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´ AFYA – FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS NEUZILENY NERY FERREIRA SILVA TICS – PÓS-COMICIAL BRAGANÇA-PA 2024 NEUZILENY NERY FERREIRA SILVA TICS - PÓS-COMICIAL Relatório apresentado como requisito parcial de nota da disciplina Sistemas Orgânicos Integrados V(SOI V) do curso de Bacharelado em Medicina Afya – Faculdade de Ciências Médicas, Bragança-PA. Orientado pelo Prof. Diego Simeone Ferreira da Silva BRAGANÇA-PA 2024 PÓS-COMICIAL A epilepsia é uma doença neurológica crônica caracterizada pela ocorrência repetida de crises epilépticas, que surgem devido a atividades elétricas anormais no cérebro. Essas crises costumam ocorrer de maneira súbita e imprevisível, tornando difícil para o paciente antecipá-las. O termo "ictal" se refere ao período em que a crise está acontecendo, enquanto "pós-ictal" descreve o estado imediatamente após a crise, quando o paciente pode se sentir confuso ou exausto. Em 2017, a Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE) revisou a classificação das crises epilépticas, facilitando seu diagnóstico e tratamento. Essa nova abordagem divide as crises em quatro categorias: de início focal, de início generalizado, de origem desconhecida e crises que não se encaixam em outras classificações. As crises de início focal ocorrem quando a atividade elétrica anormal está concentrada em uma área específica do cérebro. Os sintomas variam de acordo com a parte do cérebro afetada. Por exemplo, quando o lobo temporal é atingido, o paciente pode sentir alterações nos sentidos, como odores ou sons inexistentes, ou apresentar mudanças emocionais. Essas crises podem acontecer com ou sem comprometimento da consciência. Já as crises de início generalizado afetam ambos os hemisférios cerebrais simultaneamente. Elas podem ser motoras, como a crise tônico-clônica, ou não motoras, como a crise de ausência. A crise tônico-clônica é marcada por uma fase de rigidez muscular (fase tônica) seguida por movimentos bruscos e repetitivos (fase clônica), além da perda de consciência. As crises de ausência, mais comuns em crianças, consistem em curtos períodos de desconexão, onde a pessoa fica com o olhar fixo, sem responder ao ambiente, podendo realizar movimentos automáticos simples, como piscar repetidamente Após uma crise, especialmente as de início generalizado, o paciente pode entrar no estado pós-ictal, que é caracterizado por sintomas como confusão mental, cansaço extremo, dores musculares e, às vezes, dor de cabeça. Esse estado pode durar de alguns minutos até várias horas. Em alguns casos, o paciente também pode experimentar a chamada paralisia de Todd, que é uma fraqueza temporária em um dos lados do corpo, geralmente no lado oposto ao local do cérebro onde a crise se originou. Esse tipo de paralisia tende a desaparecer após algumas horas. A nova classificação da ILAE ajuda médicos e especialistas a identificar e tratar melhor as crises epilépticas, proporcionando um tratamento mais personalizado. O manejo da epilepsia pode incluir o uso de medicamentos anticonvulsivantes, ajustes no estilo de vida e, em alguns casos, cirurgias, sempre com o objetivo de controlar as crises e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. REFERÊNCIAS 1 - LOUIS, Elan D.; MAYER, Stephan A.; ROWLAND, Lewis P. Merritt - Tratado de Neurologia, 13a edição. Grupo GEN, 2018. 2 - GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. Grupo GEN, 2022.