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Universidade Estadual Paulista Campus de Ilha Solteira Departamento de Engenharia Elétrica Curso de Graduação em Engenharia Civil Ilha Solteira-SP, Maio-2015. eelleettrriicciiddaaddee aa a pp p oo o ss s tt t ii i ll l aa a Carlos Roberto Minussi DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 1 1. CIRCUITOS ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA EM REGIME PERMANENTE 1.1. Rudimentos Os regimes operacionais de circuitos encontram-se ilustrados na Figura 1.1.1. Os principais regimes são: (1) permanente, (2) transitório e (3) regime subtransitório. Figura 1.1.1. Regimes elétricos. Regime Permanente : Equações algébricas (que são casos particulares das equações diferenciais). Regime Transitório : Equações diferenciais (para modelagem contínua) ou de diferenças (para modelagem discreta) e equações algébricas. Regime Subtransitório: Equações diferenciais (para modelagem contínua) ou de diferenças (para modelagem discreta) e equações algébricas, porém o intervalo de tempo sob análise refere-se à parte inicial do transitório, como indicado na Figura 1.1.1. NB (Nota Bene Observação): Nesta disciplina (Eletricidade) o regime considerado é somente o Regime Permanente. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 2 Os componentes a serem usados na disciplina “Circuitos Elétricos” encontram- se relacionados na Tabela 1.1.1. Tabela 1.1.1. – Componentes e simbologia usados nos circuitos elétricos. Componente Símbolo Unidade Observação 1. Resistor ohm - 2. Resistor variável ohm - 3. Indutor henry - L 4. Capacitor farad - C 5. Menristor ohm - Resistor com memória. É considerado o quarto elemento passivo de circuitos elétricos / eletrônicos. Função não-linear entre a tensão e corrente. É uma junção entre a capacidade resistiva (do resistor) e a memorização (das memórias). Os memristores são nanofios com 50 nanômetros de largura, o que compreende cerca de 150 átomos. A ilustração abaixo contém 17 memristores. 6. Fonte de tensão independente ampère - A Tensão terminal completamente independente da corrente que passa pela fonte 7. Fonte de tensão dependente volt - V Tensão terminal é dependente da corrente que passa pela fonte (tensão controlada) 8. Fonte de corrente independente volt - V Corrente fornecida pela fonte é completamente independente da tensão do terminal 9. Fonte de corrente dependente ampère - A Corrente fornecida pela fonte é dependente da tensão do terminal (corrente controlada) 10. Fonte de tensão contínua volt - V Bateria 11. Transformador 12. Chave / interruptor 13. Diodo 14. Transistor 15. Corrente alternada 16. Aterramento 17. Amplificador operacional DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 3 Tabela 1.1.2. Sistema decimal usado nos circuitos elétricos. Designação Simbologia Valor atto a 10 18 femto f 10 15 pico p 10 12 nano N 10 9 micro 10 6 mili m 10 3 centi c 10 2 deci d 10 1 deca da 10 1 hepto h 10 2 quilo k 10 3 mega M 10 6 giga G 10 9 tera T 10 12 Tabela 1.1.3. Identificação de resistores. 1a. Faixa (1o Dígito) 2a. Faixa (2o Dígito) 3a. Faixa (Multiplicador) 4a. Faixa Tolerância Preto = 0 x 1 Marrom = 1 Marrom = 1 x 10 Vermelho = 2 Vermelho = 2 x 100 Laranja = 3 Laranja = 3 x 1.000 Amarelo = 4 Amarelo = 4 x 10.000 Prata: 10% Verde = 5 Verde = 5 x 100.000 Azul = 6 Azul = 6 x 1000.000 Ouro: 5% Violeta = 7 Violeta = 7 Ouro: x 0,1 Cinza = 8 Cinza = 8 Prata: x 0,01 Nenhuma Faixa: 20% Branco = 9 Branco = 9 NB: 1. A primeira faixa nunca deverá ser de cor preta, i.e., correspondente ao dígito “0”; 2. O resistor poderá conter, também, a 5a faixa, indicando o fator de segurança (percentual de falhas por 1.000 horas de uso): Marrom 1%; Vermelho 0,1%; Laranja 0,01%; Amarelo 0,001%; 3. Os valores de resistência disponíveis no mercado são padronizados. Portanto, valores fracionários nem sempre se encontram disponíveis, sendo necessária a aproximação ao valor mais próximo. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 4 Exemplo 1: Figura 1.1.2. Resistor elétrico de 10 k. 1a. Faixa = Marrom : 1 2a. Faixa = Preto : 0 Total = 10 x 1.000 = 10 k, 5% de tolerância (erro) 3a. Faixa = Laranja : x 1.000 Exemplo 2: Figura 1.1.3. Resistor elétrico de 4,7 k. 1a. Faixa = Amarelo : 4 2a. Faixa = Violeta : 7 Total = 47 x 100 = 4,7 k, 5% de tolerância 3a. Faixa = Vermelho : x 100 Exemplo 3: a) 1a faixa: Cinza; 2a faixa: Vermelho; 3a faixa: Preto; 4a faixa: Ouro; 5a faixa: Marrom 8 2 0 + 5% 1% 82 x 1 = 82 + 5% (1% de fator de segurança); b) 1a. faixa: Laranja; 2a faixa: Branco; 3a faixa: Ouro; 4a. faixa: Prata; 5a faixa: Nenhuma cor 3 9 0,1 +10% 39 x 0,1 = 3,9 + 10% (sem indicação do fator de segurança). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 5 1.2. Bipolo Um bipolo elétrico é, por definição, um dispositivo elétrico com dois terminais acessíveis, por meio do qual circula uma corrente elétrica. Toda a iteração elétrica do bipolo com o exterior se faz, somente, através destes dois terminais. Em qualquer instante, a corrente que entra por um dos terminais é igual a corrente que sai pelo outro terminal. O bipolo elétrico é representado, genericamente, pelo símbolo mostrado na Figura 1.2.1. Figura 1.2.1. Símbolo de um bipolo elétrico. Considerando-se um bipolo atravessado por uma corrente i(t). Durante um intervalo de tempo (dt) o bipolo é atravessado por uma carga elétrica: dq(t) = i(t) dt (1.2.1) sendo: q : carga elétrica (coulomb) [Charles Augustin de Coulomb / francês]. A passagem desta corrente transfere para o bipolo uma energia dw, relacionada à carga, por: dw(t) = v(t) dq(t) (1.2.2) sendo: w : energia (joule) (James Prescott Joule / inglês) v : tensão elétrica entre os terminais do bipolo (volt) [Conde Alessandro Volta / italiano]. A grandeza v(t), entre os terminais do bipolo, pode ser expressa por: DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 6 v(t) = dt )t(dw (1.2.3) 1.3. Leis de Ohm Considere a seguinte relação: Efeito = oposição causa (1.3.1) Qualquer processo de conversão de energia pode ser relacionado com esta equação. Em circuitos elétricos, o “efeito” que se deseja estabelecer é o “fluxo de carga elétrica” ou “corrente elétrica”. A diferença de potencial (ou tensão elétrica), entre dois pontos, é a “causa”, e a “oposição” à corrente corresponde a “resistência”. Assim sendo, adaptando-se a equação (1.3.1) ao problema de circuitos elétricos, resulta em: corrente = aresistênci potencialdediferença (1.3.2) sendo: no sistema SI (Sistema Internacional de medidas): corrente : ampère [André Marie Ampère/ francês] tensão : volt resistência : ohm [Georg Simon Ohm/ alemão]. A equação (1.3.2) é conhecida como lei de Ohm. Esta expressão mostra que, para uma resistência fixa, quanto maior for a tensão nos terminais de um resistor, maior será a corrente. Para uma tensão fixa, quanto maiorfor a resistência, menor será a corrente DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 7 elétrica. Portanto, a corrente é proporcional à tensão aplicada e inversamente proporcional à resistência. Exemplo: Calcular a resistência do filamento de uma lâmpada elétrica (tipo incandescente) de 60W se uma corrente de 500 mA for estabelecida em função da aplicação de tensão de 120 V (Figura 1.3.1.): Figura 1.3.1. Bateria alimentando uma lâmpada elétrica. Solução: R = I V = A10x500 V120 3 = 240 . Porém, se a tensão abaixar para 100 V, a corrente será: I = 240 V100 = 0,417 A A potência consumida pela lâmpada será: Potência = R I2 = 240 (0,417 A)2 = 41,73 W. (Carga Resistiva) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 8 1.3.1. Gráfico da Lei de Ohm Trata-se da representação gráfica da corrente, em função da tensão, cuja evolução mantém-se linear, conforme é mostrado na Figura 1.3.1.1. Figura 1.3.1.1. Curva característica de um resistor. Se escrevermos a lei de Ohm, em termos da corrente: I = R 1 V + 0. (1.3.1.1) Pode-se notar que a expressão (1.3.1.1) é uma equação da reta com deslocamento nulo e inclinação (1/R). Assim, se “plotarmos” a corrente em função da tensão usando um dispositivo qualquer, se o gráfico não for linear, conclui-se que a carga é não-resistiva. Por exemplo, supondo-se o gráfico mostrado na Figura 1.3.1.2, pode-se observar que a evolução não é linear. Esta é a curva característica de um diodo semicondutor. Figura 1.3.1.2. Curva característica de um diodo semicondutor. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 9 Para V = +1 V: R diodo = I V = mA50 V1 = 20 Para V = 1 V: R diodo = I V = Aμ1 V1 = 1 M . 1.4. Leis de Kirchhoff As leis de Kirchhoff (Gustav Robert Kirchhoff / alemão) compreendem duas importantes propriedades de circuitos elétricos: (1) Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC); e (2) Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT). 1.4.1. Lei de Kirchhoff das Correntes A lei de Kirchhoff das correntes possui três versões. Em qualquer instante em um circuito elétrico: 1. a soma algébrica das correntes que chegam em uma superfície fechada é zero; 2. a soma algébrica das correntes que saem de uma superfície fechada é zero; 3. a soma algébrica das correntes que chegam em uma superfície fechada é igual a soma algébrica das correntes que saem de uma superfície fechada. O vocábulo “algébrica” significa que os sinais das correntes devem ser considerados na soma. Deve-se lembrar que uma corrente que entra é uma corrente negativa que sai e que uma corrente que sai é uma corrente negativa que entra. Ressalta- se, ainda, que as correntes são arbitradas como sendo positivas que saem e negativas que entram na superfície fechada (vide Figura 1.4.1.1). Nas aplicações de circuitos elétricos, as superfícies fechadas são nós. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 10 Figura 1.4.1.1. Sinais das correntes. Figura 1.4.1.2. Lei de Kirchhoff das correntes de nó. NB. Na aplicação da LKC, um nó é escolhido como referência, ou terra (aterramento). Considerando-se o nó 1, a soma das correntes que saem do nó (I1 + I2 + I3) é igual a corrente Is da fonte de corrente (que chega no nó 1): Is + I1 + I2 + I3 = 0 (1.4.1.1) ou: Is = I1 + I2 + I3 (1.4.1.2) = 1R 1 V + 2R 1 V + 3R 1 V = G1 V + G2 V + G3 V = GT V sendo: GT = G1 + G2 + G3 G1, G2, G3 : condutâncias, cuja unidade é siemens (S) [Werner von Siemens / alemão]. Símbolo: (mho); G1 = 1/R1 G2 = 1/R2 G3 = 1/R3. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 11 Deste resultado, pode-se concluir que resistências em paralelo podem ser agregadas no seguinte equivalente: GT = G1 + G2 + G3 (1.4.1.3) RT TG 1 (1.4.1.4) = 3G2G1G 1 = 3R 1 2R 1 1R 1 1 TR 1 = 3R 1 2R 1 1R 1 (1.4.1.5) Ou, genericamente, para n resistores em paralelo: TR 1 = 1R 1 + 2R 1 + . . . + Rn 1 (1.4.1.6) GT = G1 + G2 + . . . + Gn (1.4.1.7) 1.4.2. Lei de Kirchhoff das Tensões A lei de Kirchhoff das tensões possui três versões equivalentes. A qualquer instante em um laço, tanto no sentido horário quanto no sentido anti-horário: 1. A soma algébrica das tensões é igual a zero; 4. A soma algébrica das elevações de tensão é igual a zero; 5. A soma algébrica das quedas de tensão é igual a soma algébrica das elevações de tensão. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 12 Em todas as versões, a palavra “algébrica” significa que os sinais das quedas de tensão ou de elevações de tensão devem ser considerados na adição. Deve-se lembrar que uma elevação de tensão é uma queda negativa e uma queda de tensão é uma elevação negativa. Tomando-se como exemplo o circuito mostrado na Figura 1.4.2.1: Figura 1.4.2.1. Lei de Kirchhoff das tensões. Equação de tensão da Malha 1: Vs – V1 – V2 – V3 = 0 (1.4.2.1) ou: Vs = V1 + V2 + V3 (1.4.2.2) = I R1 + I R2 + I R3 = I RT. sendo: RT : Resistência Total = R1 + R2 + R3 Soma das quedas de tensão sobre os resistores = V1 + V2 + V3 Elevação de tensão sobre a fonte de tensão = Vs. A partir deste resultado, pode-se concluir que n resistores dispostos em série possuem um resistor equivalente: RT = R1 + R2 + . . . + Rn (1.4.2.3). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 13 1.5. Associação de Bipolos O conceito de bipolo pode ser estendido para dispositivos com mais de 2 terminais (multipolo). Dentre os multipolos há especial interesse no quadripolo, ou seja, com 4 terminais (vide Figura 1.2.2). Figura 1.2.2. Quadripolo. Cada par de terminais de um quadripolo pode ser ligado a um bipolo, de modo que o quadripolo pode ser considerado como um dispositivo que interliga um par de bipolos (Figura 1.2.3). Figura 1.2.3. Quadripolo interligando 2 bipolos. Assim sendo, os circuitos elétricos são concepções compostas por associações de bipolo / quadripolo. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 14 1.6. Fontes de tensão e de Corrente Independentes e Dependentes 1.6.1. Fonte de Tensão Independente Trata-se de uma fonte que fornece uma tensão que não depende da corrente que circula através da fonte. Exemplos: Bateria [Corrente Contínua (CC)] Gerador de energia elétrica [Corrente Alternada (CA)]. 1.6.2. Fonte de Tensão Dependente Fonte que fornece uma tensão que é dependente da corrente que passa através da fonte. Também é chamada de fonte controlada. 1.6.3. Fonte de Corrente Independente Fonte que fornece corrente elétrica que é completamente independente da tensão do terminal, ou seja, fornece uma corrente preestabelecida não importante a tensão aplicada nos seus terminais. 1.6.4. Fonte de Corrente Dependente Fonte que fornece corrente elétrica que é dependenteda tensão do terminal (corrente controlada). Simbologia: Corrente Contínua Corrente Alternada Simbologia: Simbologia: Simbologia: DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 15 1.6.5. Conversão de Fontes A fonte de corrente descrita anteriormente é denominada fonte ideal por causa da ausência de resistência interna. Na realidade, todas as fontes (de tensão ou de corrente) possuem alguma resistência interna, como é mostrado nas Figuras 1.6.5.1 (a) (b). Figura 16.5.1. Fontes de tensão e de corrente reais. A partir da Figura 1.6.5.1, a corrente na carga IL é dada por: IL = LS RR V (1.6.5.1) sendo: V : fonte de tensão; RS : resistência interna da fonte de tensão; IL : corrente da carga; RL : resistência da carga. Multiplicando-se a equação (1.6.5.1) por fator igual a 1 (RS/RS), obtém-se: IL = LS RR V)1( = LS SS RR V)R/R( DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 16 = LS SS RR )R/V(R = LS S RR IR (1.6.5.2) sendo: I = SR V . (1.6.5.3) Deste modo, o modelo de fonte de tensão pode ser convertido no modelo de fonte de corrente e vice-versa. Exemplo 1. Converter a fonte de tensão de tensão mostrada na Figura 1.6.5.2 em fonte de corrente e, também, determinar a corrente através de uma carga de 4 para cada tipo de fonte. Figura 1.6.5.2. Representação por fonte de tensão. Solução: IL = LS RR V = 42 V6 = 1 A. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 17 Figura 1.6.5.3. Representação por fonte de corrente. Da Figura 1.6.5.3., a corrente da carga IL: IL = 42 A3x2 = 1 A (OK!). Exemplo 2. Tomando-se o exemplo 1: (1) substituir a carga de 4 por uma de 1 k e calcular a corrente IL para a fonte; (2) repetir o cálculo do item (a), considerando-se uma fonte de tensão ideal (RS = 0 ) . Solução: 1) IL = LS RR V = 10002 V6 5,988 mA 2) IL = LR V = 1000 V6 = 6 mA. Exemplo 3. Reduzir as fontes de corrente em paralelo (Figura 1.6.5.4) em uma única conte de corrente. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 18 Figura 1.6.5.4. Fontes de correntes paralelas. Solução: As fontes de corrente são somadas: I = 6 A 10 A = 4 A e as resistências em paralelo, portanto: R = 63 6x3 = 2 . Figura 1.6.5.5. Circuito equivalente do circuito da Figura 1.6.5.4. Exemplo 4. Converte o modelo de fonte de corrente para o modelo de fonte de tensão do circuito mostrado na Figura 1.6.5.6. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 19 Figura 1.6.5.6. Circuito: fonte de corrente. Figura 1.6.5.7. Circuito: fonte de tensão equivalente. sendo: VS = 4 A x 3 = 12 V. 1.7. Divisores de Tensão e de Corrente 1.7.1. Divisor de Tensão Divisor de tensão aplica-se para resistores em série. Esta lei fornece a tensão sobre qualquer resistor em função da resistência e da tensão sobre todos os resistores em DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 20 série. Tomando-se como exemplo a Figura 1.7.1.1. Figura 1.7.1.1. Circuito série. Assim, a fórmula de divisores de tensão pode ser expressa por: Vi = T i R R Vs (5.3.1.1) sendo: RT = R1 + R2 + R3; Vi : tensão sobre o i-ésimo resistor; Ri : resistência do i-ésimo resistor. 1.7.2. Divisor de Corrente Divisor de corrente aplica-se para resistores em paralelo. Esta lei fornece a corrente através de qualquer resistor em função da condutância e da tensão na combinação paralela. Tomando-se como exemplo a Figura 1.7.2.1. Figura 1.7.2.1. Circuito paralelo. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 21 Assim sendo, a fórmula de divisores de corrente pode ser expressa por: Ii = T i G G Is (5.3.2.1) sendo: GT = G1 + G2 + G3; Ii : corrente através do i-ésimo condutor; Gi : condutância associada ao i-ésimo resistor. Exemplo. No caso de 2 resistores: I1 = 2G1G 1G Is = 2R/11R/1 1R/1 Is = 2R1R 2R Is I2 = 2R1R 1R Is ou seja, a corrente que circula em um dos resistores paralelos é igual a resistência do outro resistor, dividida pela soma das resistências, com o resultado multiplicado pela corrente que circula na combinação paralela. 1.8. Transformação Delta-Estrela (Y e Y) Na resolução de circuitos elétricos, em muitos casos, há necessidade de obter formas reduzidas de circuitos (circuitos equivalentes). Uma das mais importantes regras DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 22 de transformação refere-se às transformações (Y) e (Y), como descritas a seguir. 1.8.1. Transformação (Y) As ligações Y e podem ser visualizadas, conforme é mostrado na Figura 1.8.1.1. Figura 1.8.1.1. Representações Estrela (Y) e Delta (). Portanto, é possível a transformação de um circuito estrela em um circuito delta equivalente e vice-versa. Os circuitos correspondentes são equivalentes apenas para tensões e correntes externas ao circuito Y e . Internamente, as tensões e correntes são diferentes. Considerando-se a Figura 1.8.1.2, na qual estão sobre postos os 2 modelos (Y e ), como forma de melhor interpretação das equivalências de circuitos: Figura. 1.8.1.2. Circuitos equivalentes Y . Superposição dos modelos e Y DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 23 Deste modo, as resistências do modelo , a partir do modelo Y, podem ser calculadas por: RAB = C Y R R (5.4.1.1) RBC = A Y R R (5.4.1.2) RCA = B Y R R (5.4.1.3) sendo: RY = RA RB + RB RC + RC RA. (5.4.1.4) Ou, em termos de condutâncias: RAB = C Y R R = C ACCBBA R RRRRRR GAB ABR 1 = ACCBBA C RRRRRR R = AB C BA RR R RR 1 = ABBA C G 1 G 1 GG G 1 GAB = Y BA G GG (5.4.1.5) Assim, adaptando-se esta expressão às demais condutâncias, tem-se: GBC = Y CB G GG (5.4.1.6) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 24 GCA = Y AC G GG (5.4.1.7) sendo: GY = GA + GB + GC. (5.4.1.8) 1.8.2. Transformação (Y) Neste caso, as resistências do modelo Y, a partir do modelo , podem ser calculadas da seguinte forma: RA = R RR CAAB (5.4.2.1) RB = R RR BCAB (5.4.2.2) RC = R RR CABC (5.4.2.3) sendo: R = RAB + RBC + RCA. (5.4.2.4) Exemplo. Represente o sistema conectado em estrela (Figura 1.8.2.1) em sistema conectado em delta. Figura 1.8.2.1. Sistema com ligação em estrela. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 25 Figura 1.8.2.2. Sistema com ligação em delta equivalente. YAB = 05,0067,01,0 067,0x1,0 = 0,03087 siemens RAB = ABY 1 = 32,388 YBC = 05,0067,01,0 067,0x05,0 = 0,01543siemens RBC = YBC 1 = 64,7761 YCA = 05,0067,01,0 05,0x1,0 DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 26 = 0,023041 siemens RCA = YCA 1 = 43,40 DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 27 2. INTRODUÇÃO À ANÁLISE GERAL DAS REDES EM CORRENTE CONTÍNUA: ANÁLISE DE MALHAS 2.1. Análise de Malhas A resolução de circuitos elétricos (determinação das grandezas envolvidas no problema) é obtida usando uma série de técnicas conhecidas nesta área do conhecimento. Dentre elas, destacam-se as resoluções por equacionamento por malhas e por nós (análise nodal). Considerando-se a Figura 2.2.1, a resolução circuito pode ser formalizada da seguinte forma. Pela lei de Kirchhoff de malhas, tem-se: 30 V V1 V2 V3 = 0 ou: 30 V I (15 + 10 + 5 ) = 0. Assim, a corrente da malha vale: I = 51015 V30 = 1 A. As tensões V1, V2 e V3 são, respectivamente: V1 = I x 15 = 15 V V2 = 5 V V3 = 10 V. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 28 Figura 2.1.1. Circuito elétrico série. A verificação prática destas grandezas é feita através do uso de instrumentos de medidas, e.g.: (1) Tensão : Voltímetro (2) corrente : Amperímetro (3) resistência : Ohmímetro (4) Multímetro : realiza as medidas de tensão, corrente e de resistência (vide Figura 2.1.2 correspondendo ao um multímetro digital). Figura 2.1.2. Multímetro digital. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 29 No multímetro mostrado na Figura 2.1.2, a medida de tensão é feita conectando-se os cabos com indicação [V ] (cor vermelha) e em COM (comum: cor preta) com o ponteiro posicionado em “V”. Figura 2.1.3. Medida de tensão da fonte. Para a medida de resistência, o procedimento é o mesmo, porém, com o ponteiro posicionado em []. Como exemplo, a medida de R1 (Figura 2.1.4). Figura 2.1.4. Medida de resistência. No caso da corrente, os cabos devem ser conectados no terminal vermelho à esquerda [A] e em COM (cor preta). Estas instruções valem para o instrumento mostrado DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 30 na referida Figura. Contudo, os exemplares disponíveis comercialmente, basicamente, possuem as mesmas indicações, com variações bastante sutis. Figura 2.1.5. Medida de corrente elétrica. Além destas recomendações, deve-se tomar muito cuidado com a montagem do experimento, ou seja, se desejarmos medir corrente elétrica, o multímetro deve ser inserido em série e, para o caso de tensão, o instrumento deve ser usado em paralelo. Deve-se ressaltar, ainda, que os instrumentos de medida “não interferem” nas grandezas a serem medidas. Por esta razão, o instrumento, ao “emular” o amperímetro, deve apresentar uma resistência interna nula (ou muitíssimo próximo de zero) e, como voltímetro, a resistência deverá ser muito grande. Considerando-se, agora, o seguinte circuito (multimalhas): DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 31 Figura 2.1.6. Circuito multimalhas. 5. NB. 1. Pela lei de Kirchhoff das malhas, deve-se estabelecer uma quantidade exata de malhas que o circuito comporta. Estas malhas são chamadas malhas básicas, ou seja, um conjunto de malhas que efetivamente podem ser resolvidas e, portanto, a solução do problema é finalmente concluída. O vocábulo “básico” refere-se à base, no sentido matemático. Portanto, é um número irredutível e suficiente para que a resolução do problema seja obtida. Um conjunto de malhas básicas está indicado na Figura 2.1.7, cuja escolha da orientação foi no sentido horário (arbitrário). Figura 2.1.7. Circuito elétrico com indicação das malhas básicas. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 32 O problema, agora, constitui-se na resolução das correntes I1, I2 e I3 (pela aplicação de lei Kirchhoff das malhas), a partir dos dados das resistências R1, R2, . . ., R7 e conhecimento dos valores das fontes de tensão V1, V2 e V3, como será abordado a seguir. Equacionamento (Lei de Kirchhoff das Malhas): Malha 1: V1 R1 (I1 + I2 + I3) R2 I1 R5 (I1 + I2 + I3) = 0 (2.1.1) ou: V1 = (R1 + R2 + R5) I1 + (R1 + R5) I2 + (R1 + R5) I3 Malha 2: V1 R1 (I1 + I2 + I3) R3 ( I2 + I3) V2 R6 (I2 + I3) + R5 (I1+I2+I3) = 0 (2.1.2) ou: V1 V2 = (R1 + R5) I1 + (R1 + R3 + R6) I2 + (R1 + R3 + R5 + R6) I3 Malha 3: V1 R1 (I1+I2+I3) R3 (I2+I3) R4 I3 V3 R7 I3 R6 ( I2+I3) R5 (I1+I2+3) = 0 (2.1.3) ou: V1 V3 = (R1 + R5) I1 + (R1 + R3 + R6 + R5 ) I2 + (R1 + R3 + R5 + R6 + R7 ) I3 Ou, ainda, matricialmente: 3V1V 2V1V 1V = 7R6R5R4R3R1R6R5R3R1R5R1R 6R5R3R1R6R5R3R1R5R1R 5R1R5R1R5R2R1R 3I 2I 1I (2.1.4) Esta equação é da forma: [ R ] I = V (equação matricial linear) (2.1.5) sendo: DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 33 R 7R6R5R4R3R1R6R5R3R1R5R1R 6R5R3R1R6R5R3R1R5R1R 5R1R5R1R5R2R1R : matriz de resistências de malha. É uma matriz simétrica e inversível, tendo em vista que as malhas 1, 2 e 3 são malhas independentes (malhas básicas); V = 3V1V 2V1V 1V I = 3I 2I 1I . A solução I do sistema (2.1.5) pode ser resolvido por vários métodos, dentre eles via inversão de matriz: I = [R]1 V (2.1.6). Considerando-se os seguintes dados: R1 = 5 R2 = 4 R3 = 1 R4 = 5 R5 = 4 R6 = 10 R7 = 8 V1 = 20 V V2 = 5 V V3 = 10V, então: R = 33 20 9 20 20 9 9 9 13 DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 34 R1 = 90,0769 0,0769- 0 0,0769- 0,1495 0,0503- 0 0,0503-0,1117 V = 10 15 20 I 3I 2I 1I ampères = 0,3846- 0,4684 1,4804 ampères. As tensões vi´s sobre os i-ésimos resistores valem: v1 = R1 x (I1 + I2 + I3) = 5 (1,4804 + 0,4684 0,3846) A = 7,8212 V v2 = R2 x I1 = 4 1,4804 A = 5,9218 V v3 = R3 x (I2 + I3) = 1 x (0,4684 0,3846) A = 0,0838 V v4 = R4 x I3 = 5 ( 0,3846) A = 1,9231 V v5 = R5 x (I1 + I2 + I3) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 35 = 4 (1,4804 + 0,4684 0,3846) A = 6,2570V v6 = R6 x (I2 + I3) = 10 (1,4804 + 0,4684 0,3846) A = 0,8380 V v7 = R7 x I3 = 8 ( 0,3846) A = 3,0769 V Assim: V1 = v1+v2+v5 = (6,2570 + 5,9218 + 7, 8212) = 20 V (OK!) . . . V2 = V3 + v4+ v7 = ( 10 1,9231 3,0769) V = 5 V ( OK!). NB. Regra de Cramer. Outro método para a resolução de um sistema da forma (2.1.5) (sistema linear) pode ser descrito da seguinte forma. As correntes I1, I2 e I3 podem ser calculadas por meio de determinantes. Para melhor compreender este método, considere os seguintes dados (exemplo anterior): DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 36 R = 33 20 9 20 20 9 9 9 13 V = 10 15 20 . As correntes I1, I2 e I3 podem ser calculadas da seguinte forma: I1 = R 332010 202015 9920 = 2327 3445 = 1,4804 A I2 = R 33109 20159 92013 = 2327 1090 = 0,4684A I3 = R 20209 15209 20913 = 2327 -895 = 0.3846 A 1 a coluna = V matriz R DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 37 sendo: . : determinante R = 2327; Ii = R Ri . Considere o seguinte circuito elétrico (4 nós, 7 resistências e arbitrando-se o nó 1 como referência) (Figura 2.1.8): Figura2.1.8. Este circuito possui duas malhas básicas (5 elementos, 4 nós, 3 ramos e 2 ligações). Um possível conjunto de malhas básicas é mostrado da Figura 2.1.9): matriz R substituindo a i-ésima coluna por V (segundo membro de (2.1.5)) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 38 Figura 2.1.9. Equacionamento (Lei de Kirchhoff das malhas) Malha 1: V1 R1 I1 R2 (I1 I2) R3 (I1 I2) R4 I1 = 0 ou: V1 = (R1 + R2 + R3 + R4) I1 + (R2 R 3) I2 (2.1.7) Malha 2: R5 I2 R6 I2 R7 I2 R3 (I2 I1) R2 ( I2 I1) = 0 ou: 0 = (R2 R3) I1 + (R2 + R3 + R5 + R 6 + R7) I2 (2.1.8) As equações (2.1.7) e (2.1.8) podem ser colocadas na forma matricial: [ R ] I = V (2.1.9) sendo: R = 7R6R5R3R2R3R2R 3R2R4R3R2R1R = 22R21R 12R11R DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 39 R1 = )(det 1 R 4R3R2R1R3R2R 3R2R7R6R5R3R2R det(R) = (R1 + R2 + R3 + R4) ( R2 + R3 + R5 + R6 + R7) (R2 + R3) 2 I = 2I 1I V = 0 1V . A matriz R possui a seguinte constituição: R11 : Somatório das resistências pertencentes à malha 1 (R1 + R2 + R3 + R4); R12 : Somatório de todas as resistências comuns às malhas 1 e 2 , considerando-se os sinais +: (+) se as malhas estão orientadas no mesmo sentido e () se as malhas forem orientadas em sentidos opostos; R21 : R12 (simetria); R22 : Somatório das resistências pertencentes à malha 2 (R2 + R3 + R5 + R6 + R7). Assim sendo, estes resultados podem ser estendidos para o caso de circuitos com qualquer número de malhas: R [Rij] = jipara;contráriassorientaçõecomjeimalhaspara)(;sorientaçõe mesmascomjeimalhaspara)(),(sinaiscom ,jeimalhasàscomunsasresistêncidassomatório jipara,imalhaàespertencentasresistêncidasSomatório (2.1.10) Matriz de resistências de malhas básicas. Exemplo: Considerando-se o circuito mostrado ma Figura 2.1.10., determinar as correntes de malhas. Neste circuito, as malhas básicas (3 malhas) podem ser arbitradas como indicadas (malha 1, malha 2 e malha 3). O nó 1 foi adotado como referência do circuito. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 40 Figura 2.1.10. Resolução: Usando-se o conceito de montagem da equação matricial, referente a lei de Kirchhoff das malhas (equação (2.1.9), obtém-se o seguinte sistema: [ R ] I = V (2.1.11) sendo: R = )85(00 0)4101(4 04)445( I = 3I 2I 1I V = V)510( V5 V20 Assim, as correntes das malhas básicas são: I = [ R1 ] V DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 41 = 0,3846- 0,0838 1,5642 sendo: R1 = 0.0769 0 0 0 0,0726 0,0223 0 0,0223 0,0838 siemens. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 42 3. TÉCNICAS DE SIMPLIFICAÇÃO, TEOREMA DE THÉVENIN E MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA 3.1. Teorema de Thévenin Considerando-se um circuito elétrico complexo, como mostrado na Figura 3.1.1: Figura 3.1.1. Circuito elétrico complexo. se desejarmos conhecer a tensão e a corrente no resistor (Rab), em particular, alocado nos terminais ab do circuito elétrico, uma forma simples de determinação destas grandezas é o que se propõe o teorema de Thevénin. O teorema de Thévenin (Leon-Charles Thévenin / francês) afirma que: Qualquer circuito de corrente contínua linear bilateral de dois terminais pode ser substituído por um circuito equivalente constituído por uma fonte de tensão e um resistor em série, conforme é mostrado na Figura 3.1.2. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 43 Figura 3.1.2. Circuito equivalente de Thévenin. NB. 1. O circuito de Thévenin fornece uma equivalência apenas nos terminais considerados; 2. O teorema de Thévenin é bastante útil para a resolução de problemas de Engenharia Elétrica: análise de curto-circuito, análise de ondas viajantes (propagação de ondas em sistemas de energia elétrica, de comunicação, etc.), resolução de circuitos complexos. Passos do Processo de Cálculo de VTH e RTH: 1. Remover a parte do circuito para a qual se deseja obter o equivalente Thévenin, ou seja, a remoção é temporária; 2. Assinalar os terminais do circuito remanescente; 3. Calcular RTH, colocando primeiramente todas as fontes em zero (substituindo as fontes de tensão por curtos-circuitos e as fontes de corrente por circuitos abertos) e, em seguida, determinar a resistência equivalente entre os dois terminais escolhidos. Se o circuito original incluir as resistências internas de fontes de tensão e/ou fontes de corrente, estas resistências devem ser mantidas quando as fontes forem “zeradas”; DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 44 4. Calcular VTH, retornando todas as fontes as suas posições originais no circuito e em seguida determine a tensão entre os dois terminais escolhidos. 5. Conclusão. Colocar em série o circuito equivalente de Thévenin os terminais da parte removida e resolver o circuito: determinação da tensão Vab e Iab : Iab = abTH TH RR V (3.1.1) Vab = Rab x Iab . (3.1.2) Exemplo 1. Determine o circuito equivalente de Thévenin para a parte sombreada do circuito mostrado na Figura 3.1.3. Figura 3.1.3. Circuito elétrico. Solução: Passos 1 e 2: Removendo-sea parte do circuito correspondente ao resistor R4 (terminais a b) (Figura 3.1.4): DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 45 Figura 3.1.4. Passo 3. Determinação da Resistência de Thévenin Figura 3.1.5. RTH = 46 4x6 = 2,4 Passo 4. Determinação da Tensão de Thévenin DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 46 Figura 3.1.6. VTH = R1 x I1 Como: I1 = 10x2 )102(V8 102 2 (divisor de corrente) = 0,8 A, Logo: VTH = 6 x 0,8 A = 4,8 V Figura 3.1.7. Equivalente Thévenin do circuito mostrado na Figura 3.1.3. Passo 5. Determinação da Tensão e da Corrente no Resistor R4 Deste modo, a corrente e a tensão sobre o resistor R4 podem ser calculados do seguinte modo: DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 47 IR4 = 34,2 V8,4 = 0,887 A VR4 = R4 x IR4 = 3 x 0,887 A = 2,667 V . Verificação: A tensão e a corrente no resistor R4 podem ser resolvidas, convencionalmente, do seguinte modo: Figura 3.1.8. I2 = 2 36 3x6 4 2 x I (divisor de corrente) = 1,3333 A sendo: I = R V8 = 5,3333 A R = 2)4 36 3x6 ( 2x)4 36 3x6 ( DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 48 = 1,5 I4 = I2 x 9 6 (divisor de corrente) = 1,3333 A x 0,6667 = 0,8887 A VR4 = R4 x I4 = 3 0,8887 A = 2,667 V (OK!). Exemplo 2. Determine o circuito equivalente de Thévenin para a parte sombreada do circuito em ponte (Figura 3.1.9). Figura 3.1.9. Solução: Passos 1 e 2: DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 49 Figura 3.1.10. Identificação dos terminais de interesse para a aplicação do teorema de Thévenin. Passo 3: Determinação de RTH: RTH = R1 R3 + R2 R4 = 36 3x6 + 124 12x4 = 2 + 3 = 5 Passo 4: Determinação de VTH paralelo DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 50 Figura 3.1.11. Determinação da tensão de Thévenin. V1 = 3R1R V1R = 36 V72x6 = 48V V2 = 4R2R V2R = 412 V72x12 = 54 V Vba = V2 V1 = 54 V 48 V Vab = 6 V. Exemplo 3. Determinar o circuito equivalente de Thévenin para a parte sombreada do circuito mostrado na Figura 3.1.12. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 51 Figura 3.1.12. Solução: Passos 1 e 2. Este circuito pode ser redesenhado como mostrado na Figura 3.1.13: Figura 3.1.13. Passo 3. Determinação da Resistência de Thévenin DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 52 Figura 3.1.14. RTH = R4 + R1 R2 R3 = 1,4 k + 0,8 k 4 k 6 k = 1,4 k + 48,0 4x8,0 k 6 k = 1,4 k + 48,0 4x8,0 k 6 k = 1,4 k + 2 / 3 k 6 k = 1,4 k + 6 3 2 6x 3 2 k = 1,4 k + 0,6 k RTH = 2000 . Passo 4. Determinação da Tensão de Thévenin. Figura 3.1.15. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 53 600040004000 40004000800 2I 1I A = 10 106 V 2I 1I = 103 x 0,1500 0,1250- 0,1250- 0,3125 10 16 Vab = R3 x I2 = 3 V. Figura 3.1.16. Equivalente Thévenin. Exemplo 4. Determine a resistência de Thévenin para a parte sombreada do circuito mostrado na Figura 3.1.17: Figura 3.1.17. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 54 Passos 1 e 2. Figura 3.1.18. Figura 3.1.19. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 55 Figura 3.1.20. RTH = 0,199 . 3.2. Máxima Transferência de Potência O teorema da máxima transferência de potência afirma o seguinte: Assim, tomando-se o circuito equivalente de Thévenin (Figura 3.2.1): Figura 3.2.1. Circuito equivalente de Thévenin. A potência transferida a uma carga por um circuito de corrente contínua linear bilateral será máxima quando a resistência desta carga for exatamente igual a resistência de Thévenin. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 56 A potência da carga pode ser expressa por: PL = I2 RL (3.2.1) Como a corrente elétrica I é expressa por: I = LTH TH RR V (3.2.2) então: PL = 2 LTH L 2 TH )RR( RV (3.2.3) PL = L 2 TH R4 V A partir da expressão (3.2.3) busca-se estabelecer a máxima potência consumida pela carga em função da resistência RL, ou seja, calculando-se a derivada parcial de PL em relação a RL: L L R P = 4 LTH 2 LTHLLTH 2 TH )RR( ])RR(Rx)R2R2([V = 4 LTH 2 LLTH 2 TH 2 LLTH 2 TH )RR( ]RRR2RR2RR2[V = 4 LTH 2 TH 2 L 2 TH )RR( ]RR[V (3.2.4) Fazendo-se: DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 57 L L R P = 0 RL2 RTH2 = 0 (determinação de um ponto extremo), ou seja: (3.2.5) Calculando, agora, a segunda derivada parcial de PL em relação a RL, tem-se: ] R P [ R L L L = 8 LTH L 4 LTH 2 TH 2 L 3 LTH 2 TH )RR( ]R2x)RR()RR(x)RR(x4[V (3.2.6) THRLR L L L ] R P [ R = 4 LTH L 2 TH )RR( RV2 < 0, para RL > 0. (3.2.7) Deste modo, considerando-se o resultado definido pela relação (3.2.7), pode-se concluir que RL = RTH corresponde a um ponto máximo de PL, como enunciado pelo teorema da máxima transferência de potência. Então, a potência máxima pode ser expressa por: PLmax = L 2 TH R4 V (3.2.8) Exemplo. Determine o valor de RL do circuito mostrado na Figura 3.2.2 para que a potência fornecida a esta resistência seja máxima e determine o valor desta potência. Figura 3.5.2. RL = RTH DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 58 Solução: A resistência de Thévenin vale: RTH = R3 + R1 R2 = 8 + 36 3x6 = 10. Tensão de Thévenin: VTH = R2 x 2R1R V = 3 x 36 V12 = 4 V. Potência Máxima: RL = RTH (resistência da carga correspondente à máxima potência de transferência) PLmáx = L 2 TH R4 V = 10x4 )V4( 2 = 0,4 W. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 594. MÉTODOS CLÁSSICOS PARA RESOLUÇÃO DE CIRCUITOS, FORMAS DE ONDA, VALOR EFICAZ E FASORES 4.1. Introdução Neste capítulo, serão abordadas as técnicas de resolução de circuitos de correntes e tensões senoidais. Deve-se observar que as leis (1a e 2a leis de Kirchhoff), teoremas (Thévenin, etc.), divisores de tensão / de corrente e técnicas (resolução por malhas e resolução nodal) usados no contexto de corrente contínua são igualmente aplicados no caso de sinais senoidais, mutatis mutandis. Evidentemente, os circuitos com sinais senoidais possuem suas particularidades. Portanto, todos estes detalhes serão focalizados na sequência. 4.2. Fontes de Corrente Alternada As tensões (e correntes) senoidais podem ser geradas por diversas fontes. As mais comuns são as que estão disponibilizadas nas tomadas residenciais, que fornecem tensão alternada, que são produzidas em uma usina geradora. Essas usinas são, em geral, alimentadas por quedas d´água (hidrelétricas) óleo, gás, fissão nuclear, etc. (termelétricas). Em cada caso, um gerador CA (Corrente Alternada) é o componente mais importante no processo de conversão de energia (energia mecânica em energia elétrica). Os tipos de fontes, de corrente alternada, mais comuns são: 1. gerador síncrono; 2. gerador eólico (máquina assíncrona); 3. gerador de sinais; 4. etc. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 60 4.3. Definições A forma de onda da tensão elétrica senoidal, com seus parâmetros, é vista na Figura 4.3.1. Deste modo, adiante, serão apresentadas as principais definições sobre sinais senoidais. Forma de onda : Gráfico de uma grandeza (e.g., como mostrado na Figura 4.3.1 em função da variável independente t (tempo)); Figura 4.3.1. Parâmetros importantes de uma onda de tensão. A forma de onda da Figura 4.3.1 representa a tensão senoidal dada por: e(t) = Em sen (wt) (4.3.1) sendo: e(t) : tensão senoidal em função do tempo e da frequência (volt); Em : amplitude da onda de tensão; w : velocidade angular (radianos por segundo (rad/s)) 2 f; f : frequência (hertz) (Heinrich Rudolph Hertz / Alemão) NB. 1 hertz (Hz) corresponde a 1 ciclo por segundo (c/s). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 61 Considerando-se a tensão definida pela equação (4.3.1), aplicada em um elemento da rede elétrica e o regime permanente, a corrente elétrica, também, será uma forma de onda senoidal definida pela seguinte expressão: i(t) = Im sen (wt + ) (4.3.2) sendo: i(t) : forma de onda da corrente; Im : amplitude da corrente; : defasamento angular. Dependendo do tipo de elemento (resistor, capacitor e indutor, os quais são os elementos principais usados no contexto desta disciplina), o parâmetro pode ser nulo (circuito puramente resistivo), negativo (circuito indutivo) e positivo (circuito capacitivo), em relação à tensão. Assim, diz-se que a corrente está atrasada ou adiantada, em relação à tensão, se for negativo ou positivo, respectivamente, conforme será abordado adiante. Valor instantâneo : Valor da forma de onda em um instante de tempo qualquer, e.g., e(t1) e e(t2) na Figura 4.3.1. Amplitude de pico : Valor máximo de uma forma de onda em relação a um valor médio. Na forma de onda mostrada na Figura 4.3.1, o valor médio é zero e a amplitude é Em. Valor de pico : Valor máximo de uma forma de onda medido a partir do nível zero. No caso da forma de onda vista na Figura 4.3.1, a amplitude de pico e o valor de pico são idênticos, pois o valor médio da função tensão é zero volt. Valor pico a pico : Diferença entre os valores dos picos positivo e negativo, ou seja, é a soma dos módulos das amplitudes positiva e negativa. Simbologia Ep-p. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 62 Forma de onda periódica : Forma de onda que se repete continuamente após um certo intervalo de tempo constante. A forma de onda da Figura 4.3.1. é periódica. Período : Intervalo de tempo entre repetições sucessivas de uma forma de onda periódica. Simbologia: Por exemplo, as indicações T1, T2 e T3 (T1 = T2 = T3) mostradas na Figura 4.3.1. Ciclo : Parte de uma forma de onda contida em um intervalo de tempo igual a um período. Os ciclos definidos por T1, T2 e T3 podem parecer diferentes, porém, como estão contidos em um período, satisfazem à definição de ciclo. Frequência : O número de ciclos que ocorrem em 1 segundo. Simbologia: f. (a) (b) (c) Figura 4.3.2. Ilustração do efeito da mudança da frequência sobre o período de uma forma de onda senoidal. A frequência da forma de onda mostrada nas Figuras 4.3.2 (a), 4.3.2(b) e 4.3.3.(c) são 1 é 1 c/s ( T = 1 s), 2 c/s ( T = 0,5 s) e 2,5 c/s (T = 0,4 s), respectivamente. Como a frequência é inversamente proporcional ao período, estas duas grandezas estão assim relacionadas: DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 63 f = T 1 (4.3.3) sendo: f = Hz T = segundo (s). ou: T = f 1 (4.3.4) Exemplo. Determine a frequência e o período da forma de onda mostrada na Figura 4.3.3: Figura 4.3.3. Solução. A partir da Figura 4.3.3., tem-se: T = 25 ms 5 ms = 20 ms f = T 1 = s10x20 1 3 = 50 Hz. Polaridade : A polaridade da fonte de tensão e o sentido da corrente serão correspondentes ao semiciclo positivo da forma da respectiva forma de onda (vide Figura 4.3.4). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 64 (a) (b) Figura 4.3.4. (a) Fonte de tensão alternada senoidal. (b) Fonte de corrente senoidal. 4.4. Espectro de Frequência A título de curiosidade, relacionam-se, nos quadros 4.4.1 e 4 4.2, as principais faixas de frequência observadas no contexto da Engenharia Elétrica. Quadro 4.4.1. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 65 Quadro 4.4.2. Modalidade Detalhe Faixa de Frequência Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica – 60 Hz (Brasil) 50 Hz (Europa) FM – 88 MHz – 108 MHz TV Canais 2 – 6 54 MHz – 88 MHz TV Canais 7 – 13 174 MHz – 216 MHz TV Canais 14 – 83 470 MHz – 890 MHz CB Faixa Cidadão 26,9 MHz – 27,4 MHz Fornos de Microondas – 2,45 GHz Ondas Curtas – 1,5 MHz – 30 MHz 4.5. Representação de Grandezas Elétricas por Números Complexos Será introduzido, nesta subseção, um sistema de números complexos que, quando aplicado a formas de onda senoidais, resulta numa técnica de aplicação rápida, direta e precisa, que facilita bastante a resolução de circuitos elétricos. Assim, um número complexo pode ser representado por um ponto em um plano , referido a um sistema de eixos cartesianos. O eixo horizontal é designado eixo real, enquanto que o vertical é denominado eixo imaginário. Na Figura 4.5.1 é ilustrado um número complexo: C = x + j y sendo: C : número complexo; x e y : são número reais; j 1 (na maioria das referências matemáticas, a representação deste operador é caracterizada pela letra i. Contudo, em Engenharia Elétrica,a letra i está reservada para indicar a variável “corrente elétrica”. Daí decorre o significado do uso da letra “j” para indicar o número imaginário unitário). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 66 Figura 4.5.1. Representação de um número complexo. O número complexo C (equação 4.5.1) pode ser representado da seguinte forma, a partir da ilustração mostrada na Figura 4.5.2: Figura 4.5.2. 1. Forma Retangular C = x + j y (4.5.1) 2. Forma Polar C = Z (4.5.2) sendo: Z = 22 yx (módulo); = tan1 ( x y ) (ângulo ou argumento). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 67 3. Forma Trigonométrica C = Z cos () + j Z sen () (4.5.3) 4. Forma Exponencial C = Z exp(j ) (4.5.4) sendo: exp número de Neper = 2,7183. Exemplo. Considere o seguinte número complexo: C= 3 + j 4. Assim, nas diversas representações, têm-se as seguintes equivalências: C = Z sendo: Z = 22 43 = 5 = tan1 ( 3 4 ) = 53,1301o (0,9273 radiano). Portanto: C = 3 + j 4 = 5 53,1301o = 5 exp ( j 53,1301o ) = 5 cos (53,1301o) + j sen (53,1301o). 4.6. Principais Operações com Números Complexos Estas várias formas de representação de um número complexo servem para simplificar os cálculos. Por exemplo, quando se efetuam cálculos com números complexos DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 68 de soma ou subtração, a melhor forma é a representação retangular, enquanto que, se for multiplicação ou divisão a melhor alternativa é usar a forma polar ou exponencial. Soma / Subtração A soma ou subtração de 2 números complexos: C1 = x1 + j y1 (4.6.1) C2 = x2 + j y2 (4.6.2) Soma: C1 + C2 = (x1 + x2) + j (y1 + y2). Subtração: C1 C2 = (x1 x2) + j (y1 y2). Multiplicação / Divisão A multiplicação / Divisão entre 2 números complexos C1 e C2 podem ser mais eficientemente realizadas usando a forma polar (exponencial): C1 = Z1 1 (4.6.3) C2 = Z2 2 (4.6.4) Multiplicação: C1 x C2 = (Z1 1) x (Z2 2) = Z1 x Z2 (1 + 2) (igual ao resultado correspondente ao produto dos módulos e a soma dos ângulos). Divisão: 2C 1C = (Z1 1) / (Z2 2) = 2Z 1Z (1 2) (igual ao resultado correspondente à divisão dos módulos e a subtração dos ângulos). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 69 Exemplo. Realizar o cálculo da seguinte expressão complexa: C = 5j 1 3)j- (2 x 4)j 3 ( = o oo 78,69015,0990 )56,30993,6056 (x)53,13015( = 099,5 6056,3x5 (53,1301 56,3099 78,6901)o = 3,5356 81,8699 o = 3,5356 1,4289 radianos = 0,5 j 3,5 Radiciação Qualquer número complexo C = Z , também pode ser expresso por: C = Z ( + 2 n), (4.6.5) sendo: n = 0, +1, + 2, . . . Então: k C = k Z ( + 2 n)/ k (4.6.6) Exemplo. Calcular: P = 2 2j4 = Z Z = 2 2 22 )24( Z = 2 4721,4 = 2,1147 DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 70 1 = 2 ) 4 2 (tg 1 = 0,2318 rd 2 = 3,3733 rd ou seja: P1 = ( 2,0582 + j 0,4859) e P12 = 4 + j 2 (OK!) P2 = (-2,0582 – j 0,4859) P22 = 4 + j 2 (OK!). Como neste caso são 2 raízes, tomou-se n = 0 e n = 1. Logaritmo O logaritmo neperiano de um número complexo pode ser determinado com facilidade, a partir da forma exponencial. O resultado não é único. Contudo, usa-se, mais freqüentemente, o valor principal, quando n = 0, ou seja: se: C = Z exp( j ), então, ln (C) = ln (Z) + j . 4.7. Fasores No contexto de circuitos de corrente alternada, há necessidade de realizar várias operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação, etc.) de funções senoidais. Estas operações, convencionalmente, envolvem cálculos complexos de funções não- lineares. Para resolver este problema, Steinmetz (Charles Proteus Steinmetz / Norte- americano) propôs uma técnica designada Fasores que facilita bastante a resolução de circuitos CA, conforme será abordado na sequência. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 71 Supondo-se que se deseja realizar o seguinte cálculo de tensões: vT = v1 + v2 (4.7.1) sendo: v1 = 2 sen (wt + 90o) v2 = 1 sen (wt ). Resolução: A função vT pode ser calculada, por exemplo, usando o procedimento apresentado no item NB 1: vT = 2,236 sen (wt + 63,43º). (4.7.2). As formas de onda de v1, v2 e vT encontram-se ilustradas na Figura 4.7.1(b). Figura 4.7.1. NB 1: Os componentes senoidais da equação (4.7.1) podem ser expressos na seguinte forma: NB 1 (a) (b) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 72 A sen (x + a) + B sen (x) = A sen (x) cos (a) + A sen (a) cos(x) + B sen (x) sendo: x = w t, A = 2, B = 1 e a = 90o (1,5708 rd). Como esta soma deve produzir um sinal senoidal, então: A sen (x) cos(a) + A sen (a) cos(x) + B sen (x) = C sen(x + ) = C sen(x) cos + C sen cos (x) ou: {A cos (a) + B} sen (x) + A sen (a) cos (x) = C cos sen (x) + C sen cos(x) (4.7.3) com parâmetros C e a ser determinados. Deste modo, comparando-se os coeficientes (em ambos os lados) da equação 4.7. 3, têm-se: {A cos(a) + B} = C cos A sen(a) = C sen, de onde se conclui que: = tg1 ( B)acos(A )a(senA ) C = (A cos(a) + B) cos () + A sen (a) sen () Do exemplo anterior: A = 2 B = 1 a = 90 /180 (rd.) = 1,5708 rd então: = tg1 [ 1)1,5708(cos2 )1,5708(sen2 ] = 1,1071 (rd.) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 73 = 63,43º C = [ 2 cos(1,5708) + 1] cos(1,1071) + 2 sen (1,5708) sen(1,1071) = 2,236 ou seja: Como se pode notar, a execução de uma adição “simples”de duas funções senoidais necessitou de um algebrismo razoavelmente complexo. A complexidade torna- se ainda maior se as operações com tais funções forem mais exigidas. Deste modo, a seguir, será apresentado o conceito de fasor que, certamente, constitui-se numa ferramenta muito eficiente para a manipulação de funções senoidais, como é o caso de “circuitos elétricos” CA. Considerando-se uma função temporal complexa defina por: f(t) r exp (j wt) (4.7.4) sendo: r : parâmetro constante; w : velocidade; t : tempo. A equação (4.7.4), usando-se a fórmula de Euler, pode ser expressa por: f(t) r cos wt + j r sen wt (4.7.5) Fim da NB 1 1. vT = 2,2361 sen (wt + 63,4361o) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 74 Analisando esta equação percebe-se que f(t) pode ser interpretada como sendo um vetor girante de tamanho r (constante), descrevendo uma circunferência com movimento anti-horário, conforme pode ser visto na Figura 4.7.2. Figura 4.7.2. Conceito de Fasor. O movimento anti-horário pode ser melhor observado ao tomarmos, por exemplo, o tempo inicial t0 = 0. Nestecaso, as projeções de f(t0) no eixo real e no eixo imaginário, valem r ( r cos 0) e 0 (r sen 0), respectivamente. Em instante ligeiramente superior (t1 = t0 + h (h > 0 e pequeno)), a projeção real diminuirá (r cos w t1 < r cos w t0) e a projeção no eixo imaginário irá aumentar ( r sen wt1 > r sen wt0), o que indica um movimento anti-horário, cuja velocidade corresponde à velocidade da onda (w). Deste modo, se representarmos a equação (4.7.1), em termos de fasores, tem-se: vT = 2 sen (wt + 90o) + 1 sen (wt ) (notação temporal) (4.7.6) = 2 90o + 1 0o (notação fasorial) = 0 + j 2 + 1 + j 0 = 1 + j 2 = 22 21 tg1 ( 1 2 ) = 2,2361 1,1071 rd = 2,2361 63.43o (OK !) ( ilustração mostrada na Figura 4.7.1.(a)). Fasor DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 75 Exemplo. Determine a soma de duas correntes elétricas: iT = i1 + i2 (4.7.7) sendo: i1 = 5 sen (wt + 30o) i2 = 6 sen (wt + 60o). Resolução. Estas correntes encontram-se ilustradas na Figura 4.7.3(b). Figura 4.7.3. i1 = 5 sen (wt + 30o) = 5 30o = i2 = 6 sen (wt + 60o) = 6 60o iT = 5 30o+ 6 60o = 4,3301 + j 2,5000 + 3,0000 + j 5,1962 = 7,3301 + j 7.6962 = 10,6284 46,3957o, (ilustração mostrada na Figura 4.7.3(a)). (a) (b) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 76 Portanto, este procedimento, certamente, é bem mais simples, se comparado ao apresentado, e.g., na NB 1. Deve-se ressaltar que o uso do conceito de fasor é muito fácil de ser empregado. Ainda que o fasor gire, no sentido anti-horário, a uma velocidade constante, o que importa, em termos de tensão e de corrente elétricas, é o movimento relativo. Ou seja, estas duas grandezas, relativamente, são vistas como estacionárias (tensão e corrente giram à mesma velocidade). Daí decorre a importância dos fasores na resolução de circuitos senoidais. 4.8. Diagrama Fasorial A representação de grandezas elétricas (tensões e correntes) senoidais por fasores torna a análise de circuitos elétricos bastante simples, ou seja, trabalha-se com operações vetoriais simples. O diagrama fasorial é a representação gráfica de tais grandezas registradas correspondentes ao instante t = t0 (tempo inicial da observação da evolução das curvas no tempo). Para ilustrar o diagrama fasorial, emprega-se o problema enunciado a seguir. Problema 1. Obter o diagrama fasorial das seguintes grandezas elétricas: E = V + z x I (4.8.1) sendo: V = 4 sen wt V I = 1 sen (wt 30o) A Z = j 2 . j = 1 . DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 77 Estas grandezas podem ser assim representadas: V = 4 0o V (fasor) I = 1 30o A (fasor) Z = 2 90o . Assim, a tensão E pode ser determinada por: E V + Z x I = (4 0o) V + (2 90o) x (2 30) A = 4 0o + 2 60o = 4 + j 0 + 1 + j 1,7321 = 5 + j 1,7321 = 5,291519,1066 o Na Figura 4.8.1. é ilustrado o diagrama fasorial. Figura 4.8.1. Deste modo, a tensão E vale (vide Figura 4.8.2): E = 5,2915 sen (wt +19,1066 o) volts. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 78 Figura 4.2.8. Evolução da forma de onde de E. 4.9. Indutância Quando uma corrente em um circuito varia, o fluxo magnético que envolve também varia. Esta variação de fluxo ocasiona a indução de uma f.e.m. (força eletromotriz) v(t) no circuito elétrico. A f.e.m. induzida v é proporcional à taxa da variação da corrente em relação ao tempo. A constante de proporcionalidade é chamada indutância do referido circuito (vide Figura (4.9.1)): v(t) = L dt di (4.9.1) ou: i(t) = dtv L 1 (4.9.2) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 79 Figura 4.9.1. sendo: v : f.e.m. induzida (volt); dt di = ampère/s L volt/ampère : henry (Joseph Henry /Norte-americano) NB. A indutância de um circuito é de 1 henry, se a f.e.m. induzida no referido circuito é de 1 volt, quando a corrente varia à razão de 1 ampère/s. NB. A equação (4.9.1) é válida para circuitos em que a indutância é assumida como uma constante. Contudo, há casos em que tal consideração não pode ser adotada, por exemplo, em circuitos de máquinas elétricas rotativas. Neste caso, o comportamento da tensão pode ser expresso por: v(t) = dt d (4.9.3) sendo: enlace de fluxo magnético (weber-espira) (Wilhelm Eduard Weber/Alemão) = L i (4.9.4) Então, a equação (4.9.3) vale: v(t) = i dt dL dt di L (4.9.5) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 80 que corresponde à expressão geral do comportamento da tensão para circuitos magnéticos. 4.10. Capacitância A diferença de potencial v entre os terminais de um capacitor é proporcional à carga elétrica q existente no referido circuito. A constante de proporcionalidade C e chamada capacitância do capacitor (vide Figura 4.10.1). Figura 4.10.1. q(t) = C v(t) (4.10.1) i(t) = dt dq (4.10.2) ou: v(t) = dti C 1 (4.10.3) sendo: q : carga em coulomb (Charles Augustin de Coulomb / Francês); v : em volt C coulomb / volt : farad (Michael Faraday /Inglês) NB. Um capacitor possui uma capacitância de 1 farad, se uma carga de 1 coulomb for depositada em suas placas por uma diferença de potencial de 1 volt entre elas. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 81 4.11. Valor Médio e Valor Eficaz Às formas de onda periódicas podem ser definidos dois importantes conceitos, que são: (1) Valor Médio e (2) Valor Eficaz. 4.11.1. Valor Médio Uma função periódica geral y(t) , de período T, possui um valor médio definido por: (4.11.1.1) Esta definição encontra pouca utilidade em circuitos elétricos por produzir, em vários casos, um valor nulo (e.g., para a função senoidal) (vide Exercício 1 adiante). Porém, o conceito de valor eficaz, que será abordado na sequência, introduz informações importantes, do ponto de vista dos circuitos elétricos, no trato de formas de onda. 4.11.2. Valor Eficaz Uma função periódica geral y(t) , de período T, possui um valor eficaz definido por: (4.11.2.1) T })t(y{área 2 (4.11.2.2) Ymed T 1 T 0 dt)t(y Yrms T 0 2 dt})t(y{ T 1 DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 82 A rotulação rms é dada pelo significado de valor médio quadrático (rms – root- mean-square). O significado do valor eficaz pode ser melhor compreendido através do seguinte experimento (mostrado na Figura 4.11.2.1). Figura 4.11.2.1. Trata-se de um circuito com fontes de tensão em corrente alternada (CA) e em corrente contínua (CC) alimentando uma carga resistiva (resistência R). Cada fonte possui uma chave (chaves 1 e 2). Se a chave 1 for ligada com a chave 2 desligada, uma corrente ICC, que depende da resistência R e da tensão VCC da bateria, atravessará o resistor R. Se a chave 2 forligada e a chave 1 estiver aberta, a corrente elétrica alternada (com amplitude Imax) alimentará o resistor R. A fonte alternada deverá ser ajustada de tal forma que a potência fornecida à carga (resistor R) seja a mesma, se alimentada por corrente contínua. Assim, a potência instantânea fornecida pela fonte de corrente alternada será dada por: PCA = ICA2 R = (Imax2 sen2 wt) R (4.11.2.3) Porém: sen2 wt = )wt2cos1( 2 1 , cos (2 A) = cos A cos A - sen A sen A = cos 2 A - sen 2 A = (1 - sen 2 A) - sen 2 A = 1 –2 sen2 A. assim: sen 2 A = )A2cos1( 2 1 Identidade trigonométrica DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 83 Portanto: PCA = Imax2 [ )wt2cos1( 2 1 ] R = wtcos 2 RaxIm 2 RaxIm 22 (4.11.2.4) A potência média fornecida pela fonte alternada corresponde apenas ao primeiro termo (Imax2 R/2), já que o valor médio de um co-seno é zero, ainda que a frequência da onda seja o dobro da forma de onda da fonte. Igualando-se a potência média, fornecida pela fonte de corrente alternada, à potência fornecida pela fonte de corrente contínua (via bateria), obtém-se: Pmédia (CA) = PCC (4.11.2.5) 2 RaxIm 2 = ICC2 R (4.11.2.6) ou seja: ICC = 2 axIm (4.11.2.7) = 0,7071 Imax. Portanto: Este é, por conseguinte, o significado do valor eficaz de formas de onda senoidais. O valor equivalente CC de uma tensão ou corrente senoidal vale 0,7071 (1/ 2 ) do seu valor máximo. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Engenharia Civil C. R. Minussi 84 4.11.3. Exercícios Exercício 1. Determinar os valores médio e eficaz para a seguinte forma de onda: y(t) = Ymax sen wt Figura 4.11.3.1. Considerando-se que o período é igual a 2, então, o valor médio será: Ymed = 2 1 2 0 )wt(dwtsenmaxY = 2 1 20wtcosmaxY = 0. O valor eficaz vale: Yrms = 2 0 2 )wt(d)wtsenmaxY( 2 1 = Ymax 2 0] 2 wtcossenwtwt [ 2 1 = 2 maxY Yrms = 0,7071 Ymax. (valor eficaz de uma função senoidal) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Curso de Graduação em Engenharia Civil C. R. Minussi 85 5. CONCEITO DE IMPEDÂNCIA E DE ADMITÂNCIA As formas de onda de tensão e de corrente a ser abordadas neste Capítulo são essencialmente senoidais. Considerando-se este tipo de forma de onda, adiante serão apresentados os conceitos de impedância e de admitância, visando beneficiar-se da técnica de fasores de Steinmetz. 5.1. Impedância A impedância, pela Lei de Ohm, é definida como sendo a relação entre a tensão aplicada no circuito e a corrente elétrica que circula no referido circuito, ou seja: Z corrente tensão (5.1.1) sendo: Z : impedância (). Na abordagem a ser apresentada adiante, considerar-se-ão formas de onda senoidais. Assim sendo, a técnica a ser usada refere-se à análise fasorial. Para tensão e corrente senoidais a relação (5.1.1) terá um módulo e um ângulo. Na Figura 5.1.1. mostram-se as formas de onda da tensão e da corrente elétrica, considerando-se, isoladamente, a aplicação sobre uma resistência R, indutância L e capacitância C, respectivamente, tomando-se como referência a tensão V definida por: V(t) = Vmax sen wt (5.1.2). sendo: Vmax : amplitude da tensão V(t) (V); V = 0 (ângulo de fase da tensão). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Curso de Graduação em Engenharia Civil C. R. Minussi 86 Deste modo, a corrente elétrica I(t) pode ser expressa por: I(t) = Imax sen (wt + I) (5.1.2). sendo: Imax : amplitude da corrente I(t) (A); I : ângulo de fase da corrente. Figura 5.1.1. Na Tabela 5.1.1 apresentam-se as relações entre tensão, corrente e impedância para circuitos senoidais. Tabela 5.1.1. Elemento Expressão da Corrente Corrente para V(t) = Vmax sen wt Resistência R IR = R )t(V IR = R maxV sen wt Indutância L IL = dt)t(V L 1 IL = )wtcos( wL maxV Capacitância C IC = dt )t(dV C IC = wtcosmaxVwC DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Curso de Graduação em Engenharia Civil C. R. Minussi 87 A tensão e a corrente elétrica podem ser representadas por fasores da seguinte forma: V = Vmax 0o (5.1.3) I = Imax I (5.1.4) A corrente elétrica, em termos da tensão V e da impedância Z, vale: I Imax I = Z 0 φZ 0maxV (5.1.5) Assim, a impedância Z pode ser expressa, no plano complexo, por: Z = R + j X (5.1.6) em que: Z = 22 XR X : reatância Z = ) R X (tg 1 X = w L (para a indutância) (5.1.7) X : valor positivo X = Cw 1 (para capacitância) (5.1.8) X : valor negativo. NB. Quando maior for a frequência (w = 2 f), maior será a reatância indutiva e menor (em módulo) será a reatância capacitiva (vide Figura 5.1.2). DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Curso de Graduação em Engenharia Civil C. R. Minussi 88 Figura 5.1.2. A impedância Z, no plano complexo, é ilustrada na Figura 5.1.3. Figura 5.1.3. Por conseguinte, a partir das equações (5.1.6), (5.1.7) e (5.1.8), conclui-se que: I = Zφ Z maxV (5.1.9) (1) Para um elemento puramente resistivo: I = 00 Z maxV (corrente em fase com a tensão) (5.1.10) DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Curso de Graduação em Engenharia Civil C. R. Minussi 89 Figura 5.1.4. Corrente em fase com a tensão. (2) Para um elemento puramente indutivo: I = 090 Z maxV (corrente fica atrasada de 90o sobre a tensão) (5.1.11) Figura 5.1.5. Corrente atrasada de 90o em relação à tensão. (3) Para um elemento puramente capacitivo: I = 090 Z maxV (corrente fica adiantada de 90o sobre a tensão) (5.1.12) Figura 5.1.6. Corrente adiantada de 90o em relação à tensão. DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Curso de Graduação em Engenharia Civil C. R. Minussi 90 5.2. Admitância A admitância é definida como sendo uma operação inversa da impedância, ou seja: Y = Z 1 (5.2.1) Considerando-se a definição da impedância (Equação (5.1.6)), pode-se expressar a admitância da seguinte forma: Y = XjR 1 (5.2.2) Multiplicando-se e dividindo-se a equação (5.2.2), obtém-se: Y = )XjR()XjR( XjR (5.2.3) = 22 XR XjR , Resultando em: Y G + j B (5.2.4) sendo: G : condutância = 22 XR R DEE – C/ISA – UNESP Eletricidade – Curso de Graduação em Engenharia Civil C. R. Minussi 91 B : susceptância = ) XR X ( 22 . 5.3. Exemplos Exemplo 1: Num circuito série (Figura 5.3.1) contendo R, L e C a corrente I(t) é Imax sen wt. Determine a tensão nos terminais de cada um dos elementos indicados e mostre o diagrama fasorial. Figura 5.3.1. Tensão VR(t) VR(t) = R I(t) = R x I(t) = R x Imax
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