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Exercicio Direito Tributário

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EXERCICIO APLICADO EM SALA – DIREITO TRIBUTÁRIO II
CASO 1
João, de apenas 3 anos de idade, recebeu por herança apartamento que foi devidamente registrado em seu nome. Ao receber a primeira notificação para o pagamento de imposto predial e territorial urbano (IPTU) do referido imóvel no início de 2013, os pais de João deixam de efetuar o recolhimento de tributo por entender que a cobrança seria improcedente, em razão da incapacidade civil do proprietário do imóvel. Diante deste caso, responda de forma fundamentada, ao seguinte questionamento: o entendimento dos pais de João está correto?
RESPOSTAS: A questão aborda o tema contribuinte e responsabilidade tributária.
a) Inicialmente o e o entendimento dos pais de João não está correto, tendo em vista que a condição de contribuinte independe da capacidade civil, na forma do artigo 126, I, do Código Tributário Nacional.
b) Além disso, o fisco poderia cobrar dos pais de João, pois nessa hipótese fica claro a impossibilidade da exigência da obrigação em virtude de João ser uma criança, tratando-se de responsabilidade de terceiro, prevista no artigo 134, inc I CTN.
CASO 2
Um importador de helicópteros, tendo conhecimento de que determinada lei federal isenta de imposto sobre importação as aquisições de aviões fabricados no exterior, requereu à Receita Federal do Brasil (RFB) a aplicação da isenção à importação de helicópteros, tendo a RFB negado o pedido. Na situação hipotética apresentado, está correta a decisão adotada pela RFB? Fundamente.
RESPOSTA: 
O Fisco interpretará literalmente a norma que concede a isenção, nos termos do art. 111, II, do CTN: "Art. 11. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias." Em princípio, "avião" é algo que não se confunde com "helicóptero", de modo que, pela interpretação literal, a isenção concedida àquele não se estende a este.
CASO 3
Um determinado contribuinte resolveu praticar uma doação com encargo, visando dissimular a ocorrência de uma transmissão onerosa de bens, tendo em vista que a alíquota incidente sobre a 1ª operação é inferior à da 2ª. Neste caso, a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou da natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributário?
RESPOSTA
A questão diz respeito à desconstituição de atos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador.
A ocorrência no mundo fático da hipótese de incidência tributária faz nascer a obrigação tributária, nos termos do art. 113, § 1º, CTN. O sujeito passivo, ao praticar a hipótese de incidência, passa a ocupar o pólo passivo da obrigação tributária.
A lei complementar 104, de 10/01/2001, incluiu o parágrafo único ao art. 116, nos seguintes termos: "A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária."
No caso em questão, o contribuinte praticou um ato simulado. Na verdade, ocorreu uma transmissão onerosa de bens, mas para pagar um tributo menor, simulou uma doação. Neste caso, a autoridade administrativa pode desconsiderar a prática do ato simulado e tributar a operação efetivamente realizada.
CASO 4
Determinada instituição de educação sem fins lucrativos foi autuada pelo Estado “X’’, em razão do descumprimento de obrigação acessória prevista na legislação estadual. No caso, a obrigação acessória consista em manter o livro de registro do imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN). Em sua defesa administrativa, a entendida sustentou que, por gozar de imunidade tributaria, nos termos do Art. 150, inciso VI “c”, da Constituição da República, e por não ser contribuinte de ISSQN, não estava obrigada a manter o livro de registro do referido.
A tese sustentada na defesa apresentada pela entidade imune é procedente? Responda de forma fundamentada.
RESPOSTA
Não. A obrigação tributária acessória, nos termos do Art. 113, §2º, do CTN, tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Ou seja, o objetivo das obrigações tributárias acessórias é conferir meios para que a Administração Tributária possa fiscalizar o devido cumprimento de uma obrigação principal (de pagar o tributo).
Diferentemente do que ocorre no Direito Privado, a obrigação tributária acessória não depende da existência de uma obrigação tributária principal nem a ela se subordina. A referida “acessoriedade” decorre desse caráter instrumental dessa espécie de obrigação, para fins de controle do cumprimento da obrigação principal. São deveres instrumentais autônomos em relação à obrigação principal, estabelecidos com a finalidade de viabilizar a fiscalização do cumprimento das obrigações principais. Assim, obrigação tributária acessória é autônoma em relação à obrigação principal, como se pode verificar no Art. 175, parágrafo único, e no Art. 194, parágrafo único, todos do CTN. Em razão dessa autonomia, os efeitos da imunidade podem restringir-se às obrigações tributárias principais, não dispensando a entidade imune de cumprir obrigações acessórias eventualmente previstas na legislação, conforme estabelece o Art. 9o, inciso IV, alínea “c”, c/c Art. 14, inciso III, todos do CTN. Assim, no caso em tela, em razão de previsão legal, a imunidade tributária da instituição de educação não dispensava a obrigação de manter livro de registro do imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN).