for executar o contrato, estou tratando a situação como mora = e as 
perdas e danos incidem em razão da mora. 
 Se eu estou optando pela resolução do contrato eu estou tratando a questão como 
inadimplemento absoluto, estou dizendo que este contrato não me interessa mais = e, 
por isso, eu abro mão da prestação para preferir ser indenizado. 
 
- art. 395, p.ú., do CC/02: 
Art. 395, Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá 
enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
- Art. 475, do CC/02: 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir 
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
 Mas o art. 395, p.ú., coloca a expressão “inútil”  “Se a prestação se tornar inútil em razão 
da mora”. Então, a parte inocente, lesada pelo inadimplemento, não poderá escolher a 
resolução quando isto não se mostre compatível com os parâmetros de utilidade do 
negócio. 
Ex: Inadimplemento mínimo. 
 Não cabe a resolução diante do adimplemento substancial  Extrai-se esse 
entendimento da leitura combinada do art. 475 + art. 395, p.ú., ambos do CC/02. 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO (andreroberto@smga.com.br) 
MATÉRIA: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
Indicações de bibliográficas: 
 “Direito Civil Esquematizado”, do PEDRO LENZA e CARLOS ROBERTO GONÇALVES. 
 “Manual de Direito Civil”, do FLÁVIO TARTUCE. 
 Acompanhar os informativos do STJ e do STF. 
 Cursos Completos (“coleções”) do CARLOS ROBERTO GONÇALVES, PABLO STOLZE, 
NELSON ROSENVALD, FLÁVIO TARTUCE. 
 Livro do FÁBIO AZEVEDO (bem aprofundado na Parte Geral do Direito Civil). 
 “Código Civil interpretado conforme a Constituição”, coordenado por TEPEDINO (Editora 
Renovar). 
 
Leis e artigos importantes: 
 Artigos 157; 187; 474; 475; 477; 478; 479; 480, todos do CC/02. 
 Art. 6º, V, do CDC. 
 Enunciados 169; 175; 176; 365; 436; 437, do CJF. 
 
Palavras-chave: 
 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS. RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO. DO 
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES: VISÃO TRADICIONAL E VISÃO ATUAL. 
EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO. ADIMPLEMENTO IMPERFEITO. 
CLÁUSULA SOLVE ET REPETE. RESOLUÇÃO POR EXCESSIVA ONEROSIDADE 
SUPERVENIENTE. 
 
TEMA: EXTINÇÃO DOS CONTRATOS: RESOLUÇÃO 
 
PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO 
 
 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
 
 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS 
 (continuação) 
 
 RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO: 
 A resolução por inadimplemento deve ser baseada num inadimplemento significativo, 
que possa ser absoluto, não no sentido de inadimplemento total, mas sim inadimplemento tão 
substancial, a ponto de retirar a utilidade da prestação. 
 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 INADIMPLEMENTO 
 
<< Conceito tradicional >> O inadimplemento consistia no não cumprimento da 
prestação no momento estabelecido. Era a ideia de inexecução daquela prestação no momento 
determinado contratualmente (violação negativa). 
 
<< Transformação na concepção contemporânea >> Não alcançar as legítimas 
expectativas (insatisfação). Portanto, a insatisfação do credor quanto às suas expectativas 
legítimas é que vai caracterizar, hoje, a ideia de inadimplemento. 
Ex: Num contrato de prestação de serviços foi ajustado um valor mensal de 5 mil reais. Vigência 
do contrato determinado (03 anos) e esse contrato em cláusula de reajuste anual pelo IGPM. 
 O tomador do serviço pagou, durante os 03 anos, apenas 05 mil reais. Ou seja, o 
pagamento foi feito sem reajuste durante todo o tempo de duração do contrato. 
 O prestador de serviços recebeu os valores mensais, sem apontar qualquer diferença que 
deveria ser paga (não pleiteou, durante o prazo do contrato, os reajustes devidos). 
 Mas o contrato não foi cumprido da forma como foi expressamente estabelecido. Houve, 
portanto, uma inexecução parcial do contrato  O contrato foi realizado em parte, 
porque não houve o reajuste. 
 Então, existe, de fato, uma diferença não paga = que seria o inadimplemento, porque o 
contrato não foi executado no momento, no modo e lugar devidos. 
 Todavia, por influência da boa-fé, não podemos dizer que esse credor tivesse 
interesse legítimo de receber essa diferença, já que ele nunca contestou esse valor, 
fazendo com que o tomador acreditasse, pelo comportamento reiterado, de que o valor de 
5 mil reais continuava a remunerar satisfatoriamente o serviço. 
 O prestador de serviço, ao não reclamar que o pagamento estava sendo feito a menor (que 
faltava incluir os reajustes) permitiu que o tomador do serviço acreditasse que o valor pago 
foi satisfatório, de forma que não caberia o pagamento dos reajustes. 
 Esse contrato foi quitado, embora não tenha sido efetivamente/ integralmente cumprido 
(pela literalidade do contrato). Assim, alcançou as expectativas que o credor, 
legitimamente, demonstrou ter tido. 
 
 Por outro lado, pode acontecer o inverso: a prestação é executado integralmente nos 
moldes do que está escrito no contrato e, todavia, a prestação não satisfazer ao credor, 
naquilo que seriam as suas legítimas expectativas. 
Ex (caso concreto): O canil encomenda uma grande quantidade de rações, cujo prazo de validade 
é de 06 meses. Não foi estabelecido, no contrato, que o prazo de validade de 06 meses 
começasse a contar depois da entrega das rações e nem é obrigatório o fornecedor de produtos 
tem que fornecer o produto no 1º dia que começar a validade. 
 
 
Matéria: Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos – Prof: André Roberto 
 Fato é que a distribuidora entregou a quantidade de ração contratada, mas essas rações 
estavam a 03 dias do término de sua validade. 
 Como a quantidade era substancial e o fornecedor tinha como saber disso (pela 
quantidade, teria como ele saber que não seria para consumo imediato), e como ele sabia 
que o adquirente desses produtos (o tomador) não teria como consumi-lo dentro do prazo 
restante de validade, este fornecedor frustra as legítimas expectativas do outro 
contratante, naquilo que era razoável supor. 
 
 Do Inadimplemento das Obrigações 
 
[ Visão Tradicional ] 
- Critério da Utilidade: 
 InadimplementoAbsoluto  É aquele que autoriza a resolução. 
 Inadimplemento Relativo  É aquele que conserva o vínculo. 
Ex: O Mercador de Veneza. 
 Na obra “o mercador de Veneza”, há um momento em que diante do inadimplemento da 
dívida, perante o agiota, o devedor seria penalizado (porque previsto em contrato), com a 
retirada de 01 libra (peso) de carne do seu coração. 
 Ocorre o inadimplemento e o credor opta pela multa. 
 Um terceiro, para evitar o cumprimento da multa, se oferece para pagar a dívida pelo dobro 
de que era devido. 
 Mas o credor diz que, como estava previsto, no contrato válido, que ele poderia exigir a 
multa no caso de inadimplemento, não poderia ser ele obrigado a receber a prestação 
tardia, ainda que em dobro. 
 Então, veja que não tem nenhum critério de utilidade, pois a prestação em dobro atenderia 
mais que satisfatoriamente os interesses legítimos desse credor, mas ele preferia optar 
pela morte do devedor (ao lhe retirar 01 libra do seu coração). 
 Então, esse comportamento exagerado era permitido na visão tradicional  “Eu 
posso fazer cumprir com o determinado no contrato, sem ter que fornecer maiores 
justificativas, exercendo o meu direito, quase que de forma absoluta”. 
 
- Critério Quantitativo: 
 Inadimplemento Total  Quando nada for pago. Isso não significa que o credor não 
tenha interesse em receber. 
 
 
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 Inadimplemento Parcial  Significa que apenas parte não foi pago. Ou seja, faltou o 
pagamento apenas em parte. O inadimplemento parcial não significa que, 
necessariamente, a hipótese seja de simples mora. 
 
- Critério Temporal: 
 Envolve a figura da simples Mora  
 O devedor = resolve purgando a mora. 
 O credor = resolve pela execução forçada. 
 
[ Visão Atual ] O inadimplemento é classificado de forma mais ampliada : 
 
- Critério Qualitativo: 
 Inadimplemento absoluto e relativo. 
 Inadimplemento substancial *; 
 Inadimplemento mínimo **. 
 
- Critério Temporal: 
 Mora; 
 Inadimplemento Antecipado ***; 
 Responsabilidade pós-contratual ****. 
 
* Inadimplemento substancial 
 Considera a questão na perspectiva do copo quase cheio. O critério não é somente 
quantitativo, até porque a questão do inadimplemento substancial tem a ver com a substancial 
satisfação dos interesses do credor. 
 Caracterizado o adimplemento substancial, torna-se abuso de direito invocar a cláusula 
resolutiva, seja ela tácita ou expressa. 
 
 
** Inadimplemento mínimo 
 Trabalha no sentido oposto, na perspectiva de que o copo está pouco vazio. 
 
 
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 O inadimplemento mínimo leva em consideração que aquilo que não se cumpriu é 
insignificante perto do todo contratual e, portanto incapaz para frustrar a relação 
contratual. O inadimplemento mínimo não é justa causa para se invocar a cláusula resolutiva. 
 
*** Inadimplemento Antecipado 
 Deve ser entendido como uma situação de frustração substancial das expectativas 
legitimas antes do vencimento. 
 Na visão contemporânea, onde o inadimplemento está relacionado à frustração de 
expectativas, pode ser que o comportamento da outra parte permita antever que haverá 
frustração substancial do contrato, sem precisar do vencimento para saber disso. 
 Portanto, o inadimplemento antecipado autoriza a parte inocente, a invocar a 
cláusula resolutiva antes do vencimento. 
 
## ATENÇÃO  Não confundir com denúncia (resilição unilateral), pois esta nem sempre é 
admitida e, muitas vezes, quando admitida enseja perdas e danos. 
- Enunciado, 437, da 5ª Jornada da CJF. 
Enunciado 437: Art. 475: A resolução da relação jurídica contratual também pode decorrer do 
inadimplemento antecipado. 
 
**** Responsabilidade pós-contratual 
 A adoção da boa-fé como dever, faz com que, mesmo após o contrato, a 
responsabilidade perdura. 
 A visão atual do direito contratual amplia essa ideia considerando como responsabilidade 
pós-contratual, também a frustração de expectativas por inobservância de deveres anexos, na 
fase pós contratual. 
Exemplo de Menezes Cordeiro: Um construtor que edifica um prédio e vende os apartamentos e 
diz aos compradores que este apartamento tem vista assegurado, porque o terreno ao lado é área 
não edificante. 
 Mas depois de vendido todos os apartamentos, esse construtor compra o terreno vizinho, 
negocia com o Poder Público e obtém autorização especial para construir naquele terreno que era 
não edificante. Então, constrói um apartamento enorme tampando a vista daqueles moradores do 
prédio ao lado. Esse construtor viola o dever de colaboração e lealdade com os outros 
contratantes, pois ele é o algoz que frustra a expectativas daqueles moradores. 
 
:: Obs :: Controvérsia. 
 
 
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 1ª corrente >> Flávio Tartuce 
 Ou seja, essa corrente doutrinária defende que o art. 422 (que trata dos deveres da boa-fé) 
deve ser interpretado como fundamento para a responsabilidade por inadimplemento contratual, 
antes, durante ou após a celebração do contrato. Então, seria hipótese de responsabilidade 
contratual mesmo antes da celebração do contrato. 
 
 2ª corrente >> prevalece na jurisprudência (mas não é majoritário) 
 Defende que quando a questão ocorre na fase de tratativas (ainda não há contrato), a 
responsabilidade não seria contratual, mas sim responsabilidade extracontratual, sendo 
hipótese de aplicação do art. 187, que considera ato ilícito a violação da boa-fé, independente do 
vínculo contratual. Assim sendo, a responsabilidade pré-contratual seria extracontratual. 
 
 Doutrinariamente, essa questão é controvertida. 
 Jurisprudencialmente essa questão também é controvertida, mas predomina a 2ª corrente, 
de que a responsabilidade seria extracontratual, mas não se pode dizer que essa posição é 
amplamente majoritária. 
 
 Pode haver contribuição pelo inadimplemento do próprio credor, quando ele não mitiga as 
próprias perdas, quando era possível mitigar (já estudamos isso). 
- Enunciado 169, da III Jornada de Direito Civil (CJF) 
Enunciado 169. Art. 422: O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o 
agravamento do próprio prejuízo. 
 Teoria: Duty to mitigate the loss. 
 
 
A BOA-FÉ OBJETIVA E SUA TRÍPLICE FUNÇÃO 
(1) Função Cânone interpretativo dos negócios jurídicos; 
(2) Função Criadora de deveres anexos ou acessórios à prestação principal. 
(3) Função (limitativa) restritiva do exercício abusivo de direito. 
 
- Art. 474, do CC/02: 
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação 
judicial. 
 
 
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 Todo contrato possibilita a sua resolução por inadimplemento absoluto, até os contratos 
que não preveem expressamente essa possibilidade, contem essa cláusula de forma tácita. 
 Contudo, minoritariamente, parte da doutrina(CARLOS ROBERTO GONÇALVES) 
entende que esse art. 474 deve ser afastado, pois representaria uma visão antiga do direito 
contratual, de modo que toda cláusula resolutiva (seja a contida em cláusula expressa ou a 
tácita) deveria ensejar prévia interpelação. 
 
- Enunciado 436, CJF: 
Art. 474: A cláusula resolutiva expressa produz efeitos extintivos independentemente de 
pronunciamento judicial. 
 
Posição Majoritária  Essa cláusula resolutiva se opera de maneira automática, exceto nos 
casos em que a Lei prevê de forma diferente (mesmo tendo cláusula resolutiva expressa =a 
interpelação prévia se faz necessária). 
Ex.01: Promessa de Compra e Venda de Imóvel. 
Ex.02: Despejo por infração de cláusula contratual na locação 
 
 Exceção de contrato não cumprido ou Exceptio non adimpleti contractus (arts. 476 e 
477, do CC/02) 
 Nos contratos bilaterais, em que uma prestação se justifica na contraprestação, se uma das 
partes fica inadimplente, a outra não fica mais obrigada a cumprir o contrato. 
 Mas, por vezes, eu conservo interesse no contrato. Por vezes já houve até cumprimento 
parcial deste contrato. Assim sendo, não seria uma Exceção de contrato integralmente não 
cumprido, mas sim uma Exceção de contrato parcialmente não cumprida. 
 
 Exceptio non rite adimpleti contractus 
 Ela baseia-se no fato de que o modo de cumprimento da obrigação é que não foi 
inteiramente satisfatório. Ou seja, o contrato está sendo cumprido, mas o modo de cumprimento 
não é aquele esperado pela parte. 
 Neste caso, trata-se apenas de medida suspensiva de cumprimento do contrato. 
 
:: Obs :: Diante de Inadimplemento Mínimo = não caberia Exceção de Contrato não 
cumprido, porque senão seria medida desproporcional. 
 
 
 
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 Adimplemento imperfeito 
 A exceção de contrato não cumprido é uma hipótese de adimplemento imperfeito, uma 
hipótese de execução incompleta, devendo ser considerada com muito cuidado na medida da 
proporção que será utilizada. 
 
 Exceção de insegurança 
 Exceção de insegurança é uma hipótese de inadimplemento antecipado. 
 A diferença é que não estou pleiteando a rescisão do contrato, mas sim quero apenas 
a suspensão da sua exigibilidade. 
 
- Art. 477, do CC/02: 
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição 
em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, 
pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete 
ou dê garantia bastante de satisfazê-la. 
 
 Cláusula solve et repete. 
 É uma cláusula que se admite em contratos civis paritários e contratos administrativos. 
 Por esta cláusula, os contratantes renunciam antecipadamente a exceção de contrato não 
cumprido. Num contrato de consumo, essa cláusula seria abusiva. 
 
 Resolução por Excessiva Onerosidade Superveniente – arts. 478 a 480, do CC/02. 
 Trata-se da aplicação da cláusula rebus sic stantibus que, historicamente desobrigava o 
contratante, quando por fatos supervenientes e extraordinários, a obrigação se tornava 
manifestamente desproporcional, excessivamente onerosa. Evidentemente essa cláusula não 
tinha todos os contornos que existem hoje. 
 Foi no início do século XX é que se resgatou a figura da resolução por excessiva 
onerosidade superveniente, em função das 2 Grandes Guerras Mundiais. 
 Essa Teoria foi desenvolvida de forma diferente na Alemanha, na França e na Itália. 
 O direito brasileiro, num 1º momento tratou essa teoria jurisprudencialmente, sem previsão 
legal. Depois, passou a ter previsão legal. 
 Num 1º momento, o Brasil adotou o modelo francês por uma Teoria da Imprevisão 
clássica, mais próxima da ideia de liberdade e autonomia. 
 
 
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 O elemento mais importante da Teoria da Imprevisão era a imprevisibilidade do fato 
superveniente gerador da excessiva onerosidade. 
 Ocorre que, com o passar do tempo, o direito brasileiro passou a considerar (mais 
especificamente no início dos anos 2000), que a onerosidade excessiva superveniente era o 
fator de maior relevância a ser observado. 
 Então, a jurisprudência passou a defender a Teoria da Onerosidade Excessiva, em que a 
onerosidade excessiva era o fator principal. 
 Enunciado 175, do CJF: não é o acontecimento gerador da excessiva onerosidade o fator 
determinante, mas sim a própria onerosidade em si. 
 O CDC já havia previsto o afastamento da obrigação excessivamente onerosa, quando por 
fato superveniente e extraordinários, baseando-se na Teoria Alemã da quebra do negócio, da 
quebra da base negocial. Por essa Teoria, não se precisa discutir imprevisibilidade (nem do fato e 
nem do direito), precisa-se discutir a extraordinariedade. Art. 6º, V, do CDC. 
 
- Art. 478, do CC/02: 
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se 
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de 
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. 
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. 
 
 A doutrina e a jurisprudência contemporânea defendem o enunciado 176, do CJF: a 
resolução é a ultima ratio, enquanto que a resolução é mais impactante. 
Enunciado 176, CJF: Art. 478: Em atenção ao princípio da conservação dos negócios jurídicos, o 
art. 478 do Código Civil de 2002 deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos 
contratos e não à resolução contratual. 
 
- Art. 478, do CC/02 
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se 
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de 
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. 
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. 
 A hipótese não é a do art. 478, mas sim do art. 157, CC/02 (se for originária, significa que é 
lesão). 
 Enunciado 365, do CJF. 
 
- Art. 480, do CC/02: 
 
 
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Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear 
que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a 
onerosidade excessiva. 
 Quando o contrato for unilateral (obrigações para apenas uma das partes), se também 
sobrevier mudanças nas circunstâncias, traduzindo em excessiva onerosidade  Também 
aqui se poderá pleitear a resolução. 
 Portanto, mesmo em contratos unilaterais é possível falar em resolução por 
excessiva onerosidade.

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